quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Lição 05 - 4º Trimestre 2017 - A História do Perdão - Juniores.

Lição 5

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                      A História do Perdão — Mateus 18.21-35.
4° Trimestre de 2017
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Prezado(a) professor(a),

Na aula desta semana seus alunos terão a oportunidade de aprender um pouco mais a respeito do perdão. Diga-se de passagem, esta é uma das práticas mais difíceis da vida cristã. Se para os adultos é complexo lidar com esse tipo de situação, quanto mais para os juniores que ainda estão em fase de amadurecimento das capacidades mentais.
Lidar com o perdão não é apenas uma questão de vontade, mas sim, de necessidade. Jesus, ao ensinar seus discípulos a respeito do perdão, não usou de meio termo, mas foi categórico em afirmar que perdoar é uma exigência para que a nossa relação com Deus seja mantida. Se perdoarmos aqueles que nos ofendem ou causam algum mal, também seremos perdoados por Deus. Se, porém, não perdoarmos aqueles que nos causam algum dano, o Pai Celestial também não perdoará as nossas ofensas (cf. Mt 6.14,15). Isso significa que o perdão é um fator determinante para a nossa relação com Deus.

“Naquela época, havia sérias consequências para os que não podiam pagar suas dívidas. Um credor podia apoderar-se do devedor e de sua família, forçá-los a trabalhar para ele até que a dívida fosse paga. O devedor também podia ser enviado para a prisão, seus familiares podiam ser vendidos como escravos, para ajudar a pagar o débito. Esperava-se que, enquanto estivesse na prisão, as terras do devedor fossem vendidas ou que seus parentes pagassem a dívida em seu lugar. Caso contrário, o devedor permaneceria na prisão por toda a vida.

Pelo fato de Deus perdoar todos os pecados que cometemos, não devemos negar perdão a nossos semelhantes. À medida que entendemos o completo perdão de Cristo em nossa vida, devemos demonstrar uma atitude de perdão em relação aos outros. Se não fizermos, colocamo-nos acima da lei do amor de Cristo” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 1257).

Aprender a perdoar é um exercício que seus alunos precisam aprender a praticar desde cedo. Há muitos adultos que adquirem acentuada dificuldade em perdoar os outros que lhes fazem algum mal porque na infância não aprenderam a perdoar o próximo. Pelo contrário, muitos foram estimulados a responder as ofensas com a mesma moeda. Esse tipo de comportamento deve ser rejeitado entre os juniores.

Aproveite a ocasião e mostre aos seus alunos que boas maneiras devem ser preservadas. Para tanto, prepare um cartaz com as qualidades do caráter de cristo que devem ser imitadas. Diga o quanto Jesus foi manso, humilde, bondoso e misericordioso mesmo nos momentos em que teve de sofrer as injustiças e ofensas da parte daqueles que pretendiam matá-lo por inveja. Mesmo sofrendo tamanha angústia e traição o nosso Mestre ainda buscou fôlego para dizer: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (cf. Lc 23.34). Diga aos seus alunos que devem olhar para o exemplo de Jesus toda vez que se sentirem injustiçados e perceberem que precisam perdoar alguém.
Thiago SantosEducação Cristã - Publicações CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas lições da Revista Juniores. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 05 - 4º Trimestre 2017 - As Consequências das Escolhas - Pré Adolescentes.

Lição 5

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                    As Consequências das Escolhas
4° Trimestre de 2017
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A lição de hoje encontra-se em: Romanos 2.6-8

Caro(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos serão conscientizados a respeito das consequências das escolhas. É preciso fazer escolhas certas para que tenhamos um futuro próspero. As escolhas que fazemos podem nos trazer consequências boas ou ruins. O resultado depende da natureza da escolha que cada um faz. Por isso, é tão importante saber escolher de acordo com a vontade de Deus, pois Ele é o maior interessado em nossa felicidade.
E para que não venhamos cometer erros desnecessários ou mesmo agir de forma precipitada o Senhor disponibiliza para nós o seu conselho. Em algumas situações, Deus não mostra explicitamente o que uma pessoa deve fazer, mas usa a vida de alguém que tenha mais experiência de vida, ou que já tenha passado pela mesma situação, para aconselhar que decisão tomar ou que caminho seguir (cf. Pv 1.1-6). Note que o conselho de alguém não isenta a pessoa da responsabilidade da sua decisão. Lembremo-nos de que cada um deverá prestar contas a Deus de tudo quanto fez durante o tempo em que esteve neste mundo.

A capacidade de fazer escolhas sábias advém de outra qualidade muito importante: a capacidade de “ouvir”. Eis aí uma prática que a maioria das pessoas não valoriza pelo fato de acreditarem piamente que sempre estão com a razão. A Bíblia nos ensina que ouvir é uma qualidade essencial para aqueles que desejam tomar decisões sábias. Em provérbios diz que “quem responde antes de ouvir mostra que é tolo e passa vergonha” (Pv 18.13 – NTLH).

