Lição 12
- Detalhes
- Categoria: Jovens
- Publicado: 13 Dezembro 2017
A Educação Secular em Tempos Trabalhosos
4° Trimestre de 2017
INTRODUÇÃO
I - A EDUCAÇÃO EM TEMPOS PÓS-MODERNOS
II - A CONTRIBUIÇÃO DO CRISTIANISMO PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DA CIÊNCIA
CONCLUSÃO
I - A EDUCAÇÃO EM TEMPOS PÓS-MODERNOS
II - A CONTRIBUIÇÃO DO CRISTIANISMO PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DA CIÊNCIA
CONCLUSÃO
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivo central refletir a respeito da educação em tempos pós-modernos:
“No final do século XX o mundo passou por profundas mudanças sociais, culturais e tecnológicas, dando início à pós-modernidade. Acompanhando o espírito desta época, a filosofia educacional das escolas e faculdades de hoje é marcada pelo relativismo, pelo naturalismo ateísta e pela doutrinação ideológica, representando, assim, enorme desafio aos estudantes cristãos.
Na lição de hoje o comentarista busca demonstrar que a Bíblia não aprova o anti-intelectualismo e a aversão ao estudo sistematizado. Ao mesmo tempo, veremos a necessidade de preparo bíblico e apologético do jovem cristão, para confrontar os ataques proferidos pelos inimigos da cruz.
Na lição de hoje o comentarista busca demonstrar que a Bíblia não aprova o anti-intelectualismo e a aversão ao estudo sistematizado. Ao mesmo tempo, veremos a necessidade de preparo bíblico e apologético do jovem cristão, para confrontar os ataques proferidos pelos inimigos da cruz.
EDUCAÇÃO EM TEMPOS PÓS-MODERNOS
A expressão pós-modernidade não possui um significado único ou estático, daí porque David Lyon1 adverte que “pós-modernidade é um conceito multifacetado que chama a nossa atenção para um conjunto de mudanças sociais e culturais profundas que estão acontecendo neste final de século XX em muitas sociedades ‘avançadas’”. Segundo ele, “tudo está englobado: uma mudança tecnológica acelerada, envolvendo as telecomunicações e o poder da informática, alterações nas relações políticas, e o surgimento de movimentos sociais, especialmente os relacionados com aspectos étnicos e raciais, ecológicos e de competição entre os sexos.”
A reflexão sobre o sentido da pós-modernidade pode ganhar duplo direcionamento: histórico e filosófico-ideológico. Na abordagem histórica, busca-se pensar a pós-modernidade como acontecimento histórico, posterior — como o nome sugere — à modernidade. Seria a pós-modernidade uma continuação da atitude mental moderna ou a sua rejeição? Na dimensão ideológica, a pós-modernidade é concebida como uma visão de mundo própria que deve ser cultivada e aceita, a partir da realidade dos novos rearranjos sociais.
O termo se popularizou devido principalmente à obra do filósofo francês Jean-François Lyotard, A Condição Pós-Moderna, baseado em um relatório apresentado pelo autor sobre o status do conhecimento nas sociedades avançadas, para o Conselho das Universidades de Quebec. Para Lyotard, pós-moderno é “o estado da cultura, depois de transformações súbitas nas regras dos jogos da ciência, da literatura, das artes, a partir do século XIX”. Ele definiu a pós-modernidade como sendo a “incredulidade em relação às metanarrativas”, ou seja, as visões totalizantes e universais da história. Para Lyotard desde a Segunda Guerra Mundial, as grandes narrativas do progresso científico perderam sua credibilidade.
A reflexão sobre o sentido da pós-modernidade pode ganhar duplo direcionamento: histórico e filosófico-ideológico. Na abordagem histórica, busca-se pensar a pós-modernidade como acontecimento histórico, posterior — como o nome sugere — à modernidade. Seria a pós-modernidade uma continuação da atitude mental moderna ou a sua rejeição? Na dimensão ideológica, a pós-modernidade é concebida como uma visão de mundo própria que deve ser cultivada e aceita, a partir da realidade dos novos rearranjos sociais.
