segunda-feira, 25 de março de 2013

Lição 13 - 1º Trim. 2013 - Subsídio Complementar.

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 1º Trimestre de 2013
Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja
  • LIÇÃO 13- A Morte de Eliseu

    INTRODUÇÃO

    I – A DOENÇA TERMINAL DE ELISEU
    II – A PROFECIA FINAL DE ELISEU
    III - O ÚLTIMO MILAGRE DE ELISEU
    IV – O LEGADO DE ELISEU

    CONCLUSÃO
    OS EFEITOS DO PECADO
    Por
    Norman Geisler

    OS EFEITOS DO PECADO SOBRE ADÃO E EVA

  •  Deus criou os primeiros seres humanos em um estado de perfeição (vide capítulo 1). Uma das perfeições que Deus nos concedeu foi o poder do livre-arbítrio (vide capítulo 2). Adão e Eva fizeram uso desta liberdade para desobedecer a Deus (vide capítulo 3). O que seguiu-se a este mau uso da liberdade humana (o livre arbítrio) foi um estado de pecaminosidade, do qual não podemos escapar e reverter sem o auxílio divino (vide capítulo 4).

    Como veremos neste capítulo, a desobediência do casal original trouxe a morte ao mundo. Existem três tipos de morte: a espiritual, a física e a eterna. Adão e Eva morreram espiritualmente no momento em que pecaram. Eles também começaram a morrer fisicamente naquele mesmo dia. Caso Adão e Eva não tivessem aceitado a provisão de salvação oferecida por Deus, teriam também, em algum momento, morrido eternamente, o que significaria uma separação perpétua de Deus.

    A Morte Espiritual
    A morte é a separação de Deus, e a morte espiritual é a separação espiritual de Deus. Isaías declarou: “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2). No instante em que Adão pecou, ele experimentou o isolamento espiritual de Deus; isto fica evidenciado pela vergonha que ele sentiu a ponto de se esconder do seu Criador.

    Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.(Gn 3.7,8)
    Todo descendente de Adão — toda pessoa nascida de pais naturais desde o tempo da Queda — também está espiritualmente morto.

    E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados [...] Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos). (Ef 2.1,4-5)
    Jesus também disse a Nicodemos:

    Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus [...] aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de ter dito: Necessário vos é nascer de novo. (Jo 3.3,5-7)
    O novo nascimento do que Jesus falava é o ato da regeneração, pelo qual Deus transmite a vida espiritual para a alma do crente (1 Pe 1.23). Paulo também toca no assunto:

    [Ele] nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador, para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. (Tt 3.5-7)
    Sem esta regeneração, todo ser humano está espiritualmente morto nos seus pecados.

    A Morte Física
    Depois de criar Adão: “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16-17). No exato momento em que Adão tomou parte no fruto proibido, ele começou a morrer fisicamente, apesar da mentira de Satanás de que ele não morreria (cf. 3.4).

    A morte física é o resultado inevitável do pecado de Adão não somente para si mesmo, como também para todos os seus descendentes naturais (à exceção de Cristo).

    Pelo que, como um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir [Jesus]. (Rm 5.12-14)

    A Morte Eterna
    Se Adão não tivesse aceitado a provisão de salvação por Deus (Gn 3.15-24), ele teria, em algum momento, experimentado o que a Bíblia chama de “segunda morte”, que é a separação eterna de Deus. João escreveu sobre ela nas seguintes palavras: “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.14-15).

    Todos os que nascerem somente uma vez (fisicamente), haverão de morrer duas vezes (física e eternamente). Contudo, todos os que nascem duas vezes (física e espiritualmente) morrerão somente uma vez (fisicamente). Jesus disse: “Todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá” (Jo 11.26).

    Texto extraído da “Teologia Sistemática: Pecado, Salvação, A Igreja, As Últimas Coisas”, editada pela CPAD.

Lição 13 - 1º Trim. 2013 - A Morte de Elizeu.


Lição 13

A MORTE DE ELISEU 

31 de março de 2013

Professor Alberto 

TEXTO ÁUREO 


“E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram um bando e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e tocando os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pés” 
(2 Rs 13.21).  

VERDADE PRÁTICA 


O último milagre relacionado à vida de Eliseu demonstra o poder e o exemplo de um homem que ama e teme a Deus.  

