segunda-feira, 16 de julho de 2018

Lição 03 - 3º Trimestre 2018 - A Natureza e a Queda - Juvenis.

Lição 3 - A Natureza e a Queda

 3º Trimestre de 2018
“De todo vacilará a terra como o ébrio e será movida e removida como a choça de noite; e a sua transgressão se agravará sobre ela e cairá e nunca mais se levantará” (Is 24.20).
Esboço da Lição
1. A NATUREZA E A QUEDA
2. MUDANÇA GENÉTICA
3. O CATIVEIRO DA NATUREZA

Objetivos
Apontar os reflexos da Queda na natureza;
Conhecer criticamente a teoria panteísta e sua influência na atualidade;
Mostrar que as catástrofes naturais são decorrentes da Queda do homem.

     Querido (a) professor (a), no próximo domingo vamos analisar com os juvenis as consequências da Queda humana no meio ambiente. E não apenas isto, mas também enfatizar a nossa responsabilidade hoje em relação a ele.
     Por meio desta lição é importante que seus Juvenis compreendam, além dos objetivos traçados em sua revista, que cuidar do meio ambiente não é uma pauta meramente política, social ou ritualística de algumas religiões panteístas, mas primordialmente, desde o Éden (Gn 2.15), um dever de todo ser humano, ainda mais do cristão – exemplo e reflexo de Cristo na terra.
    Em Mateus 6.26 Jesus comprovou que Deus ainda se importa com toda a sua criação, não apenas com os seres humanos; o seu zelo e amor não eram restritos ao Éden pré-Queda. Como Jesus disse até mesmo um ser tão simples, como uma ave no céu, tem valor para o Pai celestial, tanto que é Ele mesmo que as alimenta.
    Portanto, o pecado original não justifica que fiquemos indiferentes, frente aos seus impactos no planeta onde vivemos. Por isso mesmo ao longo de toda a Bíblia observamos preceitos acerca da mordomia do ser humano sobre toda a natureza criada por Deus.
    Da mesma forma que males morais, crimes de todas as espécies são decorrentes da queda e o Senhor não toma o culpado por inocente em nenhum destes casos; também com os reflexos maléficos da Queda na natureza não devemos compactuar. Antes, devemos combatê-los, zelando por toda a criação de Deus. Diferente dos panteístas nós não adoramos a natureza, mas cuidamos dela em adoração ao nosso Deus que a criou.
     Para frisar este foco específico, sugerimos que você previamente separe alguns versículos e distribua para que alguns voluntários os leiam em voz alta e a turma debata acerca do que acharam sobre os mesmos, correlacionando ao tema.
      Seguem algumas sugestões:
      "Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no Jardim do Éden para o lavrar (cultivar) e guardar” Gênesis 2.15.
       “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” Salmos 19.1.
        “Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios” Salmos 24.1,2
       “Tu visitas a terra e a refrescas; tu a enriqueces grandemente com o rio de Deus, que está cheio de água; tu lhe dás o trigo, quando assim a tens preparada; tu enches de água os seus sulcos, regulando a sua altura; tu a amoleces com a muita chuva; tu abençoas as suas novidades” Salmos 65.9,10.
        “A glória de Deus é manifestada na criação e na conservação de todas as coisas
        Tu, que nos vales fazes rebentar nascentes que correm entre os montes.
       Dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos monteses matam com elas a sua sede. Junto delas habitam as aves do céu, cantando entre os ramos. Ele rega os montes desde as suas câmaras; a terra farta-se do fruto das suas obras.
       Ele faz crescer a erva para os animais e a verdura, para o serviço do homem, para que tire da terra o alimento e o vinho que alegra o seu coração; ele faz reluzir o seu rosto com o azeite e o pão, que fortalece o seu coração.
        Satisfazem-se as árvores do SENHOR, os cedros do Líbano que ele plantou, onde as aves se aninham; quanto à cegonha, a sua casa é nas faias.
       Os altos montes são um refúgio para as cabras monteses, e as rochas, para os coelhos. Designou a lua para as estações; o sol conhece o seu ocaso. Ordenas a escuridão, e faz-se noite, na qual saem todos os animais da selva. Os leõezinhos bramam pela presa e de Deus buscam o seu sustento.
      [...]  Ó SENHOR, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas. Tal é este vasto e espaçoso mar, onde se movem seres inumeráveis, animais pequenos e grandes” Salmos 104.
      “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” Romanos 1.20.
      “Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta” Mateus 6.26a. 
    O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Juvenis. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 03 - 3º Trimestre 2018 - O Milagre nas Bodas de Caná - Jovens.

Lição 3 - O Milagre nas Bodas de Caná

 3º Trimestre de 2018
Introdução
I-O Objetivo dos Milagres no Evangelho de João
II-Jesus e a Vida Social
III-O Significado do Milagre da Transformação da Água em Vinho
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Analisar os objetivos dos milagres no Evangelho de João;
Destacar o fato de Jesus ter uma vida social ativa;
Detalhar o significado do milagre nas bodas de Caná.
Palavras-chave: Milagre.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor César Moisés Carvalho:

