terça-feira, 23 de agosto de 2016

Lição 09 - 3º Trimestre 2016 - O Sinal do Emanuel - Jovens.

Lição 09

O SINAL DO EMANUEL (7.1-25)
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-JOVENS-PROFESSOR-3TRIINTRODUÇÃOI - O CONTEXTO IMEDIATO DA PROFECIA MESSIÂNICA
II - O SINAL DO “EMANUEL”
III - O DEUS ETERNAMENTE CONOSCO
CONCLUSÃO
A importância de Isaías para a compreensão a respeito do Messias é inquestionável, prova disso são as frequentes citações de seus oráculos no Novo Testamento. Os seus textos messiânicos foram tomados teologicamente como um dos principais fundamentos para a compreensão da natureza e atuação de Jesus de Nazaré na condição de Messias prometido, particularmente em comunidades do primeiro século, formada em sua maioria por judaico-cristãos.
Entre os títulos messiânicos da tradição veterotestamentária, e interpretados como sendo de Jesus de Nazaré, um em particular recebeu destaque: “Emanuel”, que no hebraico é a junção de dois termos immánu, que significa “conosco” e El, que significa “Deus” ou “Senhor”, literalmente “conosco [está] Deus”. O título foi uma apropriação teológica do livro atribuído ao profeta Isaías, já que a expressão aparece em dois versículos e indiretamente em um versículo. Seguem os versículos: (1º) “Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is 7.14). (2º) “[...] e passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele, e chegará até ao pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel (Is 8.8)”. (3º) “Tomai juntamente conselho, e ele será dissipado; dizei a palavra, e ela não subsistirá, porque Deus é conosco” (Is 8.10).
I - O CONTEXTO IMEDIATO DA PROFECIA MESSIÂNICA
O capítulo que versa sobre o Emanuel, está inserido numa intensa relação diplomática envolvendo Acaz (735 – 716 a. C), rei de Judá, Resim, rei da Síria, e Peca (739 -732 a.C), rei de Israel. Estes dois últimos pressionavam Acaz para participar de uma coligação contra Tiglate-Pileser III (745 – 727 a.C), rei da Assíria. A recusa de Acaz em formar um bloco contrário à política de expansão da Assíria, fez com que Damasco e Israel se articulassem para derrubá-lo, pois o objetivo seria criar um cisma em Judá e inserir um governante vassalo fiel à coligação sírio-israelita, conforme informa o texto de Isaías.
Ainda que a coligação sírio-israelita não tenha logrado êxito em relação à tomada de Jerusalém, a anexação de Elate certamente impôs temor entre as autoridades e à população em geral. Acaz buscou apoio da Assíria contra a Síria. A ajuda da Assíria não saiu barato para Acaz, pois certamente se livrou da opressão sírio-israelita, porém não conseguiu se livrar dos tentáculos da dominação política de seu aliado, já que Judá passou a condição de vassalo da Assíria.  Na concepção teológica do profeta Isaías, a falta de confiança em Deus era o principal entrave para a superação daquela situação, pois o mesmo Deus que agiu na travessia do deserto em direção à Canaã traria salvação para a nação de Judá. Diante da situação política que se desenhava, tendo, por um lado, a coligação sírio-israelita, e por outro, os assírios, era necessário entregar a situação ao conselho de Deus, pois Ele é o fiel cuidador do seu povo!
II - O SINAL DO “EMANUEL”
Em hebraico Almâ significa virgem, moça, jovem, mulher recém-casada, certamente refere-se à juventude de uma mulher que Isaías tem em foco. Mas a condição da mãe e a identidade da criança não são claras. Como o povo saberia que a criança nasceu e quem era essa criança? Seria Ezequias filho de Acaz? A essa época já havia nascido. Ou seria um outro filho de Acaz? Ou um filho de Isaías? Portanto, num contexto imediato seria um filho de Acaz ou Isaías e num contexto remoto trata-se do Messias, o Cristo. A resposta de Acaz deixava claro que o rei não queria andar pelo caminho da fé, pois o seu plano de buscar simpatia aos assírios lhe parecia bastante confortável, se comparado ao fato de ter que viver sob a promessa de salvação dada por Deus. Certamente se cumpriu a promessa que Deus fizera a Isaías (6.9-10) acerca do povo, que ouviria a palavra, mas não a queria obedecer e consequentemente endureceria o coração.
Ainda que o Evangelho de Mateus seja o único a apresentar uma relação histórica e teológica entre o sinal do Emanuel de Isaías e a presença de Deus por intermédio do nascimento de Jesus de Nazaré, o conceito teológico da presencialidade de Deus em Cristo perpassa os escritos do Novo Testamento. Um dos textos mais antigos sobre a habitação de Deus entre os homens é o hino cristológico que aparece na carta escrita aos Filipenses por Paulo, provavelmente na segunda metade da década de 50 d. C. Segue o texto Fp 2.5-11.