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


O contexto histórico do nosso texto áureo está retratando o episódio da ressurreição de um homem que ao ser lançado na sepultura de Eliseu (850 à 850 a.C.), e ao tocar nos seus ossos, ressuscitou (2 Rs 13.20-21). O historiador Flávio Josefo descreve o texto da seguinte maneira:  

“O profeta pouco depois de ter falado assim, morreu”. Era um homem de eminente virtude e visivelmente ajudado por Deus. Viram-se os efeitos maravilhosos e quase incríveis de suas profecias e sua memória ainda hoje é tida em grande veneração por todos os hebreus.  

 Fizeram-lhe um magnífico túmulo como merecia uma pessoa que Deus tinha cumulado de tantas graças. Aconteceu que uns ladrões depois de terem matado um homem, lançaram-no nesse túmulo.  

“Esse corpo apenas tocou o corpo do profeta, voltou à vida, ressuscitado, o que nos mostra que não somente durante a vida, mas também depois da morte, ele tinha recebido de Deus o poder de fazer milagres” (História dos Hebreus – Flávio Josefo, CPAD, p. 210 – Vol. I).  

Eliseu morreu e foi sepultado, seu corpo se decompôs e seus ossos estavam no túmulo, mesmo assim, Deus manifestou o seu poder e deu testemunho do caráter de Eliseu como o profeta que vivifica (2 Rs 4.32-37. 1 Rs 17.17-24).  

Este milagre sugere que a influência de uma pessoa que anda com Deus não cessa automaticamente com a sua morte, mas que depois disso sua memória, suas obras, sua vida exemplar, poderá ser um manancial de vida espiritual para os outros (Jo 12.24; 2 Co 4.11-12).  

No entanto, o fato de Deus ter feito um milagre através dos ossos de Eliseu não justifica a veneração das relíquias dos santos, conforme alega a Igreja Católica para dar suporte à sua prática de veneração de relíquias. Essa passagem não justifica a veneração de relíquias, do mesmo modo que não justifica a veneração de quaisquer outros meios físicos que Deus tenha utilizado como veículo na realização de milagres — tais como a vara de Moisés, a serpente de bronze no deserto, o lodo que Jesus utilizou para curar o homem cego ou as mãos dos apóstolos usa­das para curar enfermidades. Na realidade, a Bíblia condenou a utilização da serpente de bronze com a finalidade de idolatria.  

 Na campanha contra a idolatria de Judá, Ezequias "tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera, por­quanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso" (2 Rs 18.4).  

Deus claramente ordenou ao seu povo que não fizesse imagens de escultura, e nem se prostrassem diante delas em um ato de devoção religiosa. Esse é o mesmo erro dos pagãos que "reverenciaram e adoraram à criatura em lugar do Criador" (Rm 1.25).  

A Bíblia nos proíbe, em qualquer tempo, fazer ou mesmo "nos curvar" diante de uma "imagem" de qualquer criatura em um ato de devoção religiosa.  

"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás" (Êx 20.4,5, ênfases adicionadas pelos autores). (Resposta as Seitas - Norman G. Geisler e Ron Rhodes- CPAD - Casa Publicadora das Assembleias de Deus).  

RESUMO DA LIÇÃO 13 


A MORTE DE ELISEU 

I. A DOENÇA TERMINAL DE ELISEU

1. A velhice de Eliseu.

2. O sofrimento de Eliseu.  

II. A PROFECIA FINAL DE ELISEU

1. A ação de Deus na profecia.

2. A participação humana na profecia.  

III. O  ÚLTIMO MILAGRE DE ELISEU

1. A eternidade e fidelidade de Deus.

2. A honra de Eliseu.  

IV. O LEGADO DE ELISEU

1. Legado sócio-cultural.

2. Legado Espiritual.  

INTERAÇÃO  

Nesta última lição do trimestre estudaremos os derradeiros dias do profeta Eliseu.
Ele foi um homem fiel ao Senhor até o fim dos seus dias. Todavia, como homem ele era mortal. Não temos como escapar, um dia enfrentaremos a morte. Porém, ela não nos assusta. Eliseu começou bem seu ministério profético e o encerrou também com excelência.  

