terça-feira, 16 de abril de 2019

Lição 02 - 2º Trimestre 2019 - Vencendo os Amalequitas - Juniores.

Lição 2 - Vencendo os Amalequitas

2º Trimestre de 2019
Êxodo 17.8-16.
Prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana, seus alunos terão a oportunidade de conhecer um pouco mais a respeito das vitórias concedidas ao povo de Deus, mediante sua fé e obediência ao Todo-Poderoso. O cenário desta vez é o deserto. Durante a travessia, rumo à Terra prometida, muitos foram os desafios a serem vencidos pelo povo escolhido.
Depois de experimentarem o poder de Deus, ao receberem o maná enviado do céu, assim como das codornizes, e das fontes amargas de Mara transformadas em água doce, e da água jorrada da rocha saciando a sede do povo, Israel se depara desta vez com uma grande batalha contra os amalequitas, um povo que morava no deserto de Sim. Os amalequitas eram descendentes de Amaleque, um neto de Esaú. Eles formavam uma tribo nômade feroz que vivia na região desértica do mar Morto. Costumavam atacar povoados pelo deserto, saqueando e matando apenas por divertimento. Aquela batalha introduz Josué em cena na história de Israel. Começava ali uma grande experiência que tornaria Josué um grande líder do exercito israelita e que levaria o povo hebreu a tomar posse da Terra Prometida.
Josué. O homem escolhido para ser sucessor de Moisés como líder de Israel aparece aqui pela primeira vez na narrativa bíblica. Josué significa ‘o Senhor salva’ ou ‘Iavé é Salvador’; a forma grega do nome ‘Josué’ é ‘Jesus’ (ver Mt 1.21). É muito adequado que o homem que posteriormente conquistaria Canaã, apareça pela primeira vez desempenhando um papel de soldado (vv. 9-14). Deus o preparava providencialmente para suas futuras lutas contra os cananeus.
Moisés levantava a sua mão. Moisés, de mãos levantadas para o Senhor, revela sua dependência de Deus e sua fé nEle. (1) A força e a vitória de Israel dependiam exclusivamente do povo achegar-se a Deus continuamente em oração, fé e obediência. Quando Moisés cessava de orar, cessava também o fluxo do poder divino sobre o povo de Deus (ver Hb 7.25). (2) Esse princípio divino continua em ação no novo concerto. Se deixarmos de buscar a Deus diariamente em oração, o fluxo da vida, proteção e bênçãos divinas minguará em nossa vida. Nossa única esperança de vitória consiste em continuamente chegarmos perante o trono da graça por meio de Cristo, a fim de receber o poder e a graça de Deus para nos ajudar nas necessidades (Hb 4.16; 7.25; ver Mt 7.7,8 – nota).”
(Texto extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 142). 
Para reforçar o ensinamento, sugerimos a atividade a seguir:
Tema: Minha fé em Deus me faz ser um vencedor.
Versículo: “Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 15.57).
Hoje seus alunos aprenderão que pela fé em Jesus podemos vencer as dificuldades da vida e nos tornar heróis e heroínas.
Hoje seus alunos decidirão se vão confiar em Deus e se tornar-se-ão um herói na fé.
Aplicação: Ter coragem não significa não ter medo. A nossa fé em Deus nos faz vencer o medo e nos torna campeões.
Atividade: Fale a respeito de alguns heróis do Novo Testamento. Explique que estes homens e mulheres eram pessoas comuns, como nós, todavia eles venceram seus inimigos e algumas lutas porque confiavam em Jesus. Quando olhamos para Jesus com confiança nos tornamos corajosos e assim nos tornamos um campeão. Em seguida, peça que os alunos sentem-se em circulo no chão da classe. Depois, solicite que eles formem dois grupos (podem ser meninos x meninas). A seguir, escreva no quadro de giz palavras que estejam relacionadas com alguns heróis do Novo Testamento sem as vogais. Por exemplo: JSS (Jesus), STV (Estevão), PDR (Pedro), SLS (Silas), PL (Paulo). Determine um tempo para que os alunos descubram as palavras. O grupo que acertar mais palavras será o vencedor. Ainda em grupo, conclua a atividade mostrando aos alunos o quanto é bom fazer parte de um grupo vencedor. Aqueles que creem em Jesus e entregaram sua vida a Ele já fazem parte desse grupo, que é mais que vencedor.
(Atividade extraída da Obra Boas Ideias para Professores de Educação Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, pp. 56,57).

Lição 02 - 2º Trimestre 2019 - Crescimento Saudável - Pré Adolescentes.

Lição 2 - Crescimento Saudável 

2º Trimestre de 2019
A lição de hoje encontra-se em: 1 Timóteo 4.8.
Caríssimo(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos terão a oportunidade de dialogar a respeito do crescimento saudável. E quando falamos crescimento não estamos nos referindo somente ao crescimento físico, mas também ao crescimento psíquico e espiritual. E para tanto é preciso manter alguns cuidados, a disciplina e o equilíbrio para que o pré-adolescente não somente cresça, mas cresça de forma saudável. Cuidar do corpo, da mente e da alma não se trata de vaidade, mas de pensar na qualidade de vida que temos vivido. O adolescente na fase de crescimento precisa estar interado com esses detalhes.
“Tempo de Crescer.
Uma excelente maneira de o adolescente conquistar a felicidade é mediante a orientação sobre a forma correta de crescer e viver. A Bíblia diz que a boa árvore produz frutos bons:
‘Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo’ (Mt 7.17-19).
A árvore deixa uma simples lição de vida para todo o ser humano demonstrando que as etapas de crescimento são normais, pois tudo na árvore está sendo preparado para uma farta frutificação. O fruto perfeito e gostoso justifica todo o trabalho e dedicação gasto com a planta. Não adianta ser uma planta muito bonita ou bem cuidada; para indicar que a árvore é boa, ela tem que produzir frutos bons. A qualidade dos frutos é analisada pelo tamanho, perfeição e sabor. Só neste último estágio é que todos podem louvar pelo resultado de todo o processo do plantio.
Na vida prática, isso significa que todo o investimento de pais e líderes na educação de um adolescente tem a finalidade de prepará-lo para uma frutificação abundante no futuro. O temperamento é um dos aspectos mais importantes na constituição da vida frutífera. Quantos jovens não alcançam alvos para a sua frutificação por causa do gênio difícil, insubmissão, preguiça e desobediência a todos os padrões estabelecidos pelos pais e líderes? Esses precisam ser ajustados urgentemente.
Os responsáveis pelo ensino precisam estar atentos a tudo o que diz respeito às reações e atitudes dos adolescentes diante de problemas, escolhas, e situações. É tempo de ajustar e consertar temperamentos, para que o jovem não sofra no futuro: ‘Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo’ (Mt 7.19). O apóstolo Paulo também fala da importância dos frutos na vida do homem. As características pessoais precisam se ajustar às características espirituais. Essa união vai garantir excelentes frutos. No livro de Gálatas, encontramos os frutos ideais que todo cristão precisa dar: ‘Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei’ (Gl 5.22,23).”
(Texto extraído do livro Os Maravilhosos Anos da Adolescência. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp. 53,54). 

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Lição 2 - 2º Trimestre 2019 - Fui Injustiçado - Adolescentes.

