quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Lição 04 - 3º Trimestre 2018 - Curando o Filho de um Oficial - Jovens.

Lição 4 - Curando o Filho de um Oficial

3º Trimestre de 2018
Introdução
I- A Mobilidade Ministerial de Jesus entre a Judeia e a Galileia
II- Os Perigos da “Fé” Baseada em Sinais
III- O Milagre que Gerou Salvação
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Sublinhar a mobilidade ministerial de Jesus entre a Judeia e a Galileia;
Alertar quanto aos perigos da fé baseada em sinais;
Reafirmar o importante resultado do milagre da cura do filho do oficial.
Palavras-chave: Milagre.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor César Moisés Carvalho:
A maioria dos cristãos desconhece o longo processo percorrido pelos autógrafos do texto sagrado, bem como suas cópias, até chegar à Bíblia conforme se vê hoje. As dificuldades materiais somavam-se às de manufatura. Não havia a imprensa de tipos móveis, e toda cópia tinha de ser produzida artesanalmente. Por esse aspecto, o texto bíblico, em si, é um milagre. Isso, porém, não exime o estudante de deparar-se com trechos de difícil compreensão e, de certa forma, “enigmáticos”. Tais porções são conhecidas como “dificuldades bíblicas”, e elas podem ser de várias ordens. Prosseguindo com a análise do livro dos sete sinais do Quarto Evangelho, os primeiros versículos da narrativa que será objeto de estudo do presente capítulo (Jo 4.43-54), por exemplo, diz o teólogo pentecostal Benny Aker, “são problemáticos”1.  Trata-se dos versículos 43 a 45 do capítulo 4 de João. Como é possível verificar, o problema nem sempre diz respeito ao sentido do texto, mas pode estar relacionado à questão da estrutura e/ou sequência cronológica, pois este “pequeno parágrafo, contendo uma declaração de Jesus sobre a falta de honra de um profeta em sua pátria (cf. Mt 13.54-58; Mc 6.4,5; Lc 4.16-30), não se ajusta com a cronologia de viagens de Jesus no Evangelho de João”2.  Isso, contudo, não constitui erro algum; antes, em alguns casos, é até proposital, visto encaixar-se no plano literário do autor. A narrativa da purificação do Templo ilustra o ponto. Os sinóticos situam tal acontecimento na última fase do ministério do Senhor (Mt 21.12-17; Mc 11.15-19; Lc 19.45-48), enquanto João coloca-a no início (2.13-22). Nesse caso específico, a cronologia não é mais importante do que o significado de tal ato. Assim, voltando à questão dos primeiros versículos dessa narrativa, vê-se que, no versículo 43, Jesus deslocou-se de Samaria para a Galileia, enquanto que o versículo 44 parece esclarecer o porquê de Ele ter ido para lá, ou seja, o Mestre não tinha honra na Judeia, ao passo que o versículo 45 mostra a receptividade dos galileus em relação ao Senhor. 
Isso lança luz sobre o versículo 46 que informa que Jesus voltou na mesma localidade onde havia realizado o primeiro sinal. Portanto, como pode ser visto, o Senhor desloca-se de Samaria para a Galileia, onde fica sua residência; contudo, depara-se com um “conjunto de pessoas que não têm o tipo adequado de fé”, declara Aker, pois “o recebem cordialmente, mas não honram a Ele ou sua missão”3.  O retorno do Senhor a Caná ocorre porque Ele quer afastar-se de “pessoas amigáveis com o tipo errado de fé”4.  Apesar de Jesus ter nascido em Belém da Judeia, para cumprir a profecia (Lc 2.4 cf. Mt 2.4-6), Ele fora criado em Nazaré, na Galileia, onde seus pais foram morar, fato este também em cumprimento de uma profecia (Mt 2.22,23; Lc 2.4; Jo 1.45,46). Devido a esse fato, alguns autores, como Bruno Maggioni, defendem que, em “Jerusalém, muitos judeus pareciam acreditar em Jesus depois de verem os seus sinais (2,23), mas sabemos que sua fé não era verdadeira” e, de igual forma, continua ele, “na Galiléia: os galileus acolhem Jesus tendo visto seus sinais, mas, mais uma vez, não se trata de fé verdadeira: isso aparecerá com clareza na multiplicação dos pães (6,14-15)”5.  Dessa forma, o comentário do Senhor acerca da falta de honra de um profeta em sua própria terra aplica-se tanto ao contexto remoto (Judeia) quanto ao imediato (Galileia). Comentando os versículos 23 a 25 do capítulo 2 do Quarto Evangelho ― “E, estando ele em Jerusalém pela Páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia e não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem” ―, Maggioni diz que “a dupla ocorrência do verbo ‘crer’(pisteuein) nos vv.23-24” significa que existe aqui uma “fé” e, ao mesmo tempo, uma “não-fé”6.  Da parte deles uma “fé” insuficiente e, da parte de Jesus, uma “não-fé” neles. As perguntas que sempre se impuseram são: “Por que será que Jesus não está satisfeito com a fé deles? Qual é a fé que ele exige?”7.
Dentre os muitos autores que procuraram responder essas questões, destaca-se o alemão Günther Bornkamm (1905–90), que dizia que a fé da qual Jesus fala nesse contexto não se trata da “fé como a obediente acolhida de uma mensagem salvífica ou a aceitação, como verdadeira, de uma doutrina sobre o Deus uno e todo-poderoso e sobre a vinda do Messias”8.  Em outras palavras, neste caso específico, a fé requerida “significa tudo, menos a mera atitude de confiança genérica em Deus como cultivada primorosamente, por exemplo, pelos estóicos, como Epicteto e outros”. Portanto, para o referido autor, na “tradição referente a Jesus, a fé sempre está associada a poder e milagre”9 , ou seja, “não resta a menor dúvida de que a fé que Jesus exige, e que é a única que ele caracteriza como tal, se relaciona com poder e milagres”10.  Isso quer dizer que tal fé só pode nascer a partir da confiança, e não da incredulidade. Desafiar Jesus a fazer milagres significa condicionar a fé, e é a este tipo de “fé” que Ele reage. A fé dos que o procuram para “testar” é diametralmente oposta à fé dos que acorrem a Ele por necessidade. A primeira tem como base uma visão messiânica equivocada, ao passo que a segunda leva-o a promover exatamente àquilo que Ele veio realizar (Mt 4.13-17). tem como base uma visão messiânica equivocada, ao passo que a segunda leva-o a promover exatamente àquilo que Ele veio realizar (Mt 4.13-17). 
Poderia então se questionar com razão, com base no versículo 11 do capítulo 2, ao realizar o primeiro sinal, que “os seus discípulos creram nele”. A esse respeito, Juan Barreto e Juan Mateos dizem que tal adesão dos discípulos a Jesus “respondendo à primeira manifestação de sua glória (2,11: vinho = Espírito/amor)” ainda não se trata de uma fé “completa”12, pois, “enquanto não descobrirem todo o alcance deste amor, ou seja, toda a realidade de Jesus (11,15.40; cf. 1,50)”11 , que inclui sua paixão (Jo 12―20), eles ainda não possuem tal fé. Uma vez que, nas palavras de Bornkamm, é “parte da essência da fé autêntica que ela seja uma fé completa” , Juan Barreto e Juan Mateos dizem que, por esse motivo, “Jesus considera insuficiente a fé dos discípulos antes de sua morte e ressurreição (16,21s): não tendo conhecido ainda o seu amor, que chega a dar a vida por eles (15,13), não podem ver os seus efeitos, comprometer-se com este amor extremo nem tomá-lo como norma; e mais: a entrega a Jesus será escândalo para eles (16,32)”13.  Em uma palavra, somente “a experiência do seu amor total será o fundamento da fé plena (19,35)”14.  A ironia da estrutura textual do Quarto Evangelho, nesse caso, vem antes, pois a narrativa mostra a recepção dos samaritanos15  em relação a Jesus (Jo 4.1-30,39-42). Os samaritanos, sim, demonstraram claramente ter a fé requerida pelo Mestre, pois, além da mulher à beira do poço de Jacó, diz João, “muitos mais creram nele, por causa da sua palavra” (4.41). Eles não condicionaram a fé no Senhor à realização de algum sinal, mas creram por causa da palavra. Tal, porém, não significa, como foi dito por Bornkamm, e agora repetido por Aker, que “devemos ver aqui um contraste entre a crença em sinais como algo negativo (cf. Jo 2.23,24) e a crença nas palavras de Jesus (Jo 4.4-42) como sendo a forma adequada”16.  Isso porque os “sinais de Jesus são atos divinos de salvação, e não devem ser denegridos”, pois, se há algo reprovável nessa questão, vem da parte das “próprias pessoas [que] tornam os sinais negativos ou positivos”. Na opinião de Benny Aker, a “história da samaritana esclarece e exemplifica o significado do primeiro sinal em Caná da Galiléia”, ou seja, uma vez que tal “sinal aponta para a obra de Jesus na cruz e sua ressurreição, pelas quais Ele cria um novo templo, formado de pessoas que crêem nEle e que receberam a vida eterna pelo Espírito”. Assim, o que o primeiro “sinal visa é a verdadeira base de fé” e, justamente por isso, “suas palavras são como o sinal também”, pois “apontam para a obra da cruz, a base para Deus perdoar os pecadores”.  que tal “sinal aponta para a obra de Jesus na cruz e sua ressurreição, pelas quais Ele cria um novo templo, formado de pessoas que crêem nEle e que receberam a vida eterna pelo Espírito”. Assim, o que o primeiro “sinal visa é a verdadeira base de fé” e, justamente por isso, “suas palavras são como o sinal também”, pois “apontam para a obra da cruz, a base para Deus perdoar os pecadores”17.  
