quarta-feira, 27 de março de 2019

Lição 13 - 1º Trimestre 2019 - O Deserto Vai Passar - Jovens.

Lição 13 - O Deserto Vai Passar

1º Trimestre de 2019
Introdução
I-Chegando ao Fim da Jornada
II-Fé e Herança
III-O Fim da Jornada
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar o perigo de ficar no limiar da Terra Prometida;
Compreender que para receber os benefícios do Senhor é preciso ter fé;
Conscientizar de que um dia nossa jornada nesse mundo chegará ao fim.
Palavras-chave: Peregrinação no deserto.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Reynaldo Odilo:
INTRODUÇÃO
Os israelitas estavam acampados nas campinas de Moabe, do outro lado do Jordão, em frente a Jericó, e, possivelmente, contemplando, ao longe, as fortes e altas muralhas da cidade. Eles se posicionavam para entrar na Terra Prometida. Aquilo parecia um sonho dourado. O tempo do deserto passou. Essa imagem parece muito com a descrição de um sonho registrado por John Bunyan, em seu fenomenal O Peregrino, ao narrar que Cristão e Esperançoso chegaram ao fim da jornada, à Terra da Noiva, e, nos primeiros instantes, atravessando o território, deleitaram-se bastante, ouvindo os pássaros cantarem e vendo as flores brotarem.
Bunyan relata que os peregrinos estavam, agora, fora do alcance do gigante Desespero e nem sequer avistavam mais o Castelo da Dúvida, mas já enxergavam, ao longe, a Cidade Celestial. Naquela terra, disse ele, enquanto caminhavam, encontraram abundância de tudo aquilo que vinham buscando em toda a peregrinação. Então, à proporção que iam se aproximando, perguntaram ao jardineiro sobre a propriedade dos jardins e pomares, ao que ele respondeu: 
— São do Rei e foram plantados aqui para deleite dele mesmo, e também para consolo dos peregrinos. Então os levou aos vinhedos, oferecendo-lhes as delícias que ali havia. Também lhes mostrou as veredas do Rei, onde ele gostava de ficar.1 
Essa era a sensação que deveria envolver aquela grande multidão. O fim de uma jornada que durou cerca de quarenta anos, num ambiente onde os gentios, em regra, não se arriscavam a fixar residência, pelas condições extremamente desfavoráveis — um “grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de terra seca, em que não havia água” (Dt 8.15, ACF) —, estava acabando e, em breve, chegaria um tempo de delícias que o Senhor estava lhes preparando.
A geração que atravessou o Mar Vermelho a pé enxuto havia sido consumida durante a peregrinação. Entretanto, nenhum deles faleceu por falta do cuidado de Deus, mas por causa da desobediência; tentaram a Deus e caíram no deserto (Hb 3.16,17).
Agora, na hora crepuscular da caminhada, frente a frente com a bênção, o Senhor oferece-lhes uma visão extraordinária sobre o futuro. Eles têm direito a uma herança pela fé. Deus fez com que avistassem a Terra Prometida, ouvissem os ecos e percebessem os cheiros daquele lugar que manava leite e mel. O tempo do deserto terminou. É bem verdade que ainda existiriam conflitos para os hebreus, depois do Jordão, mas aqueles instantes ali eram de profunda paz e consolo; no fim de tudo, eles podiam crer, a conquista seria completa e absoluta.
I – CHEGANDO AO FIM DA JORNADA
1) A Antecipação da Herança 
Buscar algo que se tem direito antes do tempo determinado, via de regra, não produz bons resultados duradouros. Está escrito: “A posse antecipada de uma herança no fim não será abençoada” (Pv 20.21, ARA). A história do filho pródigo, dentre muitas outras, apresenta essa realidade de maneira insofismável. Essa perícope, que trata do pleito dos filhos de Rúben, Gade e de metade da tribo de Manassés para herdarem territórios que não faziam parte do perímetro descrito pelo Senhor, mostra-se como um exemplo cabal de precipitação.
O líder, Moisés, indignou-se bastante ao supor que os solicitantes queriam receber terras conquistadas por todos e, depois, desprezar o projeto de Deus. Quando, porém, os requerentes explicaram o que desejavam, houve a concordância. Pode então surgir a pergunta: Se era tão prejudicial ficar ao leste do Jordão, por que Moisés autorizou a antecipação da herança das duas tribos e meia? A questão principal é que herança, inclusive aquela vinda de Deus, é algo que só recebe quem quer. As duas tribos e meia desprezaram todo o esforço empreendido e, por isso, pagaram um alto preço anos depois. Flávio Josefo relata:
Números 32. Nesse mesmo tempo, as tribos de Gade e de Rúben e a metade da de Manassés, que eram muito ricas em gado e em todas as espécies de bens, rogaram a Moisés que lhes desse o país dos amorreus, conquistado algum tempo antes, porque era muito rico em pastagens. Esse pedido fê-lo crer que o desejo deles era evitar, sob esse pretexto, o combate contra os cananeus. Assim, disse-lhe que era apenas por covardia que lhe faziam aquele pedido, para viver em tranquilidade numa terra conquistada pelas armas de todo povo […].
Eles responderam que estavam tão longe da intenção de querer evitar o perigo quanto desejavam colocar, por esse meio, as suas mulheres, os seus filhos e os seus bens em segurança, para estar sempre prontos a seguir o exército aonde os quisessem levar. Moisés, satisfeito com a explicação, concedeu-lhes o que pediam […], com a condição de que essas tribos marchariam com as outras contra os inimigos até que a guerra estivesse terminada. Assim, eles tomaram posse daquele país e ali construíram cidades fortificadas. Puseram nelas as suas mulheres, filhos e bens, a fim de estarem mais livres para tomar as armas e cumprir a sua promessa.2
Registre-se, entretanto, que, de acordo com Josué 4.12,13, apenas 40 mil rubenitas, gaditas e da tribo de Manassés combateram a favor de Israel, ao passo que o número total deles (Nm 1.20,24,34) era de 108.250 soldados. Provavelmente, então, 68.250 guerreiros ficaram a leste do Jordão protegendo suas famílias e bens, enquanto Israel lutava as guerras do Senhor. Dificilmente uma divisão traz benefícios! Aliás, está escrito: “Busca seu próprio desejo aquele que se separa; ele insurge-se contra a verdadeira sabedoria” (Pv 18.1).
3) O Perigo de Ficar à Margem de Canaã 
O território que anteriormente era ocupado por Seom, rei do amorreus, e Ogue, rei de Basã, tinha bastantes coisas favoráveis, como bons currais para o gado, pastagens em abundância, água em reservatórios, etc., mas isso não era tudo. Havia um detalhe crucial: aquele lugar não era o território da promessa, pois para chegar era preciso, antes, atravessar o rio. Ló, quando viu as campinas de Sodoma e Gomorra, teve a impressão de que era o jardim do Senhor, mas o final foi a ruína precoce. Ao que parece, igualmente, os rubenitas, gaditas e os homens da meia tribo de Manassés, embevecidos pela possibilidade de receberem antecipadamente “a parte da herança”, não perceberam o perigo que corriam em ficar, na verdade, com um território no “limiar da herança”. Matthew Henry faz uma interessante constatação, alusiva a Números 34.1-15:
Aqui temos a definição da linha pela qual a terra de Canaã foi medida e limitada por todos os lados. […] Havia uma concessão muito maior prometida a eles, a qual, no devido tempo, teriam possuído, se tivessem sido obediente, chegando até o rio Eufrates, Deuteronômio 11.24. E até lá o domínio de Israel estendeu-se, nos tempos de Davi e de Salomão, 2 Crônicas 9.26. Mas o que aqui está descrito é apenas Canaã, que era a parte das nove tribos e meia, pois as outras duas e meia tribos já tinham se assentadas, vv. 14,15. […] Aqueles que estivessem dentro destas as fronteiras, e somente a eles, os israelitas deveriam destruir. Até aqui a sua espada sanguinária devia ir, e não além.3 
Como mencionado, o compromisso de Deus era abençoar o povo dentro das fronteiras delineadas, ficando as duas tribos e meia desprotegidas espiritualmente. Eles estavam, conforme visto no item anterior, fora do tempo, e, como demonstrado aqui, fora do lugar. Tempo e lugar, kairós e geografia, têm tudo a ver com a nossa vitória, pois a bênção constitui-se num fato determinado por variantes de obediência, tais como: modo, tempo e lugar. No fim, havendo total concordância com Deus, a bênção “enriquece e não acrescenta dores”. 
A geografia, portanto, aqui traduzida como “o lugar em que estamos”, também necessita ser a determinada pelo Senhor, a fim de o projeto frutificar, não bastando apenas fazer o que é certo. Essa circunstância demonstra que o plano original de Deus não envolvia apenas a conquista da terra, mas, sobretudo, a vida comunitária e espiritual subsequente e, sem dúvida, as duas tribos e meia também faziam parte disso. Moisés, porém, satisfez-se com o compromisso das duas tribos e meia de lutarem por Canaã, mas não buscou a Deus para saber a opinião dEle, tomando uma decisão politicamente correta, evitando, com isso, estabelecer outro conflito nesse momento. Ademais — pode ter pensado —, criaria mais espaço do outro lado para as nove tribos e meia restantes. Algo aparentemente muito bom. Entretanto, o futuro revelaria o erro daquela escolha, pois aqueles israelitas — separados do restante das tribos pelo Jordão e sem nenhuma defesa natural contra os inimigos — foram os primeiros a se tornarem idólatras e, vulneráveis estrategicamente, também os primeiros a serem levados cativos à Assíria (1 Cr 5.25,26), para nunca mais voltar.
Escolhas cheias de boas intenções e compromissos, mas não calcadas no solo da vontade do Senhor, como aconteceu com os homens que decidiram construir a torre de Babel, e também neste episódio, podem até durar por algum tempo, mas não subsistem para sempre. Nesse caso, embora Moisés tenha concordado, as duas tribos e meia tinham um sério problema conceitual: não anelavam verdadeiramente entrar na Terra Prometida, pois qualquer campina, em condições adequadas, serviria para eles viverem. Além disso, poderiam raciocinar, os territórios estavam separados apenas por um rio; seremos vizinhos e amigos. O discurso poderia até ser bonito e sincero, mas a realidade era outra, pois permanecer às margens da Terra Prometida não é o mesmo que estar lá. Que diferença com o espírito de Moisés, para quem conquistar Canaã era o projeto mais importante da vida!
3) Recordando a Viagem no Deserto 
Depois da purificação do exército de Israel (Nm 31) e da resolução sobre as terras a leste do Jordão, que ficaram com Rúben, Gade e metade da tribo de Manassés (Nm 32), chegou a hora da despedida do grande líder. Moisés, então, faz um longo discursos em que aborda a história de quarenta anos de travessia pelo deserto, começando com a saída do Egito (Nm 33), pois existem momentos que se deve fazer uma retrospectiva da vida.Cuidadoso, Moisés fez um registro das peregrinações — as jornadas do Egito até as campinas de Moabe — a fim de analisar os progressos, as quedas, os aprendizados, propiciados ao longo dessa travessia. Ele sabia que o tempo de sua partida era chegado e que aquela geração deveria absorver, ao máximo, os conselhos de Deus. Lembre-se de que, após os acontecimentos do livro de Números, Moisés repetiu longamente tudo o que Deus falou (o livro de Deuteronômio) e, só então, passou pelos portais da eternidade, no monte Nebo. Por enquanto, o grande legislador hebreu voltou-se a ler o relatório da caminhada no deserto, trazendo uma carga de informações geográficas (e também espirituais) valiosas, demonstrando a consequência da desobediência do povo — a rota nunca seguiu para um lugar adiante, em progresso a um objetivo, mas andavam em círculos; no versículo 38, Moisés dá uma pausa em seu detalhado relatório, a fim de mencionar um fato importante: a morte de Arão (ele é o símbolo de alguém que foi proibido de seguir adiante, por causa de rebelião). Com aquela menção, Moisés recorda as centenas de milhares de pessoas falecidas na caminhada para, logo após, seguir até o versículo 49, com a chegada ao lugar em que se encontravam. Olhar o passado produz excelentes ensinamentos sobre como viver no presente.
Por fim, o Senhor (vv. 50-56) advertiu o povo sobre as consequências para quem se tornar relapso em obedecer a Ele. Aquelas palavras derradeiras tinham um forte peso, pois os ouvintes entenderam bem o que se passou. Certamente os israelitas souberam interpretar de modo coerente todo aquele relato histórico. O amor do Altíssimo por seu povo, a cada nova perícope das Escrituras, mostra os contornos de um Pai cuidadoso, que não quer que nenhum dos seus filhos se perca, mas cheguem ao pleno conhecimento da verdade (1 Tm 2.4).
Deus, às vezes, deseja que seus servos “reduzam a marcha e puxem o freio de mão”. Por isso, há horas em que o melhor a fazer é parar, ouvir a voz da experiência (interna ou externa) e refletir sobre a jornada. Esse exercício apresenta-se sumamente importante, conforme fez Moisés ao compor o Salmo 90, verbis:
Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. […] Tu os levas como corrente de água; são como um sono; são como a erva que cresce de madrugada; de madrugada, cresce e floresce; à tarde, corta-se e seca. Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor somos angustiados. Diante de ti puseste as nossas iniquidades; os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto. Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro. […] Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio. […] Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal. Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória, sobre seus filhos.4 
Espera esse o tipo de reflexão que Moisés, com a narrativa de Números 34, queria incutir no povo. Aliás, tal circunstância foi bem compreendida por Spurgeon, que afirmou:
Salmo 90. […] A condição de Israel no deserto é tão preeminentemente explicada em cada versículo […]. Moisés canta sobre a fragilidade do homem e a pouca duração da vida, comparadas aqui com a eternidade de Deus […]Depois de sua saída do Egito, o seu tempo foi absolutamente desperdiçado, e não era digno de ser o assunto de uma história, mas somente de um “conto ligeiro”; pois somente foi para passar o tempo, como contando histórias, que eles passaram aqueles anos no deserto; todo esse tempo eles estavam se consumindo, e outra geração estava surgindo […].5 
Era o momento de reflexão, colocar a boca no pó, talvez ainda houvesse esperança. 
II – UMA VISÃO EXTRAORDINÁRIA 
1) Chegando ao Fim da Viagem 