O termo se popularizou devido principalmente à obra do filósofo francês Jean-François Lyotard, A Condição Pós-Moderna, baseado em um relatório apresentado pelo autor sobre o status do conhecimento nas sociedades avançadas, para o Conselho das Universidades de Quebec. Para Lyotard, pós-moderno é “o estado da cultura, depois de transformações súbitas nas regras dos jogos da ciência, da literatura, das artes, a partir do século XIX”. Ele definiu a pós-modernidade como sendo a “incredulidade em relação às metanarrativas”, ou seja, as visões totalizantes e universais da história. Para Lyotard desde a Segunda Guerra Mundial, as grandes narrativas do progresso científico perderam sua credibilidade.
Consequentemente, a pós-modernidade recoloca em discussão as percepções de verdade e significado, afetando a premissa da cosmovisão cristã que se baseia em uma verdade absoluta e objetiva.
Não obstante, apesar dos perigos que o contexto pós-moderno oferece a fé cristã, como veremos a seguir, devemos, como cristãos, ver as oportunidades que tal período histórico proporciona para comunicar a nossa fé. Há aspectos do nosso tempo que podem ser utilizados como pontos de contato para a defesa e apresentação do evangelho. Como exemplo, em um período que carece de sentido e a ciência não pode dar respostas satisfatórias para a angústia existencial, a transcendência da fé cristã, notadamente, na vertente pentecostal, certamente preenche um vácuo na vida das pessoas.
Nessa perspectiva, D. A. Carson diz que embora deploremos determinadas apresentações da pós-modernidade, ela é vital para reconhecer várias forças, especialmente por enfatizar a finitude humana: “Nenhum de nós é infinito; nenhum de nós revela o atributo da onisciência. Nossas crenças são modeladas, em parte, por nossa cultura, língua, herança e comunidade”. Em seu livro Igreja Emergente D. A. Carson cita outros pontos fortes da pós-modernidade. Além de ser eficaz em expor os pontos fracos da modernidade, ela tem encorajado a pensar com mais cuidados sobre a forma como a experiência pessoal molda nosso julgamento, a influência da cultura e nossa forma de pensar, e a maneira como esses fatores interagem em si. Além disso, ela incentiva uma postura mais respeitosa e humilde em relação à cultura do outro 2.
Tanto o radicalismo liberal da igreja emergente pós-moderna quanto o conservadorismo eclesiástico modernista, que rejeita por completo os aspectos culturais do nosso tempo, erram no seu enfoque. Ambos acabam padecendo do mesmo vício reducionista, criando estereótipos dos períodos históricos sem considerar suas características que coadunam com a cosmovisão cristã ou que no mínimo não lhe contraria.
Feita a ressalva acima, destaco a seguir algumas características do nosso tempo que se encontram presentes na educação secular.
Não obstante, apesar dos perigos que o contexto pós-moderno oferece a fé cristã, como veremos a seguir, devemos, como cristãos, ver as oportunidades que tal período histórico proporciona para comunicar a nossa fé. Há aspectos do nosso tempo que podem ser utilizados como pontos de contato para a defesa e apresentação do evangelho. Como exemplo, em um período que carece de sentido e a ciência não pode dar respostas satisfatórias para a angústia existencial, a transcendência da fé cristã, notadamente, na vertente pentecostal, certamente preenche um vácuo na vida das pessoas.
Nessa perspectiva, D. A. Carson diz que embora deploremos determinadas apresentações da pós-modernidade, ela é vital para reconhecer várias forças, especialmente por enfatizar a finitude humana: “Nenhum de nós é infinito; nenhum de nós revela o atributo da onisciência. Nossas crenças são modeladas, em parte, por nossa cultura, língua, herança e comunidade”. Em seu livro Igreja Emergente D. A. Carson cita outros pontos fortes da pós-modernidade. Além de ser eficaz em expor os pontos fracos da modernidade, ela tem encorajado a pensar com mais cuidados sobre a forma como a experiência pessoal molda nosso julgamento, a influência da cultura e nossa forma de pensar, e a maneira como esses fatores interagem em si. Além disso, ela incentiva uma postura mais respeitosa e humilde em relação à cultura do outro 2.
Tanto o radicalismo liberal da igreja emergente pós-moderna quanto o conservadorismo eclesiástico modernista, que rejeita por completo os aspectos culturais do nosso tempo, erram no seu enfoque. Ambos acabam padecendo do mesmo vício reducionista, criando estereótipos dos períodos históricos sem considerar suas características que coadunam com a cosmovisão cristã ou que no mínimo não lhe contraria.
Feita a ressalva acima, destaco a seguir algumas características do nosso tempo que se encontram presentes na educação secular.
