segunda-feira, 4 de julho de 2022

Lição 01 - 3º Trimestre 2022 - As Sutilezas de Satanás contra a Igreja de Cristo - Adultos.

 Lição 1 – As Sutilezas de Satanás contra a Igreja de Cristo

ESBOÇO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO
I – A IGREJA SOB ATAQUE
II – A NATUREZA DO ATAQUE
III – AS ESFERAS DO ATAQUE
IV – A IGREJA PROTEGIDA
CONCLUSÃO

Esta primeira lição tem quatro objetivos que os professores devem buscar atingi-los:

1. Mostrar que a Igreja está sob ataque de Satanás;
2. Descrever a natureza do ataque;
3. Elencar as esferas do ataque;
4. Pontuar os instrumentos de proteção da Igreja

Qual é a natureza do ataque contra a Igreja de Cristo? Para descrever a natureza desse ataque, leve em conta este fragmento textual da obra “Os Ataques contra a Igreja de Cristo”, escrito pelo pastor José Gonçalves:

Neste livro mostraremos as esferas nas quais o ataque à fé cristã tem se concentrado. De uma forma geral, podemos dizer que esse ataque engloba as esferas sociopolítica, ético-moral e espiritual. Nesse aspecto, veremos que o Estado e, consequentemente, as instituições que o representam servem de escudo para aqueles que não apenas se opõem aos valores cristãos, mas querem a todo custo ver a fé cristã desconstruída. Por outro lado, como já sublinhamos, o ataque à igreja também acontece do lado de dentro. Na verdade, essa, a meu ver, é a mais letal forma de ataque que o Adversário promove contra a igreja. Isso por uma razão bem simples — líderes cristãos fracos, que não têm convicção de suas crenças, tornam-se não apenas presas do Inimigo, mas, sobretudo, instrumentos de propagação de seus erros. Isso acontece quando os líderes cristãos doutrinados se rendem à cultura desse mundo, aceitando passivamente aquilo que o espírito dessa época ditou como sendo a sua verdade.

Isso pode ser visto, por exemplo, nos recentes episódios envolvendo grandes líderes e estrelas do mundo gospel. Pregadores famosos têm se levantado para contestar o modelo ortodoxo da fé cristã e em seu lugar colocar outro evangelho que se adeque às suas crenças e convicções. Nesse aspecto, vemos a graça sendo não apenas barateada, mas, sobretudo, banalizada. Dessa forma, práticas que anteriormente eram vistas como pecaminosas ou inadequadas para o líder cristão, tais como o adultério e o divórcio, são cada vez mais aceitas sem maiores contestações. Não é incomum vermos grandes líderes envolvidos em escândalos sexuais e, da mesma forma, trocando suas esposas por outras mais jovens.

Assim, também, ainda dentro desse mesmo contexto, vemos pastores afirmando que a Bíblia é um livro que precisa ser atualizado para se ajustar às recentes conquistas sociais. A Bíblia deixa de ser a inspirada Palavra de Deus para se converter em um manual de moral que já se desatualizou. Na realidade, o que se pode afirmar com segurança é que esses líderes se renderam à cultura mundana que eficientemente desconstruiu suas convicções e fé. O mais grave disso tudo é que temos aqui um “veneno dentro da panela” que está matando pessoas dentro da igreja. Muitos desses líderes, que se renderam ao espírito deste mundo, em vez de entregarem suas igrejas, continuam de forma profana usando seus púlpitos para defender seus relacionamentos errados e suas formas equívocas de crer.

Da mesma forma, o neomarxismo e a espiritualidade holística também são bandeiras levantadas nesse contexto cultural pós-moderno. Qualquer cristão com um pouco de discernimento já tomou consciência de que há uma ideologia de natureza social que quer a todo custo suplantar os valores cristãos. Nesse aspecto, o neomarxismo ou marxismo cultural, como tem sido rotulado ultimamente, tem se convertido numa poderosa ferramenta usada para desconstruir a cultura judaico-cristã. Isso pode ser claramente percebido através de um sistema de doutrinação que procura abranger todos os seguimentos da sociedade. O que pregam e creem esses doutrinadores é diametralmente oposto àquilo que preceituam as Escrituras Sagradas. Isso vai desde a tentativa de remoção de símbolos religiosos de espaços públicos até mesmo à tentativa de se negar a natureza biológica do sexo. Por outro lado, a espiritualidade holística ou nova espiritualidade tem cada dia ganhado mais espaço nesse caldo cultural. O enfoque agora está no modelo holístico baseado na espiritualidade oriental, e não mais nos valores ocidentais notadamente cristãos. Nesse novo modelo, tudo é “deus” e “Deus” é tudo. Buda, Javé, Alá e Jesus são apenas nomes diferentes para a mesma divindade. Não há um céu para se conquistar nem tampouco um inferno para se evitar.

