terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Lição 03 - 1º Trimestre 2019 - Santidade - Requisito Para a Conquista - Jovens.

Lição 3 - Santidade - Requisito Para a Conquista

1º Trimestre de 2019
Introdução
I-A Repetição de Advertências
II-O Caminho da Consagração
III-Comunhão no Deserto
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Discorrer a respeito da natureza das leis repetidas pelo Senhor no deserto do Sinai;
Explicar o teor da bênção sacerdotal, o valor espiritual das ofertas e a grandeza da consagração levítica;
Demonstrar a importância da comunhão com Deus no deserto.
Palavras-chave: Peregrinação no deserto.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Reynaldo Odilo:
INTRODUÇÃO
Quando Deus tirou o seu povo do Egito, de lá também saiu uma multidão composta por pessoas que não eram descendentes de Jacó (Êx 12.38). Todos esses indivíduos viram, na verdade, os milagres do Senhor na terra dos faraós, mas não conheciam os seus santos caminhos (Sl 103.7). No Sinai, o Altíssimo entregou a Moisés e esse, por sua vez, apresentou a todo o povo um conjunto de mandamentos que ensinavam como andar com Deus — como viver em santidade.
Agora, naquele instante da jornada, depois de algumas providências administrativas (Nm 1 e 2), o Eterno repetiu várias leis. Ele estava advertindo que, para chegar a Canaã, era preciso obediência à sua Palavra, o que propiciaria àquele povo o padrão de plenitude moral exigido pelo Senhor, conduzindo-os a um estado doutrinário e cultural marcado pela pureza!
Deus, naquele momento, estava chamando a atenção dos hebreus para a santidade, virtude sobre a qual não havia nenhum referencial no Egito; porém, agora, o Senhor expedira muitas determinações comportamentais. Os filhos de Israel, assim, tinham um grande desafio pela frente, o maior: serem santos! Se eles vencessem essa guerra interior contra o pecado, a Terra Prometida seria conquistada gloriosamente. 
I – REPETIÇÃO DE ADVERTÊNCIAS
1-Pureza Social 
A Bíblia não diz em lugar nenhum que Deus é bom, bom, bom; ou justo, justo, justo; porém está escrito que Ele é “Santo, Santo, Santo” (Is 6.3), fazendo emergir a presunção de que a característica que mais demonstra a essência do caráter divino é a santidade. Também não consta em nenhuma Escritura: seja bom, porque Eu sou bom; ou seja justo, porque Eu sou justo, porém o Senhor recomenda: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.16), demonstrando que, quando se busca a santidade, o ser humano anela cumprir o desejo primordial do Altíssimo: ser “conforme à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29). O povo de Israel, assim como a Igreja, foi predestinado (não individualmente, como pensam os calvinistas de modo equivocado) para ser santo como Cristo!
Nesse diapasão, em Hebreus 12.14 está escrito que somente quem busca ser aperfeiçoado em santidade, seguindo pelo caminho da santificação, de forma gradual e contínua, poderá ver o Senhor. Ou seja, viver em santificação é requisito indispensável para ir morar no céu! Mister lembrar, porém, que somente quando se chegar ao céu é que se alcançará a santidade integral — a estatura de varão perfeito.
Diante desse elevado padrão de separação de tudo que era contaminado, Deus estabeleceu leis bastante restritivas, com o afã de demonstrar a total pureza do seu caráter e como seus filhos deveriam agir. Em Números 5.1-10, por exemplo, o Senhor tratou sobre a pureza social. Deus, portanto, querendo proteger a saúde do povo, determinou que os contaminados pela bactéria da lepra, por fluxo corporal ou por terem tocado num morto, fossem lançados fora do arraial; bem como tratou acerca da restituição de quem causasse prejuízo a outrem. O povo de Deus tinha que ter pureza em todos os aspectos. Assim, os hebreus deveriam se livrar de “toda a aparência do mal”, de tudo o que fosse prejudicial ao espírito, à alma ou ao corpo.
Dessa forma, os que aparentavam algum tipo de “contaminação” biológica deveriam ser apartados do povo, mas não mortos, até que ficassem purificados; e os que tivessem comportamento inadequado, restituíssem devidamente aos prejudicados. Não é demais lembrar que, como diz 1 Co 10.6, “essas coisas foram-nos feitas em figura”. 
2-Pureza Relacional 
O Eterno queria que os hebreus formassem famílias felizes, as quais fossem modelo para o mundo. Afinal, sobre aquele povo pendia a promessa: “em ti serão benditas todas as famílias da terra”. Ocorre que, infelizmente, “os conflitos em família não são incomuns, pelo contrário, desde os tempos primordiais eles existem. São fruto natural da desobediência do ser humano ao seu Criador”.1  Sendo assim, o Espírito do Senhor tratou de pureza relacional no casamento (Nm 5.11-31). Em uma sociedade dominada pelos homens, em que as mulheres eram tratadas como mercadoria, essa lei era muito valiosa para as famílias, pois evitava que as esposas sofressem injúrias ou difamações levianamente.
Victor P. Hamilton trata com profundidade sobre essa determinação divina:
O terceiro parágrafo do capítulo (vv. 11-31) prossegue no tema da preservação da santidade no meio do povo de Deus. A questão aqui é um suposto ou real adultério por parte de uma esposa. O marido suspeitava da infidelidade, mas não havia nenhuma testemunha, nem a mulher era pega em uma situação embaraçosa.
[…] É fascinante que mesmo a suspeita de um pecado precise ser investigada. Se a suspeita não desse nada, nenhuma providência seria tomada; mas se fatos anormais e perturbadores viessem à tona, eles deveriam ser enfrentados.
[…] Longe que aviltar a mulher, obrigando-a a atender todos os caprichos de um marido leviano, o procedimento promove exatamente o contrário. Após observar a posição muitas vezes inferior da mulher no Antigo Testamento, Brichto comenta: “O ritual […] é um estratagema em favor da esposa. Ele propõe que o marido prove o que alega ou se cale”. Ao suspeitar de sua esposa, o marido deve ter coragem suficiente para pôr em ação um mecanismo que estabelece a verdade de uma forma ou de outra. Se não tiver coragem para passar da suposição à prática, deverá abandonar as acusações e interromper quaisquer insinuações.2 
Deus, em sua sabedoria, criou um mecanismo jurídico religioso que resolvia uma questão, a qual, muitas vezes, apresentava-se insolúvel. Na família de uma nação santa, os cônjuges precisavam viver em paz, sem nenhuma sombra de acusação. Em que pese o procedimento ser rudimentar, talvez esse fosse o único compatível, do ponto de vista sociojurídico, em face da “dureza de coração deles” (Mt 19.8).
3-Pureza Espiritual 
Ainda dentro do aspecto da santidade, Deus estabeleceu um padrão para aqueles que quisessem se consagrar para servi-lo: fazer o voto do nazireado (Nm 6.1-21). Não poderia ser de qualquer maneira, mas as pessoas precisavam se submeter aos paradigmas estabelecidos: abster-se de vinho e de outras bebidas fermentadas, além de qualquer coisa associada a elas; o cabelo não podia ser cortado e, também, era proibido tocar em um cadáver. “O nazireu continuava vivendo um estilo de vida normal durante o período do seu voto, mas era um protesto vivo contra aquilo que estimulava o pecado (cf. Gn 9.20; Pv 31.4,5; Is 28.7)”.3
O Altíssimo anelava que Israel fosse “uma nação sagrada, pela qual sua glória seria manifestada em toda a terra. Ele deu a essa nação um conjunto de leis e normas únicas e gloriosas para viver; princípios maravilhosos de santidade e divindade”,  a fim de manifestarem a glória daquEle que os libertou do Egito com mão forte e braço estendido. Impressionante como, no caso do nazireado, o Senhor estabeleceu diversos detalhes, para que todos compreendessem: não se pode servir a Deus sem regras, ou pior, criando suas próprias regras.
O Senhor ensinava ao seu povo que a maneira de adorar já estava definida no céu e que, por isso, o adorador deveria conhecer e adequar-se ao padrão divino. Esse modelo foi inaugurado no Sinai e transpôs os milênios até os tempos do ministério de Jesus, bem como da Igreja Primitiva, e alcançou os dias atuais. Ocorre que, nas últimas décadas, tem surgido uma “nova espiritualidade” no seio das igrejas evangélicas, que faz presumir que o indivíduo que busca ser um adorador tem autoridade para determinar o que é melhor para ele, definindo inclusive o que é espiritualidade para si mesmo.
