sexta-feira, 7 de junho de 2019

Lição 10 - 2º Trimestre 2019 - O Poder e os Reinos Deste Mundo - Jovens.

Lição 10 - O Poder e os Reinos Deste Mundo

2º Trimestre de 2019
Introdução
I-O Poder que Impera no Mundo;
II-Deus está acima de todo e qualquer poder.
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Discutir a respeito do poder que impera no mundo;
Conscientizar de que todo poder emana de Deus e que Ele está no controle de tudo.
Palavras-chave: Cobiça e soberba.
Por Pr. Natalino das Neves
Poder é um assunto que sempre suscitou questionamentos e são muitas as respostas. Alguns o defendem como um bem a ser preservado para a justiça, outros como um mal necessário e inevitável, enquanto há quem defenda que é um mal por natureza a ser eliminado. Certo é que não há como viver sem se relacionar com o poder. Mal ou bem, depende de quem o detém e a motivação de quem faz uso dele. E a Bíblia, o que aborda ou ensina sobre o poder? O cristão sabe lidar com ele?
I. O PODER QUE IMPERA NO MUNDO 
O poder do Império Romano no primeiro século
O Império Romano marcava fortemente o imaginário dos habitantes da Palestina no primeiro século. Nesse período que surge a principal figura do cristianismo, Jesus de Nazaré. Ele inicia seu ministério na Galileia, quando esta e a Pereia estavam sob o reinado de Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande. Nessa região Jesus vivenciou a realidade opressora do Império Romano, principalmente sobre os mais indefesos, os camponeses que viviam em aldeias de modo bastante tradicional, envolvidos especialmente com a produção de grãos. As circunstâncias históricas, econômicas, sociais e políticas envolveram a atividade de Jesus na Galileia do século I d.C. O modo de dominação imposta pelo Império Romano afetou profundamente o modo de vida dos camponeses. A opressão imperial era sustentada por meio da força de legiões de soldados. As legiões romanas faziam parte do imaginário coletivo judaico e foi o elemento motivador dos numerosos levantes populares, principalmente no final do primeiro século a.C. Em especial, o movimento que surgiu na década de 60, em que culminou com a guerra judaica com o império romano e resultou na destruição de parte da cidade e do Templo de Jerusalém.
A Palestina já havia tido experiências de opressão imperialistas antes dos romanos por meio de extorsão de excedentes agrícolas e escravização. No entanto, a comercialização romana era bem mais invasiva. 
A unidade política do império era mantida pelo controle militar por meio de legiões de soldados estabelecidas em centros urbanos espalhados pelas províncias romanas. A agricultura era a base da economia dos habitantes da Palestina. Os romanos apropriavam-se não somente dos excedentes agrícolas dos camponeses, como também de suas terras, geralmente devido à dívidas contraídas pela impossibilidade de pagamento de tributos excessivos. Eles tiravam a própria dignidade dos campesinos (GOODMAN, 2008, p. 70; GRABBE, 2002, pp. 6,7; Horsley, 2010, pp. 5-8). Os camponeses eram as principais vítimas da política expansionista romana. O exército romano em seu avanço sobre os territórios palestinos trataram os habitantes com brutalidade excessiva com o intuito de induzir o povo à submissão. Para eles, a dominação romana não significava somente a submissão à uma pesada tributação, mas, acima de tudo, uma grave ameaça a própria existência por meio da expulsão de sua próprias terras. Josefo comenta que “quando Cássio conquistou Tariqueia, na Galileia, escravizou cerca de 30 mil homens e posteriormente escravizou o povo de importantes cidades regionais como Gofna, Emaús, Lida e Tamna” (HORSLEY; HANSON, 1995, p. 43-44).
Toda a situação de injustiça sistêmica e opressão institucionalizada era “legitimada” pela firme crença de ser esse império universal, desejado e protegido pelos deuses. Uma dominação sustentada por um exército considerado invencível e sob o pretexto de uma paz garantida, a Pax Romana (BRUNT, 2004, p. 33-35). A ideia de paz universal surgiu com as vitórias do General Pompeu em 63 a.C. No entanto, consolidou-se com o imperador Otávio, filho adotivo de Júlio César, em 31 a.C, após uma década de disputas internas pelo poder. A violência na região era “institucionalizada” para atender os interesses dos romanos. A conquista imperial era marcada pelo uso abusivo da violência era regida por uma ideologia autolegitimadora que defendia os amigos e aliados e tinha como objetivo instaurar em todo território do império a “civilização” e “paz” (HORSLEY, 2004, p. 26). 
A instabilidade e penúria a que foi submetida fez da Palestina um dos maiores focos de resistência contra a expansão imperial romana. Os romanos faziam operações militares periódicas em pontos estratégicos da Galileia para garantir a cobrança excessiva de tributos e arrecadação de taxas especiais. Todo aparato tinha por objetivo manter a estrutura de poder, e proporcionar benefícios para uma minoria que formava o grupo social dominante: representantes oficiais dos romanos e a elite do grupo religioso judaico que também estava a serviço dos romanos. Essa situação exigia dos camponeses um grande esforço, que na maioria das vezes, não era suficiente os conduziam à miséria e desumanização. A política de dominação romana produzia na Palestina cada vez mais pobre, marginalizados, desempregados, enfermos e agricultores sem terra. 