III - O DEUS ETERNAMENTE CONOSCO
Embora se esteja trabalhando a ideia de “Deus conosco” (Emanuel) a partir da situação histórica de Judá, é preciso levar em conta que as sagradas escrituras apresentam a presença de Deus em toda a história humana. Por exemplo, a narrativa do Jardim do Éden descreve a presença de Deus entre a criação, particularmente em sua relação harmoniosa com o homem e a mulher. Deus passeava pelo Jardim (Gn 3.8), o que sugere assiduidade na tratativa com o homem e a mulher, indicando também uma relação de confiança e amizade. Mesmo com a relação abalada por causa do pecado, Deus jamais deixou de desejar ardentemente estar conosco, é o que mostra o relacionamento de Deus com os grandes personagens da Bíblia Sagrada.
A partir de Abrão e de sua descendência, Isaque e Jacó, surgiria a nação de Israel que desfrutaria da presença de Deus. Deus faz uma aliança com o povo de Israel, porém, a garantia da presença do Senhor estava condicionada à fé, ou seja, na entrega irrestrita do povo aos Seus desígnios. O Novo Testamento reconhece o valor da fé de homens e mulheres que, apesar de suas dificuldades, peregrinaram fundamentados na fé em Deus (Hb 11.1-40). Homens e mulheres que experimentaram o “Deus conosco”.
Apesar de todos os problemas que o povo de Deus teve para permanecer fiel à aliança, com tantas oportunidades que tiveram de experimentar sempre de novo a misericórdia e bondade de Deus e reiteradamente optaram pela desobediência, Ele permaneceu fiel à aliança com Israel, mesmo quando estavam no cativeiro. O povo quase foi dizimado, mas ele prometeu que um resto (Is 10.19), um remanescente (Is 1.9; Sf 3.13) e finalmente que “brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará” (Is 11.1), simbolizando o Messias, o Emanuel, que sobreviveriam a todas as destruições e catástrofes, portanto, apesar de não merecerem, ele cuidou e esteve com seu povo por amor a toda humanidade (Jo 3.16).
A presença de Deus ocorre em dimensões trinitárias, tendo em vista que o Pai, o Filho e o Espírito Santo atuam harmoniosamente entre nós, dando-nos sentido e direção existencial. Imbuídos da presença trinitária de Deus, homens e mulheres ousaram romper barreiras étnico-culturais para levar o evangelho para todas as nações, cumprindo assim a expansão do evangelho determinada por Jesus. A presença do Emanuel transcende a existência e a história. Ele apenas não esteve com Israel, mas também com toda humanidade. Ele sempre esteve, está e estará conosco provendo salvação, cura e cuidado de tudo e de todos. Convém estarmos atentos à presença do Emanuel em nossas vidas, manifestando-a a outros que também precisam dela para sobreviver aos conflitos, injustiças e percalços da vida. O “Deus conosco” nos convida a participar em seu Reino de justiça e paz, tendo em vista que a presença do Reino de Deus implica em destronar o império do mal.
O Emanuel faria parte então da esperança cristã da presença de Cristo na comunidade, motivo de grande celebração, pois ressoa a promessa: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28.20). Esta promessa não pode ser motivo para uma fé paralisada, ao contrario disso, o derramamento do Espírito Santo tinha como propósito capacitar homens e mulheres para serem “testemunhas” (At 1.8). Do mesmo modo hoje, celebremos a presença do Senhor em todas as dimensões da vida, testemunhando ao mundo os valores inefáveis do Reino de Deus, aguardando ativamente o desfecho final de Deus (Ap 21: 3).
Subsídio escrito pelo próprio comentarista da Revista, Pastor Claiton Ivan Pommerening.

Lição 09 - 3º Trimestre 2016 - A Evangelização das Crianças - Adultos.

Lição 09

A Evangelização das Crianças
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-LBP-3-Tri-2016 Page 1
INTRODUÇÃOI – A CRIANÇA É PECADORA E PODE PERDER-SE
II – A CRIANÇA PODE CRER E SER SALVA
III – COMO EVANGELIZAR AS CRIANÇAS
CONCLUSÃO
Quando devemos falar de Jesus para uma criança? Naturalmente tal pergunta traz outra inevitável: Como evangelizar uma criança? Quando se tenta praticar o evangelismo infantil é possível perceber a dimensão do desafio proposto. Uma das questões essenciais que devemos levar em conta no evangelismo infantil é a idade da criança. Falar de Jesus no linguajar infantil para muitas pessoas é uma tarefa hercúlea.
Conceito de Evangelismo Infantil
Apresentar um Deus salvador para a criança é uma tarefa que todas as famílias cristãs devem priorizar. As crianças têm de ser evangelizada desde a mais tenra idade. Neste sentido, a criança precisa aprender sobre Deus desde cedo por intermédio dos seus pais. No capítulo seis de Deuteronômio, as Escrituras declaram que é tarefa dos pais conduzirem os filhos no conhecimento de Deus. O método se daria da maneira simples: assentado em casa; andando no caminho; por intermédio do próprio exemplo. A ideia é que os pais contribuam para os seus filhos amarem a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Isso passa inevitavelmente pela família cristã, pelos pais das crianças cristãs.
O que nosso Senhor falou acerca das crianças?
Nosso Senhor disse que das Crianças “é o Reino de Deus” (Mc 10.14). Ainda, o Mestre fala: “Vede, não desprezeis alguns destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18.10). Esses textos bíblicos mostram que Jesus de Nazaré não hesitou em falar sobre as crianças, pois priorizou a aparente fragilidade e humildade do pequeno infante como aspectos fundamentais para se alcançar o Reino de Deus: “Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele” (Lc 18.17).
Deus ama as crianças
Devemos evangelizar as crianças, em primeiro lugar, porque Deus as ama. E o amor do Pai está derramado em nossos corações. A criança é aquele serzinho disponibilizado por Deus para amarmos sem medida, como da mesma forma Ele quer que nos amemos uns aos outros. Priorizar as crianças em nossas igrejas não é capricho, mas tarefa das mais sublimes e urgentes. Por isso a Educação Infantil deve funcionar plenamente. Todo o apoio deve ocorrer com a Escola Bíblica de Férias, a maior estratégia de evangelização infantil. Enquanto a igreja não se convencer em priorizar as crianças, iremos na contramão do Evangelho.
 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016. 

domingo, 21 de agosto de 2016

Lição 08 - 3º Trimestre 2016 - Primeiras Profecias Messiânicas - Jovens.

