quarta-feira, 23 de maio de 2012

Lição 9 - 2º Trim. 2012 - Laodiceia, uma Igreja Morna.


Lição 09 2º Trim. 2012.
LAUDICEIA, UMA IGREJA MORNA
27 de maio de 2012
TEXTO ÁUREO
Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça,
e todas essas coisas vos serão acrescentadas”(Mt 6.33).

VERDADE PRÁTICA

A igreja que não busca os interesses do Reino de Deus está fadada ao fracasso,

ao esquecimento e à indigência espiritual.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO

Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça,

e todas essas coisas vos serão acrescentadas”  (Mt 6.33).
O capítulo 6 do Evangelho de Mateus apresenta 34 versículos, que podem ser subdivididos em 3 agrupamentos; - o primeiro grupo de versículos Mt 6.1-18 nos mostram o contraste entre os antigos padrões judaicos de conduta e os novos padrões ensinados pelo Senhor Jesus, o Messias o segundo grupo de versículos Mt 6.19-24. nos mostram o uso correto das propriedades, a relação que devemos ter para com as riquezas, e o cuidado da busca desenfreada pelas coisas terrenas e outros bens materiais. -o terceiro e último grupo de versículos Mt 6.25-34, onde está inserido o nosso texto áureo, fala sobre a ansiedade e a confiança. Como declara Sherman Johnson: “O homem que quiser ter um tesouro nos céus (vs. 20), que quiser que a linha orientadora de sua vida seja reta (vs. 22), e que quiser servir a Deus e não às propriedades (vs. 24), deve desvencilhar-se das preocupações”, ao mesmo tempo deve desenvolver a confiança correta a Deus, nosso Pai. Isso o Senhor Jesus exige da parte do novo Israel, ou seja, do Israel Espiritual, sua Igreja, chamados para fora do mundo para serví-lo. Essas instruções são distintamente cristãs, ainda que originalmente tenham sido dadas aos judeus, são direcionadas a igreja, aqueles que acolheram sua nova Lei. O Evangelho de Mateus é um documento cristão, ainda que reflita a transição da antiga para a nova dispensação. Neste último grupo de versículos, 24 a 34 do capítulo 6 de Mateus,onde se insere o nosso texto áureo (Mt 6.33), encontramos oito razões pelas quais os crentes no Senhor Jesus Cristo devem evitar toda sorte de ansiedades relacionadas a vida material e física, que são:
1.- a nossa vida aqui nessa terra, é muito mais que simplesmente esse viver cotidiano, material e físico, portanto não deve se restringir e ser dominada apenas pelos desejos e elementos materiais que o mundo ou o sistema possa oferecer (Mt 6.25);
2.- Deus, nosso Pai, cuida dos animais irracionais, inferiores e isolados, quanto mais dos seus filhos queridos (Mt 6.26);
3.- a nossa ansiedade, as nossas preocupações, em nada altera as condições de vida, ou aumenta a sua duração, ou seja, nossas ansiedades, não mudam absolutamente nada, não nos faz crescer em nada (Mt 6.27);
4.- Nosso Santo e amoroso Deus, veste as flores frágeis de maneira belíssima e perfumada, sem que as mesmas tenham raciocínio algum, quanto mais nós, seus filhinhos amados, Deus providencia e tem providenciado as necessidades de cada um sem que precisemos nos preocupar (Mt 6.28-30);
5.- Os gentios, os mundanos, os carnais, vivem desesperadamente em busca das coisas deste mundo, faz parte do raciocínio dos pagãos a ansiedade pelas coisas materiais e terrenas, diferentemente os crentes, filhos do reino de Deus, contam com seu Pai Celestial (Mt 6.31-32);
6.- Nosso Deus é Pai, o Pai conhece as necessidades de seus filhos, nosso Deus e Pai conhece muito bem, as minhas e as suas necessidades, a fé nisso, nos traz conforto, porque diferentemente dos deuses do paganismo, que não eram pai para seus adeptos, mas apenas senhores, fazia com que seus adeptos tivessem razões para não esperar muito deles. Mas os discípulos do reino, que são filhos do Pai celeste, tem razão em esperar o fornecimento de tudo. (Mt 6.32). Glória a Deus;
7.- A busca pelo reino de Deus e sua justiça , por si mesma, nos garante as coisas menos importante. 
A expressão em primeiro lugar” do nosso texto áureo (Mt 6.33) provavelmente, nos remeta que Jesus só permite uma busca, uma ansiedade, portanto, não uma série, sendo essa  a primeira de várias, mas a primeira, no sentido de única, uma forte expressão de desejo, um exercício de alma naquilo que diz respeito ao reino de Deus e à sua justiça. Portanto essa busca deve ser suprema e nenhuma outra coisa merece a atenção do ser humano, é a única coisa digna de ocupar a mente e o coração do crente, que foi feito à imagem de Deus, ou seja somente essa busca é permitida e incentivada no Reino de Deus, que são coisas pertinente ao próprio Reino: “Desejai as coisas grandes (as mais importantes), e as coisas pequenas vos serão acrescentadas, e desejai as coisas celestiais, e as coisas terrenas vos serão acrescentadas”, tanto Orígenes como Clemente de Alexandria, considerados pais da igreja cristã, citaram essas palavras (Mt 6.33);
8.- A ansiedade por si só é inútil, só acrescenta maior sofrimento na vida diária da pessoa, já tão perturbado em seu cotidiano. Na realidade é uma irracionalidade sofrer algo, que ainda não existe, juntamente com o já existente, o qual é perfeitamente real (Mt 6.34).
Esse é o contexto do nosso texto áureo. O capítulo 6 de Mateus deve ser um dos ensinos norteadores de nossas vidas, assim sendo, não devemos isolar o versículo 33, mas devemos considerar e compreender que esse versículo 33 "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas", atinge o ponto mais elevado do MANIFESTO CONTRA O MATERIALISMO e ao mesmo tempo nos apresenta a principal instrução do ensino do Senhor Jesus a respeito da atitude cabível ao crente, concernente as coisas materiais.