Relativismo
O relativismo considera que não existe uma verdade absoluta, capaz de estabelecer regras universais para todos os homens. Para eles, a sua verdade é a sua verdade, e a minha verdade é a minha verdade; e as crenças são, em última análise, uma questão de contexto social, resultando daí a inescapável conclusão: “O que é certo para nós, talvez não o seja para você” e “O que está errado em nosso contexto, talvez seja aceitável ou até mesmo preferível no seu”.
O relativismo considera que não existe uma verdade absoluta, capaz de estabelecer regras universais para todos os homens. Para eles, a sua verdade é a sua verdade, e a minha verdade é a minha verdade; e as crenças são, em última análise, uma questão de contexto social, resultando daí a inescapável conclusão: “O que é certo para nós, talvez não o seja para você” e “O que está errado em nosso contexto, talvez seja aceitável ou até mesmo preferível no seu”.
Logo, tanto a verdade como a moralidade são relativas e adaptáveis ao seu contexto. Como observou Dallas Willard, “não há hoje nenhum conhecimento moral reconhecido como base sobre o qual se possa elaborar projetos de incentivo do desenvolvimento moral”. O que se têm são somente perspectivas, pontos de vistas distintos sobre o mundo; e nenhum pode alegar a sua própria superioridade em relação ao outro.
Tal concepção não é perigosa somente para a fé cristã — que tem na existência da verdade objetiva um de seus fundamentos — é perigosa para a sociedade em geral. Ao desconstruir valores e princípios imutáveis o relativismo pedagógico promove inversão de valores e acaba com os referenciais éticos para a sociedade.
Tal concepção não é perigosa somente para a fé cristã — que tem na existência da verdade objetiva um de seus fundamentos — é perigosa para a sociedade em geral. Ao desconstruir valores e princípios imutáveis o relativismo pedagógico promove inversão de valores e acaba com os referenciais éticos para a sociedade.
Naturalismo ateísta
As escolas e universidades estão dominantes pelo naturalismo ateísta. Entende-se aqui o naturalismo como uma visão de mundo abrangente que compreende tudo o que existe como o resultado das forças da natureza, de processos aleatórios e da evolução das espécies, sem espaço, segundo afirmam, para o mito da religião. A efeito, considere as palavras de Peter Atkins, professor de Química da Universidade de Oxford: “A humanidade deve aceitar que a ciência eliminou a justificativa da crença num propósito cósmico, e qualquer sobrevivência desse propósito inspira-se apenas no sentimento”3.
É esse tipo de pensamento que dita hoje as aulas da grande maioria das universidades seculares, a partir da premissa que o avanço científico fez desaparecer a necessidade de um Criador para explicar a origem do universo e da espécie humana. Essa é razão pela qual hoje boa parte dos estudantes universitários são convidados a deixarem suas “crenças religiosas ultrapassadas” longe das salas de aulas, pois esse espaço, segundo dizem, é destinado à produção imparcialde conhecimento segundo evidências cientificas (e não baseado na fé). Essa filosofia está presente não somente nas ciências naturais, mas em todas as áreas da produção acadêmica, incluindo-se aí as ciências exatas, biológicas, humanas e sociais.
A justificativa em geral invocada pelos naturalistas é que a ciência se baseia em fatos, não em crenças. Realmente, esse é um princípio elementar na produção científica. Contudo, é necessário indagar se o naturalismo adota esse princípio para a formulação de seus postulados básicos ou se trata também de mais uma visão de mundo?
Uma análise mais acurada do naturalismo vai demonstrar que, longe de ser uma perspectiva baseada em fatos, o naturalismo se funda em uma cosmovisão filosófica-ateísta, que exclui antecipadamente Deus do processo e direciona, a seguir, o modo como os seus adeptos “fazem ciência”. Isso porque, se realmente o naturalismo fosse uma forma imparcial de fazer ciência e produzir conhecimento, não agiria com intolerância em relação às outras perspectivas que lhes são contrárias.
As escolas e universidades estão dominantes pelo naturalismo ateísta. Entende-se aqui o naturalismo como uma visão de mundo abrangente que compreende tudo o que existe como o resultado das forças da natureza, de processos aleatórios e da evolução das espécies, sem espaço, segundo afirmam, para o mito da religião. A efeito, considere as palavras de Peter Atkins, professor de Química da Universidade de Oxford: “A humanidade deve aceitar que a ciência eliminou a justificativa da crença num propósito cósmico, e qualquer sobrevivência desse propósito inspira-se apenas no sentimento”3.
