terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Lição 11 - 4º Trim. 2012 - O Profeta Ageu e o Compromisso da Aliança.


Lição 11

O PROFETA AGEU E O

COMPROMISSO DA ALIANÇA 

16 de dezembro de 2012 

TEXTO ÁUREO 


Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça,
e todas essas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6.33).

VERDADE PRÁTICA

 

A verdadeira profecia liberta o povo da indiferença e do comodismo espiritual.
 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  


Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça,
 e todas essas coisas vos serão acrescentadas”  (Mt 6.33)           

O texto áureo deste domingo é uma citação do Sermão da Montanha, quando o Senhor Jesus fala sobre a ansiosa solicitude pela nossa vida. O capítulo 6 do Evangelho de Mateus apresenta 34 versículos, que podem ser subdivididos em 3 agrupamentos;
- o primeiro grupo de versículos Mt 6.1-18 nos mostram o contraste entre os antigos padrões judaicos de conduta e os novos padrões ensinados pelo Senhor Jesus, o Messias;
- o segundo grupo de versículos Mt 6.19-24. nos mostram o uso correto das propriedades, a relação que devemos ter para com as riquezas, e o cuidado da busca desenfreada pelas coisas terrenas e outros bens materiais.
-o terceiro e último grupo de versículos Mt 6.25-34, onde está inserido o nosso texto áureo, fala sobre a ansiedade e a confiança. Como declara Sherman Johnson: “O homem que quiser ter um tesouro nos céus (vs. 20), que quiser que a linha orientadora de sua vida seja reta (vs. 22), e que quiser servir a Deus e não às propriedades (vs. 24), deve desvencilhar-se das preocupações”, ao mesmo tempo deve desenvolver a confiança correta a Deus, nosso Pai. Isso o Senhor Jesus exige da parte do novo Israel, ou seja, do Israel Espiritual, sua Igreja, chamados para fora do mundo para serví-lo.
Essas instruções são distintamente cristãs, ainda que originalmente tenham sido dadas aos judeus, são direcionadas a igreja, aqueles que acolheram sua nova Lei. O Evangelho de Mateus é um documento cristão, ainda que reflita a transição da antiga para a nova dispensação.
Neste último grupo de versículos, 24 a 34 do capítulo 6 de Mateus,onde se insere o nosso texto áureo (Mt 6.33), encontramos oito razões pelas quais os crentes no Senhor Jesus Cristo devem evitar toda sorte de ansiedades relacionadas a vida material e física, que são:
1.- a nossa vida aqui nessa terra, é muito mais que simplesmente esse viver cotidiano, material e físico, portanto não deve se restringir e ser dominada apenas pelos desejos e elementos materiais que o mundo ou o sistema possa oferecer (Mt 6.25);
2.- Deus, nosso Pai, cuida dos animais irracionais, inferiores e isolados, quanto mais dos seus filhos queridos (Mt 6.26);
3.- a nossa ansiedade, as nossas preocupações, em nada altera as condições de vida, ou aumenta a sua duração, ou seja, nossas ansiedades, não mudam absolutamente nada, não nos faz crescer em nada (Mt 6.27);

4.- Nosso Santo e amoroso Deus, veste as flores frágeis de maneira belíssima e perfumada, sem que as mesmas tenham raciocínio algum, quanto mais nós, seus filhinhos amados, Deus providencia e tem providenciado as necessidades de cada um sem que precisemos nos preocupar (Mt 6.28-30);

5.- Os gentios, os mundanos, os carnais, vivem desesperadamente em busca das coisas deste mundo, faz parte do raciocínio dos pagãos a ansiedade pelas coisas materiais e terrenas, diferentemente os crentes, filhos do reino de Deus, contam com seu Pai Celestial (Mt 6.31-32);

6.- Nosso Deus é Pai, o Pai conhece as necessidades de seus filhos, nosso Deus e Pai conhece muito bem, as minhas e as suas necessidades, a fé nisso, nos traz conforto, porque diferentemente dos deuses do paganismo, que não eram pai para seus adeptos, mas apenas senhores, fazia com que seus adeptos tivessem razões para não esperar muito deles. Mas os discípulos do reino, que são filhos do Pai celeste, tem razão em esperar o fornecimento de tudo. (Mt 6.32). Glória a Deus;
7.- A busca pelo reino de Deus e sua justiça , por si mesma, nos garante as coisas menos importante. 