A ansiedade nas decisões tem sido a causa de muitos males, inclusive, se tratando da fase da pré-adolescência, período em que seus alunos estão aprendendo a lidar com as emoções e a refletir antes de agir. Por esse motivo é tão importante aprender ouvir e aprender com os outros. Tiago afirma em sua Carta: “Lembrem disto, meus queridos irmãos: cada um esteja pronto para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva” (cf. Tg 1.19). Ouvir e pensar antes de qualquer resposta é uma qualidade que enriquece o caráter de qualquer pessoa.

“Quando falamos muito e ouvimos pouco, a mensagem que transmitimos aos outros é que pensamos que as nossas ideias são muito mais importantes do que as deles. Tiago nos aconselha sabiamente a invertermos este processo. Coloque um cronômetro mental em suas conversas, e controle o quanto você fala e o quanto você escuta. Quando as pessoas falam com você, elas sentem que seus pontos de vista e ideias têm valor?” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 1753).

Demorar em falar e muito menos ficar com raiva reflete um comportamento quase impossível de ser alcançado, quanto mais se tratando de um adolescente desta faixa etária. Todavia, é seu papel, professor, orientá-los a buscar em Deus a graça necessária para ouvir quando necessário e escolher sabiamente para que possam experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm 12.1,2).

Aproveite a ocasião e pergunte aos seus alunos se eles têm facilidade de ouvir conselhos. Pergunte também como eles fazem para tomar decisão: pedem opinião aos mais experientes? Procuram saber mais informações a respeito do que precisam escolher? Mostre-lhes que o mais importante, em qualquer ocasião, é que busquem a orientação divina por meio da oração e leitura da Palavra.
Boa aula!
Por Thiago SantosEducação Cristã - Publicações CPAD
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Lição 05 - 4º Trimestre 2017 - O Que são as Epístolas? Adolescentes.

Lição 5

O que são as Epístolas 4° Trimestre de 2017
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ESBOÇO DA LIÇÃO:AS EPÍSTOLAS DE PAULO
AS EPÍSTOLAS GERAIS
OBJETIVOS
Apresentar o propósito das epístolas;
Despertar nos alunos o interesse em lerem as epístolas;
Conscientizá-los de que as epístolas são úteis para orientá-los;
Caro professor, prezada professora, na aula desta semana você terá a oportunidade de ajudar os alunos a potencializarem a capacidade de ler mais eficazmente as epístolas, ou cartas, do Novo Testamento. Basicamente, esses escritos se dividem em Epístolas Paulinas (escritas pelo apóstolo Paulo) e Epístolas Gerais, ou Universais – “Católicas” (escritas por outros apóstolos ou autores).

No uso geral, o termo epístola remonta uma correspondência escrita, seja particular ou pública. Na aula desta semana é importante o professor, ou a professora, pontuar uma forma competente de lermos as epístolas neotestamentárias. Por isso, após a explicação dos conceitos gerais das epístolas, tanto as paulinas quanto as gerais, sugerimos a seguinte atividade:
• Informe aos alunos que as epístolas do Novo Testamento estão constituídas em parágrafos.
• Explique a eles que um parágrafo é a “divisão de um texto escrito, indicada pela mudança de linha, cuja função é mostrar que as frases aí contidas mantêm maior relação entre si do que com o restante do texto.”
• Mostre a eles que a versão da Bíblia usada na Escola Dominical, NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje – Sociedade Bíblica do Brasil / SBB), marca os parágrafos das epístolas com subtítulos, como por exemplo:
1 CORÍNTIOS 1.1-9
Saudação
1-2 Eu, Paulo, que fui chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Cristo Jesus, escrevo, junto com o irmão Sóstenes, esta carta à igreja de Deus que está na cidade de Corinto. Escrevo a todos os que, pela sua união com Cristo Jesus, foram chamados para pertencerem ao povo de Deus. Esta carta é também para aqueles que em todos os lugares adoram o nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.
3 Que a graça e a paz de Deus, o nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês!

Bênçãos por meio de Cristo
4 Eu sempre agradeço ao meu Deus por causa da graça que ele tem dado a vocês por meio de Cristo Jesus.
5 Por estarem unidos com Cristo Jesus, vocês foram enriquecidos em tudo, tanto no dom de anunciar o evangelho como no dom da sabedoria espiritual.
6 A mensagem a respeito de Cristo está tão firme em vocês,
7 que vocês não têm deixado de receber nenhum dom espiritual enquanto esperam a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo.
8 Cristo vai conservá-los firmes até o fim para que no dia da volta do nosso Senhor Jesus Cristo vocês não tenham culpa de nada.
9 Deus é fiel e chamou vocês para que vivam em união com o seu Filho Jesus Cristo, o nosso Senhor.
• Ou seja, o bloco dos versículos 1-3 constitui o primeiro parágrafo da epístola de 1 Coríntios; e o dos versículos 4-9, o segundo parágrafo.