Ele viveu todos os seus dias como servo do Senhor e com certeza pode declarar como o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia [...]” (2 Tm 4.7). Que quando chegar o nosso dia, possamos também declarar estas mesmas palavras.  

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conscientizar-se sobre a brevidade da vida e a eternidade de Deus.
Compreender a natureza da profecia final de Eliseu.
Explicar o propósito do último milagre de Eliseu.

COMENTÁRIO 


INTRODUÇÃO  

                                        PALAVRA CHAVE

     MORTE:

Término das atividades vitais do ser humano sobre a terra.
Nesta lição, acompanharemos os últimos passos do profeta Eliseu. Constataremos que Eliseu foi, de fato, um gigante espiritual. Mas, como todos os homens, estava sujeito às limitações comuns a todos os mortais — nasceu, cresceu, envelheceu e morreu. Fica, portanto, em destaque o fato de que os homens fazem história, mas Deus é o Senhor da história.
I. A DOENÇA TERMINAL DE ELISEU
1. A velhice de Eliseu. Um bom tempo já se havia passado desde a última aparição do profeta de Abel-meolá no registro bíblico (2 Rs 9.1). De fato, entre os capítulos 9 e 13 de 2 Reis, há um intervalo de aproximadamente quarenta anos.
Os estudiosos acreditam que, por essa época, Eliseu deveria estar com a idade aproximada de oitenta anos. Eliseu fora chamado ainda jovem para o ministério profético, mas agora estava velho e doente. Às vezes, idealizamos de tal forma os homens de Deus, que acabamos nos esquecendo de que eles também são humanos.
Envelhecem, adoecem e também morrem. O texto bíblico deixa bem patente o lado humano do profeta. Fora um grande homem de Deus e ainda o era, mas ainda assim era um homem.
2. O sofrimento de Eliseu. O mesmo texto que trata da doença e velhice de Eliseu fala também do seu sofrimento (2 Rs 13.14,20). Eliseu estava doente, e isso sem dúvida causava-lhe algum sofrimento. Eliseu envelheceu e padeceu.
Mas o foco aqui não é o sofrimento em si, mas como Deus trata o profeta nesse momento de sua vida e como ele responde a isso. Mesmo alquebrado pela idade, Eliseu continuava com o mesmo vigor espiritual de antes. Possuía ainda a mesma visão da obra de Deus. Em nada a doença, ou quaisquer outras coisas, impediu-o de continuar sendo a voz profética do Deus de Israel.
3.- Eliseu morreu de uma doença. O detalhe da Palavra de Deus não nos permite ter equívocos: “Eliseu estava doente da sua doença de que morreu” (2 Rs 13.14). Esse verso pode deixar constrangidos os proponentes da confissão positiva, que alegam que um crente não pode ficar doente, e se estiver doente, é porque não tem fé ou está em pecado. Eliseu era um homem de Deus. Era um homem de fé.
Realizou muitos milagres. Mas quando chegou sua hora de partir, esse momento ocorreu porque o profeta ficara doente e a doença o levou. Entende-se que Eliseu já era um homem de idade avançada, e que naturalmente seu organismo, como o de outras pessoas dessa fixa etária, ficou propenso a fraquezas e doenças. Foi um fato natural.
Precisamos entender dois princípios claros:
a) que a nossa obrigação é orar ao Senhor pedindo cura, e é Ele quem manda a cura para o seu povo, conforme a sua vontade;
b) Em sua soberania, Deus pode permitir que nossa partida para estar com Ele se dê de diversas formas, inclusive por meio de doenças.
Ainda que isso ocorra, não podemos pensar que a morte, para o cristão, é uma punição, mas sim uma promoção para estar lado a lado com o Senhor. Deus tem uma forma de tratar com cada pessoa. Elias foi levado ao céu, vivo; Eliseu passou pela morte, mas ambos estão com o Senhor.
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A doença não conseguiu impedir o profeta Eliseu de continuar sendo a voz profética do Deus de Israel.
II. A PROFECIA FINAL DE ELISEU
1. A ação de Deus na profecia. Hoje está na moda o jargão: “Eu profetizo sobre a tua vida”. Embora muito bonito e vestido de roupagens espirituais, tal jargão não passa de orgulho e afetação humana.