Texto extraído da obra Os Ataques contra a Igreja de Cristo, editada pela CPAD.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Lição 11 - 2º Trimestre 2022 - Epístolas às Igrejas - Juvenis.

Lição 11 – Epístolas às Igrejas

ESBOÇO DA LIÇÃO
1. TODAS AS EPÍSTOLAS
2. AS PRIMEIRAS EPÍSTOLAS
3. AS EPÍSTOLAS GERAIS
4. PROPÓSITOS E RELEVÂNCIA

OBJETIVOS
CONHECER o número de Epístolas e suas autorias;
COMPREENDER o propósito geral das Epístolas;
ENTENDER a relevância das Epístolas para a Igreja atual.

Querido (a) professor (a), conhecer as Epístolas e saber a importância delas para a Igreja, é primordial para que o juvenil aprofunde o seu conhecimento bíblico. Nesta lição, os juvenis verão apenas uma perspectiva sobre as epístolas e como elas se organizam. As epístolas devem ser lidas, principalmente, buscando o encorajamento e as orientações que elas transmitem. Devemos nos familiarizar com esta parte do Novo Testamento, principalmente voltando-nos para o conforto, a consolação, o ensinamento e a orientação de que tanto necessitamos e que essas epístolas nos trazem.

“As epístolas de Paulo são alguns dos primeiros documentos que temos no Novo Testamento e nos fornecem discernimento desse estranho movimento que começou no judaísmo, mas veio a ser conhecido como cristianismo. Nas primeiras décadas do cristianismo, Paulo escreveu a vários grupos de cristãos a fim de encorajar, exortar, advertir, repreender e, em geral, instruí-los. Ele podia extrair nascentes de conhecimento profundo do Antigo Testamento e dos ensinamentos de Jesus. E essas epístolas, localizadas no meio do nosso Novo Testamento, devem desempenhar um papel de incalculável importância na nossa compreensão de Jesus Cristo e sua missão entre nós.”

(DEVER, Mark. A Mensagem do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 156).

Deus abençoe a sua aula e seus alunos.

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Lição 11 - 2º Trimestre 2022 - Antecipando os Planos de Deus - Jovens.

 Lição 11 – Antecipando os Planos de Deus

Prezado(a) professor(a), para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio da semana. O conteúdo é de autoria do pastor Alexandre Coelho, comentarista do trimestre.

INTRODUÇÃO

Ao iniciar a última tentação direta contra o Senhor Jesus, Satanás tenta motivar o Messias a antecipar o que Deus já havia reservado para Ele: Ser herdeiro de todas as coisas. A cruz, pela proposta de Satanás, seria dispensável e desnecessária. Jesus poderia ter os reinos do mundo por um simples ato de se ajoelhar diante do tentador.

Mas trilhar um caminho mais curto para receber o que Deus tem para nós pode custar a nossa comunhão com o Senhor e o plano dEle para cada um de nós. O preço da antecipação do que vamos receber do Senhor é alto e muito caro, e pode envolver concessões para Satanás atuar em nossas vidas ou atrapalhar os projetos de Deus em nós. Há um caminho a ser trilhado para que recebamos do Eterno o que Ele tem reservado para nós, e tomar atalhos sempre será um desvio do caminho que nos foi proposto.

I–A GLÓRIA DESTE MUNDO

Mudando o Cenário

Ao ser derrotado por Jesus na segunda tentação, Satanás transporta o Senhor para outro lugar. Na primeira tentação, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, onde depois foi tentado. Na segunda tentação, Satanás se encarrega de tirar Jesus do deserto e lhe oferece a oportunidade de ser um espetáculo, desafiando a Palavra de Deus e se lançando da parte mais alta do santuário hebreu. Nessa terceira tentação, o Senhor é levado para um monte muito alto.

