terça-feira, 6 de setembro de 2016

Lição 10 - 3º Trimestre 2016 - O Messias Davídico e seu Reino - Jovens.

Lição 10

O MESSIAS DAVÍDICO E SEU REINO (11.1—12.6)
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-JOVENS-PROFESSOR-3TRIINTRODUÇÃOI - O MESSIAS E SEU REINO
II – A FUTURA RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
III - OS CRENTES E O REINO
CONCLUSÃO
As profecias de Isaías sobre o Messias e seu Reino estão em harmonia com várias profecias bíblicas. Dentre elas Gn 3.15, que demonstra que quando os seres humanos perderam o domínio sobre a criação e caíram em desgraça, Deus lhes prometeu um salvador, aquele que esmagaria a cabeça da serpente e a paz que havia no paraíso seria restaurada; Moisés, o grande líder de Israel, foi um profeta que apontou para o Messias (Dt 18.15-19); Davi, como grande rei, é o precursor da dinastia eterna (Sl 132.12) de Cristo e seu reino serve de referencial humano, embora falho, para o reino messiânico (2 Sm 7.16); o profeta Ezequiel falou deste rei (Ez 21.27; 34.23); bem como vários salmos se referem ao Rei e seu Reino (Sl 2; 11.4; 21.1-13; 45; 63.1-11; 72; 89.18-37; 101; 132.11-12). Portanto, a promessa messiânica perpassa todo o Antigo Testamento, com predições exatas quanto à sua glória, majestade, justiça e abrangência.
I - O MESSIAS E SEU REINO
A profecia de Isaías com relação ao Reino messiânico e Cristo como seu Rei são confirmadas várias vezes no Novo Testamento (Mt 1.18; 16.16,20; 26.63; 27.22; Mc 8.29; 14.61; Lc 2.11, 26; 9.20; 22.67; Jo 4.29; 7.26; 9.22; 10.24; At 2.36; 3.20; 4.26; 5.42; 9.22; 17.3; 18.28; 26.23). Assim, o Messias é Jesus de Nazaré que foi ungido no dia de seu batismo (Mt 3.16; Jo 1.32) e morto, mas Deus ressuscitou o inocente dentre os mortos “fazendo-o assentar à sua mão direita, nas regiões celestiais.” (Ef 1.20). Desta forma, seu reino de estabelece entre os salvos, pois “ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.” (Ef 2.6).
Os atributos do Messias são descritos pelo profeta, tendo Ele todas as qualidades que um rei perfeito poderia possuir, quais sejam: o dom da sabedoria, que é a capacidade de julgar todas as coisas e tomar as decisões mais acertadas, penetrando no âmago da compreensão de todas as coisas e sabe a maneira correta de reagir. O dom do entendimento, que é a capacidade de captar e discernir intelectualmente as circunstâncias, relacionamentos e realidades divinas e humanas e que abre também a mente à compreensão das escrituras. O dom do conhecimento, que é a capacidade de argumentar e dar razões e organizar provas científicas; está relacionado a sabedoria e ao entendimento, mas também se refere ao conhecimento do Senhor, ou seja, experimentar quem Ele é e saber sua vontade e seus caminhos, tendo origem na comunhão de amor e confiança para com Ele. O dom do conselho, que é a capacidade de discernir e consultar a si mesmo e aos outros para saber a perfeita vontade de Deus. O dom de fortaleza é dado para não se desfalecer no combate da fé, vivendo bem o cotidiano apesar das dificuldades e obstáculos. O dom do temor de Deus que é a docilidade que move a reverenciar e submeter-se a Deus, e é o alicerce e o princípio da sabedoria conforme Provérbios 1.7.
Ele lutará em favor daqueles que não puderam se defender, daqueles aos quais nunca foi dado oportunidades na vida, os que foram desprezados por não se encaixarem nos padrões de força, beleza e produtividade de uma sociedade consumista, alienada e gananciosa. A justiça será a marca registrada deste Reino, por isso será glorioso. Somente Ele é capaz de proteger os fracos contra a violência dos poderosos.