Lição 2 - Fui Injustiçado 

2º Trimestre de 2019
OBJETIVOS
Estimular a fidelidade a Deus, mesmo diante de circunstâncias adversas;
Conscientizar sobre o perdão e a importância de ter um coração limpo; 
Explicar os ‘sonhos de Deus’ para o aluno.
ESBOÇO DA LIÇÃO:
UM JOVEM SONHADOR
INJUSTIÇADO DENTRO DA SUA PRÓPRIA CASA
DEUS HONRA JOSÉ NO EGITO
O PODER DO PERDÃO
A lição desta semana toca em algumas questões importantes: a capacidade de permanecer fiel a Deus, embora as circunstâncias sejam contrárias; a importância e a necessidade de se oferecer o perdão ao outro e permanecer com o coração limpo. São lições que aprendemos com José, o jovem hebreu, posto por Deus como governador do Egito a fim de preservar uma linhagem, que séculos depois, nos daria Jesus Cristo.Para auxiliar a preparação de sua aula é importante saber algumas informações específicas sobre José. Por isso, disponibilizamos o seguinte trecho para você: 
JOSÉ
1. Décimo primeiro filho de Jacó, e primeiro filho com sua esposa favorita, Raquel, depois que sua irmã Leia já lhe havia dado seis filhos e uma filha. Estéril há muito tempo, e desejosa de ter filhos, Raquel chamou seu primeiro filho de José, em hebraico, yosep ou yehosep, que significa ‘Que Ele acrescente’; e como ela explica, ‘O Senhor me acrescente outro filho’ (Gn 30.24).
José era o único filho de Raquel na época do retorno da região de Harã à Palestina, e tornou-se o filho favorito de Jacó. Quando Jacó foi ao encontro de Esaú, colocou Raquel e José no lugar mais seguro da caravana. Esse favoritismo é comentado em Gênesis 37.3, como consequência da idade avançada de seu pai. José era um pastor, assim como seus irmãos, e provocou sua hostilidade ao relatar ao pai informações sobre a má conduta destes. Jacó demonstrou sua parcialidade dando ao filho um longo manto ornado com mangas (literalmente, um manto especial). É possível que aquele manto tivesse sido confeccionado sob encomenda, com um tecido colorido (cf. vestimenta dos asiáticos, mostrada no túmulo de Khumhotep II do Reino do Meio, em Beni Hasan). Esse presente indicava que Jacó pretendia fazer de José o seu principal herdeiro e, com isso, acirrou a ira de seus irmãos contra ele (37.4).
Após ser vendido como escravo pelos seus irmãos, sofrido todas as sortes de injustiças, Deus se lembrou de José e o elevou a governador do Egito. Anos depois, ele reencontra seus irmãos e se depara diante de tudo o que aconteceu com ele em anos anteriores. O resultado desse encontro é uma das narrativas mais belas da Bíblia.[...]
Por fim, José revelou sua identidade, e isso foi feito com uma considerável emoção de sua parte; ele chorou tão alto que todos os egípcios o ouviram (45.2; cf. 42.24; 43.30,31). Podemos observar claramente o sensível e compreensivo caráter de José pela segurança que deu aos irmãos, mostrando que os havia perdoado e estava preocupado com seu bem estar. Além disso, José viu a mão de Deus em sua carreira, pois Senhor o havia escolhido com a finalidade de preservar Israel através de sua pessoa (45.7,8). (Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.1091)

Lição 02 - 2º Trimestre 2019 - A Liderança no Antigo Testamento - Juvenis.

Lição 2 - A Liderança no Antigo Testamento

2º Trimestre de 2019
“E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado por profeta do SENHOR”(1 Sm 3.20).
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. SAMUEL, UM HOMEM QUE RESUME A LIDERANÇA NO AT
2. SAMUEL, O JUIZ QUE UNGIU DOIS REIS
3. O MINISTÉRIO SACERDOTAL DE SAMUEL
4. SAMUEL, O PROFETA DE SEU TEMPO
Querido (a) professor (a), como o tema liderança será explanado no decorrer dos próximos meses, que tal propor um bate-papo para saber o que seus alunos pensam sobre o assunto?! Erroneamente, até mesmo no contexto extrarreligioso, as pessoas associam e até resumem a posição de líder ao status, poder, ascensão...  Quando na verdade o que faz um bom líder é oposto – a humildade de SERVIR; como o exemplo do maior de todos os líderes, que lavou os pés de seus liderados para lhes ensinar a fazer o mesmo.
  Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus, e que ia para Deus,  levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se.  Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?  Respondeu Jesus e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.[...]
Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito?  
Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. 
Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Se sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes. (João 13.3-17)
Você, mestre, líder de seus Juvenis, já meditou no poder deste exemplo? Como tem exercido a sua liderança? Seus alunos te olham tal qual os discípulos olhavam para o Mestre deles, Jesus, enquanto o via lavar os seus pés, servi-los? Acima de suas palavras, eles aprendem com seu exemplo. Então, de nada adiantaria nós falarmos que liderança não é status social, se nós nos valermos de nossas posições desta maneira; se com nossas atitudes demonstramos ego inflado com superioridade vã. 
Neste momento você provavelmente já trouxe à memória líderes que te inspiraram ao longo de sua trajetória, por diversas razões e de variadas maneiras. Afinal, apesar da essência dos princípios bíblicos de liderança serem os mesmos, somos chamados a exercê-los cada qual com sua individualidade, talentos, características, personalidades, peculiaridades. Assim como veremos ao longo desta revista ao estudar diferentes líderes, mas todos igualmente levantados e poderosamente usados por Deus.
Também provavelmente lembrou-se de alguns que ao contrário de te motivar ou inspirar te desanimaram ou repeliram. Podemos e devemos aprender com ambos. O que, a nossa maneira, podemos aproveitar, e o que precisamos deixar de reproduzir?
Que tal levar este trecho precioso das Escrituras tais quais as reflexões advindas dele para seus alunos?! Sugiro que antes de aplicar os tópicos de sua revista você faça um “pensa rápido” explicando que quando você disser uma palavra, eles imediatamente deverão dizer a primeira palavra que lhes vier à cabeça. E você vá anotando na lousa ou quadro ou cartaz que fique exposto à visão de todos. Diga palavras relacionadas ao nosso tema: Líder; liderança; pastor; guia; responsável; Moisés, etc. E abaixo de cada palavra o que eles forem dizendo. Em seguida, medie essa discussão sobre porque muitos atribuem à liderança superioridades, quando Jesus ensinou na prática que ela se tratava de humildade e serviço. Então, neste momento leia com eles a passagem aqui explanada de João13.3-17.
Ao final ore clamando ao Senhor para que Ele nos dê amor, sabedoria e humildade necessários para fazer de nós líderes servos, segundo o seu coração e exemplo tão glorioso, dando até mesmo a sua vida pelos seus liderados.
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 02 - 2º Trimestre 2019 - Os Artesãos do Tabernáculo - Adultos.

Lição 2 - Os Artesãos do Tabernáculo 

 2º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – HOMENS ESPECIAIS PARA SERVIÇOS ESPECIAIS (31.1,2,6)
II – CHEIOS DO ESPÍRITO, SABEDORIA, ENTENDIMENTO E CIÊNCIA (Êx 31.3-5)
III – USANDO OS TALENTOS PARA A GLÓRIA DE DEUS 
Elienai Cabral
 
II – CHEIOS DO ESPÍRITO, SABEDORIA, ENTENDIMENTO E CIÊNCIA (ÊX 31.3-5)
Cheios do Espírito de Deus para Realizar a Obra
Ao escolher Bezalel e Aoliabe, Deus investiu em suas vidas para que os mesmos fossem inspirados e inventivos para fazerem cada peça do Tabernáculo. Toda a criatividade de Bezalel e Aoliabe obedeceria ao plano original de Deus entregue a Moises. Nada poderia ser feito ao bel-prazer, mas, sim, de acordo com o plano original. Moisés teve a garantia de que aqueles dois homens e todos aqueles que os ajudariam nas várias atividades seriam cheios do Espírito de Deus (Êx 31.3). Essa concessão seria manifestada em sabedoria, entendimento e ciência para a realização de todas as atividades que envolviam habilidades com metais, madeiras e peles. Todas as peças fabricadas para o Tabernáculo tinham significados especiais. Esse era o modo de Deus fazer conhecida a sua vontade e o seu desejo de habitar com o povo de Israel. Toda a simbologia constitui-se figura de representação da realidade espiritual. Para o ministério cristão, o requisito para a obra de Deus ser feita é ser cheio do Espírito Santo (ver Ef 5.18). 
A Prerrogativa de Deus (Êx 31.1,2)
É prerrogativa de Deus o direito de chamar quem Ele quiser. Quando Ele chama, assim o faz por nome, como fez com Moisés, Bezalel e Aoliabe. Deus é Soberano e conhece particularmente cada pessoa no mundo. Na Igreja, o método divino é o mesmo. Para o serviço do Tabernáculo, o Senhor escolheu aqueles que tinham habilidade para fazer determinada obra e encheu-os de conhecimento e ciência. Quando Jesus escolheu seus discípulos, Pedro foi especialmente escolhido para trabalhar com os judeus; mais tarde, Paulo foi escolhido para evangelizar os gentios. 
Para tornar suas habilidades ainda mais precisas, Bezalel e Aoliabe tiveram a provisão de Deus, que lhes concedeu sabedoria e ciência. Na Igreja, Deus tem concedido dons a pessoas que são investidas de sabedoria para edificarem espiritual, moral e doutrinariamente o corpo de Cristo. Os ministros de Deus tornam-se sábios arquitetos e construtores da Igreja de Deus (ver 1 Co 3.9). 