É notório que o Espírito conduz Jesus a um lugar de retiro, para meditação e oração, elementos necessários a um ministério, e que Satanás transporta o Senhor para lugares onde Ele teria notoriedade ou receberia a atenção ou o poder deste mundo. Deus não desejava para Jesus um ostracismo, e, no devido tempo, o Messias seria visto pelo povo em seu ministério. Não é errado adquirir notoriedade e ser destacado ou honrado, mas quando essas situações ocorrem da parte de Satanás, é algo perigoso. É preciso ter cuidado e discernimento para que não nos vejamos em lugares “altos”, imaginando que quem nos colocou lá foi Deus. O Senhor pode nos exaltar e nos honrar, mas somente quando formos maduros o suficiente para dar-lhe a devida glória pelo que Ele opera por nosso intermédio.

O que Satanás Tem a Oferecer

Satanás não se aproxima de Jesus sem que tenha algo a oferecer. Ele oferece a Jesus uma visão de todas as grandiosidades que o mundo possui, mas sem mostrar as suas mazelas e pecados. Foram mostrados ao Senhor todos os reinos do mundo e a glória deles, ou seja, tudo o que eles tinham e que seria possível de encher o coração humano.

Tem sido alvo de discussões se o que Jesus contemplou foi uma visão ou se Ele realmente foi levado a um local onde contemplou todas as coisas que viu. Jesus foi a fonte das narrativas da tentação, desde a mais sintética, descrita por Marcos, quanto das mais completas, como Mateus e Lucas. Ele esteve sozinho sendo tentado, e nenhum outro ser humano presenciou os acontecimentos tratados pelos evangelistas.

Portanto, a fonte primária nos leva a crer no que foi escrito, como foi escrito.

Lucas realça em seu Evangelho que Satanás disse: “Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero” (Lc 4.6). Mateus não registra esses dizeres, mas isso não diminui a força da sua narrativa, pois a tentação permanece no mesmo ímpeto: fazer com que Jesus se curve para render adoração a uma criatura, desviando-se da adoração devida ao Criador. Pensemos na cena: a criatura tentando fazer com que o Criador se curvasse diante dela…

Entendemos que Satanás usurpou a criação e impregnou o mundo com a maldade e o pecado, se apropriando de algo que não era dele.

Salmos 115.16 diz que “Os céus são os céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”. Os filhos dos homens se deixaram levar pelas mentiras de Satanás e ele se aproveitou para implantar neste mundo toda a sua maldade. “[…] o mundo inteiro jaz no Maligno” (1 Jo 5.19, ARA), e ele tenta há séculos seduzir os homens com benesses terrenas, tirando-lhes o foco da eternidade.

O que Satanás Pede a Jesus

Com certeza, a visão que Satanás mostrou devia ser muito instigante, e um pequeno gesto de adoração seria suficiente para o Inimigo conseguir o que desejava. A busca dessa adoração humana é um combustível para a vaidade satânica. Ele oferece algo em que os homens se interessam e os fisga como peixes em um anzol.

Satanás não pede a Jesus que deixe de adorar a Deus. Ele não exige uma adoração integral, o tempo todo. Ele pede que Jesus, ao menos na­quele momento, se prostre e o adore. Era somente um simples movimento corporal, mas que indicaria muita coisa. Se pensarmos que nossos gestos costumam demonstrar o nosso estado de espírito, ajoelhar-se diante do Diabo seria uma adoração.

O Inimigo continua desejando a adoração de todos, principalmente dos servos de Deus. Para ele, uma adoração dividida já surte o efeito desejado, pois sabe que um coração dividido vai tentar agradar a dois senhores, e isso Deus não aceita.

Satanás não se contenta em ver as pessoas adorando a Deus; ele quer destruí-las por não adorarem a ele: “[…] se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora” (2 Ts 2.4), e busca se parecer com o Senhor para receber a adoração devida somente ao Eterno. Seu objetivo é confundir aqueles que buscam a Deus, de tal forma que venham a abrir mão de alguns valores para receberem o que precisam. Ele sabe que buscar o Senhor com um coração dividido vai contra a orientação do próprio Deus.

