A
PERDA DOS BENS TERRENOS
02
de setembro de 2012
TEXTO
ÁUREO
“Nu saí do ventre de minha mãe e nu
tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou;
bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.21).
bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.21).
VERDADE
PRÁTICA
Ainda que percamos todos os nossos bens, continuaremos a desfrutar
de nosso bem maior:
Cristo Jesus nosso Senhor.
Cristo Jesus nosso Senhor.
COMENTÁRIO
DO TEXTO ÁUREO
“Nu saí do ventre de minha mãe e nu
tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do
SENHOR” (Jó 1.21).
O texto
áureo da presente lição apresenta declaração de Jó após enormes prejuízos
materiais e a traumática perda de seus filhos. O
capítulo 1 do livro de Jó inicia mostrando a história de uma dos homens mais
ricos do Oriente (Jó 1.1-3). Lembrando
que o livro de Jó é o livro mais antigo da Sagrada, segundo a tradição escrito
por Moisés. Os
versículos 4 e 5 descrevem a família de Jó e sua responsabilidade como cabeça
da família, o sacerdote da casa, sua atitude e seu comprometimento espiritual
em relação a seus filhos.
Nos
versículos 6 até o 12 relata a respeito de uma reunião onde os filhos de Deus
se apresentavam perante o SENHOR, ocasião onde há um diálogo entre o SENHOR e
Satanás a respeito da vida piedosa de Jó. Satanás
acusa Jó de egoísmo e sugere que o mesmo só é fiel devido seus bens, o SENHOR
permite que Satanás toque em tudo que Jó tem, exceto em sua vida (Jó 1.10-12).
O questionamento de Satanás revela o seu caráter, só porque ele é egoísta e só
pensa em tirar proveito das situações, projetou seu caráter em Jó, e
sugestionou e acusou Jó de ser como ele, interesseiro e arrogante.
Nos
versículos 13 até ao 19 ocorrem as tragédias contínuas e diárias na vida de Jó,
vem sobre Jó inúmeros aflições e terríveis perdas. Finalmente
os versículos 20 ao 22 onde está inserido o nosso texto áureo (Jó 1.21), ele
demonstra sua fidelidade e a virtude da paciência. Jó desabafa com um dos mais
lindos louvores ao Criador, o reconhecimento absoluto que Deus é Deus, e que
independentemente das coisas terrenas, da família, coisas preciosas e mais
importante para o ser humano, Jó entende que ele nada é, e que depende
totalmente e exclusivamente de seu Criador, Senhor e que lhe dou a vida: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu
tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do
SENHOR” (Jó 1.21).
RESUMO DA LIÇÃO 10
A PERDA DOS BENS TERRENOS
I. JÓ E A EXPERIÊNCIA DAS PERDAS HUMANAS
1.- Seu gado e rebanho.
2. Seus servos.
3.- Seus filhos.
II. A PERDA DOS BENS
1. De ordem material.
2. De ordem afetiva.
3. – De ordem espiritual.
III. MESMO NA PERDA PODEMOS DESFRUTAR O AMOR DE DEUS
1. Sua graça.
2. Seu amor.
3.- Deus intervém na história.
INTERAÇÃO
O materialismo é uma realidade na vida de muitos
crentes que se deixaram levar pelas falácias da Teologia da Prosperidade e da
Confissão Positiva. A mente e o coração, essencialmente, mergulhados
numa perspectiva materialista de vida, não podem dar lugar a essência e a
verdade do Evangelho de Cristo, que diz: “Se alguém quiser vir após
mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). Tomar a cruz, através do sofrimento de Cristo, é o
convite feito por Jesus a todos os discípulos que são dignos dEle (Mt 10.38).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Descrever as perdas humanas de Jó.
·
Elencar
as perdas de ordem material,
afetiva e espiritual de Jó.
·
Conscientizar-se que mesmo nas perdas, podemos desfrutar do amor
divino.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
PERDA:
Ato ou efeito de deixar de possuir ou de ter algo.
Num mundo materialista
quase não há espaço para encarar a realidade das perdas humanas. Até mesmo alguns crentes
parecem viver o mundo encantado das “vitórias e conquistas” a qualquer preço. Contudo, perder filhos,
imóveis e dinheiro, por exemplo, são consequências naturais da vida, inclusive
dos que seguem a Cristo. A grande questão é: Como
devemos nos comportar diante de tais acontecimentos? Já dizia certo pastor: “A
verdadeira fé não se mostra nas bênçãos que recebemos, mas na resignação ante a
soberania divina, mesmo quando perdemos o que Ele nos deu”. Nessa lição, à luz da vida
de Jó, estudaremos os princípios bíblicos para o crente lidar com as perdas no
caminho da vida.
I. JÓ E A EXPERIÊNCIA DAS PERDAS
HUMANAS
1. Seu gado e rebanho. A Bíblia descreve Jó como
um homem íntegro e que cultivava uma vida de profundo temor a Deus (1.1). Era bom patrão, bom esposo
e um pai sempre presente e preocupado com a vida espiritual e social dos filhos
(1.5). Mas, de repente, num só
dia, ele viu todo seu gado e rebanho esvair-se. Os mensageiros, um a um,
vieram trazer-lhe as inesperadas e funestas notícias (1.14-16).
2. Seus servos. Além de bois, camelos e
ovelhas, os servos de Jó também tiveram suas vidas ceifadas, como depreendemos
dos versículos 15 a
17:
- “Aos moços feriram ao fio
da espada”; - “fogo de Deus caiu do
céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu”; - “e aos moços feriram ao
fio da espada”.
Antes de findar o dia, a
maioria dos funcionários de Jó havia sido dizimada.
3. Seus filhos. O mensageiro não havia
ainda terminado de narrar os recentes sinistros a Jó, quando um outro apareceu
com uma notícia ainda mais trágica: “Eis que um grande
vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu
sobre os jovens, e morreram” (v.19). Você pode imaginar, a essa
altura dos acontecimentos, o que se passou pela mente e coração de Jó? Num só dia fora privado dos
bens, dos funcionários e dos filhos! Qual seria a sua reação? A de Jó foi rasgar o manto,
rapar a cabeça e sofrer a angústia natural de um pai que acabara de perder
todos os filhos; do patrão que ficara sem os funcionários e do homem rico
reduzido à extrema pobreza. Mas, contrariando a reação
da lógica humana, Jó, prostrado, adorou a Deus (1.20). Podemos sofrer e, até
mesmo, viver as perdas da vida. Nisso, somos humanos. Mas devemos, a exemplo de
Jó, reconhecer a grandeza e a soberania de Deus no processo da perda, ainda que
soframos duramente com ela (1.21).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Jó passou pela experiência das perdas de todos os seus bens — gado,
rebanho, funcionários e filhos — mas em tudo reconheceu a soberania e a
grandeza de Deus.
II. A PERDA DOS BENS
1. De ordem material. Por intermédio de uma vida
imediatista, alguns cristãos, em momentos de perdas significativas, têm
dificuldades de confiar em Deus. Quando se perde bens
materiais, seja por causa de uma administração deficiente, por roubo ou devido
à traição de pessoas que pareciam amigas, parece que o chão se abre e tudo vem
abaixo. Para lidar com tais
questões não há receitas nem manuais. O que temos é a promessa
viva e real de Jesus (Mt 6.33). Acalme seu coração! E, em
Cristo, recomece com fé e coragem!
2. De ordem afetiva. Ser preterido no namoro, ou
no noivado, é um processo angustiante. Perder os pais, por mais
que seja algo esperado, não deixa de ser doloroso para o ser humano. Sepultar o cônjuge é
dilacerante para a alma. Enfrentar a separação no casamento, principalmente por
adultério, é como sofrer a amputação de um membro do corpo. A dor finca suas estacas no
âmago do nosso ser, traumatizando-nos violentamente (Sl 42.11; 142.7).
Devido ao apego emocional e
sentimental que temos por nossos familiares e por aqueles que nos cercam, as
perdas de ordem afetiva trazem pavor e sofrimento ao nosso coração. Por isso, ficamos sem
direção e mostramo-nos inconformados. É nessa hora que a nossa
saúde psíquica é comprometida, podendo, inclusive, comprometer-nos a vida
espiritual e social (1 Rs 19.9,10). Por isso, não podemos nos
esquecer do socorro divino. Sem Ele, desmoronamo-nos.
3. De ordem espiritual. Uma vez que a saúde
emocional está comprometida, a crise espiritual rapidamente se instaura. O crente desenvolve um
sentimento de inércia para buscar a Deus. Ele não vê fundamento algum para
viver, e acaba desejando a própria morte (1 Rs 19.4). Não podemos ignorar a
seriedade do assunto. Se as perdas existenciais
na vida do cristão não forem tratadas bíblica e equilibradamente, certamente
haverá consequências graves. Assim, um bom começo para
superarmos as perdas e angústias é lançar sobre o Senhor todas as nossas
ansiedades, por que Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7,9).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O bom caminho para superarmos as perdas de ordem material, afetiva e
espiritual é lançar sobre o Senhor todas as ansiedades, pois Ele cuida de nós.
III. MESMO NA PERDA PODEMOS DESFRUTAR
O AMOR DE DEUS
1. Sua graça. O coro do hino 205 da Harpa
Cristã é bem significativo: “Graça, graça/ A mim basta
a graça de Deus: Jesus Graça,
graça/ A graça eu achei em Jesus”.
Num momento de grande
angústia, Paulo clamou ao Senhor, rogando-lhe que lhe removesse um espinho que
o incomodava intensamente. Jesus, porém, limitou-se a
responder-lhe: “A minha graça te basta, porque o meu poder se
aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9).
O apóstolo, então, passa a
entender que a sua força está na fraqueza, pois o poder de Cristo aperfeiçoa-se
justamente em nossas debilidades. A graça de Deus é
insondável, infinita e incomensurável! Essa graça resgatou-nos. E
de tão completa, ela nos basta por si mesma.
2. Seu amor. A graça de Deus é fruto do
seu amor por nós. Sua graça é real na vida de
todos os que recebem a Cristo como o seu Salvador. O Pai conhece a dimensão do
nosso sofrimento e importa-se com cada um de nós. A maior prova disso está no
fato de que Ele ofereceu o seu Único Filho para morrer em nosso lugar (Jo
3.16). Sim, Ele entregou seu
precioso Filho por amor a nós. Seja qual for a sua perda,
sinta-se amado por Deus. Esse amor é poderoso para
preencher todo o vazio e solidão que nos ameaça destruir. Como o apóstolo do amor,
podemos dizer: “Nós o amamos porque ele nos amou primeiro” (1
Jo 4.19).
3. Deus intervém na história. Servimos a um Deus que, em
graça e amor inefáveis, intervém na história humana. Ele interveio na tragédia
existencial de Jó. Depois de um longo período
de perdas, angústias, dores e sofrimentos indescritíveis, o patriarca foi
miraculosamente restaurado, enquanto orava por seus amigos (Jó 42.10a). Não desista da sua
existência! Busque a Deus em oração. Ele não tarda em
socorrer-nos. Como Deus interveio na vida
de Jó, fazendo com que o seu último estado fosse melhor que o primeiro, Ele
também entrará com providência em sua história. Ele não se esqueceu de
você.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Ainda que percamos os mais preciosos bens, podemos desfrutar da
graça e do amor de Deus. Ele intervém em nossa história!
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Podemos perder tudo nessa
vida — casa, dinheiro, emprego, excelentes oportunidades, relacionamentos, pai,
mãe, filho, filha, esposo, esposa e, até mesmo, a própria saúde. Mas, apesar de todos os
infortúnios, continuamos a crer no Evangelho de Cristo, pois Ele é o nosso
baluarte e fortaleza. Nele, as perdas redundam em
ganhos eternos, conforme afirma o profeta Habacuque: “Porquanto,
ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da
oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada
sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no
Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. Jeová, o Senhor, é minha força”
(Hc 3.17-19a). Alegre-se, pois, em Deus e
caminhe sem temor!
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PEARCEY, N. Verdade Absoluta: Libertando o Cristianismo de seu
cativeiro cultural. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2006.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
O
sofrimento do ser humano não é novidade. Ele parece ser uma realidade sempre
presente na raça humana. Em Jó 5.7 registra-se o seguinte: ‘Mas o homem nasce
para o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para voar’. Em Jó 14.1
afirma-se: ‘O homem, nascido da mulher, é de bem poucos dias e cheio de
inquietação’.
Há
muito tempo, coisas têm acontecido a pessoas boas, até mesmo com as pessoas de
Deus dos tempos bíblicos. Quem pode esquecer o horrível sofrimento de Jó (ele
perdeu a família e suas posses)? Davi, que estava para se tornar rei de Israel
, por anos a fio, foi caçado e perseguido pelo ciumento e furioso Saul (1 Sm
20.33; 21.10; 23.8). A esposa de Oséias foi infiel (Os 1.2; 2.2,4). José foi
tratado de maneira cruel por seus irmãos e vendido como escravo (Gn 37.27,28).
João Batista, a mando da enteada de Herodes, foi decapitado (Mt 14.6-10).
Paulo, inúmeras vezes, foi jogado na prisão, sofreu naufrágio, foi açoitado e
deixado quase morto e muito mais (2 Co 11.25).
Às
vezes, os cristãos chegam a pensar que quem obedece a Deus e procura ser um bom
cristão não passará por sofrimentos horríveis. "Entretanto, se coisas ruins
aconteceram com Jó, João Batista e o apóstolo Paulo, com certeza elas podem
acontecer com os bons cristãos” (RHODES, R. Por
que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed.,
RJ: CPAD, 2010, pp.15,16).