Nessa “nova espiritualidade” não existe mais um consenso acerca do caminho da adoração cristã; todavia, há um sem número de atalhos ou combinações de atalhos para uma pessoa seguir, conforme seus próprios gostos, numa espécie de utilitarismo sentimental — a opção pelo que seja mais útil para satisfazer os sentimentos do indivíduo acerca do que é ser espiritual. Nessa concepção de espiritualidade, a verdade não é constante, absoluta, mas surge a partir do contexto histórico e cultural, uma vez acreditar-se que ela está em contínua mudança para acomodar nosso desenvolvimento. Não! O padrão da genuína adoração não muda por causa do decorrer dos anos. A Terra deve se prostrar diante do céu, de acordo com os padrões celestiais, mas nunca o contrário!
Assim, fazer “festa junina gospel” no santuário do Senhor, colocar telões na congregação para assistir a jogos de futebol, transformar, nas madrugadas, o templo em “boate gospel” são exemplos dos efeitos abomináveis práticos dessa “nova espiritualidade” que tenta dessacralizar o que foi consagrado ao Senhor. O padrão de pureza espiritual e litúrgica, como recebido dos pioneiros da fé evangélica, aqueles que fincaram os marcos antigos (Pv 22.28), não deve ser removido! Deus espera que seu povo seja nazireu dEle, seguindo as determinações de santidade. Afinal, “a falta de santidade conduz à inutilidade no Reino de Deus. Sempre foi assim, e sempre será”. 
II – O CAMINHO DA CONSAGRAÇÃO 
1-A Bênção de Deus
O povo de Israel deveria ser uma bênção (Gn 12.2), mas também deveria estar apto para receber as bênçãos de Deus, pelas mãos dos seus líderes. Nesse passo, Deus instruiu que os sacerdotes deveriam abençoar os filhos de Israel. Notável é perceber que, em língua hebraica, o número de palavras de cada linha da bênção cresce em progressão aritmética — duas palavras por linha, talvez identificando um processo de causa e efeito. “Havendo obediência e compromisso com uma vida de santidade (Nm 1.1–6.21), o resultado é a presença de um Deus abençoador (6.22-27).”
Observe-se que as palavras eram sacerdotais, porém a bênção vinha do Senhor, da maneira mais ampla possível, trazendo sua proteção, presença e paz (Nm 6.24-26). Como diz Victor Hamilton, nessa passagem bíblica, “Deus, como um rei, concede de forma graciosa uma audiência a seus súditos. Ele não se mostra indiferente. […] ‘levantar seu rosto’ sobre seu povo significa aceitá-los, exibir sua face em um sorriso, dar-lhes um olhar de aprovação”.7 
O Senhor os protegeu de tal modo que, tempos após, quando Balaão, o falso profeta, tentou amaldiçoar o povo de Israel, teve que pronunciar as seguintes palavras: 
Não viu iniquidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó; o Senhor, seu Deus, é com ele e nele, e entre eles se ouve o alarido de um rei. Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as do unicórnio. Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; neste tempo se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem feito! (Nm 23.21-23)
A bênção do Senhor trouxe segurança e paz ao seu povo, mesmo diante de maldições e acusações. Com a mesma intimidade e magnanimidade, o Senhor Jesus, quando foi ensinar seus discípulos a orar, orientou-os que pedissem ao Pai que Ele santificasse o seu nome sobre eles (Mt 6.8). Como vale a pena ser fiel ao Senhor!
2-A Bem-Aventurança de Dar
Desde o último capítulo de Êxodo, até Números 6, Moisés descreveu os fatos que aconteceram desde a construção do Tabernáculo, no primeiro dia do segundo ano, até o encerramento do recenseamento, trinta dias após. Agora, nos 88 primeiros versículos de Números 7, são informadas as dádivas tribais para o altar, sendo que cada líder deu um prato de prata (pesava 1.400g), uma bacia de prata (pesava 800g) e uma colher de ouro (pesava 120g). Os pratos e as bacias estavam cheios de azeite misturado com farinha, e a colher continha incenso — elementos básicos da oferta de manjares (Lv 2). Os líderes igualmente trouxeram animais para serem ofertados ao Senhor. As contribuições eram semelhantes, mas Deus — que não se esquece do trabalho das mãos dos seus servos — fez questão de especificá-las individualmente. O Senhor estava satisfeito com a voluntariedade do povo e, por isso, registrou tudo. Talvez, como anota Gordon J. Wenhan, o Altíssimo quisesse enfatizar que todas as tribos estavam em pé de igualdade na adoração a Deus e que elas dedicavam-se inteiramente, voluntariamente, no serviço de manutenção do Tabernáculo e, também, no sustento dos sacerdotes, afinal esses produtos trazidos eram a base da fonte de rendas dos sacerdotes.8
Em Números 7.89, logo após relatar as contribuições apresentadas, está escrito: “E, quando Moisés entrava na tenda da congregação para falar com o Senhor, então, ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório, que está sobre a arca do Testemunho entre os dois querubins; assim com ele falava” (Nm 7.89). Glória a Deus! O Senhor estava satisfeito, não apenas com a quantidade das ofertas, mas também com a voluntariedade e alegria com que foram trazidas. O Tabernáculo era o palácio do Deus vivo no deserto!
3-Obediência no Chamado
Está escrito em Levítico 10.3: “Serei santificado naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo”. Deus havia anunciado um tratamento especial para aqueles que estivessem sendo usados por Ele. Então, em Números 8, complementarmente, o Altíssimo demonstra que o caminho da consagração do povo era pela purificação dos levitas. Interessante que, em primeiro lugar, o Senhor determina que Arão acenda as lâmpadas; uma vez o santuário iluminado, o ritual de purificação dos levitas, por Moisés, começaria. Tudo no santuário deveria ser feito às claras, sob a orientação de Deus!
Uma das grandes verdades aprendidas por Moisés, Arão e pelos demais sacerdotes, era “que Deus esperava maior consagração e vida santificada da parte dele do que das pessoas comuns”.9 O caso de Nadabe e Abiú decerto ainda ressoava fortemente na memória dos hebreus. Da mesma forma, os sacerdotes levitas precisavam viver uma vida de santidade, para serem canais de bênçãos para um grupo de ex-escravos — a primeira geração de hebreus pós-escravidão do Egito.
Assim, uma vez efetuado tudo que Deus exigia, “vieram os levitas, para exercerem o seu ministério na tenda da congregação, perante Arão e perante os seus filhos; como o Senhor ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim lhes fizeram” (Nm 8.22). Os levitas não podiam estar diante do povo pelas suas próprias justiças, mas somente após terem os pecados “cobertos” pelo sangue da expiação de um animal, que apontava para o sacrifício perfeito de Cristo. Com isso, eles foram aceitos diante de Deus e o povo foi abençoado.
CONCLUSÃO
O caminho da perfeição moral e da pureza era perfeitamente possível ser palmilhado e, por isso, o Eterno legou aos hebreus inúmeras regras de conduta e adoração no Sinai, algumas das quais foram repetidas ao longo da jornada. O grande problema da primeira geração de hebreus é que, embora tenham saído do Egito, o Egito não saiu deles. Se a busca pela santidade tivesse se tornado a coisa mais importante para aquela nação, o fim da história dos que atravessaram o Mar Vermelho teria sido diferente.
Diante disso tudo, vale a pena lembrar que não se deve trocar bênçãos duradouras de sua vida por experiências de curto prazo. Afinal, Deus não nos chamou para ser felizes, mas para cumprirmos o seu propósito na Terra. Ocorre que, ao cumprirmos o propósito, a missão de Deus, Ele promove a verdadeira felicidade para o seu servo. Muitos em Israel não entenderam isso — abandonaram a vida de santidade — e todos que assim procederam ficaram prostrados no deserto.
                                                                             