• Mostre como que cada parágrafo apresenta uma ideia central que pode ser resumida em uma ou duas sentenças: 1ª Parágrafo: o apóstolo Paulo se identifica ao público leitor e mostra a quem dirige sua epístola, saudando-o (vv.1-3)12º Parágrafo: a gratidão do apóstolo a respeito dos coríntios, pois estes vivem da graça de Deus por meio de Cristo e são abençoados por isso.2 
• Finalize a atividade estimulando que os alunos leiam uma das epístolas do Novo |Testamento considerando essa habilidade de lê-las considerando as divisões dos parágrafos. Sugerimos a carta de 1 Timóteo, pois trata-se de uma epístola dirigida a um jovem.
Desejamos que o estimado professor, ou a estimada professora, ministre uma excelente aula.
Deus abençoe!
Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do Setor de Educação Cristã da CPAD

1 Note como o subtítulo da NTLH, “SAUDAÇÃO”, contempla a descrição da sentença.
2 Perceba a mesma coisa em relação ao subtítulo “BÊNÇÃOS POR MEIO DE CRISTO”.
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Lição 05 - 4º Trimestre 2017 - As Ordenanças à Igreja - Juvenis.

Lição 5

As Ordenanças à Igreja
4° Trimestre de 2017
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ESBOÇO DA LIÇÃO1. ORDENANÇAS DO SENHOR
2. PROPÓSITO DO BATISMO
3. PROPÓSITO DA CEIA DO SENHOR
OBJETIVOSRefletir sobre as ordenanças bíblicas para a Igreja;
Explicar a simbologia e propósito do batismo;
Ensinar sobre a simbologia e propósito da Ceia do Senhor.
     Querido (a) professor (a), nesta próxima lição vamos nos aprofundar no estudo de duas ordenanças do Senhor a sua Igreja: Batismo e Santa Ceia. No decorrer da aula abordaremos estes assuntos, de forma dinâmica, visando esclarecer possíveis dúvidas e salientar o chamado do Senhor aos nossos juvenis para uma nova vida nEle e o convite de assentarem-se à sua mesa.

    Mais do que meros ritos, estas ações falam de vínculo, aliança e intimidade perpétuas. Para experimentá-la é necessária uma decisão individual e intransferível, a qual os adolescentes de sua classe já estão capacitados a tomar. Converse com eles sobre os grandes privilégios e bênçãos advindas desta Aliança, simbolizada no batismo e Ceia do Senhor. Assim também como as responsabilidades trazidas por este compromisso.

     Esta fase da vida, de 15 a 17 anos, é marcada por grandes decisões e consequentemente significativas transições. Através de você, professor (a), e de todo o conhecimento transmitido das Sagradas Escrituras, impressos em seu próprio testemunho, seus alunos estão sendo inspirados e direcionados por Deus rumo às escolhas assertivas.

É na adolescência (fase que significa crescer) que o indivíduo passa de criança para a vida adulta, com mais responsabilidades, como dito anteriormente. Durante essa transição, além das mudanças físicas, o adolescente também passa por mudanças comportamentais que podem ser consideradas por alguns como rebeldia.

As forças vitais e a capacidade intelectual do adolescente estão relacionadas com as mais variadas situações de conflitos, pois é nessa fase que tudo aquilo que o adolescente aprendeu com os pais, com a igreja, com a escola, vai ser analisado e visto como verdadeiro ou não. É nesta fase que se constituirá sua personalidade levando em conta todas as sua experiências vividas durante a sua vida. Ele decidirá por uma personalidade sua, pois anteriormente, quando criança, vivia, como se diz, com uma personalidade “emprestada”, se assim posso chamar, porque quem decidia a maioria das coisas eram os pais. A partir do momento que vai crescendo e tornando-se adulto, o adolescente passará a tomar suas próprias decisões, adquirindo mais responsabilidades.

[...] São muitas mudanças nesta fase da vida. Este tempo de mudança gera muitos conflitos internos, quando o adolescente, então irá analisar o que aprendeu para tomar suas decisões, baseando-se e, suas experiências de tudo que aprendeu até o momento para decidir suas escolhas. Esta é a fase em que muitos processos ocorrem de forma inconsciente, quando o adolescente, por medo de crescer, muitas vezes torna-se rebelde, testando os pais, professores, a igreja, o pastor, os líderes, etc. Decidir gera medos, por isso é mais fácil para o adolescente contestar e contrariar. Ele tenta ser e fazer diferente para mostrar que é capaz, e assim desafia tudo e todos. Este é um dos motivos que levam muitos deles por caminhos difíceis e tortuosos, até mesmo caminhos de morte, quando extremam esse processo. (SALINAS, Valquíria. Mente Saudável Para o Adolescente. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp. 22-23).
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula!
Paula Renata SantosEditora Responsável da Revista Juvenis
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Juvenis. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 05 - 4º Trimestre 2017 - Refugiados: um problema da Atualidade? Jovens.

