terça-feira, 9 de agosto de 2016

Lição 07 - 3º Trimestre 2016 - A Chamada e Purificação do Profeta - Jovens.

Lição 07

A CHAMADA E PURIFICAÇÃO DO PROFETA (6.1-13)
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-JOVENS-PROFESSOR-3TRIINTRODUÇÃOI – A PARÁBOLA DA VINHA
II - DEUS CUIDOU E ESPEROU COISAS BOAS DA VINHA
III - O CASTIGO E O EXÍLIO DA VINHA
CONCLUSÃO
O profeta Isaías tem um vislumbre da glória e santidade que lhe toca assombrosa e magnificamente alterando completamente seu modo de pensar. Suas emoções e sua razão são afetadas positivamente pela visão, de tal forma que ele se entrega totalmente a partir deste evento. A glória denota o ser e a presença de Deus que se torna manifesta em aviltante contraste com a situação do ser humano; por isso ela causa tantas reações espirituais, psíquicas, emocionais e físicas, como no caso do profeta Isaías.
No Antigo Testamento esta glória é manifesta a Moisés na sarça ardente (Ex 3.2-4); na nuvem que os guiava no deserto e na coluna de fogo durante a noite (Ex 16.7,10); no monte Sinai onde Moisés viu a glória do Senhor face a face (Ex 24.15-18; 33.20; 34.5-8); no tabernáculo onde se manifestou a glória (Ex 40.34-35); nos sacrifícios (Lv 9.22-23); no templo (1 Re 8.11; 2 Cr 7.1-3); e também é revelada aos profetas Isaías (Is 6) e Ezequiel (Ez 1.28) e descrita nos Salmos 18 e 29.
No Novo Testamento ela é vista pelos pastores (Lc 2.9,14), pelos discípulos de Cristo (Jo 1.14); nos sinais e milagres de Cristo (Jo 2.11); na transfiguração (Mt 17.1-8); na demonstração de Sua própria glória (Jo 7.39; Hb 1.3) e será revelada na Sua vinda (Mc 8.38). Esta glória deve ser refletida pela igreja (2 Co 4.3-6) enquanto proclama o evangelho de Cristo (1 Pe 4.14). “E vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (Jo 1.14). Esta glória que a tudo preenche será plenamente revelada aos seres humanos quando estivermos na cidade celestial (Ap 15.8; 21.23).
I – A VISÃO SANTA
Os símbolos da santidade do Senhor são majestade e glória, como vistos por Isaías. Ele tem um sentimento de criatura e nulidade, que é um efeito colateral do sentimento de receio e assombro levando a uma dependência total de Deus, que se revela na teofania e “pressupõe uma sensação de superioridade (e inacessibilidade) absoluta” de Deus (Hb 12.21), portanto, o ser humano como um todo, composto de emoções, sentimentos, desejos, volição, raciocínio, intelecto e corpo são tomados pela presença do Todo Poderoso nesta experiência. O ser humano sente-se como que um profano ante a augusta presença. Estes sentimentos podem estar presentes cada vez que o sujeito se abre a esta experiência com Deus, seja na conversão, no batismo no Espírito Santo ou em momentos de comunhão. Quem é atingido pelo milagre ou prodígio da presença de Deus fica boquiaberto, estupefato e assombrado (no sentido de espanto) diante da estranheza absoluta, do totalmente outro, daquele que foge ao entendimento.
Mas o assombro produz também a constatação da beleza do Eterno que traz admiração e é algo atraente, cativante, arrebatador, encantador e fascinante pelo perfeito caráter divino, demonstrados através do amor, da misericórdia, da compaixão e do consolo. Ninguém que tenha um encontro verdadeiro com Deus sai desta presença brincando ou indiferente. Sempre que alguém disse que teve um encontro destes é tomado de um santo temor, por uma mistura de inadequação, não merecimento e pequenez, ao mesmo tempo em que é tomado por uma admiração, um desejo de adoração, uma vontade de entregar-se, enfim, fascinação e assombro ao mesmo tempo, uma mistura de sentimentos que ao final produzem novas estruturas de compreensão mentais e emocionais, mas também constroem um novo sujeito.
A compreensão do amor de Deus, presente em sua glória, produz nele um alívio pela culpa do pecado, a certeza do livramento da condenação eterna, uma libertação de neuroses religiosas e traz esperanças concretas de um cuidado paterno que somente Deus pode dar. Mas este amor produz a grande responsabilidade da luta pela pureza e pela integridade, pois diante do santo nenhuma leviandade, lassidão ou flerte com o pecado são desculpáveis.
A visão lhe dá a constatação mais difícil para qualquer ser humano, a sua pecaminosidade e miséria, levando-o a uma confissão que sai do profundo do coração: “ai de mim, que vou perecendo!” (Is 6.5).