Isso por uma razão bem simples: nenhuma profecia, que se ajuste ao modelo bíblico, tem seu ponto de partida no querer humano, mas na vontade soberana de Deus (2 Pe 1.20,21). Eliseu, por exemplo, refletindo os desígnios divinos, dizia ao profetizar: “Assim diz o Senhor” (2 Rs 2.21; 3.16).
A expressão “flecha do livramento do SENHOR” (2 Rs 13.17) possui sentido semelhante. A profecia tem sua origem em Deus e não no homem. Eliseu não profetizou para depois se inspirar, mas foi primeiramente inspirado para depois profetizar (2 Rs 3.15).
2. A participação humana na profecia. Vimos que uma profecia genuinamente bíblica tem sua origem em Deus. Todavia, a Escritura mostra também que existe a participação do homem nesse processo. É o que vemos em 2 Reis 13.14-19.
Joás visitou Eliseu devido ao grande respeito que tinha pelo profeta, que estava próximo de falecer. Sua saudação: ‘Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!’ (2 Rs 143.14), foi a exclamação que o profeta pronunciou na ocasião em que Elias foi levado ao céu (2 Rs 2.12).
O fato de Jeoás utilizar esta expressão é uma indicação de que ele reconhecia a proximidade da morte de Eliseu. A ordem relacionada ao uso do arco e das flechas estava relacionada com a Síria, que era a nação que oprimia Israel.
Uma flecha lançada em direção ao oriente simbolizava a vitória em Afeca; as setas lançadas ao solo simbolizavam a vitória de Israel sobre a Síria. A indignação de Eliseu quanto à relutância do rei Jeoás de Israel em continuar a atirar as suas flechas, símbolo do livramento do Senhor contra os sírios, é bastante significativa.
Deixa clara a decepção do profeta com a falta de discernimento e perseverança do rei. Faltou fé a Jeoás! Ele pensava certamente tratar-se de uma mera cerimônia na qual ele teria apenas uma participação técnica. A sua vitória seria do tamanho da resposta que ele desse ao profeta.
Deveria ter ferido a terra cinco ou seis vezes, mas fez apenas três. Eliseu se indignou muito contra Joás, por saber que confiar e se apoiar em outras nações era uma atitude errada. Era necessário ter uma completa confiança em Deus para que fossem ajudados contra as nações estrangeiras que procuravam oprimir Israel.
O poder miraculoso associado aos ossos de Eliseu tinha a finalidade de mostrar a Jeoás que o poder do Deus de Israel seria manifestado sobre a Síria, mesmo após a morte do profeta. Uma fé tímida obtém uma vitória igualmente tímida.  Em o Novo Testamento, o Senhor Jesus irá por em destaque essa verdade (Mt 9.29).
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Aprendemos mediante a última profecia de Eliseu que uma fé tímida obtém uma vitória igualmente tímida.
III. III. O ÚLTIMO MILAGRE DE ELISEU
1. A eternidade e fidelidade de Deus. É interessante observarmos que o último milagre de Eliseu deu-se postumamente. Eliseu já estava morto quando ocorre algo que desafia a razão humana (2 Rs 13.20,21). Essa passagem revela pelo menos dois aspectos dos atributos de Deus — Deus é eterno.
Ele não morre quando morre um homem de Deus, nem tampouco deixa de cumprir a sua Palavra quando as circunstâncias parecem dizer o contrário. Ao permitir que o toque nos restos mortais de Eliseu desse vida a um morto, Deus mostrava ao rei Jeoás que a morte de Eliseu não iria impedir aquilo que há algum tempo ele havia prometido a ele. Deus é fiel e zela pela sua Palavra para a cumprir.
2. Eliseu teve um ministério respeitado. Ao longo de sua vida, Eliseu teve contato direto com a escola de profetas em seus dias. Foi um homem que viu milagres em seu ministério, trouxe orientações a governantes e gozava da honra de outros profetas. E mesmo depois de morto, realizou um milagre de ressurreição.  

Este último fato não nos permite crer que podemos rogar a “santos homens e mulheres” para que nos ajudem em nossas dificuldades, pois se observarmos a narrativa dessa ressurreição, não foi feito nenhum pedido ao “santo Eliseu” para que ele ressuscitasse o homem morto que foi jogado em sua cova.  