Lição 5

                    Refugiados: um problema da atualidade?
4° Trimestre de 2017
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INTRODUÇÃO
I - O CONCEITO DE REFUGIADOS
II - O POVO DE ISRAEL COMO PEREGRINO EM TERRA ESTRANGEIRA
III - OS REFUGIADOS NA EUROPA E NO BRASIL
IV - OS REFUGIADOS E A IGREJA
CONCLUSÃO

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivo central ajudar os jovens a refletirem a respeito da postura da Igreja em relação ao refugiados. Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, leia o subsídio abaixo:
“Primeiramente, devemos estabelecer o conceito de refugiado. De acordo com a Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Refugiados, são refugiados as pessoas que se encontram fora do seu país por causa de fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em grupos sociais, e que não possa (ou não queira) voltar para casa. Posteriormente, conforme a ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), definições mais amplas passaram a considerar como refugiados as pessoas obrigadas a deixar seu país devido a conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos.

Refugiados, portanto, não são meros migrantes. Enquanto o refugiado abandona o seu país por causa de perseguição ou fundado temor, migrantes escolhem se deslocar em busca de melhores condições de vida, trabalho e educação. A ACNUR afirma que: “[...] para os governos, estas distinções são importantes. Os países tratam os migrantes de acordo com sua própria legislação e procedimentos em matéria de imigração, enquanto tratam os refugiados aplicando normas sobre refúgio e a proteção dos refugiados — definidas tanto em leis nacionais como no direito internacional”1 .

Embora o conceito de refugiado seja mais abrangente que migrante, a reflexão sobre a proteção bíblica dada ao estrangeiro é um importante ponto de partida para a análise da concepção cristã. Afinal, se Deus se importa com o estrangeiro, simplesmente por este encontrar-se distante da sua terra natal, seja qual for o motivo, quanto mais pelo refugiado — o estrangeiro que fugiu de seu país por causa de perseguição.
O POVO DE ISRAEL COMO PEREGRINO EM TERRA ESTRANGEIRA
Israel é o melhor exemplo bíblico de povo que viveu em terras estrangeiras. Jacó e sua família foram para o Egito2 numa época de extrema escassez, quando José ainda era vivo e governava aquela nação (Gn 46). Mais de duzentos anos após a morte de José e de seus irmãos, assumiu o trono egípcio um faraó que desconhecia os feitos do primeiro-ministro hebreu que havia livrado o Egito de uma grande fome (Êx 1.8).

Nesta época, os israelitas eram férteis e numerosos, enchendo aquele país. Receosos com o crescimento significativo desse povo estrangeiro, os egípcios passaram a subjugar os israelitas, colocando-os em trabalhos forçados na edificação de cidades, na agricultura e em outros serviços opressores (Êx 1.11—14). R. K. Harrison nos informa que a escravidão dos hebreus atingiu seu período mais crítico na construção em Pitom e Ramessés, sob o governo de Seti I e Ramsés II 3. O açoitamento era uma prática comum entre os egípcios. Segundo Harrison, “os espancamentos que os hebreus suportavam acrescentam um toque desafortunadamente autêntico à situação, pois este era o procedimento padrão na vida egípcia antiga para o encorajamento do progresso em qualquer tipo de trabalho”.

Ao explicar este contexto, Mark Dever observou com perspicácia que “o nacionalismo e a xenofobia, com frequência, levam a atitudes desagradáveis e feias, principalmente quando a população se sente ameaçada ou até subjugada pelo crescimento de uma minoria 4. Por mais numerosos que possam ser, estrangeiros são sempre vulneráveis, porquanto não detêm poder político e legal de uma dada nação.

O Egito, portanto, não era local de refúgio, mas de opressão e trabalho penoso. Segundo Victor Hamilton, a submissão dos hebreus a esse tipo de trabalho tinha a intenção de “desmoralizá-los, convencê-los de sua posição de escravos e reduzir ao máximo qualquer possibilidade de insurreição” 5.
Deus manda Israel proteger o estrangeiro
Por esse motivo, sempre que Deus exortava a nação israelita sobre a necessidade de proteção e cuidado ao estrangeiro, recordava do período tenebroso que eles experimentaram no Egito. Ao trazer-lhes à lembrança o período de peregrinação, o Senhor queria que eles se colocassem no lugar do estrangeiro, com empatia, a fim de entender as suas dificuldades.

Os gentios não podiam ser explorados ou maltratados, e a Lei lhes assegurava uma vida digna. O estatuto divino para o estrangeiro previa vários dispositivos de proteção, começando pela necessidade de não os oprimir e amá-los (Êx 23.9; Lv 19.33,34). A Lei permitia a colheita remanescente aos estrangeiros (lei da respiga), juntamente com órgãos e viúvas (Dt 24.19-22), e também a isonomia com os hebreus (Êx 12.49). Em um tempo em que os estrangeiros eram considerados inimigos, Deus instrui seu povo ao acolhimento e cuidado, agindo com compaixão. Afinal, de acordo com salmista, o Senhor guarda o peregrino (Sl 146.9).
Ao mesmo tempo, os profetas do Antigo Testamento vaticinaram contra a discriminação ao estrangeiro, como é o caso de Isaías (Is 56.3-6). Jeremias diz: “Se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para vosso próprio mal, eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, de século em século” (Jr 7.6,7). Zacarias e Malaquias, igualmente, bradaram contra a opressão aos estrangeiros (Zc 7.10; Ml 3.5).