*Adquira o livro do trimestre. ODILO, Reynaldo. Rumo à Terra Prometida: A Peregrinação do Povo de Deus no Deserto no Livro de Números. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

1 RENOVATO, Elinaldo. A família cristã e os ataques do Inimigo. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 56. 
2 HAMILTON, Victor P. Manual do Pentateuco. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 357-359.
3 BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. São Paulo: Vida, 2008, p. 308.
4 DANIELS, Robert. Pureza sexual. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 41.
5 DANIELS, Robert. Pureza sexual. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 47.
6 HAMILTON, Victor P. Manual do Pentateuco. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 361, 362.
7 HAMILTON, Victor P. Manual do Pentateuco. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 361.
8 WENHAN, Gordon J. Números: Introdução e Comentários. São Paulo: Vida Nova, 1985, p. 100.
9 SPRECHER, Alvin. Tabernáculo no deserto. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 127.

Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Lição 02 - 1º Trimestre 2019 - O Primeiro Homem - Primários.

Lição 2 - O Primeiro Homem 

1º Trimestre de 2019
Objetivo: Que o aluno compreenda que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança.
Ponto central: Fomos criados à semelhança de Deus.
Memória em ação: “Assim Deus criou os seres humanos; ele os criou parecidos com Deus [...]” (Gn 1.27).
Querido (a) professor (a), nossa próxima aula vamos apresentar aos Primários um dos episódios mais interessante das Sagradas Escrituras, quando Deus criou o ser humano. Evidentemente que de todas as belíssimas obras do nosso Criador, essa desperta especial interesse nos pequeninos. Afinal, é uma explicação sobre a própria origem deles.
Ore durante a semana para que corra tudo bem em classe e a Palavra de Deus alcance os corações e memórias de seus alunos. Nós, professores, nunca podemos prever qual aula será mais marcante na vida de cada criança. Mas cabe a nós orar por isso, para que as sementes plantadas naqueles corações cresçam e frutifiquem para a glória do Senhor.
Se você dispuser de algum tempinho extra, procure aprofundar sua pesquisa e estudo de Gênesis. As crianças podem fazer perguntas muito interessantes e aprofundadas. Mesmo que a caminho do trabalho, ou algo assim, você pode assistir algum documentário ou vídeo teológico sobre o tema; há muita coisa no YouTube, por exemplo.
Além das atividades propostas em sua revista, a fim de fixar o aprendizado e memorização da lição de hoje, também sugerimos para o final da aula uma brincadeira que está muito em alta entre a faixa etária de seus alunos e eles certamente vão adorar.
Para ilustrar o momento que Deus modela e compõe o ser humano, nesta lição específica Adão, ajude-os a fazerem sua própria SLIME. Você, professor (a), que está sempre em contato com crianças já deve conhecer bem; muitas só falam disso, não é mesmo?” Podemos usar isso como um método pedagógico, uma maneira de despertar ainda maior interesse neles. Apesar de serem um pouco diferentes, alguns também chamam o SLIME de “amoeba”, geleca, etc. Há inúmeras receitas e modo de fazê-lo. Uma das mais simples usa apenas: Água boricada ou bicarbonato de sódio; cola branca; espuma de barbear e glitter e/ou corante para enfeitar. Na Internet você encontra fácil muitos vídeos até de crianças ensinando passo a passo. Mas se mesmo assim  você sentir insegurança ou não conseguir todos os materiais com facilidade, a atividade pode ser realizada com a tradicional massa de modelar.
Seja qual for a sua opção escolhida, peça que os primários recontem a história ilustrando-a simultaneamente ao manusear e dar formas ao slime ou massinha. “Deus formou cada detalhe de Adão com muito amor e capricho...”
Desafie-os a também contarem a história de hoje dessa maneira ilustrativa para os seus pais, amigos, etc. Assim, de modo lúdico e divertido, as crianças estarão memorizando, internalizando os princípios desta história, além de também evangelizarem.
maos
                            Imagem de Internet
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 02 - 1º Trimestre 2019 - Deus se Aborrece - Juniores.

Lição 2 - Deus se Aborrece 

1º Trimestre de 2019
Texto bíblico: Gênesis 3.1-4,16.
Caro(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos aprenderão a respeito da maneira como Deus se relaciona com a sua criação. A história bíblica de hoje encontra-se no livro de Gênesis 3.1-4,16. Deus é justo e preza pela sua justiça. No momento em que Satanás, disfarçado de Serpente, veio tentar Eva, o Senhor havia ordenado claramente a Adão que de toda árvore que havia no jardim eles poderiam se alimentar, exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal (cf. Gn 2.16,17). Deus não somente deu uma ordem para Adão como também apresentou a terrível consequência que acarretaria sobre a vida do primeiro casal, caso desobedecessem a Palavra de Deus: a morte.
É importante que seus alunos, desde cedo, compreendam que Deus não é injusto em trazer o castigo como resultado da desobediência. No capítulo 3 de Gênesis o Senhor chama Adão e Eva para conversar e ouve da parte deles as mais penosas justificativas na intenção de isentarem-se da culpa de haver pecado contra o Criador. Todavia, o Senhor os declara culpados e traz a sentença sobre todos, inclusive sobre a serpente — Satanás, que havia incitado a criação de Deus contra o seu Criador (cf. Gn 3.9-19).
É importante que você, professor(a), saiba como transmitir o conhecimento bíblico, adequando o texto bíblico a uma linguagem apropriada à faixa etária de seus alunos. Um exemplo clássico que ajudará seus alunos a compreenderem essa lição é a obediência aos pais. Você pode conversar com seus alunos sobre os direitos e deveres dos filhos em relação às tarefas de casa. É indispensável que o aluno nesta etapa saiba distinguir as figuras de autoridade que há em seu lar, neste caso, seus pais ou aqueles que são responsáveis pela sua criação. Seus alunos precisam aprender que assim como temos direitos garantidos, também temos obrigações a cumprir, e isso não se aplica somente em nossas casas, mas também em todos os setores da sociedade, ou seja, na escola, no trabalho quando se tornarem adultos, no curso, etc.
Portanto, é preciso obedecer aos pais que são autoridades constituídas por Deus, sempre prezando por cumprir os ensinamentos das Sagradas Escrituras, a fim de que cresçam num ambiente de harmonia e educação, importantes para formação do caráter cristão.  

Lição 02 - 1º Trimestre 2019 - O Libertador - Pré Adolescentes.

Lição 2 - O Libertador 

1º Trimestre de 2019
Texto bíblico: Êxodo 12.31-14.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão um pouco mais a respeito do nosso Libertador. E quem é o nosso Libertador? O Senhor dos Exércitos, o Todo-Poderoso é quem liberta o seu povo. O texto bíblico desta lição encontra-se em Êxodo 12.31-41 e diz respeito ao momento em que Israel saiu do Egito, da casa da servidão conforme a Palavra do Senhor. Mas para que isso acontecesse, Deus teve que levantar um servo seu fiel, disposto a cumprir esta missão. Seu nome era Moisés, o homem mais manso da terra (cf. Nm 12.3).
Depois de enviá-lo a Faraó muitas vezes para pedir que libertasse o povo e não havendo resposta positiva o Senhor lançou dez pragas sobre a terra do Egito. O juízo de Deus trouxe grande destruição e, por fim, a morte dos primogênitos, inclusive do filho de Faraó. Nesse meio tempo, o Senhor ordenou que o povo hebreu realizasse uma festa que ficou conhecida como Páscoa. A festa deveria ser comemorada por todas as gerações futuras, pois neste grande dia o Senhor libertou os seus servos da terra da servidão, o Egito, e o guiaria pelo deserto rumo à Terra Prometida. Deus não deixou faltar nada para seu povo.
Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, pág. 132) relata com mais detalhes a respeito desta comemoração:
[...] Cada família tinha de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao entardecer do dia quatorze do mês de Abibe; famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (cf. Êx 12.4). Parte do sangue do cordeiro sacrificado, os israelitas deviam aspergir nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas (daí o termo Páscoa, do heb. pesah, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”). Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque Ele queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do “Cordeiro de Deus”, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29).
Assim como Deus livrou o seu povo da servidão, semelhantemente, o sacrifício de Jesus Cristo pode livrar aqueles que creem da servidão do pecado. Para o cristão, a Páscoa possui um sentido mais simbólico: Jesus é o nosso Cordeiro Santo. Por meio de seu sangue podemos ser purificados e temos a nossa culpa removida (cf. Rm 3.23-26). Do mesmo modo como o cordeiro pascal substituía o primogênito, também a morte de Cristo é substitutiva em relação ao crente. Cristo é o nosso Cordeiro da Páscoa, que foi sacrificado por nós (1 Co 5.7).
Para reforçar o ensinamento da lição de hoje, sugerimos que você converse com seus alunos sobre libertação espiritual. Explique que assim como o povo hebreu encontrou resistência ao sair do Egito, semelhantemente, todo aquele que abandona o pecado e se converte a Cristo encontrará a resistência do mundo e de Satanás. Assim como Faraó, o inimigo de nossas almas também luta para impedir que a pessoa sirva a Deus com liberdade. Mostre aos seus alunos que eles devem perseverar na fé, pois o nosso Senhor Jesus Cristo é o Libertador que nos livrará deste “Egito” de pecados e nos levará para a vida eterna.