II – A PURIFICAÇÃO DO PROFETA
A manifestação da glória e santidade de Deus produz um contraste absoluto entre criatura e criador. Deus lhe estende a mão através da tenaz do anjo e da brasa tirada do altar. Mas ao Deus descer ao encontro do ser humano isto não lhe tira a majestade, não lhe diminui, antes salienta seu caráter majestoso de amor. Entretanto ao se aproximar do ser humano Deus lhe traz para perto Dele, lhe expande as virtudes, o torna santo como Ele é santo (Hb 12.10). Santificação (ou perfeição) não significa ausência absoluta de pecados, pois isto somente será possível no céu, mas antes significa desenvolver maturidade na consciência, na liberdade, nos relacionamentos e na transcendência de tal forma que, entre escolher um prazer momentâneo ilícito ou a felicidade e alegria constante do Espírito, optar-se-á por este último, pois é este que traz descanso e paz a alma humana.
Assim, o encontro com o Santo produz o equilíbrio necessário entre um ascetismo religioso empobrecedor que o leva a viver ansiosamente e o impossibilita de fazer escolhas sábias, bem como da liberdade desintegradora que o leva a lançar-se em situações confusas que conduzem a caminhos de morte. O evangelho nos conclama a viver o equilíbrio da liberdade interior onde tudo é lícito, inversamente ao compromisso de viver sem que nada fira a consciência ou entristeça o Espírito Santo. (Ef 4.30). Essa liberdade é fruto da vontade do ser unificada pelo Espírito Santo, onde a luta interior entre bem e mal é apaziguada e direcionada à vontade de Cristo.
III – A CHAMADA DO PROFETA
Somente consegue obedecer sinceramente quem é completamente livre, mas a verdadeira liberdade somente é possível quando se cultiva a liberdade interior, que brota do núcleo do ser, do interior mais invisível, porque é ali que Deus habita, e somente se é livre quando se atinge este lugar mais íntimo, onde não existem apenas aparências, hipocrisias ou faz de conta, mas é onde Deus tudo vê e discerne. Este é o lugar onde ninguém consegue nos manter presos a nada, nem a religiosidade, nem a normas ou dogmas religiosos. Embora em Cristo estejamos sujeitos a todos, em Cristo estamos também livres de tudo e de todos. Portanto, é no coração que se resolve esta paradoxal situação, ser completamente livre para obedecer.
Mas a liberdade tem um preço, as consequências da liberdade são reféns das escolhas, se forem escolhas sábias e prudentes elas nos levarão a lugares de sensatez e honra, mas se forem escolhas estúpidas elas nos levarão a lugares de amarga derrota e consequências fugazes. Como disse o poeta Pablo Neruda: “Você é livre para fazer escolhas, mas é prisioneiro das consequências.” É no coração que se fazem as melhores escolhas, podem matar ou fazer viver, mediocrizar ou fazer voar alto, fazer pecar ou embelezar-se de santidade. Portanto, é uma luta e escolha diária vencer o egoísmo de querer se satisfazer, dando lugar aos desejos próprios, aos pensamentos de orgulho, à justiça própria, aos pecados que gostamos, ao nosso planejamento de vida e a nossa vontade. Jesus nos convida a voluntaria e em total liberdade sujeitarmos tudo a Ele.
O resultado do ministério do profeta mostra que o ativismo e a busca desenfreada por sucesso em tudo que se faz, nem sempre é o desejo de Deus. Histórias deslumbrantes e testemunhos arrebatadores nem sempre estão de acordo com a santidade de Deus. Os frutos do trabalho podem demorar séculos como no caso de Isaías. A tentação do imediatismo ministerial tem sido um grande mal para a igreja, pois tem feito muitos trocarem os métodos de Deus, algumas vezes demorados, por métodos humanos fáceis e rápidos, mas que não correspondem com a santidade daquele que chamou nem produzem frutos duradouros.
Desta forma convém que diante do chamado pessoal de cada um, estejamos submissos e obedientes àquilo que o Santo quer de cada um, com um coração livre para atender ao seu ide, pois ver o Senhor implica em olhar para cima, olhar para si mesmo e olhar para os outros com compaixão.
Subsídio escrito pelo próprio comentarista da Revista, Pastor Claiton Ivan Pommerening.

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