A expressão em primeiro lugar” do nosso texto áureo (Mt 6.33) provavelmente, nos remeta que Jesus só permite uma busca, uma ansiedade, portanto, não uma série, sendo essa  a primeira de várias, mas a primeira, no sentido de única, uma forte expressão de desejo, um exercício de alma naquilo que diz respeito ao reino de Deus e à sua justiça.

Portanto essa busca deve ser suprema e nenhuma outra coisa merece a atenção do ser humano, é a única coisa digna de ocupar a mente e o coração do crente, que foi feito à imagem de Deus, ou seja somente essa busca é permitida e incentivada no Reino de Deus, que são coisas pertinente ao próprio Reino: “Desejai as coisas grandes (as mais importantes), e as coisas pequenas vos serão acrescentadas, e desejai as coisas celestiais, e as coisas terrenas vos serão acrescentadas”, tanto Orígenes como Clemente de Alexandria, considerados pais da igreja cristã, citaram essas palavras (Mt 6.33);

8.- A ansiedade por si só é inútil, só acrescenta maior sofrimento na vida diária da pessoa, já tão perturbado em seu cotidiano. Na realidade é uma irracionalidade sofrer algo, que ainda não existe, juntamente com o já existente, o qual é perfeitamente real (Mt 6.34).

Esse é o contexto do nosso texto áureo. O capítulo 6 de Mateus deve ser um dos ensinos norteadores de nossas vidas, assim sendo, não devemos isolar o versículo 33, mas devemos considerar e compreender que esse versículo 33 "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas", atinge o ponto mais elevado do MANIFESTO CONTRA O MATERIALISMO e ao mesmo tempo nos apresenta a principal instrução do ensino do Senhor Jesus a respeito da atitude cabível ao crente, concernente as coisas materiais.

Quando estamos focados e fixados no projeto original de Deus, temos uma vida abençoada, sem exageros, sem gastos desnecessários, sem desperdícios, a vida espiritual nos capacita a termos vida comedida, abençoada, independentes dos modismos materiais deste mundo, vida triunfante, vida de paz e alegria, portanto, buscai: o batismo com o Espírito Santo e com fogo, os dons espirituais, a verdadeira adoração, a Palavra de Deus, buscai o Reino de Deus e tenha uma vida vitoriosa e livre do stress, da ansiedade deste mundo. 
 

RESUMO DA LIÇÃO 11


 

O PROFETA AGEU E O COMPROMISSO DA ALIANÇA

 

I. O LIVRO DE AGEU

1. Contexto histórico.

2. Vida Pessoal.

3. Zorobabel. 

4. Estrutura e mensagem. 
 

II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES

1. A desculpa do povo.

2. Inversão de prioridades (vv. 3,4).

3. Um convite a reflexão. 
 

III. A EXORTAÇÃO DIVINA

1. Crise econômica.

2. A solução.

3.- O Segundo Templo.  

INTERAÇÃO


 
O Templo era o símbolo visível da aliança de Deus com o seu povo.
Nesse contexto é que aparece Ageu, o primeiro profeta a exercer o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem central não poderia ser outra: “Israel, reconstrua o Templo para o Senhor!”. Os judeus estavam indiferentes em relação à obra de Deus, porém através do ministério de Ageu e Zacarias, o Templo foi reconstruído, e conforme a palavra do Senhor, “a glória da segunda Casa será maior que a da primeira”. Como servos do Altíssimo precisamos estar atentos, pois como os israelitas, também podemos negligenciar a obra de Deus e o cuidado com a Casa do Senhor. Que sejamos servos compromissados com o Reino, trabalhando para o seu crescimento aqui na Terra. Coloque suas prioridades em ordem correta, segundo as Escrituras Sagradas.  

OBJETIVOS 


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Conhecer o contexto histórico da vida de Ageu.

·   Elencar os principais problemas encontrado pelos judeus para reconstruir o Templo.

·   Saber que temos responsabilidade diante de Deus e dos homens. 
 

ESBOÇO DO LIVRO DO PROFETA AGEU


 

Parte I — Reconstrução do Templo (1.1-15)
(1.1) ...................Introdução.
(1.2-11) ..............Primeiro oráculo: exortação para a reconstrução do Templo.
(1.12-15) ...........Segundo oráculo: resposta e compromisso.
 
Parte II — Esplendor Futuro do Templo (2.1-23)
(2.1-9)................Terceiro oráculo: compromisso e promessas.
(2.10-23)...........Quarto oráculo: decisões e bênçãos futuras.  