É esse tipo de pensamento que dita hoje as aulas da grande maioria das universidades seculares, a partir da premissa que o avanço científico fez desaparecer a necessidade de um Criador para explicar a origem do universo e da espécie humana. Essa é razão pela qual hoje boa parte dos estudantes universitários são convidados a deixarem suas “crenças religiosas ultrapassadas” longe das salas de aulas, pois esse espaço, segundo dizem, é destinado à produção imparcialde conhecimento segundo evidências cientificas (e não baseado na fé). Essa filosofia está presente não somente nas ciências naturais, mas em todas as áreas da produção acadêmica, incluindo-se aí as ciências exatas, biológicas, humanas e sociais.
A justificativa em geral invocada pelos naturalistas é que a ciência se baseia em fatos, não em crenças. Realmente, esse é um princípio elementar na produção científica. Contudo, é necessário indagar se o naturalismo adota esse princípio para a formulação de seus postulados básicos ou se trata também de mais uma visão de mundo?
Uma análise mais acurada do naturalismo vai demonstrar que, longe de ser uma perspectiva baseada em fatos, o naturalismo se funda em uma cosmovisão filosófica-ateísta, que exclui antecipadamente Deus do processo e direciona, a seguir, o modo como os seus adeptos “fazem ciência”. Isso porque, se realmente o naturalismo fosse uma forma imparcial de fazer ciência e produzir conhecimento, não agiria com intolerância em relação às outras perspectivas que lhes são contrárias.
Doutrinação ideológica
De muitas maneiras, o ensino contemporâneo está impregnado de ideologias partidárias, antirreligiosas e até mesmo imorais. Educadores tendenciosos, em vez de ensinarem tão somente o conteúdo de suas disciplinas, buscam realizar verdadeira doutrinação ideológica dos alunos, enredando-os com filosofias e vãs sutilezas (Cl 2.8).
A situação hoje encontrada nas escolas e universidade públicas brasileiras é grave. As aulas são dominadas pela ideologia socialista e pelo marxismo cultural. Em outros casos, o próprio poder público tenta induzir os alunos a assimilarem noções distorcidas sobre ética, sexualidade e religião em sintonia com as ideias daqueles que ocupam o poder, mediante programas e adoção de material literário que servem aos seus interesses panfletários.
De acordo com pesquisa realizada recentemente pelo Instituto Sensus, 78% dos professores brasileiros acreditam que a principal missão das escolas é “formar cidadãos”, contra 14% que acredita que o papel é “contribuir para a formação profissional” e apenas 8% que respondeu que a função é “ensinar as matérias”. Enquanto isso, atualmente 95% dos nossos alunos saem do ensino médio sem conhecimentos básicos em matemática, quase 40% dos universitários são analfabetos funcionais e 78,5% dos estudantes brasileiros finalizam o ensino médio sem conhecimentos adequados em língua portuguesa. Ou seja, há muita doutrinação e pouco ensino!
Nas palavras do pastor Claudionor de Andrade:
De muitas maneiras, o ensino contemporâneo está impregnado de ideologias partidárias, antirreligiosas e até mesmo imorais. Educadores tendenciosos, em vez de ensinarem tão somente o conteúdo de suas disciplinas, buscam realizar verdadeira doutrinação ideológica dos alunos, enredando-os com filosofias e vãs sutilezas (Cl 2.8).
A situação hoje encontrada nas escolas e universidade públicas brasileiras é grave. As aulas são dominadas pela ideologia socialista e pelo marxismo cultural. Em outros casos, o próprio poder público tenta induzir os alunos a assimilarem noções distorcidas sobre ética, sexualidade e religião em sintonia com as ideias daqueles que ocupam o poder, mediante programas e adoção de material literário que servem aos seus interesses panfletários.
De acordo com pesquisa realizada recentemente pelo Instituto Sensus, 78% dos professores brasileiros acreditam que a principal missão das escolas é “formar cidadãos”, contra 14% que acredita que o papel é “contribuir para a formação profissional” e apenas 8% que respondeu que a função é “ensinar as matérias”. Enquanto isso, atualmente 95% dos nossos alunos saem do ensino médio sem conhecimentos básicos em matemática, quase 40% dos universitários são analfabetos funcionais e 78,5% dos estudantes brasileiros finalizam o ensino médio sem conhecimentos adequados em língua portuguesa. Ou seja, há muita doutrinação e pouco ensino!
