LIÇÃO 02
O PROPÓSITO DA
TENTAÇÃO
13 de julho de 2014
Professor Alberto
TEXTO ÁUREO
“Meus
irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a
prova da vossa fé produz a paciência” (Tg 1.2,3).
VERDADE PRÁTICA
O triunfo sobre a tentação fortalece-nos espiritualmente e nos torna
mais íntimos de Deus.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações,
sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência” (Tg 1.2,3).
Nosso texto áureo está
inserido no primeiro capítulo da Epístola Universal do Apóstolo Tiago, sendo
que a partir do versículo 2 até ao versículo 18 temos um edificante mensagem
sobre “as provas e tentações”.
Nosso texto áureo parece
melhor traduzido do grego para o português da seguinte maneira: “Meus Irmãos, tende
por motivo de grande gozo o passardes por várias provações, sabendo que a
aprovação da vossa fé produz a perseverança”. Assim, o apóstolo
Tiago está nos ensinando que apesar de vivenciarmos no nosso cotidiano as
muitas tentações, lutas e perseguições, apesar de passarmos por várias
provações em todos os aspectos de nossa vida (não se limitando as tentações ao
pecado, mas sem excluir as mesmas), todo cristão nascido de novo tem alegria,
gozo em sua alma. O motivo de grande gozo ou alegria da nossa alma, em qualquer
tentação ou provação que vivenciarmos no corpo, está associado ao fruto do
Espírito (Gl 5.22) produzido pelo Espírito Santo nos crentes.
O teólogo Dr. Russell Norman
Champlin, fez a seguinte analise sobre os benefícios das aflições, senão
vejamos:
As aflições são beneficentes: 1. Elas promovem a glória de Deus (ver
João 9:1-13 e 11:3.4; 21:18,19). 2. Elas
exibem o poder e a fidelidade de Deus (ver Sal. 34:19,20; II Cor. 4:7-11). 3. Ensinam-nos a vontade de Deus (ver
Deut. 4:3 0 ,3 1 ; Nee. 1:8,9; Sal. 78:34; Isa . 10:20,21: Osé. 2 :6 ,7 ). 4. Fazem-nos voltar p ara Deus para obter
aiuda (ver Deut. 4:30,31). 5.
Fazem-nos buscar a Deus em oração (ver Juí. 4:3: Jer. 31:18: Jon. 2:1). 6. Elas nos convencem do pecado (ver J6
36:8,9: Sal. 119:67 e Luc. 15:16-18). 7.
Elas nos levam a confessar e a abandonar os nossos pecados (ver Núm. 21:7:
Sal. 32:5; 51:3,6). 8. Elas nos ensinam a
obcdiência (ver Gên. 22:1,2 com Hcb. 11:16; fixo. 15:23-25; I Ped. 1:7 e
Λρο. 2:10)... Os crentes judeus sofriam a oposição da comunidade judaica
ordinária, por quem eram tachados de traidores de Moisés e do estado judaico, e
seguidores de uma heresia; também sofriam a oposição dos oficiais romanos,
porquanto o cristianismo nunca foi aceito como «religião legal», e portanto,
era reputado como uma religião de traidores: tal como todos os homens, passavam
pelas dificuldades da vida diária, com suas derrotas e tragédias; tinham a
oposição do reino das trevas, o que os fazia evitar os céus.*...o veterano que
já experimentou bem a sua armadura, que aprendeu a enfrentar o perigo habitual
como um dever, é mais digno de confiança que um recruta, por grandalhão que
seja e por corajoso que seja; assim também sucede ao soldado cristão. Este
precisa aprender a 'suportar as dificuldades’ (ver 11 Tim. 2:3), tolerando o
mundo alegremente e todas as tribulações que haverão de fortalecê-lo para a
guerra santa. A inocência é realmente uma graça; todavia, há um estágio
superior dessa virtude, a saber, a pureza conquistada mediante longo e muitas
vezes amargo conflito com as milhares de sugestões para o mal, vindos de fora,
que despertam a impureza natural, no intimo. Tentação não é pecado. Conforme
diz o piedoso germânico: «Não se pode
impedir que os passarinhos voem por cima de nossas cabeças, mas pode-se impedir
que façam ninhos cm nossos cabelos ״. (Punchard, in loc.). (Ver 1
Cor. 10:13 acerca de uma promessa de que nenhuma tentação nos será enviada, se
não formos capazes de suportá-la) ((CHAMPLIN, 1995, vol. 6, p. 16).