RESUMO DA LIÇÃO 09


LAODICEIA, UMA IGREJA MORTA


I.      A IDENTIFICAÇÃO DE JESUS

1. A testemunha fiel e verdadeira.

2. O princípio da criação de DEUS.

 

II.  A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA IGREJA DE LAODICEIA

1.     A cidade de Laodiceia.

2.    Mornidão espiritual.

3. Arrogância espiritual.

4. Falta de percepção do próprio eu.


III. COMO REAVIVAR UMA IGREJA MORNA

1. Ouro refinado pelo fogo.

2. Vestiduras brancas.

3. Colírio.

INTERAÇÃO

A igreja de Laodiceia recebe a sétima e última carta. Infelizmente a situação espiritual dessa igreja era miserável. Uma igreja em que os bens materiais sobejavam, mas desprovida espiritualmente. Nem quente, nem fria, uma igreja morna, indiferente à Palavra de Deus. Porém, o Senhor Jesus a amava e por isso aconselhou que buscasse um genuíno avivamento (Ap 3.18). O Senhor Jesus não quer que seus filhos se percam. Ele é aquele que traz o nosso pecado à tona, nos ensina como abandoná-lo e nos perdoa quando de coração sincero nos arrependemos.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Descrever a situação espiritual da Igreja de Laodiceia.
·   Conscientizar-se de que a riqueza da igreja está em manter comunhão com o Senhor.
·   Saber como manter a igreja fervorosa espiritualmente.

COMENTÁRIO

introdução
Palavra Chave
Morno: 
Desprovido de calor, de efervescência, de vida; monótono, aborrecido.
Laodiceia de nada tinha falta; possuía tudo em abundância. Aos olhos do Senhor, porém, não passava de uma igreja pobre, cega e miserável. O que lhe sobejava em riquezas temporais, faltava-lhe em bens eternos. Ela retrata as igrejas que, desconstruindo-se como Reino de Deus, reconstroem-se como impérios humanos.Jesus não mudou. Continua a zelar pela qualidade espiritual de sua Igreja. Ele requer sejamos fervorosos no espírito, porque não haverá de aturar crentes mornos e indiferentes às reivindicações de sua Palavra. A mornidão espiritual é repugnante ao Senhor. Observemos, pois, com reverência e temor, as advertências que nos reservou o Filho de Deus neste domingo.
I. A IDENTIFICAÇÃO DE JESUS
Tendo em vista a soberba e a presunção espiritual da igreja em Laodiceia, uma das principais cidades da Ásia Menor, apresenta-se o Senhor Jesus com irrecorríveis credenciais: “Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus” (Ap 3.14).
1. A testemunha fiel e verdadeira. 
Se Laodiceia vive de mentiras e de aparências, Jesus não tem outra alternativa senão a de apresentar-se, ao seu pastor, como a Testemunha Fiel e Verdadeira. Conclui-se, pois, que a Igreja de Cristo tem a obrigação de sustentar a verdade evangélica neste século maligno e mentiroso (1 Tm 3.15). Mas como poderá uma igreja morna e que tem a cara do mundo levantar-se como a voz profética de Deus?
2. O princípio da criação de Deus. 
O anjo da igreja em Laodiceia, ignorando a suficiência divina, extravasa-se em presunções: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta” (Ap 3.17). Agora, porém, ele terá de saber que Jesus, como o princípio da criação de Deus, é o dono de todas as coisas, porque todas as coisas foram por Ele criadas (Jo 1.3). Sim, tudo quanto há no mundo existe por causa dele e para Ele (Rm 11.36). Igreja rica não é aquela que tem ouro e prata, mas aquela que ainda pode declarar no poder do Espírito Santo: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6). Sim, igreja abastada é aquela que, embora pobre, consagra ao Senhor preciosas almas.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A riqueza da igreja não está em seus bens materiais, mas em sua comunhão com o Senhor.

II. A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA IGREJA DE LAODICEIA
 Onisciente que é, conhecia o Senhor Jesus a real situação de Laodiceia. Esta igreja, que vivia uma vida de aparências e mentiras, é desmascarada pela Testemunha Fiel e Verdadeira.
1.- A cidade de Laodiceia.
Laodiceia foi uma das mais prósperas cidades da Frígia, durante a época romana. Suas ruínas agora são chamadas “Castelo Velho” (“Eski-hissar”). Inicialmente teve o nome de Dióspolis, depois Roas, mas foi reconstruída recebendo o nome de Laodiceia, dado pelo rei Antíoco II, rei da Síria, em honra da sua esposa Laodice.  O nome Laodiceia (grego Laodikiâi) é significativo, pois se traduz como “só povo” ou “povo reinante”. As cidades de Laodiceia, Colossos e Hierápolis (Colossenses 4.13) ficavam no vale do rio Lico. Laodiceia situa-se no local da cidade moderna de Denizli, Turquia, no cruzamento de estradas principais da Ásia Menor. As pesquisas arqueológicas confirmaram que Laodicéia já existia por volta do século IV a.C. e tornou-se um dos principais centros do cristianismo nascente por volta do ano 40/50 d.C. Ela foi sede episcopal. Possuía, bancos, indústria têxtil e uma escola de medicina que produzia colírio para os olhos, embora tivesse problemas com o abastecimento de água. Em certa ocasião, foi construído um arqueduto que transportava as águas térmicas vindas de Heirápolis. Porém, quando a água chegava na cidade, não estava nem quente e nem fresca, mas apenas morna. A qualidade dela não era boa, e a cidade ganhou a reputação de ter água não potável. Ao engolir esta água, muitas pessoas vomitavam. Semelhantemente, Jesus sentiu vontade de vomitar de sua boca a igreja de Laodicéia (3.15-16). A cidade é citada algumas vezes no Novo Testamento da Bíblia (Colossenses 2.1; 4; 13-15), na qual Paulo esteve em sua terceira viagem missionário. É mencionada na Bíblia porque nos primórdios do cristianismo havia ali uma igreja de irmãos convertidos pela pregação inicial do Evangelho através da Ásia Menor. Os habitantes da cidade eram opulentos por causa do grande comércio na região e orgulhavam-se da sua relativa independência política e econômica. Essa atitude acabou se permeando na igreja que ali se formou.
(ver mais sobre a cidade de Laodicéia no Auxílio Histórico no final do texto).
2. Mornidão espiritual. 
Laodiceia era um rico centro de comércio.  A prosperidade era a causa da mornidão daquela igreja. Eles haviam se tornado ricos e cheios de bens materiais. Com o dinheiro que já tinham, multiplicavam ainda mais suas posses.
Estavam, agora, tão envolvidos com a vida material que eram induzidos a negligenciar a espiritual (Mt 13.22). Esta igreja não havia sofrido nenhuma perseguição. Não havia sido invadida pelas falsas doutrinas nem pelos falsos apóstolos. Para as outras igrejas, sua situação era excelente, ideal. Os cristãos de Laodiceia haviam se tornado tão satisfeitos e eufóricos com as coisas que o dinheiro pode comprar, que foram levados a perder o desejo pelas coisas de Deus. Infelizmente não haviam aprendido ainda a ‘viver em prosperidade’ (Fp 4.12). Como resultado, sua satisfação era falsa por ignorarem as coisas de Deus. Se Laodiceia fosse fria, buscaria o calor de um avivamento; se quente, espalharia esse mesmo avivamento até aos confins da terra. Morna, porém, faz-se indiferente a Deus e à sua Palavra. Por isto, o Senhor repreende-a: “Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente!” (Ap 3.15).
3. Arrogância espiritual. 
Além dessa indiferença doentia e crônica às coisas de Deus, o anjo da Igreja em Laodiceia era soberbo e arrogante. Supunha que, por ser rico e de nada ter falta, achava-se acima das providências divinas. A prosperidade levara-o ao orgulho fatal. Somente um tolo diria tal coisa: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta” (Ap 3.17). O que nos lembra esse discurso? A retórica do querubim ungido ao apostatar-se de sua posição junto ao trono do Altíssimo (Is 14.13,14). Comportam-se assim as igrejas que, por causa de sua prosperidade material, julgam-se ricas, mas espiritual e ministerialmente são paupérrimas.
4. Falta de percepção do próprio eu. 
Apesar de todos os seus bens materiais, Laodiceia em nada diferia de um esmoler espiritual: “e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap 3.17). Se Adão logo após a Queda percebeu-se nu, o pastor da igreja em Laodiceia julgava-se bem vestido e ornado. Se o primeiro homem teve os olhos abertos para enxergar a própria nudez, o anjo de Laodiceia achava-se, mesmo despido, em trajes de gala. E se Adão, reconhecendo a própria carência, coseu aventais da figueira, aquele obreiro, embora descoberto, desfilava toda a sua nudez diante das ovelhas. Infelizmente, ninguém tinha coragem de dizer que o pastor estava nu. Foi preciso que o Pastor dos pastores endereçasse-lhe uma enérgica carta apontando-lhe a nudez, a pobreza e a cegueira espiritual. Como estão as suas vestes espirituais? São ainda alvas? Ou anda você nu sem o saber? “Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça” (Ec 9.8).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A igreja de Laodiceia vivia de aparência e mentiras. Ela era morna e arrogante espiritualmente.
III. COMO REAVIVAR UMA IGREJA MORNA
Temos a impressão de que Laodiceia era um caso perdido. Todavia, o Senhor Jesus não havia desistido dessa ainda amada e querida igreja. Juntamente com a reprimenda e a censura, envia-lhe Ele a receita de um grande e poderoso avivamento: “Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas” (Ap 3.18). O anjo daquela igreja deveria fazer, com a máxima urgência, as seguintes aquisições junto ao Cordeiro de Deus:
1. Ouro refinado pelo fogo. 
A menos que o anjo da Igreja em Laodiceia adquirisse os tesouros da sabedoria e da ciência em Cristo, continuaria a levar uma vida miserável (Cl 2.2,3). Como adquirir tais tesouros? Cristo no-los coloca à disposição. Não quer você apossar-se desses tesouros e ter uma comunhão mais íntima com o Senhor?
2. Vestiduras brancas. 
Redimidos pelo sangue do Cordeiro, nossas vestes tornaram-se mais alvas que a neve (Is 1.18). Sim, Ele mudou-nos as vestiduras que, manchadas pela iniquidade, envergonhavam-nos diante de sua justiça e santidade (Zc 3.1-10). Como está você diante de Deus? Nu? Ou revestido da graça divina?
3. Colírio. 
A cegueira espiritual era o grande problema da igreja em Laodiceia: não conseguia ver a própria miséria nem podia perceber a sua nudez. Por isso o Senhor Jesus aconselha o seu anjo: “aconselho-te que de mim compres [...] colírio, para que vejas” (Ap 3.18). Sabe onde poderá você encontrar o colírio recomendado pelo Senhor? Nas Sagradas Escrituras. Lendo-a, conseguimos ver todas as coisas perfeitamente (Sl 119.105).

SINOPSE DO TÓPICO (III)
O Senhor Jesus não desistiu de Laodiceia Ele a aconselha a buscar um grande e poderoso avivamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora abastada e próspera, a orgulhosa Laodiceia não era rica diante de Deus. Voltemos à manjedoura! Enriqueçamo-nos daquEle que se fez pobre por amor de nós. Vençamos a mornidão espiritual, pois o Senhor Jesus promete-nos uma grande e verdadeira recompensa: “Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono” (Ap 3.21).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HORTON, S. M. Apocalipse. As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001. www.professoralberto.com.br//.

AUXÍLIO HISTÓRICO

 

LAODICEIA


 Laodicéia é o nome de pelo menos oito cidades fundadas ou reformadas durante os três últimos séculos antes de Cristo.
Muitas delas receberam o nome em homenagem a Laodice, esposa de Antíoco II Theos e mãe de Seleuco II, da dinastia  dos reis selêucidas da Síria que, então, dominava o povo. Até Beirute chegou a ser denominada "Laodicéia cananita".
Na Índia, também é possível encontrar ruínas de uma área urbana que traz o mesmo nome.
Mas a Laodicéia do Apocalipse é uma metrópole da Ásia Menor, que existia como uma pequena vila desde a época dos hititas, por volta de dois mil anos a. C.
De acordo com Plínio, historiador e político do primeiro século, essa Laodicéia chamava-se originalmente Dióspolis e Rhoas. Esse último nome é de compreensão difícil e pode pertencer a algum antigo idioma da região da Anatólia.
Já o primeiro significa "cidade de Deus", uma referência a Zeus ou Júpiter como principal divindade do lugar.
A mudança do nome deve ter causado polêmica entre alguns do povo.  Primeiramente, porque a região caíra nas mãos dos selêucidas, que então a dominaram, e Laodice não gozava de muita simpatia no meio do povo. Ademais, isso poderia significar um abandono gradual de sua divindade local em troca da figura de Antíoco II Theos, o novo rei, cujo nome continha um trocadilho que tanto podia significar "o opositor de Deus" quanto "o deus opositor". Assim, a vila, antes chamada "cidade de Deus", agora passa a ser a "metrópole de Laodice" ou Laodicéia. Tal mudança indica uma forte secularização do lugar, apesar da aparente religiosidade expressa nas moedas que apresentavam a figura de Zeus segurando uma águia na mão direita. O resultado imediato foi que Laodicéia se tornou, em pouco tempo, um centro de produção dos "filósofos céticos", que, inspirados nas idéias de Górgias, duvidavam da existência de Deus e dos valores da religião. Esse novo ambiente secular pode ser visto, principalmente, numa comparação entre a medicina exercida em Laodicéia e a exercida em Pérgamo. Esta última ainda mantinha muito forte o vínculo entre ciência e religião que, embora envolto pelo paganismo, era próprio da mentalidade da época. Laodicéia, porém, tinha seu programa totalmente secularizado, reservando aos templos toda e qualquer alusão ao sagrado.
LAODICEIA E O GOVERNO DOS ANTÍOCOS
Nenhum povo gosta do invasor estrangeiro. Por isso, Antíoco enfrentou oposição no início de seu governo. Mas, logo o ambiente hostil começou a mudar, à medida que a cidade prosperava sob o governo selêucida. Para fazer justiça ao nome da rainha, a nova Laodicéia tinha de ser uma metrópole de infra estrutura exemplar, com belos prédios e arquitetura refinada. Isso impressionou os moradores acostumados à simplicidade. Estrabão, historiador e geógrafo grego do primeiro século, afirma que a cidade não tinha importância nenhuma antes de Antíoco II. Porém, com a administração selêucida as coisas mudaram e Laodicéia se tornou muito rica, uma das mais famosas cidades da Anatólia.A partir de então, o antigo inimigo passou de tirano a benfeitor. Suas melhorias seduziram o povo, que começou a ter tranqüilidade, admiração e orgulho de sua nova condição. O progresso, nesse caso, teria custado ao povo uma boa fatia de seu apego à religião ou, pelo menos, da prioridade às coisas espirituais. Um detalhe que chama atenção é que, até hoje, nenhum arqueólogo conseguiu encontrar o famoso templo de Zeus - principal edifício da época pré-antioquena, quando a cidade ainda se chamava Dióspolis. Uma explicação seria a de que o prédio fora transformado em edifício público, devido ao gradual desinteresse popular pelo antigo culto e, talvez, tenha se reduzido a algum pequeno santuário como os até agora desenterrados naquele sítio arqueológico. Sendo um termo grego, Laodicéia deriva de duas palavras: Laos e dikaios, que significam respectivamente "povo" e "juízo". Há, contudo, outra possibilidade etimológica que acentua outro dado. Laodicéia também pode ser traduzida como "o povo que julga". Com seu crescimento, Laodicéia foi se tornando uma importante metrópole da Ásia Menor. Suas ruínas, desenterradas por arqueólogos franceses, italianos e turcos, hoje podem ser vistas num parque que fica a seis quilômetros da moderna cidade de Denizli, na Turquia. Ainda há muito para ser escavado. Mas, o que já foi encontrado ajuda bastante a reconstituir a história daquele magnífico lugar. Porções das muralhas antigas revelam quatro. A porta Siríaca, ao leste, é a mais bem preservada. Além disso, podem ser vistos ainda dois imensos teatros (um deles com capacidade para 20 mil pessoas), um estádio olímpico com quase 350 metros de extensão, dois templos, três casas de banho, duas fontes conhecidas como "ninfeus" (em homenagem às ninfas) e um ginásio de esportes, entre outras ruínas. No tempo de João, Laodicéia era uma cidade da Frígia, situada numa colina perto da confluência do rio Lico com o vale de meandro. O local formava uma área muito fértil que colocava os laodicenses em condição privilegiada. Laodicéia estava a apenas 80 quilômetros de Filadélfia e 160 de Éfeso. Seis estradas cruzavam o seu interior, permitindo que ela fosse o centro de importantes rotas comerciais. Isso a tornava uma espécie de alfândega que controlava as mercadorias em trânsito e cobrava os impostos. Parte dos tributos ficava na própria cidade e era usada no desenvolvimento de sua área urbana. Não é por menos que Laodicéia foi considerada a principal e mais rica metrópole da região. Ela possuía o maior centro bancário da Ásia Menor, especializado em câmbios de ouro e moeda estrangeira. Na época de Roma, os países dominados tinham moedas locais e só poderiam comercializar no exterior trocando-as por moedas romanas. Laodicéia, portanto, recebia muito dinheiro do Império para ter suficiente capital de giro para a constante troca de dinheiro. No coração da cidade ficava uma das maiores escolas de medicina do mundo antigo. Sua fama decorria, principalmente, da arte de curar os olhos a partir de um colírio à base de alume ou sulfato, abundante na região. Pessoas de todo o Império iam se tratar com seus oftalmologistas. O centro têxtil de Laodicéia era outra fonte de renda que produzia e exportava tecidos finos. Sua grife era cobiçada pela mais alta sociedade imperial. O preço era monstruoso. Uma lã fina, obtida a partir da criação de um raro carneiro negro, colocava a indústria têxtil laodicense entre as primeiras do mundo antigo. Com o fim da República Romana e o início da Roma Imperial, Laodicéia aumentou seu prestígio, tornando-se uma das mais importantes e promissoras cidades da Ásia Menor. Basta dizer que Hiero, um dos seus cidadãos mais ricos, resolveu adornar por conta própria toda a cidade, e esse foi apenas "um singelo presente", dado com os cumprimentos de um cidadão local. Zeno e seu filho Palemo foram alguns dos convidados pessoais do imperador para serem reis em Patus, Armênia e Trácia. O famoso orador e político Cícero visitou Laodicéia por volta do ano 50 a. C. e, mesmo verificando a existência de alguns problemas legais, não impediu que a cidade fosse feita o centro da Convenção de Kibyra. Por fim, em 129 a. D., o próprio imperador Adriano fez questão de conhecer a cidade e ficar ali por um tempo, despachando ofícios para a capital e o restante do Império. A aparência destituída da verdadeira essência causa náuseas a Cristo. Ao lerem isso, os destinatários do Apocalipse teriam, por certo, a vívida descrição dos muitos chafarizes, ou ninfeus, que faziam parte da ornamentação da cidade. Eram obras de arte, esculpidas no mais fino estilo greco romano. Mas o incauto sedento que fosse beber de suas águas seria surpreendido pelo gosto ruim que elas possuíam. Sendo a região rica em sulfato, o mesmo produto que permitia a fabricação de colírio contaminava os principais lençóis freáticos, fazendo com que muitas fontes de água mineral se tornassem salobras. Além disso, o vale era parte de uma região vulcânica que aquecia as águas tornando-as mornas e impróprias para o consumo. A prefeitura local gastava muito dinheiro canalizando água potável de alguma fonte para as residências. Porém, os chafarizes continuavam vertendo uma água mineral aparentemente cristalina, mas salobra e morna.
CAOS E ORGULHO
Situada em uma área de muitas atividades sísmicas, Laodicéia sofria muito com terremotos que causavam grande destruição. Durante o reinado de Augusto, um forte tremor destruiu vários prédios que foram reconstruídos com a ajuda do Império. Em 17 a. D., foi novamente atingida, e recuperada por Tibério César. Porém, quando a cidade se viu abalada pelo mais terrível terremoto de sua história, em 60 a. D., simplesmente recusou qualquer ajuda imperial, alegando que isso seria uma humilhação para seus abastados cidadãos. Seu orgulho havia chegado ao limite do ridículo. Historiadores como Estrabão e Tácito dizem que Laodicéia não apenas recusou a ajuda imperial, mas procurou reconstruir-se com suas próprias forças. Um único morador, chamado Nicostratus – não há como não lembrar de Nicodemos - disse ter dinheiro suficiente para, sozinho, financiar a reconstrução do estádio olímpico. Quando o enviado de Roma chegou à porta da cidade para verificar o estrago e agilizar a remessa de ajuda, os orgulhosos representantes dispensaram sua visita, sugerindo que seguisse adiante buscando outro povo mais necessitado do que eles. Esse episódio repercutiu negativamente entre o povo que, 40 anos depois, ainda era reconhecido como orgulhoso e arrogante. Curiosamente, por esse tempo, boa parte da população laodiceana era constituída de judeus, muitos deles convertidos ao cristianismo. O segmento judaico da metrópole contava com algo em torno de sete a onze mil habitantes. Há quem estime que a atitude orgulhosa diante do desastre seria estimulada por judeus influentes que moravam no lugar. Seja como for, os destinatários imediatos da carta estavam bem familiarizados com a história da rejeição e se lembraram dela, ao lerem a advertência de Cristo para que o erro não se repetisse na igreja cristã local. 

                                                                                            ESPERANÇA 
Depois de um longo tempo de prosperidade e contínuos terremotos, Laodicéia finalmente caiu nas mãos de invasores turcos e deixou de pertencer à Síria. Quanto à igreja que ali havia, alguns de seus membros pareceram ter compreendido bem a mensagem de Cristo e seguido o Seu conselho. Compraram dEle o colírio, o ouro e as vestes espirituais que lhes faltavam. Setenta anos após a advertência escrita por João, o bispo da igreja local foi morto por não negociar a sua fé. Ele estava no território de Laodicéia, mas não aceitou ficar no estado de Laodicéia. Seu martírio é a certeza de que Deus sempre terá um remanescente . Em 363 a. D., Laodicéia foi escolhida para abrigar o concílio de Laodicéia. Restos de uma igreja bizantina foram desenterrados ao sul da cidade, perto a uma rua com muitas colunas, o que indica uma forte presença cristã na região


sexta-feira, 18 de maio de 2012

Lição 8 - 2º Trim. 2012 - Filadelfia, a Igreja do Amor Perfeito.

Lição 08
FILADÉLFIA, A IGREJA
DO AMOR PERFEITO
20 de maio de 2012.
TEXTO ÁUREO
Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele (1 Jo 2.5).
O território da bíblica Filadélfia é ocupado, hoje, pela cidade turca de Alasehir, ruínas de uma catedral bizantina do século 7.
VERDADE PRÁTICA.
Amar não é suficiente. É urgente que o nosso amor seja perfeito como perfeito é o amor com que Deus nos amou.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele (1 Jo 2.5).
O texto áureo deste domingo está em plena concordância com a declaração do Senhor Jesus em João 14.21: Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” (Jo 14.21).PALAVRA DE DEUS PRODUZ AMOR.
Não há como viver a vida cristã dissociada do amor. Pesa sobre nós a obrigação de amar não somente nossos irmãos, mas também nossos inimigos, Mt 5.43-44, “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus”.
Jesus nos mostra neste texto a excelência do verdadeiro amor que não faz distinção entre amigos ou inimigos. Jesus não somente ensinou, mas praticou esta verdade, quando perdoou seus inimigos ao pé da cruz: “E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. E dizia Jesus: Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.33-34).
O amor é a marca, o logotipo, a essência daqueles que servem a Deus. É através dele que manifestamos nosso testemunho ao mundo sem Deus. Foi com este objetivo que Jesus disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). Quando vivemos o amor na prática entre nós, aqueles que nos observam, conhecerão que temos uma vida comprometida com o Senhor.
 É através do amor que somos impulsionados a realizar boas obras. Se amarmos de fato não iremos negligenciar as necessidades dos menos favorecidos em nosso círculo de comunhão (igreja) e também dos necessitados em nossa sociedade. Olhemos para as palavras de Tiago: “E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?” (Tg 2.15-16). Note agora este texto de Tiago em paralelo com 1 João 2.17-18, onde lemos: “Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade”. Diante disto, deduzimos que não é suficiente apenas declarar nosso amor, mas mostrá-lo em nossa vida prática.
Contudo, não podemos nos esquecer que o verdadeiro amor somente entrará em nossas vidas através da obediência à Palavra de Deus, 1 Jo 2.5, “Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele”. O fato de “guardarmos a Palavra”, fará com que o amor de Deus seja desenvolvido em nós. Para amarmos verdadeiramente, precisamos ter dentro de nós o amor de Deus, pois o amor é a essência de seu ser: “E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele”, (1 Jo 4.16).
Veja que Deus é amor, e só ama de fato “quem está... em Deus, e Deus nele”. A ausência de Deus no coração produz a ausência de amor! Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele (1 Jo 2.5).
RESUMO DA LIÇÃO 08
FILADÉLFIA, A IGREJA DO AMOR PERFEITO
I. FILADÉLFIA, A CIDADE DO AMOR FRATERNAL
1. A história de Filadélfia.
2. A igreja em Filadélfia.
II. A IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA

1. JESUS, o SANTO de DEUS (Ap 3.7).
2. Verdadeiro (Ap 3.7).
3. A chave da Casa de Davi.
III. UMA IGREJA AMOROSA, PACIENTE E CONFESSANTE
1. Amar é a maior das obras.
2. Força na fraqueza.
3. Amorosa perseverança.
IV. FILADÉLFIA NOS ÚLTIMOS DIAS

1. A iminência da volta de JESUS.
2. A Grande Tribulação.
3. A coroa de glória.
INTERAÇÃO
Nesta lição estudaremos a sexta carta enviada à igreja de Filadélfia.
Essa igreja e a de Esmirna foram as únicas que não receberam nenhum tipo de repreensão do Senhor.
Sabemos que não existem igrejas ou pessoas perfeitas.
Como seres humanos, estamos sujeitos ao erro.
Todavia, como servos de Cristo e igreja do Senhor, não amamos o pecado e não somos mais dominados por ele.
Não temos mais prazer no erro. Os cristãos devem viver de modo santo, buscando sempre guardar a Palavra de Deus e exaltar o nome                           de                     Jesus,        a       fim de que no Dia do Senhor, que está bem próximo, possamos ouvir: “Vinde benditos de meu Pai, possui por herança o Reino que está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.35).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer o contexto geográfico e histórico da cidade de Filadélfia.
Compreender como Jesus se apresenta a igreja de Filadélfia.
Elencar as principais características da igreja de Filadélfia.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
No quadro abaixo temos um resumo das cartas estudadas.
Nas cartas enviadas pelo Senhor há elogios e as repreensões.
As mensagens encontradas nestas cartas servem para as igrejas de nossos dias.
Muitos problemas enfrentados pelas igrejas do passado são enfrentados por muitas igrejas da atualidade,
por isso podemos aprender muito com cada carta.
COMENTÁRIO
Palavra Chave FILADÉLFIA: 
Amor fraternal; amor entre irmãos.
Filadélfia não era tão importante quanto Éfeso, nem tão rica como Laodiceia.
No entanto, possuía um amor que tirava forças da fraqueza.
E, de sua pobreza temporal, extraía bens eternos para enriquecer o mundo.
Se a igreja em Filadélfia tinha algum segredo, era o amor que ela santificava a Cristo.
A uma igreja amante como Filadélfia, o Amado abre uma porta que ninguém poderia fechar.
Sim, Jesus escancara-lhe os portais da evangelização e da obra missionária,
 levando-a a avançar como Reino de Deus além de suas fronteiras.
Quando a igreja local é amorosa, logo Deus a universaliza.
I.FILADÉLFIA, A CIDADE DO
AMOR FRATERNAL
1. A história de Filadélfia.
Filadélfia, do grego Philadelphos, "aquele que ama seu irmão".
Situa-se em uma colina baixa, ampla, facilmente defendida no sopé do Monte Tmolus
(atual Bozdag), comandando a planície extensa e fértil do rio Hermus (moderno Gediz). 
Cerca de 73 quilômetros a leste de Esmirna, 28 quilômetros a sudoeste de Sardes,
47 quilômetros a noroeste de Laodicéia.
Filadélfia foi estabelecida pelo rei Eumenes II Sóter de Pérgamo em 189 a.C., que era conhecido
por sua devoção a seu irmão e sucessor, Átalos II (159-138 aC), Filadelfos (amor fraternal)
Átalos II (159-138 aC), Filadelfos (amor fraternal).
Atálos II nasceu em 220 a.C., era o segundo filho de Átalo I Sóter com Apolonis.
Sucedeu seu irmão, Eumenes II Sóter.
Adotou o epíteto de filadelfo, isto é, “aquele que ama o irmão”. Antes de ser rei destacou-se como
grande general e diplomata.
Quando da morte de Átalo I, sucede-o seu primogênito Eumenes II Sóter.
Átalo II é o braço direito de seu irmão mais velho e ajuda-o a reorganizar as grandes conquistas territoriais.
Em 190 a.C., estando seu irmão ausente, resistiu à invasão do príncipe Seleuco (filho de Antíoco III)
e esteve presente na Batalha de Magnésia do Sípilo junto com seu irmão Eumenes II
 que comandava a ala direita do exército pergameno-romano.
Ali Roma e aliados puseram fim as pretensões expansionistas de Antíoco III.
Em 189, apóia o comandante romano Mânlio Vulso em uma expedição contra
 os gálatas a quem os romanos atribuíam apoio a Antíoco III.
Nesse mesmo ano, Eumenes II funda uma cidade na Lídia e em homenagem a Átalo II
a denomina Filadélfia (“amor fraternal”).
Ao construir a cidade, tinha como objetivo helenizar a região que, até aquela época,
 usava como língua comum, o gálico.
De Filadélfia, saíam rotas de comércio que levavam a Mísia, Lídia, e Frígia.
A rota postal do império romano também passava por Filadélfia, e a cidade ganhou o nome ‘Porta para o Oriente’.
As planícies ao norte eram propícias para a plantação de uvas, de maneira que
 a economia de Filadélfia se baseava na agricultura e na indústria. O terremoto de 17 d.C,
que tinha destruído Sardes, também tinha sido particularmente devastador em Filadélfia,
porque a cidade estava próxima a uma linha de falha geológica e sofreu muitos tremores de terra subsequentes.
 Isto fazia com que a população se preocupasse e levava muitos deles a viver fora dos limites da cidade.
A cidade de Filadélfia apesar dos terremotos e guerras resistiu até o século XIII, quando caiu sob o jugo otomano.
A queda da cidade de Filadélfia marcou o fim do último estabelecimento cristão e grego independente no
 oeste da Ásia Menor. Ironicamente, o exército sitiante incluia um contingente do Império cristão de Bizâncio,
 que era vassalo dos otomanos. Antes de sua queda, a cidade tinha evitado o destino de seus vizinhos,
 pagando tributo aos inúmeros ghazis, líderes muçulmanos fanáticos, cujos bandos roubavam e pilhavam
qualquer um que não pagasse a proteção muçulmana (Jizya ), embora a cidade não estava oficialmente
sob a lei islâmica. Em teoria, a cidade estava sob o Império Bizantino, mas cortado por um mar
de terra hostil garantiu que, na realidade, a cidade permanecesse independente.
Em 1378 o imperador Manuel II Paleólogo prometeu entregar a cidade de Filadélfia para os turcos
 em troca da ajuda do sultão otomano em uma guerra  civil desastrosa. No entanto, Filadélfia pareceu
ter recusado a entregar-se, uma vez que foi conquistada somente em 1390 pelo sultão muçulmano Bayezid.
O território da bíblica Filadélfia é ocupado, hoje, pela cidade turca de Alasehir (cidade de Deus),
situada a 130 quilômetros ao leste de Esmirna.
2. A igreja em Filadélfia.
À semelhança das demais igrejas da Ásia Menor, Filadélfia também foi estabelecida ou pelo apóstolo Paulo,
 ou por algum membro de sua equipe (At 19.10). É plausível também que a igreja de Filadélfia tenha sido
fundada pelos cidadãos de Pérgamo, em uma região fronteiriça, como uma porta de entrada ao
 platô central da Ásia Menor. Filadélfia era uma igreja pequena em uma área difícil, sem prestígio e sem riquezas.
 Mas Cristo não tinha palavras de repreensão para esta igreja pequena e aparentemente insignificante,
e Ele descreveu-se à igreja de Filadélfia como o que é santo, o que é verdadeiro.
“Este era um título familiar de Deus (veja Is 40.24; Hc 3.3; Mc 1.24; Jo 6.69)”
Poucas informações temos dessa congregação, que passaria à história como a igreja do amor fraternal.
A essa igreja, endereçou o Senhor Jesus uma carta carinhosa e terna.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Filadélfia era a igreja do amor fraternal.
Esta igreja não recebeu nenhuma repreensão
do Senhor.
II. A IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA
Ao anjo da igreja em Filadélfia, apresenta-se o Senhor Jesus como aquele que é Santo e Verdadeiro (Ap 3.7).
Somente alguém com essas credenciais far-se-ia digno de receber do Pai a chave da casa de Davi,
para abrir-nos todas as portas da oportunidade (Is 22.22).

1. Jesus, o Santo de Deus (Ap 3.7). A santidade é um dos principais atributos de Cristo.
Embora separado do pecado, Ele não se separou dos pecadores, mas ofereceu-se,
 amorosa e sacrificalmente, para salvar-nos de nossas iniquidades (Hb 2.14).
Se Ele é santo, de sua Igreja requer santidade e pureza (1 Pe 1.16).
Portanto, Filadélfia deveria fazer-se notória também pela santidade,
pois sem esta ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Sua igreja local é santa? Ela segue a paz com todos?

2. Verdadeiro (Ap 3.7). Apresentando-se também como verdadeiro,
o Senhor Jesus demanda de sua Igreja uma postura verdadeira e confessante. Filadélfia tinha tais características.
Por isso, estava disposta a professar o nome de Cristo até o fim. Ela não se conformava com este mundo.
3. A chave da Casa de Davi. Jesus é o representante mais autorizado da casa de Davi, pois somente
 Ele reuniu as condições necessárias para exercer o tríplice ministério messiânico:
 profeta, sacerdote e rei (Sl 110.1-7).Dessa forma, ficou ao seu encargo a chave da Casa de Davi que,
no Antigo Testamento, fora confiada a Eliaquim (Is 22.22-25). Apresentando-se assim a Filadélfia,
 Ele deixa bem claro que, na expansão do Reino de Deus, nenhuma porta haverá de prevalecer
contra a Igreja, porque Ele as abrirá (Mt 16.13-19).Portanto, se nos dispusermos a alcançar
os confins da terra, certamente seremos bem sucedidos. O que estamos esperando?
Não há portas fechadas aos que se dispõem a ganhar o mundo para Cristo.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Jesus se apresenta ao pastor da igreja em
Filadélfia como aquele que é Santo e
Verdadeiro. Filadélfia deveria fazer-se
notória também pela sua santidade.
III. UMA IGREJA AMOROSA, PACIENTE
E CONFESSANTE
Sendo rica em amor, Filadélfia era também abundante em obras e virtudes teológicas (Ap 3.8).
Eis alguns traços da personalidade dessa igreja tão amorosa e tão amada:

1. Amar é a maior das obras.Embora nenhuma de suas obras haja sido particularizada por Cristo,
a igreja em Filadélfia cumpria zelosa, e perseverantemente, os termos da Grande Comissão (Mt 28.19,20; At 1.8).
O que disso concluímos? Somente uma igreja amorosa se preocupa com a evangelização
e com a obra missionária. Que exemplos temos nas igrejas da Macedônia (2 Co 8.1-6).

2. Força na fraqueza. Filadélfia não era uma igreja forte (Ap 3.8). Mas pela fé,
 sabia como tirar forças da fraqueza (Hb 11.34). Portanto, não importa se a sua igreja é pequena:
 faça grandes coisas para Deus. Ela é pobre? Enriqueça os miseráveis com o Evangelho de Cristo.
Ela é desconhecida? Leve os pecadores a serem conhecidos como filhos diante do Pai.
3. Amorosa perseverança. Em meio às perseguições, Filadélfia jamais negou o nome do Senhor (Ap 3.8).
Ela não capitulou diante do Império Romano, pois estava compromissada com o Reino de Deus.
Além das tribulações externas, a igreja em Filadélfia enfrentava, no âmbito doméstico, as investidas
 de um grupo denominado de sinagoga de Satanás (Ap 3.9). Tratava-se de uma gente herege
e ímpia que, desfraldando impiamente a bandeira da Lei de Moisés, buscava anular a graça de Cristo.
Paulo, aliás, tivera muitas dificuldades com esses indivíduos (Gl 1.1-7).As dificuldades que os
falsos obreiros causavam à Filadélfia não eram pequenas. Todavia, haveriam eles de reconhecer
que a igreja, embora fraca, contava com um forte defensor: “Eis que eu farei aos da sinagoga
de Satanás (aos que se dizem judeus e não são, mas mentem), eis que eu farei
que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo” (Ap 3.9).
Estejamos, pois, tranquilos. Jesus batalha nossas batalhas e guerreia nossas guerras.
                SINOPSE DO TÓPICO (III)
Filadélfia era uma igreja amorosa e paciente.
 Pela fé sabia como tirar forças da fraqueza.
IV. FILADÉLFIA NOS ÚLTIMOS DIAS
Enquanto Laodiceia existia para o aqui e o agora, Filadélfia tinha uma perspectiva escatológica
verdadeiramente bíblica. Ela encarava com seriedade a iminência da volta de Jesus Cristo.
1. A iminência da volta de Jesus. Em sua carta à igreja em Filadélfia, o Senhor Jesus alerta-nos:
 “Eis que venho sem demora” (Ap 3.11). Nunca estas palavras fizeram-se tão urgentes quanto hoje.
Basta ler os jornais, para se confirmar o cumprimento das profecias que preanunciam o arrebatamento da Igreja.
Tenho certeza de que Filadélfia, ao receber tal exortação, alegrou-se muito, pois, amante como era,
suspirava pelo Amado (2 Tm 4.8). E você? Ama realmente a volta do Senhor?
2. A Grande Tribulação. Muitas eram as tribulações que se abatiam sobre Filadélfia. De uma coisa,
porém, sabia aquela amantíssima igreja: o Senhor não permitira viesse ela a ser alcançada pela Grande Tribulação.
É o que nos promete Jesus: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te
guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam
na terra” (Ap 3.10). Não tenha medo. Antes que chegue a angústia, Jesus virá arrebatar-nos. E assim
estaremos para sempre com o Senhor (1 Ts 4.13-17).
3. A coroa de glória. A igreja em Filadélfia já havia recebido sua inteira aprovação do Senhor.
No entanto, haveria ela de mostrar-se vigilante e cuidadosa para que ninguém lhe furtasse o galardão:
 “Guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11). Está você vigilante e cuidadoso
 com o que lhe confiou Jesus? Não permita que o Diabo lhe roube no tempo os bens que o Senhor lhe
preparou na eternidade (Ap 2.10).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A igreja em Filadélfia tinha uma
perspectiva escatológica verdadeiramente bíblica,
por isso encarava com seriedade a iminência
da volta de Jesus Cristo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mantenhamo-nos fiéis. O Senhor Jesus não tarda. Em seu inconfundível amor, promete-nos:
 “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá;
 e escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus,
a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome” (Ap 3.12).
Sabe você o que significa esta promessa? Além de termos o privilégio de morarmos nos céus
por toda a eternidade, seremos lá tidos como ilustres. Sobre nós estará o nome de Deus,
do Noivo e da Jerusalém Celeste. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para o seu Povo. 5.ed.,
RJ: CPAD, 2004. HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ:
CPAD, 2001.