Nas palavras do pastor Claudionor de Andrade:
Não podemos aceitar passivamente o currículo que nos impõe a escola leiga. A grade curricular que nossas crianças são obrigadas a absorver, com prejuízo da própria fé, busca incutir-lhes uma cosmovisão completamente antagônica aos princípios cristãos. Aliás, não se trata de uma mera grade curricular, mas de uma cadeia, onde são aprisionados, teológica e filosoficamente, nossos filhos e netos. Ali, são forçados a pensar de acordo com o sistema que, sub-repticiamente, vem sendo engendrado por homens que se deleitam em opor-se ao próprio Deus 4.
Para rejeitar tal doutrinação ideológica é imprescindível que o servo de Deus pense com a mente de Cristo, e saiba defender as convicções cristãs.
O CRISTÃO, A ESCOLA E A UNIVERSIDADE
Apesar do quadro anteriormente apontado, não há motivos para os cristãos se afastarem das escolas e universidades. Honrando sua longa tradição, o cristianismo dá grande valor ao estudo e ao conhecimento, mesmo o chamado “conhecimento secular”, ou seja, o ensino não teológico. Com propriedade, o pastor Claudionor de Andrade observou que a educação do Mundo Ocidental deve mais à Igreja Cristã do que ao decadente e corrupto Império Romano. De acordo com o consultor teológico da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), “se o sistema educacional deste prestava-se a formar uma elite para dar continuidade à governabilidade de Roma, aquela sempre se apresentou para informar, formar e transformar a criança nos caminhos do Senhor, a fim de que se torne útil tanto ao Reino de Deus como ao mundo dos homens”. O ensino fundamental é fruto do trabalho catequético da Igreja. Quanto às universidades, não há o que se discutir; nasceram elas nos monastérios e conventos que se fizeram centros de excelências educacionais” 5.
Na perspectiva cristã, a doutrina da Queda e da depravação humana explicam a natureza do homem e, ao mesmo tempo, exige um processo pedagógico de constante instrução acerca da Lei de Deus. Caído o ser humano carece de educação permanente, a fim de ajudá-lo no desenvolvimento do conhecimento, habilidades e atitudes que contribuam para que possa glorificar e agradar melhor a Deus 6. Esse o motivo pelo qual o cristianismo dá valor ao ensino.
Na perspectiva cristã, a doutrina da Queda e da depravação humana explicam a natureza do homem e, ao mesmo tempo, exige um processo pedagógico de constante instrução acerca da Lei de Deus. Caído o ser humano carece de educação permanente, a fim de ajudá-lo no desenvolvimento do conhecimento, habilidades e atitudes que contribuam para que possa glorificar e agradar melhor a Deus 6. Esse o motivo pelo qual o cristianismo dá valor ao ensino.
Intelecto a serviço do Reino
Nesse sentido, a Bíblia não aprova o anti-intelectualismo e a aversão ao estudo sistematizado. Embora desabone o orgulho de filósofos humanistas (1Co 1.20; 2.5,6), a Palavra de Deus aprecia o conhecimento, pois as Escrituras partem do pressuposto de que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26), e por isso é um ser inteligente, comunicativo, com capacidade de aprender e ensinar. Jesus foi enfático ao dizer que precisamos amar a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de toda a nossa força e de todo o nosso entendimento (Mt 22.37).
Logo, valorizar a vida da mente é algo tão espiritual quanto pregar, ensinar ou louvar. É uma atividade que deve ser feita em sintonia com a Palavra e para a glorificação do nome do Senhor. A Bíblia possui várias passagens exaltando o conhecimento e a sabedoria (Pv 18.15; 2Pe 3.18) e alerta para os perigos da sua falta (Os 4.6).
Como alertou John Stott, “Deus não pretende que o conhecimento seja um fim em si mesmo, mas sim que seja um meio para se alcançar algum fim” 7.
Por essa razão, Stott ensina que o conhecimento que adquirimos deve nos conduzir a pelo menos quatro propósitos dignos. Primeiro, o conhecimento deve conduzir à adoração a Deus, a quem nos submetemos com plena admiração exclamando: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos” (Rm 11.33). Segundo, o conhecimento deve conduzir a fé; mas uma fé com fundamentos sólidos, alicerçada no conhecimento que a torna racional. Terceiro, o conhecimento deve conduzir à santidade; em uma vida de entrega e devoção ao Senhor. E, quarto, o conhecimento deve conduzir ao amor, porque “quanto mais sabemos, mais devemos compartilhar do que sabemos com os outros e usar o nosso conhecimento em serviço a eles, seja na evangelização, seja no ministério” 8.
Nesse sentido, a Bíblia não aprova o anti-intelectualismo e a aversão ao estudo sistematizado. Embora desabone o orgulho de filósofos humanistas (1Co 1.20; 2.5,6), a Palavra de Deus aprecia o conhecimento, pois as Escrituras partem do pressuposto de que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26), e por isso é um ser inteligente, comunicativo, com capacidade de aprender e ensinar. Jesus foi enfático ao dizer que precisamos amar a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de toda a nossa força e de todo o nosso entendimento (Mt 22.37).
Logo, valorizar a vida da mente é algo tão espiritual quanto pregar, ensinar ou louvar. É uma atividade que deve ser feita em sintonia com a Palavra e para a glorificação do nome do Senhor. A Bíblia possui várias passagens exaltando o conhecimento e a sabedoria (Pv 18.15; 2Pe 3.18) e alerta para os perigos da sua falta (Os 4.6).
Como alertou John Stott, “Deus não pretende que o conhecimento seja um fim em si mesmo, mas sim que seja um meio para se alcançar algum fim” 7.
Por essa razão, Stott ensina que o conhecimento que adquirimos deve nos conduzir a pelo menos quatro propósitos dignos. Primeiro, o conhecimento deve conduzir à adoração a Deus, a quem nos submetemos com plena admiração exclamando: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos” (Rm 11.33). Segundo, o conhecimento deve conduzir a fé; mas uma fé com fundamentos sólidos, alicerçada no conhecimento que a torna racional. Terceiro, o conhecimento deve conduzir à santidade; em uma vida de entrega e devoção ao Senhor. E, quarto, o conhecimento deve conduzir ao amor, porque “quanto mais sabemos, mais devemos compartilhar do que sabemos com os outros e usar o nosso conhecimento em serviço a eles, seja na evangelização, seja no ministério” 8.
A toda evidência, a dita intelectualidade cristã não pode ser usada simplesmente como uma ferramenta de interesse pessoal, vanglória e autoglorificação. Isso não passa de pseudo-intelectualismo com rótulo cristão, que em nada supera as filosofias humanistas baratas e o hedonismo mental.
A necessidade de preparo bíblico e apologético
Ainda que nas escolas e universidades contemporâneas exista muito ensino hostil ao cristianismo bíblico, conforme vimos inicialmente, o cristão deve primar por sua formação cultural e profissional. Afinal, as instituições de ensino, em si, não desviam o crente. As escolas e universidades simplesmente representam em menor escala o desafio natural do cristão que vive neste mundo que se opõe a Deus. Tais ambientes podem ser comparados a campos de batalha, que envolve tanto a disputa espiritual quanto intelectual. Logo, para ingressar nesse ambiente é necessário preparo prévio.
Se o cristão tiver o necessário preparo bíblico e apologético (1 Pe 3.15), não há razão alguma para temer o ingresso no ambiente educacional. Certamente, tal preparo envolve uma educação cristã abrangente, capaz de habilitar o crente a defender de forma consistente suas convicções no ambiente escolar, de modo a refutar as ideias e opiniões que se levantam contra o conhecimento de Deus, e levar cativo todo o entendimento a obediência de Cristo (2 Co 10.5).
Dentro desse estado de coisas, a liderança cristã (pastores e líderes de jovens) e os próprios pais precisam repensar cada qual o seu papel e estabelecer um diálogo mais próximo e efetivo com esses jovens e adolescentes da igreja, instruindo-os para a formação de uma verdadeira apologética cristã, a fim de que possam responder com segurança aos questionamentos sobre a fé que professam, e tenham condições de interagir com a sociedade sem que tenham de abandonar a Cristo.
Johanes Janzen, depois de apresentar o levantamento de J. Warner Wallace — que elencou três razões9 que levam os jovens cristãos a abandonar da igreja quando entram na faculdade — destacou que nós não podemos mudar a natureza hostil da universidade ou a natureza humana de nossos jovens cristãos. Por essa razão, se quisermos mudar esse quadro, precisamos nos envolver com o primeiro aspecto.
Ainda que nas escolas e universidades contemporâneas exista muito ensino hostil ao cristianismo bíblico, conforme vimos inicialmente, o cristão deve primar por sua formação cultural e profissional. Afinal, as instituições de ensino, em si, não desviam o crente. As escolas e universidades simplesmente representam em menor escala o desafio natural do cristão que vive neste mundo que se opõe a Deus. Tais ambientes podem ser comparados a campos de batalha, que envolve tanto a disputa espiritual quanto intelectual. Logo, para ingressar nesse ambiente é necessário preparo prévio.
Se o cristão tiver o necessário preparo bíblico e apologético (1 Pe 3.15), não há razão alguma para temer o ingresso no ambiente educacional. Certamente, tal preparo envolve uma educação cristã abrangente, capaz de habilitar o crente a defender de forma consistente suas convicções no ambiente escolar, de modo a refutar as ideias e opiniões que se levantam contra o conhecimento de Deus, e levar cativo todo o entendimento a obediência de Cristo (2 Co 10.5).
Dentro desse estado de coisas, a liderança cristã (pastores e líderes de jovens) e os próprios pais precisam repensar cada qual o seu papel e estabelecer um diálogo mais próximo e efetivo com esses jovens e adolescentes da igreja, instruindo-os para a formação de uma verdadeira apologética cristã, a fim de que possam responder com segurança aos questionamentos sobre a fé que professam, e tenham condições de interagir com a sociedade sem que tenham de abandonar a Cristo.
Johanes Janzen, depois de apresentar o levantamento de J. Warner Wallace — que elencou três razões9 que levam os jovens cristãos a abandonar da igreja quando entram na faculdade — destacou que nós não podemos mudar a natureza hostil da universidade ou a natureza humana de nossos jovens cristãos. Por essa razão, se quisermos mudar esse quadro, precisamos nos envolver com o primeiro aspecto.
Temos que fazer o que for preciso para informar, equipar e ocupar os jovens cristãos em uma investigação racional e evidencial do cristianismo. Vai ser duro o suficiente para os nossos alunos resistirem à tentação de abandonar a sua cosmovisão cristã quando tentados pelos seus próprios desejos, especialmente dada a natureza da vida universitária e o incentivo que receberão a perseguir suas paixões. Mas, será ainda mais fácil os nossos alunos irem embora, se eles não souberem sequer por que o cristianismo é verdade... É hora de alinhar as nossas igrejas e ministérios para envolver o grupo demográfico mais importante dentro da Igreja: jovens cristãos. É hora de entrar no jogo, redirecionar os nossos esforços e começar a treinar.10
Nos nossos dias saber articular o evangelho de forma inteligente, coerente e relevante no mercado das ideias, mantendo-se, ao mesmo tempo, fiel às Escrituras, é uma questão crucial aos cristãos, especialmente em nosso contexto cultural, que oferece um cardápio de experiências religiosas bastante variado.11 A pluralidade de cosmovisões resultantes do sincretismo nas esferas religiosa e ideológica exige um realinhamento individual e comunitário, de uma mente cristã fundamentada em uma visão cristã do universo, da cultura, do sistema sociopolítico e religioso em que vivemos. Do contrário, estaremos nos expondo às críticas, muitas vezes merecidas, que têm sido levantadas contra o cristianismo institucionalizado e decadente do século passado, assim como o dos nossos dias.
É isso o que Nancy Pearcey quer dizer quando afirma que os cristãos têm de ser bilíngues para traduzir o evangelho em uma língua que a nossa cultura entenda. Como imigrantes, precisamos falar na linguagem da fé e da religião que professamos. Mas, como missionários, devemos traduzir essa língua para a língua da cultura em que vivemos. O problema é que a grande maioria dos estudantes cristãos, diz Nancy Pearcey, “não sabe expressar a perspectiva da crença que professam usando uma língua adequada ao ambiente público”. Como imigrantes, que ainda não dominam a gramática do novo país, eles são tímidos. “Em particular, falam uns com os outros na língua materna de sua religião, mas em sala de aula não têm certeza de como expressar a perspectiva religiosa na linguagem do mundo acadêmico.” 12
A mudança desse panorama requer o uso de uma educação cristã abrangente que contemple, além do ensinamento das doutrinas espirituais básicas, a formação de uma cosmovisão eminentemente bíblica, que supere a velha repetição de dogmas denominacionais e tradicionalistas, que não raro retiram o senso de reflexão dos crentes e a capacidade de discernimento crítico.