 

COMENTÁRIO  


introdução  

Palavra Chave

TEMPLO:

 Espaço ou edifício destinado a culto religioso.

Foto do Professor Alberto da Maquete do Templo em Jerusalém  - Israel

 

De Joel até Ageu passaram-se mais de 300 anos. A hegemonia política e militar, nessa fase da história mundial, estava com os persas, pois os assírios e babilônios não existiam mais como impérios. Quanto ao pecado de Judá, este não era a idolatria, pois o cativeiro erradicara de vez essa prática. O problema agora, igualmente grave, era a indiferença, a mornidão e o comodismo espiritual dos judeus em relação à obra de Deus.  

1. O LIVRO DE AGEU

 

        COMO OS JUDEUS VOLTARAM DO EXÍLIO?

 

Os Judeus voltaram em três levas.
 A primeira com Zorababel, que era da Casa de Davi. Zorobabel partiu da Babilônia no ano 520 a.C., para reconstruir o Templo em Jerusalém. É o início do período chamado de período do 2º. Templo. O templo bonito e majestoso que Salomão construiu foi destruído em 587 a.C., pelos babilônicos. Então Zorobabel voltou para Jerusalém com um grupo para reconstruir o templo e a cidade (Ed 2.1-2).

A segunda leva veio no ano 457 a.C., quase 50 anos depois, com Esdras, um levita, um homem versado na lei de Moisés.
Esdras veio para Jerusalém para restaurar o culto judaico, porque nessa época os seus irmãos já estavam em Jerusalém trabalhando para reconstruir o templo, mas precisava de pessoas instruídas na lei do Senhor para instruir o povo, então Esdras chegou e o seu trabalho foi extraordinário.

A terceira leva veio 12 anos depois no ano 445 a.C., chegou a Jerusalém com Neemias, para reconstruir as fendas no muro de Jerusalém. Assim os judeus retornaram em três levas principais. Durante este período Deus levantou os profetas Ageu e Zacarias, são os profetas do exílio. 
 

 
OS JUDEUS VOLTARAM EM TRÊS GRANDE GRUPOS:
 
1o.) Liderados por Zorobabel, príncipe (520 a.C., para reconstruir o 2 templo em Jerusalém, é o início do 2o. Templo e a cidade (Ed. 2.1-2);
2o.) Liderados por  Esdras, sacerdote Levita, versado na Lei de Moisés veio para Jerusalém para restaurar o culto judaico (457 a.C.);
3o.) Liderados por Neemias, para reconstruir as fendas dos muros de Jerusalém  (445 a.C.)
 

 

 

OS PROFETAS
 
DURANTE O REINO DE JUDÁ: Isaías, Miquéias, Sofonias e Jeremias
NORTE: Os principais profetas:Jonas, Amós e Oséias
CATIVEIRO OU EXÍLIO: Daniel e Ezequiel
PÓS-CATIVEIRO: Os dois profetas principais Ageu e Zacarias
 

 

 

O EMBARGO DA CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

 

Com o retorno de Judá do cativeiro decretado por Ciro, que foi um homem piedoso, um homem designado por Deus, como registra a Palavra de Deus, o povo de Israel voltou a sua terra, mas nem todos os sucessores de Ciro, os reis da Pérsia, foram piedosos e favoráveis aos judeus.

Dario Artaxerxes (Cambises) suspendeu e embargou as obras de reconstrução do templo (Ageu 1 ), porque os samaritanos mandaram uma carta ao rei da Pérsia solicitando o embargo do templo, dizendo que o povo judeu estava preparando para uma revolta contra a Pérsia, que era um povo obstinado, um povo que não obedecia nem a Deus, nem suas leis, nem a Moisés, e por causa disso o povo tinha sido levado ao cativeiro, em virtude disso a cidade santa tinha sido destruída e tão logo o povo estando de volta, já estava se preparando para uma outra revolta.

O rei Dario Artaxerxes lendo a carta, mandou parar o trabalho para examinar a situação, e o povo ao invés de se defender, buscar a presença de Deus e se esforçar para continuar a construção, não, ficaram acomodados, ficaram até mesmo contentes e deixaram a construção do Templo e começaram a reconstruir suas casas, os seus pomares, a cuidar de seus afazeres, se esquecendo da Casa do Senhor Deus de Israel, aí Deus levantou o profeta Ageu para exortar o povo a  trabalhar na reconstrução da Casa do Senhor e o povo foi despertado e começaram a construir a Casa do Senhor.