O fato é que a realização do segundo sinal elencado pelo Quarto Evangelho ocorre a partir do mesmo local em que acontecera o primeiro (v. 46), e isso não é acidental, pois a Galileia, de acordo com Theissen, subdividia-se “em duas ou três regiões socioecológicas” e, completa ele, “Jesus era oriundo da baixa Galileia, da região de colinas ao sul, na qual se situa Nazaré ― com as séries de colinas atravessando o território de leste a oeste”18.  Apesar de haver “montanhas maiores na alta Galileia, muito mais rural e isolada, com os vales que se estendem para o norte, que favoreciam um intercâmbio econômico com as cidades-Estado helenistas a nordeste”, diz Theissen, a “tradição sinótica se concentra predominantemente na baixa Galileia, e nela em um contexto específico: na planície do mar e do vale formada pelo rio Jordão e pelo lago de Genesaré, percorrido por ele”19.  Era precisamente neste local, a chamada “Galileia dos gentios” (Mt 4.15, ARA), que “estava a ‘rede’ espacial do movimento de Jesus, tendo Cafarnaum como centro e ligações com as demais cidadezinhas da orla, Mágdala, Dalmanuta, Genesaré, Betsaida e Gergesa”20.  Na verdade, como já foi dito no capítulo anterior, esse é mais um dos aspectos em que Jesus Cristo diferia de João Batista, pois o Mestre afastava-se para dedicar-se à oração ou quando queriam transformá-lo em um representante político (Lc 5.16; Jo 6.15); porém, excetuando esses casos, Ele estava junto às pessoas para anunciar-lhes a Palavra, ensiná-las, curá-las e libertá-las. Tal aspecto pode ser claramente visto na mobilidade de Jesus entre a Judeia e a Galileia, pois foi no intercâmbio entre essas duas regiões principais que Ele atuou. Isso não significa que Jesus restringiu-se a esses locais, pois, como o próprio texto bíblico diz, Ele “deixou a Judeia e foi outra vez para a Galileia”, porém, ao mesmo tempo, observa que “era-lhe necessário passar por Samaria” (Jo 4.3,4). Léon-Dufour explica que o próprio uso do “verbo ‘era [lhe] preciso’ (édei) supõe um motivo de ordem teológica, como em outros trechos” do Quarto Evangelho, isto é, “Jesus atravessa a Samaria [...] porque sua missão o exige segundo o desígnio de Deus” 21.  Qualquer estudioso sabe da importância de tal passagem do Mestre por Sicar, posto que não apenas a mulher à beira do poço de Jacó fora alcançada (Jo 4.7-29), mas também grande parte dos samaritanos daquela cidade igualmente creu no Senhor (4.30,39-42). Tal ainda indica, na opinião de Léon-Dufour, que, relacionada “ao projeto de ir para a Galileia, a passagem da Judéia para a Samaria faz pensar na profecia de Isaías, segundo a qual os dois reinos separados (Israel e Judá) seriam um dia reconciliados, enquanto Acaz, rei de Judá (734–719), receara a coalizão siro-efraimita, Isaías anuncia que o rei justo sobre o qual pousará o Espírito de Deus ‘reagrupará os banidos de Israel, reunirá os dispersados de Judá’”22.  Numa palavra, para o mesmo autor, o texto do versículo 34 do capítulo 4 ― “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” ―, cujo conteúdo é a resposta do Senhor ao convite de seus discípulos para alimentar-se, deixa “evidente que, passando pela Samaria para chegar à Galileia, Jesus quer reconciliar simbolicamente os dois povos, os irmãos divididos desde os primórdios da realeza”, e é significativo que “essa reconciliação ocorre depois de uma ‘perseguição’ de Jesus pelos fariseus”.  simbolicamente os dois povos, os irmãos divididos desde os primórdios da realeza”, e é significativo que “essa reconciliação ocorre depois de uma ‘perseguição’ de Jesus pelos fariseus”23.  
A evidência de que o oficial do rei chegou à fé requerida pelo Senhor encontra-se na continuidade do diálogo dele com o Mestre, pois, ao insistir que Jesus desça para Cafarnaum (v. 49) — distante dali ao menos uns 24 quilômetros24  — a fim de que cure seu filho e, ao aquiescer à ordem de Cristo para que fosse para casa — pois o seu filho vivia, isto é, estava bem —, o texto bíblico diz que “o homem creu na palavra que Jesus lhe disse e foi-se” (v. 50). De acordo com Léon-Dufour, “o pai da criança chegou aonde Jesus queria que ele chegasse, isto é, à fé n’Aquele que, pela palavra, faz passar da morte para a vida, Aquele que é o único a poder dar a vida em plenitude” e, completa, dessa forma, o “milagre tornou-se ‘sinal’ e o oficial real entrou no misterioso domínio da fé perfeita”25.  Tal fé é perfeitamente demonstrável na confiança autoritativa de Jesus, reconhecida desde quando o oficial decide obedecer ao Senhor e dirigir-se para sua casa crendo na suficiência da palavra dita pelo Mestre. A confirmação da cura pelos seus empregados que vieram encontrá-lo no caminho e a “coincidência” com a hora em que o menino melhorara em relação ao momento em que Jesus Cristo dissera para o oficial que o seu filho vivia (vv. 51-53), gerou fé suficiente para que não apenas o homem cresse, mas também “toda a sua casa”. Para o teólogo pentecostal Benny Aker, tal “comentário de João sobre o resultado deste milagre informa o leitor acerca da estrutura social da família deste homem, como também a formação gentia de cada componente”26 , ou seja, de “todas as estruturas sociais mediterrâneas, esta descrição ajusta-se melhor ao modelo de casa/família romana”27.  O que o autor pretende explicar é que, nas “famílias romanas, cada pessoa tinha relações e papéis familiares especiais e derivava a identidade de alguém da família”, ou seja, o “pai servia como cabeça e impunha poder sobre todos os outros membros”. Isso significa que mesmo “escravos domésticos e membros familiares distantes estavam sob sua autoridade”; portanto, deliberações como esta deste homem — a de crer em Jesus com toda a sua casa — podem ser vistas “ao longo do Livro de Atos (At 10.2; 11.14; 16.15,31,34; 18.8), indicando a conversão de casas semelhantes”28.  Em termos diretos, em sendo gentio, este pai “fala aqui por todos de sua casa, que agora creem em Jesus”29.  Uma vez que o texto não informa se o oficial era pagão ou judeu, o fato de que ele e toda a sua casa creram em Jesus é significativo, pois todos chegam à fé perfeita, isto é, salvífica. Finalmente, o último versículo, que informa que o Senhor realizou “este segundo milagre quando ia da Judeia para a Galileia” (v. 54), indica que a “chave antropológica deste ciclo é relevada pelo deslocamento progressivo que se nota em a narração evangélica: a partir da Judeia, o povo da antiga aliança, região dos seus que não o recebem, passando pela Samaria, o povo cismático procedente do tronco de Israel, que o aceita, para terminar com um homem e sua casa, realidade comum a toda cultura”30.  Assim, o Quarto Evangelho vai demonstrando a globalidade da mensagem e da atuação de Jesus Cristo, que foram dirigidas originalmente aos judeus que o rejeitaram, alcançando a todos indistintamente e dando-lhes “o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo 1.12).  alcançando a todos indistintamente e dando-lhes “o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo 1.12).                                                                           
*Adquira o livro do trimestre de autoria de CARVALHO, César Moisés. Milagres de Jesus: A Fé Realizando o Impossível. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 AKER, B. C. João In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal, p. 514.
2 Ibid.
3  Ibid., p. 515.
4  Ibid.
5  MAGGIONI, B. O Evangelho de João In Os Evangelhos II, p. 319.
 Ibid., p. 309.
7  Ibid.
8  BORNKAMM, Günther. Jesus de Nazaré, p. 214.
 Ibid., p. 215.
10  Ibid., p. 218.
11  BARRETO, J.; MATEOS, J. Vocabulário Teológico do Evangelho de São João, p. 98–9.
12  BORNKAMM, Günther. Jesus de Nazaré, p. 219.
13  BARRETO, J.; MATEOS, J. Vocabulário Teológico do Evangelho de São João, p. 99.
14  Ibid.
15  “A província de Samaria achava-se entre a Judéia, ao sul, e a Galiléia, ao norte. O povo de Samaria tinha uma história de oitocentos anos de tensão racial e religiosa com os judeus. Embora os samaritanos tivessem formação geográfica e étnica mista, eles se consideravam, como os judeus, o verdadeiro Israel, o povo de Deus. As distinções samaritanas emergiram no tempo dos assírios quando, em 722 a.C., no assentamento de Israel em outras terras, povos de outras origens étnicas foram levados à terra de Israel. Destes colonos, desenvolveram-se as diferenças religiosas entre judeus e samaritanos. As tensões aliviaram no último quartel do século I d.C. Isto explica por que João acrescenta a nota parentética no versículo 9” (AKER, B. C. João In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal, p. 509). Acerca desse mesmo assunto, diz Xavier Léon-Dufour, que a “região de Samaria ― assim denominada por causa do nome de sua capital, fundada pelo rei Omri (886–875) ― corresponde ao antigo reino israelita do Norte. Em 722, os assírios dele se haviam apossado, deportando uma parte dos habitantes e instalando colonos. Quando o sumo sacerdote judeu João Hircano (134–104) conseguiu reconquistar o país, a população local provinha de duas cepas, a judaica e a pagã. Os descendentes dos israelitas tinham conservado a fé ancestral, mas reconheciam tão-somente a tradição do Pentateuco e consideravam que seu monte Garizim, onde havia sido posta a bênção de IHWH sobre Israel, era o autêntico lugar do culto; além disso, elementos colhidos em religiões estrangeiras misturavam-se às suas crenças. Por esses motivos, os judeus os consideravam cismáticos, quando não heréticos” (LÉON-DUFOUR, X. Leitura do Evangelho segundo João I, p. 261).
16 AKER, B. C. João In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal, p. 514.
17  Ibid.
18  THEISSEN, G. O Movimento de Jesus, p. 237.
19  Ibid.
20  Ibid., p. 237–38.
21  LÉON-DUFOUR, X. Leitura do Evangelho segundo João I, p. 261.
22   Ibid., p. 261–62.
23  Ibid., p. 262.
24  HALLEY, H. H. Manual Bíblico, p. 474.
25 LÉON-DUFOUR, X. Leitura do Evangelho segundo João I, p. 312.
26 AKER, B. C. João In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal, p. 516.
27  Ibid., p. 516–17.
28  Ibid., p. 517.
29  Ibidem.
30  BARRETO, J.; MATEOS, J. O Evangelho de São João, p. 254. 


Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

sábado, 28 de julho de 2018

Lição 04 - 3º Trimestre 2018 - Paulo, Um Agente Histórico da Igreja - Adolescentes.

Lição 4 - Paulo: Um Agente Histórico da Igreja

3º Trimestre de 2018
TEXTO BÍBLICO: Filipenses 3.5-11.
OBJETIVOS:Ensinar sobre a vida do apóstolo Paulo;
Enfatizar a mudança do caráter de Paulo;
Incentivar os alunos a seguirem o exemplo de vida do apóstolo.
Olá caro(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos conhecerão a história de um dos maiores nomes da igreja cristã.O apóstolo Paulo foi um homem que viveu intensamente as verdades do evangelho e não teve a própria vida por preciosa. Depois de um bom tempo vivendo na religiosidade e no extremismo do judaísmo, Paulo entregou-se completamente à vontade de Deus após ter um encontro com Jesus Cristo no caminho para Damasco. A experiência do apóstolo com o Senhor foi tão intensa que ele ficou sem poder enxergar durante três dias. Depois de restaurada a sua visão, Ananias - servo do Senhor, levou Paulo e o apresentou aos demais discípulos e já anunciava Jesus aos judeus que havia em Damasco (cf. At 9). Ali começava uma grande história na vida daquele que seria o instrumento de Deus para escrever a base doutrinária para a igreja até os dias atuais.
Além de se tornar um grande pregador do evangelho, missionário, apóstolo, estudioso das Sagradas Escrituras, Paulo recebeu de Deus a incumbência de escrever Cartas para as igrejas das regiões da Ásia e Macedônia que foram de grande valia para o crescimento e desenvolvimento da fé dos irmãos. Essas mesmas Cartas serviram para fundamentar a base doutrinária das igrejas cristãs dos dias atuais, mais especificamente, as protestantes. Fato é que “a Palavra de Deus é viva e poderosa e corta mais do que qualquer espada afiada dos dois lados. Ela vai até o lugar mais fundo da alma e do espírito, vai até o íntimo das pessoas e julga os desejos e pensamentos do coração delas” (Hb 4.12). Não seria diferente através do seu servo que havia escolhido para a realização desta obra especifica. De acordo com o Dicionário Wycliffe (2006, pp. 1480, 1481), Paulo trata de pontos específicos que sustentam os pilares da teologia sistemática moderna:
Na tentativa de reunir entre seus escritos as idéias principais, merecem destaque, em particular, as que seguem:
A doutrina da justificação pela fé. Esta grande verdade foi experimentada pela primeira vez pelo próprio Paulo (cf. Gl 2.16), formando o ponto central de sua mensagem missionária (cfr. At 13.38,39), e tornou-se o fundamento em suas cartas para as igrejas. Ela é central particularmente nas cartas aos Gálatas (3—4) e Romanos (3.21—5.21), e até mesmo onde não foi repetidamente elaborada supõe-se que seja a base para a experiência cristã (1 Co 6.11; 2 Co 5.16-21; Ef 2.8,9). A justiça de Deus é atribuída ao homem pela fé, e não como resultado de suas obras ou méritos (Rm 3.22; 10.4; Gl 2.16; 3.22; Fp 3.9).
[...] O conceito de estar em Cristo. Ao julgar pela ocorrência frequente desta sentença nos relatos de Paulo — mais de 160 vezes — ela deve ter formado uma parte importante do pensamento do apóstolo. [...] Para Paulo, estar ‘em Cristo’ significava ser liberto da escravidão do pecado e da lei. Um exemplo poderoso desta verdade encontra-se em Romanos 6—8. Uma pessoa torna-se viva ‘para Deus, em Cristo Jesus’ (6.11); ela recebe a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor’ (8.1); e nada pode nos separar do amor de Deus ‘que está em Cristo Jesus’ (8.39). Tudo isto contrasta com estar ‘na carne’ (8.8) e experimentar a escravidão do pecado ‘que habita’ em cada um de nós (7.17). O resultado da verdade é que Cristo está em nós pelo seu Espírito, para nos dar esta vitória (8.9-11).
O ponto de vista escatológico de Paulo. [...] ‘Da primeira até a última carta, o pensamento de Paulo está sempre uniformemente dominado pela expectativa do retorno imediato do Senhor Jesus, do julgamento e da glória messiânica’ (A. Schweitzer, The Mysticism of St. Paul, p. 52). Porém, muitos ainda reagem contra os excessos deste ponto de vista. Não havia apenas uma mudança da ênfase da esperança da parousia à felicidade presente [...]. É possível que a distinção entre a escatologia e aquilo que é apocalíptico tenha um propósito aqui. Paulo, na verdade acreditava firmemente na segunda vinda de Cristo como é evidente em muitas passagens de suas cartas (1 Ts 4.13-5.11; 2 Ts 1-2; 1 Co 15; Rm 13.11,12).
Deve se considerar que os escritos de Paulo contribuíram significativamente para pesquisas na área teológica no que diz respeito às verdades que serviram de pilar para o amadurecimento da teologia da salvação, da vida cristã terrena e para a escatologia. Tais verdades são observadas na fragmentação da teologia sistemática. Com base nas informações acima, elabore um quadro com as cartas escritas pelo apóstolo Paulo e faça menção às verdades que estão atreladas aos ensinamentos de Paulo.
 CARTAS PAULINAS/PASTORAIS
 Cartas  Tema
 Romanos A Revelação da Justiça de Deus
 1 Coríntios  Problemas da Igreja e Suas Soluções
 2 Coríntios  Glória Através do Sofrimento
 Gálatas  Salvação Pela Graça Mediante a Fé
 Efésios Cristo e Sua Igreja
 Filipenses  Alegria de Viver por Cristo
 Colossenses  A Supremacia de Cristo
1 Tessalonicenses A Volta de Cristo
 2 TessalonicensesA Volta de Cristo
1 Timóteo A Sã Doutrina e a Piedade
2 TimóteoPerseverança Inabalável na Fé
Tito A Sã Doutrina e as Boas Obras
Filemom Reconciliação
Thiago Santos
Editor do Setor de Educação Cristã da CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições da Revista Adolescentes Vencedores. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 05 - 3º Trimestre 2018 - A Justiça de Deus - Juvenis.