Lição 02 - 1º Trimestre 2019 - Música para Deus ou sobre Deus? Juvenis.

Lição 2 - Música para Deus ou sobre Deus?

1º Trimestre de 2019
“Falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” (Ef 5.19).
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. MÚSICA SACRA NA BÍBLIA
2. MÚSICA SACRA NA HISTÓRIA
3. MÚSICA SACRA HOJE
4. MÚSICA SACRA AQUI
OBJETIVOS
Demonstrar a evolução da música sacra ao longo da história;
Esclarecer que, como produção humana, o louvor reflete uma cultura;
Destacar que a cultura brasileira influenciou a nossa maneira de louvar a Deus.
Querido (a) professor (a), este trimestre será muito musical, portanto, artístico, poético, cheio de louvor e adoração. Procure não se limitar à sala de aula ou a sua revista. O Espírito Santo é infinitamente criativo e inspirador. Para cada pessoa, cultura, turma, igreja local há uma maneira mais profunda e específica de tocar, ensinar, tratar, etc. Portanto, ore e esteja atento às ideias que Ele lhe dará, esteja aberto, receptivo, sensível ao seu mover para abordagens que mais alcançarão e terão maior aproveitamento para a sua classe. Vamos envolver toda a turma nesta missão?
Proponha aos seus juvenis que eles pensem e tragam na próxima aula sugestões interessantes sobre o tema deste trimestre. Por exemplo: organizar um louvorzão em algum local público (pode ser no encerramento para fechar o tema com chave de ouro); compor uma canção; apresentar um hino conhecido com um novo arranjo ou estilo musical; fazer paródias divertidas, versão evangélica de algumas músicas; também podem organizar uma versão gospel da brincadeira “Qual é a Música”; postar nas redes sociais um desafio musical a cada semana, desafiando um colega dentro deste tema, que passa a bola para outro e assim sucessivamente; essas apresentações podem ser ao final de cada aula em estilo acústico ou “pocket show”. Com toda certeza eles ficarão extremamente animados e não faltarão a nenhuma lição nos próximos domingos.
Além de estimular a criatividade, comunhão e evangelismo essas atividades também podem revelar muitos talentos, não só ligados à musicalidade, mas também à liderança, capacidade de organização, criatividade, humor, improviso, capacidade de motivar e encorajar o outro, etc. Diga isso a eles, para estarem atentos e sempre compartilharem essas experiências e descobertas seja sobre si mesmos ou que eles identificaram num colega. Todo este movimento promove um crescimento e desenvolvimento individual e coletivo de talentos que podem repercutir em futuras carreiras, ministérios, etc.
Que tal para estrear esse momento “extraclasse”, fazer uma brincadeira que além de ter link com a lição, ainda promove o maior entrosamento e conhecimento mútuo?! 
Você conhece bem os seus alunos? Eles mesmos se conhecem bem? Vamos ver... Escreva o nome de cada aluno presente em um papelzinho e sorteie, como um “amigo oculto musical”. Após todos retirarem um nome (que não o seu próprio), deverão ter alguns minutos para escolherem um ou mais trechos de músicas que descrevam, lembrem ou seja algo que deseja ao amigo retirado e a turma tentará identificar de quem se trata, apenas com estas pistas cantadas. Assim como o título de nossa lição, quanto a música poder ser para Deus ou sobre Deus, eles farão o mesmo, escolhendo trechos que podem ser sobre o amigo ou para o amigo.
Peça também que façam o mesmo exercício focando em si mesmos, escolhendo trechos musicais que tenham características ou lembram coisas sobre si mesmos. Depois dirão se quem os tirou escolheu a mesma música. Será um momento muito divertido.
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Lição 02 - 1º Trimestre 2019 - Deus Criou a Mamãe - Berçário.

Lição 2 - Deus criou a mamãe

1º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: Levar a criança a compreender, através das atividades e exposições, que foi Deus quem criou a mamãe.
É hora do versículo: “[...] o Senhor formou uma mulher [...]” (Gn 2.22).
Trabalhar com os bebês do Berçário é muito gratificante e é de fundamental importância que você saiba que está sendo responsável por conduzir os pequenos ao primeiro contato com a Palavra de Deus. Nesta lição, as crianças serão levadas a compreender que foi o Papai do Céu que criou a mamãe, assim como criou o bebê. Durante este período do Berçário, o relacionamento da criança com a mãe é muito forte, já que a mamãe é o seu primeiro grande amor. Por isso, sugerimos, como complemento para esta aula, que as crianças enfeitem um coração bem bonito para dar para a mamãe. Se a criança for bem pequenina, molhe o dedinho dela na tinta guache vermelha e direcione-o para colorir o coração. Se a criança já for um pouquinho maior, ela já pode, com a sua ajuda e supervisão, colar lantejoulas, laços ou outros enfeites que você tiver disponível.
coracao licao2 bercario 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 02 - 1º Trimestre 2019 - A História do mar que se Abriu - Maternal.

Lição 02 - A história do mar que se abriu

1º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: Levar a criança a descansar em Deus diante das crises.
Para guardar no coração: “[...] O Senhor lutará por vocês.” (Êx 14.14)
Nesta lição, além do aluno conhecer a história do milagre da abertura do Mar Vermelho para o livramento do povo de Deus, ele também deve entender que podemos clamar a Deus quando algo não estiver indo bem e também crer que o Papai do Céu nos socorrerá.
Como complemento desta lição, caso haja tempo após a realização de toda atividade proposta na revista, sugerimos um exercício de recorte e cole. As crianças deverão recortar os animais marinhos e colá-los no Mar Vermelho que Moisés está abrindo. As crianças também poderão colorir o mar com giz azul de lousa molhado em cola branca.
moiseseomar licao2 maternal 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Lição 02 - 1º Trimestre 2019 - A Natureza dos Anjos - A Beleza do Mundo Espiritual - Adultos.