Lição 08

PRIMEIRAS PROFECIAS MESSIÂNICAS
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-JOVENS-PROFESSOR-3TRIINTRODUÇÃOI – CONSOLO AO POVO SOFREDOR
II – O PODER DO MESSIAS
III – OS NOMES DO MESSIAS
CONCLUSÃO
O bloco de sequências de profecias do capítulo 7 ao 12 pode ser chamado de “O livro do Emannuel”, pois, estes capítulos narram as primeiras profecias que Isaías, impelido pelo Espírito Santo, proclamou acerca do Messias. Neste trecho Isaias é mandado por Deus para falar com Acaz, atual rei de Judá daquela época e sucessor de seu pai Jotão e neto de Uzias estes dois foram bons reis para Judá (II Rs 15.33-34), porém Acaz não tinha confiança no Senhor, chegou a oferecer vários sacrifícios para deuses pagãos dentre os tais deu o seu próprio filho para ser queimado como oferta (II Rs 16. 2).
I – CONSOLO AO POVO SOFREDOR
Conforme Deus ordenara, Isaías foi encontrar-se com o rei Acaz e levou consigo o seu filho Sear–Jasub, cujo significado é “um resto voltará”. De acordo com o texto, o cenário político de Judá nesta altura não era dos melhores, pois a cidade estava prestes a ser tomado pelas forças aliadas de Rezim, rei da Síria e Peca rei de Israel, estes líderes tinham como objetivo principal forjar uma aliança com Judá para combater as forças assírias que estavam se expandindo rapidamente e ameaçavam se tornar um império, portanto seria necessário primeiramente destronar Acaz rei de Judá e colocar um rei títere que favorecesse a aliança que aqueles reis tanto desejavam. Conforme se encontram registradas nas narrativas de II Crônicas 28, Judá já havia sofrido baixas que geraram medo no meio dos habitantes e era assim que Acaz também se encontrava, conforme a narrativa bíblica: “moveu o seu coração e o coração do seu povo, como se movem as árvores do bosque com o vento” (Is 7.3).
Somente sob a inspiração do Espírito Santo para ser feita uma declaração como a que foi feita por Isaias! “Conosco está Deus.” Foi neste contexto em que Isaías inspirado pelo Espírito Santo, começou então a “desenhar” a figura do Messias, como símbolo de uma nova ordem, sem aparência de rei, mas com a dignidade de monarca, sem palácios, sem exércitos, contudo, ele ensinará e será juiz das nações, reinará com justiça e as nações virão até Jerusalém para o conhecerem. A característica primordial que articula este Reino é a constante e eterna presença de Deus, nada sucede sem a sua presença, tudo acontece nEle e por Ele, portanto, Jesus Cristo é o eterno sinal de que Deus está e estará conosco em todas as situações. Após o anúncio da destruição dos inimigos de Judá (7.4-9), Deus ordenou a Isaías que fosse ter com sua esposa que se encontrava grávida prestes a dar luz, e gerou um filho, então o Senhor falou ao profeta que este chamasse o menino de Maher Salal Has Baz (“pronto ao saque, rápido aos despojos”), este nome, portanto, sinalizava que a promessa não tardaria e seria cumprida logo (8.1–4), quando os assírios invadiram o reino do Norte. 
II – O PODER DO MESSIAS
Aqueles que moravam em regiões de morte tem agora lugar permanente na vida abundante (Jo 5.24), porque o Messias tem poder para fazer raiar a luz. O profeta Isaías não tinha em mente um príncipe terreno (pois alguns estudiosos comparam o nascimento da criança com o rei Ezequias), mas estava se referindo ao Grande Rei do futuro que seria chamado também de Messias, Cristo ou Ungido.
III – OS NOMES DO MESSIAS
1. Maravilhoso Conselheiro.
Maravilhoso é a prova clara que o Messias iria transcender os limites da compreensão e existência humanas comuns, como, por exemplo os milagres que os evangelhos relatam acerca de Jesus, o Messias, deixaram claro que Ele era extraordinário, ou seja, não é comum aos seres humanos caminharem sobre as águas (Mc 6.45–52; Mt 14.22–36; Jo 6.15–21), ou que simplesmente ordenem aos mortos para que voltem a vida (Jo 11.1–46), e o que dizer da sua morte e ressurreição? A característica de Conselheiro é indispensável aos reis, especialmente quando se trata do Rei dos reis e Senhor dos senhores que governará eternamente. Desde o Antigo Testamento ao Novo Testamento, observamos que Deus sempre deixou claro que o Messias seria amante da sabedoria (p. ex. Pv 8; Is 11.2), esta sabedoria é notável ao percebermos que até mesmo quando criança, antes de dar início ao seu ministério, Jesus já se sentava para gastar tempo com os doutores, os ouvia e os interrogava (Lc 2.41–52).
2. Deus Forte.
NEle “habita corporalmente toda a plenitude divina”, ou seja, não há e nunca mais haverá nenhuma criatura e situação que possa nos arrancar de Cristo (Rm 8. 31–39), pois todos os seres viventes estão sob o seu governo que é eterno e poderoso.
3. Pai da Eternidade.
Todas as coisas se perdem diante dEle e é Ele que nos aponta o futuro e nos convida a ser parte dEle e participar da alegria eterna que já desde Isaías está nos convidando e continuará nos convidando até que o tempo por Ele estabelecido se cumpra. Ele contrapõe a efemeridade de tudo que é humano, “ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” (Cl 1.17). Exatamente por Ele ser eterno, sem começo nem fim, é que é o Deus Forte que controla e mantêm todas as coisas em seu devido lugar, com todas as leis da natureza por Ele criadas e sustentadas.
4. Príncipe da Paz.
A paz tem sua origem na expressão hebraica shalom, que pode ser compreendida também como toda a salvação, benção e felicidade, mas a palavra também sugere prosperidade, espaço, riqueza, saúde, bem-estar, felicidade e contentamento, enfim, é uma paz muito abrangente.
IV – A CERTEZA DA VINDA DO MESSIAS
Atualmente muitas pessoas que ouvem estas promessas não conseguem acreditar, pelo fato de soarem como boas demais para se tornarem reais, mas o fato é que elas se cumprirão completamente com a segunda vinda de Cristo, isto quer dizer que boa parte do que o profeta profetizou já se cumpriu, primeiramente em seu tempo ou logo após, e por fim e acima de tudo, já se cumpriu e será ainda cumprido por meio de Jesus Cristo. Como garantia de que a palavra vem do Senhor, o próprio profeta Isaías deixou claro que o zelo do Senhor dos exércitos fará isto (9.7b).
Poderíamos citar inúmeros trechos do Novo Testamento que apontam que as profecias isaianas se cumprem em Jesus, porém, o que importa para nós é saber mediante a fé e as escrituras que Jesus já está sentado no seu trono de glória ao lado de Seu Pai pois venceu o príncipe das trevas (Mt 12.29; I Jo 3.8) e um dia fará raiar a alvorada de um reino de paz que abrangerá céus e terra. Após as extraordinárias visões que Isaías teve acerca do Messias, só lhe restou se encher de esperanças e entoar um salmo de ações de graças ao Senhor (Is 12). A nós também nos resta apenas dizer como o profeta: eis que Deus é a minha salvação! Pois o que Isaías escreveu, apesar de estar inserido num outro contexto, nos afeta diretamente, pois sabemos mediante a fé e as escrituras que as profecias discorridas sobre o Messias se cumpriram parcialmente e ainda se cumprirão completamente.
Subsídio escrito pelo próprio comentarista da Revista, Pastor Claiton Ivan Pommerening.

