Lição
11
O PROFETA AGEU E O
COMPROMISSO DA ALIANÇA
TEXTO
ÁUREO
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a
sua justiça,
e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
VERDADE
PRÁTICA
A verdadeira profecia liberta o povo da indiferença e do comodismo
espiritual.
COMENTÁRIO
DO TEXTO ÁUREO
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a
sua justiça,
e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
O texto áureo deste domingo é uma citação do Sermão da Montanha, quando o
Senhor Jesus fala sobre a ansiosa solicitude pela nossa vida. O capítulo 6 do Evangelho de Mateus apresenta 34 versículos, que podem
ser subdivididos em 3 agrupamentos;
- o
primeiro grupo de versículos Mt 6.1-18 nos mostram o contraste entre os antigos
padrões judaicos de conduta e os novos padrões ensinados pelo Senhor Jesus, o
Messias;
- o
segundo grupo de versículos Mt 6.19-24. nos mostram o uso correto das
propriedades, a relação que devemos ter para com as riquezas, e o cuidado da
busca desenfreada pelas coisas terrenas e outros bens materiais.
-o terceiro e último grupo de versículos Mt 6.25-34, onde está inserido o nosso texto
áureo, fala sobre a ansiedade e a confiança. Como declara Sherman Johnson: “O
homem que quiser ter um tesouro nos céus (vs. 20), que quiser que a linha
orientadora de sua vida seja reta (vs. 22), e que quiser servir a Deus e não às
propriedades (vs. 24), deve desvencilhar-se das preocupações”, ao mesmo
tempo deve desenvolver a confiança correta a Deus, nosso Pai. Isso o Senhor Jesus exige da parte do novo Israel, ou seja, do
Israel Espiritual, sua Igreja, chamados para
fora do mundo para serví-lo.
Essas
instruções são distintamente cristãs, ainda que originalmente tenham sido dadas
aos judeus, são direcionadas a igreja, aqueles que
acolheram sua nova Lei. O Evangelho de Mateus é um documento cristão, ainda que
reflita a transição da antiga para a nova dispensação.
Neste
último grupo de versículos, 24
a 34 do capítulo 6 de Mateus,onde se insere o nosso
texto áureo (Mt 6.33), encontramos oito razões pelas quais os crentes no Senhor
Jesus Cristo devem evitar toda sorte de ansiedades relacionadas a vida material
e física, que são:
1.-
a nossa vida aqui nessa terra, é muito mais que simplesmente esse viver
cotidiano, material e físico, portanto não deve se restringir e ser dominada
apenas pelos desejos e elementos materiais que o mundo ou o sistema possa
oferecer (Mt 6.25);
2.-
Deus, nosso Pai, cuida dos animais irracionais, inferiores e isolados, quanto
mais dos seus filhos queridos (Mt 6.26);
3.-
a nossa ansiedade, as nossas preocupações, em nada altera as condições de vida,
ou aumenta a sua duração, ou seja, nossas ansiedades, não mudam absolutamente
nada, não nos faz crescer em nada (Mt 6.27);
4.-
Nosso Santo e amoroso Deus, veste as flores frágeis de maneira belíssima e
perfumada, sem que as mesmas tenham raciocínio algum, quanto mais nós, seus
filhinhos amados, Deus providencia e tem providenciado as necessidades de cada
um sem que precisemos nos preocupar (Mt 6.28-30);
5.-
Os gentios, os mundanos, os carnais, vivem desesperadamente em busca das coisas
deste mundo, faz parte do raciocínio dos pagãos a ansiedade pelas coisas
materiais e terrenas, diferentemente os crentes, filhos do reino de Deus,
contam com seu Pai Celestial (Mt 6.31-32);
6.-
Nosso Deus é Pai, o Pai conhece as necessidades de seus filhos, nosso Deus e
Pai conhece muito bem, as minhas e as suas necessidades, a fé nisso, nos traz
conforto, porque diferentemente dos deuses do paganismo, que não eram pai para
seus adeptos, mas apenas senhores, fazia com que seus adeptos tivessem razões
para não esperar muito deles. Mas os discípulos do reino, que são filhos do Pai
celeste, tem razão em esperar o fornecimento de tudo. (Mt 6.32). Glória a Deus;
7.-
A busca pelo reino de Deus e sua justiça , por si mesma, nos garante as coisas
menos importante.