Isso nos leva diretamente à seguinte pergunta: Qual a razão para Deus se preocupar tanto com o estrangeiro?

Tal se deve à fragilidade social e psicológica daqueles que se encontram nessa situação, motivo porque a proteção a esse grupo é uma maneira de se fazer justiça. Se justiça, como vimos no capítulo anterior, envolve o cuidado com os vulneráveis, então isso também se aplica aos estrangeiros. Ao longo das Escrituras vemos Deus defendendo o quarteto da vulnerabilidade 6: órfãos, pobres, viúvas e estrangeiros (Zc 7.9,10). Timothy Keller afiança que nas sociedades agrárias pré-modernas, esses quatro grupos não detinham poder social. “Mal tinham o que comer e, se houvesse fome na terra, invasão ou até mesmo distúrbio social, morreriam em questão de dias”7 . Hoje, prossegue Keller, “esse quarteto abrangeria refugiados, trabalhadores imigrantes, os sem-teto, e os muito idosos e pais/mães que cuidam sozinhos dos filhos” 8.

Viver longe do lar e tendo de enfrentar barreiras geográficas, culturais, sociais, linguísticas, ao tempo em que sofre discriminação e preconceito étnico, inegavelmente é uma situação que evoca cuidados especiais.
OS REFUGIADOS NA EUROPA E NO BRASIL
Reportagem da Folha de S. Paulo 9, de 21 de fevereiro de 2017, noticiou que setenta e quatro corpos de migrantes foram levados pela maré até uma praia na costa da Líbia. Eram todos adultos, em sua maioria homens vindos de países da África Subsariana, tentando atravessar o Pacífico em busca de asilo na Europa. Tal notícia é apenas um pequeno retrato da crise contemporânea de refugiados, a maior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial. 
Em várias partes do mundo milhares de pessoas fogem de seus países em busca de abrigo em outras nações, com famílias inteiras deixando seus lares e arriscando suas vidas em viagens e travessias perigosas, a pé ou pelos mares. Os números são alarmantes. O Relatório “Tendências Globais” elaborado em 2015 pela ACNUR/ONU10 apontou um total de 65,3 milhões de pessoas deslocadas por guerras e conflitos até o final daquele ano. Do total de 65,3 milhões, 12,4 milhões são novos deslocados por conflitos e perseguições apenas em 2015. Esse conjunto se divide entre 8,6 milhões de pessoas forçadas a abandonar seus lares e a mudar-se para outros lugares de seu país e 1,8 milhões que tiveram de cruzar as fronteiras. O universo de 65,3 milhões inclui 21,3 milhões de refugiados ao redor do mundo, 3,2 milhões de solicitantes de refúgio e 40,8 milhões deslocados que continuam dentro de seus países.

De acordo com o relatório, com o aumento de 2,6 milhões de casos apenas em 2015, na comparação com os dados de 2004, é possível concluir que o mundo assiste a um recorde de deslocados internos. Entre os países analisados pelo relatório “Tendências Globais”, alguns se destacam por serem a principal origem de refugiados no mundo. A Síria (com 4,9 milhões de refugiados), o Afeganistão (com 2,7 milhões) e a Somália (com 1,1 milhão) totalizam mais da metade dos refugiados sob o mandato do ACNUR. Os países com maior número de deslocados internos são a Colômbia (6,9 milhões), a Síria (6,6 milhões) e o Iraque (4,4 milhões). O Iêmen, em 2015, foi o país que mais registrou novos deslocados internos — 2,5 milhões de pessoas ou 9% de sua população.
Refugiados na Europa
O continente europeu é uma das regiões mais afetadas pela crise de refugiados. Tal se deve ao crescente número de migrantes que chegam às suas fronteiras em busca de abrigo, oriundas, em sua maioria, do Oriente Médio e da África, especialmente em decorrência do terrorismo islâmico que impera nestas regiões, como é o caso da Síria (Estado Islâmico), Afeganistão (Taliban), Somália (milícia islâmica Al-Shabaab, filiada à Al-Qaeda) e Nigéria (Boko Haram).

Na Síria, logo após o advento da Primavera Árabe no final de 2010 — uma onda revolucionária de manifestações e protestos que abalou o Oriente Médio e o norte da África, desencadeou em março do ano seguinte a guerra civil entre o governo de Bashar al-Assad e os grupos insurgentes Exército Livre da Síria e a frente al-Nusra, ligada à Al-Qaeda. O Estado Islâmico aproveitou-se da ocasião para ocupar território e intensificar ainda mais a brutalidade e a sanguinolência.

