Lição
10
O PROFETA SOFONIAS E O
JUÍZO VINDOURO
08
de dezembro de 2012
TEXTO
ÁUREO
“Porque surgirão falsos cristos e falsos
profetas e farão tão grandes sinais e prodígios,
que, se possível fora,
enganariam até os escolhidos” (Mt 24.24).
VERDADE
PRÁTICA
No juízo vindouro, Deus há de julgar todos os moradores da terra,
de
acordo com as obras de cada um.
COMENTÁRIO
DO TEXTO ÁUREO
“Porque surgirão falsos cristos e falsos
profetas e farão tão grandes sinais e prodígios,
que, se possível fora,
enganariam até os escolhidos” (Mt 24.24).
O contexto
do nosso texto áureo está em Mateus 24, “O Sermão Profético, O Princípio das Dores”.
Nos versículos 1 a
3, o Senhor Jesus saiu do Templo em Jerusalém e vai ao Monte das Oliveiras e ao
ser questionado pelos seus discípulos sobre o que aconteceria antes da sua
vinda e do fim do mundo (Mt 24.3-4), Ele respondeu: “...Acautelai-vos,
que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o
Cristo: e enganarão a muitos”.
A cada dia, fica mais
difícil contestar ensinamentos falsos porque uma grande parte das pessoas já os
aceita como verdadeiros. Esse duplo sinal: aumento de enganadores (Mc 13.22; 2
Pe 2.1-2) e proliferação de seguidores do erro,
inclusive entre os crentes (“amontoarão para si
doutores conforme as suas próprias concupiscências”, 2 Tm 4.3),
indica que o Senhor Jesus virá em breve buscar a sua igreja.
Depois do Arrebatamento, entrarão em cena o
Anticristo e o Falso Profeta (AP 13). Mas, nesses últimos dias, já há
precursores desses líderes do mal: “Filhinhos, é já a última hora; e, como
ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos;
por onde conhecemos que é já a última hora” (1 Jo 2.18).
O idoso apóstolo João declara que “já é a última hora”,
frase que ocorre somente nesta passagem de todo o Novo Testamento, mas que se
assemelha as expressões: “último dia”
ou “últimos dias”, ou “o início
das dores”, conforme Mateus 24.7-8: “Porquanto se levantará nação contra nação,
reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo
isto é o princípio das dores”. Com essas palavras, em minha opinião, o Senhor Jesus descreve o tempo
imediatamente anterior ao Arrebatamento, que prenuncia e introduz a época da Tribulação.
Importante ressaltar que a Confissão de Fé das Assembleias de Deus no Brasil
declara: “CREMOS: Na Segunda
Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao
mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação;
segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o
mundo durante mil anos (1Ts 4.16. 17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14)”.
Grifo
nosso.
As expressões “último dia”
ou “últimos dias”, nos escritos de João indica um
período, esse período está sendo vivenciado desde a igreja primitiva, mas que a
cada momento mais se aproxima de seu clímax, que ocorrerá depois da volta do
Senhor nas nuvens para arrebatar a sua Igreja, é a “grande tribulação”.
A Bíblia
diz em 2 Tessalonicenses 2.3-13: “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será
assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o
filho da perdição,
O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se
chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de
Deus, querendo parecer Deus. Não vos
lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco? E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu
próprio tempo seja manifestado. Porque
já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do
meio seja tirado; E então será revelado
o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo
esplendor da sua vinda; A esse cuja vinda é
segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de
mentira, E com todo o engano da injustiça
para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.
E por isso Deus lhes enviará a operação do erro,
para que creiam a mentira; Para que sejam
julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade.
Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós,
irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a
salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade;” (Grifo nosso).
Segundo o apóstolo Paulo, existe algo que resiste a materialização
imediata do anticristo, o filho da perdição, nós membros da Assembleia de Deus,
compreendemos que está em foco o Espírito Santo, presente na Igreja, Senhor e
Guia da Igreja, Ele é o poder refreador do anticristo.
Mas com o arrebatamento da Igreja pela ação do Espírito Santo, nada
mais há para impedir que: “...se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama
Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus,
querendo parecer Deus” (2 Ts 2.3-4). Portanto, com o arrebatamento
da Igreja, pelo poder do Espírito Santo, haverá a manifestação do homem do
pecado, o anticristo e a grande tribulação.