III – USANDO OS TALENTOS PARA A GLÓRIA DE DEUS 
1. Os Talentos (Habilidades) de Bezalel e Aoliabe (Êx 31.1-6)
Bezalel fora especialmente escolhido por Deus por ser um artesão altamente profissional e por saber trabalhar com ouro, prata e cobre, além de outros materiais como madeira e pele. Bezalel sabia lavrar esses metais com esmero, bem como madeira para a confecção das peças sob medida que seriam utilizadas no Tabernáculo. Ele e Aoliabe estariam submetidos às revelações de Deus para a confecção das peças que envolviam os altares, as colunas e as cortinas com suas cores. Como escultores, artesãos, carpinteiros e marceneiros, Bezalel e Aoliabe eram especialistas, e tudo quanto fizeram no Tabernáculo, independentemente da estrutura, da estética e da beleza de seus trabalhos, eram feitos para a glória de Deus. Seus talentos pessoais seriam efetivados com a supervisão de uma equipe de obreiros qualificados para moldarem os muitos objetos sagrados com ouro, prata e cobre, e até mesmo os vestidos dos sacerdotes, que eram usados nas ministrações sacerdotais no culto do Tabernáculo, seriam lavrados com pedras preciosas. 
2. Os Talentos Revelados na Igreja (Mt 25.14-30)
A parábola de Jesus sobre os talentos envolvia a história de um homem rico que, precisando viajar e ausentar-se da sua terra, resolveu distribuir responsabilidades de negociação com os seus servos. Mateus utilizou o termo grego talanton, que significa “talento”, e referia-se a uma moeda de alto valor. O homem da parábola distribuiu os talentos aos seus servos de acordo com a capacidade de cada um deles para negociar com aqueles talentos, que podem representar qualidades naturais e graças espirituais que qualificam pessoas a realizarem determinados serviços para o Reino de Deus. Cada crente é dotado de algum talento com o qual poderá trabalhar para o Senhor Jesus e receber a devida recompensa pelo seu trabalho. Esses talentos podem representar “dons” concedidos pelo Espírito Santo, tanto em relação a talentos naturais quanto a talentos espirituais, os quais são identificados pelas habilidades úteis para os serviços da Igreja de Cristo. 
Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Lição 02 - 2º Trimestre 2019 - Nem Pobreza e Nem Riqueza, mas o Necessário - Jovens.