II – A FUTURA RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
A restauração indica que o Reino de Deus sobrepujará qualquer reino da história, nem podendo ser comparável a qualquer outro, onde todas as áreas de atuação humana serão potencializadas para o bem, tanto a política, social, cultural, econômica e religiosa. A terra será inteiramente renovada como era originalmente e haverá abundância de colheitas para que todos tenham satisfeitas suas necessidades básicas. Além disso, haverá um conhecimento de Deus em todas as pessoas, ou seja, toda ignorância, adoração a ídolos, corrupção política, líderes religiosos espoliadores, tudo isso será coisa do passado.
A Bíblia afirma que neste Reino tudo será novo (Is 65.17; 66.22; Ap 21.1,5), não haverá morte, nem choro, nem clamor (Is 65.19; Ap 21.4), será um lugar de alegria e renovo (Is 65.18-19,24; Ap 21.2-3), haverá prosperidade, paz e felicidade (Is 65.21-25; Ap 22.5), um lugar que acolhe todos (Is 66.18-20; Ap 21.3-4) e ninguém será excluído do culto (Is 56.7; 66.21-23; Ap 21.6,22-23). Mas a característica principal do Reino é que o Senhor habitará nele (Is 65.24; Ap 22.5).Embora houve um retorno do povo de Israel do cativeiro babilônico e recentemente o reagrupamento de Israel na Palestina, o agrupamento que acontecerá durante este Reino de Cristo é incomparável (Is 11.11). Nos atuais regressos do povo de Israel se instalaram conflitos, pois alguns povos foram expulsos para que este pudesse tomar a terra, mas sob o reinado do Messias haverá lugar para todo mundo. A volta do povo da promessa não será motivo de guerras e violência, mas todos viverão em paz. A promessa é de que o Messias será o atrativo para todos os povos e este promoverá um reagrupamento justo e reinará glorioso em todo universo. (Is 11.10).
III - OS CRENTES E O REINO
A Igreja é uma das expressões do Reino na qual estão as esperanças humanas de participação no futuro reino celestial (Cl 1.13). O espírito do Anticristo (1 Jo 2.18) quer impedir que este Reino flua no coração das pessoas e no mundo, portanto, a Igreja tem a tarefa de, com Cristo, o seu Rei, lutar contra as potestades do mal que querem impedir a instalação do Reino, tanto agora, quanto no futuro perfeito. Para isto ela combate o pecado, individuais e coletivos, em suas mais variadas formas, que afeta a relação do homem com Deus, com o próximo e com a criação.
A atuação do Espírito Santo na correta interpretação da Palavra de Deus, levará todas as instâncias que a adotarem para a comunidade do Reino, inclusive a Igreja, que por isso, se constitui como anunciadora e proclamadora da Palavra no mundo. É no mundo onde acontece a vida, a concretude das histórias pessoais e universais, é onde acontece a realidade histórica, cultural, social, política e ecológica, onde está inserida a Igreja, portanto ela faz parte do mundo, mesmo não sendo do mundo. Não sendo do mundo não pode se mancomunar com política, economia, religiosidade e sociedade corrompidas e injustas, mas estar inserida nela como voz profética. O cristão não se envolve com a política, a economia e a sociedade com interesses egoístas, desejos ilícitos ou para promover si próprio, antes se envolve para promover os valores e a antecipação do Reino de Deus na terra.