Quando o Espírito Santo arrebatar a Igreja para encontrar Cristo nos
ares, então o imenso dilúvio de depravação e perversidade tomará conta do globo
terrestre inteiro, transformando a existência humana num autêntico inferno, é a
grande tribulação que há de assolar os moradores da terra. Portanto o Espírito
Santo é o único que pode reter a maré gigantesca da iniqüidade: “E agora
vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um
que agora resiste até que do meio seja tirado;” (2 Ts 2.6-7).
Antes da “grande Tribulação” ou “grande aflição”, teremos o “princípio das dores” (Mt 24.4-8). Dessa
forma, o tempo da Tribulação está cada vez mais próximo do nosso mundo.
Portanto, aproxima-se também o momento do Arrebatamento (que se dará antes da
Tribulação).
A expressão “último dia” para o judaísmo
indicava o tempo imediato antes do advento do Messias. No cristianismo indica o
tempo de crise que precederá a segunda volta de Cristo, mas não o clímax dela
que é “grande tribulação”, a “ira futura”, já que não cremos que a igreja
sofrerá tal ira, ou seja, a grande tribulação: “E
esperar do céu a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que
nos livra da ira futura” (1 Ts 1. 10). Grifo nosso.
“Então, sereis atribulados, e vos
matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome. Nesse tempo,
muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão
muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a
iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar
até o fim, será salvo. E será pregado este evangelho do reino por todo o
mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim. Quando, pois,
virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo
(quem lê entenda)...” (vv.9-15).
Esse texto descreve a
primeira metade da Grande Tribulação, e essas características perdurarão até
seu final. Nessa ocasião o Arrebatamento da Igreja já terá acontecido, pois
está escrito que “...aquele que
perseverar até o fim, será salvo”. Isso quer dizer: quem ainda estiver
sobre a terra, terá de perseverar até o fim da Tribulação ou morrerá como
mártir. Isso não pode se referir à Igreja, pois na época de Mateus 24-25 ela
ainda era um mistério, não sendo mencionada nesses capítulos. Somente dois dias
após proferir Seu Sermão Profético Jesus falou dela a Seus discípulos (veja Jo
14.2-3).
“Então, sereis atribulados, e vos
matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome. Nesse tempo,
muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros” (vv.9-10). A aliança de Israel com o Anticristo e o último ditador mundial
provavelmente será firmada nesse momento, quando então começará a perseguição
daqueles que não aderirem a esse acordo.
“Levantar-se-ão muitos falsos profetas e
enganarão a muitos”. Agora se chega a mais um
patamar de engano e sedução (veja o v.4). É a segunda
onda de enganos nos tempos
finais. O fator desencadeante poderia ser o recém-sucedido Arrebatamento da
Igreja. Esse engano consistirá da humanidade toda unindo-se numa única
comunidade mundial. Haverá uma indescritível solidariedade entre os homens sob
o poderio do Anticristo, que provavelmente conduzirá a um governo mundial
único, a uma unificação política e religiosa. Tratar-se-á, assim, sem dúvida,
do cumprimento de Apocalipse 3.10: “Porque
guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da
provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam
sobre a terra”.
“E, por se multiplicar a iniqüidade, o
amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.12). As leis serão mudadas, a Lei de Deus será completamente ignorada, a
Bíblia será rejeitada e a conseqüência será uma apostasia indescritível.
“Aquele, porém, que perseverar até o fim,
esse será salvo” (v.13). Aqui trata-se daqueles
que se converterem durante a Tribulação e que perseverarem na fé até seu fim.
“E será pregado este evangelho do reino
por todo o mundo, para testemunho a todas as nações...” (v.14). Nada nem ninguém pode
barrar essa marcha vitoriosa do Evangelho de Jesus. Por mais de dois mil anos
não foi possível impedi-lo de se espalhar, e isso também não acontecerá no
tempo da Tribulação. O Evangelho foi rejeitado, odiado e combatido, mas mesmo
na segunda metade da Tribulação ele será proclamado até a volta de Jesus em
glória.