Ao falar acerca dos cativos da Babilônia, o profeta mostra que o povo de Deus só o acharia quando o buscasse de todo o coração. Não com uma atitude parcial, mas com inteireza.

II – NÃO ANTECIPE O QUE DEUS TEM PARA VOCÊ

Deus não se Utiliza dos Caminhos de Satanás

Enquanto Satanás tenta seduzir os homens mostrando o que eles podem usufruir temporariamente, sem dizer-lhes o que os aguarda na eternidade, Deus mostra o que está reservado aos que andam em seus próprios caminhos e seguem as propostas do Diabo. Satanás se vale da sedução e do engano, atraindo incautos para que consumam seus pecados. Ele age oferecendo a tentação, e depois age como acusador, se a pessoa cair em pecado.

Deus se utiliza da verdade, pois Ele é verdadeiro. O Senhor tem com­promisso com a sua criação, pois ela existe por um ato de amor. Satanás não tem compromisso com a humanidade, pois esta não foi fruto de sua criação. Ele não somente rouba, mata e destrói, como também leva os homens por caminhos tortuosos.

O Mundo que Jesus Veio para Salvar

Por mais que o Diabo seja apresentado na Palavra de Deus como príncipe deste mundo, seu julgamento será cumprido: “o príncipe deste mundo está julgado” (Jo 16.11). Jesus não desmente a Satanás quando este, ao mostrar os reinos e as glórias deles, diz que tem autoridade sobre eles. Ele não diz que a autoridade que o Diabo alegava ter era falsa.

Na verdade, Jesus não perde o seu tempo com discussões sobre quem detém o poder ou não. Ter ou não o poder era uma isca para a verdadeira questão: a adoração. Enquanto os homens buscam o poder, Satanás busca ser adorado. Ele oferece benesses temporárias a fim de ser venerado como uma divindade, e, assim, atende aos desejos humanos, recebe a adoração da humanidade e depois a encaminha para o inferno.

Jesus não perderia seu tempo dando argumentos a Satanás; Ele foca no que é o essencial: saber que se curvar a Satanás, ainda que por um segundo, seria um desvio total do plano da Salvação. O mundo criado é inferior ao Deus que o criou, e Satanás não iria conseguir oferecer um atalho para que Jesus completasse o plano proposto pelo Eterno desde a fundação do mundo. O Senhor passaria pela cruz, e, por meio dela, atrairia todos para Ele (Jo 12.32).

Submissão a Deus

Era preciso que Jesus mostrasse que era submisso a Deus. O poder temporal oferecido por Satanás contrastava em muito com o objetivo do verdadeiro evangelho, que era salvar o homem, e não detê-lo numa cortina falsa e temporária de poder. Em nossos dias, é possível ver grupos de cristãos divididos sobre questões políticas. Não é errado um cristão buscar servir à sociedade por meio de ações que lidem com o poder público, e muitos de nossos irmãos acham espaço para servir ao Senhor em ambientes onde podem fazer a diferença, como Daniel o fez na babilônia. Ele estava em um ambiente político, em que o poder dos homens circulava, e se manteve como um arauto de Deus naquela civilização. Entretanto, não podemos nos esquecer de que o poder político passa e, com ele, os homens que o detêm.

Satanás sempre trará algo sedutor em suas tentações. Quando pas­samos por uma tentação, o que nos está sendo oferecido e que vai custar a nossa comunhão e submissão a Deus? Um ministério? Um casamento? Um emprego? Um bem de consumo? Até que ponto somos impulsionados a imaginar que a fidelidade de Deus está demorando a ser manifesta em nossas vidas e que precisamos buscar outros caminhos para receber fora do tempo o que Ele nos reservou?