O fato simplesmente aconteceu pelo poder de Deus, e não pela súplica direcionada a um profeta que estava no céu e poderia interceder pelo morto a Deus. Nossas orações devem ser para o Senhor, e não para pessoas consideradas santas. Nosso único intercessor é o Senhor Jesus Cristo, o próprio Filho de Deus, e ninguém mais.
3.- A honra de Eliseu.Além da fidelidade e da eternidade de Deus, que ficam bem patentes nesse último milagre de Eliseu, há ainda mais uma lição que o texto deixa em relevo. Aqui é possível perceber que, mesmo morto, o nome de Eliseu continuaria a ser lembrado como um autêntico homem de Deus.
Elias subiu ao céu vivo, Eliseu deu vida mesmo estando morto. Os intérpretes destacam que esse milagre, envolvendo os restos mortais de Eliseu, mostra que o Senhor possui planos diferenciados para cada um de seus filhos. Portanto, não devemos fazer comparações nem questionar os atos divinos (Jo 21.19-23). A Bíblia fala de homens, cujas ações continuam falando mesmo depois de haverem morrido (Hb 11.4).
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Mesmo depois de morto, Eliseu foi lembrado como um autêntico homem de Deus.
IV. O LEGADO DE ELISEU

1. Legado socio-cultural. Já estudamos que Eliseu supervisionava as escolas de profetas (2 Rs 6.1). Esse sem dúvida foi um dos seus maiores legados. Todavia, Eliseu fez muito mais; teve uma participação ativa na vida espiritual, moral e social da nação. Enquanto Elias era um profeta do deserto, Eliseu teve uma atuação mais urbana.
Eliseu tinha acesso aos reis e comandantes militares, e possuía influência suficiente para deles pedir algum favor (2 Rs 4.13). Como povo de Deus, não podemos viver isolados, mas aproveitar as oportunidades para abençoar os menos favorecidos.
2. Legado espiritual. Há uma extensa lista de obras e milagres operados através do profeta Eliseu. Sem dúvida, eles demonstram seu grande legado. Podemos enumerar alguns:
- abertura do Jordão (2 Rs 2.13,14);
- a purificação da nascente de água (2 Rs 2.19-22);
- o azeite da viúva (2 Rs 4.1-7);
- o filho da sunamita (2 Rs 4.8-37);
- a panela envenenada (2 Rs 4.38-41);
- a multiplicação dos pães (2 Rs 4.42-44);
- a cura de Naamã (2 Rs 5.1-19) e
- o machado que flutuou (2 RS 6.1-7).

SINÓPSE DO TÓPICO (4)
Como povo de Deus, não podemos viver isolados, mas aproveitar as oportunidades para abençoar os menos favorecidos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluimos a lição, fazendo um resumo geral da vida de um dos maiores profetas do Antigo Testamento, Eliseu. É importante enfatizar que o último milagre relacionado à vida de Eliseu demonstra o poder e o exemplo de um homem que ama e teme a Deus. 

ELISEU
 
Pontos fortes e êxitos
 
    Foi sucessor de Elias como profeta de Deus.
    Teve um ministério que durou mais de 50 anos.
    Teve um grande impacto sobre quatro nações: Israel, Judá, Moabe e Síria.
    Foi um homem íntegro que não tentou enriquecer-se à custa dos outros.
    Fez muitos milagres para ajudar aqueles que estavam sofrendo necessidades.


Lições de vida
 
    Aos olhos de Deus uma medida de grandeza é a disposição para servir aos pobres como também aos poderosos.
    Um substituto eficaz não só aprende com o seu mestre; também constrói sobre as realizações de seu mestre.
 
Assim termina a vida do profeta Eliseu.
Um grande homem de Deus que nunca deixou de ser servo.
Começou pondo água nas mãos de Elias (2 Rs 3.11), um gesto claro de sua presteza em servir, e foi exaltado por Deus.
Mesmo sem ter escrito uma linha, levanta-se como um dos maiores profetas bíblicos de todos os tempos.
Devemos imitá-lo em sua vida de serviço e amor a Deus.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010. Comentário Bíblico Beacon. Volume 2, 1 ed., RJ: CPAD, 2005. LEBAR, L. E. Educação que é Cristã. 1 ed., RJ: CPAD, 2009. ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
Lição Bíblica CPAD do 2º Trimestre 2013 - A família cristã no século XXI: Protegendo seu lar dos ataques do inimigo
Lição do próximo Trimestre

sábado, 23 de março de 2013

Palavra de Reflexão: Uma Nova Antropologia Teológica.