O povo tinha fixado o acampamento “nas campinas dos moabitas, junto ao Jordão, [na direção] de Jericó” (Nm 33.50). Trinta e oito anos atrás, eles estavam em Cades Barneia (Nm 13) quando decidiram retroagir ao Egito. Naquele momento, a nação era formada por ex-escravos. Nesse instante, porém, os sobreviventes do deserto não cogitavam voltar atrás, mas conquistar a promessa. Deus, vendo isso, não enviou doze espias a Canaã. A nova geração estava pronta para a maior empreitada de suas vidas.
Deus, em algum ponto da trajetória cristã, guia seus filhos por desertos tormentosos, e, na maioria das vezes, as pessoas envolvidas não compreendem o agir divino. Na verdade, em regra, na Bíblia, as pessoas não compreenderam suas responsabilidades espirituais no tempo em que viviam, como bem percebeu Jacó Armínio, ao ensinar que todos os assuntos teológicos “excedem a capacidade e energia mental de todos os seres humanos, e dos próprios anjos”.6  Tal incompreensão aconteceu não só com os hebreus peregrinos (Nm 13,14), mas também com a humanidade pré-diluviana, com os habitantes de Sodoma e Gomorra, com os moradores de Jerusalém que foram para o exílio, com os judeus da época de Jesus (Lc 19.43), dentre muitos outros. Uma coisa é certa: podemos ficar calmos ante aos desafios, porque o Senhor nunca erra, nem se atrasa, ou permite que a luta da vida seja mais dura do que precisa. 
2) A Herança pela Fé — uma Visão 
Em Números 34.2, Deus está falando sobre o futuro, no qual os israelitas herdariam pela fé a Terra Prometida. A vinda do tempo de Deus para aquela geração não tardaria. As profecias bíblicas, agora, teriam seu cabal cumprimento.
Entretanto, vislumbra-se o Senhor estabelecendo os limites da Terra Prometida. Isso, certamente, tinha dois propósitos. O primeiro era que o Altíssimo estava fornecendo uma visão, pela fé, que é um tipo de comunicação que faz o povo de Deus seguir em frente; afinal, só se anda até onde se pode enxergar. À vista dos olhos dos israelitas, não havia nenhuma possibilidade de êxito, mas a visão espiritual fornecia a eles o combustível necessário para lançá-los às guerras iminentes. Como dito anteriormente, curioso como nada foi dito sobre os que receberam sua herança com antecedência, à margem de Canaã.
Mas ainda existe outra questão de suma importância, que será analisada no próximo tópico.
3) A Herança pela Fé — uma Proteção 
Se o Senhor, ao estabelecer os limites da herança imobiliária israelita, estava, por um lado, enxertando fé no povo, por outro, vacinava-o contra a cobiça. Nesse particular, Matthew Henry arrazoa:
Deus não desejava que o seu povo aumentasse o seu desejo de possessões mundanas, mas que soubesse quando tivesse o suficiente, e ficasse satisfeito com isto. Os próprios israelitas não deveriam estar sozinhos no meio da terra, mas deveria deixar lugar para que seus vizinhos vivessem a seu lado. Deus determinou os limites da nossa terra. Devemos, então, definir limites aos nossos desejos, fazendo com que o nosso pensamento e a nossa vontade estejam de acordo com nossa condição.7 
Fazendo coro com o que apontou Matthew Henry, verifica-se que o Eterno não desejava que a aquisição de possessões mundanas fosse a força motriz de Israel — eles precisavam anelar, como Abraão, a cidade que tem fundamentos (Hb 11.10)! Esse equilíbrio que o povo de Deus precisa ter, pode ser resumido nas seguintes expressões do apóstolo Paulo: “já aprendi a contentar-me com o que tenho” (Fp 4.11) e “em todas estas coisas somos mais do que vencedores” (Rm 8.37).
III – O FIM DA JORNADA
Números 35 e 36 trazem as derradeiras providências de Moisés para o povo, pouco antes da entrada em Canaã. Segue-se, após, a repetição da lei em Deuteronômio e a morte de Moisés, quando se encerra a história da caminhada de quarenta anos no deserto.
1) A Oferta aos Levitas 
Depois de determinar a divisão da terra, o Senhor fez lembrar da necessidade de os levitas morarem em cidades próprias (Nm 35.1-8) e da existência, também, de cidades de refúgio (Nm 35.9-15). A generosidade do povo para com os oficiais da adoração ao Senhor era uma questão muito importante, a fim de que o culto ao Deus verdadeiro que, naquela época, implicava muitos sacrifícios e ofertas rituais, não ficasse deserto, o que foi regiamente obedecido. 
2) Estabelecimento Leis Justas 
Em Números 35.16-34, o Senhor entregou, por intermédio de Moisés, as últimas leis penais (homicídio culposo e doloso), estabelecendo critérios de santidade e justiça para a vida em sociedade. “Mais uma vez, a preocupação central aqui expressa diz respeito à pureza e santidade. Se as regras divinas para a vida cotidiana não fossem seguidas, a terra seria profanada (v. 33) e contaminada (v. 34)”;8  por isso, tais determinações seriam atendidas.
Por fim, tratou acerca da previsão de herança para mulheres (Nm 36, atualizando a “jurisprudência” anterior — Nm 27.1-7), estabelecendo um novo padrão universal de interpretação legislativa. As mulheres, sempre discriminadas, agora teriam, dentro de certas condições, situação análoga à dos homens, constituindo-se num lampejo daquilo que surgiria, em relação às mulheres, quando o evangelho do Senhor fosse pregado no mundo. As leis tinham, portanto, um propósito maior: apontavam, sobretudo, para a justiça que provém da cruz do Calvário. Eram justas, proféticas e messiânicas.
3) Conquistando o Impossível
Ao longo de quarenta anos, Israel palmilhou por uma estrada de muitas dificuldades. Agora, às margens da Terra Prometida, receberia as últimas instruções de Deus e, debaixo da sua bênção, entraria em Canaã, para conquistar o que aparentemente era impossível. Isso poderia ter acontecido há quase quatro décadas, mas, pela incredulidade da primeira geração de hebreus, a porta foi fechada.
Agora, o caminho estava aberto. Uma nova geração, que cresceu no deserto, marcharia vitoriosa. O rio Jordão estava cheio, transbordando pelas suas ribanceiras, mas não haveria problema quanto a esse fato. Deus cumpriria brevemente o que prometeu.
A vida do povo de Deus é mesmo assim: são muitas estradas empoeiradas pelas quais se deve trilhar, tendo em vista o aprimoramento espiritual e conhecimento mais aproximado do caráter de Deus para, depois, poder tomar posse das bênçãos que estão preparadas para aqueles que o amam.
CONCLUSÃO
A caminhada do povo de Senhor, pelo deserto deste mundo, assemelha-se a uma odisseia, mas o seu fim sempre será glorioso. O livro de Números, ao narrar a caminhada dos hebreus, com seus altos e baixos, constrói um protótipo extraordinário da experiência de fé de cada servo de Deus, em todos os tempos, podendo, pelos detalhes exuberantes, ser considerado O Peregrino (de John Bunyan) do Antigo Testamento. Cabe a cada pessoa que se apropriar dessas histórias, assim, guardar as importantes aplicações práticas para o cotidiano da vida.                                                                            
*Adquira o livro do trimestre. ODILO, Reynaldo. Rumo à Terra Prometida: A Peregrinação do Povo de Deus no Deserto no Livro de Números. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1   BUNYAN, John. O peregrino. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 143, 144.
2 JOSEFO, Flávio. História dos hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 214, 215.