Ao comentar sobre “tentações”
aqui em Tiago 1.2, a Bíblia de Estudo
Pentecostal aponta para a seguinte consideração:
A palavra “tentações”... refere-se, aqui, às
perseguições e aflições que o crente sofre nesta vida da parte do mundo ou de
Satanás. (1) O crente deve enfrentar essas provações com alegria..., porque
isso desenvolverá nele uma fé perseverante, uma personalidade experiente e uma
esperança madura... Nossa fé somente pode chegar à plena maturidade quando
confrontada com dificuldades e oposição (vv. 3,4). (2) Tiago chama tais
provações de “a prova da vossa fé” (v.3). Às vezes as provações vêm sobre o
crente a fim de que Deus possa testar a sinceridade da sua fé. Não há nada nas
Escrituras Sagradas dizendo que as aflições da vida são sempre uma evidência de
que Deus está insatisfeito conosco. Podem ser um sinal de que Ele reconhece nossa
firme dedicação a Ele... (Bíblia de Estudo Pentecostal, 2010, p. 1926).
RESUMO DA LIÇÃO 02
O PROPÓSITO DA TENTAÇÃO
I. O
FORTALECIMENTO PRODUZIDO PELAS TENTAÇÕES (Tg 1.2,12)
1.
O que é tentação.
2.
Fortalecimento após a tentação (v.2).
3.-
Felicidade pela tentação (v.12).
II. A ORIGEM
DAS TENTAÇÕES (Tg 1.13-15)
1.
A tentação é humana.
2.
Atração pela própria concupiscência.
3.-
Deus nos fortalece na tentação.
III. O
PROPÓSITO DAS TENTAÇÕES (Tg 1.3,4,12)
1. Para
provar a nossa fé (v.3).
2. Produzir
a paciência (vv.3,4).
3. Chegar
à perfeição.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago
1.2-4,12-15.
2 - Meus irmãos,
tende grande gozo quando cairdes em várias tentações,
3 - sabendo que a
prova da vossa fé produz a paciência.
4 - Tenha, porém, a
paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem
faltar em coisa alguma.
12 - Bem-aventurado o
varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da
vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
13 - Ninguém, sendo
tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e
a ninguém tenta.
14 - Mas cada um é
tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
15 - Depois, havendo
a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado,
gera a morte.
INTERAÇÃO
“Pare de
sofrer!“, “É tempo de vitória!”, “Você vai conquistar!”.
Estas são
frases de efeito bem conhecidas no meio evangélico.
Nelas, está
presente a ideia do não sofrimento.
A lição
desta semana é um resgate do ensino bíblico quanto ao valor do sofrimento por
Cristo e da sua importância para o nosso crescimento espiritual.
A epístola
de Tiago nos mostra que devemos nos alegrar na tentação, pois a partir desta
reconhecemos a nossa inteira dependência de Deus.
O sofrimento
é uma realidade e não podemos fugir dele.
Em Cristo,
temos o privilégio de sofrermos para a honra do seu nome.
A cruz de
Cristo é a glória do Evangelho!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conceituar a tentação.
Pontuar a origem da
tentação.
Compreender o propósito
da tentação.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
“Pela tentação de Jesus Cristo,
a tentação de Adão chegou ao fim. Tal como na tentação de Adão caiu toda a
carne, assim toda a carne foi libertada do poder de Satanás na tentação de
Jesus Cristo, pois Jesus Cristo carregou nossa carne, ele sofreu nossa tentação
e obteve triunfo” (Dietrich Bonhoeffer).
Prezado professor, reproduza este fragmento textual conforme as suas
possibilidades e distribua-o aos alunos. Conclua a lição refletindo, juntamente
com a classe, sobre o texto do teólogo alemão.