A guerra desencadeou a saída em massa do povo sírio em busca de refúgio em países vizinhos. A ONU estima que a guerra tenha deixado cerca de 400 mil mortos e provocado um êxodo de mais de 4,8 milhões de pessoas do país — a maioria mulheres e crianças, colocando sob pressão os países vizinhos — Líbano, Jordânia e Turquia.

No Afeganistão, o grupo terrorista islâmico Taliban tenta recuperar seu poder perdido desde a ocupação militar norte-americana, após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Em 2015, um total de 3.545 civis morreram e 7.457 ficaram feridos no Afeganistão por causa da guerra 11. Diante desse quadro, muitos afegãos partem em busca de refúgio na Europa.
Com efeito, na tentativa de atravessar os oceanos e chegarem à Europa, famílias inteiras arriscam suas vidas em viagens a bordo de embarcações clandestinas. Muitos não completam o percurso. Outros tantos desaparecem. Enquanto isso, as nações europeias ainda não sabem como lidar com a crise migratória de refugiados.
Refugiados no Brasil
O Brasil também recebe refugiados do mundo todo. Segundo estatísticas, o número total de solicitações de refúgio aumentou mais de 2.868% entre 2010 e 2015. Entre as principais causas dos pedidos de refúgio estão a violação de direitos humanos, perseguições políticas, reencontro de famílias e perseguição religiosa. A grande maioria dessas pessoas advém da África, Ásia (inclusive Oriente Médio) e do Caribe.

De acordo com o CONARE (Comitê Nacional para Refugiados), o Brasil possuía em 2016 mais de 8.863 refugiados reconhecidos, de 79 nacionalidades distintas (28,2% deles são mulheres) — incluindo refugiados reassentados. Os principais grupos são compostos por nacionais da Síria (2.298), Angola (1.420), Colômbia (1.100), República Democrática do Congo (968) e Palestina (376) 12.
Conclusão
Enquanto arauto da justiça, a igreja também pode agir estrategicamente no enfretamento desse problema social, alçando sua voz profética para que o assunto seja devidamente tratado pelo poder público. David Platt 13 recorda, com efeito, que “temos diante de Deus, como cidadãos de um governo, a responsabilidade de trabalhar juntos para criar e aplicar leis justas aos imigrantes”. Em suas palavras, “entre outras coisas, tais leis exigem a segurança de nossas fronteiras, a responsabilidade de nossos donos de empresas por práticas de contratação e a adoção de medidas essenciais que garantam aos contribuintes do país um tratamento justo no que se refere ao pagamento de impostos”. Assim, prossegue Platt, “como cidadãos de um país, temos a responsabilidade perante Deus de trabalhar juntos para refutar e pôr fim a leis injustas que oprimem os imigrantes”.

Igualmente, a comunidade cristã pode contribuir para a ajuda dos refugiados mediante o apoio a organizações sérias que trabalham nessa causa, inclusive levantar recursos para a ajuda humanitária. No Brasil, a Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure)14 tem desenvolvido um trabalho de relevância pública, com ações que visam à proteção aos refugiados e a promoção da ajuda humanitária. A entidade ajudou a fundar no Brasil a Frente Parlamentar Mista para Refugiados e Ajuda Humanitária — FPMRAH. A primeira contribuição da organização foi intermediar a vinda para o Brasil de uma família de paquistaneses, cujo chefe de família havia sido condenado à morte sob acusação de ter desrespeitado o alcorão e ser encaixado na lei de blasfêmia do Paquistão, pela qual nem mesmo o governo local poderia ajudar a livrá-lo da pena de morte.

A questão dos refugiados é um tema atual e complexo. Não obstante, considerando que o Senhor é um alto refúgio para o oprimido (Sl 9.9), a comunidade cristã deve ser uma comunidade de refúgio para os estrangeiros perseguidos. Sem desconsiderar os aspectos que envolvem a segurança nacional e a política migratória, aos cristãos cabe, do ponto de vista prático, dar acolhimento àqueles que precisam de proteção.