A
expressão “em primeiro lugar” do nosso
texto áureo (Mt 6.33) provavelmente, nos remeta que Jesus só permite uma busca,
uma ansiedade, portanto, não uma série, sendo essa a primeira de várias, mas a primeira, no
sentido de única, uma forte expressão de desejo, um exercício de alma naquilo
que diz respeito ao reino de Deus e à sua justiça.
Portanto
essa busca deve ser suprema e nenhuma outra coisa merece a atenção do ser
humano, é a única coisa digna de ocupar a mente e o coração do crente, que foi
feito à imagem de Deus, ou seja somente essa busca é permitida e incentivada no
Reino de Deus, que são coisas pertinente ao próprio Reino: “Desejai as coisas grandes (as mais
importantes), e as coisas pequenas vos serão acrescentadas, e desejai as coisas
celestiais, e as coisas terrenas vos serão acrescentadas”, tanto
Orígenes como Clemente de Alexandria, considerados pais da igreja cristã,
citaram essas palavras (Mt 6.33);
8.-
A ansiedade por si só é inútil, só acrescenta maior sofrimento na vida diária
da pessoa, já tão perturbado em seu cotidiano. Na realidade é uma
irracionalidade sofrer algo, que ainda não existe, juntamente com o já
existente, o qual é perfeitamente real (Mt 6.34).
Esse
é o contexto do nosso texto áureo. O capítulo 6 de Mateus deve ser um dos ensinos
norteadores de nossas vidas, assim sendo, não devemos isolar o versículo 33,
mas devemos considerar e compreender que esse versículo 33 "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e
a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas",
atinge o ponto mais elevado do MANIFESTO CONTRA O MATERIALISMO
e ao mesmo tempo nos apresenta a principal instrução do ensino do Senhor Jesus
a respeito da atitude cabível ao crente, concernente as coisas materiais.
Quando estamos focados e fixados no projeto
original de Deus, temos uma vida abençoada, sem exageros, sem gastos
desnecessários, sem desperdícios, a vida espiritual nos capacita a termos vida
comedida, abençoada, independentes dos modismos materiais deste mundo, vida
triunfante, vida de paz e alegria, portanto, buscai: o batismo com o Espírito
Santo e com fogo, os dons espirituais, a verdadeira adoração, a Palavra de
Deus, buscai o Reino de Deus e tenha uma vida vitoriosa e livre do stress, da
ansiedade deste mundo.
RESUMO DA LIÇÃO 11
O PROFETA AGEU E O COMPROMISSO DA ALIANÇA
I. O LIVRO DE AGEU
1. Contexto histórico.
2. Vida Pessoal.
3. Zorobabel.
4. Estrutura e mensagem.
II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES
1. A desculpa do
povo.
2. Inversão de prioridades (vv.
3,4).
3. Um convite a reflexão.
III. A EXORTAÇÃO DIVINA
1. Crise econômica.
2. A solução.
3.- O Segundo Templo.
INTERAÇÃO
O Templo era o símbolo visível da aliança de Deus com o seu povo. Nesse contexto é que aparece Ageu, o primeiro
profeta a exercer o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem central não
poderia ser outra: “Israel, reconstrua o Templo para o
Senhor!”. Os judeus estavam indiferentes em relação à obra de
Deus, porém através do ministério de Ageu e Zacarias, o Templo foi
reconstruído, e conforme a palavra do Senhor, “a glória da segunda Casa será maior que a da primeira”. Como servos do Altíssimo precisamos estar atentos,
pois como os israelitas, também podemos negligenciar a obra de Deus e o cuidado
com a Casa do Senhor. Que sejamos servos compromissados com o Reino, trabalhando
para o seu crescimento aqui na Terra. Coloque suas prioridades em ordem correta, segundo
as Escrituras Sagradas.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Conhecer o
contexto histórico da vida de Ageu.