Há alguns anos, um líder religioso brasileiro, em uma de suas mensagens, teve o atrevimento de criticar o primeiro milagre realizado por Jesus, alegando que tal feito não trouxe “nenhum benefício” às pessoas. Não obstante a injustificada audácia, tal colocação revela completo desconhecimento acerca da interpretação bíblica que, para se aproximar minimamente do sentido do texto, deve considerar, tanto quanto possível, o plano literário do material (autoria, tema, destinatários, local, propósito). Considerando que a narrativa encontra-se no Evangelho de João e este possui, nas palavras de Charles Harold Dodd, uma “Weltanschauung fundamental” , ou seja, uma visão de mundo específica, torna-se obrigatório procurar conhecer tal cosmovisão. O mesmo autor informa, por exemplo, que durante o período em que “predominou a Religionsgeschichtliche Schule , nos últimos anos do século XIX e nos primeiros do século XX, chegou-se a admitir comumente que o Quarto Evangelho devia ser entendido quase inteiramente de um ponto de vista helenístico, e assim eram sensivelmente subestimados os elementos judaicos ou hebraicos que nele apareciam”.  Dessa forma, ignorava-se que o Evangelho de João “é o único documento do Novo Testamento que usa o termo Messias [1.41], transliteração grega do hebraico mashiah ou do aramaico meshiha’ muito provavelmente deste último”.  Não apenas isso, mas conforme Joachim Jeremias, especialista em cultura judaica, em se tratando do início de um livro, o prólogo do Evangelho de João representa um caso único em todo o Novo Testamento, pois enquanto os demais textos neotestamentários iniciam “geralmente ou por um prefácio ao conjunto da obra ou pela abertura do primeiro capítulo”, o Quarto Evangelho “é totalmente diverso, [pois] coloca-nos diante deste início dogmático: ‘No princípio era o Verbo’”.  Ao passo que muitos se prendem ao termo grego Logos e procuram discutir os seus inúmeros significados , Joachim Jeremias defende que para se entender a singularidade deste prólogo, é preciso conhecer a estrutura, ou forma literária, do texto de João 1.1-18. 
Sabe-se que há não poucos hinos em o Novo Testamento, mas de todos eles, “o mais próximo do hino cristológico de Jo 1 é com certeza Fl 2.6-11”.  A distinção destes dois hinos neotestamentários em relação aos demais, informa o mesmo autor, consiste no fato de eles “relatarem, narrarem e pregarem a história de Cristo”, sendo, portanto, “Heilsgeschichte in Hymnenform (história da salvação em forma de hino)”.  Tal “gênero literário”, informa Jeremias, “em que a história da salvação é cantada na forma de salmodia, provém do Antigo Testamento; basta comparar os salmos que exaltam a maneira como Deus conduz seu povo através de sua história, como, por exemplo, o Sl 78”.  Portanto, além da inspiração do Espírito Santo de Deus, há que se entender que tais recursos estilísticos estavam em consonância com o propósito do apóstolo do amor que era justamente demonstrar que “Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo”, as pessoas tenham “vida em seu nome” (20.31). É sabido, por exemplo, que a estrutura de todo o Evangelho de João, foi intencionalmente elaborada visando alcançar tal propósito, pois conforme o último versículo: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém!” (21.25). Tal texto lança luz sobre a verdade de que “Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais que não estão escritos neste livro” (20.30). Portanto, conforme Dodd, o “próprio livro apresenta sua divisão no fim do capítulo 12”.  Ainda que tal divisão tenha paralelos nos outros Evangelhos, na opinião do autor, “aqui ela é feita de modo mais formal” fazendo com que o Evangelho, neste ponto, divida-se “virtualmente em dois livros”. Dessa maneira, o “que vem depois, nos capítulos 13―20 ou até 21 se incluímos o apêndice ― pode ser chamado propriamente O Livro da Paixão”. A respeito dos capítulos precedentes, Dodd diz que eles “correspondem à narração do Ministério nos outros evangelhos”, no entanto, a maneira “como João o considera, pode ser deduzido das palavras com que começa o epílogo, que ele acrescentou em 12.37-50 tosauta de autou semeia pepoiekotos...” e, por isso mesmo, pode ser chamado de “Livro dos Sinais” , que se inicia no capítulo 2. Assim, nas palavras de Giuseppe Barbaglio, “as fontes cristãs interpretaram os milagres de Jesus sobretudo em sentido cristológico”.  O que isso significa? O fato de João denominá-los, por exemplo, de “sinais” significa que eles são “portadores de significados profundos, concretamente atos de automanifestação de Jesus, Filho de Deus, Revelador do Pai ao mundo, Fonte de luz e de vida (cf. as curas do cego de nascença, do filho do funcionário real de Cafarnaum e do paralítico, e a ressurreição de Lázaro), Pão vivo descido do céu (multiplicação dos pães), Esposo dos últimos tempos, Doador de salvação (água transformada em vinho) e aquele que pode reivindicar o absoluto “Eu sou” (caminhada sobre as águas)”. 
Como é possível perceber, cada um dos sinais está relacionado à obra maior que Jesus Cristo veio realizar, ou seja, “os milagres são eminentemente ‘sinais de salvação’”.  Na verdade, o apóstolo João utiliza a expressão “sinais” não apenas para referir-se aos milagres realizados pelo Senhor, pois estes são alocados, como já foi dito, dentro do plano literário do Quarto Evangelho, no chamado “livro dos sete sinais”, abrangendo a primeira parte da obra (2.1―4.54; 5.1―11.54). Neste aspecto, a opinião de Graham Twelftree é que “nenhum dos escritores dos evangelhos, com exceção de João, é bem-sucedido na apresentação de um relato uniforme e consistente da motivação de Jesus para realizar milagres e que Jesus ― ao escolher curas sem precedentes em sua cultura, como as do surdo, do mudo, do cego e do paralítico ― estava tanto desbravando novos caminhos quanto tornando difícil para os observadores entenderem seus motivos”.  Apesar de os milagres realizados pelo Mestre ser sempre em favor do homem, é importante entender que “assim como [em Jo] 2,1-11 dava chave positiva para interpretar os sinais (a manifestação da glória), em 4,48 Jesus exclui outra chave de interpretação que falsearia seu messianismo: a sua glória não se manifestará por meio de sinais portentosos”.  O Mestre não pode ser confundido com um taumaturgo, isto é, “aquele que faz milagres”, que realiza prodígios transitórios e paliativos, com o objetivo de chamar a atenção para si e fazer das pessoas reféns de seus “superpoderes”. O projeto de Cristo vai muito além, pois está amalgamado com a Criação, visando sempre restaurar a obra iniciada pelo Pai e que, lamentavelmente, fora “interrompida” na Queda. Conforme defende o teólogo pentecostal Vernon Purdy, o próprio ensino da cura divina em círculos pentecostais fundamenta-se na “crença de que a salvação deve ser entendida, em última análise, como a restauração do mundo caído”. 
Daí o porquê de no capítulo anterior ter sido trabalhada a questão de que os milagres, bem como o ensinamento do Senhor e todas as demais obras realizadas por Ele, têm íntima conexão com o projeto do Reino de Deus. Tal conexão, inclusive bíblica e feita pelo próprio Mestre (Mt 12.28; Lc 11.20), revela que tais milagres estão intrinsecamente “relacionados à missão messiânica de Jesus” , pois quando “o reino de Deus se aproxima, os poderes antidivinos são identificados e exterminados”.  Assim, através de cada uma de suas ações Jesus vai ordenando a Criação e mostrando de forma proléptica a realidade do Reino, ou seja, particularmente no Evangelho de João, “‘sinal’ é ação realizada por Jesus que, sendo visível, leva por si ao conhecimento de realidade superior”.  Nesse sentido, a expressão “sinal”, do grego semeion, apesar de se referir a milagre e, de forma geral, demonstrar autoridade (Jo 2.18), particularmente no Quarto Evangelho, de acordo com Benny Aker, “diz respeito a um acontecimento extraordinário e especial, chamando a atenção para a atividade salvadora de Jesus e aludindo à sua morte e ressurreição”.