Conclusão
A verdadeira educação cristã deve ser capaz de formar discípulos conscientes de si mesmos e de suas responsabilidades perante o Reino de Deus, de modo que a obediência e a fidelidade às leis morais extraídas das Sagradas Escrituras e à vontade de Deus sejam o resultado de uma mente transformada e cativa ao senhorio de Cristo (2Co 10.5), e não de uma vontade individual subserviente, suprimida pelas forças institucionais da religião. Parafraseando o apóstolo Paulo, somente pela transformação e pela renovação da nossa mente, em Cristo, é que podemos experimentar qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2). A educação cristocêntrica parte desse princípio, promovendo libertação e transformação de dentro para fora.
Essa educação deve explicitar não somente o cardápio de crenças cristãs, mas os fundamentos dessas crenças. Como ressaltou Philip Johnson, “é provável que a educação cristã seja exercício fútil se não prepara os jovens para sobreviver aos desafios da cosmovisão que seguramente encontrarão”.
*Este subsídio foi adaptado de NASCIMENTO, Valmir. Seguidores de Cristo: Testemunhando numa Sociedade em Ruínas. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp. 128-137.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
1 LYON, D. Pós-modernidade. São Paulo: Paulus, 1998, p. 13.
2 CARSON, D. A. Igreja Emergente: o movimento e suas implicações. São Paulo: Vida Nova, 2010.
3 ATKINS, P. Apud LENNOX, J. C. Por que a ciência não consegue enterrar Deus?. São Paulo: Mundo Cristão, 2011, p. 19.
4 ANDRADE, C. Uma filosofia de educação autenticamente cristã. Disponível em: http://www.cpadnews.com.br/blog/claudionorandrade/posts/38/uma-filosofia-de-educacao-autenticamente-crista.html. Acesso em 01/fev/17.
5 Idem.
6 HUGHES, J. Por que educação cristã e não doutrinação secular? In: MACARTHUR, 2005, p. 377.
7 STOTT, J. Crer é também pensar. São Paulo: ABU Editora, 2001, p. 55.
8 STOTT, 2001, p. 58.
9 1. Nossos adolescentes cristãos são inarticulados e desinformados; 2. As universidades são geralmente hostis ao Cristianismo; 3. Os jovens estão ansiosos para perseguir os seus desejos com liberdade.
10 JANZEN, J. Disponível em: http://www.origemedestino.org.br/blog/johannesjanzen/?post=682. Acesso em 3/2/2015.
11 RAMOS, R. Evangelização no mercado pós-moderno. Disponível em http://livros.gospelmais.com.br/files/livro-ebook-evangelizacao-no-mercado-pos-moderno.pdf. Acesso em 01/06/2015.
12 PEARCEY, 2006, p. 76.
2 CARSON, D. A. Igreja Emergente: o movimento e suas implicações. São Paulo: Vida Nova, 2010.
3 ATKINS, P. Apud LENNOX, J. C. Por que a ciência não consegue enterrar Deus?. São Paulo: Mundo Cristão, 2011, p. 19.
4 ANDRADE, C. Uma filosofia de educação autenticamente cristã. Disponível em: http://www.cpadnews.com.br/blog/claudionorandrade/posts/38/uma-filosofia-de-educacao-autenticamente-crista.html. Acesso em 01/fev/17.
5 Idem.
6 HUGHES, J. Por que educação cristã e não doutrinação secular? In: MACARTHUR, 2005, p. 377.
7 STOTT, J. Crer é também pensar. São Paulo: ABU Editora, 2001, p. 55.
8 STOTT, 2001, p. 58.
9 1. Nossos adolescentes cristãos são inarticulados e desinformados; 2. As universidades são geralmente hostis ao Cristianismo; 3. Os jovens estão ansiosos para perseguir os seus desejos com liberdade.
10 JANZEN, J. Disponível em: http://www.origemedestino.org.br/blog/johannesjanzen/?post=682. Acesso em 3/2/2015.
11 RAMOS, R. Evangelização no mercado pós-moderno. Disponível em http://livros.gospelmais.com.br/files/livro-ebook-evangelizacao-no-mercado-pos-moderno.pdf. Acesso em 01/06/2015.
12 PEARCEY, 2006, p. 76.
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.