·
Elencar
os principais problemas encontrado pelos judeus para reconstruir o Templo.
·
Saber
que temos responsabilidade diante de Deus e dos homens.
ESBOÇO
DO LIVRO DO PROFETA AGEU
Parte I — Reconstrução do Templo (1.1-15)
(1.1) ...................Introdução.
(1.2-11)
..............Primeiro oráculo: exortação para a reconstrução do Templo.
(1.12-15)
...........Segundo oráculo: resposta e compromisso.
Parte II — Esplendor Futuro do Templo
(2.1-23)
(2.1-9)................Terceiro
oráculo: compromisso e promessas.
(2.10-23)...........Quarto
oráculo: decisões e bênçãos futuras.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
TEMPLO:
Espaço ou edifício destinado a
culto religioso.
Foto do Professor Alberto da
Maquete do Templo em Jerusalém - Israel
De
Joel até Ageu passaram-se mais de 300 anos. A
hegemonia política e militar, nessa fase da história mundial, estava com os
persas, pois os assírios e babilônios não existiam mais como impérios. Quanto
ao pecado de Judá, este não era a idolatria, pois o cativeiro erradicara de vez
essa prática. O
problema agora, igualmente grave, era a indiferença, a mornidão e o comodismo
espiritual dos judeus em relação à obra de Deus.
1. O LIVRO DE AGEU
“ COMO
OS JUDEUS VOLTARAM DO EXÍLIO?
Os Judeus
voltaram em três levas.
A primeira
com Zorababel, que era da Casa de Davi. Zorobabel
partiu da Babilônia no ano 520
a.C., para reconstruir o Templo em Jerusalém. É o início
do período chamado de período do 2º. Templo. O templo
bonito e majestoso que Salomão construiu foi destruído em 587 a.C., pelos babilônicos. Então
Zorobabel voltou para Jerusalém com um grupo para reconstruir o templo e a
cidade (Ed 2.1-2).
A segunda
leva veio no ano 457 a.C.,
quase 50 anos depois, com Esdras, um levita, um homem versado na lei de Moisés.
Esdras veio
para Jerusalém para restaurar o culto judaico, porque nessa época os seus
irmãos já estavam em Jerusalém trabalhando para reconstruir o templo, mas
precisava de pessoas instruídas na lei do Senhor para instruir o povo, então
Esdras chegou e o seu trabalho foi extraordinário.
A terceira
leva veio 12 anos depois no ano 445
a.C., chegou a Jerusalém com Neemias, para reconstruir
as fendas no muro de Jerusalém. Assim os
judeus retornaram em três levas principais. Durante este
período Deus levantou os profetas Ageu e Zacarias, são os profetas do exílio.
OS JUDEUS
VOLTARAM EM TRÊS
GRANDE GRUPOS:
1o.) Liderados por Zorobabel, príncipe (520 a.C., para reconstruir o
2 templo em Jerusalém, é o início do 2o. Templo e a cidade (Ed.
2.1-2);
2o.) Liderados por
Esdras, sacerdote Levita, versado na Lei de Moisés veio para Jerusalém
para restaurar o culto judaico (457
a.C.);
3o.) Liderados por Neemias, para reconstruir as fendas dos
muros de Jerusalém (445 a.C.)
OS PROFETAS
DURANTE O REINO DE JUDÁ: Isaías, Miquéias, Sofonias e Jeremias
NORTE: Os principais profetas:Jonas, Amós e Oséias
CATIVEIRO OU EXÍLIO: Daniel e Ezequiel
PÓS-CATIVEIRO: Os dois profetas principais Ageu e Zacarias
O EMBARGO DA
CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
Com o retorno de Judá do cativeiro decretado por Ciro, que foi um homem
piedoso, um homem designado por Deus, como registra a Palavra de Deus, o povo
de Israel voltou a sua terra, mas nem todos os sucessores de Ciro, os reis da
Pérsia, foram piedosos e favoráveis aos judeus.