Lição 08 - 3º Trimestre 2016 - A Evangelização dos Grupos Religiosos - Adultos.

Lição 08

A Evangelização dos Grupos Religiosos
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-LBP-3-Tri-2016 Page 1
INTRODUÇÃOI – OS MITOS DA RELIGIÃO
II – COMO EVANGELIZAR OS RELIGIOSOS
III – RELIGIOSOS QUE REPRESENTAM DESAFIOS
CONCLUSÃO
Um fenômeno que nos traz espanto é o crescimento exponencial da religião num mundo em que a Ciência e a Tecnologia avançam drasticamente. Ora, o sentimento religioso é um elemento intrínseco ao ser humano e, por isso, não sobreviveu nem sobreviverá à concepção de um homem ideal arreligioso. A natureza religiosa do ser humano é inerente à constituição da própria natureza. Ainda que o seu objeto de contemplação seja de natureza meramente material, mas o sentimento, a necessidade e a consciência da existência de algo maior que o ser humano está no âmago do pensamento do homem moderno.
Neste contexto, a Igreja de Cristo se coloca à disposição da sociedade para levar esperança e respostas às pessoas que peregrinam esta existência por descobrir o sentido da vida. Até ocorrer o encontro com Cristo, é comum ouvirmos de irmão o caminho que trilhou por outras religiões até encontrar a pessoa de Jesus e desfrutar do seu amor e da sua paz. Embora não seja muito comum falarmos, mas a verdade que muitas religiões escravizam e esmagam a consciência e a liberdade da pessoa humana neste aspecto, o cristianismo não está a salvo, pois a história mostra que houve tempos sombrios, onde se perseguiu e matou em nome de Deus.
Portanto, precisamos de alguns cuidados:
1. Tratar a religião do outro com o devido respeito.
Nosso senhor não tratou a mulher samaritana de maneira grosseira, nem deixou de atender o clamor da mulher sírio-finícia. Ambas as mulheres, por certos, adoravam outros deuses e praticavam uma religião que, do ponto de vista das Escrituras, não dignificavam o ser humano. Mas com todo carinho e amor, Cristo Jesus se pôs a falar com essas mulheres de maneira respeitosa e amorosa.
2. Não detratar a religião alheia.
Não é fazendo “guerra santa” que pessoas crerão no Senhor. É constrangedor quando sabemos de casos de completa falta de sabedoria e bom senso, em que o anunciante da Palavra põe-se a agredir a religião alheia. É importante ressaltar que, da mesma forma que nos sentiríamos ultrajados se alguém entrasse em nosso prédio e quebrasse o púlpito à machadadas, igualmente o mesmo sentimento se passa na mente e no coração do adepto de determinada religião em que vê o seu símbolo sendo maltratado. A atitude de “guerra” e agressividade nada tem haver com o nosso Senhor e o seu método de propagar o Evangelho e o Reino de Deus.
 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016. 

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Lição 07 - 3º Trimestre 2016 - A Chamada e Purificação do Profeta - Jovens.