*Este subsídio foi adaptado de NASCIMENTO, Valmir. Seguidores de Cristo: Testemunhando numa Sociedade em Ruínas. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp. 63-73.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 ACNUR. Refugiado ou Migrante? O ACNUR incentiva a usar o termo correto. Disponível em: http://www.acnur.org/portugues/noticias/noticia/refugiado-ou-migrante-o-acnur-incentiva-a-usar-o-termo-correto/. Acesso em 01/mar/17.
2 Apesar do fato de que muitos estudiosos tentaram refutar a historicidade de uma permanência prolongada de Israel em no Egito, as condições históricas que existiam do século XIX a.C no Oriente Médio e no Egito estão de pleno acordo com a tradição bíblica a este respeito.” HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: um contexto social, político e cultural. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 118.
3 HARRISON, 2010, p. 119.
4 DEVER, M. A mensagem do Antigo Testamento: uma exposição teológica e homilética. Rio de Janeiro; CPAD, 2008, p. 91.
5 HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 156
6 Termo cunhado por Nicholas Wolterstorff e referido por Keller (KELLER, 2006, p. 25).
7 KELLER, 2006, p. 26.
8 KELLER, 2006, p. 26.
9 Corpos de 74 migrantes são encontrados em praia na Líbia. Disponível em: http://www1.folha. uol.com.br/mundo/2017/02/1860620-corpos-de-74-migrantes-sao-encontrados-em-praia-na-libia.shtml
10 ACNUR. Tendências Globais sobre refugiados e outras populações de interesse do ACNUR. Disponível em: http://www.acnur.org/portugues/recursos/estatisticas. Acesso em 03/mar/17.
11 Mais de 3,5 mil civis morreram em guerra no Afeganistão em 2015. Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2016/02/mais-de-3-5-mil-civis-morreram-em-guerra-no-afeganistao-em-2015-4974876.html. Acesso em 01/mar/17.
12 ACNUR. Dados sobre refúgio no Brasil. Disponível em: http://www.acnur.org/portugues/recursos/estatisticas/dados-sobre-refugio-no-brasil/. Acesso em 01/mar/17.
13 PLATT, 2016, p. 235-236.
14 ANAJURE. Estão lançados oficialmente o IPP/Brasil e a Frente Parlamentar Mista para Refugiados e Ajuda Humanitária (FPMRAH). Disponível em: https://www.anajure.org.br/estao-lancados-oficialmente-o-painel-internacional-de-parlamentares-para-a-liberdade-religiosa-ippbrasil-e-a-frente-parlamentar-mista-para-refugiados-e-ajuda-humanitaria-fpmrah. Acesso em 03/mar/17.


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Lição 05 - 4º Trimestre 2017 - A Obra Salvífica de Jesus Cristo - Adultos.

Lição 5

                                     A Obra Salvífica de Jesus Cristo  4° Trimestre de 2017
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ESBOÇO DA LIÇÃOINTRODUÇÃO
I – O SACRIFÍCIO DE JESUS
II – A NOSSA RECONCILIAÇÃO COM DEUS PAI
III – A REDENÇÃO ETERNA
CONCLUSÃO
OBJETIVO GERAL 
Explicar que a obra salvífica de Cristo nos deu o privilégio de achegarmo-nos a Deus sem culpa e chamá-lo de Pai.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
I – Apresentar o significado do sacrifício de Cristo;
II – Explicar como se deu a nossa reconciliação com Deus;
III – Discutir a respeito da redenção eterna.
PONTO CENTRAL
A obra salvífica de Jesus Cristo foi única e perfeita.

A NOSSA RECONCILIAÇÃO COM DEUS PAI
Pastor Claiton Ivan Pommerening
A palavra “reconciliação” provém do verbo grego katallasso e significa “mudar de inimizade para amizade”, “reconciliar”. Para expressar uma reconciliação completa, usa-se o verbo apokatallasso, utilizado em Efésios 2.16 (“e, pela cruz, reconciliar ambos [judeus e gentios] com Deus em um corpo”) e Colossenses 1.20 (“[...] por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas”). O substantivo katallage (Rm 5.11; 11.15) dá a ideia de mudar de um lugar para o outro. Reconciliação implica em estabelecer, por iniciativa de Deus, uma relação sadia com Ele.

A reconciliação é uma obra da graça de Deus somente possível como consequência da obra de Cristo. Ela é necessária porque nosso relacionamento com Deus estava rompido, pois o homem pecador não pode ter comunhão com o Deus santo (Is 6.5). A reconciliação é consequência da conversão, da regeneração e da justificação, pois o pecado tornou o homem hostil e repugnante para com Deus, e foi assim que uma inimizade foi estabelecida (Cl 1.21; Tg 4.4), e nem mesmo com os sacrifícios do Antigo Testamento poderia haver uma reconciliação, pois eles apenas apaziguaram o problema. Por isso, foi necessário o sacrifício de Cristo, que se tornou inimizade (Ef 2.15-16) em nosso lugar para que Deus viesse a agradar-se de nós (Rm 5.10), eliminando, assim, a causa da inimizade e abrindo-nos um novo e vivo caminho para o Pai (Hb 10.20).

A expiação é a própria oferta de Cristo a Deus pelo pecado; a reconciliação é o resultado prático humano da expiação efetuada por Cristo; logo, a reconciliação é consequência da expiação. Todavia, não é Deus quem se reconcilia com o homem; é o homem que precisa reconciliar-se com Deus, pois sua comunhão foi interrompida por causa do pecado. O problema da hostilidade era do homem para com Deus, cujo problema foi resolvido com a obra de Cristo. O autor da reconciliação do homem com Deus é o próprio Deus; é Ele quem toma a iniciativa; e o agente da reconciliação é Cristo através de sua obra.