Dario Artaxerxes (Cambises) suspendeu e embargou as obras de reconstrução
do templo (Ageu 1 ), porque os samaritanos mandaram uma carta ao rei da Pérsia
solicitando o embargo do templo, dizendo que o povo judeu estava preparando
para uma revolta contra a Pérsia, que era um povo obstinado, um povo que não
obedecia nem a Deus, nem suas leis, nem a Moisés, e por causa disso o povo
tinha sido levado ao cativeiro, em virtude disso a cidade santa tinha sido
destruída e tão logo o povo estando de volta, já estava se preparando para uma
outra revolta.
O rei Dario Artaxerxes lendo a carta, mandou parar o trabalho para
examinar a situação, e o povo ao invés de se defender, buscar a presença de
Deus e se esforçar para continuar a construção, não, ficaram acomodados,
ficaram até mesmo contentes e deixaram a construção do Templo e começaram a
reconstruir suas casas, os seus pomares, a cuidar de seus afazeres, se
esquecendo da Casa do Senhor Deus de Israel, aí Deus levantou o profeta Ageu
para exortar o povo a trabalhar na
reconstrução da Casa do Senhor e o povo foi despertado e começaram a construir
a Casa do Senhor.
Dario Artaxerxes morreu e seu filho Dario Histaspes assumiu o trono do
reino da Pérsia e mandou um decreto autorizando a construção, ele desembargou a
construção do Templo de Deus em Jerusalém. E voltaram a
construir a Casa do Senhor no local onde Davi havia comprado. O segundo
Templo assim continuou a ser reconstruído, no mesmo local do primeiro Templo,
na eira de Araúna, que Davi comprou dos jebusitas, que é a parte mais alta da
cidade de Jerusalém. Só que a
estética ou arquitetura do templo já não era a mesma da época de Salomão, e
ficou chamado de o Segundo Templo.
O Segundo
Templo iniciou sua reconstrução por Zorobabel e foi inaugurado antes de seu
término, no capítulo 2 do profeta Ageu, nós vemos ali que o povo especialmente
os anciãos estavam tristes na ocasião da inauguração porque os anciãos que
foram levados cativos para a Babilônia eram meninos e conheciam o templo
construído por Salomão, eles tinham visto o primeiro Templo e 50 anos depois
eles voltaram e já estavam idosos e ao ver essa construção, muitos ficaram até
tristes, porque conheciam aquele esplendoroso templo e agora estavam
inaugurando aquele templo tão simples, então choraram.
Os seus
filhos que não conheceram o primeiro Templo estavam todos contentes, alegres
pela inauguração, mas os anciãos que conheceram a beleza extraordinário do
primeiro Templo se entristeciam, além do mais o segundo Templo nem estava
acabado. Então Deus
falou através do profeta Ageu, foi o segundo discurso (Ageu 2.8-9). O templo
estava feio e nem havia terminado e o profeta ousadamente declarou que a glória
daquela casa seria superior a da primeira.
O profeta
Ageu falou como portador de Deus: “Diz o Senhor dos
Exércitos”, aqui está a assinatura
e como de fato foi neste templo que Nosso Senhor Jesus Cristo foi apresentado “a glória do Segundo Templo” realmente foi maior do que a
do primeiro.
O Senhor
Jesus quando nasceu foi levado ao templo, Simeão, o tomou em suas mãos e
apresentou o Senhor Jesus. O Senhor Jesus entrou neste Segundo Templo muitas
vezes para ensinar a Palavra de Deus, então a glória do Segundo Templo foi
maior do que a do Primeiro Templo”. (Do livro: O Povo de Israel, Uma Perspectiva
Bíblica e Histórica – páginas 91-94– autor: Professor Alberto).
1. Contexto histórico. No livro de Esdras, encontra-se o relato das
primeiras décadas do período pós-exílio. Por isso, é fundamental ler os seis primeiros
capítulos do referido livro, para compreendermos o profeta Ageu. O rei Ciro, da Pérsia, baixou o decreto que pôs fim
ao cativeiro de Judá em 539 a.C.