Lição 07

A CHAMADA E PURIFICAÇÃO DO PROFETA (6.1-13)
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-JOVENS-PROFESSOR-3TRIINTRODUÇÃOI – A PARÁBOLA DA VINHA
II - DEUS CUIDOU E ESPEROU COISAS BOAS DA VINHA
III - O CASTIGO E O EXÍLIO DA VINHA
CONCLUSÃO
O profeta Isaías tem um vislumbre da glória e santidade que lhe toca assombrosa e magnificamente alterando completamente seu modo de pensar. Suas emoções e sua razão são afetadas positivamente pela visão, de tal forma que ele se entrega totalmente a partir deste evento. A glória denota o ser e a presença de Deus que se torna manifesta em aviltante contraste com a situação do ser humano; por isso ela causa tantas reações espirituais, psíquicas, emocionais e físicas, como no caso do profeta Isaías.
No Antigo Testamento esta glória é manifesta a Moisés na sarça ardente (Ex 3.2-4); na nuvem que os guiava no deserto e na coluna de fogo durante a noite (Ex 16.7,10); no monte Sinai onde Moisés viu a glória do Senhor face a face (Ex 24.15-18; 33.20; 34.5-8); no tabernáculo onde se manifestou a glória (Ex 40.34-35); nos sacrifícios (Lv 9.22-23); no templo (1 Re 8.11; 2 Cr 7.1-3); e também é revelada aos profetas Isaías (Is 6) e Ezequiel (Ez 1.28) e descrita nos Salmos 18 e 29.
No Novo Testamento ela é vista pelos pastores (Lc 2.9,14), pelos discípulos de Cristo (Jo 1.14); nos sinais e milagres de Cristo (Jo 2.11); na transfiguração (Mt 17.1-8); na demonstração de Sua própria glória (Jo 7.39; Hb 1.3) e será revelada na Sua vinda (Mc 8.38). Esta glória deve ser refletida pela igreja (2 Co 4.3-6) enquanto proclama o evangelho de Cristo (1 Pe 4.14). “E vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (Jo 1.14). Esta glória que a tudo preenche será plenamente revelada aos seres humanos quando estivermos na cidade celestial (Ap 15.8; 21.23).
I – A VISÃO SANTA
Os símbolos da santidade do Senhor são majestade e glória, como vistos por Isaías. Ele tem um sentimento de criatura e nulidade, que é um efeito colateral do sentimento de receio e assombro levando a uma dependência total de Deus, que se revela na teofania e “pressupõe uma sensação de superioridade (e inacessibilidade) absoluta” de Deus (Hb 12.21), portanto, o ser humano como um todo, composto de emoções, sentimentos, desejos, volição, raciocínio, intelecto e corpo são tomados pela presença do Todo Poderoso nesta experiência. O ser humano sente-se como que um profano ante a augusta presença. Estes sentimentos podem estar presentes cada vez que o sujeito se abre a esta experiência com Deus, seja na conversão, no batismo no Espírito Santo ou em momentos de comunhão. Quem é atingido pelo milagre ou prodígio da presença de Deus fica boquiaberto, estupefato e assombrado (no sentido de espanto) diante da estranheza absoluta, do totalmente outro, daquele que foge ao entendimento.
Mas o assombro produz também a constatação da beleza do Eterno que traz admiração e é algo atraente, cativante, arrebatador, encantador e fascinante pelo perfeito caráter divino, demonstrados através do amor, da misericórdia, da compaixão e do consolo. Ninguém que tenha um encontro verdadeiro com Deus sai desta presença brincando ou indiferente. Sempre que alguém disse que teve um encontro destes é tomado de um santo temor, por uma mistura de inadequação, não merecimento e pequenez, ao mesmo tempo em que é tomado por uma admiração, um desejo de adoração, uma vontade de entregar-se, enfim, fascinação e assombro ao mesmo tempo, uma mistura de sentimentos que ao final produzem novas estruturas de compreensão mentais e emocionais, mas também constroem um novo sujeito.
A compreensão do amor de Deus, presente em sua glória, produz nele um alívio pela culpa do pecado, a certeza do livramento da condenação eterna, uma libertação de neuroses religiosas e traz esperanças concretas de um cuidado paterno que somente Deus pode dar. Mas este amor produz a grande responsabilidade da luta pela pureza e pela integridade, pois diante do santo nenhuma leviandade, lassidão ou flerte com o pecado são desculpáveis.
A visão lhe dá a constatação mais difícil para qualquer ser humano, a sua pecaminosidade e miséria, levando-o a uma confissão que sai do profundo do coração: “ai de mim, que vou perecendo!” (Is 6.5).
II – A PURIFICAÇÃO DO PROFETA
A manifestação da glória e santidade de Deus produz um contraste absoluto entre criatura e criador. Deus lhe estende a mão através da tenaz do anjo e da brasa tirada do altar. Mas ao Deus descer ao encontro do ser humano isto não lhe tira a majestade, não lhe diminui, antes salienta seu caráter majestoso de amor. Entretanto ao se aproximar do ser humano Deus lhe traz para perto Dele, lhe expande as virtudes, o torna santo como Ele é santo (Hb 12.10). Santificação (ou perfeição) não significa ausência absoluta de pecados, pois isto somente será possível no céu, mas antes significa desenvolver maturidade na consciência, na liberdade, nos relacionamentos e na transcendência de tal forma que, entre escolher um prazer momentâneo ilícito ou a felicidade e alegria constante do Espírito, optar-se-á por este último, pois é este que traz descanso e paz a alma humana.
Assim, o encontro com o Santo produz o equilíbrio necessário entre um ascetismo religioso empobrecedor que o leva a viver ansiosamente e o impossibilita de fazer escolhas sábias, bem como da liberdade desintegradora que o leva a lançar-se em situações confusas que conduzem a caminhos de morte. O evangelho nos conclama a viver o equilíbrio da liberdade interior onde tudo é lícito, inversamente ao compromisso de viver sem que nada fira a consciência ou entristeça o Espírito Santo. (Ef 4.30). Essa liberdade é fruto da vontade do ser unificada pelo Espírito Santo, onde a luta interior entre bem e mal é apaziguada e direcionada à vontade de Cristo.
III – A CHAMADA DO PROFETA
Somente consegue obedecer sinceramente quem é completamente livre, mas a verdadeira liberdade somente é possível quando se cultiva a liberdade interior, que brota do núcleo do ser, do interior mais invisível, porque é ali que Deus habita, e somente se é livre quando se atinge este lugar mais íntimo, onde não existem apenas aparências, hipocrisias ou faz de conta, mas é onde Deus tudo vê e discerne. Este é o lugar onde ninguém consegue nos manter presos a nada, nem a religiosidade, nem a normas ou dogmas religiosos. Embora em Cristo estejamos sujeitos a todos, em Cristo estamos também livres de tudo e de todos. Portanto, é no coração que se resolve esta paradoxal situação, ser completamente livre para obedecer.
Mas a liberdade tem um preço, as consequências da liberdade são reféns das escolhas, se forem escolhas sábias e prudentes elas nos levarão a lugares de sensatez e honra, mas se forem escolhas estúpidas elas nos levarão a lugares de amarga derrota e consequências fugazes. Como disse o poeta Pablo Neruda: “Você é livre para fazer escolhas, mas é prisioneiro das consequências.” É no coração que se fazem as melhores escolhas, podem matar ou fazer viver, mediocrizar ou fazer voar alto, fazer pecar ou embelezar-se de santidade. Portanto, é uma luta e escolha diária vencer o egoísmo de querer se satisfazer, dando lugar aos desejos próprios, aos pensamentos de orgulho, à justiça própria, aos pecados que gostamos, ao nosso planejamento de vida e a nossa vontade. Jesus nos convida a voluntaria e em total liberdade sujeitarmos tudo a Ele.
O resultado do ministério do profeta mostra que o ativismo e a busca desenfreada por sucesso em tudo que se faz, nem sempre é o desejo de Deus. Histórias deslumbrantes e testemunhos arrebatadores nem sempre estão de acordo com a santidade de Deus. Os frutos do trabalho podem demorar séculos como no caso de Isaías. A tentação do imediatismo ministerial tem sido um grande mal para a igreja, pois tem feito muitos trocarem os métodos de Deus, algumas vezes demorados, por métodos humanos fáceis e rápidos, mas que não correspondem com a santidade daquele que chamou nem produzem frutos duradouros.
Desta forma convém que diante do chamado pessoal de cada um, estejamos submissos e obedientes àquilo que o Santo quer de cada um, com um coração livre para atender ao seu ide, pois ver o Senhor implica em olhar para cima, olhar para si mesmo e olhar para os outros com compaixão.
Subsídio escrito pelo próprio comentarista da Revista, Pastor Claiton Ivan Pommerening.