“...Então, virá o fim” (v.14). O termo “o fim” significa provavelmente as últimas e mais fortes dores
de parto antes que a nova vida irrompa e Jesus volte
“Quando, pois, virdes o abominável da
desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo...” (v.15). Aqui é descrita a metade
dos sete últimos anos e o fator desencadeante dos últimos três anos e meio. O
abominável da desolação consistirá do Anticristo se assentando no novo templo
reconstruído em Jerusalém: “..., e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama
Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus,
querendo parecer Deus” (2 Ts 2.3-4).
“Porque nesse tempo haverá grande
tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem
haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo;
mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mt 24.21-22). Esse período da história mundial será tão terrível como jamais houve na
terra, incomparável em sua magnitude, a maior angústia já experimentada pelos
homens. Se ele não fosse abreviado, ou seja, limitado a três anos e meio, ninguém
iria sobreviver. Romanos 9.28 faz alusão a um juízo executado de forma intensa: “Pois o Senhor executará na terra a sua sentença, rápida e
definitivamente” (NVI).
Finalmente o
nosso texto áureo: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes
sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt 24.24). Na segunda metade dos sete anos de Tribulação haverá uma terceira e última onda de engano. Comparado às duas ondas anteriores,
dessa vez o engano virá acompanhado de milagres e sinais. Isso levará a um
completo endemoninhamento da humanidade. Apocalipse 13.13 diz: “Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu
faz descer à terra, diante dos homens.” Três capítulos adiante, lemos:“porque eles são
espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo
inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus
Todo-Poderoso... Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama
Armagedom” (Ap 16.14,16).
Portanto, o capítulo 24 de Mateus,
onde está inserido nosso texto áureo é a continuação do sermão sobre a grande
tribulação, Jesus trata de sinais que ocorrerão antes e durante a grande
tribulação (as expressões “grande aflição”, de Mt 24.21, e “grande tribulação”,
de Ap 7.14, são idênticas no grego). Tais sinais indicam que o fim dos tempos
está muito próximo.
RESUMO DA LIÇÃO 10
O PROFETA SOFONIAS E O JUÍZO VINDOURO
I. O LIVRO DE SOFONIAS
1. Contexto histórico.
2. Genealogia.
3. Estrutura e mensagem.
II. O JUÍZO VINDOURO
1. Toda a face da terra será
consumida (v.2)
2. A linguagem de
Sofonias.
3. Descrição detalhada.
III. OBJETIVO DO LIVRO
1. Sincretismo dos sacerdotes.
2. Sincretismo do povo.
3.- Modismo do povo e a violência
dos príncipes.
IV. “O DIA DO SENHOR”
1. Significado bíblico.
2. O sacrifício e seus
convidados.
INTERAÇÃO
Se Deus é bom, por que Ele castigará algumas pessoas eternamente? Esta é a indagação de muitos. Nas Escrituras, Deus é descrito
como o justo juiz. No Antigo Testamento Ele pronunciou
juízos contra Israel e outras nações. Em o Novo Testamento o
Altíssimo julgou Ananias e Safira (At 5.1-11). E no fim dessa era o Eterno,
através de seu Filho, julgará todos os homens da terra, de acordo com as obras
de cada um. Esses fatos demonstram um Deus
que ama o bem e odeia o mal. Isso mesmo! A justiça de Deus é uma resposta
retumbante contra o mal criado pelo Diabo e praticado pelos homens. O Dia do
Senhor vem!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Explicar a estrutura e a mensagem do livro de Sofonias.
·
Compreender
a linguagem predominante no
livro de Sofonias.
·
Saber
que juízo de Deus é uma
doutrina bíblica irrevogável.
ESBOÇO DO LIVRO DO PROFETA
SOFONIAS
Introdução .....................................................................................................(1.1)
Silêncio!
O Temível Dia do Senhor
............................................ (1.2 — 2.3)
• O julgamento do Senhor ..............................................................
(1.2,3)
• O julgamento contra Judá .........................................................
(1.4-18)
• A Chamada para o Arrependimento ...........................................
(2.1-3)
Profecias
contra as Nações ..............................................................
(2.4-15)
• Os filisteus .................................................................................
(vv.4-7)
• Os amonitas e moabitas ...........................................................
(vv.8-11)
• Os etíopes ......................................................................................
(v.12)
• Os assírios
................................................................................
(vv.13,15)
Julgamento
de Jerusalém
.................................................................. (3.1-8)
• Os pecados de Jerusalém ...........................................................
(vv.1-4)
• A justiça divina contra Jerusalém ..............................................