Satanás costumeiramente lança em nossos pensamentos a ideia de que Deus está demorando muito para nos atender ou para nos colocar em uma posição que Ele mesmo disse que estaríamos. O Inimigo se apro­veita de nossos momentos de impaciência para nos oferecer saídas mais fáceis e rápidas, fazendo com que nossas mentes questionem: para que trilhar o longo caminho de aprendizado que Deus tem nos reservado se podemos ter em um curto espaço de tempo o que levaríamos anos para receber de Deus? Bastaria somente um breve momento de concessão, de abrir mão de um de nossos princípios. Satanás tenta nos convencer de que uma pequena brecha na nossa comunhão com Deus não vai inviabilizar o que o Senhor tem para nós.

Deus sabe que a paciência é uma disciplina com a qual temos de lidar, e que nos fará estar mais próximos dEle. Deus é paciente. Sua longanimidade é conhecida na Bíblia, e Ele se utiliza dela para cumprir os seus desígnios para conosco. Há um tempo reservado para que a nossa vitória venha às nossas mãos. Depois da cruz, o mesmo Jesus recebeu do Pai, de forma completa, o que Satanás estava lhe oferecendo de forma limitada — todo o poder: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18). Vale a pena aguardar o tempo em que Deus há de cumprir as suas promessas em nossas vidas.

III – A QUEM DEVEMOS ADORAR

O Povo no Deserto

Pela terceira vez, para vencer a tentação trazida pelo próprio Diabo, Jesus remonta ao passado, à experiência do povo de Israel no deserto. Parece-nos que os relatos de Moisés foram bem contundentes para exem­plificar o quanto deixamos de ser agradecidos. Moisés traz à memória deles algumas lições.

A primeira lição era que estavam entrando em uma terra para habitar em casas que eles não construíram, beberiam águas de poços que eles não haviam cavado, e usufruiriam de olivais e vinhas que não haviam plantado (Dt 6.10, 11). E qual era o problema dessa situação? Era que eles ficariam satisfeitos com tudo o que haviam obtido, seu esforço próprio, e se esque­cessem do Senhor: “guarda-te e que te não esqueças do Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. O Senhor, teu Deus, temerás, e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás” (Dt 6.12,13). O povo de Deus não demoraria a se esquecer dessa orientação.

Esquecimento e Ingratidão

A segunda lição era que a ordem de temer e servir ao Senhor foi acompa­nhada de outra ordem: que os hebreus se guardassem de seguir as “divindades” que eram cultuadas em Canaã: “Não seguireis outros deuses, os deuses dos povos que houver à roda de vós” (Dt 6.14). Essas “divindades” nada fizeram em prol dos hebreus, e eles não poderiam se esquecer de que foram livres e sustentados por Deus. O esquecimento traz a ingratidão, e a ingratidão, por sua vez, é seguida de um sentimento de rebeldia. Os hebreus, com o passar do tempo, não somente se esqueceram de Deus, mas também se tornaram ingratos diante de tantas bênçãos que receberam, e, por fim, demonstraram sua rebeldia adorando a outros deuses, o que Deus terminantemente havia proibido. Tais ações custaram aos filhos de Abraão muitas dores nos anos que se seguiram.

Adoração e Serviço a Deus

A terceira lição é que o ato de ceder a uma tentação pode selar o destino de uma pessoa. Nossa adoração e serviço devem ser exclusivos para Deus. E adoração é uma forma de vida, de quem anda conectado com Deus, e vai além do momento em que estamos entoando louvores no templo. Por mais que Satanás nos tente a fazer uma pequena concessão em nossa adoração, essa concessão será vista como uma entrega completa da nossa parte. Não há possibilidade de dizer que adoramos a Deus se nos inclinamos a Satanás para buscar benesses, poder ou autoridade deste mundo.

Jesus não abriu mão de seu chamado, ainda que lhe ofertassem atalhos. Ele permaneceu fiel a Deus, mesmo com a possibilidade de antecipar o que o Senhor lhe havia prometido. E o preço de sua fidelidade se vê em nossos dias, com milhões de pessoas que seguem a Jesus, reconhecendo nEle o único caminho que nos leva para Deus. Ele cumpriu o caminho que Deus lhe havia proposto, e derrotou a Satanás, abrindo o caminho para a nossa eterna salvação.