Lição 5 - A Justiça de Deus

3º Trimestre de 2018
Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” (At 17.31).
Esboço da Lição
1. JUSTIÇA
2. A JUSTIÇA DE DEUS
3. OUTROS TIPOS DE JUSTIÇA
4. O DEUS DA JUSTIÇA

Objetivos
Discorrer sobre o conceito da justiça de Deus.
Detalhar as diferenças e semelhanças entre a justiça de Deus e a justiça dos homens.
Mostrar que somente o Senhor é a nossa justiça.

     Querido (a) professor (a), você sabia que o Brasil é considerado mundialmente o “país das desigualdades”?  Um estudo sobre o assunto feito em 2015 pela equipe de Thomas Piketty (autor de “O capital no século XXI”), constatou que “27% de toda a renda brasileira fica nas mãos do 1% mais rico da população”. É a maior diferença de renda do planeta. No dia a dia dos brasileiros esses dados são muito mais devastadores do que os números, já alarmantes, são capazes de mostrar. É injustiça atrás de injustiça, especialmente para os negros e mais pobres do país, mesmo que estes sejam maioria.
      Portanto, professor, compreenda quão significativo é o tema da nossa próxima aula.  “A Justiça de Deus” provê consolo para os oprimidos, injustiçados e todos os que choram, sentindo o peso da impunidade tão presente nesta sociedade maléfica e desigual.
      Além dos tópicos já salientados em sua revista, é crucial que você também conheça e considere todo esse contexto social, somado, é claro, as especificidades dos desafios individuais de cada juvenil, antes de preparar qualquer aula. Seus alunos precisam da sua empatia. Especialmente nesta faixa etária, existe inúmeros para lhes impor como agir, pensar, sentir, sem nem mesmo os ouvirem primeiro ou considerarem suas realidades.
      Todos os dias seus juvenis se deparam com questões de desigualdade, seja financeira, social, racial, religiosa, devido à idade, aparência ou gênero (por exemplo, os dados mais recentes do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, comprovaram que as mulheres estudam e trabalham mais que os homens. Entretanto, recebem menos em todos os cargos, apenas 76,5% do salário de um homem na mesma função).  Essas são apenas algumas das mais variadas formas que esses jovens são alvos de discriminação e injustiças. Muitas vezes eles nem mesmo compreendem ou discernem ainda, mas sofrem seus efeitos, revoltam-se, indignam-se, ressentem-se...
      Quando você observar em sua classe um estereotipado “rebelde sem causa”, investigue melhor. A revolta deste aluno pode estar sendo canalizada de maneira errada, mas não sem fundamento; sua postura de rebeldia pode ser, na verdade, um grito de socorro. Ao longo dos anos de ministério, já me deparei, por exemplo, com jovens rotulados de “ovelhas negras” na igreja, que carregavam a dor e a ira de terem sofrido na infância abuso sexual dentro da própria casa e igreja. Eles, mais do que todos, precisavam urgentemente ouvir que apesar da justiça humana tantas vezes ser como trapo de imundícia (Is 64.6), há aquela que nunca falha: a justiça divina!
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Juvenis. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 04 - 3º Trimestre 2018 - A Corrupção da Humanidade - Juvenis.