(vv.5-7)
• Julgamento de toda terra ................................................................
(v.8)
Salvação
e o Dia do Senhor ......................................................................
(3.9-20)
• O remanescente restaurado e Jerusalém purificada ...............
(vv.9-13)
• A alegria do povo com Deus .....................................................
(vv.14-17)
• Promessas
a respeito da restauração final .............................. (vv.18-20)
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Juízo: Ato, processo ou efeito de julgar;
julgamento.
Nesta
lição, estudaremos o oráculo de Sofonias. Ele se
destaca pela intrepidez do juízo divino contra Judá e os gentios. O
profeta anuncia o julgamento universal descrito como a reação de Deus aos
pecados cometidos pelos moradores de toda a terra. Sofonias,
porém, aborda o julgamento divino numa perspectiva escatológica de restauração.
1. O LIVRO DE SOFONIAS
1. Contexto histórico. Sofonias
exerceu o seu ministério “nos dias de Josias,
filho de Amom, rei de Judá” (v.1). Josias
reinou entre 640 e 609 a.C. A
reforma religiosa do rei de Judá aconteceu em 621 a.C, “no ano
décimo oitavo” do seu reinado (2 Rs 22.3). Quando
ocorreu a reforma, Jeremias exercia o ofício de profeta há cinco anos. O seu
chamado deu-se “no décimo terceiro ano do [...] reinado”
de Josias (Jr 1.2). Esse
período corresponde a 627 a.C.
É possível que, na reforma, o rei fora encorajado por esses profetas. Evidências
internas apontam para um tempo de pré-reforma em Judá, denunciando os desmandos
dos reis Manassés e Amom (2 Rs 21.16-24).
2. Genealogia. É comum
a menção do nome paterno nos livros dos profetas. Isaías,
Jeremias, Ezequiel, Oseias, Joel e Jonas, trazem essa informação. Sofonias,
porém, descreve a sua genealogia: “Sofonias, filho de
Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias” (v.1). A
citação do nome do pai estabelecia o direito tanto à herança quanto à posição
social ou aquisição de poder. A
ausência de paternidade demonstra que tal profeta não adveio de família
tradicional. Sofonias
era trineto de Ezequias, que também fora rei de Judá. Isso
lhe garantia livre acesso no governo real, bem como noutros segmentos da
sociedade.
3. Estrutura e mensagem. Os
meios de comunicação dos oráculos divinos aos profetas eram a palavra e a visão. Os
porta-vozes do Eterno deixam isso claro no prólogo de seus livros (v.1a). O
estilo poético predomina em todo o livro de Sofonias. O
oráculo está organizado em três partes principais: - a
primeira anuncia o juízo contra as nações da terra, incluindo Judá (1.1-2.3). - a
segunda especifica os povos nesse julgamento global — Filístia, Moabe, Amom,
Etiópia e Assíria (2.4-15). - e a
terceira parte trata do castigo de Jerusalém e da restauração dos remanescentes
fiéis (3.1-20). O tema do “Dia do
Senhor” ocupa todo o oráculo divino.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livro de Sofonias
apresenta juízo divino contra as nações e Judá; o julgamento global;
o castigo
de Jerusalém e a restauração do remanescente fiel.
II. O JUÍZO VINDOURO
1. Toda a face da terra será consumida
(v.2). Após o
dilúvio, Deus prometeu não mais destruir a terra com água (Gn 9.11-16). Desde
então, a palavra profética anunciou o juízo vindouro pela destruição através do
fogo (1.18; 3.8; Jl 2.3; 2 Pe 3.7; Ap 16.8). A
declaração “inteiramente consumirei tudo sobre a face da
terra” (v.2) refere-se à tragédia global referida em 3.6-8. Note
que a expressão “face da terra” é igualmente
usada no anúncio da tragédia do dilúvio (Gn 6.7; 7.4).
2. A
linguagem de Sofonias. A
hipérbole é uma figura de linguagem que consiste em dar à sua significação uma
ênfase exagerada. Ela,
porém, aparece na Bíblia e, por isso, alguns expositores veterotestamentários
defendem o uso de uma linguagem hiperbólica para o livro de Sofonias. Eles
consideram forte demais a descrição do aniquilamento natural de aves, peixes,
animais, seres humanos, nações e cidades (1.3; 3.6).