É por isso que, explica Klaus Berger, ao narrar-se “um ato milagroso, isso ainda não quer dizer que tal ato seja o centro da narrativa”, isto é, a “narração do milagre é antes o veículo para alguma afirmação especial, de acordo com cada gênero literário e sua função na comunidade”.  Como o estudioso atento já percebeu, no quarto Evangelho, intercala-se sinal e discurso, e tal se dá pelo fato de que de acordo com Wolfhart Pannenberg, “faz parte da função do sinal não apenas que ele aponta para a coisa assinalada, mas também que alguém siga o rumo para o qual o sinal aponta”, pois apenas “desse modo se cumpre a função do sinal”.  Tal intercalação se dá pelo fato de que “toda e qualquer palavra do mensageiro de Deus é uma ação e cria realidade”, em termos diretos, quando se fala de um milagre, não “se trata, pois, de um gênero literário, mas de uma maneira de entender a realidade”.  Acerca desse mesmo assunto, Xavier Léon-Dufour, explica que no “Quarto Evangelho, com efeito, o milagre não é denominado ‘ato de poder’ (dýnamis), como é de costume nos sinóticos, mas ‘sinal’ (sēméion)”.  Tal distinção indica que a escolha da expressão não se deu de forma aleatória, mas diretiva e intencional. O mesmo autor diz que tal se dá porque o referido “termo joanino inclui sempre dois aspectos: demonstrativo, o sinal suscita a fé dos discípulos em Jesus; expressivo, ele manifesta a glória daquele que opera”.  O termo é tão importante que o teólogo pentecostal Benny Aker diz que desde muito tempo “que os estudiosos discutem o significado do termo sinal (semeion) no Evangelho de João”, e que a análise desta “palavra nos ajuda a descobrir como o Evangelho deve ser dividido e interpretado”.  Mesmo tendo abordado anteriormente a questão da estrutura do livro, tal informação não deixa de surpreender, pois primeiramente é preciso saber que “João tenciona que os ‘sinais’ beneficiem os leitores”, e que eles “significam algo mais que meros milagres”.
Mais deve ser dito a respeito dos “dois aspectos” do sinal, mencionados por Léon-Dufour, isto é, o “demonstrativo e expressivo, do sinal joanino” que, de acordo com o mesmo autor, “correspondem, de modo geral, à distinção feita na linguagem atual entre sinal e ‘símbolo’”.  Uma vez que, por si mesmo, “o sinal remete a outra coisa e, como tal, não tem nenhum interesse, ao passo que o símbolo já é em si mesmo epifania de uma realidade secreta, presença daquilo que ele significa”, torna-se imprescindível saber que o sinal “requer para tanto um ato de inteligência que se pode denominar ‘operação simbólica’”. Justamente por isso, diz Léon-Dufour, em “Caná, o chefe do serviço apenas se admira de provar vinho melhor, ao passo que os discípulos percebem a glória de Jesus”. Nas palavras de Santo Agostinho, citado pelo autor francês, “toda ação do Logos é palavra; ela deve ser compreendida como revelação do seu mistério e obriga a uma opção a seu respeito”.  Em sentido inverso, Udo Schnelle, ao tratar do discurso religioso, afirma que este possui uma dimensão simbólica; e os símbolos, segundo ele, “são sinais que apontam para além de si e que abrem novos mundos de sentido, que trazem uma outra realidade para dentro de nossa realidade”.  Mesmo que a informação pareça redundante, é necessário saber que os símbolos “precisam ser escolhidos de tal forma que, por um lado, po[ssa]m ser recebidos pelos ouvintes/leitores e que, por outro, apresent[e]m adequadamente a grandeza a ser simbolizada”.  Com uma prática teológica que valoriza o método alegórico, o pentecostalismo é talvez a expressão cristã que mais necessita do conhecimento que em “Jesus de Nazaré, o símbolo religioso central é o Reino/domínio de Deus”.  Se for como a maioria dos autores insiste, o Reino de Deus apresenta-se como chave hermenêutica para o entendimento do evangelho, não apenas no sentido que usualmente se utiliza, mas no que já foi registrado no capítulo anterior acerca de este ser “um novo tempo”. Logo, a concentração e o esforço na pesquisa acerca do tema não apenas se autojustificam, mas são também obrigatórios. Assim, a orientação de Udo Schnelle em sua Teologia do Novo Testamento torna-se ainda mais oportuna:
Símbolos como sinais linguísticos estão sempre inseridos na enciclopédia de um círculo cultural, especialmente em sua língua. Para poder compreender um símbolo é preciso perpassar e verificar a enciclopédia do termo. No caso de “Reino/domínio de Deus”, trata-se do conceito de Deus como rei no Antigo Testamento, no judaísmo antigo e no helenismo. Fazem parte desse conceito um amplo campo linguístico (Deus como rei e formulações verbais sobre o governar), associações afins (por exemplo, Deus como Senhor e juiz), atributos e insígnias reais (por exemplo, palácio, trono, corte, glória), a metafórica real (por exemplo, o rei como pastor) e tarefas tipicamente reais (conceder a paz, julgar os inimigos). O ponto de partida desses conceitos é a experiência — imediatamente presente na Antiguidade — do domínio ilimitado e do caráter todo-poderoso dos reis, cuja plenitude de poder se oferecia como símbolo para Deus. 
Portanto, sendo o Reino de Deus a principal mensagem de Jesus, isto é, a Boa Nova, Walter Liefeld diz que no “início do seu ministério, o Senhor Jesus ilustrou a novidade do seu evangelho ao lembrar a seu público de que não se coloca vinho novo em odres velhos (Mc 2.22)”.  No intuito de demonstrar que essa mesma verdade consta nos textos dos demais evangelistas, o autor citado diz que, segundo João, o primeiro milagre realizado por Cristo “foi a transformação de água em vinho, seguido da purificação do templo e do ensino do novo nascimento (Jo 2.1—3.14)” e que, continua, com “essas palavras e ações, a nova era é introduzida”.  Como se pode ver, tal acontecimento possui uma função que extrapola o âmbito do miraculoso e demonstra, de acordo com Juan Barreto e Juan Mateos, que tal sinal nas Bodas de Caná tem uma função “programática”, posto “que apresenta o objetivo de sua missão no âmbito de Israel com o motivo teológico da substituição da aliança: Jesus substituirá a antiga aliança baseada na Lei, pela nova baseada no Espírito/amor leal (1,17)”.  Isso significa que sendo tal milagre o primeiro sinal, ou na expressão joanina, “‘o princípio dos sinais’”, justamente por “ser princípio, começo e origem de todos os outros, oferece sua chave de interpretação: em cada sinal é preciso descobrir a manifestação de sua glória-amor (cf. 11,4.40)”.  Em se tratando dos sinais elencados por João, existe uma espiral em direção a “suprema manifestação de sua glória [que] será sua morte na cruz (17,1), à qual já alude em Caná (2,4: a minha hora)”, ou seja, “em cada sinal antecipa-se o amor até o extremo (13,1) que Jesus vai demonstrar na sua morte”. Justamente por isso o “sinal de Caná apresenta”, conforme os autores defendem, “o programa de toda a vida de Jesus”. Ressalte-se que, o “aspecto teológico” de tal sinal, ou seja, “a substituição da aliança, desenrola-se no primeiro ciclo (2,1―4,46a: o ciclo das instituições)”, pois no referido ciclo, “irão sendo expostas as diversas substituições que comporta a da aliança: substituição do templo (2,13ss-22), da Lei (3,1-21), dos mediadores de antiga aliança (3,22―4,3), do culto ritual (4,4-42)”.
Para muito além da questão de que seis talhas de pedra, cujo conteúdo fora preenchido com cerca de 480 a 650 litros de água, e que tal água miraculosamente foi transformada em vinho de primeiríssima qualidade, no Quarto Evangelho, “o reino de Deus mostra-se em ação naquilo que Jesus realiza nas bodas de Caná, e que manifesta a sua glória”.  Esse é o sentido do primeiro sinal realizado pelo Senhor. Mas o que isso significa? Nas palavras do teólogo pentecostal Benny Aker, tal ação simboliza o fato de que quando as “pessoas creem em Jesus e nascem pelo Espírito, elas têm uma nova natureza religiosa e tornam-se a morada do Espírito, o novo templo” e esta, diz o mesmo autor, é justamente a “experiência transformadora da água em vinho, ilustrada na cura do doente, na doação de visão ao cego, na ressurreição do morto e culminando na morte e ressurreição de Jesus”.  Dessa forma, a “transformação da água em vinho como o princípio dos sinais direciona e antecipa o leitor para a conclusão do Evangelho”, isto é, o “primeiro sinal antecipa o ponto climático da ressurreição”.  Este sentido mais profundo não está óbvio no primeiro sinal, apenas o estudo de todo o Quarto Evangelho leva a esta conclusão. Contudo, alguns detalhes imprescindíveis do texto devem ser analisados. O primeiro deles é o fato de Jesus ser alguém que tinha uma vida social. Convidado a ir a um casamento, juntamente com sua mãe e seus discípulos, o Senhor não se negou a fazê-lo (Jo 2.1,2). Neste aspecto, um contraste entre Jesus e João Batista, seu precursor, é inevitável. Enquanto “João abandonou a civilização e viveu no deserto”, diz Moltmann, “Jesus abandonou o deserto e foi para as movimentadas aldeias da Galiléia”.  Para o mesmo autor, essa diferença era proveniente da “singular experiência batismal de Jesus” que, conforme afirma Moltmann, nada teve que ver com um batismo para “‘perdão dos pecados’”, antes Ele experimentou o que os “evangelhos denominam de experiência do Espírito”.