Afirme que há um Sumo Sacerdote que em tudo foi tentado, mas sem
pecado: Jesus Cristo. Este é a mediação entre Deus e o homem e, por isso,
podemos ir ao Pai com confiança (Hb 4.15,16).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Tentação:
Impulso para a prática de alguma coisa censurável ou não recomendável.
Definitivamente, o homem
moderno não está preparado para sofrer. Os membros de muitas igrejas
evangélicas, através da Teologia da Prosperidade, têm se iludido com a
filosofia enganosa do “não sofrimento”. O resultado é que quando o iludido
sofre o infortúnio, perde a fé em “Deus”.
Mas, que se entenda bem, num “deus” que nada tem com as Escrituras! A
lição dessa semana tem o objetivo de resgatar esse ensinamento evangélico (Tg
1.2). Aprenderemos acerca da tentação, do sofrimento e da provação, não como
consequência de uma vida de pecado ou de falta de fé,
mas como o caminho delineado
por Deus para o nosso aperfeiçoamento. Ninguém melhor do que Jesus Cristo, com
seu exemplo de vida, para nos ensinar tal lição (Hb 5.8). O convite do Mestre é
um chamado ao sofrimento por amor do seu nome (Jo 16.33; Mt 5.10-12).
I. O FORTALECIMENTO PRODUZIDO PELAS TENTAÇÕES (Tg 1.2,12).
1. O que é tentação. O termo empregado na Bíblia tanto no hebraico, massah, quanto no grego, peirasmos, para tentação, significa
“prova”, “provação” ou “teste”.
A expressão pode estar relacionada também ao conflito moral, isto é, a
uma incitação ao pecado. De fato, como mostram as Escrituras, a tentação é uma
provação, uma espécie de teste. O pecado, por sua vez, já se trata de um ato
imoral consumado.
Por isso, a tentação não é, em si mesma, pecado, pois ninguém peca
quando passa pelo processo “probatório”. A própria vida terrena do Senhor Jesus
demonstra, com clareza, a distinção entre tentação e pecado. A Epístola aos
Hebreus afirma que Jesus, o nosso Senhor, em tudo foi tentado.
Ele foi provado e testado em todas as coisas. Todavia, o Mestre não
pecou (Hb 4.14-16). Portanto, confiantes de que Jesus Cristo é o nosso Sumo
Sacerdote perfeito, devemos nos aproximar, com fé, do trono da graça sabendo
que Ele conhece as nossas tentações e pode nos dar a força necessária para
resistirmos (1Co 10.13).
2. Fortalecimento após a tentação (v.2). Do mesmo
modo que o ouro precisa do fogo para ser refinado ou purificado, o cristão
passa pelas tentações para se aperfeiçoar no Reino de Deus (1 Pe 1.7).
Quando tentado, o crente é posto à prova para mostrar-se aprovado tal
como Cristo, que foi conduzido ao deserto para ser tentado por Satanás e embora
debilitado e provado espiritualmente, saiu do deserto vitorioso e fortalecido,
tendo em seguida iniciado seu ministério terreno de pregação a respeito do
Reino de Deus (Lc 4.1-13).
À luz do exemplo de Cristo, compreendemos bem o que Tiago quer dizer
quando exorta-nos a termos “grande gozo quando [cairmos] em várias tentações”. Tal conselho aponta para a certeza de que ao passar
pela tentação, além de paciente e maduro, o crente se sentirá ainda mais
fortalecido pela graça de Deus.
3. Felicidade pela tentação (v.12). Quando o
cristão é submetido às tentações há uma tendência de ele entregar-se à tristeza
e à angústia. Mas atentemos para esta expressão: “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação”.
Em outras palavras, como é feliz, realizado ou atingiu a felicidade
aquele crente que é provado, não em uma, mas em várias tentações (v.2). Ser
participantes dos sofrimentos de Cristo e ao mesmo tempo felizes parece
paradoxal.