Lição 07 - 3º Trimestre 2016 - O Evangelho no Mundo Acadêmico e Político - Adultos.

Lição 07

O Evangelho no Mundo Acadêmico e Político 
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-LBP-3-Tri-2016 Page 1
INTRODUÇÃOI – DANIEL NA UNIVERSIDADE DE BABILÔNIA
II – DEUS NA ACADEMIA BABILÔNICA
III – A INTERVENÇÃO DE DEUS NA POLÍTICA BABILÔNICA
CONCLUSÃO
Entrar na universidade é uma tarefa complexa e requer muita força de vontade e esforço. Na perspectiva cristã, ela se torna mais complexa ainda, pois sob o ponto de vista do pensamento, as universidades são hostis aos alunos oriundos da tradição cristã. Essa hostilidade é sentida principalmente nos cursos das áreas de humanas. Somando ao fato de que a maioria dos nossos jovens não está preparada evangelicamente para defender sua fé; muitas vezes o desespero toma conta do jovem cristão. Ora, além da pressão do processo de vestibular, mais o ataque gratuito por parte de professores universitários, os jovens cristãos sentem-se isolados e não fazem uso do seu direito constitucional de manifestar a sua fé de maneira inteligente e coerente. Essa regra vale tanto para os jovens quanto para os adultos cristãos que ingressam mais tarde numa universidade.
Uma proposta?Para falarmos sobre evangelização em universidade, ou do mundo político, primeiramente, deve haver um estágio intenso de treinamento das mentes de nossos irmãos, como num treinamento de um candidato às missões transculturais, pois ele tem de se preparar muito para exercê-las, dominando a cultura e a língua, em primeiro lugar; e as particularidades dos países em que se deseja evangelizar. No caso do evangelismo universitário não é diferente.
O primeiro estágio passa pelo contato da historicidade da fé cristã. Nossos irmãos precisam ter o contato com a história a fim de conhecer a herança histórica e filosófica da própria fé, bem como ter contatos com obras dos primeiros pais da Igreja, o pensamento de Agostinho, Tomas de Aquino, Martinho Lutero, João Calvino, João Armínio, John Wesley etc. Em outro momento, servir aos nossos irmãos de bons filósofos e apologistas cristãos mais contemporâneos de grande envergadura intelectual: Chesterton, C.S. Lewis, Alister Mcgrath, Willian Lane Craig, Alvin Platinga e outros. Para introduzir nossos irmãos ao diálogo das principais cosmovisões de pensamento no mundo, a CPAD tem uma série de obras disponíveis para esse objetivo: “Sua Igreja está preparada?”; “Panorama do Pensamento Cristão”; “E Agora como Viveremos”; “Verdade Absoluta”.
Não há outra instituição especializada e capacitada, senão a Escola Dominical, para desenvolver com seriedade e qualidade esse urgente trabalho. Preparar nossos irmãos para este trabalho é fundamental para a evangelização universitária e a consequente sobrevivência nas comunidades acadêmicas atuais.
 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016. 