O capítulo anterior finalizou com a argumentação de que os milagres realizados por Jesus tinham também uma função social. O fato de faltar vinho na festa de casamento indica um problema relacionado à falta de provisão (v. 3). Sabe-se que permitir que o vinho acabasse “em uma celebração de casamento era socialmente embaraçoso e seria motivo de piadas na vila por muitos anos”.  Tal “visão social” do que Theissem chama de “movimento de Jesus”, indica que “à luz prévia do reino de Deus, o movimento de Jesus realizou uma revolução de valores, isto é, uma apropriação de atitudes e normas da classe superior por parte de pessoas humildes marginalizadas”.  Isso quer dizer que “Virtudes aristocráticas foram reformuladas de tal maneira que se tornaram acessíveis a pessoas humildes” e, de igual forma, “concepções de valores de pessoas simples para o convívio com outras pessoas, amor ao próximo e humildade, foram definidas de tal forma que podiam ser defendidas com autoconsciência aristocrática”.  Numa palavra, a “verdadeira revolução de poder era aguardada a partir de Deus: em seu reino os pobres, famintos e sofredores alcançariam seus direitos”.  Assim, com a realização do primeiro sinal entende-se que a revolução de valores promovida pelo movimento de Jesus era de natureza “carismática”, ou seja, de acordo com Theissen, na prática de Jesus “não se fundamentava apenas a convicção dos grandes valores por milagres e revelações extracotidianos, mas também se aguardava sua concretização por meios extracotidianos, através de ações simbólicas e feitos milagrosos, oração e bênção”. E tal se dá porque o “carisma não era somente poder de ser reconhecido, mas também poder de impor, capaz de se tornar eficaz sem coerção”.  Na festa de casamento realizada onde hoje está localizada “Khirbet Kaná, 14 quilômetros aproximadamente ao norte de Nazaré” , aldeia de onde Jesus e sua família procediam, certamente houve uma amostra de tal interinfluência, pois os aristocratas presentes nas bodas do casal sem provisão não apenas ficaram sem ter o que dizer, pois sequer perceberam a falta de vinho, mas ainda provaram do melhor vinho de suas vidas!
Uma vez que “as mulheres ficavam mais perto do lugar em que o vinho e a comida eram preparados”, informa Craig Keener, “Maria fica ciente da escassez de vinho antes que a notícia chegue a Jesus e aos demais convidados”.  A resposta de Jesus à interpelação de sua mãe, chamando-a de “mulher” (v.4), de acordo com o mesmo autor, “era forma respeitosa de tratamento (assim como ‘madame’)”, embora, ele observe que “dificilmente [era] usada para se dirigir à própria mãe”.  Léon-Dufour, concorda com a observação e diz que, a “despeito da impressão que possa ter o leitor moderno, Jesus não demonstra falta de respeito: a apelação é empregada com frequência num contexto muito elogioso”.  Quanto à expressão “hora”, trata-se da tradução da palavra grega hora, diz Aker, que literalmente quer dizer “‘hora’, ainda que não com o mesmo significado que a [nossa] moderna palavra ocidental”, pois tal “palavra distingue e conecta este primeiro sinal (‘Ainda não é chegada a minha hora’, Jo 2.4) com sua realização, a morte de Jesus (‘Pai, é chegada a hora’, Jo 17.1)”.  Portanto, a “‘hora’ enfatiza este princípio dos sinais e está ligada com a hora da morte e ressurreição de Jesus” que, como se sabe, “chegou em sua última semana de vida e teve cumprimento especialmente na sua morte (Jo 12.23,27; 13.1; 17.1 [onde ‘glória’ ocorre na forma verbal])”.  A resposta de Maria na sequência (v.5), denota que “solicitada a captar que chegou para ele a hora de agir segundo a vontade do Pai, deixa de falar como mãe segundo a carne e comunica aos criados sua confiança total, basicamente a mesma que estava implícita na sua primeira palavra, mas agora sem evocar nada com precisão”.  Ela não diz o que deve ser feito, apenas contenta-se em confiar que os criados devem fazer o que Ele disser. O já citado Léon-Dufour observa apropriadamente que Maria não diz: “‘Fazei tudo o que meu filho vos disser!’, ela nem sequer nomeia a pessoa de Jesus e contenta-se com o pronome ‘ele’; é porque, com efeito, Jesus não pertence mais à sua mãe, ele depende apenas de Deus”.  Tal fica claro pelo simples fato de que “o original nem de longe exprime uma ordem baseada numa evidência (como acontece na tradução habitual: ‘Fazei tudo que ele vos dirá!’, mas denota uma eventualidade determinada tão-somente por Jesus”.
A próxima cena, observada por João, refere-se as seis talhas de pedra, cuja capacidade não é precisada, pois “em cada uma cabiam duas ou três metretas” (v. 6), isto é, a “quantidade que continham aproxima-se da quantidade de água que conteria um mikvé judaico”.  O mikvé judaico “era um lugar cerimonial para conter água, construído no chão das casas (e colocado ao redor do templo em Jerusalém), algo como uma banheira de uma casa moderna, e era usado para purificação religiosa”.  Essa informação é importante, pois havia regras rígidas para a utilização da água em cerimônias de purificação e sabe-se que as talhas não eram apropriadas para a estocagem de água destinada a tal fim. No entanto, nesta casa, por alguma razão, elas estavam destinadas para esse propósito. De qualquer forma, uma vez que elas estavam reservadas a este objetivo, utilizar “talhas de água com um propósito não ritual violava os costumes da época”, diz Keener, no entanto, “Jesus dá maior valor à honra do anfitrião que aos costumes ligados à pureza cerimonial”, ou seja, apesar de os recipientes terem sido dedicados ao uso sagrado, “Jesus, aqui, demonstra preocupar-se mais com o casamento do amigo que com os rituais da época”.  Se utilizar as talhas para uma finalidade distinta da que elas haviam sido destinada já era um absurdo, ordenar que as talhas vazias sejam cheias de água a fim de que se tornassem miraculosamente em vinho, estava completamente fora de cogitação (vv. 7-9). O propósito ritualístico e religioso fora preterido em favor de uma finalidade social e festiva, pois o vinho, entre outras coisas, simboliza alegria.
Para Alberto Maggi, tal ato miraculoso indica que “chegou o momento da mudança radical da aliança e da relação entre os homens e Deus: a água é mudada em vinho” e, por este ato, “Jesus oferece a verdadeira purificação que permitirá a relação contínua com o Senhor”.  Isso porque, diz o mesmo autor, essa “purificação não dependerá da observância da Lei, mas da acolhida do amor gratuito do Senhor”. Enquanto na perspectiva legalista havia exclusão, na atitude de Jesus há uma indistinta inclusão. Tal é assim porque na “nova aliança, não há necessidade de o homem se purificar para ser digno do Senhor, mas é a acolhida do Senhor que o purifica e o torna digno do seu amor”. Os contrastes entre as duas Alianças são nítidos, enquanto a “água servia para a purificação externa do indivíduo; o vinho oferecido por Cristo, símbolo do amor de Deus, penetra dentro do homem, se torna [parte do] seu próprio sangue e lhe permite estabelecer, sem mais intermediários, uma relação pessoal e imediata com o Pai”. Sabe-se que uma vez modificada “a aliança, já declarada pelo próprio Deus como antiquada e superada (Hb 8,13), as instituições do antigo pacto já se tornaram inúteis”. Numa palavra, na perspectiva da Nova Aliança, as “antigas estruturas não são purificadas, mas eliminadas: é o que fará o Messias, começando pelo Templo de Jerusalém”.  E esta é mais uma das grandes diferenças entre João Batista e Jesus. Enquanto o primeiro parecia querer purificar as estruturas religiosas de Israel, o segundo sabe que isso já não é mais possível e nem necessário, pois a ordem habitual das coisas será, a partir de agora, invertida (v. 10). Conforme Benny Aker, ao proceder dessa forma e “guardar o melhor [vinho] para o final, Ele muda o costume social”, em clara demonstração que a “salvação e a comunidade que Jesus cria é claramente superior às do judaísmo”.  Assim, com este “primeiro sinal, a direção para a verdadeira compreensão é dada: aquilo que Ele proverá por sua morte e ressurreição é indicada pelo novo vinho milagrosos de João 2.1-11”.
O versículo conclusivo (v.11), longe de ser uma unanimidade, encerra profundas reflexões, pois contêm duas expressões gregas importantíssimas para o plano literário do Quarto Evangelho: arkhḗ e doxazô. A primeira refere-se a “começo” que, neste contexto, significa que o ocorrido “não dá início apenas a uma enumeração: ela assinala uma novidade daqui por diante presente”.  Benny Aker diz que dentre os vários significados possíveis de arche em João 2.11, está a versão da NVI que “traduz esta palavra grega numericamente ‘primeiro’” enquanto que na ARC “traduz por ‘principiou’, ou seja, é a iniciação de algo”. No entanto, diz o mesmo autor, “nenhuma tradução chama atenção especial para o significado do conteúdo posto entre parênteses por esses sinais”, ou seja, o “significado ‘principiou’ sugere que ‘outros’ vão se seguir — da mesma natureza ou então que este primeiro tem ‘status primário’”.  O que está se tentando evidenciar com a expressão é que, em “qualquer caso, há uma inter-relação entre o ‘princípio’ e os que seguem”.  O segundo termo, “glória”, ou seja, “doxazô, glorificar, manifestar a glória” , de acordo com Juan Mateos e Juan Barreto, traduz claramente o sentido da expressão, pois de “fato, a manifestação da glória em Caná é proléptica com respeito à que terá lugar em ‘sua hora’, com a qual se ligam outros textos”.  Assim, o último versículo da perícope dá o tom de toda a primeira parte do Quarto Evangelho, do chamado livro dos sinais, mostrando que o primeiro milagre realizado pelo Senhor demonstrava a natureza da sua obra — inaugurar o Reino de Deus e anunciar tal Boa Nova de salvação beneficiando, não apenas o casal de nubentes e seus convidados, mas a toda a humanidade. 
*Adquira o livro do trimestre de autoria de CARVALHO, César Moisés. Milagres de Jesus: A Fé Realizando o Impossível. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe. 
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 03 - 3º Trimestre 2018 - Os Ministros do Culto Levítico - Adultos.