Lição 4 - A Corrupção da Humanidade

 3º Trimestre de 2018
“E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra”(Gn 6.12).
Esboço da Lição
1. OS HOMENS SABEM A VERDADE (v.20)
2. OS HOMENS DESPREZAM A VERDADE (v.21)
3. O PREÇO DA CORRUPÇÃO (vv. 24, 26, 28)
4.  O HUMANISMO (v.32) 
Objetivos
Compreender
 que, mesmo conhecendo a verdade alguns homens optam por desprezá-la;
Explicar o significado do humanismo, identificando sua influência no mundo atual;
Estimular fazer a diferença como cristão, em meio a uma sociedade corrupta.
     Querido (a) professor (a), nesta próxima aula vamos abordar uma consequência do Pecado Original que embora pareça um assunto tão antigo, mais do que nunca está em voga no nosso país: Corrupção. Nesta faixa etária muitos de seus juvenis já estão familiarizados com o tema, tanto sob a ótica moral e espiritual, quanto política e social. Isso facilitará a interação deles em classe. Prepare-se, chegue mais cedo à sala; siga as sugestões de interação presentes no “Ação Tópico” em sua revista e ao longo de toda aula sempre foque nos objetivos propostos.
     Procure manchetes com este tema em jornais, revistas, sites de notícias, etc. Você terá muita facilidade de encontrar variadas opções. “Decore” a sala com as mais escandalosas. Incentive à classe a ler algumas e a comentarem o que pensam sobre elas; estimule o pensamento crítico de seus juvenis.
    Diga que este chamado câncer em nossa nação que é a corrupção atormenta a humanidade desde a Queda. O próprio povo de Deus já sofreu imensamente as consequências dela. Mas isso não é motivo para não lutarmos contra ela. Pelo contrário, a Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que se levantaram contra a corrupção generalizada de sua época e fizeram a diferença.
     Abaixo, para a vossa inspiração sobre o tema, segue um destes exemplos ressaltados em um artigo do pastor Douglas Baptista, que é doutor em Teologia Sistemática, mestre em Teologia do Novo Testamento, presidente do Conselho de Educação e Cultura da CGADB e da Ordem dos Capelães Evangélicos do Brasil e comentarista da CPAD.
     Habacuque foi um profeta, que em sua época, abriu o coração em meio ao caos da nação de Judá. Diante da condição de impiedade e desvirtuamento moral dos seus dias, o profeta clama a Deus que intervenha: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? Por que me mostras a iniquidade e me fazes ver a opressão?” (Hc 1.2,3a). 
    Apesar do clamor ser interrogativo e inquiridor – que exalam a indignação do profeta – o questionamento implica em urgente súplica pela intervenção divina contra a injustiça social e a corrupção generalizada. O monarca – líder do governo, os sacerdotes e os profetas – líderes religiosos, pervertiam o juízo, aceitavam o suborno e praticavam a iniquidade. O clamor de Habacuque era um grito de socorro.
   No Brasil, vivemos a versão contemporânea da corrupção endêmica: conchavos políticos, desmandos judiciais, inércia e ineficiência dos poderes constituídos. Assistimos estarrecidos a hipocrisia de grande parte das autoridades políticas e religiosas. Os escândalos patrocinados por líderes dos poderes temporal e eclesiástico ocupam os noticiários e trazem vergonha e indignação ao povo brasileiro.
   Nesse contexto os cristãos são chamados a tomar posição assim como o fez Habacuque. Não existe maior incoerência do que observar, constatar, ficar indignado e nada fazer. É preciso transformar a indignação em clamor e ação. A igreja deve unir forças e fazer oposição a iniquidade. Seja na educação, na política ou na cultura.
   Reconhecemos a mobilização como ferramenta poderosa, porém, a Igreja não pode depositar sua confiança e esperança unicamente em decisões políticas. As lideranças devem buscar e incentivar o avivamento espiritual. O avivamento liderado por John Wesley (1703-1791) trouxe mudanças sociais na Inglaterra. O mal a ser combatido é o pecado.
    Quando a ortodoxia cristã for defendida e proclamada será possível o avivamento espiritual. Nossa nação sofrerá transformações sociais e espirituais. Como foi nos dias de Habacuque, as advertências bíblicas sobre o papel do povo de Deus na restauração da nação incluem: clamor, consagração e ação! (2Cr 7.14). (Texto extraído do portal de notícias CPAD News)
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD
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Lição 05 - 3º Trimestre 2018 - Santidade ao Senhor - Adultos.

Lição 5 - Santidade ao Senhor

 3º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
Deus é santo e a santidade deve ser a marca distintiva do povo de Deus. 
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Santidade, a Marca do Povo de Deus
II – A Santidade no Ministério Levítico
III – A Santidade do Povo de Deus
Conclusão
OBJETIVO GERAL
Estabelecer a perspectiva doutrinária da sacralidade da vida.
Santidade ao Senhor
Pr. Claudionor de Andrade
Introdução
Em Levítico, somos desafiados por uma doutrina imprescindível à nossa segurança espiritual: a santificação. Do primeiro ao último capítulo do livro, a preocupação do autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, é guindar os israelitas (e a nós também) a uma posição alta e privilegiada diante de Deus.
Antes de tudo, observamos que foi necessário separar Israel dos outros povos, para que este se erguesse como testemunha da verdadeira fé. Vencida essa etapa, era urgente separar Israel para o serviço de Jeová, que continua a requerer de seus servos (entre os quais, nós) uma perfeição que, ainda hoje, parece inatingível: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito” (Gn 17.1, ARA).
Por que Deus nos demanda tal perfeição, se até mesmo, em seus anjos, acha Ele imperfeições e falhas? (Jó 4.18). Todavia, o padrão divino não pode ser rebaixado à condição humana; seu propósito é promover-nos às regiões celestiais.
Apesar de vivermos numa dispensação agraciada e plena, não devemos supor que a santificação foi uma reivindicação apresentada somente a Israel. O apóstolo Pedro repete-a à sua congregação (1 Pe 1.16). O que nos resta a fazer? Aprendamos com os sacerdotes do Senhor o valor, a beleza e a força da doutrina bíblica da santificação.
I - A Maravilhosa Doutrina da Santidade