3. Descrição detalhada. É verdade
que na Bíblia há o emprego de hipérbole (Mt 11.23; Jo 12.19, etc). Mas não
é o caso, aqui, em Sofonias! A
descrição “os homens e os animais, consumirei as aves do
céu, e os peixes do mar” (v.3) representa o reverso da criação
registrada em Gênesis (1.20-26). Ela
corresponde à destruição universal e literal da criação (Ap 16.1-21). O dilúvio, por exemplo, foi literal e
global, mas a família cie Noé foi salva (1 Pe 3.20), assim como os filhos de
Israel foram poupados das pragas do Egito (Êx 9.4; 10.23; Nm 3.13).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A proclamação do juízo vindouro é o anúncio da tragédia
global descrita em Sofonias 3.6-8.
III. OBJETIVO DO LIVRO
1. Sincretismo dos sacerdotes. A
expressão “quemarins com os sacerdotes”
(v.4) aponta para o sincretismo da religião de Israel com o paganismo. “Quemarins”
é o plural do hebraico komer usado para “sacerdote pagão” e aparece
apenas três vezes no Antigo Testamento (2 Rs 23.5; Os 10.5). Apesar
da origem levítica, os sacerdotes estavam envolvidos no sincretismo religioso
pagão.
2. Sincretismo do povo. Sabeísmo
é a prática pagã dos sabeus; o povo da rainha de Sabá. Seu
culto resumia-se na prática de adivinhação e na astrologia. Judá
envolveu-se nesse tipo de paganismo (2 Rs 23.5; Jr 8.2; 19.13). Malcã
ou Milcom (ARA e TB), ou ainda Moloque (NVI), era o deus nacional dos amonitas
(1 Rs 11.5-7). Sofonias
denunciou o povo por adorar a Jeová numa cerimônia comum com essa asquerosa
divindade (v.5). Isso
exemplifica a realidade do ritual sincrético no meio do povo escolhido.
3. O modismo do povo e a violência dos
príncipes. Não
havia nada de errado em alguém vestir a roupa do estrangeiro. O
problema da “vestidura
estranha” (v.8) era o compromisso religioso de tal indumentária com
o paganismo (2 Rs 10.22). Os
príncipes de Judá, provavelmente filhos de Manassés ou Amom (pois Josias era
bem novo para ter filhos nessa idade), serão duramente castigados por causa da
violência e do engano (v.9). O objetivo do castigo divino é exterminar
o baalismo, o sincretismo, as práticas divinatórias e as injustiças sociais.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O objetivo do livro de Sofonias é anunciar o juízo de Deus
sobre as nações e as mazelas sociais e religiosas praticadas pela humanidade.
IV. “O DIA DO SENHOR”
1. Significado bíblico. O termo
hebraico para “dia” é yom,
que pode ser “dia” no sentido literal (Jó 3.3) ou período de tempo (Gn 2.4). Assim, “o dia do SENHOR” (v.7) ou as fraseologias
similares “dia da ira do SENHOR” (2.2,3) e
“naquele
dia” (1.10), indicam o período reservado por Deus para o acerto de
contas com todos os moradores da terra (Is 13.6,9; Ez 13.5; Jl 1.15; 2.1). Esse
período também é chamado de Grande Tribulação (Ap 7.14). O
julgamento de Judá e das nações vizinhas é o prenúncio do juízo vindouro.
2. O sacrifício e seus convidados. A
profecia afirma que Jeová “preparou o
sacrifício e santificou os seus convidados” (v.7). Aqui,
essa sentença é chamada de “sacrifício”, uma metáfora usada pelos profetas para
indicar o juízo (Is 34.6; Jr 46.10; Ez 39.17-20). O verbo
hebraico para “santificar” é qadash,
cuja ideia básica consiste em “separar, retirar do uso comum” (Lv 10.10). Assim,
os babilônios foram separados por Deus para a execução da ira divina sobre o
povo de Judá (v.10).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A expressão o “Dia do Senhor” indica o período para o acerto
de contas entre Deus e todos os moradores da terra. Esse período é chamado
também de Grande Tribulação.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O juízo
vindouro não é assunto descartável. Os
profetas trataram dele, bem como o Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos. Fica
aqui um alerta para os promotores da teologia da prosperidade (Fp 3.19-21).