Lição 2- Nem pobreza e nem riqueza, mas o necessário 

2º Trimestre de 2019
Introdução
I-A Prosperidade Financeira no Antigo Testamento
II-A Prosperidade Financeira e o Cristianismo
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar a prosperidade financeira no Antigo Testamento;
Explicar a prosperidade Financeira e o Cristianismo;
Palavras-chave: Cobiça e soberba.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Natalino das Neves:
Na história de Israel narrada na Bíblia, fica evidente como a evolução da organização em sociedade, da fuga de uma vida rural para uma vida mais urbana, do uso do dinheiro e dos bens materiais tomou conta dos desejos humanos, promovendo o uso das pessoas e o amor às coisas. O problema quando isso é legitimado por meio da religião.
Para analisarmos qual é a perspectiva cristã em relação ao dinheiro, primeiro vamos pesquisar qual era a perspectiva do povo hebreu, com base em Deuteronômio 28.1-6, e somente depois verificaremos a releitura realizada por Jesus em Mateus 6.19-24 e quais foram as recomendações aos seus discípulos. 
I. A Prosperidade Financeira no Antigo Testamento
A prosperidade e a teologia da retribuição
A interpretação de alguns textos bíblicos sem considerar o contexto cultural e teológico da época da escrita podem levar os leitores atuais a tomar uma teologia contrária ao projeto de Deus como se fosse a própria intenção de Deus. Com relação à prosperidade condicionada à obediência tem levado muitos cristãos a defender uma religião mercantil. Os expoentes da teologia da prosperidade defendem que a doença, pobreza, sofrimento, entre outros males são consequências do pecado. Eles também afirmam que as bênçãos e prosperidade são recompensas pela obediência à doutrina propagada por eles. Uma mercantilização da fé. O protótipo da teologia da prosperidade é conhecido no Antigo Testamento (AT) como a teologia da retribuição. Essa teologia é bem destacada no livro de Jó. Nesse livro ela é representada pelos “amigos de Jó”. Ao chegarem para consolar Jó das desgraças que haviam lhe ocorrido procuram a causa do ocorrido. Para isso, procuram obter de Jó a confissão de quais pecados havia cometido para sofrer absurda desgraça. A teologia defendida na época legitimava a riqueza adquirida por meio da exploração, pois segundo ela, a riqueza era sinônima de justiça, de pureza e de santidade. Por outro lado, a pobreza significava castigo pelo pecado e injustiça praticada. 
A mercantilização da fé leva os seus defensores, que acabam se beneficiando de sua prática, a usar o nome de Deus para legitimar sua teologia. No próprio livro de Jó já se pode constatar essa prática:
Outra prática utilizada para legitimar a autoridade dos discursos era a utilização de supostas revelações e visões. No discurso de Elifaz, é citada uma estranha, confusa e duvidosa visão noturna (Jó 4.12-17). Entretanto, Elifaz não obtém êxito nesta prática com intenção de convencer Jó de sua culpabilidade e submissão ao sofrimento como correção do pecado encoberto. Muitas denominações cristãs contemporâneas se utilizam da mesma técnica. [...] Os ouvintes que estão em busca de uma libertação, conquista de prosperidade e sucesso, alimentam esse processo de mercantilização da fé. [...] Portanto, os discursos de Elifaz defendem uma religião mercantil e se utiliza de supostas visões e revelações para dar credibilidade às suas afirmações. p. 37, 38)
Rossi (2008, p. 89, 99), ao falar sobre os líderes atuais que representam a teologia de retribuição, afirma que esses geralmente usam de artifícios de supostas revelações para legitimar suas afirmações e discursos inflamados. O pior que nesses discursos, feitos como se fossem ordenados pelo próprio Deus, fazem promessas de parceria e comprometimento de Deus com sua realização. O resultado é frustração e abandono da fé por muitas pessoas. No caso de Jó, ele muda de posicionamento e questiona a teologia propagada pelos seus “amigos”, pois tinha convicção de sua comunhão com Deus e de sua integridade. 
Ele era testemunha viva de que a obediência era fundamental, mas não deveria ser exercida a base de troca com Deus por uma vida próspera. Portanto, a teologia dominante na época de Jó era de barganha com Deus. Apesar de já ser questionada no Antigo Testamento (livro de Jó) ela prevaleceu no imaginário judeu. Se a adoração a Deus fosse garantia de recompensa material, o mundo estaria repleto de “adoradores” interesseiros.
As bênçãos da prosperidade são consequências naturais 
O capítulo 28 de Deuteronômio faz parte de um contexto maior. As unidades Deuteronômio 26.16—27 e 29.9-20 emolduram (parte inicial e final) o contexto e tem objetivo de explicar as bênçãos e maldições que formam a maior parte da unidade de Deuteronômio 27.9—28.68 e está relacionada ao compromisso entre Yahweh e o povo da aliança, da qual o texto em estudo faz parte Deuteronômio 28.1-6. A unidade lembra o modelo de tratado de suserania e vassalagem do antigo Oriente Próximo, que era firmado entre uma nação que tinha o domínio com outra que era dominada por aquela. Nesses tratados era comum ter uma pequena lista de direitos (bênçãos) e uma lista grande de obrigações (maldições), que seriam recebidas por quem violasse o pacto firmado. No entanto, no pacto de aliança de Deuteronômio não é imposto, mas é dada a liberdade para o povo aceitar ou não o compromisso.
Em Deuteronômio 28.1-14 são pronunciadas as bênçãos e em Deuteronômio 28.15-68 são pronunciadas as maldições, quase quatro vezes o conteúdo das bênçãos. Nele está presente o princípio teológico de Israel de que a obediência à aliança com seu Deus traria bênção e prosperidade, e a desobediência traria maldição e miséria. Por ser o povo da aliança com Yahweh as bênçãos serviam como recompensas pela retidão moral, enquanto as maldições eram resultado de rebelião e prática do mal. Para nosso estudo, o que interessa são as bênçãos. As bênçãos estão relacionadas ao que era de valor para a época, abrangia a vida no campo e a vida na cidade (v. 3). A abundância da prole que era importante principalmente para o campo, pois a mão de obra era algo valioso na época e uma família numerosa era considerada uma bênção para os camponeses, a maioria da população. A colheita abundante tinha a ver com a provisão das condições para plantio e colheita, que envolvia as condições da natureza e recursos para efetuar a colheita como os vasos usados para coletar utilizar o produto do campo (v. 5). Além da prosperidade das criações e êxito nas principais ocupações da época. A teologia deutoromista vê a origem do mal na idolatria, ou seja, o abandono das instruções de Yahweh e a adoração aos deuses propagados pelas outras nações. Por isso, em vários momentos o povo da aliança é instado a renovar o pacto (Dt 10.14-21; 11.22; 30.15-20). Por mais que a metade do livro de Deuteronômio contenha ritos e leis, ele não é um livro de caráter legalista. Nele, o cumprimento da lei está relacionado ao amor a Deus “de todo o coração e toda a alma e toda a força” (Dt 6.5; 13.3; 26.16; 30.2, entre outros textos). Ao comentar sobre Deuteronômio, Andiñach (2015, p. 138) afirma “Nada mais distante do espírito desse livro do que o fato de pensar que simplesmente por cumprir ritos e oferendas se poderá alcançar a bênção de Deus”. Infelizmente, esse foi o entendimento prático de parte desse povo até os dias de Cristo e continua influenciando o povo evangélico até os dias atuais.
Com relação ao texto de Deuteronômio 28.2-5, interessante notar que ele não incentiva a busca de Deus pela bênção. O texto afirma que a benção é atraída pela atitude das pessoas: “virão sobre ti e te alcançarão”, isso “quando ouvires a voz do Senhor, teu Deus”. Desse modo, as bênçãos são consequências naturais do comportamento humano. Vamos dar exemplo prático para evidenciar essa afirmação. Qual seria o resultado na vida de uma pessoa honesta, dedicada à sua família e ao trabalho, trato educado e fácil com as pessoas, dentre outras virtudes possíveis? Evidente que as consequências naturais são de uma pessoa feliz e bem sucedida, tanto no seio de sua família, como no trabalho e nos demais relacionamentos. De tal modo, que diríamos que essa pessoa é abençoada, uma consequência natural como retorno natural de suas atitudes e comportamento. Todavia, como explicita o Salmo 73, um ímpio também pode ser “bem sucedido” em seus negócios e outras áreas da vida. Porém, do que vale essa “prosperidade”, sem a graça de Deus? O sábio Agur faz um pedido ajuizado a Deus em Provérbios 30,8b “não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada”. Possuir o que se pode conquistar com o trabalho e honestidade. 
Bem-aventurado quem mantém sua integridade o tempo todo 
O que produz paz e uma vida de excelência pelos padrões bíblicos é uma vida de comunhão com Deus, vivida segundo a sua vontade. Segundo Eclesiastes 7.8, o fim é melhor do que o começo. Existem pessoas que começam bem, mas terminam mal. No entanto, para quem não começou bem ainda resta uma esperança se entrar pelo caminho da fé em Deus. Todavia, Deuteronômio 28.6 afirma que o ideal é desfrutar da bem-aventurança na entrada e na saída. Para isso, o ser humano precisa ser fiel a Deus em todo tempo independente de prosperidade financeira. 
O fato de possuir muitos bens e prestigio pode significar para algumas pessoas sucesso e garantia de uma vida feliz. Contudo, isso não condiz com a realidade bíblica e a prática de vida. Existem muitas pessoas com grande prosperidade financeira, porém infelizes e depressivas. Da mesma forma, há pessoas simples e de baixíssimo poder aquisitivo felizes e que desfrutam de boa paz. Assim, não é a riqueza ou a pobreza que define o sucesso, a felicidade ou a excelência de vida das pessoas. Por mais que a crença popular no AT era relacionar a prosperidade financeira com a obediência a Deus, fica claro que várias personagens reconhecidas como fiéis tiveram vida simples e passaram por várias privações, como vários exemplos de profetas. Um texto do Novo Testamento que geralmente é mal interpretado é Fp 4.13 “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. O erro de interpretação se dá por considerar o versículo isolado de seu contexto. Na totalidade, Paulo afirma que já havia passado por dificuldade e momentos difíceis na sua vida, assim como também momentos de fartura e de prosperidade. Com a afirmação do v. 13, ele passa a mensagem que independente de qualquer um dos momentos (escassez ou prosperidade) a fidelidade a Deus deve ser constante, ou seja, não é a escassez ou a prosperidade que define a relação com Deus, mas a experiência de intimidade e comunhão com Ele. 
Obedecer à Palavra de Deus e fundamental na vida do ser humano, conquanto, isso não pode ser usado como barganha para receber benefícios de Deus.
II - A Prosperidade Financeira e o Cristianismo 
Depois de analisar o conceito de prosperidade para o povo hebreu na antiguidade, vamos observar qual foi o tratamento dado ao tema por Jesus. O Evangelho de Mateus tem como um dos seus pontos fortes a ênfase nos ensinos práticos do Mestre dos mestres. Dentro da unidade conhecida como O Sermão do Monte, é reservada uma subunidade para abordar os ensinamentos de Jesus de como lidar com as riquezas materiais. 
O maior tesouro é fazer a vontade Deus e viver em paz 
Depois dos discursos de Jesus sobre as bem-aventuranças e a advertência sobre a hipocrisia religiosa baseada em rituais e práticas com objetivo de aparentar certa religiosidade, que contrasta com a verdadeira justiça divina, Ele inicia uma seção de ditados de sabedoria. Esses adágios faziam parte da cultura judaica e eram apreciados como ensinos para o dia a dia dos judeus. O primeiro ditado está relacionado a uma palavra preferida por Mateus: tesouros. Ele usa termo grego “thesauros” nove vezes, enquanto em todo o Novo Testamento ela aparece dezessete vezes. Arrington e Stronstad (2012, p. 56) afirmam que esse termo “pode se referir às riquezas materiais (e.g., Mt 2.11; 13.44), mas na maioria dos casos indica riquezas espirituais ou celestiais (e.g., Mt 12.35; 13.52; 19.21). [...] Jesus contrasta tesouros terrenos que inevitalmente se decompõem, com a incorruptibilidade das riquezas celestiais”. Jesus incentiva o investimento nas riquezas celestiais. Ele não desmerece os bens materiais, mas a sua supervalorização.
Em uma sociedade consumista e centrada na economia de mercado como a atual, o dinheiro assume um papel peculiar, inclusive no meio religioso que tem o papel de mediação com o sagrado. A cada dia parece que o dinheiro tem encontrado no âmbito religioso, em especial no meio neopentecostal e pentecostal, um ambiente propício para o mercantilismo religioso. As pessoas são educadas para se ocupar com o “ter”. A busca para ter boa formação, ter um emprego que dê uma boa projeção financeira e social, ter uma boa casa, ter um bom carro, e assim por diante. Não há nenhum problema em se preparar para o mercado de trabalho e buscar conquistar uma boa situação financeira, isso é natural. No entanto, o problema é quando isso se torna a meta principal a ser atingida. Jesus adverte que o principal tesouro a ser conquistado não é o material e terreno, pois só produzem satisfação e alegrias momentâneas, e que podem ser facilmente tiradas. Em vez disso, Ele recomenda que ajuntemos o que pode ser desfrutado na vida eterna com Deus. Nenhuma riqueza do mundo pode comprar a paz que uma pessoa que faz a vontade de Deus desfruta. Muitas pessoas “poderosas” dariam tudo o que possuem para ter a paz que um cristão fiel desfruta com Deus e com as demais pessoas. A paz, que é fruto de um relacionamento saudável com o Deus, a família, amigos, comunidade cristã e a sociedade em geral. Cada pessoa colherá aquilo que planta (Gl 6.8).
O coração era considerado o centro do compromisso e das decisões (Mt 5.8,28), o tesouro que ele escolher vai definir o relacionamento com Deus, com as pessoas e com as coisas (Lc 12.16,17; Mt 16.26). A recomendação de Jesus é um coração misericordioso e generoso (Mt 5.42; 6.2-4). Assim, alcançará o maior tesouro que é fazer a vontade de Deus e ter paz.
A metáfora do olho como lâmpada do corpo 
A metáfora do olho como lâmpada do corpo é apresentada logo após a declaração de Jesus sobre as diferenças entre os tesouros terrenos e celestiais. Vincent (2012, p.38) afiança que o adjetivo grego haplous, que é traduzido por bom (olho bom), tem por trás a imagem de um tecido sem muitas dobras complicadas para dar a ideia de simplicidade ou singularidade, “num sentido moral: puro, objetivo, sem devaneios”. Enquanto que o seu antônimo tem o sentido de “duplicidade de indecisão condenadas no versículo 24”. O adjetivo haplous também é utilizado para se referir à generosidade (Rm 12.8), liberalidade (2 Co 8.2; 9.11; Tg 1.5) e beneficência (2 Co 9.13). Dessa forma, essas são algumas características de pessoas que tem os “olhos bons”, segundo a metáfora. 
O Reino de Deus irrompeu num tempo em que o mundo do primeiro século estava em profunda crise. A maioria, na pobreza, vivia ansiosa pelas coisas fundamentais à sobrevivência e em grande expectativa pelo futuro, com fé na esperança messiânica. Por outro lado, uma minoria que vivia em função do dinheiro e do que ele podia proporcionar. Eles não viam na obtenção do lucro a qualquer custo como um problema ético ou moral, mas como sinal de bênção divina. Para falar sobre essas diferenças de como lidar com o dinheiro, Jesus utiliza-se da metáfora do olho como lâmpada do corpo (Mt 6.22,23). O olho guia o corpo e dirige seus movimentos, sentimentos e ações. O texto descreve dois tipos de olhos: o bom ou são e o mau ou doente. O olho bom enxerga segundo a vontade de Deus, um olhar livre da ansiedade obsessiva pelas provisões materiais e que prioriza as ações de caridade e solidariedade, por isso torna o corpo luminoso (luz). Por outro lado, o olho mau enxerga segundo o interesse pela riqueza egoísta, buscando a acúmulo de riquezas de forma corrupta, assim sendo torna o corpo escuro (trevas). Jesus finaliza a metáfora com uma de suas declarações mais enigmáticas “Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!”. Como a luz pode ser trevas? As trevas sendo vistas como luz se tornam ainda mais perigosas, pois quando as pessoas trocam o bem pelo mal, reduz-se a esperança de mudança a quase zero. Essa era a situação de muitos religiosos na época de Jesus, tidos como referenciais e pessoas do bem, mas seus olhos estavam atentos somente para fazer o mal. Por isso, muitos que ouviram Jesus e foram tocados pela sua palavra não seguiram seus ensinamentos, pois não venceram o mal que estava enraizado dentro de si e conduziam seus olhos para os tesouros terrenos.
A metáfora esclarece que as escolhas humanas são moldadas pela visão de mundo de cada pessoa.  Desse modo, o estado presente o “olho” que determinará o futuro do corpo.   
A escolha entre servir a Deus ou ao materialismo, o deus Mamom 
Em todo o capítulo seis de Mateus o tema recorrente é o compromisso do coração. Um compromisso desvirtuado tem como foco o acumulo obsessivo de bens materiais. Jesus adverte constantemente sobre a motivação egoísta das práticas cotidianas do povo. Quando Mateus se refere ao Diabo e suas tentações ele concentra nos aspectos econômicos da vida. O ser humano é tentado pelas ambições pessoais, pelo desejo de ter mais do que é necessário, mesmo que tenha que tirar dos desfavorecidos, como tem ocorrido na atual situação política do Brasil. Matthew Henry traz um bom comentário sobre o equilíbrio na busca de bens materiais:
[...] não devemos acumular tesouros na terra, isto é: (1) Não devemos considerar as coisas terrenas como as melhores, ou as mais valiosas em si mesmas, nem as mais proveitosas para nós [...]. (2) Não devemos cobiçar a abundância destas coisas, nem estar tomando posse delas cada vez mais, e acrescentando-as, como fazem os homens com aquilo que é o seu tesouro, sem nunca saberem quando já têm o suficiente. (3) Não devemos confiar nas coisas terrenas para o futuro, para serem a nossa segurança e suprimento no tempo por vir — não devemos dizer ao ouro: “Tu és a minha esperança”. (4) Não devemos nos satisfazer com as coisas terrenas, como tudo o que precisamos ou desejamos; devemos nos contentar com o suprimento de nossas necessidades neste mundo, não desejando que a nossa porção seja exagerada. Não devemos fazer destas coisas a nossa consolação (Lc 6.24). Também não devemos nos sentir consolados pelos nossos bens (Lc 16.25). Consideremos que estamos acumulando, não para a nossa posteridade neste mundo, mas para nós mesmos no porvir. Precisamos fazer a nossa escolha, como se fôssemos os escultores de nossa própria vida; isto é, seremos aquilo que nós mesmos delinearmos. Cabe a nós escolher sabiamente, pois estaremos escolhendo para nós mesmos, e teremos aquilo que escolhermos (HENRY, 2015, p. 71).
O imaginário religioso transmitido por uma longa tradição judaica é questionado em Mateus 6.24, em que o dinheiro e o Diabo se fundem. Eles se tornam uma coisa só, Mamom, o deus do egoísmo e contrário ao amor, que precisa ser exorcizado. Para se livrar desse “demônio” e de suas tentações é preciso, em primeiro lugar, resistir o amor ao dinheiro e as vantagens egoístas que ele pode proporcionar. Fazer um uso sábio e prudente do dinheiro. Ninguém pode servir a dois senhores com propósitos distintos, pois as suas ordens de comando a qualquer momento serão contraditórias ou conflitantes. Não tem como amar e ser fiel a ambos, por isso a decisão de quem servir é inevitável (1 Jo 2.15; Tg 4.4). Escolha servir a Deus, ainda que isso exija sacrifícios e renúncias.
Jesus contrasta tesouros terrenos e destrutíveis com a incorruptibilidade das riquezas celestiais, reservadas a quem prioriza a vontade de Deus.                                                                     
*Adquira o livro do trimestre. NEVES, Natalino. Cobiça e Orgulho: Combatendo o desejo da Carne, o Desejo dos Olhos e a Soberba da Vida. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Lição 01 - 2º Trimestre 2019 - Jacó e Sua Grande Família - Primários.