A Bíblia, porém, orienta-nos a que nos alegremos em Deus porque a
tribulação produz a paciência, e esta, a experiência que, finalmente, culmina
na esperança (Rm 5.3-5). Isto mesmo! Vivemos sob a esperança de receber
diretamente de Jesus a coroa da vida.
Uma recompensa preparada de antemão pelo nosso Senhor para os que o
amam. Você ama ao Senhor? É discípulo dEle? Então, não tema passar pela
tentação. Há uma promessa: Você “receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos
que o amam”.
Alegre-se e regozije-se em ser participante das aflições de Cristo,
pois é justamente nessa condição — de felicidade verdadeira —, que Ele nos
deixará por toda a eternidade quando da revelação da sua glória (1Pe 4.12,13)!
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A tentação é uma espécie de prova ou teste, que uma vez
vencido, fortalece a vida do crente.
II. A ORIGEM DAS TENTAÇÕES (Tg 1.13-15).
1. A tentação é humana. Embora a tentação objetive provar o crente, as
Escrituras afirmam que ela não vem da parte de Deus, mas da fragilidade humana
(Tg 1.13).
O ser humano é atraído por aquilo que deseja. A história de Adão e Eva
nos mostra o primeiro casal sendo tentado por aquilo que lhe atraía (Gn 3.2-6).
Mesmo sabendo que não poderiam tocar na árvore no centro do Jardim do Éden,
depois de atraídos pelo desejo, Adão e Eva entregaram-se ao pecado (Gn 3.6-9).
A Epístola de Tiago aplica o termo “gerar”, utilizado no versículo 15,
à ideia de que ninguém peca sem desejar o pecado. Assim, antes de ser
efetivamente consumada, a transgressão passa por um processo de gestação
interior no ser humano. Portanto, a origem da tentação está nos desejos humanos
e jamais no Altíssimo, “porque Deus [...] a ninguém tenta”.
2. Atração pela própria concupiscência. O texto
bíblico é claro ao dizer que “cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua
própria concupiscência” (v.14). A tentação exterioriza o vício, os
desejos, a malignidade da natureza humana, isto é, a concupiscência.
Ser tentado é sentir-se aliciado pela própria malícia ou os
sentimentos mais reclusos de nossa natureza má. Você tem ouvido o ressoar das
suas malícias? Elas te atraem? Ouça a Epístola de Tiago! Não dê vazão às
pulsões interiores, antes procure imitar Jesus afastando-se do pecado. Assim,
não darás luz ao pecado e viverás.
3. Deus nos fortalece na tentação. Embora a
tentação seja fruto da fragilidade humana, quando ouvimos o Espírito Santo,
Deus nos dá o escape em tempo oportuno: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus,
que vos não deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará
também o escape, para que a possais suportar” (1Co 10.13).
O Santo Espírito nos fará lembrar a Palavra de Deus para não pecarmos
contra o nosso Senhor Altíssimo (Is 30.21; Jo 14.26). Todavia, para que isso
seja uma realidade em nossa vida, precisamos cultivara Palavra de Deus em
nossos corações (Sl 119.11).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A origem das tentações é a fragilidade humana, a atração
pela própria concupiscência. Todavia, Deus é a fonte do nosso fortalecimento na
tentação.
III. O PROPÓSITO DAS TENTAÇÕES (Tg 1.3,4,12).
1. Para provar a nossa fé (v.3). Na época de
Tiago, os cristãos estavam desanimados por passarem duras provas de
perseguição.
No versículo três, o meio-irmão do Senhor utiliza então o termo
“sabendo”, o qual se deriva do verbo grego ginosko
e significa saber, reconhecer ou compreender, para encorajá-los a compreenderem
o propósito das lutas enfrentadas na lida cristã: Deus prova a nossa fé (Tg
1.12).
À semelhança do aluno que estuda e pesquisa para submeter-se a uma
prova e, em seguida, ser aprovado e diplomado, os filhos de Deus são testados
para amadurecer a fé uma vez dada aos santos (Jo 16.33; Jd 3).
O capítulo 11 da epístola aos Hebreus lista inúmeras pessoas que
tiveram sua fé provada, porém, terminaram vitoriosas e aprovadas. Por isso o
referido texto bíblico é conhecido como a “galeria dos heróis da fé”.