Infelizmente, entre muitos cristãos, os assuntos escatológicos são motivos de
chacotas e risos. No
entanto, Deus não se deixa escarnecer. O seu
juízo é certo e verdadeiro e virá sobre todos os que praticam a iniquidade.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1
ed., RJ: CPAD, 2009. MACARTHUR
JR., J. A Segunda Vinda. 1 ed., RJ: CPAD, 2008. SOARES,
E. O Ministério Profético na
Bíblia: A voz de Deus na
Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“[O Juízo Final]
Não há ninguém na Escritura que possa dizer mais
sobre isso do que o Senhor Jesus. Ele advertiu repetidamente a respeito do
iminente julgamento dos que não se arrependem (Lc 13.3,5). Ele falou muito mais
sobre o inferno do que sobre o céu, usando sempre os termos mais nítidos e
perturbadores. A maior parte do que sabemos sobre o destino eterno dos
pecadores veio dos lábios do Salvador. E nenhuma das descrições bíblicas do
juízo é mais severa ou mais intensa do que aquelas feitas por Jesus. No entanto, Ele sempre falou sobre essas coisas
usando os tons mais ternos e compassivos. Ele sempre insiste para que os
pecadores abandonem os seus pecados, reconciliem-se com Deus, e se refugiem
nEle para que não entrem em julgamento. Melhor do que qualquer outro, Cristo
conhecia o elevado preço do pecado e a severidade da cólera divina contra o
pecador, pois iria suportar toda a força dessa cólera em benefício daqueles que
redimiu. Portanto, ao falar sobre essas coisas, Ele sempre usou a maior empatia
e a menor hostilidade” (MACARTHUR JR., J. A
Segunda Vinda. 1 ed., RJ: CPAD,
2008, p.180).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Sofonias: O Juízo vindouro
O nome Sofonias significa “o Senhor esconde”. Esse
profeta é identificado como sendo descendente de Ezequias. Estudiosos do Antigo
Testamento acreditam que esse Ezequias foi o rei que governara Judá
aproximadamente setenta e cinco anos antes. Portanto, podemos entender por
esses dados que Sofonias tinha acesso à Corte e conhecia o sistema religioso de
seus dias. Seu ministério durou de 640-609 a.C, um período histórico em que a Assíria
estava em declínio e a Babilônia estava crescendo no cenário internacional.
Nesse mesmo período, em Judá, o reino havia se enfraquecido por causa da
administração de Manassés, um rei que “fez errar a Judá e os moradores de
Jerusalém, de maneira que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha
destruído de diante dos filhos de Israel” (2 Cr 33.9). A Bíblia diz que
Manassés foi preso e levado algemado para a Babilônia, e que lá, arrependeu-se
dos males que tinha feito: “fez-lhe oração, e Deus se tornou favorável para com
ele, atendeu-lhe a súplica e o fez voltar para Jerusalém, ao seu reino; então,
reconheceu Manassés que o SENHOR era Deus” (2 Cr 33.13). Apesar dessa conversão
de Manassés ao Senhor, o povo não o acompanhou nessa mudança. Sofonias profetiza, então, para advertir ao povo
que o julgamento de Deus estava para vir. Ele também deixou claro que a nação
seria purificada por Deus, que haveria de habitar entre eles. De forma
intrigante, Sofonias começa sua profecia com um lamento, mas termina com um
cântico de alegria. Sofonias fala do dia do Senhor. Sua descrição não é
da manifestação do Messias, e sim da ira de Deus. Joel (2.31) e Malaquias (4.5)
também trata desse tema, e não é por acaso. Sofonias apresenta os pecados que o
povo praticava; eles adoravam a Baal, uma divindade cananita; adoravam os
elementos da natureza, o sol e a lua, e também as estrelas, desprezando o
Criador; eles misturavam a adoração a Deus com a adoração a outras
“divindades”; aos poucos, foram abandonando o culto ao Senhor e, finalmente,
manifestaram um claro descaso para com a obediência dos preceitos divinos. Seu ministério profético foi exercido nos dias do
rei Josias, um homem que se esforçou muito para que o seu povo se tornasse para
Deus. Josias aproveitou o breve momento de baixa ingerência de nações inimigas
e buscou um avivamento espiritual, a fim de que o povo mudasse de atitudes e se
voltasse para o Senhor, o que só aconteceu depois do exílio de Judá.