De posse e prática da Palavra de Deus, a igreja tem autoridade para implantar antecipadamente o Reino, ainda que de forma precária diante de perfeição do Reino por vir. A Igreja vislumbra já e agora o Reino futuro, entretanto, o Reino vai muito além dos limites da Igreja e sua plenitude está profetizada para o futuro. Assim, o Reino de Deus se resume em esperança futura gloriosa, mas também em ações concretas aqui e agora, caso contrário as realidades do Reino foram mal compreendidas. Desta forma, a Igreja é cooperadora com Deus para antecipar o Reino no mundo, mas aguarda, de forma não alienada do mundo, quando Deus mesmo instalará seu Reino para todo o sempre. A presença do Reino se mostra modesta, sem alarde, pois ainda não é completa, nem todos foram curados, libertos, perdoados e socialmente compensados. Jesus compara a limitação deste Reino entre os homens ao grão de mostarda (Mt 13.31-32), muito pequeno no início, mas que depois assume proporções gigantescas.
A implantação deste Reino tras consigo os seguintes embates: a) luta contra o reino de satanás, manifesto através da autoridade de Jesus sobre os demônios e a libertação dos mesmos, abolindo a invocação a outros deuses; b) libertação de carências e sofrimentos, demonstrada através das curas e das bem-aventuranças; c) libertação da culpa e do pecado. Jesus perdoou todos os pecadores, atraindo-os para si e restaurando-os; d) libertação de estruturas religiosas opressoras e alienadoras. Jesus mesmo promoveu reinterpretações da lei, embora ele não foi um novo legislador, mas a própria essência da nova lei do amor, para que promovesse a vida. “Vocês ouviram o que foi dito... mas eu lhes digo...” (Mt 5.22,28,32,34,39,44. Lc 16.16; Gl 3.24-25).
No Evangelho de João o Reino equivale à salvação e à vida eterna (Jo 3.3-5) que um homem não pode possuir sem o novo nascimento. No evangelho de Mateus as virtudes do Reino são demonstradas no Sermão do Monte (Mt 5-7) através da nova ética de princípios eternos do Reino de Deus. Portanto, em essência o Reino de Deus é a conversão do coração ao amor, à confiança, à certeza da provisão de Deus, à misericórdia, à justiça, à paz, ao perdão, ao descanso, à certeza do amor de Deus, enquanto Ele vai pacificando o coração, expandindo a consciência da vida Dele em nós, promovendo a tomada de decisão interior de descansar Nele. Mas estes privilégios do Reino trazem consigo responsabilidades, pois os participantes do Reino são um grupo em missão de Deus, são luz do mundo e sal da terra (Mt 5.13). Tem como função salvar almas, mas também de denunciar as injustiças que tentam ameaçar o Reino, devem promover a justiça e a vida com todas as suas nuances, variedades e possibilidades.
O Reino de Deus é este lugar onde não apenas encontramos, mas desfrutamos constantemente de paz e alegria independentemente do que estamos passando ou vivendo, pois é uma paz que não depende das circunstâncias, mas da comunhão entre o homem e Deus. (1 Co 4.20; Rm 14.17). O Espírito Santo é que promove no mundo os efeitos do reino através de sua atuação naquelas pessoas e instituições que aceitam o Reino. O Espírito opera: a) através da fé que vê além do efêmero e aponta para a transcendência da realidade do reino contra as potestades (humanas e diabólicas) do mal no “já agora”; b) esta fé é libertadora de leis e pretensões humanas injustas e opressoras; c) Ele promove a liberdade; d) e o amor, no qual toda realidade da Lei e do Evangelho se concentram, simbolizando que algo novo surge no meio onde imperava o ódio e o desespero.
Não há verdadeira manifestação do Reino de Deus se este não for acompanhado do amor de Deus derramado nos corações (Rm 5.5). Todos os que estão em Cristo (Rm 8.1; Ef 2.13; 3.6) manifestam esta nova vida cujo parâmetro principal é o amor, portanto, Cristo é a nova lei do amor e todos que se unem a ele vivem a realidade desta lei através da atuação do Espírito Santo.
Que nossa oração seja a de Mt 6.10.
Subsídio escrito pelo próprio comentarista da Revista, Pastor Claiton Ivan Pommerening.

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