Lição 2 - A Natureza dos Anjos            – A Beleza do Mundo Espiritual 

1º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – OS ANJOS
II – OS SERES CELESTIAIS PARA SERVIR
III – AS HOSTES ANGELICAIS
IV – JESUS E O ARCANJO MIGUEL
DESENVOLVIMENTO DA ANGELOLOGIA
Esequias Soares
Daniele Soares
O desenvolvimento da teologia dos anjos, ou angelologia, deu-se logo no início da história da Igreja, condicionado pelo crescimento das igrejas e da necessidade de esclarecimento de pontos doutrinários da fé cristã. Os principais eventos que motivaram a discussão do assunto foram o problema da influência da angelologia judaica, do imaginário popular quanto à dimensão espiritual, do culto aos anjos e das ideias gnósticas. O resultado foi a afirmação da transcendência absoluta do Deus Criador, dos anjos como criaturas e da distinção entre os anjos de Jesus Cristo e o Espírito Santo.
A tradição judaica influenciou a teologia cristã nos primeiros séculos do cristianismo, em parte porque os escritores do Novo  Testamento estavam vinculados ao mundo judaico e também porque os primeiros pensadores e líderes cristãos ou eram judeus ou haviam estudado segundo a linha do pensamento judaico. Alguns livros apócrifos e pseudoepígrafos trazem informações sobre a crença nos anjos naquele período. Os anjos eram entendidos como ministros de Deus, que executavam os desígnios divino no mundo. Alguns foram nomeados, como Uriel (1 Enoque 75.3). E apareceram sete arcanjos em Tobias 12.15. Em 1 Enoque 20.1-8 apresenta os nomes dos sete arcanjos: Uriel, Rafael, Raquel, Miguel, Saracael, Gabriel e Remiel. Em Apocalipse de Moisés 33-35, os anjos Miguel e Gabriel chegam a ser retratados como intercessores pelos seres humanos diante do trono de Deus.
O conteúdo dos livros apócrifos e pseudoepígrafos estava bem presente no imaginário dos primeiros cristãos, e esses livros tratam de assuntos envolvendo anjos. A ideia de que Jesus era um anjo mais elevado pode ser lida em O Pastor de Hermas (150). A teologia do livro é controversa, pois primeiro trata o Filho de Deus e o Espírito Santo como sendo os mesmos: “quero mostrar-te outra vez tudo o que te mostrou o Espírito Santo, que falou contigo sob a figura da Igreja; porque aquele Espírito Santo é o Filho de Deus” (Parábola IX.1). Segundo, a imagem de Miguel se assemelha à de Jesus. Miguel aparece com poder sobre o povo de Deus e autoridade para pronunciar juízo (Parábola VIII.69). Pela leitura do texto, a identidade do arcanjo Miguel confunde-se com a do Filho de Deus. Essa confusão ainda sobrevive no pensamento de alguns grupos contemporâneos como os adventistas do sétimo dia e as testemunhas de Jeová.
O gnosticismo foi um fenômeno cristão dividido em diversas seitas e escolas de pensamento nos primeiros séculos. Claudio Moreschini, estudioso da história do pensamento pagão e cristão tardio-antigo, em História da filosofia patrística, define gnosticismo como:
Qualquer movimento de pensamento segundo o qual a verdade divina de salvação está contida numa revelação acessível somente a poucos eleitos, os quais podiam obtê-la ou por meio da experiência direta da revelação ou mediante a iniciação à tradição secreta e esotérica de tais revelações (p. 43).
Segundo o gnosticismo, o mundo consiste na dimensão material e na dimensão espiritual, sendo mau tudo aquilo que é material porque é criação de um deus inferior, o Deus de Gênesis, que surgiu da ruptura do domínio maior do Deus verdadeiro, o Pleroma. Além dos seres humanos, uma variedade de seres habita o espaço entre o Pleroma e o mundo material. Os anjos, então, seriam esse tipo de criatura, os demiurgos e as emanações de eones superiores. Alguns nomes ligados à teologia gnóstica incluem Marcião, Valentim, Basilides.
Irineu (130-202) foi o primeiro a sistematizar uma doutrina sobre os anjos, segundo Basilio Studer (DPAC). Em Contras as heresias, Irineu respondeu:
[...] aquele que fez todas as coisas é o Deus único, o único Onipotente, o único Pai, [...] Com o Verbo de seu poder tudo compôs e tudo ordenou por meio da sua Sabedoria; ele que tudo contém e que nada pode conter. Eleé o Artífice, o Inventor, o Fundador, o Criador, o Senhor de todas as coisas e não existe outro fora e além dele, nem a Mãe que eles se arrogam, nem o outro deus que Marcião inventou, nem o Pleroma dos 30 Éões [...] Só umé o Deus Criador que está acima de todo Principado, Potência, Dominação e Virtude [...] ele é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus dos viventes, anunciado pela Lei, pregado pelos profetas, revelado por Cristo, transmitido pelos apóstolos, crido pela Igreja; ele é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo [...] O Filho que está sempre com o Pai e que desde o princípio sempre revela o Pai aos Anjos e Arcanjos, às Potestades e Virtudes e a todos a quem Deus quer revelar (Livro II.30.9).
Assim, contra a teologia gnóstica escreveram os pais da Igreja, afirmando que o Deus da Bíblia é o verdadeiro e o Criador do mundo material. Portanto, são os anjos criaturas de Deus.
A problemática dos anjos entrou na grande discussão teológica sobre a Trindade, quando se formalizava Deus como três pessoas distintas de uma mesma substância. Assim, a ideia de que Jesus e o Espírito Santo eram um tipo de anjo logo foi refutada. O contexto antiariano deu espaço para diferenciar os anjos de Jesus.
Alguns confundiam o Espírito Santo com anjo. O grupo dos chamados “tropicianos”, em Tmuis, Egito, dizia que o Espírito foi criado do nada e era um anjo superior aos outros.1 Eles usavam Hebreus 1.14 para sustentar essa ideia, classificando o Espírito como um dos “espíritos ministradores”, e também Amós 4.13, Zacarias 1.9 e 1 Timóteo 5.21. Atanásio (296-373) refutou essa ideia, na epístola dirigida a Serapião, bispo de Tmuis, defendendo que o Espírito não é criatura, mas sim uma pessoa que compartilha da mesma substância indivisível do Pai e do Filho: “A santa e bendita Trindade é indivisível e uma em si mesma. Quando se faz menção do Pai, o Verbo também está incluído, como também o Espírito que está no Filho. Se o Filho é citado,o Pai está no Filho, e o Espírito não está fora do Verbo. Pois há uma só graça que se realiza a partir do Pai, por meio do Filho, no Espírito Santo” (Epístola a Serapião sobre o Espírito Santo, livro I 14.4).
Basílio de Cesareia (330-379) explicou que a comunhão entre Pai, Filho e Espírito Santo pode ser vista nos seres criados – todas as coisas visíveis e invisíveis – desde o princípio. Em O Espírito Santo, ele escreveu: “de modo que os espíritos com missão de serviço subsistem pela vontade do Pai, existem pela ação do Filho e se aperfeiçoam pela presença do Espírito” (16.38). A perfeição dos anjos é entendida como “a santidade e sua permanência nela” (16.38). Portanto, Basílio considerou o Espírito como digno de adoração tanto quanto o Pai e o Filho; e foi o Senhor dos anjos quem os aperfeiçoou.
Agostinho de Hipona (354–430) dedicou-se a entender os anjos com o devido cuidado de fundamentar sua doutrina nas Escrituras. Em A Cidade de Deus, ele explica que os anjos foram criados antes de todas as criaturas corpóreas, quando Deus disse “haja luz!” (Gn 1.3). Isso porque as passagens bíblicas contam que as obras do Senhor o louvam, e os anjos estão na lista da criação divina. Além disso, as Escrituras afirmam que os anjos louvaram a Deus no momento em que os astros foram criados. Isso aconteceu no quarto dia; portanto, a criação angelical foi anterior a esse dia. “Diremos, acaso, haverem sido feitos no terceiro dia? Nem pensá-lo. [...] No segundo, porventura? Tampouco” (11, IX). Logo, só poderia ter sido no primeiro dia, “se os anjos fazem parte das obras de Deus realizadas nesses dias, são a luz que recebeu o nome de dia” (11, IX). O pensamento de Agostinho reforça o que já vinha sendo ensinado: que os anjos são criaturas de Deus, no entanto, o momento exato em que essa criação aconteceu não está explícito. Embora esse raciocínio seja compreensível, a origem dos anjos continua sendo uma especulação.
A passagem de Gênesis 6.1-4 era controvérsia, pois muitos interpretavam que os anjos tiveram relações sexuais com os seres humanos. Essa interpretação, como ressalta Bruce Waltke no seu comentário ao livro de Gênesis, não só é antiga como permaneceu nos escritos apocalípticos, no judaísmo rabínico e nos escritos do Novo Testamento (1 Enoque 6.1-7; Testamento de Ruben 5.6) e também nos escritos canônicos (1 Pe 3.19, 20; 2 Pe 2.4; Jd 6, 7). Agostinho, em A Cidade de Deus (25, XXIII), escreveu contra essa tradição, pois a passagem não trata de pecado de anjos, mas sim de uma ação humana. Ele explica que o termo “os filhos de Deus” (v. 2) na Bíblia pode se referir tanto a homens quanto a anjos. Se o problema é que da relação entre “os filhos de Deus” e “as filhas dos homens” nasceram outro tipo de criatura, os gigantes, por isso seriam anjos, Agostinho argumentou que era possível nascerem pessoas de estatura elevada em qualquer época. Além disso, ressaltou que o próprio texto já apontava a prévia existência de gigantes na terra, ou seja, não era nada extraordinário.
Outro tema da angelologia é a hierarquia angelical. Seguindo o raciocínio da proximidade de Deus, embora o texto bíblico não ofereça muitos detalhes sobre a hierarquia dos anjos, Pseudo-Dionísio, o Areopagita (cerca do ano 500 d.C.), em sua obra Hierarquia celeste, elaborou uma das estruturas mais conhecidas na tradição. A ordem seria a seguinte:
Primeira hierarquia: Serafim, querubim e tronos;
Segunda hierarquia: Dominações, virtudes e potestades;
Terceira hierarquia: Principados, arcanjos e anjos.
A primeira hierarquia dos seres superiores abrangeria os que estão mais perto de Deus, e a terceira pertenceria às criaturas que ajudam os seres humanos chegarem a Deus. A ideia é que, ao mesmo tempo que do topo a luz divina ilumina os seres humanos, estes se elevam por meio da purificação. Essa doutrina desenvolvida por Pseudo-Dionísio buscava dar aplicação ao pensamento teológico, a fim de aprimorar a vida espiritual do fiel.
É interessante observar que tradições extrabíblicas fortaleceram determinados pontos da angelologia. Além de algumas crenças da tradição judaica, há também a influência do pensamento filosófico platônico. A cosmologia platônica baseada no princípio da hierarquia de todos os seres criados ajudava a sustentar a doutrina de Pseudo-Dionísio. Era compreensível porque haveria criaturas mais próximas ou mais distantes de Deus. Portanto, os anjos seriam criaturas superiores aos seres humanos.
Texto extraído da obra “Batalha Espiritual”, editada pela CPAD 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Lição 02 - 1º Trimestre 2019 - Maria Visita sua Prima - Jd. Infância.