3 HENRY, Matthew. Comentário bíblico do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 554, 555.4 Salmos 90.1,5-9,12,15,16.
5 SPURGEON, Charles. Os tesouros de Davi. vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 682, 690, 691, 701.
6 ARMÍNIO, Jacó. As obras de Armínio. vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 26.
7 HENRY, Matthew. Comentário bíblico do Novo Testamento. vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 555.
8 HAMILTON, Victor P. Manual do Pentateuco. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 413.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

quinta-feira, 21 de março de 2019

Lição 12 - 1º Trimestre 2019 - A História de um Perfume - Maternal.

Lição 12 - A história de um perfume

1º Trimestre de 2019 
Objetivo da lição: Que o aluno descubra que o melhor presente que pode dar a Jesus é o próprio coração e, então, o seu serviço para Ele.
Para guardar no coração: “[...] Ela fez para mim uma coisa muito boa” (Mt 26.10).
Nesta lição, o aluno vai conhecer a história de uma mulher que perfumou os pés de Jesus com um perfume muito caro e depois secou os pés dEle com os seus cabelos. Aquela mulher ofereceu a Jesus o que ela tinha de melhor. Hoje, Jesus quer de nós o nosso coração como presente para Ele.
Após narrar a história bíblica em sua totalidade e realizar as atividades propostas na revista do professor, caso ainda haja tempo, sugerimos que faça cópias da atividade a seguir. Oriente os alunos a enfeitarem o coração que darão de presente para Jesus.
Hoje, estimule as crianças a oferecerem a Jesus os seus coraçõezinhos.   
coracao licao12 maternal 

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Lição 12 - 1º Trimestre 2019 - Um Dia Muito Triste para o Amigo - Jd. Infância.

Lição 12 - Um Dia Muito Triste para o Amigo!

1º Trimestre de 2019
Objetivos: Os alunos deverão compreender que a morte de Jesus faz parte do plano de salvação; e saber que Jesus morreu em nosso lugar porque nos ama.
É hora do versículo: “[Jesus] disse: — Tudo está completado!” (Jo 19.30).
Na lição de hoje, as crianças aprenderão que Jesus foi preso e morto sem ter feito nada de errado. Sem ter cometido crime algum. Ele morreu por nós, para nos limpar dos nossos pecados e nos dar a salvação.
A melhor preparação para a salvação é ensinar as crianças a amar e obedecer a Deus. Quando tiverem idade suficiente para compreender que Deus quer que se arrependam dos seus pecados, recebendo o seu perdão, então verão que é necessário obedecê-lo nisso também. Uma outra questão que preocupa os professores é: quanto da teologia as crianças necessitam compreender para alcançar a salvação? Alguns dizem que “Ninguém pode obter salvação se não compreender que Cristo morreu pelos nossos pecados”. Outros estudiosos do pensamento infantil, retrucam que as crianças não são capazes de compreender a lógica desta afirmação. A compreensão de que Cristo morreu por nossos pecados exige mais lógica do que nos parece, porque já estamos familiarizados com esta verdade. Mas o fato é que a salvação não é uma experiência primariamente cognitiva. É uma experiência espiritual, concretizada pelo Espírito Santo. 
Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja algum tempo, sugerimos uma atividade extra para os alunos colorirem o desenho da cruz onde Jesus foi pendurado pelos nossos pecados. Reforce que Jesus não está mais nela. Hoje a cruz está vazia.
cruz.licao12.jardim
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância 

Lição 12 - 1º Trimestre 2019 - O Deus Que Ouve - Juniores.

Lição 12 - O Deus que Ouve

1º Trimestre de 2019 
Texto Bíblico: 1 Samuel 1.8-28.
Prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana o estudo abordado diz respeito à resposta de Deus àqueles que clamam por sua providência. Sim! Deus responde às orações, mesmo quando a sua resposta é o silêncio.
E o que é a oração?
Ao longo da Bíblia, o povo de Deus — e o próprio Jesus — são descritos orando. Você tem de pensar na oração como um exercício espiritual básico que todos que tentam levar uma vida cristã têm de aprender. Porém muitos aprendem que temos de orar mesmo quando não temos um motivo específico para isso.
Nosso caminho para Deus.
A Bíblia é sobre vir e conhecer a Deus. Embora Ele seja muito maior que tudo que conseguimos imaginar, Ele condescendeu — por mais incrível que seja — em pedir nossa amizade! A oração é um dos meios pelos quais a amizade se desenvolve. Quando oramos, conversamos pessoalmente com Deus e abrimos nosso coração e nossa vida para Ele, ouvindo o que Ele quer nos dizer.
Podemos, como cristãos, ir livremente a Ele e sem temor por causa do que Jesus fez por nós (Hb 10.19,20). E mais, todas as promessas de Deus ficam disponíveis para nós por intermédio dEle (2 Co 1.20).
O segredo da bênção.
O fato é que Deus se comprometeu a ouvir e responder as orações de seu povo. Somos informados uma vez após outra — e Jesus nos lembra — que o que Deus quer fazer em nós e por nós, de alguma maneira, depende de pedirmos a Ele que faça isso (Mt 7.7,8; Tg 4.2). A oração é o meio concedido por Deus de admiti-lo em nossa vida e necessidades.
Em sua Palavra, Ele nos dá inúmeras promessas e comprometeu-se a cumpri-las quando as levamos a sério (por exemplo, 2 Cr 7.14; Sl 50.15; Jr 33.3). A verdadeira oração começa quando começamos a aceitar a Deus em sua Palavra.
As armas para a batalha.
Jesus não só chama a desfrutar suas bênçãos, mas também nos envolve em uma batalha espiritual para a qual precisamos de uma armadura e de armas. A oração é uma das armas (Ef 6.14-20). Observamos como ela funciona quando os cristãos primitivos, no livro de Atos, reagiram aos ataques do Diabo com oração (4.23,24; 12.5). É por meio da oração que colaboramos com o mundo. Assim, a oração não é apenas um passatempo prazeroso; ela também funciona e combate.
(Texto extraído da obra Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 591).
Utilize essas informações para esclarecer aos seus alunos que a oração é indispensável para a vida cristã. Não podemos deixar de orar e apresentar a Deus nossas necessidades. Além disso, não podemos também deixar de agradecer a Deus por seu amor, graça e proteção. Ensine aos seus alunos que devem orar a Deus pela manhã, agradecendo pela boa noite de sono; no momento das refeições, expressando gratidão a Deus pelo alimento; e, ao final do dia, devemos agradecer a Deus por nos conceder a graça de estarmos vivos. Isso não significa que eles não poderão orar durante o dia, ou em qualquer situação, apenas é uma dica para que eles tenham a disciplina de orar sempre. Ao final, reúna a sua turma e ore com eles.
Por Thiago Santos.
Educação Cristã.

Lição 12 - 1º Trimestre 2019 - O Consolador - Pré Adolescentes.