CONCLUSÃO

O exemplo de Jesus, ao vencer a terceira tentação, nos mostra que não precisamos antecipar o que Deus tem para nós, cedendo com pequenas concessões a Satanás. Mostra-nos que a adoração devida a Deus não é somente um momento de louvor na igreja, mas uma vida conectada com o Senhor, obedecendo a Ele, e, por fim, que podemos confiar que Deus há de cumprir suas promessas em nossas vidas, pois é grande a sua fidelidade.

Todos seremos desafiados um dia, para agir de forma precipitada, saindo do caminho proposto pelo Senhor. Lembremo-nos de que a impaciência pode nos levar ao esquecimento do que Deus tem feito por nós, e o esquecimento nos conduzirá à ingratidão e à rebeldia. Que não sejamos como os filhos de Israel, que se esqueceram do Senhor e adoraram outros deuses, mas que a nossa memória esteja sempre sendo alimentada pela Palavra de Deus, até que sejamos chamados para estar com Ele na glória.

Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: COELHO, Alexandre. O Perigo das Tentações: As Orientações da Palavra de Deus de Como Resistir e Ter uma Vida Vitoriosa. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

Lição 11 - 2º Trimestre 2022 - Sendo cautelosos nas opiniões - Adultos.

 Lição 11 – Sendo cautelosos nas opiniões

ESBOÇO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO
I – NÃO DEVEMOS JULGAR O OUTRO
II – DEVEMOS PRIMEIRAMENTE OLHAR PARA NÓS MESMOS
III – E SE FÔSSEMOS JULGADOS PELA SEVERIDADE DE DEUS
CONCLUSÃO

A Lição 11 tem três objetivos que os professores devem esmerar-se em atingi-los:

1. Compreender que não devemos julgar precipitadamente o outro;
2. Conscientizar de que devemos primeiramente olhar para nós mesmos;
3. Afirmar que não somos julgados pelo severidade de Deus.

NINGUÉM DEVE SER JULGADO?

Em momento algum quando lemos Mateus 7.1, emana dos lábios de Jesus a negatividade de que o julgamento não deve ser feito, na verdade, Ele não quer que sejamos neutros nas questões morais. O que Cristo objetivava aqui era alertar quanto ao julgamento feito por alguém de modo ríspido, um ato de censura firmado na justiça própria, ademais, sempre quando formos julgar alguém é sempre bom olharmos para nós mesmos, como bem expressa a Mishnah: “Não julgues ao teu semelhante enquanto não estiveres na posição dele”. O dito popular: “Quando tu apontas um dedo para mim, tem três apontando para você”, é importante, por isso é sempre bom ser misericordioso e generoso ao se fazer qualquer julgamento para com uma pessoa.

Quando Cristo diz “Não julgueis” nota-se que o verbo do grego é krino, separar, colocar separadamente, selecionar, escolher, ser de opinião, julgar, pensar, presidir com o poder de emitir decisões judiciais, porque julgar era a prerrogativa dos reis e governadores. É claro que essas palavras não englobam todo tipo de julgamento (1Co 5.12), mas se referem àquele julgamento infundado, injusto, infiel, que não pode em momento algum ser provado.

Jesus não está proibindo os tribunais de julgarem, nem está tolhendo a capacidade crítica do ser humano. No próprio texto de Mateus 7.15-23 Ele fala da importância de Seus discípulos julgarem os ensinos dos falsos mestres, inclusive ajudar outros a fazer isso corretamente (Mt 7.18,15). Como novos discípulos de Cristo, cada servo Seu deve saber discernir bem as coisas para julgar corretamente, isso para que não aconteça de sair por aí julgando as pessoas ou sentenciando-as apenas por causa de um feito seu, antes o julgamento deve ser feio com critério, como é bem ensinado por Paulo, em relação à disciplina de um membro (Rm 5.1-5).

Os fariseus eram pessoas que apreciavam censurar os outros, colocavam defeito em todas as pessoas, contudo, em relação a si mesmos não viam qualquer defeito, consideravam-se santarrões, achavam-se perfeitos e se sentiam os únicos cumpridores da Lei, vendo os demais como pessoas malditas (Jo 7.49). Quando lemos Romanos capítulo 2.1, vemos que Paulo não alivia nas palavras, isso incluía escribas e fariseus, pois gostavam de julgar os outros, mas já estavam condenados. Era de praxe, muitos judeus gostavam de julgar os gentios como sendo nada (Rm 2.17-29), todavia, faziam coisas muitas vezes piores. É triste dizer, mas muitos procedem como os escribas e fariseus, gostam de apontar os erros dos outros, julgá-los, mas fazem coisas piores.