Lição 2 - Maria Visita sua Prima

1º Trimestre de 2019
Objetivos: Os alunos deverão conhecer a história do anúncio do nascimento de João batista e aprender o significado do cântico de Maria como forma de expressar sua alegria e a grandeza de Deus.
É hora do versículo: “A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador” (Lc 1.47).
Nesta lição, “Alegria” é a palavra mais importante! Maria e Isabel compartilharam de tamanha alegria ao ponto de Maria cantar! Cante muitos louvores de agradecimento e gratidão a Deus. Maria estava alegre pela bênção que sua prima recebeu, que era estar gerando um filho, e Isabel estava alegre por saber que Maria seria a mãe do Salvador! Nós também somos alegres e agradecidos por tudo o que o Papai do Céu faz por nós e pelas promessas que cumpre em nossas vidas.
Por este motivo, sugerimos, como atividade complementar, que você imprima a folha a seguir e entregue às crianças para que elas enfeitem bem bonito a palavra “alegria”. Podem usar glítter, fitas, laços, lantejoulas, lápis de cor, tinta guache, aparas de lápis, bolinhas de papel crepom, enfim, o que já estiver disponível em sua sala. Quem estiver mais alegre nesta aula, fará a palavra mais bonita!
alegria.licao2.jardim

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância 

Lição 02 - 1º Trimestre 2019 - Em Deus, o Nosso Pai - Adolescentes.

Lição 2 - Em Deus, o Nosso Pai

1º Trimestre de 2019
ESBOÇO DA LIÇÃO:
COMO DEUS APARECE NA BÍBLIA – A QUESTÃO DOS NOMES
OS NOMES DE DEUS
AS QUALIDADES DE DEUS
O RELACIONAMENTO COM DEUS
OBJETIVOS
Demonstrar como Deus se revela na Bíblia;
Destacar o caráter de Deus através dos seus nomes revelados na Bíblia;
Elencar os atributos de Deus.
O DEUS ÚNICO E VERDADEIRO SE REVELOU

Na seção “Quebrando a Rotina”, da revista do Professor, há uma sugestão de conclusão de atividade pedagógica que leva em conta a apresentação de gravuras sobre deuses de diversas culturas. Talvez os mais próximos e acessíveis ao nosso público infanto-juvenil sejam os deuses da Mitologia Grega, onde muito deles estão presentes em desenhos animados e em manifestações culturais diversas.
O objetivo dessa atividade é mostrar que, diferentemente das formas e dos contornos físicos mostrados por intermédio dessas figuras, em relação ao Deus da Bíblia não há formas ou imagens que deem conta dEle. Aqui, o prezado professor deve acrescentar uma importante informação referente à revelação de Deus de acordo com as Escrituras Sagradas. O teólogo pentecostal norte-americano, Russel Joyner, na introdução do capítulo quatro, da obra Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, menciona que a revelação de Deus à humanidade não se deu para simplesmente propor conhecimentos técnicos ou teóricos à Igreja a respeito de si mesmo. O objetivo maior dessa revelação está vinculado “a um desafio pessoal, a uma confrontação e a oportunidade de o homem reagir positivamente a essa revelação”.
O autor ainda menciona como exemplo disso quando Deus se encontrou com Adão, com Abraão, com Jacó, com Moisés, com Isaías, com Pedro e tantas outras testemunhas. Essas personagens bíblicas comprovam que o objetivo maior da revelação de Deus é que o conheçamos experimentalmente, não somente por teorias. Tal entendimento está absolutamente de acordo com o fundamento da Teologia Pentecostal, onde sempre defendeu a doutrina de que podemos conhecer a Deus de maneira pessoal, experimental e autêntica.
Na obra Pentecostes: Essa História é a nossa História, editada pela CPAD, e na introdução do capítulo 2, a fim de mostrar a importância do livro de Atos para os pentecostais, e a atualidade da manifestação do Espírito Santo, Robert Menzies cita a fala de um líder pentecostal chinês: “Quando os cristãos ocidentais leem o livro de Atos, veem nele histórias inspiradoras. Quando os crentes chineses leem o livro de Atos, veem nele nossas vidas”. Ou seja, o autor quer mostrar que os pentecostais creem piamente na autenticidade de toda a experiência relatada em Atos dos Apóstolos e experimentada pelos discípulos de Cristo por intermédio do Santo Espírito como fenômenos que podem ser repetidos e vivenciados hoje: essa é a grande herança pentecostal para a cristandade. Por isso, interligue a doutrina da Revelação de Deus com o propósito de experimentarmos o Altíssimo de maneira gloriosa. Que os nossos adolescentes tenham uma experiência autêntica com o Deus da Bíblia!
  
Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor e comentarista da revista Adolescentes Vencedores

Lição 02 - 1º Trimestre 2019 - Os Preparativos Para a Conquista - Jovens.