Lição 12 - O Consolador 

1º Trimestre de 2019
A lição de hoje encontra-se em: João 14.16,26; 15.26; 16.7,8.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão a respeito da Pessoa do Espírito Santo, assim como de sua obra. Como já falamos em outra ocasião o Espírito Santo não é uma energia, e sim uma Pessoa. Desta forma, Ele possui sentimentos, tem vontade própria e caráter próprio. Mas, além dessas características, o Espírito Santo também realiza algumas obras para que a humanidade tenha acesso livre a Deus. Vejamos:
Ele convence do pecado.
Graças ao fato de o Espírito Santo ser conhecido como uma pessoa a vida dos indivíduos está aberta para seu escrutínio. Nossas necessidades podem ser totalmente supridas por Ele, pois Ele é Deus.
Sua obra, como o Espírito da verdade, é convencer o descrente de estar errado. Isso não se alcança por meios humanos — só acontece enquanto o Espírito Santo faz com que a mensagem da Bíblia se torne uma força viva no coração e consciência da pessoa. Dessa forma, o Espírito Santo abre os olhos dos homens e das mulheres para a verdadeira condição espiritual em que se encontram.
Ele ilumina a verdade.
Como foi o Espírito Santo que inspirou a escrita da Palavra de Deus, então é Ele que nos mostra o que a Bíblia quer nos transmitir. Ele torna as palavras da Bíblia compreensíveis e relevantes para a nossa vida.
Sem a obra do Espírito Santo em nos esclarecer a verdade, a mensagem de Deus continua nebulosa e pode até mesmo parecer absurda ou ofensiva.
Ele revela Cristo.
Os apóstolos foram ensinados que, quando o Espírito viesse com poder sobre eles, sua tarefa seria pôr o foco em Cristo, e não em si mesmo.
Esse é o padrão da experiência cristã. Os discípulos, a partir do Dia de Pentecostes, passaram a ter consciência de Cristo e seu amor, e não tanto do Espírito que agora controlava a vida deles. Era de fato o Espírito de Cristo que agora governava os discípulos.
Ele vive nos crentes.
O Antigo Testamento reconhece que o Espírito trabalha de forma seletiva, limitando sua atividade a certos indivíduos e tarefas. Os profetas, no entanto, predisseram um tempo vindouro em que Deus poria seu Espírito permanentemente na vida de todo o seu povo. Essa profecia foi por fim cumprida no Dia de Pentecostes.
O apóstolo Paulo escreve que Cristo faz morada no coração dos discípulos, pois é obra do Espírito tornar Cristo real para o cristão. Todos que pertencem a Cristo têm o Espírito Santo. Ele nos fortalece e nos equipa para toda a vida em Cristo.
Ele nos inspira a oração.
Graças ao fato de o Espírito ser o Consolador ou Conselheiro, podemos buscá-lo para nos auxiliar em todas as formas do serviço cristão e da guerra espiritual.
Em particular, o Espírito ajuda-nos a orar, porque compreende nossas fraquezas. Ele não permite que a oração se degenere em mero trabalho enfadonho ou rotina desprovida de poder.
Ele nos prepara para o céu.
Toda a vida cristã é direcionada pelo Espírito Santo. O cristão foi libertado do controle do pecado, e Deus não mais o julga por suas transgressões. Entretanto, embora o pecado não tenha mais controle, o discípulo de Cristo enfrenta uma batalha durante esta vida para desenvolver um caráter cristão. É o Espírito que ajuda o cristão nessa batalha e o prepara para a glória do céu.
(Texto extraído da obra Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, p. 450).
Considere as informações acima e converse com seus alunos sobre situações possíveis em que o Espírito Santo atua na vida dos crentes. Pergunte se eles já se depararam com algum desses momentos e dependiam da ajuda do Espírito Santo para iluminar o entendimento deles e mostrar-lhes a verdade.
Por Thiago Santos.
Educação Cristã.

Lição 12 - 1º Trimestre 2019 - Na Vinda de Jesus, Boa Esperança - Adolescentes.

Lição 12 - Na Vinda de Jesus, Boa Esperança

1º Trimestre de 2019
ESBOÇO DA LIÇÃO:
A VINDA DE JESUS
O ARREPENDIMENTO DA IGREJA
A SEGUNDA VINDA VISÍVEL
OBJETIVOS:
Explicar
 a doutrina sobre a vinda de Jesus;
Definir o arrebatamento da Igreja;
Destacar a segunda vinda visível.
Prezado professor, prezada professora
A lição desta semana tem como tema “a vinda de Jesus”. O objetivo desse estudo é explorar a doutrina cristã sobre a vinda de Cristo, bem como, numa perspectiva singular, a doutrina do arrebatamento da Igreja e a segunda vinda visível de Cristo.
Entretanto, é importante destacar na aula que, se por um lado devemos aguardar com grande expectativa a vinda de nosso Senhor, por outro, devemos tomar o cuidado de não priorizar uma doutrina em detrimento das outras e tentar descobrir coisas que não nos foram reveladas. Há uma história triste que remete-nos a esse problema.
Certa vez, um homem chamado Willian Miller (ou Guilherme Miller), no ano de 1831, através de uma série de cálculos, popularizou a interpretação de Daniel 8.14 cujo resultado previa a volta de Jesus em 22 de Outubro de 1844. Miller errou na interpretação e até hoje o nosso Senhor não veio! Anteriores a Willian Miller, outros intérpretes chegaram às conclusões semelhantes: o Jesuíta Manuel Lacunza (1731-1801); o jurista mexicano, Gutierry de Rozas (1835); Adam Burwell, missionário canadense da sociedade para propagação do Evangelho (1835); R. Scott, padre anglicano e, em seguida, pastor Batista (1834); o missionário inglês, Joseph Wolff (1829).
A doutrina das últimas coisas não é para trazer confusão, mas esperança e consolo para a nossa alma. Por isso, deixo um texto extraído da obra “Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal”, editada pela CPAD, para a ampliação da reflexão acerca da escatologia como esperança para a vida cristã:
“Paulo declara enfaticamente que, sem Cristo, as pessoas não têm esperança (Ef 2.12); isto é: não têm o tipo de esperança a que a Bíblia se refere. Muitas outras religiões têm um conceito cíclico da História, como se tudo se repetisse, não oferecendo nenhum alvo futuro.
[...] A Bíblia rejeita, como falsas, todas essas expectativas, pois vazias, sem sentido, degradantes, vilificantes. Os crentes têm uma melhor esperança, em e através de Cristo, que é pessoalmente a nossa esperança (Cl 1.27; 1 Tm 1.1). A Bíblia apresenta um conceito a História basicamente linear, que espera no presente e num futuro glorioso. A Epístola ao Hebreus conclama os que ‘pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta’ a ficarmos grandemente encorajados: ‘retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu’ (Hb 6.18; 10.23). Conforme diz Paul Minear, essa esperança não é nenhuma ‘possibilidade vaga do futuro’. Desde o princípio, Deus tinha em mente as últimas coisas. É verdade que a Bíblia centraliza a sua atenção na primeira vinda de Cristo, que levou a efeito a salvação, e fez com que o futuro irrompesse no presente de forma promissora. Mas a Segunda Vinda de Cristo, que introduzirá a consumação do plano de Deus e da glória da qual compartilharemos, também está sempre em mira” (HORTON, Stanley M. (Ed.) Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp.610-11).
Boa aula!
Por Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor Responsável pela revista Adolescentes Vencedores 

Lição 12 - 1º Trimestre 2019 - Louvor no Novo Testamento - Juvenis.

Lição 12 - Louvor no Novo Testamento

1º Trimestre de 2019
“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração” (Cl 3.16).
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. JESUS – O MOTIVO DO LOUVOR
2. JESUS DEVE SER ADORADO
3. O LOUVOR NA IGREJA PRIMITIVA
4. E O NOSSO LOUVOR?
OBJETIVOS
Apresentar o louvor e adoração a Jesus ao longo do Novo Testamento;
Pontuar os princípios de um louvor cristocêntrico;
Estimular os alunos a reconhecerem se um louvor é cristocêntrico ou não.
Querido (a) professor (a), vamos para a penúltima aula do trimestre. Ao decorrer dessas aulas, você e sua turma conseguiram botar em prática algumas das ideias sobre o tema que fomos sugerindo aqui neste espaço?! Ainda há tempo. Quem sabe aproveite o final desta próxima aula para prepararem ou acordarem os ajustes finais para a última aula, fechando nosso estudo sobre “Louvor e Adoração” com chave de ouro. Recapitulando algumas para sua inspiração: Organizar um louvorzão em algum local público; compor uma canção; apresentar um hino conhecido com um novo arranjo ou estilo musical; fazer paródias divertidas, versão evangélica de alguma música; também podem organizar uma versão gospel da brincadeira “Qual é a Música”; postar nas redes sociais um desafio musical, cuja apresentação pode ocorrer ao final da aula, em estilo acústico ou “pocket show”.
Abaixo, para nos aprofundarmos no debate e reflexão acerca do tema de nossa próxima aula, sugerimos a leitura deste artigo publicado no nosso Portal CPAD News, que é de autoria do pastor Douglas Baptista, presidente do Conselho de Educação e Cultura da CGADB, doutor em Teologia Sistemática e mestre em Teologia do Novo Testamento.
A música e o louvor na igreja
Música é cultura; ela expressa os padrões de comportamento de um povo. A boa música pode contribuir para dignificar ou rebaixar uma cultura. Na cultura musical alguns sons não louvam a Deus, pois são identificados apenas como acordes, cujos ritmos embalam a carne e despertam sensualidade e erotismo No entanto, alguns destes sons foram inseridos de modo sutil em nossas igrejas.
Louvor não é questão de escolha ou gosto pessoal, é um mandamento divino. O homem foi formado para louvar a Deus, e assim, louvar é externar gratidão ao Senhor. A forma de louvar não pode ser decidida pela criatura, mas o Espírito Santo é quem ensina como se deve louvar ao Criador. Quando a decisão é tomada exclusivamente pelo homem, a tendência é de que a adoração e também a música fique corrompida.
Deste modo, no meio evangélico, já se pode observar danças sensuais, gritos e gritinhos escandalosos, música ensurdecedora e tambores que rufam e dão o ritmo musical para “satisfazer” a carne e “animar” os adoradores. Assim, em grande parte do universo da adoração evangélica muitos estão cantando, mas não estão louvando a Deus.
Em muitos casos o pastor é assediado por músicos e cantores que querem mudar a liturgia musical do culto. Desejam inserir melodias e ritmos estranhos a música cristã. Frequentemente condenam o uso dos “hinários” e querem substituí-los por canções modernas. Procuram introduzir “coreografias” sensuais e “expressões corporais” durante a ministração do louvor. Colocam o adorador em evidência e não Aquele que é digno da adoração.
A displicência de alguns vem causando estrago na igreja. Os modismos já dividiram ministérios. Líderes há que não admitem o erro, outros, porém são tolerantes. A inibição desta prática perniciosa depende da postura do pastor da igreja. Somente um líder vocacionado que passou pelo crivo dos requisitos da Escritura é que detém autoridade para impedir “inovações” espúrias na adoração do povo de Deus.
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula! 
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 12 - 1º Trimestre 2019 - Um Líder Formado no Deserto - Jovens.

Lição 12 - Um Líder Formado no Deserto

1º Trimestre de 2019
Introdução
I-Um Jovem Valoroso
II-“Põe Tua Mão Sobre Ele”
III-Josué é Fortalecido
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar que a formação de Josué se deu no deserto, ao lado de Moisés;
Considerar o fato de que Josué foi escolhido pelo Senhor;
Compreender que Josué foi fortalecido por Moisés e por Deus.
Palavras-chave: Peregrinação no deserto.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Reynaldo Odilo:
INTRODUÇÃO
Na lição anterior, foram lançados alguns raios de luz sobre a longa biografia de Moisés, o maior líder do povo hebreu de todos os tempos. Agora, analisaremos a trajetória do seu “número 2” — Josué, conhecido por alguns teólogos como o “Jesus do Antigo Testamento”. Ele soube glorificar a Deus com sua função subalterna, sendo chamado de “servidor de Moisés”.
Na verdade, para pessoas vocacionadas por Deus, como Josué, as glórias pessoais (títulos, honrarias, posições, elogios) não são fundamentais, mas apenas servem para o louvor do Senhor. Estar na posição “número dois”, “três” ou “quatro” constitui-se em mero detalhe. O importante é ter a aprovação dos céus, até porque ser o maioral, como Moisés, nem sempre é a melhor coisa, haja vista que o chefe sempre fica com a maior responsabilidade. As expectativas, as cobranças pelos resultados, as críticas, geralmente, recaem prioritariamente sobre ele, sufocando-o. Já o “número dois”, como Josué, por outro lado, tem menos estresse, as cobranças são brandas, as expectativas são menores, as críticas menos ácidas. Ele está mais livre para agir. É menos fiscalizado. Ser “número dois”, portanto, é uma bênção de Deus, e Josué o sabia muito bem.
Na Bíblia, encontramos muitas pessoas como Josué que foram levantadas para servir em posições de menor destaque. Elas eram, para Deus, porém, heróis da fé. Aparecem nessa lista: Eliseu, que era o “número dois” de Elias; Misael, Ananias e Azarias, que eram o “número dois” de Daniel; Silas, que era o “número dois” de Paulo; dentre outros. Ora, por que fazer questão em ser o cabeça se o subordinado, utilizando menos energia, pode ter os mesmos resultados, ou até mais, que o superior hierárquico? Observe-se que alguns indivíduos que estavam perto do poder central da liderança mosaica, como Miriã, Arão, Coré, Datã e Abirão, tencionaram assumir a posição “número 1” e, por isso, foram severamente repreendidos pelo Senhor; desses, os que não se arrependeram morreram miseravelmente.
Josué, todavia, como bom soldado, soube reconhecer seu lugar e, no tempo oportuno, o Altíssimo fez sua apresentação diante de todos, a fim de que assumisse o comando. Sempre acontece assim: quanto mais submisso o obreiro, mais honra o Eterno lhe confere.Josué, porém, não “surgiu” da mesma forma que, segundo a versão de Arão, foi criado o bezerro de ouro: “[...] e lancei [o ouro] no fogo, e saiu este bezerro” (Êx 32.24). No quesito “formação de liderança”, nada acontece por acaso, abruptamente, pois o discípulo precisa passar por um longo e penoso processo de qualificação, tendo que ser aprovado, inevitavelmente, na “disciplina do deserto”, uma das mais importantes na preparação daqueles que querem ser usados na seara do Senhor. Por ela passaram, com louvor, os grandes vultos da história bíblica: Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Davi, Jesus, dentre muitos outros. O deserto prova a fé, expõe os limites, delineia a confiança, quebra o orgulho, promove a obediência, experimenta as forças e demonstra o caráter. Assim, seja por muito ou pouco tempo, o deserto sempre fará parte da história de todos os grandes líderes do povo de Deus.
Flávio Josefo comenta que Josué era um homem muito qualificado, sensato, valente, eloquente e trabalhador incansável, o qual aprendeu, com Moisés, a ter amor às coisas de Deus, fato que o destacava dos demais.1  É sobre esse memorável servo de Deus que o presente capítulo se debruçará, analisando sua formação ministerial no deserto.
I – NELE HÁ O ESPÍRITO
Na perícope de Números 27.18-23, Deus diz coisas singulares, muito especiais, acerca de Josué. Moisés, decerto, já o conhecia bem, mas nesse instante Deus chancelou a grande vocação do comandante das tropas de Israel. A oposição que se levantou no tempo do deserto atacou ferozmente a Moisés e, nesse período, sem dúvida, Josué estava sendo também provado e, paulatinamente, moldado pelo Senhor.
No fim, portanto, de quarenta anos de caminhada, em que grandes e inimagináveis dificuldades se somaram, o capitão Josué permaneceu inabalável fiel a Deus, confiável naquilo que realizava, pois gostava de estar com o Senhor, além de extremamente submisso a Moisés. Deus sintetiza tudo isso numa frase: “Nele há o Espírito” (Hb. ruwach que também significa vento, hálito, mente). Ou seja, Deus estava dizendo, mais ou menos assim: Josué vive, pensa e age comigo e em mim; Eu estou nele. Que extraordinária e gloriosa constatação!
O Israel daquele tempo era como um povo de coração duro e, por isso, sua capacidade de compreender as coisas de Deus era bastante reduzida. O Senhor Jesus explicou como funciona esse mecanismo na humanidade da seguinte forma: “Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos” (Mt 13.15). Assim, como a mente indisposta para se abrir às mensagens do céu, as portas do entendimento espiritual (olhos e ouvidos) perdem a sensibilidade, e aquilo que se descortina diante deles (sejam milagres, sejam pregações, ou mesmo algum fato da vida, como uma bênção ou um castigo divino, por exemplo) soam como acontecimentos naturais, normais, humanos… Todavia, Josué era diferente: ele não possuía um coração endurecido, mas tinha o Espírito, que são características absolutamente antagônicas, inconciliáveis. As duas situações não coexistem. Ter o Espírito significa trafegar noutra dimensão, enxergar com os olhos de Deus e ouvir na frequência do céu. E isso fazia toda a diferença. Bom lembrar, alfim, porém, que Deus somente afirmou isso após a morte de Arão e Miriã, no final da jornada, depois da prova do deserto — lugar de sua formação.
1) Um Homem de Confiança 
Josué, desde muito cedo, era um homem que inspirava confiança. Ele era diferenciado não por seus conhecimentos de estratégia militar (alguns comentaristas defendem a hipótese de Josué ter se submetido a treinamento bélico ainda no Egito, razão pela qual assumiu o posto de general das tropas de Israel),2  mas porque ele tinha o Espírito. Ele aparece pela primeira vez no registro escriturístico em Êxodo 17.9, por ocasião de uma guerra contra os amalequitas, oportunidade em que Moisés já o comissionou não só para conduzir, mas também para formar o exército.