Está certíssimo o teólogo Martyn Lloyd-Jones quando diz que caso não conhecesse a doutrina da justificação exclusivamente pela fé, jamais ousaria examinar o Sermão do Monte, pois se trata de um Sermão diante do qual todos nós ficamos completamente nus, inteiramente destituídos de esperança. Se caso todo cristão verdadeiro procurasse colocar em prática os ensinos de Cristo propostos no Sermão do Monte, a realidade da vida cristã seria outra neste mundo.

O julgamento feito pelos escribas e fariseus era duro, visava simplesmente apontar as falhas e os defeitos dos outros, além da justa medida. Faziam isso com toda severidade, com dureza e egoísmo pessoal, com maldade, malícia, sem qualquer sentimento de amor, como bem foi ensinado por Jesus em Mateus 5.36-48.

Devemos levar em consideração que um julgamento que não vem banhado pelo amor é egoístico e tem apenas um alvo: desfazer daquela pessoa que alguns observam coisas boas nelas, procurando desclassificá-la perante outros para lucrar algo para si. No entanto, Jesus deixa claro que quem julga sem amor, apenas na base da censura, logo será julgado por Deus, por isso disse Jesus: “Para que não sejais julgados”. Sofre também julgamentos da parte dos homens, pois logo outros perceberão que tal censura é sem base.

Pessoas que não conseguem enxergar coisas boas nos outros, nunca serão vistas como boas, aquelas que só manifestam ódio, irão colher ódio, quem só planta vento, irá colher tempestade, quem destila veneno, não demorará para ficar envenenado, quem não usa de misericórdia, jamais receberá misericórdia. Um cristão que tem o coração banhado pelo amor não deseja o mal para o seu próximo. A lei da semeadura é clara, o que se planta é o que se colhe (Gl 6.7), e, como Deus é Deus de justiça, e Seu juízo é segundo a verdade, e Ele agirá no momento certo (Rm 2.2), e por toda a palavra mentirosa que o homem diz, terá que prestar contas delas no dia do juízo (Mt 12.36). Falando da lei da semeadura e da colheita, Champlin¹diz:

Esse princípio se aplica tanto às nossas relações com os homens como às nossas relações com Deus. Bondade atrai bondade; censura atrai censura; generosidade atrai generosidade; mesquinhez atrai mesquinhez; malícia atrai malícia; misericórdia atrai misericórdia; boas obras atraem o favor de Deus, e o pecado atrai o julgamento. Na defesa de si mesmo é que o indivíduo censura os que o censuram.

Aquele que deseja viver segundo os ensinos de Jesus, fazendo julgamento da maneira correta, tendo critério: “Com o critério…, com a medida…” praticando de modo prudente e adequado o ensino de Jesus sobre o julgamento (Mc4.24) e fazendo o bem ao próximo com suas boas obras, receberá dos outros de modo semelhante (Lc 6.38).

Meus irmãos, não tenhamos um espírito crítico e arbitrário para condenar os outros, nem queiramos ter a posição de Deus, que é o verdadeiro juiz, pois conhece a pessoa por dentro e por fora, mesmo assim, é misericordioso (Mt 5.7). Ao julgarmos alguém, sejamos criteriosos e cheios de amor, misericórdia e compaixão. Por vezes julgamos uma pessoa quando praticamos os mesmos pecados, e as condenamos severamente.

O melhor de tudo é fazer o seguinte: quando encontrarmos algum erro no irmão, sempre de imediato o que vem na nossa mente é de condená-lo, desprezá-lo, todavia, é bom tê-lo como nosso espelho, pois às vezes ele reflete o que nós somos. Os homens que julgavam e condenavam a mulher pecadora se esqueceram que tinham pecados piores do que o dela, por isso Jesus disse: “Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (Jo 8.7).

Texto extraído da obra Os Valores do Reino de Deus, editada pela CPAD.


¹CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo, Vol.1. Mateus/Marcos. São Paulo: Candeia, 1995.p.331