- Jovens
- Publicado: 03 Maio 2017
O Pai-Nosso
2° Trimestre de 2017
INTRODUÇÃO
I - A FILIAÇÃO DIVINA, RECONHECIMENTO DA SANTIDADE E A VINDA DO REINO
II - O ALIMENTO, O PERDÃO MÚTUO E O LIVRAMENTO
III - A GLORIFICAÇÃO DO PAI NO FINAL DA ORAÇÃO
CONCLUSÃO
Prezado professor, a Paz do Senhor!
Inicie o estudo da lição fazendo a seguinte pergunta: “Você conhece e já orou o Pai-Nosso?” Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Em seguida, juntos, leiam o Texto Bíblico. Depois, explique que no judaísmo a oração era uma prática (At 3.1). A novidade estava no fato de chamarem a Deus de Pai nosso. Ao ensinar o Pai-Nosso, Jesus estava mostrando que a oração precisa brotar de um coração que anseia por ter e manter um relacionamento pessoal com Deus.
“Pai nosso, que estás nos céus” (Mt 6.9) – “Não era incomum os judeus considerarem Deus como Pai de Israel, mas como Pai de indivíduos numa relação especial era bastante inusitada. Esta experiência pai/filho era característica da relação de Jesus com Deus. Jesus chama Deus de ‘meu Pai’ treze vezes em Mateus. Até este ponto ao longo do Sermão da Montanha, Jesus fala aos seus que eles compartilharam uma experiência de família com Deus como Pai celestial, e com os outros como irmãos (Mt 5.9,16,22,23,45,47,48). Embora seja palavra de cunho familiar, a expressão de Mateus: ‘Nosso Pai, que estás nos céus’ é mais respeitável que o simples ‘Pai’ de Lucas”.
“Santificado seja o teu nome” (Mt 6.9) – “A força da palavra ‘santificado’ em hebraico, aramaico e grego é ‘ser santo’ ou ‘ser santificado’. Santidade significa primariamente ser posto de lado para propósito especial. No caso de Deus Ele é ‘o completamente outro’. Isto expressa o respeito hebraico pelo nome de Deus que apareceu na sarça ardente, quando Moisés perguntou o nome de Deus e recebeu a resposta: ‘Eu sou o que sou’ (Êx 3.14). Não foi dado a Moisés um nome que ele pudesse usar magicamente para manipular Deus na concessão de pedidos. Deus respondeu afirmando sua existência. Os judeus dos dias de Jesus tremiam diante do nome de Javé e reverentemente usavam Adonai (Senhor). O nome de Deus e a pessoa de Deus são inseparáveis no pensamento hebraico. Profanar o nome de Deus era profanar sua pessoa. Tal temeridade de semelhança pagã foi expressamente proibida no Decálogo (Êx 20.7).
Embora os cristãos tenham recebido o direito íntimo e familiar de se dirigirem a Deus por Aba, eles não o fizeram atrevidamente, pois até este nome familiar é sagrado. Ele não é pai excessivamente tolerante; como já se disse: ‘Deus é Pai, e não avô!’ Na igreja primitiva só depois de a pessoa ter se submetido a extenso período de instrução, oração, jejum e batismo, era-lhe permitido fazer a oração sagrada na primeira comunhão e dizer: ‘Pai’.
“Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu” (Mt 6.10) – “Esta estrutura paralela é o que se esperaria de um mestre judeu habituado com a poesia hebraica. No paralelismo sinônimo, a primeira linha é repetida na segunda, mas a segunda acrescenta reflexão e insight ao pensamento original. É o que ocorre neste versículo. Esta petição também tem paralelo no kadish (oração judaica) citada acima. Como visto na estrutura paralela das bem-aventuranças, este versículo provém da petição paralela que a antecede. Deus santifica seu nome arquitetando seu Reino em atos salvadores na história, de forma que os habitantes de terra digam: ‘Ele é o Deus vivo e para sempre permanente, e o seu reino não se pode destruir; o seu domínio é até ao fim’ (Dn 6.26).
A expressão: ‘Venha o teu Reino’ fixa o tom claramente escatológico, orientando os ouvintes ao cumprimento do tempo do fim no estabelecimento final do reinado de Deus no mundo. Requer o fim de toda instituição humana que não esteja em conformidade com a vontade de Deus. Este era o princípio grandemente revolucionário para ser proferido no Império Romano do século I. Subsequentemente seus seguidores desafiaram os grandes césares romanos. O mesmo se dá hoje se esta oração for dita e vivenciada com seriedade, pois ela lança o cristão contra as instituições e estilos de vida comumente aceitos.