Pouco tempo depois, a primeira leva dos hebreus
partiu da Babilônia de volta para Judá.
a)
Cambises. Ciro reinou até 530 a.C, ano em que faleceu. Cambises, identificado na Bíblia como Artaxerxes
(Ed 4.7-23), reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar ouvidos a uma denúncia dos vizinhos
invejosos e hostis a Judá, decidiu embargar a construção da Casa de Deus em
Jerusalém (Ed 4.23).
b)
Dario Histaspes. Após
a morte de Cambises, Dario Histaspes assumiu o trono da Pérsia (reinando até 486 a.C), e autorizou a
continuação da obra do Templo. Ele é citado nas Escrituras Sagradas simplesmente
como “Dario” (Ed 6.1,12,13).
REIS MEDO-PERSAS (XÁS)
1.- Ciro (536-529 a.C.);
2.- Cambises (529-522 a.C.);
3.- Dario Histaspes (521-486 a.C.);
4.- Xerxes I (486-465 a.C.)
5.- Artaxerxes I, Longimano
(465 – 425 a.C.);
6.- Xerxes II (425 – 424 a.C.);
7.- Dario II (424-405 a.C.);
8.- Artaxerxes II (405 – 350 a.C.);
9.- Artaxerxes Ocus (350 – 336 a.C.);
10.- Dario III, Codomano
(336-331 a.C.).
2. Vida pessoal. Não
há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento. O
seu nome aparece nove vezes na profecia e duas no livro de Esdras (Ed 5.1;
6.14). O nome Ageu significa
“festivo”. É possível entender que o
profeta tenha nascido em um dia de festa. Pouco se sabe sobre esse
profeta, mas acredita-se que por ter esse ministério, era uma pessoa distinta
em seus dias. A tradição judaica crê que
ele nasceu no cativeiro babilônico, mas que fora orientado na fé a Jeová pelo
profeta Ezequiel. Tendo nascido na Babilônia,
deve ter retornado a Jerusalém depois do primeiro grupo de exilados, já que seu
nome não consta na primeira lista apresentada em Esdras 2. Ageu
foi o primeiro profeta a atuar no pós-exílio. Seu
chamado ocorreu cerca de dois meses antes de Zacarias receber o primeiro
oráculo: “no ano segundo do rei Dario” em
520 a.C
(1.1; Zc 1.1). O
fato de Ageu apresentar-se como “profeta”
(vv.1,3,12; 2.1,10) demonstra que os contemporâneos reconheciam-lhe o ofício
sagrado. Além
dele, apenas Habacuque e Zacarias mencionam o ofício profético em suas
apresentações (Hc 1.1; Zc 1.1).
3. Zorobabel. A
profecia de Ageu foi dirigida “a Zorobabel, filho
de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote”
(v.1). Sob
a sua liderança e a do sacerdote Josué, ou Jesua, filho de Jozadaque, os remanescentes
judeus retornaram da Babilônia para Jerusalém (Ed 2.2; Ne 7.6,7; 12.1). A
promessa divina dirigida a Zorobabel é messiânica (2.21-23), sendo que a
própria linhagem messiânica passa por ele (Mt 1.12; Lc 3.27). Dessa
forma, Jesus é o “Filho de Davi”, mas também de
Zorobabel.
4. Estrutura e mensagem. O livro do profeta Ageu é um livro pequeno são apenas 2 capítulos, 4
discursos, 4 mensagens, que foram reveladas no período de aproximadamente 3
meses entre o mês de agosto e dezembro do ano 520 a.C. (20º. Ano do rei
Dario) capítulo 1 de Ageu. São discursos pequenos, mas cheios do Espírito
Santo. O
livro consiste de quatro curtos oráculos. -
o primeiro foi entregue “no sexto mês, no primeiro dia do mês” (v.1)
[mês hebraico de elul, 29 de agosto]; -
o segundo, “no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês”
(2.1) [mês de tisrei, 17 de outubro]; -
o terceiro e o quarto oráculos vieram no mesmo dia, o “vigésimo
quarto dia do mês nono” (2.10,20) [mês de quisleu, 18 de
dezembro]. A
revelação foi dada diretamente por Deus (vv.1,3). Apenas
Ageu apresenta com tamanha precisão as datas do recebimento dos oráculos. O
tema do livro é reconstrução do Templo. Dos
a 38 versículos divididos em dois capítulos, dez falam da Casa de Deus, em
Jerusalém (vv.2,4,8,9,14; 2.3,7,9,15,18). Em o Novo Testamento, Ageu é citado uma
única vez (2.6; Hb 12.26,27).
SINOPSE DO TÓPICO
(I)
O
tema do livro de Ageu é a reconstrução do Templo. Dos trinta e oito versículos,
dez falam da Casa de Deus em Jerusalém.
II. RESPONSABILIDADE
E OBRIGAÇÃO
1. A desculpa do povo. Ageu inicia a mensagem com a fórmula profética que
aponta para a autoridade divina (v.2).
O
povo, em débito que estava com o Eterno (v.2b), em vez de reivindicar o decreto
de Ciro para continuar a construção do Templo, usou a desculpa de que não era
tempo de construir. Por
isso, o Senhor evita chamar Judá de “meu povo”,
referindo-se a eles como “este povo”.
Em
outras palavras, Deus não gostou da desculpa da nação (Jr 14.10,11).
2. Inversão de prioridades (vv. 3,4). O
oráculo volta a dizer que a Palavra de Deus veio a Ageu (v.3). Ênfase
que demonstra ser o discurso do profeta uma mensagem advinda diretamente do
Senhor que, inclusive, trouxera Judá de volta a Jerusalém para construir a sua
Casa. Mas
o povo preocupou-se mais em morar nas casas forradas, enquanto que o Templo,
cujo embargo havia ocorrido há 15 anos, continuava em total abandono (v.4). Era
uma opção insensata. Os judeus negligenciaram uma responsabilidade que, através
do rei Ciro, o Altíssimo lhes atribuíra (Ed 1.8-11; 5.14-16). O
desprezo pela Casa do Altíssimo representa o gesto de ingratidão do povo judeu
(veja o reverso em Davi: 2 Sm 7.2).
3. Um convite à reflexão. No
versículo cinco, vemos um apelo à consciência e ao bom senso, pois é o próprio
Deus quem fala. Tal
exemplo mostra que devemos parar e refletir, avaliando a situação à nossa
volta, percebendo, inclusive, o agir do Senhor.
SINOPSE DO TÓPICO
(II)
A
responsabilidade e as obrigações devem ser precedidas por uma reflexão cujo bom
senso e a consciência permite-nos conhecer o agir do Senhor em nossa volta.
III. A EXORTAÇÃO
DIVINA
1. Crise econômica. O
profeta fala sobre o trabalhar, o comer, o beber e o vestir como necessidades
básicas, pois garantem a dignidade do ser humano. Mas
temos aqui um quadro deplorável da economia do país. A
abundante semeadura produzia muito pouco. A
quantidade de víveres não era suficiente para saciar a fome de todos. A
bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção
de Deus (v.6). Tudo
isso “por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós
corre à sua própria casa” (v.9). Era
o castigo pela desobediência (Dt 28.38-40). Era
o resultado da ingratidão do povo. Por isso, o profeta convida a todos a
refletir (v.7).
2. A solução. Nem
tudo estava perdido! Deus enviou Ageu para apresentar uma saída ao povo. O
Profeta deveria levar adiante o compromisso assumido com Deus: subir ao monte,
cortar madeira e construir a Casa de Deus. Fazendo
isso, o Senhor se agradaria de Israel e o nome do Eterno seria glorificado
(v.8). Não
era comum o povo e as autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles
tempos. Oseias
e Jeremias são exemplos clássicos disso, mas aqui foi diferente. O
Espírito Santo atuou de maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeiro
avivamento e a construção do Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e
do sumo sacerdote Josué (v.14).