Lição 3 - Os Ministros do Culto Levítico

 3º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
O chamamento divino exige separação, excelência e dedicação integral. 
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Levi, a Tribo Sacerdotal
II – O Sumo Sacerdote
III – Direitos e Deveres dos Levitas
Conclusão
OBJETIVO GERAL
Conscientizar de que o chamamento divino exige, de cada um de nós, amor, excelência e dedicação integral.
Os Ministros do Culto Levítico
Pr. Claudionor de Andrade
Faremos algumas considerações acerca do chamado extraordinário dos levitas ao ministério sacerdotal de Jeová. Logo de início, buscaremos responder à pergunta: “Por que a escolha recaiu sobre Levi, se esta tribo não era a mais excelente de Israel?”. Em seguida, contemplaremos outra questão igualmente importante: “Não teria sido mais consensual se Moisés houvesse selecionado os ministros do altar dentre os melhores homens de cada tribo?”.

Antes, porém, de nos ocuparmos dessas questões, trataremos de uma temática comum às comunidades divinas de ambos os Testamentos: o serviço a Deus. Afinal, todos fomos chamados a servir ao Criador, pois Ele nos fez e dEle somos.

Portanto, ainda que não sejamos chamados a trabalhar num ministério específico, não poderemos ficar inativos; na Vinha do Senhor, há um trabalho para cada um de nós. Às vezes, o nosso afazer nem lembra um ministério, devido à sua pequenez e aparente insignificância. Mas, se é feito para Deus, jamais deixará de ter a glória e o galardão de ministério.
I. Diaconologia, a Teologia do Serviço Divino
Em qualquer diálogo teológico, precisamos levar em conta este pressuposto básico: “Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Sl 24.1, ARA). A partir daí, conscientizar-nos-emos de que, neste mundo, devemos atuar como servos humildes e fiéis a Deus, e não como soberanos e ditadores; tudo pertence ao Senhor, inclusive você e eu, querido leitor. Eis a essência do que chamamos de diaconologia.
1. Etimologia e definição.
A palavra “diaconologia” provém de dois vocábulos gregos: diáconos: servo ou ministro; e logos: tratado ou discurso racional. Portanto, a diaconologia é a seção da teologia bíblica que se aplica ao estudo do serviço consagrado ao Reino de Deus.
Tal serviço não compreende apenas o esforço dos membros do ministério santo; reclama também o concurso de todos os que foram chamados à vida eterna. 
2. A diaconologia no Antigo Testamento.
No período do Antigo Testamento, a diaconologia divina repousava sobre o tripé: rei, sacerdote e profeta. Todavia, em momentos de emergência nacional, todo o povo erguia-se como um só homem (1 Sm 11.7). Nessas ocasiões, não se fazia distinção entre o clero e o laicato — todos, sem exceção, identificavam-se como povo de Deus. Mas, com a burocratização do serviço divino, a nação hebreia fragmentou-se de tal forma, que a união do povo com a classe dirigente tornou-se impossível.
A maior expressão da diaconologia vétero-testamentária deu-se na construção do Tabernáculo. Apesar das agruras do deserto, o povo atendeu prontamente ao apelo de Moisés, trazendo-lhe não apenas matérias-primas como ouro, prata, madeira e essências aromática, como também mão de obra especializada. Nesse serviço, os hebreus mostraram-se de tal forma liberais e generosos, que Moisés foi obrigado a proibi-los de trazer-lhe mais oferendas (Êx 36.6).
Nunca mais se repetiu, em Israel, tal exemplo de diaconia. Foi um exemplo único no Antigo Testamento. 
3. A diaconologia no Novo Testamento.
Nos Atos dos Apóstolos, as ações evangelísticas e missionárias não se limitavam ao colégio apostólico; ilimitavam-se nas intervenções de diáconos como Estêvão e Filipe e dos crentes anônimos que, aonde iam, espalhavam as Boas-Novas de Cristo.
O mais perfeito exemplo de diaconia do Novo Testamento é assim descrito por Lucas:
E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. (At 2.42-47, ARA)
Tendo por base o relato lucano, concluímos que a diaconia da Igreja Primitiva estava longe de ser um ativismo social. Em primeiro lugar, era essencialmente teológica, uma vez que os crentes só vieram a doar seus bens depois de se haverem fundamentado na doutrina dos apóstolos. Em segundo lugar, era litúrgica e orante: acompanhavam-na a celebração da Santa Ceia e as preces cotidianas. E, finalmente, era marcada por uma profunda koinonia: todos, possuindo tudo em comum, depositavam o resultado de suas ofertas e despojamentos aos pés dos apóstolos. Acrescentemos, ainda, que a diaconia de Atos dos Apóstolos era fortemente soteriológica; redundava na salvação de almas.
Ao contrário da diaconologia de muitos ramos da cristandade atual, quer do catolicismo romano, quer do protestantismo nominal, que resultaram em ações pastorais contrárias às Sagradas Escrituras, a diaconia da Igreja Primitiva teve como fruto imediato a expansão do Reino de Deus.
Feitas essas considerações, voltemo-nos agora ao ministério levítico que, em si, representava formal e essencialmente a diaconologia do Antigo Testamento.   
II. O Chamado de Levi em Abraão
O autor da Epístola aos Hebreus, inspirado pelo Espírito Santo, teve um discernimento excepcional quanto ao chamado de Levi ao ministério sagrado. Conforme veremos, o terceiro filho de Jacó fora chamado a servir como sacerdote antes mesmo de nascer.
1. A presença de Levi na celebração de Melquisedeque.
Segundo vimos no capítulo anterior, o encontro de Abraão com Melquisedeque, rei de Salém, constituiu-se na maior celebração divina do Antigo Testamento (Gn 14.18-20). Nessa ocasião, de acordo com o autor sagrado, Levi, bisneto de Abraão, ali esteve presente nos lombos de seu avoengo:
Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos. E, por assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando Melquisedeque saiu ao encontro deste. (Hb 7.4,9,10, ARA)
Na presciência de Deus, Levi já havia sido escolhido mesmo antes de nascer. Sua diaconologia, como sacerdote transitório dos bens que serviriam de sombra aos eternos, consistiria em servir ao sacerdócio eterno de Melquisedeque, que, naquele momento, representava o Senhor Jesus Cristo.
2. A importância de Levi no Concerto Sagrado.
Se lermos o capítulo 14 de Gênesis, à luz de Hebreus 7, concluiremos que, no âmbito da diaconologia do Antigo Testamento, o patriarca Levi foi mais importante do que Isaque, Jacó, Judá e o próprio José. Tais varões, apesar de sua importância na formação e preservação do povo escolhido, jamais tiveram acesso ao sacerdócio litúrgico.
Mas, ao acompanharmos a biografia de Levi, ficamos sem entender por que o patriarca, que nem primogênito era de Jacó, alcançaria tanta preeminência no decorrer da História Sagrada.    
III. O Caráter Forte e Conservador de Levi
Só viremos a entender a pessoa de Levi, se nos detivermos em sua biografia que, a rigor, nem biografia pode ser considerada. No entanto, o que a narrativa sagrada revela acerca de sua juventude e velhice é suficiente para formarmos uma imagem de seu caráter. 
1. O nascimento de Levi.
Levi, ao contrário de José, não era filho de Raquel, a esposa querida e predileta de Jacó. Quando de seu nascimento, Lia, sua mãe, ainda ressentida por ter sido preterida em relação à irmã, desabriu toda a sua mágoa: “Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu marido, porque lhe dei à luz três filhos” (Gn 29.34, ARA). Por isso, deu-lhe um nome que reunia esperança e redenção: Levi, que, em hebraico, significa ligado, unido ou vinculado.
Pelos usos e costumes da época, o menino já estava destinado, desde o ventre, a uma vida comum, medíocre e sem ascendência no clã. Afinal, além de não ser o primogênito, era o terceiro filho de uma mulher que, no coração do marido, estava longe do primeiro lugar.
2. O episódio de Diná.
O caráter forte, conservador e moralista de Levi aflorou quando do estupro de Diná. Após tramar, juntamente com Simeão, a ruína da família de Siquém, o jovem que abusara de sua irmã, justificou o seu ato com uma alegação que, ainda hoje, reflete os costumes de alguns clãs: “Abusaria ele de nossa irmã, como se fosse prostituta?” (Gn 34.31, ARA).
O autor sagrado não deixa claro se tais palavras foram proferidas por Levi. Mas, tendo em conta a história de seus descendentes, entendo que tal discurso é mais apropriado a Levi do que a Simeão. Em termos morais, aliás, Simeão era nada recomendável. Talvez, por isso mesmo, José o manteria preso no Egito, ao receber a primeira visita de seus irmãos (Gn 42.24).   
3. O episódio de José.
Da história de José, inferimos que Levi estivera tão envolvido na venda do jovem sonhador quanto os outros irmãos. O que ele fez para livrar o caçula? Embora fosse o terceiro filho em responsabilidade moral, agiu, naquele momento, como Caim: “Acaso sou eu o guardador de meu irmão?”.
Portanto, se fôssemos analisar a vida de Levi, até aqui, jamais poderíamos referendar-lhe o nome como o chefe da tribo sacerdotal de Israel. Mas Deus, que nos sonda as intenções mais profundas, age doutra forma; usa as coisas que não são, para confundir as que são.
4. A bênção de Levi.
Estando já próximo da morte, Jacó reúne seus filhos para abençoá-los e profetizar-lhes o futuro na História Sagrada. Das palavras do velho patriarca ao terceiro filho, logo concluímos que, para Levi, não haveria futuro ou promissão: 

Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. No seu conselho, não entre minha alma; com o seu agrupamento, minha glória não se ajunte; porque no seu furor mataram homens, e na sua vontade perversa jarretaram touros. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; dividi-los-ei em Jacó e os espalharei em Israel. (Gn 49.5-7, ARA)
Naquele momento, o moribundo Jacó jamais poderia vir a imaginar que o seu terceiro filho erguer-se-ia, séculos depois, como o sacerdote de toda a sua família. Levi, devido ao seu furor, foi disciplinado. Em Israel, espalhou-se; nenhuma herdade jamais. Todavia, a maldição seria revertida em bênçãos. A sua única herança, agora, era o Deus de Abraão.  
IV. Direitos e Deveres dos Levitas
Os descendentes de Levi, principalmente os da casa de Arão, deveriam observar estes direitos e deveres: viver do altar, santificar-se ao Senhor e ser uma referência moral, ética e espiritual.
1. Viver do altar.
Já que os sacerdotes dedicavam-se ao ministério do altar, do altar deveriam viver (Lv 7.35). Portanto, não tinham eles direito a qualquer herança territorial entre os seus irmãos, porque a sua herança e porção eram o Senhor (Nm 18.20). Moisés, então, divinamente instruído, destinou-lhes cidades estratégicas por todo o Israel (Nm 35.8). Algumas delas serviam também como refúgio ao homicida involuntário (Nm 35.6).
2. Santificar-se ao Senhor.
Em virtude de seu ofício, os sacerdotes deveriam erguer-se, em Israel, como referência de santidade e pureza. O sumo sacerdote, por exemplo, tinha de ostentar uma faixa de ouro, em sua mitra, na qual estava escrito: “Santidade ao Senhor” (Êx 28.36). Caso o sacerdote profanasse o seu ofício, seria punido com todo o rigor (Lv 10.1-3).
3. Tornar-se uma referência espiritual e moral.
Os sacerdotes, por serem responsáveis pela aplicação da Lei de Deus, tinham a obrigação de constituir-se num modelo espiritual, moral e ético a Israel (Ml 2.1-10). Os filhos de Eli, em consequência de seu proceder, tornaram-se uma péssima referência aos israelitas. E, por causa disso, Deus os matou (1 Sm 2.25). Andemos, pois, em santidade e pureza diante do Senhor. Ele continua a reivindicar santidade de todo o seu povo, principalmente de nós, obreiros. 
Conclusão
O sacerdócio levítico era glorioso; seus membros eram considerados príncipes de Deus (Zc 3.8). Todavia, o Senhor Jesus Cristo é superior ao sacerdócio levítico, pois é eterno (Sl 110.4). Quanto a nós, somos uma nação santa, profética e sacerdotal — recebemos a incumbência de proclamar o Evangelho e interceder pelos que perecem (1 Pe 2.9). Portanto, sirvamos ao Senhor com todo o nosso ser, para que, por intermédio de nossa vida, venha o Reino dos Céus à Terra.       
*Adquira o livro. ANDRADE, Claudionor de. Adoração, Santidade e Serviço: Os Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
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segunda-feira, 9 de julho de 2018

Lição 02 - 3º Trimestre 2018 - Louvo ao Papai do Céu que me Protege - Berçário.

Lição 2 - Louvo ao Papai do Céu que me protege

3º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Levar o aluno ao entendimento de que Deus o protege.

É hora do versículo: “Deus me protege como um escudo [...]” (Salmos 7.10).
Nesta lição, as crianças aprenderão que o Papai do Céu é o nosso protetor, assim como o escudo protege um soldado de ser atacado e o guarda-chuva nos protege das gotas de chuva. Por causa da proteção do Papai do Céu, não precisamos ter medo de nada.
Como complemento para esta lição, após realizar todas as atividades propostas no manual do professor, e caso ainda haja tempo, sugerimos que distribua a imagem abaixo para as crianças colorirem, utilizando giz de cera, o guarda-chuva. Reforce que o Papai do Céu é um protetor que nos protege das maldades desse mundo. Assim como um guarda chuva nos protege das gotas da chuva de caírem em nossa cabeça.
licao2.bercario
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário
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Lição 02 - 3º Trimestre 2018 - Moisés Ajuda os Israelitas a Atravessar o Deserto - Maternal.

Lição 2 - Moisés ajuda os israelitas a atravessar o deserto

 3º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Que a criança reconheça no pastor um ajudante de Deus, a quem devemos honrar e obedecer. 
Para guardar no coração: “[...] Ele escolheu alguns para serem [...]  pastores e mestres da Igreja.”  (Ef 4.11)
Seja bem-vindo 
Deus tinha plano traçado para o seu povo e para Moisés, aquele que os conduziria até Canaã. Moisés foi sendo preparado, lapidado pelo Senhor dia a dia. Sabemos que a formação de um líder requer tempo, mas infelizmente muitos na atualidade não querem respeitar o momento de Deus. Vivemos em uma sociedade imediatista onde as pessoas não admitem mais esperar.
Quando assumiu a missão de conduzir os israelitas pelo deserto, Moisés não era mais um neófito. Ele havia sido preparado pelas universidades egípcias e pelo próprio Todo-Poderoso. O Deus que levantou Moisés não mudou, Ele continua a levantar e preparar homens e mulheres para serem usados na sua obra. Você está disposta a servir mais a Deus? O Senhor deseja usá-la em sua obra para que muitos sejam libertos da escravidão do pecado e da ignorância. 
Subsídio professor
“A criança desta faixa etária pensa em Deus de maneira pessoal. É comum ouvir crianças de 3 e 4 anos perguntando se o Papai do Céu tem boca, como é o seu cabelo, se Ele é velho, etc. Não devemos rir ou menosprezar tais indagações; elas refletem o interesse dos pequeninos na pessoa do Pai Celeste. Não se esqueça de que os seus alunos nasceram com o impulso da busca de Deus. Leve-os a ter a correta visão de quem é Deus e do que Ele fez e faz por eles” (Marta Doreto).
Oficina de ideias
“Escreva em letras grandes o nome ‘Moisés’. Faça uma cópia para cada aluno. Ofereça cola e fios de lã, e instrua-os a passar a cola sobre o contorno das letras, e depois grudar o fio de lã. Diga-lhes que estão fazendo o nome do homem que ajudou os israelitas a atravessar o deserto” (Marta Doreto).
Atividade do aluno
licao2.maternal
 Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Êxodo 12.37-51. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal
Envie suas dúvidas ou sugestões para telma.bueno@cpad.com.br
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Lição 02 - 3º Trimestre 2018 - Abraão, o Amigo de Deus - Juniores.