Lição 06 - 3º Trimestre 2016 - Parábola do Castigo e Exílio de Judá - Jovens.

Lição 06

PARÁBOLA DO CASTIGO E EXÍLIO DE JUDÁ (5.1-30)
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-JOVENS-PROFESSOR-3TRIINTRODUÇÃOI – A PARÁBOLA DA VINHA
II - DEUS CUIDOU E ESPEROU COISAS BOAS DA VINHA
III - O CASTIGO E O EXÍLIO DA VINHA
CONCLUSÃO
As parábolas eram um método de linguagem largamente usado pelos escritores do Antigo Testamento e isto atesta o poder de sua eficácia. As parábolas eram o mais perfeito exem­plo de linguagem figurada para mos­trar e reforçar as verdades divinas. O ensino por parábolas é, sem dúvida, muito produtivo. Quando completamente compreendida a parábola é mais fácil de ser lembrada por seu estilo literário ser mais atraente. A vinha é identificada com a casa de Israel, que aqui é sinônimo da tribo de Judá que representava toda a nação de Israel. Afim de que o povo ouvisse a voz de Deus, o profeta Isaías não somente fala como também emprega, em suas profecias, sinais que declaravam a desgraça que estava por vir. O juízo divino estava às portas da cidade culpada, as palavras de Deus tinham sido pronunciadas em vão e o profeta a partir da parábola da vinha transmite mais uma vez o alerta de iminente condenação.
Entretanto apesar da situação trágica do povo, o profeta Isaías nos apresenta também o amor e carinho de Deus pela sua vinha, amor e carinho que não podem ter como contrapartida frutos de egoísmo e de injustiça. O Povo de Deus precisa deixar-se transformar pelo amor sempre fiel de Deus e produzir frutos bons como a justiça, o direito, o respeito pelos mandamentos e a fidelidade à Aliança. A imagem da vinha de Deus fala deste povo que aceita o desafio do amor do seu Deus, mas Ele exige frutos de amor, de paz, de justiça, de bondade e de misericórdia.
I – A PARÁBOLA DA VINHA
Todos os esforços foram investidos para que a vide produzisse bons frutos, no entanto o que ela produziu foram uvas bravas. Israel era grande em número, no entanto, a fé que professavam não refletia a justiça que verdadeiramente engrandeceria a nação. Israel podia estar visivelmente saudável como uma vide em toda a sua pujança, mas não havia nenhuma vida interior de piedade, não havia amor nem fé genuína, os frutos produzidos eram amargos como o fel e não ofereciam vida espiritual para quem destes frutos se alimentava.
A vinha era indubitavelmente magnífica, foi cultivada pelo próprio Deus, mas seus frutos não dignificaram quem a cultivou, ou seja, o povo não era nem santo, nem justo, nem leal a Deus e muito menos tinha amor ao próximo, se fundamentavam numa religiosidade sem uma genuína vida espiritual. Podem existir grandes ofertas, e muitos esforços exteriores, contudo, sem o espírito da oração, da fé, da graça e da consagração, qualquer boa intenção é desprovida de verdadeiros valores espirituais. As uvas que a vide produziu foram de qualidade ruim. Embora o agricultor tivesse plantado as melhores mudas produziu apenas uvas bravas (Is 5.2-4).
Nos Evangelhos, Jesus retoma a imagem da vinha e a partir dela, critica severamente os líderes judaicos que se apropriaram, em benefício próprio, da vinha de Deus e se recusaram a oferecer a Deus os frutos que lhe eram devidos. Jesus anuncia que a vinha (Mt 21.33) vai ser-lhes retirada e vai ser confiada a trabalhadores que produzam e que entreguem a Deus os frutos que ele espera. Paulo também exorta os cristãos da cidade grega de Filipos e todos os que fazem parte da vinha de Deus a viverem na alegria e na serenidade, respeitando o que é verdadeiro, nobre, justo e digno (Fp 4.8). São esses os frutos que Deus espera da sua vinha.
II - DEUS CUIDOU E ESPEROU COISAS BOAS DA VINHA
Seu cuidado não se baseia apenas em seu poder, mas primeiramente em seu amor divino que protege os seus filhos, Ele sustenta o ser humano e não os deixa tropeçar (Sl 121). Deus prometeu ao seu povo proteção contra todos os seus inimigos e em contrapartida Israel teria que obedecer e confiar em seu Deus, apesar dos muitos perigos potenciais. Nos dias do Antigo Testamento era comum a invasão de saqueadores para roubar ou destruir as plantações, isto trazia muito sofrimento para os moradores das cidades que, sem comida, enfrentavam tempos de privação ou eram obrigados a deixar sua terra em busca de outra que lhes oferecesse as condições básicas para sobrevivência, e este êxodo poderia trazer alegria ou muita tristeza como no caso de Noemi e sua família. 
O próprio Deus era o vigia de sua vinha, Ele não dorme nem se cansa, está sempre alerta para proteger e guardar o seu povo. A invasão de povos inimigos que destruíram o reino do norte e em breve destruiriam o reino do sul não aconteceram por falta de atenção do vigia, mas por permissão Dele que se usou destas nações como vara de sua ira para ensinar ao seu povo o que eles não foram capazes de aprender, apesar de todas as demonstrações de amor do seu Deus em ensinar seu povo.
Deus esperava de seu povo obediência a sua lei e ordenanças, a prática da justiça e submissão ao Seu senhorio, mas tudo que ele colheu foram roubos, injustiças, corrupção, idolatria, opressão e toda sorte de males. Sendo desobediente e insubordinado o povo agora luta contra a lei de Deus que uma vez fora estabelecida, dando lugar às leis de seu coração corrompido pelo pecado. A rebeldia do povo se revestiu de uma violência que foi capaz de cegá-los tornando-os insensíveis a percepção do bem e do mal.
III – O CASTIGO E O EXÍLIO DA VINHA
O povo havia perdido o senso de moralidade e tornou-se especialista em perverter as coisas, a lei mosaica era o guia dos homens, mas aquele povo a muito já tinha abandona a lei. Se tornaram cínicos quanto ao que realmente era bom, para eles o que funcionava era bom, em suas vidas havia lugar para tudo menos para Deus e suas orientações, suas consciências estavam longe da influencia divina. Deus é pai, mas não age baseado em sentimentos paternalistas e parciais, Sua natureza não permite que seja injusto, Ele sempre julgará e agirá em retidão, por isto não poupa nem mesmo seus filhos, se estes se tornarem rebeldes e indiferentes ao seu amor e cuidado.
Isaías prevê com extrema exatidão várias invasões que Judá e Jerusalém sofreriam, primeiramente pelos Assírios, sob o comando de Senaqueribe em 701 a.C., e finalmente, várias invasões pelo exército Babilônico, culminando no cativeiro final e destruição de Jerusalém em 587 a.C., sob o comando de Nabucodonosor, cumprindo-se assim a profecia de Isaías. Quando Cristo se aproxima de nossa alma Ele a examina com discernimento agudo. Dele não se zomba, não é possível enganá-lo. As exterioridades podem nos enganar, mas nosso Senhor não comete nenhum engano assim, Ele está atento ao fruto que sua vinha está produzindo. Ele conhece o fruto seja em que estágio este se achar, Ele nunca confunde uma expressão puramente religiosa com o fluir real do Espírito no coração, jamais confunde graça autêntica com mero emocionalismo. Ele sabe exatamente quem somos, onde estamos e o que nos motiva e não julga segundo a aparência, mas segundo a verdade.
O cuidado de Deus a favor do seu povo é perfeito, nada lhes falta (Sl 23), ele os esconde debaixo de suas asas (Sl 91), portanto, provê tudo e tem grande esperança que nós frutifiquemos abundantemente. “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.” João 15:1-3.
Subsídio escrito pelo próprio comentarista da Revista, Pastor Claiton Ivan Pommerening.