Lição 2 - Os Preparativos Para a Conquista

1º Trimestre de 2019
IntroduçãoI-Criando a Ordem SocialII-Construindo a Identidade NacionalIII-Cuidando da Vida EspiritualConclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Apresentar o modelo social criado por Deus para os hebreus;
Explicar como se deu o processo da formação da identidade nacional;
Mostrar o cuidado de Deus para com a vida espiritual dos hebreus ainda no deserto.
Palavras-chave: Peregrinação no deserto.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Reynaldo Odilo:
INTRODUÇÃO 
Toda jornada com Deus começa, sempre, com as orientações para o caminho, porque andar com o Senhor não é uma coisa fácil. Há conflitos naturais, decorrentes da incompatibilidade entre a essência divina e a humana. Como o Imaculado pode partilhar vida e emoções com o impuro? Como o Justo consegue conviver com o transgressor, ou o Eterno se embrenhar na vida de quem é finito e cheio de defeitos? Nesse contexto, após a travessia do Mar Vermelho, que provavelmente aconteceu na extremidade da parte norte do Golfo de Suez1,  Deus determinou que eles acampassem por aproximadamente um ano ao pé do Monte Sinai, onde receberam a lei, para que compreendessem as regras da jornada — calcadas no princípio da santidade, bem como apresentou o desenho do Tabernáculo, a fim de que houvesse um novo espaço de adoração e manifestação da sua glória — o lugar das revelações de Deus migraria do Monte Sinai para a planície do deserto (Nm 3.14), mais precisamente para onde estava o Tabernáculo (erguido um mês antes do início do livro de Números, Êx 40.17; Nm 1.1). Como preparação para a travessia do deserto, Deus levantou líderes para o povo: no primeiro escalão estavam Moisés e Arão (Nm 1.1,3) e, em um segundo nível hierárquico, um homem de cada tribo de Israel (Nm 1.4). O Senhor mencionou-os nominalmente (Nm 1.5-15), declarando, ademais, que eles seriam “príncipes das tribos de seus pais” (Nm 1.16). O Senhor também mandou contar o povo, a fim de mostrar-lhes a força belicosa da nação, e estabeleceu regras que trouxessem unidade nacional, justiça, fraternidade, como corolários de sua santidade. Eles tinham potencial para conquistar o território de Canaã e tornarem-se o país mais rico e poderoso da Terra.
I – CRIANDO A ORDEM SOCIAL
1-Censo para a Guerra 
Conhecer a sua própria capacidade é requisito essencial para saber até onde se pode ir, e o que é possível conquistar. Nesse cenário, o livro de Números começa com o Senhor determinando a contagem dos israelitas aptos para a guerra (expressão repetida quinze vezes em Nm 1). Deus estava sendo franco: a jornada não será fácil! Haverá guerras pela frente, não com os egípcios, mas outros inimigos se levantarão para destruir o povo (aliás, os israelitas já sabiam disso, pois tinham lutado e vencido uma batalha contra os amalequitas (Êx 17.8-16). 
Interessante que, mesmo com a promessa de Deus — “[…] a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos” (Gn 22.17) —, Israel precisava conhecer sua força militar e preparar-se para o futuro. Se ficassem inertes, o território de Canaã não seria conquistado, afinal “o cavalo prepara-se para o dia da batalha” (Pv 21.31). Eles precisavam lançar fora o medo, pela fé, e fazer um grande esforço, como posteriormente Deus falou de modo explícito a Josué (Js 1.9). Definitivamente, a vida dos servos de Deus nunca foi, nem nunca será, uma “mar de rosas”.
2- Censo sem Discriminação 
Fato extremamente curioso sobre o primeiro censo realizado por Moisés, diz respeito à iniciativa pela contagem do povo: a ideia foi de Deus (Nm 1.1) Por óbvio, O Senhor sabia precisamente quantos homens aptos para a guerra existiam em Israel, mas, ao que tudo indica, o Todo-Poderoso anelava que os homens se credenciassem, que assumissem a posição de guerreiros, afinal não eram mais escravos. Os que se sentissem aptos para o alistamento seriam agregados ao exército de Israel. Deus usaria a todos que se dispusessem a lutar.
A Bíblia diz que Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34). Ele usa a todos quantos se colocarem debaixo da sua autoridade para servi-lo, por tal razão o censo não foi feito levando em consideração a posição econômica, intelectualidade, força física, beleza, ou outros requisitos subjetivos, mas, de todas as famílias, aqueles que tivessem “da idade de vinte anos para cima, todos os capazes de sair à guerra em Israel” (Nm 1.3, ARA).
Ninguém apto seria desprezado (2 Cr 19.7; Jó 34.19; At 10.34), demonstrando o princípio segundo o qual toda pessoa “nascida de novo” é um instrumento de Deus, pois certamente recebeu algum talento do Senhor (Mt 25.14-30).
3- Senso Organizacional 
Refletindo o caráter de um Deus que ama o que é belo e, em tudo, é organizado, a Bíblia recomenda que os cristãos realizem as coisas com ordem e decência (1 Co 14.40). Basta apenas olhar a natureza ao redor, e constatar-se-á claramente como o Senhor gosta das coisas em ordem. Aliás, no princípio, existindo o caos, depois da ação do Espírito Santo, tudo passou a ser sumamente organizado.
Após fazer o censo dos guerreiros, o Senhor determinou como as tribos deveriam ser distribuídas no acampamento: a Norte, Sul, Leste e Oeste do Tabernáculo, quer quando estivessem arranchados, quer em marcha (Nm 2.1-32). Apresenta-se impressionante como Deus, em todos os momentos em que tratou com o seu povo, ou mostrou como é o céu (Sl 24.7-10; Is 6.1-3; Ez 1.26-28; Ap 4.3-11; 5.8-14; 21.10-23; 22.1,2), evidenciou ser extremamente detalhista e organizado. O improviso não faz parte do Reino de Deus, pois, na verdade, a ordem é a primeira lei do céu.
Deus estava lhes comunicando que havia um padrão a ser seguido, e que eles deveriam entender que todas essas coisas faziam sentido e eram importantes! E não somente isso: o nome de cada pessoa era importante para Deus (Nm 1.18 diz que eles foram “contados nominalmente”!). O Senhor tem um cuidado especial pelo seu povo e por sua obra, nada acontecendo por acaso ou coincidência. Deus sempre tem o controle de tudo e nenhum dos seus propósitos pode ser impedido (Jó 42.2). Deus sempre tem um plano, e Ele nunca erra. As surpresas são apenas para os homens, que não conhecem a mente do Senhor. Ele, porém, já conhece o fim, desde o começo (Is 46.10).
II – CONSTRUINDO A IDENTIDADE NACIONAL 
1- Senso de Pertencimento 
Muitas pessoas se perdem na vida porque não possuem senso de pertencimento. Anrão e Joquebede, por exemplo, incutiram em seu filho caçula, de forma veemente, senso de pertencimento hebreu. Está escrito: “Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó” (Hb 11.24). O libertador de Israel, com ousadia, renunciou ao título de mais alto prestígio social do mundo, simplesmente porque se sentia integrante de algo muito maior: uma família chamada Israel!
Ao analisar as determinações divinas, nos primeiros capítulos de Números, observa-se que Deus planejou que os filhos de Israel tivessem, também, esse senso de pertencimento social, eventualmente fragmentado, pelo longo período que viveram no Egito. Assim, Deus determinou que as pessoas acampassem “junto ao seu estandarte, segundo as insígnias da casa de seus pais” (Nm 2.2, ARA), para que as amizades e associações sociais fossem formadas primariamente com base na proximidade física. O senso de pertencimento deveria nortear todas tribos.
Os filhos de Israel sabiam que cada tribo descendia de um mesmo tronco, Jacó, e isso permitiu que entendessem a necessidade de terem unidade na diversidade de suas tribos. Cada tribo deveria se identificar com seu estandarte, cada família com sua insígnia, mas todos deveriam se sentir um só povo, uma só nação.
Esse sentimento de unidade tornou-se tão forte que, quando as tribos Gade, Rúben e a meia tribo de Manassés desejaram herdar porção de terra na Transjordânia (sem atravessar o Jordão), Moisés reagiu fortemente contra essa quebra da unidade (Nm 32.6-15). Entretanto, essas tribos assumiram o compromisso de conquistar a Terra Prometida para seus irmãos e, somente depois, retornariam para a Transjordânia, para suas famílias (Nm 32.16-19), o que efetivamente aconteceu.
Esse senso de pertencimento era tão importante para Deus que, inclusive, a herança de uma tribo não poderia ficar para pessoas de outra, conforme se vê no exemplo das filhas de Zelofeade, as quais tiveram que casar com homens da própria tribo de Manassés para que a herança paterna não fosse transferida para outros clãs (Nm 36.5,6).
Com isso, Deus tencionava que a vida no acampamento fosse notoriamente comunitária, sem espaço para egocentrismos, conforme está escrito: “[…] amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor” (Lv 19.18). O Altíssimo, na verdade, estava protegendo o futuro dos hebreus, incutindo-lhes a capacidade de estar juntos por um longo período. Observe-se que é da “natureza do amor prender a si mesmo. O amor não é livre. Alguém que realmente ama outra pessoa não pode deixar de ser zeloso pelo objeto do seu amor”.2
Nos dias atuais, infelizmente, muitos cristãos perderam o senso de pertencimento familiar, eclesiástico e comunitário, aceitando a argumentação de que não se admite “mais um padrão oficial e aprovado de crença ou conduta”.3  A tendência moderna, nessa esteira, é que a pessoa se sinta integrante apenas de uma “aldeia global”. Com isso, quebra-se a coluna vertebral das famílias, das igrejas e das comunidades, desprezando as experiências e lutas do passado, bem como os princípios e valores apreendidos, os quais foram historicamente aperfeiçoados. 
2-Senso de Serviço
Jesus disse que aquele que serve é o maior. De fato, servir é um sinal de grandeza, de amadurecimento, de espiritualidade. No livro de Números, o homem é ensinado precipuamente a servir. E, realmente, um novo comportamento começava a surgir naquela nação de ex-escravos, representado na expressão: “Assim fizeram os filhos de Israel; conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim o fizeram” (Nm 1.54; 2.34; 8.20; 9.5).
É bem verdade que os filhos de Israel estavam acostumados a servir por obrigação, debaixo do jugo egípcio, mas agora eles deveriam aprender a servir uns aos outros em amor (Paulo diz que o cumprimento da lei é o amor — Rm 13.10). Isso seria uma bênção, já que, por meio do serviço ao próximo e a Deus, as pessoas são aperfeiçoadas, pois, à proporção que elas se doam, em amor, vão morrendo um pouco mais para seus egoísmos e vaidades, e são vivificadas para com Deus (2 Co 4.5,11).
Em verdade, “à medida que as relações se tornam superficiais, […] produz-se desarraigo, certas verdades e valores centrais professados por todos, tais como comunhão, consciência de corpo, solidariedade, fraternidade, serviço, mordomia, amor, etc., perdem sua concreticidade”,  e, por isso, Deus desejava que os hebreus, pelo serviço, demonstrassem bondade uns aos outros e recebessem os frutos decorrentes da obediência. Era disso que aquela grande multidão precisava desesperadamente! 
3-Senso de Reverência Sacerdotal
O Senhor Deus, tão logo estabeleceu o Tabernáculo, preparou um grupo de pessoas para serem os responsáveis pela adoração coletiva: os levitas. Eles seriam, doravante, grandemente usados pelo Senhor como tribo sacerdotal diante de Deus. A sociedade judaica, assim, foi dividida entre dois segmentos: de um lado a tribo de Levi e, de outro, as demais tribos.
O reconhecimento dos levitas como sendo sacerdotes de Deus, e isso por todo o povo, sem nenhum questionamento ou revolta contra esse privilégio levítico, conforme está escrito — “[…] conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim os filhos de Israel lhes fizeram” (Nm 8.20) —, foi, certamente, um ponto alto na solidificação da nação judaica. Na verdade, todos os detalhes que levaram à construção da identidade dos filhos de Israel (senso de pertencimento, serviço e reverência sacerdotal) foram entretecidos diretamente por Deus, constituindo-se num grande milagre cultural!
CONCLUSÃO
Como visto, os preparativos da viagem no deserto incluíam organização, estratégia, sentimento de unidade entre as tribos, mas, principalmente, uma forte mudança de mentalidade e o desenvolvimento de um profundo senso de compromisso do povo com Deus e a sua palavra. O Senhor tinha chamado o seu filho do Egito e, por isso, estava o ensinando a andar e dando-lhe mantimento, mas quanto mais o atraía, mas se ia de sua face (Os 11.1-4).
Tudo era muito incerto, mas havia algo tranquilizador: o Senhor oferecia, ao longo da estrada, a garantia de sua presença constante. Deus disse a Moisés: “Certamente eu serei contigo […]” (Êx 3.12). Os israelitas podiam ter a certeza da companhia inafastável do Altíssimo. Jesus, igualmente, assegurou aos seus discípulos: “[...] eis que eu estou convosco todos os dias […]” (Mt 28.20). Deus é assim: exorta, adverte, repreende e disciplina seu povo, mas sempre assegura aos fiéis um futuro feliz, conforme está escrito:
Estendi as mãos todo o dia a um povo rebelde, que caminha por caminho que não é bom, após os seus pensamentos; […] E folgarei em Jerusalém e exultarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. […] E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. (Is 65.2,19, 24)