Lição 2 - Abraão, o Amigo de Deus

 3º Trimestre de 2018
Texto bíblico – Gênesis 15.6; 18.9-14; 21.1-4.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos conhecerão a respeito de mais um servo de Deus que teve fé e coragem para vencer os desafios e se tornar um herói da fé. Abraão ouviu a voz de Deus e obedeceu, mesmo quando as circunstâncias não eram nem um pouco favorável. Ele já era de idade avançada, sua esposa era estéril e sua família vivia na idolatria. Tudo que Abraão sabia a respeito de Deus era que Ele o havia chamado pelo nome e lhe fez promessa. Mesmo assim, o patriarca escolheu confiar no Senhor.
Abraão, não carregava uma Bíblia em suas mãos para que pudesse ler e crer num Deus que tem todo o poder sobre os céus e a terra. Ainda assim, Abraão creu e a sua experiência de vida seria a própria Bíblia de que precisava para mostrar que mediante a fé somos alcançados pela graça de Deus. É simples assim: “Abraão creu em Deus, o SENHOR, e por isso o SENHOR o aceitou” (Gn 15.6). Ele não foi aceito, ou justificado, como algumas versões bíblicas apresentam, porque era melhor ou mais certo do que outros de sua geração. Mas porque teve fé em um Deus que o aceitaria por bondade e graça.
A história de Abraão tem muito a nos ensinar no que se refere à fé. Muitas vezes compreendemos mal a graça e a bondade de Deus para conosco. Até mesmo seus alunos podem ter sido criados sob um julgo e aprenderam erroneamente sobre o mérito. Muitos foram ensinados que não são dignos de receberem nada das mãos de Deus se não fizerem por onde. Mas Deus nos abençoa por seu amor e graça, Ele nos ensina que devemos obedecê-lo de bom grado e vontade. Ele não espera uma adoração forçada de um coração não almeja fazer a sua vontade ou agradá-lo. Pelo contrário, o Senhor está à procura de adoradores que o adorem em espírito e em verdade (cf. Jo 4.23). A fé não nos leva a uma obediência sincera, pois todos os que experimentam do verdadeiro “novo nascimento” em Cristo tem o prazer em fazer a sua vontade (cf. 1 Jo 5.4,5).
A Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 50) comenta alguns detalhes da natureza da fé que Abraão manifestou em Deus:
[...] A promessa de Deus a Abraão e a sua bênção sobre ele, estendem-se, não somente aos seus descendentes físicos (isto é, os judeus crentes), como também a todos aqueles que com fé genuína (Gn 12.3) aceitarem e seguirem a Jesus Cristo, a verdadeira ‘posteridade’ de Abraão (Gl 3.14,16). Todos os que são da fé como Abraão, são ‘filhos de Abraão’ (Gl 3.7) e são abençoados juntamente com ele (Gl 3.9). Tornam-se posteridade de Abraão, herdeiros segundo a promessa (Gl 3.29), o que inclui o receber pela fé ‘a promessa do Espírito’ em Cristo Jesus (Gl 3.14 nota). (6) Por Abraão possuir uma fé em Deus, expressa pela obediência, dele se diz que é o principal exemplo da verdadeira fé salvífica (15.6; Rm 4.1-5,16-24; Gl 3.6-9; Hb 11.8-19; Tg 2.21-23; ver 15.6 nota). Biblicamente, qualquer profissão de fé em Jesus Cristo como Salvador que não requer obediência a Ele como Senhor não é a classe de fé que Abraão possuía e, portanto, não é a verdadeira fé salvífica (ver Jo 3.36 nota).
Que tipo de fé seus alunos têm manifestado em Jesus Cristo? Uma fé que declara adoração somente com os lábios, tendo o coração distante do Senhor? Ou uma fé que tem se transformado em atitudes de um caráter que se permite ser moldado pelas mãos de Deus? Certamente, o que se espera dos servos de Deus é uma conduta que vá além das palavras, pois as pessoas não observam apenas o que é falado, mas, principalmente, como o indivíduo se comporta.
Esta é uma excelente oportunidade para ensinar seus alunos a confiarem no Senhor mesmo quando Ele pede alguma coisa que não compreendemos o motivo de tal pedido. Para ilustrar esta verdade, divida a classe em duplas. Um dos alunos da dupla deverá ser vendado. Peça que os demais alunos da dupla façam um círculo. Prepare bolas de aniversário de diferentes cores, coloque o versículo do dia dentro de uma delas e solte-as na sala. Vence a disputa o aluno que conseguir estourar as bolas, encontrar primeiro o versículo e entregar ao seu amigo da dupla. Durante a brincadeira o parceiro de dupla pode ajudar dando dicas.
Por Thiago Santos
Educação Cristã - Publicações CPAD
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Lição 02 - 3º Trimestre 2018 - A Mensagem de João Batista - Pré Adolescentes.

Lição 2 - A Mensagem de João Batista

3º Trimestre de 2018
A lição de hoje encontra-se em: João 1.19-34.
Olá prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão a respeito da mensagem pregada por João Batista. Uma mensagem intrigante que tinha como propósito converter o coração do povo a Deus em um tempo em que as pessoas estavam dispersas e não tinham o compromisso verdadeiro com a religião judaica. João Batista pregava uma mensagem que chamava a atenção até mesmo dos poderosos. E essa mesma mensagem nos traz muitas lições que podem ser aplicadas até mesmo nos dias atuais.
Antes de adentrarmos no assunto central da lição é importante lembrar quem era João Batista no contexto espiritual. João Batista foi questionado se era o Messias, o Cristo que havia de vir e afirmou categoricamente que era apenas “a voz do que clama no deserto” de que havia profetizado Isaías (cf. Is 40.3). Ele não quis trazer para si o prestígio de ser alguém próximo do Messias, mas disse que a sua responsabilidade era apenas preparar o coração do povo para a chegada do Senhor: “Eu batizo com água, mas no meio de vocês está alguém que vocês não conhecem. Ele vem depois de mim, mas eu não mereço a honra de desamarrar as correias das sandálias dele” (cf. Jo 1.27,28). João estava certo de que a sua responsabilidade não era pequena diante de Deus e, por isso, a sua mensagem seria tão contundente e impactante.
Para alguns a mensagem de João poderia parecer uma afronta, mas na verdade tinha apenas um objetivo: levar o povo ao arrependimento. Não era mais tempo de tratar a adoração e o relacionamento com Deus de qualquer maneira. O estado precário em que se encontrava o relacionamento de Israel com Deus se comprova durante o ministério de Jesus, quando disputava acirradamente com os fariseus e líderes judeus e observava a dureza de seus corações (Mt 23; Mc 8.10-12). Eles amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus. Por esse motivo, não havia outro caminho se não o arrependimento. Mas de que se trata o arrependimento pregado por João Batista? De acordo com o comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 1389):
Arrependei-vos. O significado básico de arrependimento (gr. metanoeo) é ‘voltar-se ao contrário’; dar uma volta completa. Trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para Cristo e, através dEle, para Deus (At 8.22; 26.18; 1 Pe 2.25; Jo 14.1,6).
(1) A decisão de abandonar o pecado e querer a salvação em Cristo importa em aceitar a Cristo não somente como Salvador da penalidade do pecado, mas também como Senhor da nossa vida. Por conseguinte, o arrependimento envolve uma troca de senhores; do senhorio de Satanás (Ef 2.2) para o senhorio de Cristo e da sua Palavra (At 26.18).
(2) O arrependimento é uma decisão livre, da parte do pecador, possibilitada pela graça divina capacitadora que lhe é concedida quando ele ouve o evangelho e nele crê (At 11.21).
(3) A definição da fé salvífica como mera ‘confiança’ em Cristo como Salvador é totalmente inadequada, ante a exigência do tipo de arrependimento feita por Cristo. Definir a fé salvífica sem incluir o arrependimento é uma condição imutável para a salvação (cf. Mc 1.15; Lc 13.3,5; At 2.38; 3.19; 11.21).
(4) O arrependimento foi uma mensagem básica na pregação dos profetas do Antigo Testamento (Jr 18.8; Jl 2.12,13; Ml 3.7; Ez 18.21), de João Batista (3.2), de Jesus Cristo (4.17; 18.3; Lc 5.32) e dos cristãos no Novo Testamento (At 2.38; 8.22; 11.18; 2 Pe 3.9). A pregação do arrependimento sempre deve acompanhar a mensagem do evangelho (Lc 24.47).
Desta forma, fica evidente que o arrependimento não se resume ao fato de apenas reconhecer o senhorio de Cristo, mas principalmente de assumir uma posição completamente oposta ao pecado, à antiga conduta e rejeitar sistematicamente se sujeitar a uma vida de pecado. Essa lição é de suma importância que os seus alunos precisam aprender, tendo em vista que nesta fase da vida muitos se tornam participantes de uma igreja e não de Cristo. E, por causa dessa indefinição, muitos acabam se afastando da presença de Deus, pois na verdade não experimentaram do arrependimento necessário para uma vida espiritual sadia.
Aproveite e pergunte aos seus alunos se eles têm facilidade em demonstrar arrependimento quando cometem algum pecado. Mostre que arrependimento não envolve apenas contrição emocional, mas atitude e posicionamento racional de rejeição ao pecado e obediência a Cristo. É uma postura firme em fazer a vontade de Deus com base no temor da sua santa Presença e da sua Palavra.
Por Thiago Santos
Educação Cristã - Publicações CPAD
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Lição 02 -3º Trimestre 2018 - Jesus Cristo: O Fundador da Igreja - Adolescentes.