Lição 06 - 3º Trimestre 2016 - A Evangelização dos Grupos Desafiadores - Adultos.

Lição 06

A Evangelização dos Grupos Desafiadores
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-LBP-3-Tri-2016 Page 1
INTRODUÇÃOI – JESUS ANUNCIA O EVANGELHO DA INCLUSÃO
II – O EVANGELHO ÀS PROSTITUTAS
III – O EVANGELHO AOS HOMOSSEXUAIS
IV – O EVANGELHO AOS CRIMINOSOS
V – O EVANGELHO AOS VICIADOS
CONCLUSÃO
No mundo inteiro, uma agenda progressista e revolucionária nos costumes invade a cultura ocidental, de modo a causar graves confrontos de ideias, até mesmo físicos. Todo estudioso sério sobre a cultura mundial sabe que a partir de Antonio Gramsci, sobretudo, da queda do Muro de Berlim, em 1989, há uma proposta hegemônica em curso para fazer uma revolução, não mais por intermédio das armas ou da violência física, mas pela via cultural. Uma revolução que ganhe a consciência, o sentimento e a alma do indivíduo ao ponto de ele começar a pensar sem discernir a origem daquele pensamento, onde sua individualidade e consciência fossem dissolvidas no “mar das lutas coletivas”. Por isso assistimos a intensificação da agenda ideológica da defesa do aborto, da ideologia de gênero, do homossexualismo como doutrinação, da legalização e naturalização da prostituição, do controle do Estado sobre o indivíduo, do enfraquecimento do conceito de propriedade privada etc. Tudo isso faz parte de uma grande agenda contra a herança civilizatória ocidental. Esta é resulta da simbiose entre a filosofia grega, o direito romano e o cristianismo bíblico. Por isso se pode dizer que o tripé do Ocidente está constituído em três grandes cidades: Atenas, Roma e Jerusalém. A proposta dessa agenda é implodir esse tripé.
O que isso tem a ver com a evangelização da Igreja?
Para quem não tem a esperança em Cristo, o quadro é de caos no mundo. Por isso, uma vez portadora dessa consciência histórica, a Igreja deve exercer um papel profético, se dirigindo aos meandros de uma sociedade sem Deus, mas não se envolvendo em guerras abertas sobre temas periféricos em que em nada contribui para a ação evangelizadora.
A Igreja, sob o ponto de vista moral, deve se declarar a favor da vida, do modelo de família estabelecido por Deus, da dignidade da pessoa humana, se posicionando claramente contra a ideia da prostituição etc. Mas por outro lado, ela deve ter o cuidado de não transformar isso numa guerra contra pessoas por intermédio da política partidária, pois a natureza primária da evangelização é alcançar todos os povos e, principalmente, as pessoas mais excluídas da sociedade (Lc 4.18-19). Devemos reconhecer que há prejuízo para a prática da evangelização quando os confrontos são radicalizados. Neste sentido, devemos amar os grupos desafiadores por intermédio do amor do Pai derramado em nossos corações.
 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016.