terça-feira, 16 de outubro de 2012

Subsídio da Lição 3 - 4º Trim. 2012.

Lição 3 Joel — O Derramamento do Espirito Santo
 

TEXTO ÁUREO “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos” (At 2.17). 

JOEL

Esequias Soares

O texto não menciona o período em recebeu ele os oráculos divinos, algo diferente daquilo que fizeram muitos outros profetas, como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oseias, Amós, etc. Ele simplesmente se apresenta como “filho de Petuel” (1.1). A data tradicional de sua composição é 835 a.C., mas os críticos liberais a questionam alegando que o livro não faz menção alguma de reis de Israel ou de Judá, nem o problema da idolatria.

Eles acrescentam ainda que a frase: “em que removerei o cativeiro de Judá e de Jerusalém” (3.1) está associada aleatoriamente com o cativeiro babilônico, e com os do período de Filipe II, rei da Macedônia, pai de Alexandre, o grande. Assim, datam o texto como obra do ano de 350 a.C.

Essas alegações são meras interpretações dos fatos, pois Joel era profeta de Judá e não é surpresa alguma a ausência do Reino do Norte em seus oráculos. Israel é mencionado três vezes, mas não como as dez tribos do norte, e sim, como a nação no fim dos tempos (2.27;3.2,16), pois os capítulos 2 e 3 são escatológicos. Há no seu livro um apelo nacional para jejum e santificação: “Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu tálamo. Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar” (2.16,17). A mensagem menciona o povo, os anciãos, os sacerdotes, os ministros do Senhor, mas não aparece a figura do rei porque se trata do período da regência de Joaiada, durante a infância de Joás (2 Rs 11.4; 2 Cr 23.1-11), e a idolatria não era o problema de Judá naquela época. Nada afirma nesses oráculos que o “cativeiro” (3.1) seja o babilônico, e não é, pois o contexto é muito claro em mostrar que se trata do retorno da segunda diáspora, que começou em 70 d.C. A presença dos gregos no v.6 não é impossível, visto que descobertas arqueológicas registram a presença helênica ali desde o século oitavo a.C.

Os inimigos mencionados são os fenícios, “Tiro e Sidom” e a “Filístia”, (pelesheth) em hebraico (3.4[4.4]), egípcios e os edomitas (3.19), justamente os povos que na época era fortes e agressivos. Isso significa que a composição do livro aconteceu ainda num período em que a Assíria e a Babilônia não eram ameaças para Judá.

Texto extraído da obra “O ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra”, editada pela CPAD.

Lição 2 - 4º Trim. 2012 - Oséias - A Fidelidade No Relacionamento Com Deus.


Lição 02

OSÉIAS – A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS

14 de outubro de 2012 

TEXTO ÁUREO 


Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo (2 Co 11.2) 

VERDADE PRÁTICA 


O casamento de Oséias ilustra a infidelidade de Israel e mostra a sublimidade do amor de Deus.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO 


Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo (2 Co 11.2) 

            Nosso texto áureo está inserido no capítulo 11 da segunda carta aos Coríntios, onde o SENHOR usa o apóstolo Paulo para exorta a igreja contra os falsos apóstolos, contra o perigo de serem enganados por falsos pregadores e aceitarem um evangelho distorcido       (v. 4). Exorta-os no cuidado da fé, pois ao acolherem os obreiros fraudulentos (v.13), afastavam-se da sua devoção sincera a da simplicidade que há em Cristo (v. 3).
 