“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt 6.11) – A primeira metade da oração aborda a glória e vontade de Deus, ao passo que as outras petições concernem às necessidades físicas e bem-estar espiritual dos discípulos. Certamente Jesus quer que esta oração seja modelo de toda oração cristã não só em conteúdo, mas também em forma e ordem. É apropriado que o louvor a Deus e o reconhecimento de sua soberania no mundo venham em primeiro lugar na oração. Sem a primeira metade, ela se assemelha a simples lista de compras, e para algumas pessoas Deus é reduzido a moço de recados, obrigado a suprir todo capricho humano. Com toda a familiaridade da Oração do Senhor, ela não compromete a norma universal de Deus. Súplicas, pedidos pessoais e intercessões devem ser acompanhadas pelo espírito de ação de graças (1 Tm 2.1).
A segunda metade constata que os discípulos são um povo necessitado, totalmente dependente da provisão graciosa de Deus. Uma vez mais, esta parte do Sermão da Montanha remonta à bem-aventurança inicial: ‘Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus’ (Mt 5.3). O discípulo verdadeiramente humilde reconhece que está moral e espiritualmente arruinado, à parte do exemplo e recursos de Deus para o viver santo.
O pão simboliza todas as necessidades materiais. Em Mateus 6.24-34 Jesus explica a necessidade de depender de Deus para as necessidades básicas. A despeito do intento original da palavra epiousios (diariamente/amanhã), tanto a aplicação escatológica quanto a vigente estão evidentes no contexto de Mateus.
“Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (6.12,14,15) – Esta parte da oração explana algumas das bem-aventuranças. Exprime a mensagem inicial de João Batista e Jesus na seção anterior do Evangelho (Mt 3.8; 4.17). Confissão e arrependimento de pecados são marcas do verdadeiro discípulo; farisaísmo e presunção espiritual são severamente criticados. A penetrabilidade do pecado conforme exposta por Jesus, faz o leitor lembrar a bem-aventurança dos ‘pobres de espírito’, porque eles cometeram pecado e estão em necessidade de perdão diário. Esta oração penitencial também sugere tristeza pelo pecado bem como admissão de culpa: da mesma forma está evidente a segunda característica do discipulado apresenta nas bem-aventuranças: ‘Bem-aventurado os que choram’ (Mt 5.4).
A palavra ‘dívidas’ é tradução literal de opheilema, palavra grega que se refere a obrigações financeiras, mas a palavra semítica original por trás dela usava a palavra ‘dívida’ como expressão referente a pecado. ‘Transgressões’ é tradução melhor. A oração registrada por Lucas diz: ‘Perdoa-nos os nossos pecados’ (Lc 11.4), exprimindo o intento original. Mateus 6.14,15 indica que Jesus tinha em mente pecados, e não simples dívidas financeiras. As Dezoito Bênçãos do judaísmo também pedem o perdão de Deus, mas não menciona o perdão dos outros.
“E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal” (6.13) – Este pedido tem paralelo na oração matinal talmúdica, mas se já existia e era usada por Jesus não podemos ter certeza. Como no relato da tentação (Mt 4.1-11), o verbo ‘tentar’ (peirazo) pode significar ‘testar, provar’ em sentido neutro, bem como ‘induzir para o mal’. A primeira acepção é mais apropriada aqui. No sentido de provar a fé, a prova é iniciada por Deus. Provar também resulta em instrução, edificação e temperamento, que produz caráter e redunda em recompensa. Não obstante, a origem da prova nem sempre é de Deus, mas dos desejos maus, dos inimigos da fé e do Diabo. Entretanto, Deus pode usar tudo para o bem.
“Porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!” (6.13) – A doxologia final não é achada nas cópias mais antigas e melhores de Mateus, nem se encontra na maioria dos manuscritos paralelo em Lucas. Aparece depois da Oração do Senhor no Didaquê 8.2 (escrito em c. 100 d.C.). A doxologia era provavelmente uma resposta cristã de louvor e afirmação que seguia a Oração do Senhor na adoração. Sua forma litúrgica apareceu nas cópias gregas mais tardias de Mateus, sendo incorporada em nossas versões.
Extraído de Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 50-55.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Se desejar, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para mostrar aos alunos as cinco partes do Pai-Nosso adaptado de Dwigt Pentecost.
1. O desejo de estar com Deus: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome.”
2. O desejo de estar no programa de Deus: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade assim na terra como no céu.”
3. O desejo da provisão de Deus: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.”
4. O desejo da pureza pessoal: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.”
5. O desejo pela proteção de Deus: “Não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal.”
Telma BuenoEditora responsável pela Revista Lições Bíblica Jovens
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.