O caráter confiável, como um santo homem de Deus, foi um dos fatores para a escolha. Confiança e fidelidade apresentam-se como características indispensáveis a qualquer líder vocacionado. Paulo disse que Deus o teve por fiel e, por isso, colocou-o no ministério (1 Tm 1.12).
2) Um Homem de Oração 
Êxodo 24.13 mostra que Josué era comprometido com a oração, não só porque precisava estar perto de Moisés, mas porque tinha o Espírito e, por isso, precisava buscar a Deus. Como se sabe, o sumo sacerdote tinha a obrigação de entrar diante do Senhor uma vez por ano (Hb 9.7), mas Moisés, diferentemente, “entrava no Lugar Santíssimo constantemente...”,3  e Josué sempre estava por perto (Êx 33.11).
Todo líder cristão precisa ser uma pessoa que ama a oração. Doutra sorte, suas estratégias ministeriais serão humanas e a obra de Deus sofrerá.
3) Um Homem Submisso 
Moisés escreveu, em Êxodo 24.13; 33.12 e Números 11.28, que Josué era seu servidor (Hb. sharath) que significa estar a serviço, ou à disposição de alguém, sendo-lhe submisso, título que não envergonhava a Josué, antes pelo contrário; tanto é assim que, ao escrever seu livro (Js 1.1), depois da morte de Moisés, Josué fez questão de se apresentar como “servidor de Moisés”, não como líder supremo do povo, general ou coisa parecida. Mister registrar, todavia, que após sua morte foram escritos os últimos cinco versículos de seu livro, onde, por inspiração do Espírito, constou que Josué, filho de Num, era “servo do Senhor” (Js 24.29) e não “servidor de Moisés”, expressão repetida em Juízes 2.8. Deus, com aquela singela mudança gramatical nas Escrituras, estava dando testemunho de que a vida de Josué era-lhe agradável a tal ponto que ele podia ser chamado de “servo” (Hb. ebed — escravo, súdito, adorador) do Senhor, título dado a pouquíssimos homens na Bíblia [e.g.: Moisés (Dt 34.5; Js 1.1; 2 Rs 18.12; 2 Cr 1.3) e Jó — (Jó 1.8; 2.3)].
Josué sempre foi submisso a Moisés, estando com ele nas guerras (Êx 17.9), nos momentos de perplexidade (Nm 11.28), nos desafios (Nm 13.16), nos cultos (Êx 24.13; 33.11; Dt 32.44). Ele estava crescendo e se desenvolvendo paulatinamente (Tt 2.6), aprendendo a ser como o seu pastor, para, sobretudo, amar a um povo de dura cerviz, tornando-se alguém com uma “desconsideração altruísta de seus próprios interesses pessoais. Ele nunca deixou de demonstrar uma profunda preocupação pelos interesses daqueles a quem liderava”.4 
O líder bem formado deve ser um profundo conhecedor da Bíblia, mas somente após enfrentar, com submissão, ao lado do seu pastor, as agruras do deserto, estará apto para assumir posições estratégicas no Reino. A submissão genuína o fará voar alto, como aconteceu com Josué!
II – PÕE TUA MÃO SOBRE ELE
O ato de impor a mão sobre alguém, nas Escrituras, possui significado bastante expressivo. Jesus abençoava as crianças, impondo-lhes as mãos (Mc 10.16); o Senhor também disse que seus seguidores colocariam as mãos sobre os enfermos e eles sarariam (Mc 16.18). Em Samaria, Pedro e João (At 8.17), e em Éfeso, Paulo (At 19.6), quando impunham as mãos, pessoas eram batizadas com o Espírito Santo. O apóstolo dos gentios relembrou a Timóteo o dom que ele recebeu por imposição das mãos dos presbíteros (1 Tm 4.14).
Da mesma forma Deus, ao querer indicar Josué como sucessor, determinou que Moisés impusesse as mãos sobre ele, como sinal de que a autoridade de Deus, a qual estava sobre Moisés, para conduzir o povo, estava sendo transferida a Josué. Isso, na verdade, o Senhor expressa de maneira clara, posteriormente, ao dizer: “Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão […] como fui com Moisés, assim serei contigo” (Js 1.2,5). Josué, um vaso escolhido, porque tinha o Espírito, mas também era corajoso e fiel a Deus.
1) Um Homem Escolhido
Os pais de Josué chamaram-lhe Oseias (heb. Hoshea‘), que significa “salvação”, mas Moisés, ao enviá-lo à Canaã como espia, mudou-lhe o nome para Josué (heb. Yehoshua‘), que traduzido quer dizer “Javé é salvação”. A tarefa que Josué haveria de desenvolver teria como foco a intervenção miraculosa de Deus (Sl 44.1-3), e não a força do seu braço ou sua agilidade com a espada. Afinal, não existe nada mais pernicioso do que dizer: “Deixe comigo, eu sei fazer”. Quem assim procede, sente-se um “deus”, e toda vez que alguém se sente dessa maneira, age parecido com o Diabo. Por isso, o Inimigo quer conduzir os homens a esse estado mental de autossuficiência, acreditando que a habilidade e força outorgam aptidão para vencer todas as batalhas. Mas o Senhor diz: “[…] Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zc 4.6). Quanto ao fato da escolha de Josué, anotou-se:
Quando Deus precisava de um homem bem preparado, Ele escolheu Josué. O Senhor encontrou naquele homem alguém que ouviria suas instruções. Josué era alguém que cumpriria suas tarefas. Estas qualidades de caráter tão associadas à disposição de Josué são sempre aprovadas por Deus.5 
A escolha de Josué foi anunciada quando Deus, depois de declarar que ele tinha o Espírito, mandou a Moisés: “põe tua mão sobre ele” (Nm 27.18). A unção vinda de Deus, pelas mãos de Moisés, quebraria o jugo (Is 10.27). Josué sabia que o segredo da vitória seria a bênção de Deus. Tanto era assim que, em determinada guerra, para a vitória de Israel ser completa, Josué orou e Deus fez o sol parar (Js 10.12,13). De fato, somente o “Senhor é salvação”! 
2) Um Homem Corajoso 
Josué não era como Arão que, pusilânime, apequenou-se a ponto de não querer assumir, perante Moisés, que tomou as joias de ouro das mãos do povo, “trabalhou o ouro com buril e fez dele um bezerro fundido” (Êx 32.4, ARA), mas apenas explicou: lancei o ouro no fogo “e saiu este bezerro” (Êx 32.24). Absolutamente. Josué sabia dizer não às pressões inconsequentes dos rebeldes do povo e reconhecia suas próprias responsabilidades, como no caso dos gibeonitas, quando escreveu: “E Josué fez paz com eles e fez um acordo com eles, que lhes daria a vida” (Js 9.15). Já foi dito que “Josué foi um homem de coragem inabalável e perseverança invencível que mostrou profunda confiança diante das dificuldades”.6  
Ele nunca fugiu de um desafio, nunca se acovardou, mas sempre agiu com dignidade, como aconteceu quando retornou de espiar Canaã (Nm 14.6-9). Deus precisa de homens corajosos (não de atrevidos). No capítulo 1 do seu livro, ele menciona que Deus lhe disse para se esforçar e ser corajoso (ter bom ânimo) quatro vezes (vv. 6,7,9,18). Coragem, sem dúvida, foi uma das tônicas do ministério de Josué e também deve ser uma característica marcante dos cristãos atuais.
3) Um Homem Obediente 
Em Números 32.12 está escrito que, no meio de uma grande crise, Josué com Calebe perseveraram em seguir ao Senhor. Eles agiram em total obediência, o que se constitui numa condição indispensável para um líder.