Dario Artaxerxes morreu e seu filho Dario Histaspes assumiu o trono do reino da Pérsia e mandou um decreto autorizando a construção, ele desembargou a construção do Templo de Deus em Jerusalém. E voltaram a construir a Casa do Senhor no local onde Davi havia comprado. O segundo Templo assim continuou a ser reconstruído, no mesmo local do primeiro Templo, na eira de Araúna, que Davi comprou dos jebusitas, que é a parte mais alta da cidade de Jerusalém. Só que a estética ou arquitetura do templo já não era a mesma da época de Salomão, e ficou chamado de o Segundo Templo.

O Segundo Templo iniciou sua reconstrução por Zorobabel e foi inaugurado antes de seu término, no capítulo 2 do profeta Ageu, nós vemos ali que o povo especialmente os anciãos estavam tristes na ocasião da inauguração porque os anciãos que foram levados cativos para a Babilônia eram meninos e conheciam o templo construído por Salomão, eles tinham visto o primeiro Templo e 50 anos depois eles voltaram e já estavam idosos e ao ver essa construção, muitos ficaram até tristes, porque conheciam aquele esplendoroso templo e agora estavam inaugurando aquele templo tão simples, então choraram.

Os seus filhos que não conheceram o primeiro Templo estavam todos contentes, alegres pela inauguração, mas os anciãos que conheceram a beleza extraordinário do primeiro Templo se entristeciam, além do mais o segundo Templo nem estava acabado. Então Deus falou através do profeta Ageu, foi o segundo discurso (Ageu 2.8-9). O templo estava feio e nem havia terminado e o profeta ousadamente declarou que a glória daquela casa seria superior a da primeira.

O profeta Ageu falou como portador de Deus: “Diz o Senhor dos Exércitos, aqui está a assinatura e como de fato foi neste templo que Nosso Senhor Jesus Cristo foi apresentado a glória do Segundo Templo” realmente foi maior do que a do primeiro.

O Senhor Jesus quando nasceu foi levado ao templo, Simeão, o tomou em suas mãos e apresentou o Senhor Jesus. O Senhor Jesus entrou neste Segundo Templo muitas vezes para ensinar a Palavra de Deus, então a glória do Segundo Templo foi maior do que a do Primeiro Templo”. (Do livro: O Povo de Israel, Uma Perspectiva Bíblica e Histórica – páginas 91-94– autor: Professor Alberto).  

1. Contexto histórico. No livro de Esdras, encontra-se o relato das primeiras décadas do período pós-exílio. Por isso, é fundamental ler os seis primeiros capítulos do referido livro, para compreendermos o profeta Ageu. O rei Ciro, da Pérsia, baixou o decreto que pôs fim ao cativeiro de Judá em 539 a.C. Pouco tempo depois, a primeira leva dos hebreus partiu da Babilônia de volta para Judá.

a) Cambises. Ciro reinou até 530 a.C, ano em que faleceu. Cambises, identificado na Bíblia como Artaxerxes (Ed 4.7-23), reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar ouvidos a uma denúncia dos vizinhos invejosos e hostis a Judá, decidiu embargar a construção da Casa de Deus em Jerusalém (Ed 4.23).  

b) Dario Histaspes. Após a morte de Cambises, Dario Histaspes assumiu o trono da Pérsia (reinando até 486 a.C), e autorizou a continuação da obra do Templo. Ele é citado nas Escrituras Sagradas simplesmente como “Dario” (Ed 6.1,12,13). 

REIS MEDO-PERSAS (XÁS)

1.- Ciro (536-529 a.C.);

2.- Cambises (529-522 a.C.);

3.- Dario Histaspes (521-486 a.C.);

4.- Xerxes I (486-465 a.C.)

5.- Artaxerxes I, Longimano (465 – 425 a.C.);

6.- Xerxes II (425 – 424 a.C.);

7.- Dario II (424-405 a.C.);

8.- Artaxerxes II (405 – 350 a.C.);

9.- Artaxerxes Ocus (350 – 336 a.C.);

10.- Dario III, Codomano (336-331 a.C.).