*Adquira o livro do trimestre. ODILO, Reynaldo. Rumo à Terra Prometida:A Peregrinação do Povo de Deus no Deserto no Livro de Números. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

1 PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 1502.
2 ZACHARIAS, Ravi. Quem é Jesus? Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 160.
3 AMORESE, Rubem. Icabode. Viçosa: Ultimato, 1998, p. 49.
4 AMORESE, Rubem. Icabode. Viçosa: Ultimato, 1998, p. 126.

 Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 01 - 1º Trimestre 2019 - Deus Criou o Bebê - Berçário.

Lição 1 - Deus criou o bebê

1º Trimestre de 2019 
Objetivo da lição: Levar a criança a reconhecer, através das atividades e exposições que foi Deus quem nos criou.
É hora do versículo: “tu me formaste na barriga da minha mãe” (Sl 139.13).
Nesta lição, a primeira do trimestre, as crianças aprenderão que Deus criou todas as coisas e reconhecerão que Deus também as criou.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a figura abaixo e distribua entre as crianças para que colem pedaços de tecidos na roupinha da boneca e lã no cabelo.
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Lição 01 - 1º Trimestre 2019 - A História de um Cestinho e um Bebê - Maternal.

Lição 1 - A história de um cestinho e um bebê

1º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: Certificar a criança de que ela jamais será abandonada por Deus.
Para guardar no coração: “[...] Nunca os deixarei, e jamais os abandonarei [...].” (Hb 13.5)
Na oficina de ideias, sugerimos que o professor faça um cestinho desenhado na cartolina para que as crianças colem palha entrelaçada. Imprima o cesto abaixo em formato A4 e entregue uma folha para cada criança. 
 cesto.licao1.1t19

Lição 01 - 1º Trimestre 2019 - Um Anjo anuncia o Nascimento do meu Amigo - Jd. Infância.

Lição 1 - Um anjo anuncia o nascimento do meu amigo

1º Trimestre de 2019
Objetivos: Os alunos deverão entender o nascimento de Jesus como parte do plano de salvação e; compreender que Deus enviou Jesus ao mundo porque nos ama.
É hora do versículo: “Porque para Deus nada é impossível.” (Lc 1.37)
O anjo foi anunciar à Maria que ela seria mãe do Salvador, o Filho de Deus. O nascimento de Jesus faz parte do plano de salvação que o Papai do Céu preparou para nós porque nos ama. Todo o plano deu certo porque Maria foi obediente. Nós também devemos obedecer ao que o Papai do Céu manda a fim de sermos abençoados e felizes.
Como atividade complementar, após a realização das atividades propostas na revista do aluno e do professor, e caso haja tempo, sugerimos que você imprima a folha abaixo, entregue uma para cada aluno colar penas brancas nas asas do anjo e purpurina dourada nos cabelos.
anjo.licao1.jardim

Lição 01 - 1º Trimestre 2019 - Noé, o Herói de sua Família e dos Animais - Primários.

Lição 1 - O Começo

1º Trimestre de 2019
Objetivo: Que o aluno compreenda que Deus criou todas as coisas.
Ponto central: Toda criação de Deus é boa. Ele tudo criou para o nosso bem.
Memória em ação: “No começo Deus criou os céus e a terra” (Gn 1.1).
Querido (a) professor (a), como está sendo a sua primeira semana do ano?! Para a maioria um pouco corrida, não é mesmo?! Se este também for o seu caso, esforce-se para dar uma pausa em toda agitação e refletir sobre suas conquistas, desafios e até percalços no ano que passou; agradecer e é claro consagrar ao Senhor os dias que virão.
Há quem goste de nesta época do ano escrever suas metas, alguns acham mais prático rever e elaborar planos de ação para alcançar as que não foram concretizadas, já outros têm por hábito fazer uma lista de pedidos de oração, etc. Independente de qual seja sua preferência, meditar e agradecer sempre traz forças para melhor vivenciar as próximas etapas, quer as planejadas ou as inesperadas. Trazer à memória todos os momentos que o Senhor nos fortaleceu, abençoou, consolou, capacitou ou mesmo só esteve conosco em silêncio traz a confiança e ânimo para seguirmos adiante, certos de que haja o que houver esse mesmo Deus fiel continuará ao nosso lado e não há nada mais valioso do que isso, a presença dEle.
Nesta primeira aula de 2019, olha que apropriado o tema de nossa lição: “O Começo”. Se você é professor há muitos anos, talvez possa lhe soar um pouco repetitivo falar sobre o livro de Gênesis novamente, contudo, é importante lembrarmos três fatores cruciais para o ministério de mestre na Escola Dominical.
Primeiro, que vale para todos os cristãos, é que a Palavra de Deus é viva, eficaz e uma fonte inesgotável de sabedoria, instrução e crescimento (Cf. Hb 4.12).  Ela se renova, trazendo a cada leitura de um mesmo trecho sagrado uma perspectiva, entendimento, orientação, ou seja, “um alimento” diferente para sua alma.
Em segundo lugar, um dos principais métodos comprovadamente eficazes para o aprendizado é a repetição. Ao longo da história, inúmeros filósofos, neurocientistas, professores, pedagogos e outros especialistas, cada qual na sua área, vem frisado a importância da repetição no sistema de ensino-aprendizagem humano. Tanto para absorver conceitos, quanto para um aperfeiçoamento de práticas, a repetição é necessária.
Em terceiro lugar, e o que sempre explicamos, enquanto editora de materiais didáticos para a Escola Bíblica Dominical, um currículo é elaborado ciclicamente, isto é, com temas que retornam periodicamente, justamente para contemplar também os novos alunos – quer sejam estes vindos de fora da igreja ou de classes das faixas etárias inferiores. Para nós professores, as lições podem estar se repetindo em sala de aula, porém, é novidade para muitos da turminha que compõe sua classe de alunos hoje.
Esperamos que o Senhor renove a alegria por seu chamado em seu coração, a fim de que as próximas aulas sejam ministradas aos pequeninos com toda a riqueza de sua experiência, mas também empolgação e pureza de como quando você ouviu estas histórias pela primeira vez. O Senhor te abençoe e capacite.
Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD