segunda-feira, 3 de março de 2014

Lição 10 - 1º Trim. 2014 - As Leis Civis Entregues Por Moisés Aos Israelitas.

LIÇÃO 10
AS LEIS CIVIS ENTREGUES
POR MOISÉS AOS ISRAELITAS

09 de março de 2014

TEXTO ÁUREO

“Mas o juízo voltará a ser justiça, e hão de seguí-lo todos os retos de coração” (Sl 94.15).

VERDADE PRÁTICA

Deus é justo e deseja que o seu povo aja com justiça.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“Mas o juízo voltará a ser justiça, e hão de seguí-lo todos os retos de coração” (Sl 94.15).

Nosso texto áureo está inserido no Salmo 94, apelo à justiça de Deus contra os malfeitores. Esse salmo é classificado como salmo de lamentação, o maior agrupamento entre os salmos são de lamentações, tratando-se de lamentação individual ou coletiva, nesse caso o Salmo 94 apresenta lamentações de um indivíduo especificamente (vs. 16-23) e coletivo (vs. 5, 10 e 14).
Os salmos de lamentação possuem características similares, eles iniciam clamando por socorro, seguidamente fazem uma descrição, às vezes detalhadas, dos inimigos, daqueles adversários que estão enfrentando, expressam e manifestam o anseio por justiça sobre os inimigos e encerram com declaração de confiança em Deus com louvor e ação de graças, acreditando que a oração já estava respondida ou a caminho. Existem também alguns salmos que terminam com um certo desespero, devido a ardente aflição, infelizmente algo real do cotidiano humano.
O Salmo 94 aponta para uma divisão em duas partes bem distintas, alguns teólogos sugerem que originalmente podem ter sido composições separadas. A primeira parte pode ser observada nos versículos: 1-15 e a segunda parte nos versículos 16-23. Se realmente tratar-se de dois salmos reunidos em um, então é plausível que as duas composições tenham sido reunidas na composição da Septuaginta (Septuaginta é a tradução do Pentateuco do hebraico para o grego feito entre os anos 285 a 265 a.C. por 72 eruditos judeus em Alexandria a pedido do rei Ptolomeu IV, Filadelfo, nos séculos seguintes os demais livros do Antigo Testamento foram traduzidos).
Se o salmo 94 era inicialmente apenas uma lamentação individual, e posteriormente tenha sido reunida com o lamento de um grupo, daí esse tipo de dualidade presente nele, então o lamento feito pela comunidade ocupa a primeira porção do salmo (vs. 1-15), ao passo que o lamento do indivíduo ocupa a segunda parte (vs. 16-23). Como está claro no Salmo, inimigos diferentes são apresentados pelos dois grupos.
“Mas o juízo se converterá em justiça...” - nosso texto áureo é da Almeida Edição Revista e Corrigida, outras versões também nos ajudam a compreender o texto. A Edição Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original da SBTB declara: “Mas o juízo voltará à retidão...”. João Ferreira de Almeida Atualizada diz: “Mas o Juízo Voltara um Ser Feito com Justiça...”.
Vejamos agora o comentário de Champlin no O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo: ““ Mas o juízo se converterá em justiça...” -  “O direito continuará sendo o direito” foi a maneira como Lutero traduziu a primeira parte deste versículo, e eruditos modernos como Kittel e Weiser pensam que com essa tradução ele acertou o alvo em cheio. A Revísed Standard Version, porém diz: “A justiça retornará aos justos”, ou seja, a causa deles será vindicada, e seus perseguidores serão lançados no abismo (vs. 13).
“Os justos" são palavras que requerem uma leve emenda, mas algumas versões apoiam essa tradução. Isso será feito no fim, a despeito dos abusos dos homens no presente momento... Quando a retidão retornar, então os homens bons a seguirão, e começará uma nova era, a era messiânica, de acordo com o pensamento de alguns intérpretes.
Portanto, conforme Lutero dizia, em última análise: “Sem importar o que aconteça, o direito deve permanecer direito”. O Juiz de toda a terra fará o que é certo (ver Gên. 18.25).”


RESUMO DA LIÇÃO 10


AS LEIS CIVIS ENTREGUES POR MOISÉS AOS ISRAELITAS
I – MOISÉS O MEDIADOR DAS LEIS DIVINAS
1. O mediador (Êx 20.19-22)
2. Leis concernentes à escravidão (Êx 21.1-7).
3. Ricos e pobres (Dt 15.4-11; Jo 12.8).

II – LEIS ACERCA DE CRIMES
1. Brigas, conflitos, lutas pessoais (Êx 21.18-19).
2. Crimes capitais.
3. Uma terra pura.

III – LEIS CONCERNENTES À PROPRIEDADE
1. O roubo (Êx 22.1-15).
2. Profanação do solo e o fogo (Êx 21.33-34; 22.6).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 21.1-12
1 - ESTES são os estatutos que lhes proporás:
2 - Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá forro, de graça.
3 - Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo sairá: se ele era homem casado, sairá sua mulher com ele.
4 - Se seu senhor lhe houver dado uma mulher, e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor, e ele sairá só com seu corpo.
5 - Mas se aquele servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos; não quero sair forro,
6 - então seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao postigo, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e o servirá para sempre.
7 - E, se algum vender sua filha por serva, não sairá como saem os servos.
8 - Se desagradar aos olhos de seu senhor, e não se desposar com ela, fará que se resgate: não poderá vendê-la a um povo estranho, usando deslealmente com ela.
9 - Mas se a desposar com seu filho, fará com ela conforme ao direito das filhas.
10 - Se lhe tomar outra, não diminuirá o mantimento desta, nem o seu vestido, nem a sua obrigação marital.
11 - E, se lhe não fizer estas três cousas, sairá de graça, sem dar dinheiro.
12 - Quem ferir alguém, que morra, ele também certamente morrerá;

INTERAÇÃO
Os capítulos 20.22 — 23.33 do livro do Êxodo versam sobre leis que regeram as esferas civis e litúrgicas na história judaica, isto é, elas legislavam tanto a vida da sociedade israelita quanto o sistema de culto ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “essas leis, que eram principalmente civis em sua natureza, tinha a ver somente com Israel, sua religião e as condições e circunstâncias prevalecentes naquele período”.
Entretanto, “os princípios existentes nessas leis — tais como o respeito à vida, apego à justiça e à equidade — são eternamente válidos” (p.150).
Precisamos interpretar a Palavra de Deus de maneira equilibrada, não confundido e aplicando a literalidade da Lei de uma nação à Igreja.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Estudar o processo de promulgação das leis de caráter civil e religioso.
Analisar as leis acerca dos crimes das propriedades em Israel.
Compreender o caráter social das leis promulgada por Moisés.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
LEI:
Prescrição religiosa, conjunto de regras que emanam da providência divina e dada ao homem pela revelação.
Deus entregou a Israel o Decálogo e algumas leis civis que regeriam aquela nação. O Decálogo pode ser considerado, em nossos dias, à nossa legislação constitucional, civil e penal. Tanto no seu caminhar no deserto, como depois já em Canaã, o povo de Israel viveu rodeado de povos ímpios, incrédulos, idólatras, perversos, enfim, grandes pecadores contra o Senhor e contra o próximo.
Como nação, o povo precisava de leis que os orientasse e os levasse a uma convivência ideal. Na lição de hoje, estudaremos algumas destas leis e a sua aplicação, tendo como referencial no Novo Testamento passagens como Mateus 5 a 7 e Romanos 12 e 13.
I. MOISÉS, O MEDIADOR DAS LEIS DIVINAS
1. O mediador (Êx 20.19-22). Deus falou diretamente com o seu povo.  Todavia, eles temeram e não quiseram ouvir a voz do Todo-Poderoso diretamente.
Então, os israelitas disseram a Moisés: “Fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos”. Diante do Senhor o povo reconhecia as suas iniquidades e fragilidades. Moisés foi o mediador entre o povo e Deus. Lembrando que Moisés estava vivo quando fez a mediação entre o povo e Deus, após sua morte ele deixou de ser mediador.
Não se encontra nenhuma inferência ou referência bíblica sobre mediação de quem já morreu e está com o SENHOR. O único mediador que exerceu essa função vivo e depois de morto é o Senhor Jesus que ressuscitou dos mortos. Hoje, Jesus é o nosso único mediador entre Deus e os homens. Sem Cristo não podemos nos aproximar de Deus nem ouvir a sua voz. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1Tm 2.5).
2. Leis concernentes à escravidão (Êx 21.1-7). As leis civis foram dadas a Israel tendo em vista o meio e a condição social em que viviam. O Senhor nunca acolheu a escravidão, mas, já que ela fazia parte do contexto social em que Israel vivia, era preciso regulamentar esta triste condição social.
Deus ordenou que o tempo em que a pessoa estaria na condição de escravo seria de seis anos (Êx 21.2). Segundo o Comentário Bíblico Beacon: “a lei não exigia que houvesse escravidão, mas visto que existia, estas leis regulamentares regiam a manutenção das relações certas”. O Senhor sabia da existência da escravidão, porém, Ele nunca aprovou esta condição.
3. Ricos e pobres (Dt 15.4-11; Jo 12.8). Deus sustentou o seu povo durante sua caminhada no deserto. Agora, quando entrassem na terra, deveriam trabalhar, e haveria entre os israelitas ricos e pobres. O contexto era outro.
Em geral, a pobreza era resultado de catástrofes naturais, problemas com as colheitas, guerras e rebeldia do povo em obedecer aos mandamentos divinos. Deus sempre quer o melhor para o ser humano, que Ele criou e abençoou (Gn 1.27,28).
Isso abrange os pobres: “Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas” (Is 1.17). Uma parte do ministério de vários profetas que Deus levantou no Antigo Testamento era denunciar e advertir os israelitas contra a injustiça social e trabalho mal renumerado e opressão dos ricos e poderosos.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Assim como Moisés fez a mediação entre Deus e Israel, Cristo é o único mediador entre Deus e os homens.
II. LEIS ACERCA DE CRIMES
1. Brigas, conflitos, lutas pessoais (Êx 21.18,19). Deus criou o homem, logo, Ele conhece bem a sua natureza. Para orientar o povo em casos de agressões e brigas, o Senhor determinou leis específicas.
Na Nova Aliança, aqueles que já experimentaram o novo nascimento, pelo Espírito Santo (Jo 3.3), não devem se envolver em brigas, disputas e contendas, pois a Palavra de Deus nos adverte: “E ao servo do Senhor não convém contender” (2Tm 2.24). Na igreja de Corinto faltava comunhão fraterna e em seu lugar havia disputas e contendas. Paulo denunciou e criticou duramente os coríntios por esta falta (1Co 6.1-11).
2. Crimes capitais. Deus já havia ordenado no Decálogo: “Não matarás” (Êx 20.13). Na expressão “não matarás”, o verbo hebraico exprime a ideia de matar dolosamente, perfidamente, por traição. Na Antiga Aliança, o sistema jurídico era bem intolerante com os transgressores: “olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”. Todavia, havia casos onde a morte era, na verdade, uma fatalidade.
Pouco depois, Deus, em sua misericórdia e bondade, estabeleceu as “cidades de refúgio”, para socorrer aqueles que cometessem homicídio involuntário, ou seja, morte acidental (Nm 35.9-11). As cidades de refúgio apontavam para Jesus Cristo, nosso abrigo e socorro. Elas também serviam para evitar que as pessoas fizessem vingança com as próprias mãos.
3. Uma terra pura. Deus libertou seu povo da escravidão e os estava conduzindo para uma nova terra. As leis serviriam para ensinar, advertir e impedir que o povo Israel profanasse Canaã (Nm 35.33,34).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
As leis acerca de crimes versavam sobre as brigas, conflitos, lutas pessoais e crimes capitais.
III. LEIS CONCERNENTES À PROPRIEDADE
1. O roubo (Êx 22.1-15). A ovelha e o boi são citados porque os israelitas eram um povo pastoril, rural. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “tais leis visavam proteger a nação e organizá-la e voltar sua atenção para Deus”.
O Senhor havia retirado os israelitas do Egito, porém, o “Egito” não saiu da vida de muitos deles. Por isso eram necessárias leis rígidas quanto ao direito do próximo e a propriedade privada, sabendo-se que toda a terra é do Senhor; nós somos apenas inquilinos nela (Dt 10.14).
2. Profanação do solo e o fogo (Êx 21.33,34; 22.6). Naquelas terras e naqueles tempos era comum os habitantes perfurarem ou escavarem o solo em busca de água para o povo e os animais e as lavouras. Quem fizesse tal abertura no solo era também responsável pela sua proteção para a prevenção de acidentes.
Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “estas normas ensinavam o cuidado e promoviam o respeito pelos direitos de propriedade dos outros”. Atualmente muitas reservas ecológicas são queimadas e espécies em extinção eliminadas pela ação inconsequente, criminosa e irresponsável daqueles que se utilizam dos recursos naturais de forma indevida.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
As leis concernentes ao direito de propriedade garantiam o direito do próximo à terra. Todavia, a terra é do Senhor e os seres humanos são apenas os seus mordomos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As leis abordadas nesta lição foram entregues a Israel, porém, aprendemos com os conceitos destas leis a respeitar a vida e os direitos do próximo. Quando os direitos do próximo não são respeitados, a convivência em sociedade se torna um verdadeiro caos.
Para concluir a lição desta semana, analisemos o esquema abaixo de modo que recapitulemos as leis apresentadas no texto bíblico. Atenção precisamos ter cuidado em compreender a particularidade dessas leis civis e religiosas para a nação de Israel e os princípios eternos que podem e devem influenciar a Igreja de Cristo.


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COWER, Ralph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 2ª ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2012. MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010. SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009. FONSECA, Alberto A. O Povo de Israel – Uma Perspectiva Bíblica e Histórica. Clárim – Campinas – SP, 2008.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Exegético
“Uma das formas mais frequentes de servidão na Mesopotâmia daqueles dias era a escravidão por dívidas. O art. 117 do Código de Hamurabi, na primeira fase da prótese, afirma que se um awilum [o homem livre o seu proprietário] foi acometido de dívidas e tornou-se inadimplente e vendeu ou entregou em serviço pela dívida a sua esposa, seu filho ou a sua filha, o prazo máximo de trabalho seria de três anos [...].
Entre os judeus o escravo era considerado uma mercadoria de altíssimo valor. Caso um deles fosse ferido por um boi, receberia como indenização o valor de trinta ciclos de prata (Êx 21.32). O legislador hebreu procura, se não impedir, atenuar a violência contra os escravos, determinando que se um proprietário de escravo maltratasse o seu servo e este viesse a sofrer algum dano físico, o amo do agredido deveria alforriá-lo. Eventualmente, se o escravo morresse em decorrência da agressão sofrida, o senhor intolerante deveria ser castigado (Êx 21.20,26,27)” (BENTHO, E. C. A Família no Antigo Testamento: História e Sociologia. 1 ed., RJ: CPAD, 2006, p.174-75).


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
As leis Civis entregue por Moisés aos Israelitas

Ao sair do Egito os hebreus eram um grupo de pessoas murmuradoras e rebeldes. Deus almejava organizá-los como nação. O Senhor não queria uma “massa de gente”. Ele desejava estabelecer uma nação santa e justa. Deus iria fazer dos hebreus uma nação modelo, para isso o povo precisava de leis, de uma constituição que os ensinassem a respeitar a Deus e ao próximo.
Deus falava com Moisés face a face e ele transmitia aos hebreus as instruções divinas. Moisés era a “ponte” que ligava Deus ao povo. Moisés tipificava Jesus, o único mediador entre Deus e os homens: “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1Tm 2.5). Todavia, Deus desejava falar diretamente com o seu povo e não somente por intermédio de Moisés. Mas os israelitas não suportaram ouvir a voz do Todo-Poderoso diretamente. Enquanto povo, reconheceram que suas iniquidades os impossibilitariam de estar diante de Deus face a face. O pecado nos separa do Pai. O Senhor falava com Adão pessoalmente, todavia depois do pecado, ao ouvir Deus chamar, Adão se esconde da presença do Criador (Gn 3.8). O pecado nos impede de vermos a face do Altíssimo e ouvir a sua voz: “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus [...]” (Is 59.2).
A escravidão é uma forma cruel de degradação humana. Somente o homem sem Deus pode aceitar tal condição. O Altíssimo nunca compactuou com a escravidão, todavia esta prática desumana já fazia parte do contexto social dos israelitas e precisava ser ordenada por uma legislação que amparasse o indivíduo. Depois de serem 400 anos afligidos pela escravidão egípcia, os israelitas deveriam abominar tal prática, todavia ela existia entre os hebreus. As leis civis entregues por Moisés tinham como propósito regulamentar esta triste condição social. Em Israel uma pessoa só poderia ficar na condição de escravo durante seis anos (Êx 21.2). No sétimo ano ela deveria ser alforriada. Segundo o Comentário Bíblico Beacon “a lei não exigia que houvesse escravidão, mas visto que existia, estas leis regulamentares regiam a manutenção das relações certas”.
A escravidão geralmente se dava pela pobreza. Sim, em Israel, como em todas as sociedades sempre existiu pobres e ricos (Dt 15.11; Jo 12.8). Caso uma pessoa não conseguisse pagar suas dívidas ela e seus filhos poderiam ser levados como escravos (2Rs 4.1). Todavia, Deus estabeleceu leis para que as pessoas pudessem pagar suas dívidas e tornarem-se livres.
FONTE: www.professoralberto.com.br




quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Lição 9 - 1º Trim. 2014 - Jovens e Adultos.

LIÇÃO 09
UM LUGAR DE ADORAÇÃO
A DEUS NO DESERTO

02 de março de 2014
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO

 “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25.8)

VERDADE PRÁTICA


Deus deseja habitar entre nós, para que Ele seja o nosso Deus e para que nos sejamos o seu povo.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25.8)
 
Nosso texto áureo está inserido no capítulo 25.1-9 de Êxodo, quando o SENHOR ordena ao povo trazer ofertas para a edificação do tabernáculo. Todas as orientações a respeito do Tabernáculo estão descritas nos capítulos 25 a 27 de Êxodo.
Moisés subiu no Monte Horebe e recebeu do SENHOR as orientações a respeito do Tabernáculo, ele ficou quarenta dias e quarenta noites sendo orientado pelo SENHOR a respeito de várias ordenanças entre elas a construção do Tabernáculo (Êx 24.18).
Portanto, o Tabernáculo ou Santuário, foi uma ordenança do próprio Deus, de acordo com sua orientação ele deveria ser construído (Êx 25.9,40; 26.30; 27.8), toda a sua área seria sagrada e consagrada ao SENHOR, e a Sua divina presença estaria no meio dos filhos de Israel.
A palavra tabernáculo deriva da palavra latina tabernaculum, que é diminutivo de taberna, um barraco, e refere-se a uma moradia transitória, como uma barraca. Na língua hebraica é Mishkan, uma residência, local de moradia, usado cerca de 140 vezes no Antigo Testamento, no hebraico há também outras palavras para tabernáculo.
O tabernáculo era uma tenda portátil que o povo de Israel carregou no deserto por quarenta anos e após a conquista de Canaã até a construção do primeiro Templo edificado pelo rei Salomão, possivelmente durante 500 anos (1450 a 950 a.C.).
De acordo com a história bíblica houve três tabernáculos, um sucedendo ao outro, sendo os dois seguintes, como local para a Arca da Aliança. O primeiro tabernáculo foi um santuário provisional, ele foi edificado após o terrível incidente da apostasia israelense com a construção do bezerro de ouro (Êx 33.7), era chamada de tenda da congregação, não se fazia nenhuma cerimônia de sacrifícios, mas era um local onde se buscava ao SENHOR: “E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial, e chamou-lhe a tenda da congregação. E aconteceu que todo aquele que buscava o Senhor saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial”.
O segundo tabernáculo foi o tabernáculo sinaítico, foi edificado de acordo com as instruções dadas por Deus (Êx 25.9,40; 26.30; 27.8).
O terceiro tabernáculo foi o tabernáculo provisional edificado por Davi quando tirou a Arca da Aliança da Casa de Obede-Edom, ele foi edificado em Jerusalém como o predecessor do Templo de Deus em Jerusalém (2 Sm 6.12).
Claro que o Tabernáculo sinaítico permaneceu como altar de adoração e sacrifícios ao SENHOR, a Bíblia faz menção dele em Siló no período dos juízes, período em que Elí, julgava Israel : “Enviou, pois, o povo a Siló, e trouxeram de lá a arca da aliança do Senhor dos Exércitos, que habita entre os querubins; e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, estavam ali com a arca da aliança de Deus” (1 Sm 4.4), o tabernáculo ficou sem a Arca da Aliança com a derrota de Israel para os filisteus por volta de 1050 a.C. (1 Sm 4). Parece que o tabernáculo saiu de Siló e foi montado em Mizpá  durante o período do último líder a jugar a Israel, o profeta Samuel: “Disse mais Samuel: Congregai a todo o Israel em Mizpá; e orarei por vós ao Senhor. E congregaram-se em Mizpá, e tiraram água, e a derramaram perante o Senhor, e jejuaram aquele dia, e disseram ali: Pecamos contra o Senhor. E julgava Samuel os filhos de Israel em Mizpá”.
No início da fulga de Davi da corte do rei Saul, parece que o tabernáculo havia se movida para Nobe: “Então veio Davi a Nobe, ao sacerdote Aimeleque; e Aimeleque, tremendo, saiu ao encontro de Davi, e disse-lhe: Por que vens só, e ninguém contigo? E disse Davi ao sacerdote Aimeleque: O rei me encomendou um negócio, e me disse: Ninguém saiba deste negócio, pelo qual eu te enviei, e o qual te ordenei; quanto aos moços, apontei-lhes tal e tal lugar. Agora, pois, que tens à mão? Dá-me cinco pães na minha mão, ou o que se achar. E, respondendo o sacerdote a Davi, disse: Não tenho pão comum à mão; há, porém, pão sagrado, se ao menos os moços se abstiveram das mulheres. E respondeu Davi ao sacerdote, e lhe disse: As mulheres, na verdade, se nos vedaram desde ontem e anteontem; quando eu saí, os vasos dos moços eram santos; e de algum modo é pão comum, sendo que hoje santifica-se outro no vaso. Então o sacerdote lhe deu o pão sagrado, porquanto não havia ali outro pão senão os pães da proposição, que se tiraram de diante do Senhor, para se pôr ali pão quente no dia em que aquele se tirasse” (1 Sm 21.1-6).
Na época do reinado de Davi e Salomão, o local onde estava era o alto de Gibeão: “E deixou a Zadoque, o sacerdote, e a seus irmãos, os sacerdotes, diante do tabernáculo do Senhor, no alto que está em Gibeom,...” e “E foi Salomão, e toda a congregação com ele, ao alto que estava em Gibeom, porque ali estava a tenda da congregação de Deus, que Moisés, servo do Senhor, tinha feito no deserto” (1 Cr 16.39; 2 Cr 1.3).
Alguns teólogos entendem que partes do Tabernáculo Sinaítico se espalhou para esses locais, Siló, Mizpá, Nobe e Gibeão, é plausível que isso tenha ocorrido, não sabemos o certo o que aconteceu para essas mudanças, o que sabemos é que quando o rei Salomão edificou o Templo do SENHOR, os móveis do antigo Tabernáculo Sinaítico que restavam e que haviam sido preservados foram ali colocados, e o local santo e o santo dos santos, foram incorporados no estrutura do novo edifício dedicado ao SENHOR, dessa forma o antigo Tabernáculo tomou-se o centro do Templo.  


RESUMO DA LIÇÃO 09


UM LUGAR DE ADORAÇÃO A DEUS NO DESERTO
I – AS INSTITUIÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO
1. O propósito divino.
2. As ofertas.
3. Tudo segundo a ordenança divina (Êx 25.8-9,40).

II – O PÁTIO DO TABERNÁCULO
1. O pátio.
2. O altar dos holocaustos.
3. A pia de bronze (Êx 30.17-21).

III – O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS
1. O castiçal de ouro (Êx 25.31-40).
2. Os pães da proposição e o altar do incenso (Êx 25.30).
3. O Santo dos Santos e a arca da aliança (Êx 25.10-22).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 25.1-9
1 - ENTÃO falou o Senhor a Moisés, dizendo:
2 - Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.
3 - E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre,
4 - E azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras,
5 - E peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de teixugos, e madeira de cetim,
6 - Azeite para a luz, e especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso,
7 - Pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.
8 - E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.
9 - Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis.

INTERAÇÃO
O povo judeu viveu mais de quatrocentos anos no Egito.
Este reino era fundamentalmente idólatra.
Como era de se esperar em qualquer nação do mundo antigo, o Egito tinha templo, sacerdotes e todo um sistema religioso que funcionava vigorosamente.
Mas a nação de Israel ainda não possuía uma religião sedimentada.
Portanto, a influência egípcia na cultura dos judeus era inevitável — vide os exemplos dos deuses egípcios como fonte de apostasia para os judeus (Ez 20.5-9; 23.3,8,19-21,27), o Bezerro de Ouro construído no Monte Sinai e a posterior adoração do bezerro de Jeroboão I.
Por isso, assim como o fez no Decálogo, Deus revelou diretamente a Moisés um modelo para a construção do Tabernáculo.
Ele deixou claro que a sua habitação devia ser única, sem a mistura com o paganismo do Egito.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer as instruções para a construção do Tabernáculo.
Elencar os utensílios presentes para a construção do Tabernáculo.
Compreender que o Tabernáculo representava o lugar de habitação de Deus em pleno deserto.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
TABERNÁCULO:
Santuário portátil onde os hebreus guardavam e transportavam a arca da aliança e demais utensílios sagrados.  
Deus queria habitar no meio de Israel. Por isso, ordenou a Moisés que, juntamente com o todo o povo, construísse um lugar separado para adoração.
Trata-se do “Tabernáculo do Senhor”, um santuário móvel que acompanhou os hebreus durante sua longa peregrinação pelo deserto.
Na lição de hoje, estudaremos como ocorreu a construção desse lugar santo de adoração ao Senhor.

I. AS INSTRUÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO
1. O propósito divino. Depois da entrega da lei, Deus ordenou que o seu povo edificasse um lugar de adoração. O objetivo divino era aumentar e fortalecer os laços de comunhão com o seu povo Israel, que Ele libertara do poder de Faraó no Egito. O Senhor assim age para que o homem o conheça de forma pessoal e íntima (Jo 14.21,23).
2. As ofertas. O Tabernáculo seria construído pelo povo de Deus, com os recursos que receberam pela providência divina ao saírem do Egito (Êx 3.21,22; 12.35,36). Para a construção do Tabernáculo os israelitas ofertaram voluntariamente e com alegria.
A Palavra de Deus nos ensina que o fator motivante para a contribuição do crente é a alegria: “porque Deus ama ao que dá com alegria” (2Co 9.7). O Senhor não se agrada de quem entrega a sua oferta e dízimo contrariado ou por obrigação (Ml 3.10). De nada adianta contribuir com relutância e amargura.
3. Tudo segundo a ordenança divina (Êx 25.8,9,40).O Tabernáculo não foi uma invenção humana. Podemos ver que a partir de Êxodo 25, o próprio Deus instrui a Moisés quanto à planta e os objetos do templo móvel.
Moisés obedeceu a todas as instruções, pois todo o Tabernáculo apontava para o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. Simbolizava o plano perfeito de Deus para a redenção da humanidade (Hb 9.8-11).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
As instruções para a construção do Tabernáculo foram rigorosamente acatadas por Moisés segundo a ordenança divina.
II. O PÁTIO DO TABERNÁCULO
1. O Pátio. “Farás também o pátio do Tabernáculo” (Êx 27.9).  Os israelitas precisavam aprender a forma correta de se chegar à presença de Deus e adorá-lo.
O pátio tinha o formato retangular, e indicava que, na adoração a Deus, deve haver separação, santidade. Havia uma única porta de entrada, que apontava para um único caminho, uma única direção. Isso prefigura Jesus Cristo, que disse: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á” (Jo 10.9). Jesus é o caminho que nos conduz a Deus (Jo 14.6).

2. O altar dos holocaustos. “Farás também o altar de madeira de cetim” (Êx 27.1). Ao entrar no pátio, o israelita tinha a sua frente o altar do holocausto. Era uma caixa de madeira de cetim coberta de bronze.
Junto a esse altar o transgressor da lei encontrava-se com o sacerdote para oferecer sacrifícios a Deus a fim de expiar seus pecados e obter o perdão. O altar dos holocaustos tipificava Cristo, o nosso sacrifício perfeito que morreu em nosso lugar (Ef 5.2; Gl 2.20).
Sem um sacrifício expiador do pecado não há perdão de Deus (Lv 6.7; 2Co 5.21). A epístola aos Hebreus nos mostra que o sacrifício salvífico de Cristo foi único, perfeito e completo para a nossa salvação (Hb 7.25; 10.12).  
3.- A pia de bronze (Êx 30.17-21).  Na pia os sacerdotes lavavam suas mãos e pés antes de executarem seus deveres sacerdotais. Mãos limpas: trabalho honesto; pés limpos: um viver e um agir íntegros (Ef 5.26,27; Hb 10.22).
Precisamos nos achegar a Deus com um coração puro e limpo. Deus é santo e requer santidade do seu povo. Deus não aprova o viver e o servir do impuro. O servo de Deus deve ser “limpo de mãos e puro de coração” (Sl 24.4). Hoje somos lavados e purificados pelo precioso sangue de Cristo que foi derramado por nós (1Jo 1.7).  
SINOPSE DO TÓPICO (II)
No pátio do Tabernáculo localizava-se o altar dos holocaustos e a pia de bronze.
III. O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS
1. O Castiçal de ouro (Êx 25.31-40).  Não havia janelas no Lugar Santo e a iluminação vinha de um castiçal de ouro puro e batido. Esta peça também apontava para Jesus Cristo, luz do mundo, e a quem seguindo, não andaremos em trevas, mas teremos a luz da vida (Jo 8.12). O castiçal, em Apocalipse, simboliza a Igreja (Ap 1.12,13,20).
As lâmpadas do castiçal ardiam continuamente e eram abastecidas diariamente de azeite puro de oliveira (Êx 27.20,21) a fim de que iluminassem todo o Lugar Santo.
O azeite é um símbolo do Espírito Santo. Se quisermos emanar a luz de Cristo para este mundo que se encontra em trevas, precisamos ser cheios, constantemente, do Espírito Santo de Deus. “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18) é a recomendação bíblica.
2. Os pães da proposição e o altar do incenso (Êx 25.30).   Havia uma mesa com doze pães e, todos os sábados, esses eram trocados. Estes pães apontavam para Jesus, o Pão da vida (Jo 6.35). Precisamos nos alimentar diariamente de Cristo, e não apenas no domingo.
Tem você se alimentado diariamente na mesa do Senhor Jesus? Além dos pães, próximo ao Santo dos Santos ficava o altar do incenso, um lugar destinado à oração e ao louvor a Deus.
Precisamos nos achegar ao Senhor diariamente com a nossa adoração e nossas orações: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2).
3. O Santo dos Santos e a arca da aliança (Êx 25.10-22).  O Santo dos Santos era um local restrito, onde somente o sumo sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. A arca da aliança era a única peça deste compartimento sagrado.
Era uma caixa de madeira forrada de ouro. Durante a peregrinação pelo deserto os sacerdotes carregavam-na sobre os ombros. A arca simbolizava a presença de Deus no meio do seu povo. Erroneamente os israelitas a utilizaram como uma espécie de amuleto.
Em Hebreus 10.19,20, vemos a gloriosa revelação profética entre o Santo dos Santos, o Senhor Jesus e o povo salvo da atualidade. O termo “santuário”, no versículo 19, é literalmente, no original, “santo dos santos”.  
SINOPSE DO TÓPICO (III)
No interior do Tabernáculo ficava o castiçal de ouro, os pães da proposição, o altar do incenso, o Santo dos Santos e a arca da aliança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os israelitas, mediante o Tabernáculo, podiam aprender corretamente como achegar-se a Deus, adorá-lo, servi-lo e viver para Ele em santidade. Assim deve fazer a igreja, conforme Hebreus 10.21-23. O Senhor é Santo e sem santidade nosso louvor e adoração não poderão agradá-lo.


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COWER, Ralph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 2ª ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2012.
MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
FONSECA, Alberto A. O Povo de Israel – Uma Perspectiva Bíblica e Histórica. Clárim – Campinas – SP, 2008.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teologia Pastoral
“Análise Teológica (do Tabernáculo)
Os materiais necessários para o Tabernáculo e as vestes sacerdotais deviam ser doados de bom grado pelo povo. A ninguém foi imposto uma dívida ou parte nos custos, mas a doação era voluntária (25.1-7, com destaque para o v.2). A resposta ao apelo de Moisés foi sensacional. Ao contrário de muitos ministros que várias vezes imploram e bajulam por dinheiro, Moisés teve de impedir que o povo continuasse doando. Foi, sem dúvida, uma grande demonstração de generosidade por parte do povo (36.2-7)!
A descrição do mobiliário do Tabernáculo começa pelas peças do centro e prossegue para as mais externas, mas não de forma sistemática. Já nos trechos que descrevem a efetiva construção, a ordem de execução difere da ordem das instruções.
[...] O próprio texto de Êxodo devia nos servir de alerta contra uma excessiva interpretação alegórica do Tabernáculo. Enxergar um significado oculto em cada mobiliário, tecido, corrediças e cores, em vez de exegético, não passa de especulação” (HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 1 ed., RJ: CPAD, 2006, pp.249,50).

                                              
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Um lugar de adoração a Deus no deserto
A planta do santuário, assim como os seus objetos, não seriam idealizados pelo homem, mas todo o projeto foi elaborado e entregue a Moisés pelo próprio Senhor.
Os recursos para a construção do local de adoração vieram do povo de Deus. Eles foram convidados a ofertarem e o fizeram com alegria (2Co 9.7). Tem você contribuído com alegria ou por constrangimento?
Segundo o Comentário Bíblico Moody o tabernáculo “simbolizava para Israel, como para nós também, grandes virtudes espirituais. Claramente ensinava o fato da presença de Deus no meio do Seu povo”.
O tabernáculo era dividido em três partes: o Átrio, o lugar Santo e o lugar Santíssimo.
O átrio era um pátio: “Farás também o pátio do tabernáculo” (Êx 27.9), um lugar cercado, reservado que mostrava os israelitas que a adoração a Deus exige sempre santidade, separação. O acesso ao átrio era feito por intermédio de uma única porta. Esta porta apontava para Jesus Cristo. Nosso Redentor, certa vez declarou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á [...]” (Jo 10.9). Jesus é o único caminho que leva o homem até a presença do Todo-Poderoso (Jo 14.6).
No pátio havia duas peças principais, o altar do holocausto e a pia de bronze. Antes de realizar qualquer ação o sacerdote deveria ir até a pia e ali se purificar. Ao olhar na bacia, o sacerdote poderia ver a sua imagem ali refletida e se lembrar de que era pecador e que sem purificação não poderia se chegar diante de Deus. Somos imperfeitos e impuros, mas “o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.7).
“Farás também o altar de madeira de cetim [...]” (Êx 27.1). Depois de passar pela pia, o sacerdote se dirigia até o altar do holocausto. O altar apontava para Cristo e o seu sacrifício na cruz. Vários animais eram mortos para cobrir os pecados, todavia o sacrifício de Jesus foi único e substitutivo: “mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6).
Depois de entrar no pátio, se purificar na bacia de lavar e oferecer sacrifícios pelo pecado, o sacerdote podia entrar em um lugar ainda mais reservado, o lugar Santo. Ali ele veria a luz do castiçal de ouro (Êx 25.31-40) que apontava para Jesus Cristo, a luz do mundo (Jo 8.12). No lugar santo também era colocada a mesa com os pães da proposição e o altar de incenso.
O terceiro e último compartimento era o Santo dos Santos, um local restrito, onde somente o sumo sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. Dentro deste compartimento secreto ficava a arca da aliança.