“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus;...” - A expressão zelo neste versículo está usada no bom sentido indicando “preocupação profunda por alguém”, um “interesse sincero pelo bem estar de outrem”. Paulo tem um profundo interesse de cuidado do bem estar da igreja para glória de Deus. Trata-se de uma manifestação de verdadeiro amor e do interesse divino.
            Zelo aqui pode ser entendido também como “ciúmes altruísta”, “cuidado excessivamente honesto”. O apóstolo Paulo queria que aqueles irmãos em Corinto soubessem que ele desejava o melhor para eles, não visando seu próprio interesse, sua própria vaidade ou glória pessoal ou aos seus próprios objetivos, mas sim, o bem-estar geral daquela igreja.
            É por desejar ardentemente o bem estar dos irmãos em Cristo de Corinto, que Paulo se opõe vigorosamente e fortemente contra “os falsos irmãos”, “falsos apóstolos”, “falsos mestres”, que atormentavam, assolavam e dividiam a igreja de Jesus em Corinto.
            Portanto, com zelo santo e piedoso, se preocupando com o bem estar espiritual da igreja que Paulo age, diferentemente dos “falsos mestres” que tinham zelo negativo, ciúme doentio, destrutivo, ou seja, inveja.
“...porque vos tenho preparado...”A idéia é “comprometido em noivado”. No grego temos a palavra “armodzo”, que significa “encaixado”, “unidos”, “unido matrimonialmente”. Esse vocábulo tem boa variedade  de usos, mas o contexto exige que o seu sentido seja “noivado”. No grego clássico a palavra pode referir-se ao trabalho de um carpinteiro que “juntava” as peças de madeira dos móveis e utensílios, ou então ao arranjo musical, à afinação dos instrumentos musicais, ao vestir das diversas “peças de uma armadura” ou à colocação das várias peças de vestuário”.” (CHAMPLIN, RN, O Novo Testamento comentário versículo por versículo, Ed. Candeia). 

“...para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber a Cristo” – A palavra virgem no gregro é “parthenon”, que significava “virgem”, “donzela”, embora algumas vezes significasse “mulher jovem”. Em duas passagens da Bíblia Hebraica,  que aparece a palavra hebraica “almah”, foi traduzido para o grego na Septuaginta por “parthenon”, que significa “virgem” (Gn 24.43; Isaías 7.14). Gerard Van Groningen cita cinco autoridades no assunto com respeito à palavra ugaritica galmatu, encontrada nos documentos de Rãs Shamra. Uma dessas autoridades, H. Wolf, em sua obra Interpreting and Glory of the Messiah, p. 450, diz o seguinte: “Nos três lugares em que ocorrem glmt o equivalente exato de almah é usado em referência a uma jovem procurada para casamento. Gerard Van Groningen apresenta a seguinte conclusão: Um exame dos materiais disponíveis a estudiosos e peritos, como indicado acima, leva-nos a segura conclusão de que, com base no uso do termo tanto em hebraico quanto em ugarítico, o vocábulo almah deve ser traduzido por virgem. A tradução grega dá pleno apoio a isso.

            “O uso que Paulo fez aqui dessa palavra mui provavelmente foi sugerido pelo que diz o Antigo Testamento, que apresenta Deus como um marido zeloso “ciumento altruistamente”, em relação à nação de Israel: Porque o teu Criador é o teu marido; o SENHOR dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; que é chamado o Deus de toda a terra” (Is 54.5); “Porque, como o jovem se casa com a virgem, assim teus filhos se casarão contigo; e como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus” (Is 62.5); “E, passando eu junto de ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a aba do meu manto, e cobri a tua nudez; e dei-te juramento, e entrei em aliança contigo, diz o Senhor DEUS, e tu ficaste sendo minha” (Ez 16.8);          “E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias” (Os 2.19).

             Os apóstolos Paulo e João apresentam simbolicamente várias vezes a Igreja como sendo a noiva de Cristo: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.25-27); “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19.7-9); “E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap 21.2); “ E veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro” (Ap 21.9).

            Na obra O Novo Testamento Comentário Versículo por Versículo de Russell Norman Champlin encontramos o seguinte comentário sobre a parte final do versículo acima comentado: “Ao invés de estar em foco o “pai” da noiva, neste simbolismo, é possível que devamos pensar antes no “padrinho” ou “paraninfo”. Os rabinos consideram Moisés como o “padrinho” (aquele que fazia os preparativos da festa de casamento, em lugar do noivo) de Israel, a qual seria a “noiva” de Deus. Assim também Paulo figura aqui como o “padrinho” da igreja cristã gentílica. Dentro do judaísmo bíblico, aos sumos sacerdotes era vedado se casarem com alguém que não fosse virgem. Por semelhante modo, a igreja de Cristo precisa ser virginal, porquanto Cristo é o nosso grande Sumo Sacerdote”.
 