 

2. Vida pessoal. Não há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento. O seu nome aparece nove vezes na profecia e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14). O nome Ageu significa “festivo”. É possível entender que o profeta tenha nascido em um dia de festa. Pouco se sabe sobre esse profeta, mas acredita-se que por ter esse ministério, era uma pessoa distinta em seus dias. A tradição judaica crê que ele nasceu no cativeiro babilônico, mas que fora orientado na fé a Jeová pelo profeta Ezequiel. Tendo nascido na Babilônia, deve ter retornado a Jerusalém depois do primeiro grupo de exilados, já que seu nome não consta na primeira lista apresentada em Esdras 2. Ageu foi o primeiro profeta a atuar no pós-exílio. Seu chamado ocorreu cerca de dois meses antes de Zacarias receber o primeiro oráculo: “no ano segundo do rei Dario” em 520 a.C (1.1; Zc 1.1). O fato de Ageu apresentar-se como “profeta” (vv.1,3,12; 2.1,10) demonstra que os contemporâneos reconheciam-lhe o ofício sagrado. Além dele, apenas Habacuque e Zacarias mencionam o ofício profético em suas apresentações (Hc 1.1; Zc 1.1).  

3. Zorobabel. A profecia de Ageu foi dirigida “a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote” (v.1). Sob a sua liderança e a do sacerdote Josué, ou Jesua, filho de Jozadaque, os remanescentes judeus retornaram da Babilônia para Jerusalém (Ed 2.2; Ne 7.6,7; 12.1). A promessa divina dirigida a Zorobabel é messiânica (2.21-23), sendo que a própria linhagem messiânica passa por ele (Mt 1.12; Lc 3.27).  Dessa forma, Jesus é o “Filho de Davi”, mas também de Zorobabel.  

4. Estrutura e mensagem.  O livro do profeta Ageu é um livro pequeno são apenas 2 capítulos, 4 discursos, 4 mensagens, que foram reveladas no período de aproximadamente 3 meses entre o mês de agosto e dezembro do ano 520 a.C. (20º. Ano do rei Dario) capítulo 1 de Ageu. São discursos pequenos, mas cheios do Espírito Santo. O livro consiste de quatro curtos oráculos. - o  primeiro foi entregue “no sexto mês, no primeiro dia do mês” (v.1) [mês hebraico de elul, 29 de agosto]; - o segundo, “no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês” (2.1) [mês de tisrei, 17 de outubro]; - o terceiro e o quarto oráculos vieram no mesmo dia, o “vigésimo quarto dia do mês nono” (2.10,20) [mês de quisleu, 18 de dezembro]. A revelação foi dada diretamente por Deus (vv.1,3). Apenas Ageu apresenta com tamanha precisão as datas do recebimento dos oráculos. O tema do livro é reconstrução do Templo. Dos a 38 versículos divididos em dois capítulos, dez falam da Casa de Deus, em Jerusalém (vv.2,4,8,9,14; 2.3,7,9,15,18). Em o Novo Testamento, Ageu é citado uma única vez (2.6; Hb 12.26,27).  

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O tema do livro de Ageu é a reconstrução do Templo. Dos trinta e oito versículos, dez falam da Casa de Deus em Jerusalém. 
II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÃO
 

1. A desculpa do povo.  Ageu inicia a mensagem com a fórmula profética que aponta para a autoridade divina (v.2).
O povo, em débito que estava com o Eterno (v.2b), em vez de reivindicar o decreto de Ciro para continuar a construção do Templo, usou a desculpa de que não era tempo de construir. Por isso, o Senhor evita chamar Judá de “meu povo”, referindo-se a eles como “este povo”. Em outras palavras, Deus não gostou da desculpa da nação (Jr 14.10,11).  

2. Inversão de prioridades (vv. 3,4). O oráculo volta a dizer que a Palavra de Deus veio a Ageu (v.3). Ênfase que demonstra ser o discurso do profeta uma mensagem advinda diretamente do Senhor que, inclusive, trouxera Judá de volta a Jerusalém para construir a sua Casa. Mas o povo preocupou-se mais em morar nas casas forradas, enquanto que o Templo, cujo embargo havia ocorrido há 15 anos, continuava em total abandono (v.4). Era uma opção insensata. Os judeus negligenciaram uma responsabilidade que, através do rei Ciro, o Altíssimo lhes atribuíra (Ed 1.8-11; 5.14-16). O desprezo pela Casa do Altíssimo representa o gesto de ingratidão do povo judeu (veja o reverso em Davi: 2 Sm 7.2).  

3. Um convite à reflexão. No versículo cinco, vemos um apelo à consciência e ao bom senso, pois é o próprio Deus quem fala. Tal exemplo mostra que devemos parar e refletir, avaliando a situação à nossa volta, percebendo, inclusive, o agir do Senhor.  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 
A responsabilidade e as obrigações devem ser precedidas por uma reflexão cujo bom senso e a consciência permite-nos conhecer o agir do Senhor em nossa volta.
 

III. A EXORTAÇÃO DIVINA  

1. Crise econômica. O profeta fala sobre o trabalhar, o comer, o beber e o vestir como necessidades básicas, pois garantem a dignidade do ser humano. Mas temos aqui um quadro deplorável da economia do país. A abundante semeadura produzia muito pouco. A quantidade de víveres não era suficiente para saciar a fome de todos. A bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de Deus (v.6). Tudo isso “por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa” (v.9). Era o castigo pela desobediência (Dt 28.38-40). Era o resultado da ingratidão do povo. Por isso, o profeta convida a todos a refletir (v.7).  

2. A solução. Nem tudo estava perdido! Deus enviou Ageu para apresentar uma saída ao povo. O Profeta deveria levar adiante o compromisso assumido com Deus: subir ao monte, cortar madeira e construir a Casa de Deus. Fazendo isso, o Senhor se agradaria de Israel e o nome do Eterno seria glorificado (v.8). Não era comum o povo e as autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles tempos. Oseias e Jeremias são exemplos clássicos disso, mas aqui foi diferente. O Espírito Santo atuou de maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeiro avivamento e a construção do Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (v.14).  

3. O Segundo Templo. Enquanto isso, na Pérsia, o novo rei Dario Histaspes pôs fim ao embargo. Ele colheu ofertas para a construção e deu ordens para não faltar nada durante o andamento da obra. Ele ainda pediu oração ao povo de Deus em seu favor (Ed 6.7-10). Finalmente, o Templo foi inaugurado em 516 a.C, “no sexto ano de Dario” (Ed 6.15). Esse é o segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus. E assim, a presença de Deus no Templo fez da glória da segunda Casa maior que a da primeira (2.9).
 
 
 
 
 
 
Maquete do Segundo Templo em Jerusalém - Israel
 

SINOPSE DO TÓPICO (III) 

A presença de Deus no Templo fez a glória da segunda Casa maior que a da primeira. 
 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A lição de Ageu tem muito a ensinar-nos. Não devemos encarar a nossa responsabilidade e compromisso como fardos pesados, mas recebê-los como algo sublime. É honra e privilégio fazer parte do projeto e do plano divinos, mesmo em situação adversa (At 5.41). Assim, somos encorajados por Jesus a atuar na seara do Mestre a fim de que a nossa luz brilhe diante dos homens e Deus seja glorificado (Mt 5.16). 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007. FONSECA, Alberto Alves da - O Povo de Israel, Uma Perspectiva Bíblica e Histórica 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO 


Subsídio Teológico                     

Ageu: O compromisso do povo da aliança  

O nome Ageu significa “festivo”. É possível entender que o profeta tenha nascido em um dia de festa. Pouco se sabe sobre esse profeta, mas acredita-se que por ter esse ministério, era uma pessoa distinta em seus dias. A tradição judaica crê que ele nasceu no cativeiro babilônico, mas que fora orientado na fé a Jeová pelo profeta Ezequiel. Tendo nascido na Babilônia, deve ter retornado a Jerusalém depois do primeiro grupo de exilados, já que seu nome não consta na primeira lista apresentada em Esdras 2.

Passados setenta anos de cativeiro babilônico, os judeus começaram a retomar com o apoio de um decreto que permitia e incentivava seu retorno, sob o governo de Ciro. O templo do Senhor precisava ser reconstruído, e quatorze anos depois, sem que o povo tomasse a iniciativa de reconstruir o local de adoração, Deus advertiu o povo por meio de uma seca e de uma colheita ruim, mostrando que o problema econômico pelo qual os israelitas passavam era fruto do descuido para com as coisas de Deus: “Tendes semeado muito e recolhido pouco; corneis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado” (Ag 1.6). Era Ele quem dava a chuva e impedia que ela caísse, e Ele também abençoava as plantações, mas também impedia que elas frutificassem.

A profecia de Ageu tem por objetivo motivar os líderes e liderados a não pararem de cuidas das coisas de Deus. Isso seria visto por Deus quando o povo tornasse a contribuir com seus próprios recursos (enviados por Deus, é claro!) para que a Casa do Senhor fosse reparada e tornasse a ser um local de encontro para a adoração do Deus vivo e verdadeiro. Não importa as desculpas que venhamos a dar para atrasar a obra de Deus. Ele espera que seus trabalhos não sejam esquecidos.

Felizmente, o povo ao qual Ageu profetizou aprendeu rápido com aquela profecia. Três semanas depois, eles estavam de volta aos labores para que o templo do Senhor fosse terminado. Ocorre que um mês depois do reinicio dos trabalhos, logo foi perceptível que o novo templo não seria tão grandioso quanto o templo de Salomão. Era um templo menor, e sem dúvida, desprovido dos adornos preciosos dos quais o antigo templo era dotado. Mas isso não deveria servir de elemento para desanimar os israelitas, pois Deus os estava abençoando pela sua obediência. “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos; e, neste lugar, darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.9).

 

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 4º Trimestre de 2012
Os Doze Profetas Menores
 
Lição 11 Ageu - O compromisso do povo da aliança
 
TEXTO ÁUREO
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça,  
e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
  • INTRODUÇÃO

    I. O LIVRO DE AGEU
    II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES
    III. A EXORTAÇÃO DIVINA

    CONCLUSÃO

    O FUTURO PROGRAMA DE DEUS PARA O POVO

    Robert B. Chisholm, Jr.

    Mesmo durante a consequência da derrota de Jerusalém e do exílio da nação, os profetas de Deus olhavam à frente. Obadias concluiu a sua breve mensagem de julgamento contra as nações com uma palavra de esperança aos exilados (Ob 17-21). Os exilados voltariam a ocupar a terra e emergiriam supremos sobre os inimigos. Jerusalém seria purificada e chegaria a ser o centro do governo de Deus na terra. 
    Os profetas pós-exílicos asseguraram aos que voltaram do exílio que Deus tinha grandes planos para a nação. Ageu focalizou a atenção do povo no templo. O trabalho no templo fora suspenso devido à apatia e oposição. Mesmo depois quando o projeto foi retomado muitos consideraram que a estrutura construtiva não era nada em comparação ao glorioso templo salomônico dos tempos pré-exílicos (cf. Ag 2.3; Zc 4.10). Não obstante, Ageu predisse ousadamente que as riquezas das nações acabariam fluindo para o templo e que a sua glória ultrapassaria a do templo de Salomão (Ag 2.7-9).
    Dois importantes problemas interpretativos surgem em relação a Ageu 2.7-9. O primeiro problema diz respeito ao referente de “o Desejado de todas as nações” (Ag 2.7). Certos estudiosos o interpretam como título messiânico, embora o contexto imediato (v.8), como também textos paralelos (cf. Is 60.5-9; Zc 14.14), indiquem fortemente que a referência seja a homenagem das nações. Em hebraico, o verbo “virá” está no plural, dando a entender que o “Desejado” (hemdat [singular]) seja reindicado como plural (hamudot), “coisas desejáveis”. 
    O segundo problema é pertinente ao cumprimento de Ag 2.9. Há intérpretes que entendem que esta profecia se cumpriu quando Herodes ampliou o templo ou com a presença física de Jesus no templo, enquanto esteve na terra durante o primeiro advento. O contexto, porém, une a glorificação do templo com a subjugação dos gentios, ocorrência que nunca aconteceu antes da destruição do segundo templo em 70 d. C. Ao que parece, esta profecia se cumprirá junto com um templo futuro. Como explicar então a declaração de Ageu: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira”? (Grifo do autor) A chave para responder a pergunta pode estar em Ageu 2.3, onde o segundo templo é identificado com o templo de Salomão (cf. “esta casa na sua primeira glória”). Da mesma maneira, o versículo 9 pode associar o futuro templo, apesar das muitas formas históricas que teve. Ao associar a glória futura do templo com a construção feita nos dias de Ageu, Deus assegurou ao povo que os esforços, ainda que talvez insignificantes aos olhos deles, seriam eventualmente recompensados. Deus habitaria novamente entre o povo e o esplendor do lugar da sua habitação excederia qualquer coisa que Israel já tinha experimentado. Uma era ainda muito mais grandiosa que a de Salomão estava por vir.
    Ageu também previu uma restauração futura da dinastia davídica. Embora o povo de Deus estivesse sob o domínio de um estrangeiro e Zorobabel, descendente da linhagem real de Davi, fosse mero governador, as estruturas políticas poderiam mudar e mudariam. Deus derrotaria os reis da terra (Ag 2.21,22) e elevaria o trono davídico à notabilidade (v.23).
    Chamando Zorobabel de “servo” e dizendo que ele era escolhido, Deus lhe deu o mesmo status que Davi desfrutava (cf. 2 Sm 3.18; 6.21; 7.5,8,26; 1 Rs 8.16). A comparação com um “anel de selar” indica posição de autoridade e reverte o julgamento pronunciado a Joaquim, avô de Zorobabel (cf. Jr 22.24-30).
    As palavras de Ageu 2.21-23, embora faladas diretamente a Zorobabel, não se cumpriram nos dias do profeta. Como explicar este aparente fracasso da profecia de Ageu? Zorobabel, descendente de Davi e governador de Judá, era o representante oficial da dinastia davídica na comunidade pós-exílica daquela época. Nesse caso, a profecia da exaltação futura do trono davídico estava ligada à sua pessoa. Quanto o templo (cf. Ag 2.6-9), Ageu relacionou uma realidade escatológica com uma entidade histórica tangível para assegurar aos seus contemporâneos que Deus tinha grandes planos para o povo.
    Zorobabel era, por assim dizer, a garantia visível de um futuro glorioso para a casa de Davi. Nos dias de Ageu, alguns israelitas até poderiam ter cogitado esperanças messiânicas para Zorobabel. No processo da revelação e da história, Jesus Cristo cumpre a profecia de Ageu.
    Texto extraído da obra “Teologia do Antigo Testamento”, editada pela CPAD.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Classe Juvenis 15-17 anos.

