terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Lição 11 - 4º Trim. 2012 - O Profeta Ageu e o Compromisso da Aliança.


Lição 11

O PROFETA AGEU E O

COMPROMISSO DA ALIANÇA 

16 de dezembro de 2012 

TEXTO ÁUREO 


Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça,
e todas essas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6.33).

VERDADE PRÁTICA

 

A verdadeira profecia liberta o povo da indiferença e do comodismo espiritual.
 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  


Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça,
 e todas essas coisas vos serão acrescentadas”  (Mt 6.33)           

O texto áureo deste domingo é uma citação do Sermão da Montanha, quando o Senhor Jesus fala sobre a ansiosa solicitude pela nossa vida. O capítulo 6 do Evangelho de Mateus apresenta 34 versículos, que podem ser subdivididos em 3 agrupamentos;
- o primeiro grupo de versículos Mt 6.1-18 nos mostram o contraste entre os antigos padrões judaicos de conduta e os novos padrões ensinados pelo Senhor Jesus, o Messias;
- o segundo grupo de versículos Mt 6.19-24. nos mostram o uso correto das propriedades, a relação que devemos ter para com as riquezas, e o cuidado da busca desenfreada pelas coisas terrenas e outros bens materiais.
-o terceiro e último grupo de versículos Mt 6.25-34, onde está inserido o nosso texto áureo, fala sobre a ansiedade e a confiança. Como declara Sherman Johnson: “O homem que quiser ter um tesouro nos céus (vs. 20), que quiser que a linha orientadora de sua vida seja reta (vs. 22), e que quiser servir a Deus e não às propriedades (vs. 24), deve desvencilhar-se das preocupações”, ao mesmo tempo deve desenvolver a confiança correta a Deus, nosso Pai. Isso o Senhor Jesus exige da parte do novo Israel, ou seja, do Israel Espiritual, sua Igreja, chamados para fora do mundo para serví-lo.
Essas instruções são distintamente cristãs, ainda que originalmente tenham sido dadas aos judeus, são direcionadas a igreja, aqueles que acolheram sua nova Lei. O Evangelho de Mateus é um documento cristão, ainda que reflita a transição da antiga para a nova dispensação.
Neste último grupo de versículos, 24 a 34 do capítulo 6 de Mateus,onde se insere o nosso texto áureo (Mt 6.33), encontramos oito razões pelas quais os crentes no Senhor Jesus Cristo devem evitar toda sorte de ansiedades relacionadas a vida material e física, que são:
1.- a nossa vida aqui nessa terra, é muito mais que simplesmente esse viver cotidiano, material e físico, portanto não deve se restringir e ser dominada apenas pelos desejos e elementos materiais que o mundo ou o sistema possa oferecer (Mt 6.25);
2.- Deus, nosso Pai, cuida dos animais irracionais, inferiores e isolados, quanto mais dos seus filhos queridos (Mt 6.26);
3.- a nossa ansiedade, as nossas preocupações, em nada altera as condições de vida, ou aumenta a sua duração, ou seja, nossas ansiedades, não mudam absolutamente nada, não nos faz crescer em nada (Mt 6.27);

4.- Nosso Santo e amoroso Deus, veste as flores frágeis de maneira belíssima e perfumada, sem que as mesmas tenham raciocínio algum, quanto mais nós, seus filhinhos amados, Deus providencia e tem providenciado as necessidades de cada um sem que precisemos nos preocupar (Mt 6.28-30);

5.- Os gentios, os mundanos, os carnais, vivem desesperadamente em busca das coisas deste mundo, faz parte do raciocínio dos pagãos a ansiedade pelas coisas materiais e terrenas, diferentemente os crentes, filhos do reino de Deus, contam com seu Pai Celestial (Mt 6.31-32);

6.- Nosso Deus é Pai, o Pai conhece as necessidades de seus filhos, nosso Deus e Pai conhece muito bem, as minhas e as suas necessidades, a fé nisso, nos traz conforto, porque diferentemente dos deuses do paganismo, que não eram pai para seus adeptos, mas apenas senhores, fazia com que seus adeptos tivessem razões para não esperar muito deles. Mas os discípulos do reino, que são filhos do Pai celeste, tem razão em esperar o fornecimento de tudo. (Mt 6.32). Glória a Deus;
7.- A busca pelo reino de Deus e sua justiça , por si mesma, nos garante as coisas menos importante. 

A expressão em primeiro lugar” do nosso texto áureo (Mt 6.33) provavelmente, nos remeta que Jesus só permite uma busca, uma ansiedade, portanto, não uma série, sendo essa  a primeira de várias, mas a primeira, no sentido de única, uma forte expressão de desejo, um exercício de alma naquilo que diz respeito ao reino de Deus e à sua justiça.

Portanto essa busca deve ser suprema e nenhuma outra coisa merece a atenção do ser humano, é a única coisa digna de ocupar a mente e o coração do crente, que foi feito à imagem de Deus, ou seja somente essa busca é permitida e incentivada no Reino de Deus, que são coisas pertinente ao próprio Reino: “Desejai as coisas grandes (as mais importantes), e as coisas pequenas vos serão acrescentadas, e desejai as coisas celestiais, e as coisas terrenas vos serão acrescentadas”, tanto Orígenes como Clemente de Alexandria, considerados pais da igreja cristã, citaram essas palavras (Mt 6.33);

8.- A ansiedade por si só é inútil, só acrescenta maior sofrimento na vida diária da pessoa, já tão perturbado em seu cotidiano. Na realidade é uma irracionalidade sofrer algo, que ainda não existe, juntamente com o já existente, o qual é perfeitamente real (Mt 6.34).

Esse é o contexto do nosso texto áureo. O capítulo 6 de Mateus deve ser um dos ensinos norteadores de nossas vidas, assim sendo, não devemos isolar o versículo 33, mas devemos considerar e compreender que esse versículo 33 "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas", atinge o ponto mais elevado do MANIFESTO CONTRA O MATERIALISMO e ao mesmo tempo nos apresenta a principal instrução do ensino do Senhor Jesus a respeito da atitude cabível ao crente, concernente as coisas materiais.

Quando estamos focados e fixados no projeto original de Deus, temos uma vida abençoada, sem exageros, sem gastos desnecessários, sem desperdícios, a vida espiritual nos capacita a termos vida comedida, abençoada, independentes dos modismos materiais deste mundo, vida triunfante, vida de paz e alegria, portanto, buscai: o batismo com o Espírito Santo e com fogo, os dons espirituais, a verdadeira adoração, a Palavra de Deus, buscai o Reino de Deus e tenha uma vida vitoriosa e livre do stress, da ansiedade deste mundo. 
 

RESUMO DA LIÇÃO 11


 

O PROFETA AGEU E O COMPROMISSO DA ALIANÇA

 

I. O LIVRO DE AGEU

1. Contexto histórico.

2. Vida Pessoal.

3. Zorobabel. 

4. Estrutura e mensagem. 
 

II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES

1. A desculpa do povo.

2. Inversão de prioridades (vv. 3,4).

3. Um convite a reflexão. 
 

III. A EXORTAÇÃO DIVINA

1. Crise econômica.

2. A solução.

3.- O Segundo Templo.  

INTERAÇÃO


 
O Templo era o símbolo visível da aliança de Deus com o seu povo.
Nesse contexto é que aparece Ageu, o primeiro profeta a exercer o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem central não poderia ser outra: “Israel, reconstrua o Templo para o Senhor!”. Os judeus estavam indiferentes em relação à obra de Deus, porém através do ministério de Ageu e Zacarias, o Templo foi reconstruído, e conforme a palavra do Senhor, “a glória da segunda Casa será maior que a da primeira”. Como servos do Altíssimo precisamos estar atentos, pois como os israelitas, também podemos negligenciar a obra de Deus e o cuidado com a Casa do Senhor. Que sejamos servos compromissados com o Reino, trabalhando para o seu crescimento aqui na Terra. Coloque suas prioridades em ordem correta, segundo as Escrituras Sagradas.  

OBJETIVOS 


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Conhecer o contexto histórico da vida de Ageu.

·   Elencar os principais problemas encontrado pelos judeus para reconstruir o Templo.

·   Saber que temos responsabilidade diante de Deus e dos homens. 
 

ESBOÇO DO LIVRO DO PROFETA AGEU


 

Parte I — Reconstrução do Templo (1.1-15)
(1.1) ...................Introdução.
(1.2-11) ..............Primeiro oráculo: exortação para a reconstrução do Templo.
(1.12-15) ...........Segundo oráculo: resposta e compromisso.
 
Parte II — Esplendor Futuro do Templo (2.1-23)
(2.1-9)................Terceiro oráculo: compromisso e promessas.
(2.10-23)...........Quarto oráculo: decisões e bênçãos futuras.  

 

COMENTÁRIO  


introdução  

Palavra Chave

TEMPLO:

 Espaço ou edifício destinado a culto religioso.

Foto do Professor Alberto da Maquete do Templo em Jerusalém  - Israel

 

De Joel até Ageu passaram-se mais de 300 anos. A hegemonia política e militar, nessa fase da história mundial, estava com os persas, pois os assírios e babilônios não existiam mais como impérios. Quanto ao pecado de Judá, este não era a idolatria, pois o cativeiro erradicara de vez essa prática. O problema agora, igualmente grave, era a indiferença, a mornidão e o comodismo espiritual dos judeus em relação à obra de Deus.  

1. O LIVRO DE AGEU

 

        COMO OS JUDEUS VOLTARAM DO EXÍLIO?

 

Os Judeus voltaram em três levas.
 A primeira com Zorababel, que era da Casa de Davi. Zorobabel partiu da Babilônia no ano 520 a.C., para reconstruir o Templo em Jerusalém. É o início do período chamado de período do 2º. Templo. O templo bonito e majestoso que Salomão construiu foi destruído em 587 a.C., pelos babilônicos. Então Zorobabel voltou para Jerusalém com um grupo para reconstruir o templo e a cidade (Ed 2.1-2).

A segunda leva veio no ano 457 a.C., quase 50 anos depois, com Esdras, um levita, um homem versado na lei de Moisés.
Esdras veio para Jerusalém para restaurar o culto judaico, porque nessa época os seus irmãos já estavam em Jerusalém trabalhando para reconstruir o templo, mas precisava de pessoas instruídas na lei do Senhor para instruir o povo, então Esdras chegou e o seu trabalho foi extraordinário.

A terceira leva veio 12 anos depois no ano 445 a.C., chegou a Jerusalém com Neemias, para reconstruir as fendas no muro de Jerusalém. Assim os judeus retornaram em três levas principais. Durante este período Deus levantou os profetas Ageu e Zacarias, são os profetas do exílio. 
 

 
OS JUDEUS VOLTARAM EM TRÊS GRANDE GRUPOS:
 
1o.) Liderados por Zorobabel, príncipe (520 a.C., para reconstruir o 2 templo em Jerusalém, é o início do 2o. Templo e a cidade (Ed. 2.1-2);
2o.) Liderados por  Esdras, sacerdote Levita, versado na Lei de Moisés veio para Jerusalém para restaurar o culto judaico (457 a.C.);
3o.) Liderados por Neemias, para reconstruir as fendas dos muros de Jerusalém  (445 a.C.)
 

 

 

OS PROFETAS
 
DURANTE O REINO DE JUDÁ: Isaías, Miquéias, Sofonias e Jeremias
NORTE: Os principais profetas:Jonas, Amós e Oséias
CATIVEIRO OU EXÍLIO: Daniel e Ezequiel
PÓS-CATIVEIRO: Os dois profetas principais Ageu e Zacarias
 

 

 

O EMBARGO DA CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

 

Com o retorno de Judá do cativeiro decretado por Ciro, que foi um homem piedoso, um homem designado por Deus, como registra a Palavra de Deus, o povo de Israel voltou a sua terra, mas nem todos os sucessores de Ciro, os reis da Pérsia, foram piedosos e favoráveis aos judeus.

Dario Artaxerxes (Cambises) suspendeu e embargou as obras de reconstrução do templo (Ageu 1 ), porque os samaritanos mandaram uma carta ao rei da Pérsia solicitando o embargo do templo, dizendo que o povo judeu estava preparando para uma revolta contra a Pérsia, que era um povo obstinado, um povo que não obedecia nem a Deus, nem suas leis, nem a Moisés, e por causa disso o povo tinha sido levado ao cativeiro, em virtude disso a cidade santa tinha sido destruída e tão logo o povo estando de volta, já estava se preparando para uma outra revolta.

O rei Dario Artaxerxes lendo a carta, mandou parar o trabalho para examinar a situação, e o povo ao invés de se defender, buscar a presença de Deus e se esforçar para continuar a construção, não, ficaram acomodados, ficaram até mesmo contentes e deixaram a construção do Templo e começaram a reconstruir suas casas, os seus pomares, a cuidar de seus afazeres, se esquecendo da Casa do Senhor Deus de Israel, aí Deus levantou o profeta Ageu para exortar o povo a  trabalhar na reconstrução da Casa do Senhor e o povo foi despertado e começaram a construir a Casa do Senhor.

Dario Artaxerxes morreu e seu filho Dario Histaspes assumiu o trono do reino da Pérsia e mandou um decreto autorizando a construção, ele desembargou a construção do Templo de Deus em Jerusalém. E voltaram a construir a Casa do Senhor no local onde Davi havia comprado. O segundo Templo assim continuou a ser reconstruído, no mesmo local do primeiro Templo, na eira de Araúna, que Davi comprou dos jebusitas, que é a parte mais alta da cidade de Jerusalém. Só que a estética ou arquitetura do templo já não era a mesma da época de Salomão, e ficou chamado de o Segundo Templo.

O Segundo Templo iniciou sua reconstrução por Zorobabel e foi inaugurado antes de seu término, no capítulo 2 do profeta Ageu, nós vemos ali que o povo especialmente os anciãos estavam tristes na ocasião da inauguração porque os anciãos que foram levados cativos para a Babilônia eram meninos e conheciam o templo construído por Salomão, eles tinham visto o primeiro Templo e 50 anos depois eles voltaram e já estavam idosos e ao ver essa construção, muitos ficaram até tristes, porque conheciam aquele esplendoroso templo e agora estavam inaugurando aquele templo tão simples, então choraram.

Os seus filhos que não conheceram o primeiro Templo estavam todos contentes, alegres pela inauguração, mas os anciãos que conheceram a beleza extraordinário do primeiro Templo se entristeciam, além do mais o segundo Templo nem estava acabado. Então Deus falou através do profeta Ageu, foi o segundo discurso (Ageu 2.8-9). O templo estava feio e nem havia terminado e o profeta ousadamente declarou que a glória daquela casa seria superior a da primeira.

O profeta Ageu falou como portador de Deus: “Diz o Senhor dos Exércitos, aqui está a assinatura e como de fato foi neste templo que Nosso Senhor Jesus Cristo foi apresentado a glória do Segundo Templo” realmente foi maior do que a do primeiro.

O Senhor Jesus quando nasceu foi levado ao templo, Simeão, o tomou em suas mãos e apresentou o Senhor Jesus. O Senhor Jesus entrou neste Segundo Templo muitas vezes para ensinar a Palavra de Deus, então a glória do Segundo Templo foi maior do que a do Primeiro Templo”. (Do livro: O Povo de Israel, Uma Perspectiva Bíblica e Histórica – páginas 91-94– autor: Professor Alberto).  

1. Contexto histórico. No livro de Esdras, encontra-se o relato das primeiras décadas do período pós-exílio. Por isso, é fundamental ler os seis primeiros capítulos do referido livro, para compreendermos o profeta Ageu. O rei Ciro, da Pérsia, baixou o decreto que pôs fim ao cativeiro de Judá em 539 a.C. Pouco tempo depois, a primeira leva dos hebreus partiu da Babilônia de volta para Judá.

a) Cambises. Ciro reinou até 530 a.C, ano em que faleceu. Cambises, identificado na Bíblia como Artaxerxes (Ed 4.7-23), reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar ouvidos a uma denúncia dos vizinhos invejosos e hostis a Judá, decidiu embargar a construção da Casa de Deus em Jerusalém (Ed 4.23).  

b) Dario Histaspes. Após a morte de Cambises, Dario Histaspes assumiu o trono da Pérsia (reinando até 486 a.C), e autorizou a continuação da obra do Templo. Ele é citado nas Escrituras Sagradas simplesmente como “Dario” (Ed 6.1,12,13). 

REIS MEDO-PERSAS (XÁS)

1.- Ciro (536-529 a.C.);

2.- Cambises (529-522 a.C.);

3.- Dario Histaspes (521-486 a.C.);

4.- Xerxes I (486-465 a.C.)

5.- Artaxerxes I, Longimano (465 – 425 a.C.);

6.- Xerxes II (425 – 424 a.C.);

7.- Dario II (424-405 a.C.);

8.- Artaxerxes II (405 – 350 a.C.);

9.- Artaxerxes Ocus (350 – 336 a.C.);

10.- Dario III, Codomano (336-331 a.C.).

 

2. Vida pessoal. Não há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento. O seu nome aparece nove vezes na profecia e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14). O nome Ageu significa “festivo”. É possível entender que o profeta tenha nascido em um dia de festa. Pouco se sabe sobre esse profeta, mas acredita-se que por ter esse ministério, era uma pessoa distinta em seus dias. A tradição judaica crê que ele nasceu no cativeiro babilônico, mas que fora orientado na fé a Jeová pelo profeta Ezequiel. Tendo nascido na Babilônia, deve ter retornado a Jerusalém depois do primeiro grupo de exilados, já que seu nome não consta na primeira lista apresentada em Esdras 2. Ageu foi o primeiro profeta a atuar no pós-exílio. Seu chamado ocorreu cerca de dois meses antes de Zacarias receber o primeiro oráculo: “no ano segundo do rei Dario” em 520 a.C (1.1; Zc 1.1). O fato de Ageu apresentar-se como “profeta” (vv.1,3,12; 2.1,10) demonstra que os contemporâneos reconheciam-lhe o ofício sagrado. Além dele, apenas Habacuque e Zacarias mencionam o ofício profético em suas apresentações (Hc 1.1; Zc 1.1).  

3. Zorobabel. A profecia de Ageu foi dirigida “a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote” (v.1). Sob a sua liderança e a do sacerdote Josué, ou Jesua, filho de Jozadaque, os remanescentes judeus retornaram da Babilônia para Jerusalém (Ed 2.2; Ne 7.6,7; 12.1). A promessa divina dirigida a Zorobabel é messiânica (2.21-23), sendo que a própria linhagem messiânica passa por ele (Mt 1.12; Lc 3.27).  Dessa forma, Jesus é o “Filho de Davi”, mas também de Zorobabel.  

4. Estrutura e mensagem.  O livro do profeta Ageu é um livro pequeno são apenas 2 capítulos, 4 discursos, 4 mensagens, que foram reveladas no período de aproximadamente 3 meses entre o mês de agosto e dezembro do ano 520 a.C. (20º. Ano do rei Dario) capítulo 1 de Ageu. São discursos pequenos, mas cheios do Espírito Santo. O livro consiste de quatro curtos oráculos. - o  primeiro foi entregue “no sexto mês, no primeiro dia do mês” (v.1) [mês hebraico de elul, 29 de agosto]; - o segundo, “no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês” (2.1) [mês de tisrei, 17 de outubro]; - o terceiro e o quarto oráculos vieram no mesmo dia, o “vigésimo quarto dia do mês nono” (2.10,20) [mês de quisleu, 18 de dezembro]. A revelação foi dada diretamente por Deus (vv.1,3). Apenas Ageu apresenta com tamanha precisão as datas do recebimento dos oráculos. O tema do livro é reconstrução do Templo. Dos a 38 versículos divididos em dois capítulos, dez falam da Casa de Deus, em Jerusalém (vv.2,4,8,9,14; 2.3,7,9,15,18). Em o Novo Testamento, Ageu é citado uma única vez (2.6; Hb 12.26,27).  

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O tema do livro de Ageu é a reconstrução do Templo. Dos trinta e oito versículos, dez falam da Casa de Deus em Jerusalém. 
II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÃO
 

1. A desculpa do povo.  Ageu inicia a mensagem com a fórmula profética que aponta para a autoridade divina (v.2).
O povo, em débito que estava com o Eterno (v.2b), em vez de reivindicar o decreto de Ciro para continuar a construção do Templo, usou a desculpa de que não era tempo de construir. Por isso, o Senhor evita chamar Judá de “meu povo”, referindo-se a eles como “este povo”. Em outras palavras, Deus não gostou da desculpa da nação (Jr 14.10,11).  

2. Inversão de prioridades (vv. 3,4). O oráculo volta a dizer que a Palavra de Deus veio a Ageu (v.3). Ênfase que demonstra ser o discurso do profeta uma mensagem advinda diretamente do Senhor que, inclusive, trouxera Judá de volta a Jerusalém para construir a sua Casa. Mas o povo preocupou-se mais em morar nas casas forradas, enquanto que o Templo, cujo embargo havia ocorrido há 15 anos, continuava em total abandono (v.4). Era uma opção insensata. Os judeus negligenciaram uma responsabilidade que, através do rei Ciro, o Altíssimo lhes atribuíra (Ed 1.8-11; 5.14-16). O desprezo pela Casa do Altíssimo representa o gesto de ingratidão do povo judeu (veja o reverso em Davi: 2 Sm 7.2).  

3. Um convite à reflexão. No versículo cinco, vemos um apelo à consciência e ao bom senso, pois é o próprio Deus quem fala. Tal exemplo mostra que devemos parar e refletir, avaliando a situação à nossa volta, percebendo, inclusive, o agir do Senhor.  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 
A responsabilidade e as obrigações devem ser precedidas por uma reflexão cujo bom senso e a consciência permite-nos conhecer o agir do Senhor em nossa volta.
 

III. A EXORTAÇÃO DIVINA  

1. Crise econômica. O profeta fala sobre o trabalhar, o comer, o beber e o vestir como necessidades básicas, pois garantem a dignidade do ser humano. Mas temos aqui um quadro deplorável da economia do país. A abundante semeadura produzia muito pouco. A quantidade de víveres não era suficiente para saciar a fome de todos. A bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de Deus (v.6). Tudo isso “por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa” (v.9). Era o castigo pela desobediência (Dt 28.38-40). Era o resultado da ingratidão do povo. Por isso, o profeta convida a todos a refletir (v.7).  

2. A solução. Nem tudo estava perdido! Deus enviou Ageu para apresentar uma saída ao povo. O Profeta deveria levar adiante o compromisso assumido com Deus: subir ao monte, cortar madeira e construir a Casa de Deus. Fazendo isso, o Senhor se agradaria de Israel e o nome do Eterno seria glorificado (v.8). Não era comum o povo e as autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles tempos. Oseias e Jeremias são exemplos clássicos disso, mas aqui foi diferente. O Espírito Santo atuou de maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeiro avivamento e a construção do Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (v.14).  

3. O Segundo Templo. Enquanto isso, na Pérsia, o novo rei Dario Histaspes pôs fim ao embargo. Ele colheu ofertas para a construção e deu ordens para não faltar nada durante o andamento da obra. Ele ainda pediu oração ao povo de Deus em seu favor (Ed 6.7-10). Finalmente, o Templo foi inaugurado em 516 a.C, “no sexto ano de Dario” (Ed 6.15). Esse é o segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus. E assim, a presença de Deus no Templo fez da glória da segunda Casa maior que a da primeira (2.9).
 
 
 
 
 
 
Maquete do Segundo Templo em Jerusalém - Israel
 

SINOPSE DO TÓPICO (III) 

A presença de Deus no Templo fez a glória da segunda Casa maior que a da primeira. 
 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A lição de Ageu tem muito a ensinar-nos. Não devemos encarar a nossa responsabilidade e compromisso como fardos pesados, mas recebê-los como algo sublime. É honra e privilégio fazer parte do projeto e do plano divinos, mesmo em situação adversa (At 5.41). Assim, somos encorajados por Jesus a atuar na seara do Mestre a fim de que a nossa luz brilhe diante dos homens e Deus seja glorificado (Mt 5.16). 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007. FONSECA, Alberto Alves da - O Povo de Israel, Uma Perspectiva Bíblica e Histórica 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO 


Subsídio Teológico                     

Ageu: O compromisso do povo da aliança  

O nome Ageu significa “festivo”. É possível entender que o profeta tenha nascido em um dia de festa. Pouco se sabe sobre esse profeta, mas acredita-se que por ter esse ministério, era uma pessoa distinta em seus dias. A tradição judaica crê que ele nasceu no cativeiro babilônico, mas que fora orientado na fé a Jeová pelo profeta Ezequiel. Tendo nascido na Babilônia, deve ter retornado a Jerusalém depois do primeiro grupo de exilados, já que seu nome não consta na primeira lista apresentada em Esdras 2.

Passados setenta anos de cativeiro babilônico, os judeus começaram a retomar com o apoio de um decreto que permitia e incentivava seu retorno, sob o governo de Ciro. O templo do Senhor precisava ser reconstruído, e quatorze anos depois, sem que o povo tomasse a iniciativa de reconstruir o local de adoração, Deus advertiu o povo por meio de uma seca e de uma colheita ruim, mostrando que o problema econômico pelo qual os israelitas passavam era fruto do descuido para com as coisas de Deus: “Tendes semeado muito e recolhido pouco; corneis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado” (Ag 1.6). Era Ele quem dava a chuva e impedia que ela caísse, e Ele também abençoava as plantações, mas também impedia que elas frutificassem.

A profecia de Ageu tem por objetivo motivar os líderes e liderados a não pararem de cuidas das coisas de Deus. Isso seria visto por Deus quando o povo tornasse a contribuir com seus próprios recursos (enviados por Deus, é claro!) para que a Casa do Senhor fosse reparada e tornasse a ser um local de encontro para a adoração do Deus vivo e verdadeiro. Não importa as desculpas que venhamos a dar para atrasar a obra de Deus. Ele espera que seus trabalhos não sejam esquecidos.

Felizmente, o povo ao qual Ageu profetizou aprendeu rápido com aquela profecia. Três semanas depois, eles estavam de volta aos labores para que o templo do Senhor fosse terminado. Ocorre que um mês depois do reinicio dos trabalhos, logo foi perceptível que o novo templo não seria tão grandioso quanto o templo de Salomão. Era um templo menor, e sem dúvida, desprovido dos adornos preciosos dos quais o antigo templo era dotado. Mas isso não deveria servir de elemento para desanimar os israelitas, pois Deus os estava abençoando pela sua obediência. “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos; e, neste lugar, darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.9).

 

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 4º Trimestre de 2012
Os Doze Profetas Menores
 
Lição 11 Ageu - O compromisso do povo da aliança
 
TEXTO ÁUREO
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça,  
e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
  • INTRODUÇÃO

    I. O LIVRO DE AGEU
    II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES
    III. A EXORTAÇÃO DIVINA

    CONCLUSÃO

    O FUTURO PROGRAMA DE DEUS PARA O POVO

    Robert B. Chisholm, Jr.

    Mesmo durante a consequência da derrota de Jerusalém e do exílio da nação, os profetas de Deus olhavam à frente. Obadias concluiu a sua breve mensagem de julgamento contra as nações com uma palavra de esperança aos exilados (Ob 17-21). Os exilados voltariam a ocupar a terra e emergiriam supremos sobre os inimigos. Jerusalém seria purificada e chegaria a ser o centro do governo de Deus na terra. 
    Os profetas pós-exílicos asseguraram aos que voltaram do exílio que Deus tinha grandes planos para a nação. Ageu focalizou a atenção do povo no templo. O trabalho no templo fora suspenso devido à apatia e oposição. Mesmo depois quando o projeto foi retomado muitos consideraram que a estrutura construtiva não era nada em comparação ao glorioso templo salomônico dos tempos pré-exílicos (cf. Ag 2.3; Zc 4.10). Não obstante, Ageu predisse ousadamente que as riquezas das nações acabariam fluindo para o templo e que a sua glória ultrapassaria a do templo de Salomão (Ag 2.7-9).
    Dois importantes problemas interpretativos surgem em relação a Ageu 2.7-9. O primeiro problema diz respeito ao referente de “o Desejado de todas as nações” (Ag 2.7). Certos estudiosos o interpretam como título messiânico, embora o contexto imediato (v.8), como também textos paralelos (cf. Is 60.5-9; Zc 14.14), indiquem fortemente que a referência seja a homenagem das nações. Em hebraico, o verbo “virá” está no plural, dando a entender que o “Desejado” (hemdat [singular]) seja reindicado como plural (hamudot), “coisas desejáveis”. 
    O segundo problema é pertinente ao cumprimento de Ag 2.9. Há intérpretes que entendem que esta profecia se cumpriu quando Herodes ampliou o templo ou com a presença física de Jesus no templo, enquanto esteve na terra durante o primeiro advento. O contexto, porém, une a glorificação do templo com a subjugação dos gentios, ocorrência que nunca aconteceu antes da destruição do segundo templo em 70 d. C. Ao que parece, esta profecia se cumprirá junto com um templo futuro. Como explicar então a declaração de Ageu: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira”? (Grifo do autor) A chave para responder a pergunta pode estar em Ageu 2.3, onde o segundo templo é identificado com o templo de Salomão (cf. “esta casa na sua primeira glória”). Da mesma maneira, o versículo 9 pode associar o futuro templo, apesar das muitas formas históricas que teve. Ao associar a glória futura do templo com a construção feita nos dias de Ageu, Deus assegurou ao povo que os esforços, ainda que talvez insignificantes aos olhos deles, seriam eventualmente recompensados. Deus habitaria novamente entre o povo e o esplendor do lugar da sua habitação excederia qualquer coisa que Israel já tinha experimentado. Uma era ainda muito mais grandiosa que a de Salomão estava por vir.
    Ageu também previu uma restauração futura da dinastia davídica. Embora o povo de Deus estivesse sob o domínio de um estrangeiro e Zorobabel, descendente da linhagem real de Davi, fosse mero governador, as estruturas políticas poderiam mudar e mudariam. Deus derrotaria os reis da terra (Ag 2.21,22) e elevaria o trono davídico à notabilidade (v.23).
    Chamando Zorobabel de “servo” e dizendo que ele era escolhido, Deus lhe deu o mesmo status que Davi desfrutava (cf. 2 Sm 3.18; 6.21; 7.5,8,26; 1 Rs 8.16). A comparação com um “anel de selar” indica posição de autoridade e reverte o julgamento pronunciado a Joaquim, avô de Zorobabel (cf. Jr 22.24-30).
    As palavras de Ageu 2.21-23, embora faladas diretamente a Zorobabel, não se cumpriram nos dias do profeta. Como explicar este aparente fracasso da profecia de Ageu? Zorobabel, descendente de Davi e governador de Judá, era o representante oficial da dinastia davídica na comunidade pós-exílica daquela época. Nesse caso, a profecia da exaltação futura do trono davídico estava ligada à sua pessoa. Quanto o templo (cf. Ag 2.6-9), Ageu relacionou uma realidade escatológica com uma entidade histórica tangível para assegurar aos seus contemporâneos que Deus tinha grandes planos para o povo.
    Zorobabel era, por assim dizer, a garantia visível de um futuro glorioso para a casa de Davi. Nos dias de Ageu, alguns israelitas até poderiam ter cogitado esperanças messiânicas para Zorobabel. No processo da revelação e da história, Jesus Cristo cumpre a profecia de Ageu.
    Texto extraído da obra “Teologia do Antigo Testamento”, editada pela CPAD.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Classe Juvenis 15-17 anos.

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 4º Trimestre de 2012
O que a bíblia fala sobre o futuro da igreja
  • Lição 10- Mil Anos de Paz

    Texto Bíblico: Apocalipse 20.1-10



    “... e reinarão com Cristo durante mil anos” (Ap 20.4b). O Milênio será a sétima e última dispensação; será a dispensação da “plenitude dos tempos” ( Is 2.2; Mt 19.28; Ef 1.9,10; Ap 10.7; 11.15).

    Em Apocalipse 20, encontramos por seis vezes a expressão “mil anos” com significação especial. O termo derivado do grego “Chilliad” e do latim “Millenium”, aponta para o futuro governo sobre a terra, exercido pelo “Príncipe da Paz” durante mil anos. Nessa época Jerusalém será o centro de adoração para todos os povos e a Capital religiosa do mundo (Jr 3.17; Zc 14.14-21). Assim, o Reino do Messias será universal.

    O Milênio será, de acordo com as Escrituras, um tempo de restauração para todas as coisas. Ao invés do pecado, a justiça encherá a terra;
    Satanás terá sido amarrado (Ap 20.1-3), o Anticristo e o falso profeta terão sido lançados no ardente lago de fogo ( Ap 19.20). Por conseguinte, a injustiça cederá lugar à justiça que esteve de luto durante o tempo sombrio da Grande Tribulação; a violência à quietude, o ódio e a inimizade ao amor e à doce amizade e o mundo ficará em descanso, sob o domínio daquele cujo poder se estenderá de mar em mar e cujo reino trará alegria e tranquilidade aos corações de todas as pessoas, que haverão de aclamá-lo como Senhor e rei.

    Durante aquele período, o próprio Jesus dirá às nações: “não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Is 11.9).

    Será verdadeiramente a “Idade Áurea da Terra”, acerca da qual os poetas têm entoado, e pela qual este mundo triste e sofrido tem esperado através de todos os séculos, desde que o seu Rei foi crucificado e assim o Senhor da glória foi rejeitado pelos que lhe pertenciam e por cuja razão, o reino foi adiado.

    O Milênio será a última prova e não o descanso do homem (Hb 4.3); é prova nas melhores circunstâncias possíveis: a justiça reinando, o curso do mundo transformado, o céu aberto; Cristo na terra, e a terra por sua vez cheia de plenitude de Deus, a recordação de juízos passados para admoestar sobre o futuro. É, portanto, um tempo maravilhoso!

    Antes de Cristo estabelecer o seu Reino, haverá um período de preparação. Isto significa que o Milênio só será estabelecido “depois” da Grande Tribulação, logo após o julgamento das nações vivas (Dn 12.11-13; Mt 25.31).

    Bibliografia:

    SILVA, Severino Pedro. Escatologia, Doutrina das últimas Coisas, P.137-139. Rio de Janeiro: CPAD 2003.

Lição 10

O PROFETA SOFONIAS E O

JUÍZO VINDOURO  

08 de dezembro de 2012  

TEXTO ÁUREO


 

Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios,
 que, se possível fora, enganariam até os  escolhidos (Mt 24.24).  

VERDADE PRÁTICA 


No juízo vindouro, Deus há de julgar todos os moradores da terra,
 de acordo com as obras de cada um.  

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  


Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios,
 que, se possível fora, enganariam até os escolhidos (Mt 24.24).

 

O contexto do nosso texto áureo está em Mateus 24, “O Sermão Profético, O Princípio das Dores”. Nos versículos 1 a 3, o Senhor Jesus saiu do Templo em Jerusalém e vai ao Monte das Oliveiras e ao ser questionado pelos seus discípulos sobre o que aconteceria antes da sua vinda e do fim do mundo (Mt 24.3-4), Ele respondeu: “...Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo: e enganarão a muitos”.

A cada dia, fica mais difícil contestar ensinamentos falsos porque uma grande parte das pessoas já os aceita como verdadeiros. Esse duplo sinal: aumento de enganadores (Mc 13.22; 2 Pe 2.1-2) e proliferação de seguidores do erro,  inclusive entre os crentes (“amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências”, 2 Tm 4.3), indica que o Senhor Jesus virá em breve buscar a sua igreja.

Depois do Arrebatamento, entrarão em cena o Anticristo e o Falso Profeta (AP 13). Mas, nesses últimos dias, já há precursores desses líderes do mal: Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos; por onde conhecemos que é já a última hora (1 Jo 2.18).

O idoso apóstolo João declara que “já é a última hora”, frase que ocorre somente nesta passagem de todo o Novo Testamento, mas que se assemelha as expressões: “último dia” ou “últimos dias”, ou “o início das dores”, conforme Mateus 24.7-8: Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores”. Com essas palavras, em minha opinião, o Senhor Jesus descreve o tempo imediatamente anterior ao Arrebatamento, que prenuncia e introduz a época da Tribulação. Importante ressaltar que a Confissão de Fé das Assembleias de Deus no Brasil declara: “CREMOS: Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts 4.16. 17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14)”. Grifo nosso.

As expressões “último dia” ou “últimos dias”, nos escritos de João indica um período, esse período está sendo vivenciado desde a igreja primitiva, mas que a cada momento mais se aproxima de seu clímax, que ocorrerá depois da volta do Senhor nas nuvens para arrebatar a sua Igreja, é a “grande tribulação”.

A Bíblia diz em 2 Tessalonicenses 2.3-13: Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,
O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco? E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade. Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade;”
(Grifo nosso).

Segundo o apóstolo Paulo, existe algo que resiste a materialização imediata do anticristo, o filho da perdição, nós membros da Assembleia de Deus, compreendemos que está em foco o Espírito Santo, presente na Igreja, Senhor e Guia da Igreja, Ele é o poder refreador do anticristo.

Mas com o arrebatamento da Igreja pela ação do Espírito Santo, nada mais há para impedir que: “...se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.3-4).  Portanto, com o arrebatamento da Igreja, pelo poder do Espírito Santo, haverá a manifestação do homem do pecado, o anticristo e a grande tribulação.

Quando o Espírito Santo arrebatar a Igreja para encontrar Cristo nos ares, então o imenso dilúvio de depravação e perversidade tomará conta do globo terrestre inteiro, transformando a existência humana num autêntico inferno, é a grande tribulação que há de assolar os moradores da terra. Portanto o Espírito Santo é o único que pode reter a maré gigantesca da iniqüidade: E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado;” (2 Ts 2.6-7).

Antes da “grande Tribulação” ou “grande aflição”, teremos o “princípio das dores” (Mt 24.4-8). Dessa forma, o tempo da Tribulação está cada vez mais próximo do nosso mundo. Portanto, aproxima-se também o momento do Arrebatamento (que se dará antes da Tribulação).

A expressão “último dia” para o judaísmo indicava o tempo imediato antes do advento do Messias. No cristianismo indica o tempo de crise que precederá a segunda volta de Cristo, mas não o clímax dela que é “grande tribulação”, a “ira futura”, já que não cremos que a igreja sofrerá tal ira, ou seja, a grande tribulação: “E esperar do céu a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Ts 1. 10). Grifo nosso.

“Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, será salvo. E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim. Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda)...” (vv.9-15).

Esse texto descreve a primeira metade da Grande Tribulação, e essas características perdurarão até seu final. Nessa ocasião o Arrebatamento da Igreja já terá acontecido, pois está escrito que “...aquele que perseverar até o fim, será salvo”. Isso quer dizer: quem ainda estiver sobre a terra, terá de perseverar até o fim da Tribulação ou morrerá como mártir. Isso não pode se referir à Igreja, pois na época de Mateus 24-25 ela ainda era um mistério, não sendo mencionada nesses capítulos. Somente dois dias após proferir Seu Sermão Profético Jesus falou dela a Seus discípulos (veja Jo 14.2-3).

“Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros” (vv.9-10). A aliança de Israel com o Anticristo e o último ditador mundial provavelmente será firmada nesse momento, quando então começará a perseguição daqueles que não aderirem a esse acordo.

“Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos”. Agora se chega a mais um patamar de engano e sedução (veja o v.4). É a segunda onda de enganos nos tempos finais. O fator desencadeante poderia ser o recém-sucedido Arrebatamento da Igreja. Esse engano consistirá da humanidade toda unindo-se numa única comunidade mundial. Haverá uma indescritível solidariedade entre os homens sob o poderio do Anticristo, que provavelmente conduzirá a um governo mundial único, a uma unificação política e religiosa. Tratar-se-á, assim, sem dúvida, do cumprimento de Apocalipse 3.10: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”.

“E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.12). As leis serão mudadas, a Lei de Deus será completamente ignorada, a Bíblia será rejeitada e a conseqüência será uma apostasia indescritível.

“Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (v.13). Aqui trata-se daqueles que se converterem durante a Tribulação e que perseverarem na fé até seu fim.

“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações...” (v.14). Nada nem ninguém pode barrar essa marcha vitoriosa do Evangelho de Jesus. Por mais de dois mil anos não foi possível impedi-lo de se espalhar, e isso também não acontecerá no tempo da Tribulação. O Evangelho foi rejeitado, odiado e combatido, mas mesmo na segunda metade da Tribulação ele será proclamado até a volta de Jesus em glória.

“...Então, virá o fim” (v.14). O termo “o fim” significa provavelmente as últimas e mais fortes dores de parto antes que a nova vida irrompa e Jesus volte

“Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo...” (v.15). Aqui é descrita a metade dos sete últimos anos e o fator desencadeante dos últimos três anos e meio. O abominável da desolação consistirá do Anticristo se assentando no novo templo reconstruído em Jerusalém:  “..., e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus”  (2 Ts 2.3-4).

“Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mt 24.21-22). Esse período da história mundial será tão terrível como jamais houve na terra, incomparável em sua magnitude, a maior angústia já experimentada pelos homens. Se ele não fosse abreviado, ou seja, limitado a três anos e meio, ninguém iria sobreviver. Romanos 9.28 faz alusão a um juízo executado de forma intensa: “Pois o Senhor executará na terra a sua sentença, rápida e definitivamente” (NVI).

Finalmente o nosso texto áureo: Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos (Mt 24.24). Na segunda metade dos sete anos de Tribulação haverá uma terceira e última onda de engano. Comparado às duas ondas anteriores, dessa vez o engano virá acompanhado de milagres e sinais. Isso levará a um completo endemoninhamento da humanidade. Apocalipse 13.13 diz: “Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens.” Três capítulos adiante, lemos:“porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso... Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom” (Ap 16.14,16).

Portanto, o capítulo 24 de Mateus, onde está inserido nosso texto áureo é a continuação do sermão sobre a grande tribulação, Jesus trata de sinais que ocorrerão antes e durante a grande tribulação (as expressões “grande aflição”, de Mt 24.21, e “grande tribulação”, de Ap 7.14, são idênticas no grego). Tais sinais indicam que o fim dos tempos está muito próximo.  

RESUMO DA LIÇÃO 10  


O PROFETA SOFONIAS E O JUÍZO VINDOURO  

I. O LIVRO DE SOFONIAS

1. Contexto histórico.

2. Genealogia.

3. Estrutura e mensagem.  

II. O JUÍZO VINDOURO

1. Toda a face da terra será consumida (v.2)

2. A linguagem de Sofonias.

3. Descrição detalhada.  

III. OBJETIVO DO LIVRO

1. Sincretismo dos sacerdotes.

2. Sincretismo do povo.

3.- Modismo do povo e a violência dos príncipes.  

IV. “O DIA DO SENHOR”

1. Significado bíblico.

2. O sacrifício e seus convidados.

INTERAÇÃO
Se Deus é bom, por que Ele castigará algumas pessoas eternamente? Esta é a indagação de muitos. Nas Escrituras, Deus é descrito como o justo juiz. No Antigo Testamento Ele pronunciou juízos contra Israel e outras nações. Em o Novo Testamento o Altíssimo julgou Ananias e Safira (At 5.1-11). E no fim dessa era o Eterno, através de seu Filho, julgará todos os homens da terra, de acordo com as obras de cada um. Esses fatos demonstram um Deus que ama o bem e odeia o mal. Isso mesmo! A justiça de Deus é uma resposta retumbante contra o mal criado pelo Diabo e praticado pelos homens. O Dia do Senhor vem! 


OBJETIVOS 


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Explicar a estrutura e a mensagem do livro de Sofonias.

·   Compreender a linguagem predominante no livro de Sofonias.

·   Saber que juízo de Deus é uma doutrina bíblica irrevogável.  

ESBOÇO DO LIVRO DO PROFETA SOFONIAS  


Introdução .....................................................................................................(1.1) 

Silêncio! O Temível Dia do Senhor ............................................ (1.2 — 2.3)

•    O julgamento do Senhor .............................................................. (1.2,3)

•    O julgamento contra Judá ......................................................... (1.4-18)

•    A Chamada para o Arrependimento ........................................... (2.1-3) 

Profecias contra as Nações .............................................................. (2.4-15)

•    Os filisteus ................................................................................. (vv.4-7)

•    Os amonitas e moabitas ........................................................... (vv.8-11)

•    Os etíopes ...................................................................................... (v.12)

•    Os assírios ................................................................................ (vv.13,15) 

Julgamento de Jerusalém .................................................................. (3.1-8)

•    Os pecados de Jerusalém ........................................................... (vv.1-4)

•    A justiça divina contra Jerusalém .............................................. (vv.5-7)

•    Julgamento de toda terra ................................................................ (v.8)

Salvação e o Dia do Senhor ...................................................................... (3.9-20)

•    O remanescente restaurado e Jerusalém purificada ............... (vv.9-13)

•    A alegria do povo com Deus ..................................................... (vv.14-17)

•    Promessas a respeito da restauração final .............................. (vv.18-20)
 

COMENTÁRIO  


introdução  

Palavra Chave

Juízo: Ato, processo ou efeito de julgar; julgamento.  

Nesta lição, estudaremos o oráculo de Sofonias. Ele se destaca pela intrepidez do juízo divino contra Judá e os gentios. O profeta anuncia o julgamento universal descrito como a reação de Deus aos pecados cometidos pelos moradores de toda a terra. Sofonias, porém, aborda o julgamento divino numa perspectiva escatológica de restauração.  

1. O LIVRO DE SOFONIAS  

1. Contexto histórico. Sofonias exerceu o seu ministério “nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá” (v.1). Josias reinou entre 640 e 609 a.C. A reforma religiosa do rei de Judá aconteceu em 621 a.C, “no ano décimo oitavo” do seu reinado (2 Rs 22.3). Quando ocorreu a reforma, Jeremias exercia o ofício de profeta há cinco anos. O seu chamado deu-se “no décimo terceiro ano do [...] reinado” de Josias (Jr 1.2). Esse período corresponde a 627 a.C. É possível que, na reforma, o rei fora encorajado por esses profetas. Evidências internas apontam para um tempo de pré-reforma em Judá, denunciando os desmandos dos reis Manassés e Amom                     (2 Rs 21.16-24). 
2. Genealogia. É comum a menção do nome paterno nos livros dos profetas. Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oseias, Joel e Jonas, trazem essa informação. Sofonias, porém, descreve a sua genealogia: “Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias” (v.1). A citação do nome do pai estabelecia o direito tanto à herança quanto à posição social ou aquisição de poder. A ausência de paternidade demonstra que tal profeta não adveio de família tradicional. Sofonias era trineto de Ezequias, que também fora rei de Judá. Isso lhe garantia livre acesso no governo real, bem como noutros segmentos da sociedade. 
3. Estrutura e mensagem. Os meios de comunicação dos oráculos divinos aos profetas eram a palavra e a visão. Os porta-vozes do Eterno deixam isso claro no prólogo de seus livros (v.1a). O estilo poético predomina em todo o livro de Sofonias. O oráculo está organizado em três partes principais: - a primeira anuncia o juízo contra as nações da terra, incluindo Judá (1.1-2.3). - a segunda especifica os povos nesse julgamento global — Filístia, Moabe, Amom, Etiópia e Assíria (2.4-15). - e a terceira parte trata do castigo de Jerusalém e da restauração dos remanescentes fiéis (3.1-20). O tema do “Dia do Senhor” ocupa todo o oráculo divino.  

SINOPSE DO TÓPICO (I)  

O livro de Sofonias apresenta juízo divino contra as nações e Judá; o julgamento global;
 o castigo de Jerusalém e a restauração do remanescente fiel.  

II. O JUÍZO VINDOURO  

1. Toda a face da terra será consumida (v.2). Após o dilúvio, Deus prometeu não mais destruir a terra com água (Gn 9.11-16). Desde então, a palavra profética anunciou o juízo vindouro pela destruição através do fogo (1.18; 3.8; Jl 2.3; 2 Pe 3.7; Ap 16.8). A declaração “inteiramente consumirei tudo sobre a face da terra” (v.2) refere-se à tragédia global referida em 3.6-8. Note que a expressão “face da terra” é igualmente usada no anúncio da tragédia do dilúvio (Gn 6.7; 7.4). 
2. A linguagem de Sofonias. A hipérbole é uma figura de linguagem que consiste em dar à sua significação uma ênfase exagerada. Ela, porém, aparece na Bíblia e, por isso, alguns expositores veterotestamentários defendem o uso de uma linguagem hiperbólica para o livro de Sofonias. Eles consideram forte demais a descrição do aniquilamento natural de aves, peixes, animais, seres humanos, nações e cidades (1.3; 3.6). 
3. Descrição detalhada. É verdade que na Bíblia há o emprego de hipérbole (Mt 11.23; Jo 12.19, etc). Mas não é o caso, aqui, em Sofonias! A descrição “os homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar” (v.3) representa o reverso da criação registrada em Gênesis (1.20-26). Ela corresponde à destruição universal e literal da criação (Ap 16.1-21). O dilúvio, por exemplo, foi literal e global, mas a família cie Noé foi salva (1 Pe 3.20), assim como os filhos de Israel foram poupados das pragas do Egito (Êx 9.4; 10.23; Nm 3.13).  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

A proclamação do juízo vindouro é o anúncio da tragédia global descrita em Sofonias 3.6-8. 
 

III. OBJETIVO DO LIVRO  

1. Sincretismo dos sacerdotes. A expressão “quemarins com os sacerdotes” (v.4) aponta para o sincretismo da religião de Israel com o paganismo. “Quemarins” é o plural do hebraico komer usado para “sacerdote pagão” e aparece apenas três vezes no Antigo Testamento (2 Rs 23.5; Os 10.5). Apesar da origem levítica, os sacerdotes estavam envolvidos no sincretismo religioso pagão. 
2. Sincretismo do povo. Sabeísmo é a prática pagã dos sabeus; o povo da rainha de Sabá. Seu culto resumia-se na prática de adivinhação e na astrologia. Judá envolveu-se nesse tipo de paganismo (2 Rs 23.5; Jr 8.2; 19.13). Malcã ou Milcom (ARA e TB), ou ainda Moloque (NVI), era o deus nacional dos amonitas (1 Rs 11.5-7). Sofonias denunciou o povo por adorar a Jeová numa cerimônia comum com essa asquerosa divindade (v.5). Isso exemplifica a realidade do ritual sincrético no meio do povo escolhido. 
3. O modismo do povo e a violência dos príncipes. Não havia nada de errado em alguém vestir a roupa do estrangeiro. O problema da “vestidura estranha” (v.8) era o compromisso religioso de tal indumentária com o paganismo (2 Rs 10.22). Os príncipes de Judá, provavelmente filhos de Manassés ou Amom (pois Josias era bem novo para ter filhos nessa idade), serão duramente castigados por causa da violência e do engano (v.9). O objetivo do castigo divino é exterminar o baalismo, o sincretismo, as práticas divinatórias e as injustiças sociais.  

SINOPSE DO TÓPICO (III)  

O objetivo do livro de Sofonias é anunciar o juízo de Deus sobre as nações e as mazelas sociais e religiosas praticadas pela humanidade.  

IV. “O DIA DO SENHOR”  

1. Significado bíblico. O termo hebraico para “dia” é yom, que pode ser “dia” no sentido literal (Jó 3.3) ou período de tempo (Gn 2.4). Assim, “o dia do SENHOR” (v.7) ou as fraseologias similares “dia da ira do SENHOR” (2.2,3) e “naquele dia” (1.10), indicam o período reservado por Deus para o acerto de contas com todos os moradores da terra (Is 13.6,9; Ez 13.5; Jl 1.15; 2.1). Esse período também é chamado de Grande Tribulação (Ap 7.14). O julgamento de Judá e das nações vizinhas é o prenúncio do juízo vindouro. 
2. O sacrifício e seus convidados. A profecia afirma que Jeová “preparou o sacrifício e santificou os seus convidados” (v.7). Aqui, essa sentença é chamada de “sacrifício”, uma metáfora usada pelos profetas para indicar o juízo (Is 34.6; Jr 46.10; Ez 39.17-20). O verbo hebraico para “santificar” é qadash, cuja ideia básica consiste em “separar, retirar do uso comum” (Lv 10.10). Assim, os babilônios foram separados por Deus para a execução da ira divina sobre o povo de Judá (v.10).  

SINOPSE DO TÓPICO (IV) 

A expressão o “Dia do Senhor” indica o período para o acerto de contas entre Deus e todos os moradores da terra. Esse período é chamado também de Grande Tribulação.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

O juízo vindouro não é assunto descartável. Os profetas trataram dele, bem como o Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos. Fica aqui um alerta para os promotores da teologia da prosperidade (Fp 3.19-21). Infelizmente, entre muitos cristãos, os assuntos escatológicos são motivos de chacotas e risos. No entanto, Deus não se deixa escarnecer. O seu juízo é certo e verdadeiro e virá sobre todos os que praticam a iniquidade.  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA  


Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009. MACARTHUR JR., J. A Segunda Vinda. 1 ed., RJ: CPAD, 2008. SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.  

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO  


Subsídio Teológico 
“[O Juízo Final]
Não há ninguém na Escritura que possa dizer mais sobre isso do que o Senhor Jesus. Ele advertiu repetidamente a respeito do iminente julgamento dos que não se arrependem (Lc 13.3,5). Ele falou muito mais sobre o inferno do que sobre o céu, usando sempre os termos mais nítidos e perturbadores. A maior parte do que sabemos sobre o destino eterno dos pecadores veio dos lábios do Salvador. E nenhuma das descrições bíblicas do juízo é mais severa ou mais intensa do que aquelas feitas por Jesus. No entanto, Ele sempre falou sobre essas coisas usando os tons mais ternos e compassivos. Ele sempre insiste para que os pecadores abandonem os seus pecados, reconciliem-se com Deus, e se refugiem nEle para que não entrem em julgamento. Melhor do que qualquer outro, Cristo conhecia o elevado preço do pecado e a severidade da cólera divina contra o pecador, pois iria suportar toda a força dessa cólera em benefício daqueles que redimiu. Portanto, ao falar sobre essas coisas, Ele sempre usou a maior empatia e a menor hostilidade” (MACARTHUR JR., J. A Segunda Vinda. 1 ed., RJ: CPAD, 2008, p.180).  

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO 


Sofonias: O Juízo vindouro  

O nome Sofonias significa “o Senhor esconde”. Esse profeta é identificado como sendo descendente de Ezequias. Estudiosos do Antigo Testamento acreditam que esse Ezequias foi o rei que governara Judá aproximadamente setenta e cinco anos antes. Portanto, podemos entender por esses dados que Sofonias tinha acesso à Corte e conhecia o sistema religioso de seus dias. Seu ministério durou de 640-609 a.C, um período histórico em que a Assíria estava em declínio e a Babilônia estava crescendo no cenário internacional. Nesse mesmo período, em Judá, o reino havia se enfraquecido por causa da administração de Manassés, um rei que “fez errar a Judá e os moradores de Jerusalém, de maneira que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel” (2 Cr 33.9). A Bíblia diz que Manassés foi preso e levado algemado para a Babilônia, e que lá, arrependeu-se dos males que tinha feito: “fez-lhe oração, e Deus se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica e o fez voltar para Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o SENHOR era Deus” (2 Cr 33.13). Apesar dessa conversão de Manassés ao Senhor, o povo não o acompanhou nessa mudança. Sofonias profetiza, então, para advertir ao povo que o julgamento de Deus estava para vir. Ele também deixou claro que a nação seria purificada por Deus, que haveria de habitar entre eles. De forma intrigante, Sofonias começa sua profecia com um lamento, mas termina com um cântico de alegria. Sofonias fala do dia do Senhor. Sua descrição não é da manifestação do Messias, e sim da ira de Deus. Joel (2.31) e Malaquias (4.5) também trata desse tema, e não é por acaso. Sofonias apresenta os pecados que o povo praticava; eles adoravam a Baal, uma divindade cananita; adoravam os elementos da natureza, o sol e a lua, e também as estrelas, desprezando o Criador; eles misturavam a adoração a Deus com a adoração a outras “divindades”; aos poucos, foram abandonando o culto ao Senhor e, finalmente, manifestaram um claro descaso para com a obediência dos preceitos divinos. Seu ministério profético foi exercido nos dias do rei Josias, um homem que se esforçou muito para que o seu povo se tornasse para Deus. Josias aproveitou o breve momento de baixa ingerência de nações inimigas e buscou um avivamento espiritual, a fim de que o povo mudasse de atitudes e se voltasse para o Senhor, o que só aconteceu depois do exílio de Judá.