RESUMO DA LIÇÃO 02 


       OSEIAS – A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS

I. O LIVRO DE OSEIAS

1. Contexto histórico.

2. Estrutura.

3.- Mensagem.

 

II. O MATRIMÔNIO

1.- Etimologia.

2.- Simbolismo.

3.- A ordem divina para o casamento de Oseias.

 

III. A LINGUAGEM DA RECONCILIAÇÃO

1. O casamento restaurado.

2. O vale de Acor e a porta de esperança.

3. A reconciliação. 

IV.- O BANIMENTO DA IDOLATRIA EM ISRAEL

1. Meu marido, e não meu Baal.

2. O fim do baalismo. 

INTERAÇÃO


 

 O casamento de Oseias denota uma diversidade de sentimentos humanos que desabrocham numa história trágica entre DEUS e seu povo. Sim! Tristezas e frustrações fazem parte da vida pessoal do profeta. Mas também é verdade que renovadas esperanças estão implícitas na mensagem dramática desse profeta. Como marido, ele esperava a reconciliação plena com sua esposa Gomer. Tal retrato reflete o amor, a beleza e a intimidade que o verdadeiro casamento pode proporcionar. No caso de Israel, o Altíssimo almeja que a nação deixe o caminho do adultério espiritual e retorne ao amor inefável do esposo que, acima de tudo, a ama. 

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Conhecer a estrutura do livro de Oseias.

Compreender a linguagem simbólica usada no livro.

Conscientizar-se de que DEUS está pronto a nos reconciliar e acolher. 

INTRODUÇÃO 


A mensagem de Oseias começa a partir de sua vida pessoal. O seu casamento com Gomer e o difícil relacionamento familiar ocupam os três primeiros capítulos do livro que leva o seu nome. Deus tinha uma mensagem para o povo, pois a esposa e os filhos de Oseias, assim como o abandono e a prostituição dela, e o seu sofrimento e perdão, são sinais e profecias sobre Israel e Judá ao longo dos séculos.

 

ESTRUTURA DO LIVRO DE OSEIAS:

Autor: Oseias

A Chave: Adultério Espiritual (4.12)

Os assuntos principais do livro são:

 - a apostasia de Israel, a idolatria com toda espécie de vício que permeava todas as classes sociais; - Oseias por mais ou menos 60 anos condenava veementemente o procedimento do povo, qualificando-o de adultério; - Oseias um exemplo de perseverança no meio dos maiores desânimo; - o grande amor de DEUS; - o juízo divino e as promessas de restauração.

O objetivo do livro:

mostrar quão grande e abnegado é o amor de DEUS por seu povo.

 

ESBOÇO DO LIVRO DE OSEIAS
Esposa do profeta Oseias
Israel, a esposa infiel de Deus
(Os 1 a 3)
O povo de Oseias,
Israel um povo Pecaminoso
(Os 4 - 14)
(4.1 a 13.8)
Mensagem de julgamento,
Israel restaurado
(Os 4 - 10)
(13.9 a 14.9).

 

Palavra Chave

MATRIMÔNIO: 

União voluntária entre um homem e uma mulher. 

I. O LIVRO DE OSEIAS

 

1. Contexto histórico. O período do ministério de Oseias foi entre 793-753 a.C.
Quando Oseias iniciou seu ministério, Israel estava no auge da sua prosperidade e poder sob o reinado de Jeroboão II. Jeroboão II, reinou 41 anos num período de prosperidade econômica, mas também de apostasia generalizada (2Rs 14.23-29). Para compreender melhor o contexto histórico do Livro de Oseias leiamos 2 Reis 14.23 a 15.31:

No décimo quinto ano de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, começou a reinar em Samaria, Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel, e reinou quarenta e um anos. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; nunca se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. Também este restituiu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate, até ao mar da planície; conforme a palavra do SENHOR Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Hefer. Porque viu o SENHOR que a miséria de Israel era muito amarga, e que nem havia escravo, nem absolvido, nem quem ajudasse a Israel. E ainda não falara o SENHOR em apagar o nome de Israel de debaixo do céu; porém os livrou por meio de Jeroboão, filho de Jeoás. Ora, o mais dos atos de Jeroboão, tudo quanto fez, e seu poder, como pelejou, e como restituiu a Damasco e a Hamate, pertencentes a Judá, sendo rei em Israel, porventura não está escrito no livro das crônicas de Israel? E Jeroboão dormiu com seus pais, com os reis de Israel; e Zacarias, seu filho, reinou em seu lugar”. (2 Reis 14.23-29).

No ano vinte e sete de Jeroboão, rei de Israel, começou a reinar Azarias, filho de Amazias, rei de Judá. Tinha dezesseis anos quando começou a reinar, e cinqüenta e dois anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jecolias, de Jerusalém. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Amazias, seu pai. Tão somente os altos não foram tirados; porque o povo ainda sacrificava e queimava incenso nos altos. E o SENHOR feriu o rei, e ficou leproso até ao dia da sua morte; e habitou numa casa separada; porém Jotão, filho do rei, tinha o cargo da casa, julgando o povo da terra. Ora, o mais dos atos de Azarias, e tudo o que fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá? E Azarias dormiu com seus pais e o sepultaram junto a seus pais, na cidade de Davi; e Jotão, seu filho, reinou em seu lugar. No ano trinta e oito de Azarias, rei de Judá, reinou Zacarias, filho de Jeroboão, sobre Israel, em Samaria, seis meses. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR, como tinham feito seus pais; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. E Salum, filho de Jabes, conspirou contra ele e feriu-o diante do povo, e matou-o; e reinou em seu lugar. Ora, o mais dos atos de Zacarias, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel. Esta foi a palavra do SENHOR, que falou a Jeú: Teus filhos, até à quarta geração, se assentarão sobre o trono de Israel. E assim foi. Salum, filho de Jabes, começou a reinar no ano trinta e nove de Uzias, rei de Judá, e reinou um mês inteiro em Samaria.
Porque Menaém
, filho de Gadi, subiu de Tirza, e veio a Samaria; e feriu a Salum, filho de Jabes, em Samaria, e o matou, e reinou em seu lugar.
Ora, o mais dos atos de Salum, e a conspiração que fez, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel. Então Menaém feriu a Tifsa, e a todos os que nela havia, como também a seus termos desde Tirza, porque não lha tinham aberto; e os feriu, pois, e a todas as mulheres grávidas fendeu pelo meio. Desde o ano trinta e nove de Azarias, rei de Judá, Menaém, filho de Gadi, começou a reinar sobre Israel, e reinou dez anos em Samaria.
E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; todos os seus dias não se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. Então veio Pul, rei da Assíria, contra a terra; e Menaém deu a Pul mil talentos de prata, para que este o ajudasse a firmar o reino na sua mão. E Menaém tirou este dinheiro de Israel, de todos os poderosos e ricos, para dá-lo ao rei da Assíria, de cada homem cinqüenta siclos de prata; assim voltou o rei da Assíria, e não ficou ali na terra. Ora, o mais dos atos de Menaém, e tudo quanto fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel? E Menaém dormiu com seus pais; e Pecaías, seu filho, reinou em seu lugar. No ano cinqüenta de Azarias, rei de Judá, começou a reinar Pecaías, filho de Menaém, sobre Israel, em Samaria, e reinou dois anos. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. E Peca, filho de Remalias, seu capitão, conspirou contra ele, e o feriu em Samaria, no paço da casa do rei, juntamente com Argobe e com Arié, e com ele cinqüenta homens dos filhos dos gileaditas; e o matou, e reinou em seu lugar.
Ora, o mais dos atos de Pecaías, e tudo quanto fez, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
No ano cinqüenta e dois de Azarias, rei de Judá, começou a reinar Peca, filho de Remalias, sobre Israel, em Samaria, e reinou vinte anos. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser, rei da Assíria, e tomou a Ijom, a Abel-Bete-Maaca, a Janoa, e a Quedes, a Hazor, a Gileade, e a Galiléia, e a toda a terra de Naftali, e os levou à Assíria. E Oséias, filho de Elá, conspirou contra Peca, filho de Remalias, e o feriu, e o matou, e reinou em seu lugar, no vigésimo ano de Jotão, filho de Uzias. Ora, o mais dos atos de Peca, e tudo quanto fez, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel” (2 Reis 15.1-31).

Oseias distinguiu as dez tribos pelo nome de Israel, ou de Samaria, sua capital, ou de Efraim, a tribo principal.

 

Reino do Norte ou Reino de Israel – capital Samaria (fim do reino - 722 a.C.)

Reino do Sul ou Reino de Judá – Capital Jerusalém (fim do reino – 586 a.C.)  

Oseias profetizou em Samaria, capital do Reino do Norte durante os “dias de Uzias, Jotão, Acaz. Esequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel” (1.1).
A soma dos anos desse período deve ser reduzida significativamente porque Jotão foi corregente com seu pai, Uzias, e da mesma forma Ezequias reinou com Acabe, seu pai (2 Rs 15.5; 18.1,2,9,10,13).

O ministério de Oseias deu-se no período da supremacia política e militar da Assíria.

 

O IMPÉRIO ASSÍRIO  

O Império Assírio era localizado na região leste da Alta Mesopotâmia, entre o rio Tigre e a cordilheira de Zagros.
Seus domínios se estenderam de Elam até as fronteiras do Egito.
Seu ápice foi com o rei Sargão II (722-705 a.C.).
Com seu forte exército dominou os hebreus, babilônios e egípcios, mas não resistiu à pressão de um levante em Elam, juntamente com um na Babilônia, dando a oportunidade para os egípcios recuperarem sua liberdade.
Logo em seguida, os medos, povo aliado aos caldeus e aos citas, tomaram a capital Nínive e a destruíram.
Os assírios formaram o maior império, até então criado, antes do Império Romano 

2. Estrutura. A revelação foi entregue ao profeta pela palavra “dita a Oseias” (1.1a).
A segunda declaração: “O princípio da palavra do Senhor por Oseias” (1.2a), reitera a forma de comunicação do versículo anterior. Também esclarece que a ordem para Oseias se casar com “uma mulher de prostituições” aconteceu no começo do seu ministério, como fica claro na versão Almeida Revista e Atualizada (ARA) e na Tradução Brasileira (TB) (1.2b). O livro pode ser dividido em duas partes principais:
I.- biografia profética escrita em prosa que descreve a crise do relacionamento de Oseias com sua esposa infiel, ao mesmo tempo que compara essa crise conjugal com a infidelidade e a apostasia do seu povo (1 a 3);
II.- profecias proféticas escritas em forma poética proferidas durante um longo intervalo de tempo (4 a 14).  

3. Mensagem. O assunto do livro é a apostasia de Israel e o grande amor de Deus revelado, que compreende advertência, juízo divino e promessas de restauração futura (8.11 a 14; 11.1-9; 14.4-9); Mesmo em um contexto de decadência moral, o oráculo descreve o amor de Deus de maneira bela e surpreendente (2.14-16; 6.1-4; 11.1-4; 14.4-8).
Seus oráculos são cheios de metáforas e símbolos dirigidos aos contemporâneos.
Sua mensagem denuncia o pecado do povo e a corrupção das instituições sociais, políticas e religiosas das dez tribos do norte (5.1); Oseias é citado no Novo Testamento:  

OSEIAS:

Todavia o número dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá que no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo” (Oséias 1.10).
“E semeá-la-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei dela que não obteve misericórdia; e eu direi àquele que não era meu povo: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és meu Deus!” (Oséias 2.23)  

ROMANOS:

“Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo” (Romanos 9.25-26).  

MATEUS:

“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento” (Mateus 9.13).
“Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes” (Mateus 12.7).

OSEIAS:

“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho” (Oséias 11.1).  

MATEUS:

 “E esteve lá, até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho” (Mateus 2.15). 
 

SINOPSE DO TÓPICO (I)  

O livro do profeta Oseias é  repleto de metáforas e símbolos. Sua mensagem denuncia o pecado e a corrupção do povo.  

II. O MATRIMÔNIO

 

1. Etmologia. Os termos “casamento” e “matrimônio” são equivalentes e ambos usados para traduzir o grego gamos.
O termo grego gamos, indica também “bodas” (Jo 2.1-2) e “leito”  conjugal (Hb 13.4).
Trata-se de uma instituição estabelecida pelo Criador desde a criação, na qual um homem e uma mulher se unem em relação legal, social, espiritual e de caráter indissolúvel (Gn 2.20-24; Mt 19.5-6).
O matrimônio recebe o nome hebraico de kidushin (consagração, santificação ou dedicação), pois o casamento é uma ocasião sagrada no judaísmo. É um mandamento divino, a criação de um laço sagrado.
É no casamento que acontece o processo legítimo de procriação, o casamento bíblico de um homem e uma mulher está o potencial da  perpetuação da espécie humana (Gn 1.27-28), gerando a oportunidade para a felicidade humana e o companherismo.  

2.- Simbolismo. A intimidade, o amor, a beleza, a alegria e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua igreja (2 Co 11.2; Ef 5.31-33; Ap 19.7). Essa figura é notada desde o Antigo Testamento.  

3.- A ordem divina para o casamento de Oseias. Considerando a santidade do casamento confirmada em toda a Bíblia, a ordem divina parece contradizer tudo o que as Escrituras falam sobre o matrimônio. Temos dificuldade em aceitá-la, mas qualquer interpretação contra o caráter literal do texto é forçada. Quando Jeová deu a ordem, acrescentou: “porque a terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR” (1.2b).
Isso era literal.
A infidelidade a Deus é em s mesma um adultério espiritual (Jr 3.1-2; Tg 4.4), ainda mais quando se trata do culto a Baal, que envolvia a chamada prostituição sagrada (4.13-14; Jz 8.33).  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

 O matrimônio de Oseias com Gômer simboliza a infidelidade do povo em relação a DEUS.  

III. A LINGUAGEM DA RECONCILIAÇÃO

 

1. O casamento restaurado. O amor é o tema central de Oseias. Através do amor, Israel será atraído por Jeová (11.4; Jr 31.3). O deserto foi o lugar do julgamento (2.3) e nele Israel achou graça, tal qual a noiva perante o noivo (Êx 5.1; Jr 2.2). A expressão       “e lhe falarei ao coração” (2.14) é a linguagem de um esposo falando amorosamente à esposa (4.13-14; Gn 34.3; Jz 19.3). Nós fomos atraídos e alvejados pelo amor de Deus (Rm 5.6-8).
 
2. O Vale de Acor e a porta de esperança. Há aqui uma menção do monumento erguido no Vale de Acor, onde Acã pagou pelos seus crimes e foi executado com toda a sua casa (Js 7.2-26). O Vale de Acor é real, ele existe até os dias atuais, entre as terras de Benjamin, ao Sul de Jericó e é um dos caminhos que dá acesso à Terra Prometida. A promessa é que esse Vale não será mais lembrado como lugar de castigo. Será transformado em lugar de restauração (Is 65.10), cujas vinhas serão dadas “por porta de esperança” (2.15). Acor é um memorial, não de ira, maldade, ou morte, mas de esperança. Porque o próprio Deus, em Sua misericórdia e bondade, fez saber através do profeta Oséias que Acor, é um estado de espírito que pode ser convertido: “E lhe darei as vinhas dali e o Vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias de sua mocidade e como no dia em que subiu a terra do Egito”      (Os 2.15).  