1. A doutrina da santificação. Inserida no departamento soteriológico da Teologia Sistema, a doutrina da santificação pode ser definida como o ensino, cujo principal objetivo é levar o crente a separar-se do mundo, para consagrar-se inteiramente a Deus.
O substantivo feminino “santificação” provém do verbo latino eclesiástico sanctificare que, numa primeira instância, significa “fazer santo”. Já na instância seguinte, pode significar também separar algo ou alguém para o uso sagrado.
Se formos ao grego do Novo Testamento, constaremos que a palavra “santificação” provém do substantivo hagiasmos, que, por sua vez, procede do verbo hagiazo. De acordo com o Léxico de Thayer, o verbo hagiazosignifica “reconhecer como venerável; honrar; separar algo das coisas profanas para dedicá-lo a Deus; consagrar; purificar tanto externa quanto cerimonialmente”.
Tanto no grego, como no latim, o significado e a demanda da santificação não mudam. Se nesta língua somos chamados a separar-nos do mundo, naquela somos intimados a consagrar-nos inteiramente a Deus e ao seu serviço.
Na língua hebraica, há também uma palavra específica para santificação. O vocábulo kadosh remete-nos ao mesmo sentido de santidade, separação e pureza, que encontramos no latim e no grego.
2. O que é a santificação. Já que definimos a doutrina da santificação, resta-nos, agora, descrever esse processo que, em nós, começa a ser operado desde o dia em que recebemos Jesus Cristo como nosso Salvador.
Em primeiro lugar, entendamos que a nossa santificação é da inteira vontade de Deus. Ouçamos atentamente o que Paulo recomenda aos irmãos de Tessalônica: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição” (1 Ts 4.3, ARA). Se é da vontade de Deus que nos santifiquemos, não podemos contrariá-la. Doutra forma, jamais poderemos adentrar a Jerusalém Celeste; ali estão vedados os que se dão à prática do pecado. Eis a advertência que nos faz o autor sagrado: 
Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte. (Ap 21.8 , ARA)
Em segundo lugar, há uma verdade ainda ignorada por muitos crentes: a doutrina da santificação deve ser pregada exclusivamente aos santos. Quanto aos que ainda não conhecem a Deus, que lhes seja proclamada a mensagem de arrependimento. O apóstolo Paulo, ainda escrevendo aos tessalonicenses, é bastante categórico ao exortá-los a uma vida de maior santidade perante Deus: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23, ARA).
Em terceiro lugar, não podemos confundir santidade com santificação. No exato instante em que aceitamos Jesus, somos imediatamente elevados à posição de santos; sendo já santos, estamos entre os demais santos. Isso não significa, porém, que o processo de nossa santificação haja se completado ali. Posto que a santificação é um processo, e não um ato, tem início ali, ao pé da cruz, uma ação longa e continuada que, levada a efeito pela Palavra de Deus, conduzir-nos-á à estatura de varões perfeitos, segundo o modelo que há Jesus Cristo.
Com dito, a santidade deve ser vista como um posicionamento e não como um processo devidamente encerrado. Que agora somos santos, não há dúvida. Todavia, isso não significa que já estejamos plenamente santificados. Seremos constrangidos, durante a nossa peregrinação à Cidade Celeste, a buscar os meios da graça, a fim de alcançarmos a perfeição: oração, leitura da Bíblia, jejuns, frequência aos cultos e disciplina espiritual. Enquanto estivermos neste mundo, soar-nos-á aos ouvidos a exortação apostólica: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o SENHOR” (Hb 12.14).
Em quarto lugar, a santificação é, de fato, uma obra específica do Espírito Santo. Atentemos a esta recomendação de Paulo ainda aos irmãos de Tessalônica: “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo SENHOR, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2 Ts 2.13, ARA). Ora, a função do Espírito é santificar a Igreja de Cristo. Daí a razão de seu nome; seu ministério compreende a nossa inteira santificação.
Cabe-nos, entretanto, dar-lhe total guarida, para que Ele opere com toda a liberdade em nosso ser. Doutra forma, jamais seremos admitidos entre os santos de Deus. Atentemos, também, a esta palavra de Pedro aos irmãos que se achavam dispersos: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (1 Pe 1.2). Que nos abramos à santificação que, em nós, quer operar o Espírito de Deus. Ele não pode ser entristecido por nossas atitudes mundanas, cruéis, incrédulas e apostatas.             
II- O Texto Áureo de Levítico
Neste tópico, focalizaremos o texto áureo do livro de Levítico. Após o havermos considerado, concluiremos que ele continua tão atual hoje quanto no dia em que Moisés, há 3500 anos, o entregou aos filhos de Israel no deserto do Sinai. Leiamos o texto sagrado: “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2).
1. “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes”. Por intermédio de seu fiel mensageiro, o Senhor dirige-se a toda a congregação dos filhos de Israel. Já não pode haver distinção entre dirigentes e dirigidos, nem se admite a divisão do povo de Deus entre clero e laicato. Agora, todo o povo de Israel faz-se congregação diante do Senhor, o corpo místico de Jeová no Antigo Testamento.
Deus ordena a Moisés a falar a toda a congregação de Israel. Nesse caso, o verbo hebraico dabar não pode ser interpretado como uma elocução qualquer. Essa palavra deve ser ouvida, por todos nós, como se fora uma ordem expressa de Deus: declarar, comunicar, afirmar solenemente.
Por intermédio de Moisés, o Senhor dirige-se não ao povo: o Israel visível. Mas à congregação: o Israel invisível e espiritual. A palavra “congregação”, em hebraico, é bastante específica: `edah é um termo que evoca, entre outras coisas, ajuntamento solene ou assembleia. Sendo assim, conforme já dissemos, os filhos de Israel devem ser vistos não como mera entidade política, mas como a Igreja do Senhor no Antigo Testamento. É claro que a soberania divina não se restringe à congregação; abrange a todos em qualquer tempo e lugar. Mas, com intimidade, Ele trata apenas com os seus queridos filhos.
2. “Santos sereis”. Moisés, agora, transmite a ordem divina à congregação israelita: “Santos sereis”. Detenhamo-nos no substantivo “santo” segundo o original hebraico. O vocábulo qadowsh traz estes sentidos: sagrado, separado, apartado e santo. Isso não significa que a nossa santidade levar-nos-á a sair do mundo ou do mundo isolar-se. Lembremo-nos da oração sacerdotal de Jesus: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” (Jo 17.15, ARA).
Na ótica bíblica, santificar-se não significa isolar-se da sociedade, mas nesta atuar como testemunha fiel de Deus. É o que o Senhor requisitava de sua congregação no deserto. Mesmo ali, ainda sem contatar povo algum, deveriam os israelitas consagrar-se inteiramente como servos do Senhor. Sim, embora estamos no lugar mais improvável e árido, proclamemos as virtudes do Reino de Deus, por meio de uma vida santa, pura e marcada pela distinção.
3. Porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”. Neste ponto, o Senhor apresenta a razão de sua demanda à congregação de Israel: “Porque eu, o Senhor”. Sim, Deus é o Senhor. Logo, nesse relacionamento, não passamos de servos. Ele tem autoridade para exigir que cada um de seus filhos seja santo, porque Ele é santo. Como ignorar as prerrogativas daquEle que nos chamou à perfeição?
O texto áureo de Levítico é tão claro e abrangente que nem mesmo os dirigentes máximos da nação sentiam-se eximidos dessa obrigação. Todos deveriam porfiar por uma vida santa que, tendo início, em seu coração, refletisse em seu semblante. Que o Senhor nos ajude a andar de valor em valor até que venhamos a completar a nossa carreira espiritual. 
Conclusão
A santidade não é um mero ornamento na vida dos filhos de Deus. É um requisito obrigatório; mantém-nos firmes e inabaláveis no Senhor; dá-nos condições de levar o Evangelho aos confins da terra.
Tendo como exemplo o compromisso do sacerdócio levítico com a santidade divina, devemos primar por uma vida irrepreensível diante de Deus e dos homens. Se somos, de fato, o sal da terra, por que não salgar a sociedade com um testemunho irrepreensível? E se somos a luz do mundo, por que as trevas já encobrem o povo de Deus?
No desempenho de meu pastorado, tenho encontrado muitos crentes que, embora frequentem assiduamente os cultos, ainda não tiveram uma experiência pessoal com o Senhor; são perigosamente nominais. Estão na igreja, mas não são Igreja. O que lhes falta? Uma vida de santidade e pureza, que os diferencie o mundo. Que Deus nos ajude a reconduzi-los ao Senhor Jesus Cristo enquanto é dia.
*Adquira o livro. ANDRADE, Claudionor de. Adoração, Santidade e Serviço: Os Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão disponíveis toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não se trata de uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 04 - 3º Trimestre 2018 - A Função Social dos Sacerdotes - Adultos.