Lição 1 - Jacó e sua Grande Família

2º Trimestre de 2019
Objetivo: Que o aluno compreenda que Deus é fiel e sempre cumpre as suas promessas.
Ponto central: Deus abençoa as famílias.
Memória em ação: “Os seus descendentes vão formar uma grande nação [...]” (Gn 12.2).
Querido (a) professor (a), iniciamos um novo trimestre renovados pelo amor e poder do Altíssimo. O que seria de nós sem o sustento dEle em todas as áreas de nossas vidas, não é mesmo!? O que seria daqueles a quem amamos e cremos que Ele também tem guardado?! Temos muitos motivos para agradecer e não há maneira melhor de iniciar um novo ciclo do que fazendo isto. Que você possa trazer à memória todas as dádivas pelas quais deseja agradecer, trazer à memória o que dá esperança.
E por falar nos nossos, esta primeira lição, assim como algumas seguintes, abordará o tema “família”, com todas as suas peculiaridades positivas, mas também as dificuldades que podem envolvê-la. Veremos que até mesmo as famílias dos grandes patriarcas escolhidos por Deus também passaram por problemas, assim como a nossa e a de qualquer um. 
Como você já sabe por meio de sua revista, no decorrer dos próximos meses apresentaremos aos Primários a “História do filho que escolheu fazer o que é certo”: José. Que história mais emocionante! Repleta de reviravoltas que nos trazem preciosas lições e que, certamente, deixarão seus pequeninos empolgados e atentos.
Aproveite a aula de hoje para conhecer melhor o contexto familiar de seus alunos. Após apresentar a família de Jacó, peça que os Primários deem as mãos fazendo um circulo e sentem-se bem informalmente. Promova um bate papo sobre suas famílias, se têm irmãos, como é ser o caçula ou o mais velho, etc. Conduza a conversa observando possíveis desarranjos familiares, se  há algum caso que  necessite de sua maior atenção e suporte.  Explique que todas as famílias tem seus problemas, mas que o amor e união faz com que vençamos todos eles. Faça o gancho explicando também que temos uma família espiritual, quem aceita Jesus como Senhor e Salvador entra para a família de Deus, portanto, somos todos irmãos.
Ore com eles agradecendo ao Pai pela nossa família terrena e espiritual.
Proponha que para próxima aula, todos tragam fotos dê suas famílias, claro com a ajuda e autorização de seus responsáveis, pois faremos um belo mural de oração pelas famílias.  
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 01 - 2º Trimestre 2019 - Quando eu Oro, o Papai do Céu me Ajuda - Maternal.

Lição 1 - Quando eu oro, o Papai do Céu me ajuda

2º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: Que o aluno reconheça que precisa da ajuda de deus, e que pode pedi-la por intermédio da oração.
Para guardar no coração: “Ele está perto de todos os que pedem a sua ajuda [...]” (Sl 145.18).
Nesta lição, o aluno vai conhecer a história de um empregado que recebeu a tarefa de buscar uma noiva para o filho do seu patrão. Ele não sabia como fazer, então pediu ajuda ao Papai do Céu que o ajudou a encontrar a moça certa.
Após narrar a história bíblica em sua totalidade e realizar as atividades propostas na revista do professor, caso ainda haja tempo, sugerimos que faça cópias da atividade a seguir. Diga aos alunos que o empregado de Abraão viajou de camelo. Peça para as crianças identificarem o camelo entre as gravuras dos animais na folha. Em seguida, podem pintar o desenho   
animais.licao1.maternal
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Setor de Educação Cristã da CPAD

Lição 01 - 2º Trimestre 2019 - O Que é Um Líder? Juvenis.