2. Produzir a paciência (vv.3,4). No grego,
“paciência” deriva de hupomone e
denota a capacidade de perseverar, ser constante, ser firme, suportar as
circunstâncias difíceis. A palavra aparece em o Novo Testamento ao lado de
“tribulações” (Rm 5.3), aflições (2Co 6.4) e perseguições (2Ts 1.4).
Mas também está ligada à esperança (Rm 5.3-5; 15.4,5; 1Ts 1.3), à
alegria (Cl 1.11) e, frequentemente, à vida eterna (Lc 21.19; Rm 2.7; Hb 10.36).
O termo ilustra a capacidade de uma pessoa permanecer firme em meio à
alguma pressão, pois quem é portador da paciência bíblica não desiste
facilmente, mesmo sob as circunstâncias das provas extremas (Jó 1.13-22; 2.10).
Tiago encoraja-nos então a alegrarmo-nos diante do enfrentamento das
várias tentações (v.1), pois a paciência é resultado da prova da nossa fé.
3. Chegar à perfeição. A habilidade de perseverar ou desenvolver a
paciência não acontece da noite para o dia. Envolve tempo, experiência e
maturidade.
O meio-irmão do Senhor destaca na epístola a paciência para que o
leitor seja estimulado a chegar à perfeição e, consequentemente, à completude
da vida cristã, que se dará na eternidade.
A expressão “obra perfeita” traz
a ideia de algo gradual, em desenvolvimento constante, com vistas à maturidade
espiritual.
O motivo pelo qual o cristão é provado não é outro senão para que
persevere na vida cristã e atinja o modelo de perfeição segundo Cristo Jesus
(Sl 119.67; Hb 5.8; Ef 4.13).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O propósito das tentações é amadurecer o crente, para que
este desenvolva a paciência e chegue à perfeição.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabemos que todo cristão passa por aflições e tentações ao longo da
vida. Talvez você esteja vivendo tal situação. Lembre-se de que o nosso Senhor
Jesus passou por inúmeras tribulações e tentações, mas venceu todas,
tornando-se o maior exemplo de vida para os seus seguidores.
Cada tentação vencida pelo crente significa um avanço rumo ao
amadurecimento espiritual. Um dia ele atingirá a estatura de varão perfeito à
medida da estatura de Cristo (Ef 4.13). Este é o nosso objetivo na jornada
cristã! Deus nos recompensará!
Estejamos firmes no Senhor Jesus, pois Ele já venceu por nós e por
isso somos mais que vencedores.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD,
2009. RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“A
Tragédia do Desejo Consumado (1.15)
No versículo 14, concupiscência provavelmente refere-se a qualquer
atração para o mal. A linguagem, no entanto, é mais comumente associada à
indução ao pecado sexual. Tiago usa essa figura no versículo 15 para traçar o curso
do mal, iniciando com um pensamento errado, que resulta em um ato pecaminoso e
termina com o julgamento de Deus. Um pensamento errado dá à luz quando lhe
damos o consentimento da vontade. Segue-se então o ato em si. Sendo consumado
não se refere tanto ao ato completado do pecado, mas sim ao acúmulo de atos
maus que constitui uma vida pecaminosa. Philips associa este versículo ao
versículo 16 e o interpreta da seguinte forma: ‘E o pecado com o tempo
significa morte — não se enganem, meus irmãos!‘” (TAYLOR, S. Richard.
Comentário Bíblico Bacon: Hebreus a Apocalipse. Volume 2, 1 ed., RJ: CPAD,
2006, p.160).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“A
Tentação Vem de Dentro (1.14)
Tiago conhecia os poderes sobrenaturais do mal que agiam no mundo (cf.
3.6), mas aqui ele procura ressaltar o envolvimento e a responsabilidade
pessoal do homem ao cometer pecados. O engodo do mal está em nossa própria
natureza. Ele está de alguma forma entrelaçado com a nossa liberdade. A questão
é: ‘Será que eu preferiria ser livre, tentado e ter a possibilidade de vitória
ou ser um bom robô?’. O robô está livre de tentação, mas ele também não conhece
a dignidade da liberdade ou o desafio do conflito e não conhece nada acerca da
imensa alegria quando vencemos uma batalha.