3. A reconciliação. A sentença de divórcio (2.2) será anulada: “desposar-te-ei comigo para sempre” (2.19). O baalismo generalizado (2.13) virá a ser transformado em conversão nacional e genuína. Todo o povo servirá a Jeová em fidelidade, e cada um voltará a ter conhecimento do Deus verdadeiro (2.20). 
 

SINOPSE DO TÓPICO (III) 
A linguagem da reconciliação no livro de Oseias é apresentada através do amor, tema principal do oráculo divino neste livro.  
 

IV. O BANIMENTO DA IDOLATRIA EM ISRAEL

 

1. Meu marido, e não meu Baal. A expressão “naquele dia” (2.6, 18, 21) é escatológica (Jl 3.18). As expressões “meu marido” e “meu Baal”, em hebraico ishi e baali, são um jogo de palavras muito significativo.

a)     Significados. A palavra ish significa “homem, marido” (Gn 2.24; 3.6); e baalim, no plural, quer dizer “dono, marido” (Êx 21.29; 2 Sm 11.26). O termo também é aplicado metaforicamente a Deus, como marido: “Porque o teu Criador é o teu marido” (Is 54.5).
A palavra “baal”, como “dono, proprietário”, aparece 84 vezes no Antigo Testamento, sendo 15 delas como esposo de uma mulher, portanto “marido”.

b)     Divindade dos Cananeus. Como nome da divindade nacional dos fenícios com a qual Israel e Judá estavam envolvidos naquela época, aparece 58 vezes, sendo 18 delas no plural. Essa palavra se corrompeu por causa da idolatria e por isso Jeová não será mais chamado de “meu Baal”, mas de “meu marido” (2.16). Baal (em hebraico בַּעַל) palavra semítica que significa Senhor, Lorde, Marido ou Dono. Baal - esta palavra em Hebraico é cognata de outra em acádio Bel, com o mesmo significado. A forma feminina de Baal é Baalath, o masculino plural é Baalin, e Balaoth no feminino plural. Esta palavra não tinha conotação exclusivamente religiosa, podendo ser empregada em relações pai e filhos (por exemplo) não sendo obrigatória uma separação hierárquica.  

2. O fim do baalismo. Os ídolos desaparecerão da terra (Jr 10.11). Isso inclui os baalins, cuja memória será execrada para sempre, uma vez que a palavra profética anuncia o fim definitivo do baalismo: “os seus nomes não virão mais em memória” (2.17). Apesar de a promessa divina ser escatológica, esses deuses são hoje repulsa nacional em Israel.  

SINOPSE DO TÓPICO (IV) 
O baalismo foi definitivamente extinguido em Israel. Isso pode ser confirmado até hoje.

CONSIDERANÇÕES FINAIS

 

O emprego das coisas do dia a dia como ilustração facilita a compreensão da mensagem divina, e a Bíblia está repleta desses recursos literários. O casamento é o símbolo perfeito para compreendermos o relacionamento de Deus com o seu povo, e do Senhor Jesus Cristo com o cristão. Infelizmente muitos falsos ensinadores, obreiros fraudulentos distorcem a Palavra de Deus, acesse esse vídeo e veja o absurdo documentado: http://www.youtube.com/watch?v=Rzri_iE2jl8

A reportagem do programa dominical FANTÁSTICO mostra ao “pastor” que o livro de Oseias não está mandando adulterar, mas: “E o SENHOR me disse: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem os bolos de uvas” (Os 3.1).

É devido aos falsos mestres e falsos obreiros que o apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo exortou os coríntios e ainda nos exorta como igreja do SENHOR:

“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. (2 Coríntios 11.2-3). 
 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


 

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica, 2.ed., RJ: CPAD, 2008. SOARES, Esequias. OSEIAS: A restauração dos filhos de Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2002.