PERFIL

Esdras Costa Bentho é pastor, teólogo, especialista em Hermenêutica Bíblica e pesquisador em Hermenêutica Filosófica, chefe do Setor de Bíblias e Obras Especiais da CPAD e escritor. É autor dos livros “A Família no Antigo Testamento – História e Sociologia” e “Hermenêutica Fácil e Descomplicada”, e co-autor de “Davi: As vitórias e derrotas de um homem de Deus”, todos títulos da CPAD.                        13/03/2013 23:35

Uma Nova Antropologia Teológica para um Novo Tempo

O conceito que se tem de Deus reflete na explicação que se dá acerca do homem.
Para saber “que é o homem” é oportuno interrogar-se a respeito de Deus. O conceito que se tem de Deus reflete na explicação que se dá acerca do homem. Heidegger entendia que o mundo é uma conexão de coisas finitas criadas por Deus e, por isso, a partir do conceito de Deus, é possível discutir e deduzir o que pertence ao ente na medida em que ele é criação de Deus. [1] A origem do homem está em Deus e o sentido da existência e da natureza real do ser humano encontra-se respectivamente nele. Cabe perfeitamente aqui a arguta observação de Queiruga ao afirmar que “pelo esquecimento de Deus, a própria criatura torna-se obscura”. [2]
O estudo da teo-logia conduz o pesquisador necessariamente à pesquisa da antropo-teo-logia. Esse movimento dialético somente é possível mediante a auto-revelação de um Deus pessoal e de uma resposta-decisão da parte do homem. Não é possível, portanto, conceber uma teologia que, próxima de Deus, se afaste do homem, ou que próxima do homem se afaste de Deus.
Uma concepção renovada da antropologia teológica e pastoral, ambas estagnadas pelo dualismo e concepções vetustas e ultrapassadas, não é apenas necessária como também plausível. A primeira deve buscar uma reflexão renovada e atualizada do homem sob os auspícios de uma hermenêutica teológica e interdisciplinar. A segunda, valendo-se dos resultados desse saber, é desafiada a caminhar em direção a uma práxis que não seja apenas contextualizada aos reais dilemas de nossa comunidade, mas também capaz de produzir renovação e integralização da pessoa a Deus, a si, ao outro e à criação.
Vejamos alguns elementos que exigem da pastoral e da teologia uma reflexão.
1. Inculturação da fé
A primeira interpelação diz respeito à inculturação da fé cristã aos novos paradigmas filosóficos e científicos de nossa contemporaneidade. É assente e ponto pacífico na teologia a relação do saber teológico com os paradigmas explicativos da realidade de seu tempo. A teologia sempre foi e será uma ciência inculturada. Neste aspecto, é necessário ao trabalho pastoral ensinar a comunidade a desaprender as formulações arcaicas, os conceitos teológicos e litúrgicos ultrapassados, que não mais falam ao homem moderno. Roger Haight, com o discernimento que lhe é peculiar, afirmou “que a mera repetição de fórmulas teológicas não presta serviço algum ao povo de Deus”, muito pelo contrário, essa cantilena só pode provocar fastio e constitui uma infidelidade e irresponsabilidade para com a mensagem cristã. [3] É necessária uma interpretação mais criativa dos dados da fé transformando-os em fonte de conhecimento e renovação do ser humano.
O dogma é um caminho, uma orientação. Uma afirmação dogmática reflete o contexto que a gerou, pois se trata de uma resposta a uma situação epocal. Gerações que vivem em épocas diferentes devem dar novo vigor, frescor e interpretação ao dogma. Claude Geffré assevera que devemos “reinterpretar os enunciados dogmáticos à luz de nossa leitura atual da Escritura”. [4] Não é possível anunciar o Evangelho sem considerar o homem moderno, o seu destinatário.
2. Visão integral do ser humano.
Não é mais possível negar os reclamos científicos que exigem da fé uma resposta dialógica. Não podemos mais aceitar uma visão de homem que lhe negue sua completude. Não é mais possível se fechar à possível abertura que os tempos modernos apresenta à renovação da Igreja. Neste ínterim, a pastoral deve resgatar o sentido de pessoa que encontra no amor e liberdade de Deus o seu fundamento. Ser pessoa é ser livre. [5]
Heidegger afirmava que a liberdade não é uma propriedade (Eigenschaft) do homem, mas que o homem é essencialmente livre. Entendia o filósofo que para o homem adorar a Deus precisava estar livre de Deus, livre para se desviar de Deus, não determinado ou compelido por Deus para adorá-lo. [6] Se o homem adorar a Deus deve fazê-lo mediante uma ação livre, não compelida. Ser livre, em última instância, é ser capaz de se decidir a favor ou não de Deus. A concepção heideggeriana de modo algum entra em conflito com a teologia. Em Deus subsiste em toda plenitude a liberdade, o amor e a relação, elementos pessoais constitutivos. Deus criou o homem como ser livre, “chamado para se decidir na abertura, para acolher o dom de Deus salvador-criador e para viver o amor concreto ao outros seres pessoais e assumir responsabilidade face ao mundo criado por Deus”. [7] Todavia, como a experiência tem demonstrado e a própria escatologia paulina, nem todos ainda se submetem ao senhorio de Cristo e respondem positivamente ao seu chamado (1Co 15,24-28). Não é isto indício de uma liberdade, mesmo que negativa?
Ao criar o homem como ser livre (para), o próprio Senhor arca com a responsabilidade de o homem desejar ser livre d’Ele. O ser, assim, é pessoa, criada pelo amor e liberdade de Deus, capaz de se decidir a favor ou mesmo contrário a Deus. Javé decide criar o homem e o faz como um ser livre. Embora não explícito, a última proposição conforma-se à concepção do escritor de Gênesis, segundo a qual Deus criou o homem e o guia para a salvação. Segundo Werner Schmidt, os relatos de Gn 2-8 apresentam uma estrutura básica e uma dinâmica que podem ser descritas nos seguintes estágios: “providencia salvadora de Dios, culpa del hombre, castigo, acogida misericordiosa y nuevo comienzo”. [8] O mundo é o palco no qual Deus revela o seu amor ao homem e reafirma sua autonomia e liberdade ao permitir que ele faça suas próprias escolhas, mesmo que essas contrariem seus mandamentos (Gn 3). Somente uma perspectiva da liberdade de Deus e do homem pode conformar-se ao sentido de autonomia do sujeito, da natureza e do social propalados pela Modernidade.
A pastoral, por conseguinte, não se pode fechar ao novo contexto que tanto desafia quanto impele a Igreja ao cumprimento de sua missão no mundo. Pensemos nisto
Esdras Costa Bentho
Mestrando em Teologia - PUC RJ
Notas
1 Martin HEIDEGGER. Introdução à filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 264.
2 Andrés T. QUEIRUGA. O Vaticano II e a teologia, in Alberto MELLONI; ChristophTHÉOBALD (orgs.) Vaticano II: um futuro esquecido? CONCILIUM, 312-2005/4, Rio de Jneiro: Vozes, p. 24.
3 Roger HAIGHT.Dinâmica da teologia. São Paulo: Paulinas, 2004, p. 14.
4 Claude GEFFRÉ. Crer e interpretar: a virada hermenêutica da teologia. Rio de Janeiro: Vozes, p. 73.
5 Alfonso GARCÍARUBIO. Elementos de antropologia teológica: salvação cristã: salvos de quê e para quê? 4.ed., Rio de Janeiro: Vozes, 2007. O autor afirma que a pessoa é chamada a ser senhora de sua própria vida, capaz de fazer suas próprias escolhas e assumir as responsabilidades adjacentes à liberdade, p. 107-115.
6 Michael INWOOD. Dicionário Heidegger. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002, p. 106. Heidegger distingue sete tipos de liberdade, razão pela qual os conectivos para e de aparecem em itálicos, uma vez que representam dois conceitos de liberdade mais importantes para Heidegger: (1) libertação, libertar-se de; e (2) ligar-se a, liberdade para. Ele distingue Eigenschaft (qualidade do homem) e Eigentum (possessão do homem). Assim a liberdade do homem é definida como uma propriedade, Eigentum, e não uma qualidade, Eigenschaft.
7 Alfonso GARCÍARUBIO. (ed.) O humano integrado: abordagens de antropologia teológica. Petrópolis: Vozes, 2007, p.265.
8 Werner H. SCHMIDT.IntroduccionalAntiguo Testamento. Salamanca:EdicionesSigueme, 1983, p. 105

Palavra para Reflexão. O Poder do Perdão.