A reconciliação é necessária por causa do estado de alienação (separação) de Deus. No estado de alienação, o ser humano encontra-se fora de seu centro divino do qual seu próprio centro pertence de forma dependente. Quando a serpente enganou o homem no Jardim do Éden, este foi induzido a achar que poderia viver fora deste centro divino e centrar-se em si mesmo, o que alguns teólogos chamam de hybris 1. Assim, o homem tentou autoelevar-se à esfera do divino. O homem foi tentado a ser maior do que o centro divino do qual dependia, e essa tentativa quebrou a dependência humana deste centro divino e alienou-o da presença de Deus. Como a existência humana plena só é possível a partir de Deus, é essencial que o estado de alienação seja revertido para o estado de reconciliação.

Dentro da reconciliação que Jesus fez para com o homem pecador, está também o seu ministério intercessor, o qual Ele exerceu quando andou na terra e que ainda exerce por nós diante do Pai (Hb 7.25; Rm 8.27). Ele orou para que a alegria dos discípulos fosse completa (Jo 17.13); para que não fossem tirados do mundo, mas, sim, guardados do mal (Jo 17.15); para que formassem uma unidade (Jo 17.21) e também por aqueles que viriam a crer, abrangendo a todos nós (Jo 17.20). Atualmente, Ele defende-nos das acusações de quem quer que seja e intercede por nós diante do Pai, não permitindo que nada nos separe do seu amor (Rm 8.33-35), compadecendo-se de nossas fraquezas (Hb 4.15; 9.24).

A partir da reconciliação, o crente experimenta os benefícios dela, que são: no sentido vertical, a comunhão com Deus; no sentido horizontal, a benção de ser um novo ser que se reconcilia também com os seus semelhantes; e também com a própria natureza, não sendo mais hostil a ela no sentido de depredá-la ou explorá-la de forma inconsequente. “Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação” (Rm 5.10-11).

A eliminação da causa da inimizade aquieta e apazigua nosso coração, pois toda acusação e culpa são eliminadas e removidas, estabelecendo-se uma amizade com Deus através de Cristo. Os reconciliados por Cristo recebem o ministério da reconciliação, e de suas bocas procedem palavras de reconciliação (2 Co 5.18-19). Ela é tão abrangente que todo o Universo, céus e terra estão envolvidos (Cl 1.20).

Pelo fato de que agora estamos reconciliados com Deus, é-nos permitido estar vivificados (Ef 2.1, 5; Rm 5.17). Esse é o estado em que, dentro de nós, o Espírito Santo opera produzindo vida espiritual que se converte em fonte transbordante (Sl 84.6). Essa vivificação produz no crente sede e desejo ardente pela presença de Deus (Sl 42.1-2; 63.1; 143.6), faz dele uma fonte de água viva (Jo 4.10; 7.38), fá-lo produzir muitos frutos (Jo 15.5) e o desejo que todos conheçam a salvação que há em Cristo (Mt 5.20; Lc 4.19; At 5.42; 20.27; 1 Co 9.16).
Texto extraído do livro “A Obra de Salvação”, editada pela CPAD, 2017.

1Hybris é quando o ser humano perde sua centralidade em Deus e torna-se o “centro de si mesmo e de seu mundo”, autoelevando-se e estando enlevado em sua vaidade e orgulho; o contrário disso seria ter sempre a capacidade de reconhecer a “sua finitude, sua fraqueza, seus erros, sua ignorância e sua insegurança, sua solidão e sua angústia. [...] Hybris é o pecado em sua forma total” (TILLICH, 2005, p. 344-345). É o ser que tenta extrapolar o limite de sua finitude, além da medida natural, vangloriando-se e apoiando-se em sua finitude como se fosse infinito.
Marcelo Oliveira de OliveiraRedator do Setor de Educação Cristão (CPAD)
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domingo, 22 de outubro de 2017

Lição 04 - 4º Trimestre 2017 - Aprendendo a Respeito do Livro de Deus - Jd. Infância.

Lição 4

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    Aprendendo a respeito do livro de Deus
4° Trimestre de 2017
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OBJETIVO: Os alunos deverão entender a importância de aprender sobre Deus e de estudar a Bíblia diariamente; e demonstrar atitudes de respeito para com a Palavra de Deus quando estiver sendo lida.
É HORA DO VERSÍCULO: “[...] A fé vem por ouvir a mensagem [...]” (Rm 10.17).

Nesta lição, as crianças irão entender a importância de aprender sobre Deus e de estudar a Bíblia diariamente; além de demonstrar atitudes de respeito para com a Palavra de Deus quando ela estiver sendo lida. Foi assim no Antigo Testamento quando Esdras leu o Livro da Lei para o povo e os ouvintes ficaram atentos e comportados.

Como atividade complementar, após a realização das atividades propostas na revista do aluno e do professor, e caso haja tempo, sugerimos que você imprima a folha abaixo, entregue uma para cada aluno e peça que escrevam a seguinte frase dentro do rolo: A FÉ VEM POR OUVIR A MENSAGEM.
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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica AraujoEditora Responsável pela Revista Jardim de Infância da CPAD
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