3. O Segundo Templo. Enquanto
isso, na Pérsia, o novo rei Dario Histaspes pôs fim ao embargo. Ele
colheu ofertas para a construção e deu ordens para não faltar nada durante o
andamento da obra. Ele
ainda pediu oração ao povo de Deus em seu favor (Ed 6.7-10). Finalmente,
o Templo foi inaugurado em 516
a.C, “no sexto ano de
Dario” (Ed 6.15). Esse
é o segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus. E
assim, a presença de Deus no Templo fez da glória da segunda Casa maior que a
da primeira (2.9).
Maquete do Segundo Templo em
Jerusalém - Israel
SINOPSE DO TÓPICO
(III)
A
presença de Deus no Templo fez a glória da segunda Casa maior que a da
primeira.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A
lição de Ageu tem muito a ensinar-nos. Não
devemos encarar a nossa responsabilidade e compromisso como fardos pesados, mas
recebê-los como algo sublime. É
honra e privilégio fazer parte do projeto e do plano divinos, mesmo em situação
adversa (At 5.41). Assim,
somos encorajados por Jesus a atuar na seara do Mestre a fim de que a nossa luz
brilhe diante dos homens e Deus seja glorificado (Mt 5.16).
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
HARRISON,
R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social,
Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MERRIL,
E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de
sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD,
2007. FONSECA,
Alberto Alves da - O Povo de Israel, Uma Perspectiva Bíblica e Histórica.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
Ageu:
O compromisso do povo da aliança
O nome Ageu significa
“festivo”. É possível entender que o profeta tenha nascido em um dia de festa.
Pouco se sabe sobre esse profeta, mas acredita-se que por ter esse ministério,
era uma pessoa distinta em seus dias. A tradição judaica crê que ele nasceu no
cativeiro babilônico, mas que fora orientado na fé a Jeová pelo profeta
Ezequiel. Tendo nascido na Babilônia, deve ter retornado a Jerusalém depois do
primeiro grupo de exilados, já que seu nome não consta na primeira lista
apresentada em Esdras 2.
Passados setenta anos de
cativeiro babilônico, os judeus começaram a retomar com o apoio de um decreto
que permitia e incentivava seu retorno, sob o governo de Ciro. O templo do
Senhor precisava ser reconstruído, e quatorze anos depois, sem que o povo
tomasse a iniciativa de reconstruir o local de adoração, Deus advertiu o povo
por meio de uma seca e de uma colheita ruim, mostrando que o problema econômico
pelo qual os israelitas passavam era fruto do descuido para com as coisas de
Deus: “Tendes semeado muito e recolhido pouco; corneis, mas não chega para
fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se
aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado” (Ag
1.6). Era Ele quem dava a chuva e impedia que ela caísse, e Ele também abençoava
as plantações, mas também impedia que elas frutificassem.
A profecia de Ageu tem por
objetivo motivar os líderes e liderados a não pararem de cuidas das coisas de
Deus. Isso seria visto por Deus quando o povo tornasse a contribuir com seus
próprios recursos (enviados por Deus, é claro!) para que a Casa do Senhor fosse
reparada e tornasse a ser um local de encontro para a adoração do Deus vivo e
verdadeiro. Não importa as desculpas que venhamos a dar para atrasar a obra de
Deus. Ele espera que seus trabalhos não sejam esquecidos.
Felizmente, o povo ao qual
Ageu profetizou aprendeu rápido com aquela profecia. Três semanas depois, eles
estavam de volta aos labores para que o templo do Senhor fosse terminado.
Ocorre que um mês depois do reinicio dos trabalhos, logo foi perceptível que o
novo templo não seria tão grandioso quanto o templo de Salomão. Era um templo
menor, e sem dúvida, desprovido dos adornos preciosos dos quais o antigo templo
era dotado. Mas isso não deveria servir de elemento para desanimar os
israelitas, pois Deus os estava abençoando pela sua obediência. “A glória desta
última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos; e,
neste lugar, darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.9).