PERFIL



O poder do perdão

Jovem que teve seu braço amputado em acidente disse que perdoa o atropelador
por Valmir Nascimento
Em entrevista ao SPTV, o jovem ciclista David Souza dos Santos - que foi atropelado recentemente na Avenida Paulista em São Paulo e teve o seu braço amputado - disse que quer perdoar o atropelador e deseja que outras pessoas não sofram a mesma violência. Ele declarou: “E gostaria de perdoar o cara que fez isso comigo, que gostaria que nada disso acontecesse comigo nem com outras pessoas. E um abraço bem forte pra todos”.[1]
O atropelador que David pretende perdoar é o estudante Alex Siwek que, mesmo após a colisão, fugiu do local sem prestar atendimento e com o braço direito da vítima presa ao para-brisa do carro. Depois, foi à Avenida Doutor Ricardo Jafet, de onde lançou o braço do ciclista em um córrego.
Naturalmente, a primeira reação que temos diante de uma declaração de perdão como essa é de incompreensão e de desconcerto. Como pode o ofendido perdoar o ofensor em tal situação?
Em uma sociedade de ressentimentos, mágoas e sede de vingança pessoal, o perdão do jovem David nos faz refletir sobre a importância do perdão. Quantas pessoas vivem amarguradas e trancafiadas nos grilhões do ódio e da raiva? Pessoas que não conseguem perdoar e se deixam consumir diariamente por sentimentos de raiva e ódio? Filhos que não conseguem perdoar seus pais e pais que não perdoam seus filhos? Colegas de trabalho que vivem anos e anos sem se relacionar, porque não puderam perdoar uns aos outros?
Benjamin Fraklin dizia que as três coisas mais difíceis do mundo são: guardar um segredo, perdoar uma ofensa e aproveitar o tempo. Por isso é tão difícil perdoar. É uma ação que requer coragem, graça e, sobretudo, amor. Coragem para contrariar o senso comum de “olho por olho e dente por dente”. Graça para perdoar o ofensor não porque ele merece, mas como o oferecimento de uma dádiva. E amor, pois, não há perdão verdadeiro sem amor. Seja o amor próprio, seja o amor pelo próximo. Como disse Jesus, o segundo mandamento é amar ao próximo como a si mesmo (Mc 12.31).
O estudo etimológico da palavra perdão também nos diz muita coisa. Como escreve J. B. Libâneo [2], a “partícula latina per significa, em algumas palavras, que aquela realidade é levada a seu grau maior. Vejam o próprio termo perfeição. “Feição” na sua raiz significa algo feito, vindo do verbo fazer. Se aquilo que fazemos chega a um nível muito elevado, exprimimo-lo com o afixo per e temos, portanto, a per+feição”.
Assim acontece com doar, acrescenta Libâneo. “Se nosso gesto de doação, de dom atinge o grau mais sublime, traduzimos tal realidade acrescentando o mesmo afixo per. Temos então per+doar, per+dom. Portanto, perdoar é doar-se em plenitude. Mas como? A plenitude do dom é a vida. Perdoar é restituir à vida a quem nos ofendeu. Toda ofensa, em grau menor ou maior, é um atestado e um atentado de morte contra a vida. O outro está aí vivo, feliz e, pelo ataque ou agressão, alguém lhe atenta contra a vida. Quem o faz está morto por dentro. Desejar o mal a alguém mata primeiro quem o deseja e só depois a quem o atinge”.
Perdão, portanto, é um ato sublime de doação; de entrega. Nesse sentido, o exemplo mais claro dessa entrega é o próprio Senhor Jesus (Jo 3.16, Rm 8.32). As Escrituras dizem que ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados (Is 53:5). E o mais interessante é que ele está disposto a perdoar (Cl 1.14; Mt 26.28).
[1] Disponível em: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/03/ciclista-que-teve-braco-amputado-diz-que-gostaria-de-perdoar-atropelador.html
[2] Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artId=1281