Tiago diz que cada um é atraído e engodado pela sua própria
concupiscência. Essa palavra epithumia (‘desejo’, RSV) pode ter um significado
neutro, nem bom nem mal. Assim, H. Orton Wiley escreve: ‘Todo apetite nunca se
controla, mas está sujeito ao controle. Por isso o apóstolo Paulo diz: ‘Antes,
subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu
mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado’ (1Co 9.27)’. Este talvez
seja o sentido que Tiago emprega aqui.
No entanto, na maioria dos casos no Novo Testamento, epithumia tem
implicações maléficas. Se for o caso aqui, quando um homem é seduzido para
longe do caminho reto, isso ocorre por causa de um desejo errado. Tasker
escreve: ‘Este versículo, na verdade, confirma a doutrina do pecado original.
Tiago certamente teria concordado com a declaração de que ‘a imaginação do
coração do homem é má desde a sua meninice’ (Gn 8.21). Desejos concupiscentes,
como nosso Senhor ensinou de maneira tão clara (Mt 5.28), são pecaminosos mesmo
quando ainda não se concretizaram em ações lascivas’. Se essa interpretação for
verdadeira, há aqui mais uma dimensão na origem da tentação. Desejos errados
podem ser errados não somente porque são incontrolados, mas porque, à parte da
presença santificadora do Espírito, eles são carnais” (TAYLOR , S. Richard.
Comentário Bíblico Beacon: Hebreus a Apocalipse. Volume 2, 1 ed., RJ: CPAD,
2006, pp.159-60).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O Propósito da Tentação
“Não nos deixes cair em tentação”. Foi a oração de Jesus ensinada aos
discípulos. No tempo da provação, angústia, tristeza e sofrimento são
realidades presentes na vida do discípulo de Cristo. Infelizmente, e em nome de
uma teologia, muitos desejam descartar da vida esta realidade humana e não dá
ao seguidor do caminho o direito de sofrer. Não é isto que a Palavra de Deus
nos ensina! Pelo contrário, o sofrimento por Cristo nos dá a oportunidade de
mostrarmos a nossa fé e amor por Ele, como os mártires que não retrocederam na
convicção do Evangelho.
A lição desta semana tem um penoso objetivo: o de resgatar a doutrina
bíblica do sofrimento por Cristo. Esta, por vezes, tem sido esquecida pela
Igreja Evangélica. Quando falamos de sofrimento, algumas pessoas nos perguntam:
“Mas por que o crente deveria sofrer?”; “Devemos ensinar a teologia da
miséria?” etc. Tais perguntas são descabidas, pois não escolhemos sofrer por
Jesus, é Este quem nos escolhe. Por consequência, ao vivermos para Cristo
precisamos estar dispostos a também sofrermos por Ele. Note as palavras do
Meigo Nazareno: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si
mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar
a sua vida perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida a
salvará. Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou
prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.23-25).
As expressões “negue-se a si mesmo”, “tome cada dia a sua cruz” e
“siga-me” significam o convite para peregrinarmos o caminho da execução do
nosso eu. Este é o caminho da Cruz de Cristo! Há, porventura, coisa mais
difícil do que negar a nós mesmos? Esmagar a nossa vontade para fazer a do
outro? A expressão “cada dia” revela-nos que o caminho da cruz deve ser feito
por nós, diariamente, crucificando assim o “eu”. O teólogo French L. Arrington
amplia este conceito: “Tomar a cruz significa uma resolução diária em negar a
si mesmo por causa do Evangelho. [...] Não é questão momentânea, mas um modo de
vida. Os cristãos nunca devem deixar de carregar a cruz” (Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento, CPAD, p.374).
O Evangelho não deixa outra escolha: o nosso caminho é o do sofrimento
por Cristo. O ensino de Tiago sobre o sofrimento está em pleno acordo com o
Evangelho de Cristo.