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 4º Trimestre de 2012
O que a bíblia fala sobre o futuro da igreja
  • Lição 10- Mil Anos de Paz

    Texto Bíblico: Apocalipse 20.1-10



    “... e reinarão com Cristo durante mil anos” (Ap 20.4b). O Milênio será a sétima e última dispensação; será a dispensação da “plenitude dos tempos” ( Is 2.2; Mt 19.28; Ef 1.9,10; Ap 10.7; 11.15).

    Em Apocalipse 20, encontramos por seis vezes a expressão “mil anos” com significação especial. O termo derivado do grego “Chilliad” e do latim “Millenium”, aponta para o futuro governo sobre a terra, exercido pelo “Príncipe da Paz” durante mil anos. Nessa época Jerusalém será o centro de adoração para todos os povos e a Capital religiosa do mundo (Jr 3.17; Zc 14.14-21). Assim, o Reino do Messias será universal.

    O Milênio será, de acordo com as Escrituras, um tempo de restauração para todas as coisas. Ao invés do pecado, a justiça encherá a terra;
    Satanás terá sido amarrado (Ap 20.1-3), o Anticristo e o falso profeta terão sido lançados no ardente lago de fogo ( Ap 19.20). Por conseguinte, a injustiça cederá lugar à justiça que esteve de luto durante o tempo sombrio da Grande Tribulação; a violência à quietude, o ódio e a inimizade ao amor e à doce amizade e o mundo ficará em descanso, sob o domínio daquele cujo poder se estenderá de mar em mar e cujo reino trará alegria e tranquilidade aos corações de todas as pessoas, que haverão de aclamá-lo como Senhor e rei.

    Durante aquele período, o próprio Jesus dirá às nações: “não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Is 11.9).

    Será verdadeiramente a “Idade Áurea da Terra”, acerca da qual os poetas têm entoado, e pela qual este mundo triste e sofrido tem esperado através de todos os séculos, desde que o seu Rei foi crucificado e assim o Senhor da glória foi rejeitado pelos que lhe pertenciam e por cuja razão, o reino foi adiado.

    O Milênio será a última prova e não o descanso do homem (Hb 4.3); é prova nas melhores circunstâncias possíveis: a justiça reinando, o curso do mundo transformado, o céu aberto; Cristo na terra, e a terra por sua vez cheia de plenitude de Deus, a recordação de juízos passados para admoestar sobre o futuro. É, portanto, um tempo maravilhoso!

    Antes de Cristo estabelecer o seu Reino, haverá um período de preparação. Isto significa que o Milênio só será estabelecido “depois” da Grande Tribulação, logo após o julgamento das nações vivas (Dn 12.11-13; Mt 25.31).

    Bibliografia:

    SILVA, Severino Pedro. Escatologia, Doutrina das últimas Coisas, P.137-139. Rio de Janeiro: CPAD 2003.