Lição 2 - Jesus Cristo: o Fundador da Igreja

3º Trimestre de 2018
TEXTO BÍBLICO: Mateus 16.16-18.
OBJETIVOS:
Mostrar que Jesus é o fundador da Igreja;
Relatar o ministério de Jesus;
Demonstrar a simplicidade da Igreja fundadora por Jesus.
Prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos aprenderão que a igreja está fundamentada sobre a pedra mais preciosa que já existiu: Jesus Cristo. É intrigante pensar como essa instituição permaneceu firme por tantos anos e ainda permanece. A resposta está nas palavras ditas por Jesus aos discípulos durante o seu ministério terreno: “[...] sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas dos infernos não prevalecerão contra ela” (cf. Mt 16.18). O fundamento da igreja é Cristo e Ele zela para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, se mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível (cf. Ef 5.27).
Os discípulos que sucederam a Cristo e receberam a responsabilidade de pregar a mensagem do evangelho por todo o mundo, tinham também a incumbência de organizar a igreja do Senhor neste mundo. Vale ressaltar que o propósito essencial de Cristo não era delimitar a igreja a quatros paredes de uma instituição religiosa, embora seja importante o espaço reservado para que os irmãos desenvolvam a comunhão e o aprendizado da Palavra de Deus. Entretanto, a Igreja de Cristo pertence ao Reino de Deus em toda a terra. Um Reino que não pertence a este mundo e não segue as regras e valores impostos por uma sociedade cada dia mais secularizada e distante de Deus.
Apesar de todos os ataques do reino das trevas contra a igreja, ela jamais poderá ser vencida. De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 1421):As portas do inferno não prevalecerão.
‘As portas do inferno’ representam Satanás e a totalidade do mal no mundo, lutando para destruir a igreja de Jesus Cristo.
(1) Este texto não quer dizer que nenhum crente como pessoa e nenhuma igreja local, confederação de igrejas ou denominação, jamais chegará a cair na imoralidade, nos erros de doutrina ou na apostasia. O próprio Jesus predisse que muitos decairão da fé e Ele adverte as igrejas que estão abandonando a fé neotestamentária a voltar-se do pecado ou sofrer a pena da remoção do seu reino (24.10,11; Ap 2.5,12-29; 3.1-6,14-16; ver 1 Tm 4.1 nota). A promessa [de Mt 16.18] não se aplica àqueles que negam a fé, nem às igrejas mornas.
(2) O que Cristo quer dizer é que, a despeito de Satanás fazer o pior que pode, a despeito da apostasia que ocorre entre os crentes, das igrejas que ficam mornas e dos falsos mestres que se infiltram no reino de Deus, a igreja não será destruída. Deus, pela sua graça, sabedoria e poder soberanos, sempre terá um remanescente de crentes e de igrejas que, no decurso de toda a história da redenção, permanecerá fiel ao evangelho original de Cristo e dos apóstolos e que experimentará a comunhão com Ele, o senhorio de Cristo e o poder do Espírito Santo. Com o povo genuíno de Deus, esses crentes demonstrarão o poder do Espírito Santo contra Satanás, o pecado, a doença, o mundo e as forças demoníacas. É essa igreja que Satanás com todas as suas hostes não poderá destruir nem resistir.
Após apresentar aos alunos os tópicos a lição, converse com eles sobre a estabilidade espiritual que a igreja precisa ter para levar a mensagem de salvação aos perdidos. Em outras palavras, significa que só estaremos preparados para transmitir as verdades do Reino celestial se, de fato, acreditarmos que Jesus é a nossa Rocha firme que não nos deixará cair nem desistir em ocasião alguma. Pondere com seus alunos como está a fé deles no Senhor Jesus Cristo. Adolescentes apresentam muitas dúvidas em relação às verdades bíblicas e à eternidade. Mostre-se aberto aos questionamentos de seus alunos.
Tenha uma boa aula!
Thiago Santos
Editor do Setor de Educação Cristã da CPAD
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Lição 02 - 3º Trimestre 2018 - Consequências da Queda - Juvenis.

Lição 2 - Consequências da Queda

3º Trimestre de 2018
“Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus” (Rm 2.5).

Esboço da Lição
1. CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS (EM RELAÇÃO A DEUS)
2. CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS/MORAIS (EM RELAÇÃO AO PRÓXIMO)
3. CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS (EM RELAÇÃO À VIDA)

Objetivos
Conhecer as graves consequências da Queda;
Reconhecer a vontade de Deus em poupar o ser humano dessas consequências;
Conscientizar de que devemos refletir antes de tomarmos uma decisão.
     Querido (a) professor (a), neste próximo domingo vamos conversar com os juvenis sobre uma lição extremamente importante para todo ser humano, em especial nesta faixa etária, em que os jovens tendem a não pensar previamente nos resultados de suas ações. Teremos a oportunidade de abordar a lei bíblica que é universal, chamada de “lei da semeadura” por uns, “causa e efeito” para outros, na ciência de “ação e reação”, e por aí vai. Cada um pode nomear de uma forma diferente, mas o fato é o mesmo: tudo o que fazemos – seja bom, ruim ou “neutro” –, gera consequências. Lidar com elas é inevitável. Só a semeadura é opcional, porque a colheita é obrigatória. E a base para toda esta conversa serão as mais drásticas consequências com as quais a humanidade já teve de lidar: as “consequências da queda”.
     Pense em que grande oportunidade ter esse tipo de conversa com sua classe! Portanto, ore, prepare-se, peça ao Espírito Santo que convença os corações que necessitam de arrependimento, de conserto, de orientação para suas escolhas, ajuste em sua rota, de uma mudança de rumo, conversão... Interceda para que esta seja uma aula marcante na trajetória de seus alunos. Que eles saiam um pouco mais sábios e aptos para fazerem suas escolhas, ponderarem suas atitudes, e principalmente, para lidarem com as consequências delas de forma responsável.
     No decorrer da transmissão da lição sobre a primeira queda (que repercutiu em todos nós), não deixe de trazer a aplicabilidade para a vida pessoal de seus alunos. Frise que por maior que seja a bondade, graça e amor do Senhor para conosco, Ele também é justo. Portanto, mesmo quando nos arrependermos de alguma má escolha ou pecado cometido, Deus poderá “apagar”, perdoar a transgressão (Is 44.22), mas não as consequências dela. Como um bom Pai que Ele é não nos eximirá de enfrentar os resultados de nossas ações, ainda que nos ajude a lidar com eles. Por isso, o Senhor nos orienta tanto em sua Palavra a buscar sabedoria.
    Cite o caso de Davi, o amado de Deus, cujo próprio Senhor declarou como sendo um homem segundo o seu coração, mas todas as vezes que Davi pecou, enfrentou honesta e corajosamente todas as consequências (2 Sm 12 10-18), não só na ocasião com Bate-Seba, mas também em todos os seus outros delitos.
     Para ilustrar esta lição de forma lúdica e inesquecível para seus juvenis, propomos uma dinâmica. Divida a classe em dois, três ou mais grupos, de acordo com o número de presentes, de forma que não fique mais de cinco alunos, no máximo, em cada grupo.
     Dê a cada grupo uma folha de papel 40 kg (ou metade de uma folha, mas precisam ser exatamente no mesmo tamanho) e deixe a disposição deles tesoura, canetas hidrocor e fita adesiva. Em seguida, diga-lhes que lhes darão uma tarefa e um minuto para executá-la: “Façam o que quiserem nessa folha de papel” (não diga mais do que isso).
     Conte em voz alta com o cronômetro os segundos finais. Terminado o breve tempo, diga que agora dará mais um minuto para a tarefa final: Deixar a folha de papel inteira, em branco, exatamente ou o mais próximo possível de como era antes.
     O objetivo não é se vão conseguir, mas explicar que seja o que for que escolheram fazer, a folha nunca mais será exatamente como antes. No entanto, como eles poderão notar, tendo sido feito algo belo ou não, para todos os casos, inevitavelmente, serão visíveis as marcas (consequências) das suas ações.
     Conclua explicando que assim também são as consequências das escolhas que fazemos. Elas podem ser melhores ou piores, boas ou más, ou até mesmo “neutras”. Mas independente de qual seja, inevitavelmente, teremos de lidar com seus resultados depois.
     Lembre-os que algumas consequências podem até mesmo ser irreparáveis. Como o filho que Davi perdeu; em sua vida ele até foi pai de muitos outros filhos, mas a perda daquele gerado como fruto de seu pecado com Bate-Seba foi irreparável.
      Ao final da aula, ore com a sua turma, clamando ao Senhor para que Ele nos dê sabedoria, a fim de que façamos as melhores escolhas em nossas vidas. Que estejamos em constante dependência e comunhão com o Espírito Santo, para que não caíamos em tentações. Entretanto, quando essas quedas acontecerem (porque ainda somos seres falhos, enfrentando as conseqüências do pecado original, por isso algumas certamente ocorrerão), possamos nos arrepender, aprender e lidar com suas consequências, de maneira honesta, humilde e corajosa, assim como Davi fez.
     O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD
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