Lição 4 - A Função Social dos Sacerdotes

3º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
As funções do sacerdote iam além da liturgia. 
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Função Clínicas
II – Funções Sanitaristas
III – Funções Jurídicas
Conclusão
OBJETIVO GERALRefletir a respeito das funções sociais do sacerdote.
A Função Social dos Sacerdotes
Pr. Claudionor de Andrade
Introdução
Na lição desse domingo, mostraremos por que as ordenanças de Levítico fizeram de Israel o povo mais avançado na área médica, urbanística e jurídica de todo o Oriente Médio. Não exageraremos se considerarmos os hebreus, nesse mesmo período, mais adiantados que os chineses, egípcios e babilônios. Quanto aos gregos e romanos, ainda lutavam por se firmarem como civilização.
Acredito que, sem as orientações levíticas, o Ocidente jamais teria alcançado o seu atual estágio de desenvolvimento. A razão é bastante simples. A Igreja Cristã, ao fazer uso da Bíblia Sagrada, jamais deixou de aplicar os princípios mosaicos ao seu dia a dia. Não quero dizer, com isso, que os teólogos patrísticos e medievais porfiaram em judaizar a sociedade na qual estavam inseridos. Mas, sabiamente, souberam como separar os mandamentos específicos a Israel daqueles que devem ser observados por todos os povos. E, dessa forma, lançaram os alicerces da Civilização Ocidental.
Acompanhemos, pois, o processo de santificação dos israelitas. Esse processo, aliás, não contemplava apenas a interioridade humana, mas também a sua exterioridade, porque esta deveria ser um reflexo perfeito daquela. Para que isso ocorresse, a Universidade Levítica fez-se indispensável.    
I. A Universidade Levítica
Ao separar os levitas para servirem como sacerdotes e ministros do altar, Deus lançava, naquele instante, os alicerces de uma instituição que faria dos hebreus o povo mais civilizado do mundo. Vejamos em que consistia a epistemologia dessa entidade que, com muita justiça, poderia ser chamada de Universidade Levítica.
1. Teologia, a verdade sobre o único Deus. Os sacerdotes levitas, por serem os grandes mestres e catedráticos de Israel, partiam de um pressuposto que faz toda a diferença no campo filosófico, científico e literário: Deus existe. Mas, ao contrário dos deístas atuais, acreditavam eles que Deus não se limitou a criar os Céus e a Terra, mas continua a preservá-los e a intervir em todos os seus negócios, pois Ele é o Senhor de todas as coisas (Gn 1.1).
A teologia levítica não se embasava em meras teorias ou simples assentimentos intelectuais; firmava-se em algo profundo e experimental: o temor de Deus. Como diria mais tarde o sábio rei de Israel, “o temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino” (Pv 1.7, ARA).
Tendo esse texto de ouro como a pedra de esquina de sua epistemologia, os levitas avançaram nos mais diversos campos das ciências e saberes humanos.
Façamos uma pausa, a fim de explicar o que é a epistemologia. Essa palavra é formada por dois vocábulos gregos: episteme, conhecimento, ciência; e logos, estudo, ou discurso racional. A epistemologia, portanto, é a reflexão em torno da natureza, estágios e abrangências do conhecimento produzido, adquirido e transmitido pelo homem. 
2. Cosmologia, o Universo é de Deus. Os sacerdotes do Senhor não se perdiam em teorias loucas e bizarras acerca do aparecimento dos Céus e da Terra. Eles sabiam que, no princípio, Deus criara tudo quanto existe. Se tudo quanto existe é criação divina, depreende-se logo que somente o Criador é quem deve ser adorado; não a criatura. Tal proposição é fundamental para se estabelecer uma epistemologia segura, eficaz e que conduza o ser humano ao progresso.
Quando os levitas oficiavam a Deus, apresentando-lhe alguma oferenda ou dom, sabiam estar reconsagrando-lhealgo que já lhe pertencia. Por isso, tratavam a Terra não como a deusa intocável dos gregos, nem como a mãe caprichosa dos ecologistas atuais; tratavam-na como criação divina. Tinham eles ciência suficiente para entender que a Terra fora criada por causa do homem, e não o homem por causa da Terra. Que esta, pois, seja o santuário do Senhor, pois do Senhor é a Terra (Sl 24.1).
3. Antropologia, o homem é a imagem de Deus. Já imaginou se os levitas tivessem sido educados por Charles Darwin (1809-1882)? Como iriam eles tratar os filhos de Israel a partir de uma antropologia bizarra, fantasiosa e sem a mínima base científica? Mas, sabendo eles que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, jamais deixariam os hebreus embrenharem-se nas promiscuidades egípcias, cananeias e mesopotâmias. Todos eles porfiavam por serem reconhecidos como o povo escolhido do Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Eis porque os sacerdotes do Senhor obrigavam-se a cuidar tanto da interioridade quanto da exterioridade dos hebreus. Eles estavam cientes de que Deus exigia de seu povo santidade, pureza e distinção. Todos deveriam ser santos, porque Santo é o Senhor.
Diante de tal reivindicação, como devemos nós, hoje, proceder? Que o Espírito Santo nos ajude a ter uma vida irrepreensível perante Deus e diante dos homens.Diante de tal reivindicação, como devemos nós, hoje, proceder? Que o Espírito Santo nos ajude a ter uma vida irrepreensível perante Deus e diante dos homens.
Como seria bom se os médicos e os demais profissionais de saúde tivessem uma antropologia realmente bíblica. A partir dessa perspectiva, tratariam melhor seus pacientes, pois nestes veriam a imagem e a semelhança do Criador. E, assim, seriam banidos das universidades e dos hospitais experimentos cruéis e desumanos como aqueles realizados pelos alemães e japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
4. Direitos e deveres. Os sacerdotes do Senhor, orientados pelos Dez Mandamentos e pelas demais ordenanças do Pentateuco, foram além dos mestres e juristas da antiguidade. Se Hamurabi, por exemplo, que viveu por volta do século XIX a.C, teve uma influência meramente local, o código levita fez-se universal; eterno. E, hoje, em não poucos tribunais, encontramos uma cópia dos Dez Mandamentos.
Se compararmos a Lei de Moisés à de Dracon ou à de Solon, ambos legisladores gregos do século VII a.D., constataremos que estes jamais lograram alcançar a excelência da legislação que Deus, por meio de Moisés, entregara aos levitas. Por isso, devem os sacerdotes ser vistos como os juristas, advogados, promotores e juízes de Israel. Além disso, lançaram a base jurídica da civilização ocidental.
5. Contrastes entre a Universidade Levítica e a Faraônica. Antes de encerrarmos este tópico, faremos um pequeno contraste entre a academia egípcia, formada, em sua maior parte, por magos e astrólogos, e a hebreia, representada pelos levitas. A egípcia, apesar de suas notáveis conquistas científicas, centrava-se em ciências ocultas e duvidosas (Êx 7.11). Quanto à hebreia, tinha à sua disposição não os conhecimentos escondidos e entretecidos nas profundezas de Satanás, mas o saber verdadeiro que o próprio Deus revelara a Moisés e ainda mostraria aos profetas que viriam depois do grande legislador.
Por essa razão, quem hoje se interessa pelas ciências egípcias dos magos e astrólogos de Faraó? No entanto, a Bíblia Sagrada é lida todos os dias do Ocidente ao Oriente como a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus. 
II. O Início dos Hospitais Modernos
Parece que os médicos egípcios existiam apenas em função dos faraós. Quanto ao povo, que se arrumasse com as suas doenças, moléstias e enfermidades. No que tange aos levitas, observamos que estes, apesar de não serem médicos profissionais, dedicavam-se desvelada e sagradamente aos cuidados preventivos da saúde hebreia. E, assim, vieram a lançar as bases dos modernos hospitais. 

1. O hospital, a Casa do Bom Samaritano. Na língua alemã, a palavra “hospital” tem um significado interessante e que, em sua essência, revela um pouco da filosofia pagã. O termo Krankenhaus significa, etimologicamente, casa do enfermo.
Se buscarmos a etimologia da palavra “hospital”, descobriremos não somente um novo significado linguístico, mas também uma renovada filosofia. O termo, proveniente do latim medieval, vem de hospes que, naquele período, significava “hospedeiro” ou “hospede”. A partir daí, nasceu o vocábulo “hospital”: local onde os viajantes eram bem recebidos e muito bem cuidados. Com o tempo, devido à influência da Igreja Cristã, o hospital começou a ser visto não mais como uma simples hospedaria, mas como um lugar para se acolher os enfermos.
Em seus primórdios, o hospital não era uma casa de enfermo ou de enfermidade, mas um lugar onde o hóspede, se enfermo, podia receber cuidados médicos. A parábola do Bom Samaritano é um quadro que ilustra muito bem a fundação dos hospitais como hoje os conhecemos. Nessa belíssima narrativa, observemos algo muito importante. Os desvelos ministrados pelo samaritano àquele pobre homem refletiam, de certa forma, as funções de um sacerdote levita. Se bem que tanto o sacerdote como o levita, nessa narrativa, embora até possuíssem alguma ciência médica, passaram de largo e ignoraram o seu paciente.
Segundo a história, o primeiro hospital moderno foi estabelecido, em 370 d.C., na cidade de Cesareia, como resultado de um benévolo édito imperial. Mais tarde, Basílio, o Grande (329-379), recomendou a criação de hospitais, tendo como referência um famoso e eficiente hospital de Roma. Não nos esqueçamos da Ordem dos Hospitalários que, apesar de sua forte vocação militar, não deixou de cuidar dos peregrinos que se dirigiam à Terra Santa.
Na história de Israel, as práticas clínicas dos levitas precederam a medicina. É o que podemos inferir do texto sagrado. A seguir, vejamos como os sacerdotes cuidavam da saúde dos hebreus, não propriamente curando-lhes as enfermidades, mas prevenindo-as. Esse cuidado torna-se mais visível em relação à lepra que, naquele tempo, além de ser uma doença incurável, era socialmente repulsiva.
2. Lepra, o símbolo do pecado. Libertos de uma terra idólatra e insalubre, os israelitas corriam o risco de transmitir à próxima geração enfermidades como a lepra, a doença mais repelente da antiguidade (Dt 7.15). Por isso, Deus encarregou os sacerdotes de inspecionar clinicamente o seu povo.
Nos tempos bíblicos, a lepra causava repulsa devido ao seu aspecto e contágio (Lv 13.2). Se Deus não a curasse, médico algum poderia fazê-lo. Haja vista o caso do general sírio Naamã (2 Rs 5.1-14). O Senhor Jesus, durante o seu ministério terreno, curou a diversos leprosos e ordenou a seus discípulos a que os purificasse (Mt 10.8; 11.5).
3. A inspeção clínica. Em sua peregrinação à Terra Prometida, os israelitas não contavam com médicos e sanitaristas. Era um luxo restrito aos nobres egípcios (Gn 50.2).
Portanto, sempre que alguém apresentava algum dos sintomas da lepra, deveria encaminhar-se ao sumo sacerdote para ser examinado (Lv 13.1-30). De acordo com o diagnóstico, o paciente era declarado limpo ou impuro. Se constatada a doença, o enfermo era imediatamente apartado da comunidade (Lv 13.46).  
4. A limitação do sacerdote. Os sacerdotes, por conseguinte, encontravam-se habilitados a diagnosticar, mas não a curar os leprosos; era uma função mais preventiva que curativa. O próprio Senhor Jesus reconheceu a perícia do sacerdote na diagnose da enfermidade (Lc 5.14).
Durante o seu ministério terreno, o Senhor Jesus, louvado como o Médico dos médicos, admitiu a utilidade dos médicos humanos. Embora limitados e, às vezes, até inúteis diante de algumas situações, eles aí estão para aliviar-nos a dor (Mt 9.12). Pelo que deduzimos desta saudação tipicamente paulina, Lucas era um médico mui amado entre os cristãos primitivos (Cl 4.14).
III- A Estrutura Jurídica de Israel
Certa vez, um renomado sociólogo assim definiu o nosso país: “O Brasil não é um país pobre; é uma nação injusta”. Infelizmente, sou obrigado a concordar com esse intelectual. Apesar do aparato de nossa justiça, distribuída em palácios suntuosos e inacessíveis, a população fica à mercê da injustiça, da violência e da miséria. Apesar dos que defendem os direitos humanos, vivemos como se não fôssemos humanos, porque, além de desconhecermos nossos direitos, desprezamos nossos deveres.
No Israel dos sacerdotes e levitas, o direito estava sempre ao alcance dos pobres, porque a Lei de Deus havia sido proclamada a toda a nação, e não apenas a uma minoria privilegiada. Ali, pobres e ricos, pequenos e grandes, nobres e plebeus; todos, enfim, estavam sujeitos aos mandamentos divinos. Não havia minoria privilegiada, nem maioria ignorada; eram todos iguais diante da Lei de Deus.
1. A função judicial dos sacerdotes. Judicialmente, o livro de Levítico apresenta várias disposições, a fim de proteger a família, a propriedade privada e, principalmente, a vida humana. Nesse sentido, o sacerdote atuava também no campo jurídico.
No Israel do Antigo Testamento, não havia uma lei-maior para dirigir o país; uma espécie de constituição. Ali, toda a Palavra de Deus funcionava como a ordenança que não podia ser ignorada quer pelo rei, quer pelo plebeu. E, para zelar pelo fiel cumprimento dos estatutos divinos, os sacerdotes e demais levitas faziam-se presentes.

2. Proteção da família. Com o objetivo de manter a pureza e a legitimidade no relacionamento familiar, o Senhor, por intermédio de Moisés, proíbe aos israelitas: o sacrifício infantil (Lv 20.2); o incesto, (Lv 18.6-9); o abuso sexual doméstico (Lv 18.10); a exposição das filhas à prostituição (Lv 19.29); o homossexualismo e a bestialidade (Lv 18.22,23).
Os israelitas, como adoradores do Único e Verdadeiro Deus, eram obrigados a honrar seus pais e a preservar-lhes a autoridade (Lv 19.3; 20.9).
Em Israel, os mandatários, quando tementes a Deus, preocupavam-se com o estado moral e ético do povo; não se eximiam como vemos, hoje, no Brasil. Defendendo sempre o politicamente correto, nossos governantes abandonaram o país à injustiça, à violência e à opressão. Ora, quando um presidente não sai a público para condenar, por exemplo, o aborto e a eutanásia, o que esperar desse mandatário? Precisamos de homens que, ao invés de se bater por seu partido, saia em defesa da moral e dos bons costumes. Infelizmente, boa parte dos políticos que enxameiam os palácios e as repartições públicas nenhuma atenção dá aos valores cristãos de nossa sociedade.
3. Proteção da propriedade privada. A posse de uma propriedade, em Israel, era considerada algo sagrado; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx 3.7,8). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e campos de maneira responsável e amorosa (Lv 19.9). As colheitas eram feitas de tal maneira, que os pobres jamais deixavam de ser contemplados (Lv 23.22).
Sendo, pois, a terra propriedade do Senhor, não poderia ser explorada de maneira irresponsável e contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso sustentável da terra.
A propriedade da terra não era considerada roubo, conforme diria o francês Pierre-Joseph Proudhon (1809 – 1865), mas uma herança pela qual valia a pena lutar (1 Rs 21.3). No Israel de Deus, os governantes não se digladiavam hoje pela esquerda, e, amanhã pela direita; punham-se todos no centro da vontade divina. Ali, nas terras do Senhor, não havia lugar para o comunismo assassino e mentiroso, nem para o fascismo desumano e cruel, pois a Lei de Moisés supria todas as carências e lacunas sociais. E, quando do advento da injustiça, Jeová enviava os seus mensageiros que, corajosamente, clamavam contra a opressão, o roubo, o crime e a infidelidade doméstica.  
4. Proteção da vida. Também estava sob o encargo do sacerdote a inspeção das casas (Dt 22.8) e da criação de animais (Êx 21.36). A mulher grávida recebia proteção especial (Êx 21.22). Enfim, a vida na sociedade judaica era e é sagrada; um dom do Criador (Nm 16.22). Por isso, Deus determina no Sexto Mandamento: “Não matarás” (Êx 20.13). Mencionemos ainda as cidades de refúgio que, administradas pelos levitas, serviam para acolher o que, sem o querer, matava alguém (Nm 35.10-15).
Oremos, para que o nosso país seja realmente justo e misericordioso. Não nos faltam leis, nem legisladores, nem juízes. Ei-los pelos tribunais; ei-los saindo das faculdades e academias. Todavia, falta-nos o temor do Senhor, sem o qual não pode haver princípio algum de sabedoria. É chegado o momento de rogarmos ao Senhor que nos cure a terra. Achamo-nos tão enfermos, hoje, quanto o Israel dos tempos de Isaías (Is 1.1-9). Neste momento, conscientizemo-nos de nossa responsabilidade como sal da terra e luz do mundo.
Conclusão
Conforme profetizou Malaquias, a aliança do Senhor com a tribo de Levi era firme e bem conhecida de todo o Israel. Nesse sentido, seus descendentes deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange à Lei de Moisés, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7). Infelizmente, os sacerdotes não souberam como guardar o concerto levítico.
Se o Senhor exigiu excelência e correção dos levitas, no Antigo Testamento, como devemos nós agir? Que o nosso culto seja marcado pelo amor e pela não conformação com este mundo.
Nós, obreiros de Cristo, temos de ser um padrão na sã doutrina, segundo recomenda o apóstolo: “Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência” (Tt 2.7, ARA). Ainda que não sejamos sacerdotes como os filhos de Levi, nossa responsabilidade, diante do povo de Deus, não é menor. Se o Senhor exigiu deles excelência, o que não exigirá de nós, seus despenseiros? Ou será que já não tememos ser reprovados no Tribunal de Cristo? Que o Senhor nos ajude.
*Adquira o livro. ANDRADE, Claudionor de. Adoração, Santidade e Serviço:Os Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 
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segunda-feira, 16 de julho de 2018

Lição 03 - 3º Trimestre 2018 - Papai do Céu ouve o Meu Louvor - Berçário.

Lição 3 - Papai do Céu ouve o meu louvor

3º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Levar os alunos a entender, por intermédio das atividades e da historinha, que Deus escuta o louvor das crianças.

É hora do versículo: “[...] O louvor dado a ti chega até o céu e é cantado pelas crianças e pelas criancinhas de colo [...]” (Salmos 8.1,2).

Nesta lição, as crianças aprenderão que o Papai do Céu é grande, poderoso e ouve o nosso louvor. O Papai do Céu fica muito feliz quando uma criança o louva.

Estimule que seus alunos a louvarem ao Senhor, cantando bem alto lindos corinhos que lhes são ensinados.

Como complemento para esta lição, após realizar todas as atividades propostas no manual do professor, e caso ainda haja tempo, sugerimos que distribua a imagem abaixo para as crianças colorirem o bebê que está cantando, louvando ao Papai do Céu.
licao3.bebecantando.bercario
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário
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