O treinamento de Josué no deserto passava, preciosamente, pelo teste de sua obediência, requisito mencionado pelo Senhor ao povo (Lv 26.3-13). Ele aprendeu a obediência em um cenário de escassez, murmuração e conflitos. Ora, obedecer quando tudo vai bem não é tão complicado, mas, quando tudo parece perdido, não é fácil. Por isso a provação no deserto tem tanto valor para a formação ministerial! 
III – APRESENTA-O
1) Deus Mandou Animá-lo e Fortalecê-lo 
Depois de Deus afirmar que Josué tinha o Espírito (era escolhido), e determinado que Moisés impusesse as mãos sobre ele (recebeu autoridade delegada), em seguida, mandou que Josué fosse apresentado ao sacerdote e ao povo para assumir a posição como sucessor eventual de Moisés. Em Deuteronômio 1.38 e 3.28, narra-se que Deus ordenou que Moisés o animasse e fortalecesse.
A estrutura emocional de Josué precisava ser fortalecida, bem como sua reputação diante do povo, pois ele era visto como um grande general, mas precisava de legitimidade sacerdotal, e apoio popular, para assumir a função mais elevada na nação. O Senhor, que sabe fazer tudo muito bem, com uma só ordem, resolveu toda a questão. Josué, como todo líder formado no deserto, não precisa se embrenhar na mesquinha aventura de promover o seu marketing pessoal.
A pregação de Moisés trouxe pouco proveito aos israelitas, “porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram” (Hb 4.2), mas não foi assim em relação a Josué. Ele foi formado e moldado pela palavra de Deus no deserto, ouvindo e caminhando com Moisés, enquanto a maioria — rebelde — se perdeu em seus próprios conceitos e vontades. Mister que todos os cristãos fiquem atentos “para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4.11).
2) Deus Faz-lhe Promessas
Em Deuteronômio 31.7,8,23, está escrito que Deus fez promessas a Josué, dizendo-lhe que o sonho hebreu, perseguido por décadas, seria realidade por intermédio dele, e que o Senhor estaria com ele, portanto, que não temesse, nem se espantasse. Aliás, quando Deus entrega uma missão a alguém, sempre lhe faz promessas, conforme foi observado neste caso:
Quando Moisés e seu sucessor se dirigiram à porta da tenda, Deus comissionou Josué de uma forma direta (Dt 32.14,15,23). Depois da morte de Moisés, o Senhor bondosamente repetiu essa ordem particularmente a Josué, aumentando as suas promessas com a finalidade de encorajá-lo na véspera da invasão de Canaã (Js 1.1-9).7 
O Todo-Poderoso estava dando garantias a Josué, como deu a Moisés: “Certamente eu serei contigo” (Êx 3.12). É impressionante a capacidade que o Senhor tem de incutir esperança naqueles que estão perto. A esperança brota antes de qualquer palavra, ou até mesmo da promessa. Somente sua presença muda as perspectivas, o ambiente. A luz invade a escuridão e tudo se torna compreensível. Essa revelação, trazida em linguagem própria pelo Espírito Santo, afetou fortemente a Josué, o qual, de acordo com as Escrituras, nunca pensou em desistir da sua empreitada.
3) A Nobreza de Josué
Josué apresenta-se como uma inspiração para toda a cristandade, desde a sua formação como discípulo (servo) de Moisés, no deserto, até a sua ascensão ao posto mais alto da nação. Sua nobreza de caráter vislumbra-se claramente pelo seu senso de serviço, sua devoção ao Senhor e, também, sua visão realista do papel que desempenharia em todo este processo: era um servidor de Moisés, e nada mais. Acerca dele, vale transcrever ainda:
[…] Em muitos aspectos, este “Jesus do Antigo Testamento” prefigura características do Jesus do Novo Testamento. Não foi registrado nenhum mal contra ele. Ele estava livre de todo o desejo de autopromoção ou cobiça; não existe traço de egoísmo que manche a nobreza simples de seu caráter; em todas as circunstâncias ele demonstrou um desejo supremo: conhecer a vontade de Deus. Sua principal ambição era fazer a vontade divina”.8 
A nobreza dele salta aos olhos, tanto que nunca foi contestado por ninguém quanto à sua liderança; talvez o ingresso na Terra Prometida tenha ajudado a aplacar a ingratidão crônica dos hebreus. Ele foi referido, pelo Senhor, em Hebreus 11.30, como sendo um herói da fé. 
CONCLUSÃO
O deserto perfaz-se numa escola de formação de líderes, que internaliza experiências indispensáveis para aqueles que conduzirão o povo de Deus à “terra que mana leite e mel”. Moisés e Josué, mestre e discípulo, passaram por ela, e, aprovados por Deus, tornaram-se dois grandes expoentes que criaram as condições necessárias para o nascimento político-administrativo do povo de Israel. Eles são complementares, fazendo lembrar a expressão paulina: “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (1 Co 3.6,7).
Embora, como diz Paulo, do ponto de vista da eternidade e também sob o prisma da filosofia, Moisés e Josué não sejam em si mesmos “alguma coisa”, é impossível olhar para a história da civilização da humanidade e não se deparar com a imensurável contribuição ofertada por esses dois nobres hebreus, não só pela condução dos israelitas na conquista do seu território, o que foi determinante para a definição do mapa geopolítico das nações na antiguidade (com repercussões até nossos dias), mas, sobretudo, por terem andado com Deus, aprendido os seus valores e transmitido ao mundo o alto padrão da cosmovisão do Espírito Santo.                                                                             
*Adquira o livro do trimestre. ODILO, Reynaldo. Rumo à Terra Prometida: A Peregrinação do Povo de Deus no Deserto no Livro de Números. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 JOSEFO, Flávio. História dos hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 161. 
2 PFEIFFER, Charles F.; VOS,  Howard F.; REA, John. Dicionário Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 1.095.
3 COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma jornada de fé. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 98.
4 LIVINGSTON, George Herbert; COX, Leo G.; KINLAW, Dennis F.; BOIS, Lauriston J. Du; FORD, Jack; DEASLEY, A.R.G. Comentário bíblico Beacon. vol. 8. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 24.
5 LIVINGSTON, George Herbert; COX, Leo G.; KINLAW, Dennis F.; BOIS, Lauriston J. Du; FORD, Jack; DEASLEY, A.R.G. Comentário bíblico Beacon. vol. 8. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 25.
6 LIVINGSTON, George Herbert; COX, Leo G.; KINLAW, Dennis F.; BOIS, Lauriston J. Du; FORD, Jack; DEASLEY, A.R.G. Comentário bíblico Beacon. vol. 8. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 25.
7 PFEIFFER, Charles F.; VOS,  Howard F.; REA, John. Dicionário Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 1.095.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.