Lição 1 - O que é um líder?

2º Trimestre de 2019
“Bendito seja o SENHOR, teu Deus, que se agradou de ti para te pôr como rei sobre o seu trono, pelo SENHOR, teu Deus, porquanto teu Deus ama a Israel, para o estabelecer perpetuamente; e pôs-te como rei sobre eles, para fazeres juízo e justiça” (2 Cr 9.8).
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. SALOMÃO E O GRANDE DESAFIO
2. SALOMÃO E UM MARAVILHOSO SONHO
3. APRENDENDO A INICIAR UMA LIDERANÇA COM SALOMÃO
4. LIDERANÇA COMO UMA MANIFESTAÇÃO DO REINO DE DEUS NESTE TEMPO
OBJETIVOS
Apresentar possíveis definições para “liderança”;
Mostrar Salomão como exemplo bíblico de líder;
Apontar fundamentos de uma liderança segundo o modelo bíblico.
Querido (a) professor (a), iniciamos um novo trimestre renovados pelo amor e poder do Espírito Santo. O que seria de nós sem o sustento dEle em todas as áreas de nossas vidas!? O que seria daqueles a quem amamos e cremos que Ele também tem guardado?! Aqueles a quem Ele nos comissionou a ensinar, orientar, cuidar... 
Temos muitos motivos para agradecer e não há maneira melhor de iniciar um novo ciclo do que fazendo isto. Que você possa trazer à memória todas as dádivas pelas quais deseja agradecer ao Pai, trazendo assim à memória o que te dá esperança, o que renova as suas forças para continuar sua jornada, atendendo com alegria o seu chamado. E por falar e, chamado, como você já sabe através de sua revista, o tema dos próximos meses tem muito a ver não só com seus alunos, mas também com VOCÊ: “Eu, um líder!”
Talvez quando você lê na Bíblia sobre Moisés, Josué, Samuel, Débora, Davi e tantos outros líderes gloriosos – se sinta intimidado, apequenado ou nem mesmo qualificado para liderar alguém. Mas o que todos eles têm em comum? O que você tem em comum com todos eles? O Todo-Poderoso! Sim, tal como a estes Ele te escolheu. 
O seu “Israel” são os seus alunos. Jovens que te seguem, que te ouvem, que te admiram e mesmo que não demonstrem ou compreendam a dimensão disto hoje, que se inspiram em você. Que grande responsabilidade! Mas não tema, porque o Senhor é contigo nela. 
Para esta e todas as outras missões da sua vida, o que Deus requer mais do que tudo de você não é a perfeição, uma conduta impecável, rendimento inabalável (até porque isto não existe e a aparência disto chama-se hipocrisia – o que o maior exemplo de líder, Jesus Cristo, mais condenou). 
O que este Deus maravilhoso que te escolheu espera dia a dia de você é humildade, o suficiente para que te faça buscá-lo como um dependente. Somente essa humildade e busca genuína fazem realmente nos enxergar como somos por baixo de todas as máscaras, ego, camadas e mesmo assim não desistir de nós; não retroceder diante da queda, não desanimar a cada percalço, não se punir pelos defeitos mais obscuros... Mas também não se vangloriar frente aos “aplausos”; não se envaidecer com títulos; não se iludir com posições de destaque, elogios, cargos ou status. Em suma, não perder de vista o Santo, você mesmo e o seu chamado.
Nosso desejo e oração sinceros são para que ao longo destas lições, não apenas seus alunos possam ser inspirados, mas você também: renovado, aprimorado, se preciso até mesmo quebrantado e remoldado. Você está disposto (a) a se unir neste clamor ao Senhor? Está disposto (a) a vê-lo sendo atendido mesmo que doa sua carne? Mesmo que te desinstale de suas mais queridas zonas de conforto? Mesmo que te confronte com os aspectos mais indesejáveis e sombrios do seu ser? 
Este é o convite do Espírito Santo agora para você. Que como um rio, Ele flua através de sua vida para a de seus alunos e a de todos que te cercam.
Certamente este será um trimestre excepcional! O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 01 - 2º Trimestre 2019 - Um Mundo Imerso Numa Cultura Materialista - Jovens.

Lição 1 - Um Mundo imerso numa cultura materialista 

2º Trimestre de 2019
Introdução
I-Quem Ama o Mundo o Amor do Pai não Está Nele
II-A Cobiça e a Soberba, Frutos da Cultura Materialista
III-Entre o Materialismo Temporário e a Vontade Eterna de Deus
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar que aquele que ama o mundo o amor do Pai não está nele;
Explicar que a cobiça e a soberba são frutos da cultura materialista;
Mostrar que a humanidade se encontra dividida entre o materialismo temporário e a vontade eterna de Deus.
Palavras-chave: Cobiça e soberba.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Natalino das Neves:
1 Um Mundo Imerso numa Cultura Materialista 
Não ameis o mundo, nem o que no mundo há.
Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
 (1 Jo 2.15)
O conteúdo deste capítulo servirá como uma introdução ao livro.  Nele vamos estudar sobre temas proeminentes em quase toda a história da humanidade: dinheiro, sexo e poder. Ao tratar desses temas iremos utilizar os textos bíblicos que orientam como lidar com a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida.  O objetivo desta obra é preparar os cristãos para vencer as tentações que são constantes nessas áreas em todas as etapas da vida. 
I. Uma Visão Panorâmica da Primeira Epístola de João 
Autor, data e local da escrita
A definição da autoria, data e local da escrita, como a maioria dos livros bíblicos, é contraditória e motivo de várias controvérsias. No entanto, fica evidente que a primeira carta é anônima, ou seja, o autor não se identifica. Apesar de que para a época mesma a citação do nome não garantia a autoria, pois a pseudonimia era uma prática comum. Tradicionalmente se afirmava que tanto as três epístolas como o evangelho haviam sido escritos por João, filho de Zebedeu. Segundo Arrington e Stronstad (2012, p. 945), membros da Comissão Editorial da Bíblia de Estudo Pentecostal, o primeiro defensor da autoria comum do Evangelho de João e a primeira carta foi Dionísio de Alexandria no século III, mas por muitos anos existiu a dúvida a respeito dessa autoria comum. Eles afirmam que a autoria destes livros por João, o filho de Zebedeu, “não é enfim crucial em termos de interpretação e certamente não o é em termos de inspiração e autoridade. Não há nenhuma razão para que um assistente de João não pudesse ser o responsável pelos escritos de 1 João”. No entanto, as semelhanças entre os livros demonstram que possuem a “mesma tradição e perspectiva”. 
A data e localização dependem da definição da autoria. Contudo, entre os estudiosos do Novo Testamento é aceito que o evangelho foi escrito antes das epístolas. Considerando a escrita do evangelho na última década do século I, durante a segunda fase da formação das comunidades joaninas, as epístolas foram escritas nos final desta década, na terceira fase da formação das comunidades 1. Na epístola não há indicação do local da escrita, mas a cidade de Éfeso, na Ásia Menor, onde existia a comunidade joanina mais velha, tem sido um dos principais locais para a escrita. Todavia, como afirmam Arrington e Stronstad (2012, p. 945), “o conhecimento do local específico da escrita” da epístola não é crucial para a sua interpretação.
Destinatários e propósito da epístola
Arrington e Stronstad (2012, p. 946) asseveram que “os estudiosos modernos frequentemente se referem a estes crentes como ‘a comunidade joanina’. [...] Esta ‘comunidade’ poderia muito provavelmente ter sido uma associação de várias congregações ou igrejas que se reuniam nas casas”. Como na maioria das epístolas, o autor também se ocupa com a influência dos falsos mestres que estavam desvirtuando alguns membros e escreve para orientá-los. A maioria dos falsos mestres na época da escrita da epístola era simpatizante das crenças gnósticas, que tinham conhecimento místico como fonte de salvação.
Na época da escrita da epístola a comunidade joanina passava por um período de conflitos internos. O autor afirma que de seu grupo saíram pessoas que eram contra Cristo (anticristos) para que ficasse claro que nem todos os membros da comunidade eram realmente convertidos (1 Jo 2.19). Não bastasse isso, eles tentavam desencaminhar membros da comunidade que permaneciam firmes e provocavam problemas de poder da autoridade local (1 Jo 1.7; 2.2; 2.22,23,26; 3.7; 4.1-3,10; 5.5,6). A comunidade estava acuada pelas influências externas, perseguições e dissensões internas promovidas, em especial, por esses falsos mestres. O autor encoraja a comunidade por meio da ênfase na fé cristológica e o amor fraterno que vence o mundo (1 Jo 5.1-5). 
De forma sintética, o autor incentiva a crer e servir a Jesus e amar ao próximo. Se o quarto evangelho se distingue pelo seu caráter querigmático, a primeira epístola de João se caracteriza pelo ensinamento ético e o tom exortativo e prático. O comportamento ético tem como base o mandamento do amor fraterno que permeia por toda a epístola. Embora, o autor advirta contra os enganadores infiltrados no grupo (1 Jo 2.26), sua carta tem mais um estilo pastoral. Trata os destinatários de filhinhos e escreve para que: a) a alegria deles seja completa (1.4); b) não pecassem e abandonassem a fé (2.1); c) tivessem a convicção da vida eterna (5.13). Eles deveriam assumir o amor como projeto de Deus para seus filhos, uma comunidade com base na comunhão e proteção mútua (1.3,5,7), sem se deixar influenciar pelo poder maligno e sedutor do mundo dominado pelo Império Romano na época. 
Conhecimento, justiça e concupiscência como palavras-chave 
A epístola tem várias palavras-chave (amor, comunhão, pecado, mandamento, justiça, injustiça, concupiscência), mas devido ao título do livro a ênfase será nas palavras-chave: conhecimento, justiça e concupiscência, que de certa forma estão inter-relacionados com as demais palavras-chave.
Como os falsos mestres influenciados pelo gnosticismo exaltavam o conhecimento, o autor destaca qual é o verdadeiro conhecimento que salva. Ele emprega o verbo ginôskein, diferente de “saber”, eidénai, que só é autêntico quando se é colocado em prática os mandamentos de Deus (1 Jo 2,3,4) e evidenciado com o amor aos irmãos da comunidade (4.7,8). Um conhecimento de Deus que leva à prática da justiça em relação ao próximo como descrito por Oséias (Os 4,1-2) e Jeremias (Jr 22.15-16), que é traduzido por João como a obediência aos mandamentos divinos (1 Jo 3.23 e 4.21). Diferente do comportamento daqueles que abandonaram a comunidade e são acusados por João de falta de amor para com seus irmãos (1 Jo 2.9-11; 3.11-24; 4.7-21). Por isso, a recomendação de que esse comportamento não deveria ser o da comunidade joanina (1 Jo 1.5-13). Portanto, o conhecimento de Deus está relacionado à prática da justiça, pois é uma demonstração de que a pessoa é nascida de Deus e justa (1 Jo 2.29; 3.7). Por outro lado, João afirma que quem não pratica a justiça e quem não ama seu irmão não é de Deus (1 Jo 3.10), pois toda injustiça é pecado (1 Jo 1.9; 5.17). Portanto, o conhecimento que conduz à prática da justiça resulta no amor fraterno recomendado por João.
O termo grego que é traduzido por concupiscência na epístola é epithymía, que significa “desejo” e “cobiça”. Essas traduções somente são utilizadas no texto que caracteriza o “mundo” que não deve ser amado (1 Jo 2.15-17). Uma expressão simples, mas com profundo significado para a vida espiritual do cristão. Por isso, será detalhado nas próximas seções e retomado nos próximos capítulos do livro, pois a tríade: concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida serão temas que perpassarão toda esta obra. A tríade será expressa ao longo do livro por palavras equivalentes como inveja, desejo, avareza, soberba, ambição, luxúria, obsessão pelo ter, consumismo, ostentação, entre outros relacionados ao dinheiro, sexo e poder.
II. Quem Ama o Mundo o Amor do Pai não Está nele
O mundo que não deve ser amado
 Mathew Henry (2015, p. 915) afirma que o mundo criado por Deus deve ser admirado, mas quando o ser humano sede às inclinações da sua natureza depravada em vez de admirar, busca dominar o mundo para atender suas próprias concupiscências:
O mundo, fisicamente considerado, é bom e deve ser admirado como obra de Deus e um espelho na qual a sua perfeição brilha, mas deve ser considerado no seu relacionamento conosco agora em nosso estado corrompido e como trabalho em nossa fraqueza e instiga e inflama nossas paixões perversas. Existe uma grande afinidade e aliança entre o mundo e a carne, e este mundo penetra e invade a carne e assim se volta contra Deus. As coisas do mundo, portanto, são distinguidas em três classes, de acordo com as três inclinações predominantes da natureza depravada: (1) A concupiscência da carne; [...] (2) A concupiscência dos olhos; [...](3) A soberba da vida. (HENRY, 2015, p. 915)
A palavra grega traduzida para mundo é “kosmos”. Ela tem três diferentes significados no Novo Testamento: a) mundo físico criado por Deus, o planeta que vivemos (At 17.24; Mt 13.35; Jo 1.10, 13.1; Mc 16.15; Hb 1.2); b) a humanidade em geral, objeto do amor sacrificial de Deus para salvação (Jo 3.16; 12.19; 17.21); c) o sistema dominante que se opõe a Deus (Mt 16.26; 18.7; Jo 14.17; 15.18,19; 1 Co 2.12; 3.19; 7.31; 2 Pe 1.4; Hb 11.38; Tg 1.27; 1 Jo 2.15; 3.17; 5.19). Os dois primeiros “mundos” são dignos de nossa admiração e amor, ambos criados por Deus, o mundo maravilhoso criado por Deus e as pessoas, criadas para adorá-lo.
Os textos bíblicos que afirmam o amor de Deus pelo mundo estão se referindo aos seres humanos (1 Jo 4.9). A comunidade deve amar as pessoas (Rm 13.8; 1 Jo 4.7; 1 Pe 1.22), mas não o sistema de poder que atua no mundo e seus valores corruptos (2. Co 4.4), que promove a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1 Jo 2.16). A mídia de entretenimento e as campanhas de marketing atraem de certa forma os cristãos para desejarem ter a forma do sistema dominante do mundo. Algumas pessoas até se frustram ao se compararam com as personagens que são criadas para atrair os consumidores, mas o cristão salvo deve permanecer no temor do Senhor (Pv 23.17). 
O mundo que se refere ao sistema (pessoas e instituições) que se opõem a Deus é aquele que não deve ser amado, pois reflete ao estilo de vida das pessoas que não amam a Deus e não estão comprometidas com a realização de sua vontade. A maioria das vezes em que a palavra mundo é citada na Bíblia está se referindo no sentido negativo, ao sistema perverso que afasta o ser humano da vontade de Deus. Um mundo que faz de coisas e pessoas ídolos, que movem os sentimentos e ações de pessoas que os têm como deuses. Desse modo, tudo o que colocamos em primeiro lugar em nossa vida, antes de Deus é idolatria (1 Co 10.7,14,31). Jesus disse que quem ama algo deste mundo mais do que a Ele próprio, não é digno dEle (Mt 10.37,38). O cristão deve desconfiar de tudo que concorre com Deus em sua vida. Por isso, ao longo deste livro, quando for citado o mundo a ser evitado, é o mundo que concorre com Deus e jaz no Maligno (1 Jo 5.19). 
O amor ao mundo é inconsistente com o amor de Deus
O autor da Primeira Carta de João caracteriza o mundo que não deve ser amado como aquele que é constituído por pessoas que: a) não conhecem a Deus (1 Jo 3.1); b) são contrárias à igreja de Cristo (3.13); e c) são dominadas pelo Maligno (5.19). O apóstolo Paulo afirma que o cristão salvo não deve tomar a mesma forma que as pessoas que fazem parte do mundo. Ao contrário, deve renovar sua mente por meio da prática do evangelho, ou seja, deve influenciar as pessoas que se opõe a Deus e não se deixar ser influenciado pelo seu estilo de vida (Rm 12.1,2).  O mundo usurpa a paixão de quem se deixa levar por ele. Dessa forma, o cristão deve estar em constante vigilância para não se acostumar com o estilo de vida que se opõe à vontade e ao projeto do Reino de Deus.
Quanto mais próximo o cristão estiver do amor ao mundo, mais se distanciará da prática do amor de Deus. Jesus, na oração sacerdotal, deixou claro que seu discípulo está no mundo físico (Jo 17.11), mas não é do mundo, ou seja, não se conforma com o sistema opressivo dominante (Jo 17.14). Ele é chamado para fora do mundo de trevas e é reenviado ao mundo como luz e testemunha viva da transformação que se dá por meio do evangelho (Jo 17.18). As pessoas que se adéquam ao estilo de vida e procedimento do mundo encontram dificuldade para fazer a vontade de Deus, pois a prioridade não é o bem da coletividade e a defesa dos menos favorecidos. Ao contrário, o que se busca é o atendimento egoísta dos desejos pessoais. Portanto, um modo de vida inconsistente com o amor de Deus, provado por meio do sacrifício vicário e voluntário de Cristo para salvar a humanidade (Rm 5.8).   
O novo convertido recebe uma nova natureza quando é justificado, de forma que não se agrada mais das antigas práticas “mundanas” (2 Co 5.17) e se torna cidadão de um novo reino (Fp 1.27, 3.20). Jesus afirmou que o seu Reino não era desse mundo que deve ser evitado (Jo 18.36). Os desejos do cristão devem se voltar para o que é permanente e não ao que é transitório e efêmero (Lc 12.33; 1 Tm 6.18,19). Quem continua amando o mundo não cresce espiritualmente e se torna estéril no Reino de Deus (Mt 3.8, Lc 6.43-45, Jo 12.25, 15.1-8). O cristão que se torna amigo do mundo (Tg 4.4) é contaminado por ele (Tg 1.27), toma a forma dele (Rm 12.2) e acaba se tornando inimigo de Deus. Se o cristão não mudar de comportamento e se voltar para Deus, acabará sendo condenado com o mundo (1 Co 11.32). O cristão deve amar o planeta e a humanidade criada por Deus, mas não deve tomar a forma do estilo de vida das pessoas que não conhecem e se opõem a Deus.
III. A Cobiça e a Soberba, Frutos da Cultura Materialista
Concupiscência, a falta de domínio sobre o forte desejo pelo pecado
Concupiscência no sentido etimológico tem sua origem do latim concupiscens e significa “o que tem um forte desejo”, que por sua vez deriva da palavra concupera, cujo significado é “ter forte desejo”. Assim, o termo é utilizado para designar a cobiça por bens materiais, bem como por prazeres sexuais, entre outros desejos de prazer. Dependendo do contexto, concupiscência se torna sinônimo de libertinagem ou lascividade carnal.
Libertinagem é uma característica de quem não sabe usar adequadamente a liberdade que tem. A palavra tem sua origem do francês “libertinage”, cujo significado é devassidão. Quem exerce a libertinagem não respeita a integridade física, emocional ou psicológica das pessoas, se torna uma pessoa devassa, dissoluta, licenciosa e insubordinada. Os valores morais de cada pessoa interferem sobre o seu conceito de liberdade e libertinagem. O apóstolo Paulo adverte aos gálatas sobre o limite da fronteira entre liberdade e libertinagem. Ele afirma que temos liberdade em Cristo por meio da justificação da fé, que não pode ser transformada em libertinagem sob o risco de perda da salvação. Lascívia é um substantivo feminino que se refere à sensualidade, libidinagem, luxúria. Palavra frequentemente relacionada com a palavra volúpia, que significa o grande prazer dos sentidos e o grande prazer sexual. Na bíblia, concupiscência é sinônimo de pecado e compromete a vida eterna com Deus. 
A cobiça da carne 
Como visto, a concupiscência é vista como uma cobiça por bens materiais ou prazeres sexuais e outros desejos que trazem grande satisfação pessoal. O desejo e o prazer em comer, beber, dormir, fazer sexo, entre outros, é natural ao ser humano. No entanto, a concupiscência da carne é uma ânsia que o ser humano tem de consentir com o mal e contrariar a vontade de Deus (Rm 7.18; 8.1). As pessoas que se entregam à cobiça da carne são praticantes de toda sorte de imoralidades sexuais como relacionamentos amorosos contrários à orientação bíblica, a prostituição, a pornografia, o sexo fora do casamento, a lascívia, a libertinagem, entre outras. 
Quando se fala em concupiscência ou cobiça da carne geralmente as pessoas relacionam a expressão com deslizes na área sexual. Os leitores da bíblia geralmente se lembram de personagens como Sansão que trocou o seu nazireado pelas orgias com mulheres estranhas ao seu povo e o relacionamento amoroso com Dalila. Davi também é outro personagem muito lembrado, conhecido como o homem segundo o coração de Deus, ele abriu mão da presença do Senhor em sua vida por um relacionamento extraconjugal que o levou também a um homicídio. Todavia, além da área sexual, outros desejos também são concupiscência da carne, como a glutonaria, que é pouco mencionada, entre outros desejos que sem o devido controle. 
João adverte o cristão a vigiar e buscar o domínio e não ser dominado pela natureza humana, caída e pecaminosa. Algumas pessoas atribuem suas imoralidades a ação de Satanás, mas o apóstolo Tiago deixa bem claro que as pessoas cometem pecados motivados pela própria concupiscência (Tg 1.14).
A cobiça dos olhos
Enquanto a cobiça da carne se aplica particularmente aos pecados que provêm do corpo, a cobiça dos olhos está relacionada com o prazer mental que é estimulado pela vista e que pode resultar na consumação do pecado pelo corpo. Os olhos são considerados as janelas da alma. Eles, se controlados e conduzidos pelos interesses individuais e egoístas, podem levar o ser humano a uma cobiça desenfreada e o consequente afastamento da vontade de Deus. A maioria dos pecados cometidos no corpo primeiro passa pelos olhos (Mt 5.27,28), por isso a importância de cuidar com os desejos ilícitos que são alimentados pela visão.  
A Bíblia narra alguns episódios de personagens que devido à cobiça dos olhos atraíram para si e para as pessoas próximas resultados desastrosos: a) Adão e Eva — a narrativa da criação apresenta a entrada do pecado no mundo tendo sua origem na cobiça dos olhos. A cobiça dos olhos conduzindo à desobediência (Gn 3.6,7); b) Acã — durante a conquista liderada por Josué, Acã tenta a si mesmo ao avistar entre os despojos de guerra uma linda capa babilônica, a cobiça e a toma para si. Toda a comunidade foi prejudicada (Js 7.20,21); c) Davi — cometeu adultério e homicídio devido à cobiça dos olhos. Tudo começou quando ele estava em um lugar que não deveria estar e visualiza uma formosa mulher comprometida tomando banho (2 Sm 11—12). Esses exemplos têm se repetido na vida de muitas pessoas que não estão atentas ao risco da cobiça dos olhos. 
A soberba da vida 
A soberba da vida é a ostentação pretensiosa (riqueza, poder, inteligência, status social, carros, entre outros). Pessoas soberbas têm por objetivo impressionar as outras pessoas com sua suposta superioridade ou importância. Se for preciso, elas projetam uma imagem falsa com objetivo de tirar vantagens. Assim como, também desprezam ou humilham outras pessoas para se sobressaírem. Vivem como se não precisam das demais pessoas, quando pedem auxilio de alguém, geralmente é para usá-las em seu favor.
A vida de pessoas famosas que ostentam glória, pompa e vaidades pessoais influenciam outras, em especial, a juventude em busca de uma vida de “sucesso”. Todas as pessoas gostam de serem admiradas e de receberem aplausos, o que as diferenciam é a maneira como lidam com isso. Aquele que não tem o temor de Deus, busca a ostentação pretensiosa a qualquer preço, se precisar ele renuncia da prática da honestidade, da integridade para alardear poder. O mundo consumista da atualidade, que valoriza o ter em detrimento do ser, tem grande influência no comportamento das pessoas. O final dessas pessoas, que amam as coisas e usam as pessoas, não é bom. O Salmo 73 é um exemplo para refletir sobre pessoas que se espelham na vida de pessoas que aparentemente são bem sucedidas, mas que por não serem tementes a Deus comprometem o seu futuro e a vida eterna. O maior e melhor modelo a ser seguido é o de Jesus, que mesmo sendo Deus, viveu uma vida simples e humilde, amando e indo ao auxílio das pessoas desfavorecidas (Fp 2.6-11).  
A soberba da vida e a cobiça da carne e dos olhos estão inter-relacionadas. A motivação do cristão deve ser fazer a vontade de Deus para não ser dominado por elas.                                                                                
*Adquira o livro do trimestre. NEVES, Natalino. Cobiça e Orgulho: Combatendo o desejo da Carne, o Desejo dos Olhos e a Soberba da Vida. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens


1 A primeira fase da formação das comunidades joaninas ocorreu no período aproximado dos anos 50 a 80; a segunda fase no período aproximado dos anos 80 a 100; a terceira fase por volta dos anos 100; a quarta fase (do desaparecimento) por volta do ano 110.


Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.