A superioridade romana era sustentada pela capacidade militar, inclusive a conquista do cargo de imperador era influenciada pelo número de legiões que o pretendente tinha a sua disposição. Assim, o Império Romano tinha seu poder baseado na força, e controle bélico sobre os demais povos e acabava por controlar todas as áreas da sociedade como a própria cultura, a economia, a religião, a política, as questões sociais, entre outras áreas, ou seja, controle quase que absoluto sobre os conquistados. Para muitos, por longo tempo, considerado um império indestrutível, mas como tudo que se opõe ao projeto de vida de Deus para a humanidade, como apresentado por Jesus, a exemplo dos poderes que se levantaram durante a história mundial, também caiu. Pois, todo poder está debaixo do poder de Deus.
O poder dos impérios mundiais na narrativa da tentação de Jesus 
A terceira e última tentação de Jesus tem muito a nos ensinar a respeito do poder e sua utilização. O risco de dar lugar ao impulso de desfrutar das glórias do mundo, em detrimento da adoração ao Deus verdadeiro. 
O lugar da terceira tentação é um monte muito alto. Existem várias especulações de estudiosos de qual seria esse monte. Essas especulações são inúteis, isso não é relevante aqui, além do mais nenhum monte do planeta seria alto o suficiente para avistar todos os reinos do mundo. O que importa são os princípios que o evangelista quis passar com a narrativa dessa tentação. As montanhas altas tinham um significado especial nas tradições do povo israelita: provação de Abraão e recebimento de promessa de descendência e bênçãos para todas as nações (Gn 22.2-18); Elias no Monte Horebe/Sinai (1 Rs 19.8); local mais próximo de Deus. Do monte escolhido se dá uma visão de todos os reinos. A grande altura e reinos dão a sensação do poder. O ser humano tem uma tendência de buscar o poder. Todos querem o poder, a diferença é que alguns têm equilíbrio, enquanto outros não se importam com os meios para conquistá-lo. Para estes os meios justificam os fins. 
Storniolo (1991, p. 45) afiança que o “poder é liberdade do povo acumulada na mão de poucos ou de um só. Deus não quer isso. [...] Deus não quer que alguns poderosos dominem e oprimam o povo enfraquecido”. Ele reforça com uma afirmação polêmica: “poder e riqueza são coisas diabólicas, pois se fazem à custa da opressão e exploração do povo” (STORNIOLO, 1991, p. 46). Será verdade? Em parte pode ser, todavia será que podemos generalizar? O texto dá a entender que o Adversário do Reino do céu domina os reinos do mundo, pois ele tem a petulância de oferecer a Jesus, como se o poder sobre os reinos estivessem em suas mãos. Analisando dessa forma, parece que Storniolo tem razão. No entanto, certamente existem pessoas, verdadeiros discípulos de Jesus em posição de destaque que refletem seu exemplo, não se curvando diante das benécias do poder para o mal, mas sim para o bem. 
Que mundo é esse? Carter (2002, p. 152) alega que esse mundo “é a esfera da vida política, social, econômica e religiosa quotidiana. Embora criado por Deus e objeto dos propósitos de Deus (Sl 24,1) é reclamado pelo Diabo e tem a necessidade de salvação (5,14; 13,38; 24,21)”. Quando uma pessoa se torna importante com poder e riqueza muito rápido, algumas pessoas usam a expressão “fulano (a) fez um pacto com o Diabo”. Essa expressão parece caber no texto em estudo, ou seja, ele tenta oferecer e negociar com Jesus. Todavia, Jesus rejeita e o vence. Sua vitória final é na cruz, quer dizer, ao cumprir a sua missão e receber o corpo glorificado. O próprio Mateus descreve que esse Jesus ressurreto com corpo glorificado recebe a autoridade não somente sobre toda a terra, mas também sobre o céu de Deus Pai e Criador de todas as coisas (Mt 28.18).
O poder idolátrico das glórias dos reinos do mundo
O grande líder aguardado pelo povo judaico, dentro da expectativa messiânica, deveria dominar o mundo e favorecer a nação, tendo Sião como o centro do planeta. A centralidade de Sião estava relacionada com o centro da adoração de todos os povos, como lugar da fonte principal de benção e, consequentemente, de adoração. O raciocínio humano conduz pela busca da posse desse trono como poder centralizador para prover os povos em suas necessidades e como contrapartida receber as “glórias” deles. Algo realmente tentador. Quantas pessoas desejaria tal posição? Você conhece alguém? O ser humano gosta do poder e de ser bajulado. Essa é uma tentação que precisa ser constantemente monitorada, pois um pequeno descuido pode colocar a missão do cristão em segundo ou último plano.
Richards (2014, p. 20) faz um interessante comentário quando se refere a terceira tentação de Jesus. Ele argumenta que: “[...] é provável que, se Jesus foi tentado, não foi pela glória dos reinos do mundo, mas sim pelo bem que seu governo poderia fazer”. Talvez essa seja uma das mais perigosas tentações, quando você pensa que está fazendo um bem e na realidade está sendo usado para fazer o mal a você e as pessoas que poderia beneficiar com sua ação. Muitas pessoas já perderam o alvo de sua missão por tentar fazer e pensar estar fazendo o bem, enquanto na realidade está colocando tudo ou quase tudo a perder por falta de discernimento. Por isso, a importância de estar sincronizado com Deus para não ser enganado pelo mal, pensando fazer o bem. Quando uma pessoa pensa que esta fazendo o bem sem perceber que está prejudicando as pessoas sob sua responsabilidade, dificilmente ela recuará, pois acredita no que está realizando e vai fazer o máximo para sua “missão” ter êxito. Sendo assim, a importância da ação responsável e consciente quando se trata de fazer a obra de Deus e cumprir com a missão cristã da pregação do evangelho. 
Entretanto, Jesus estava consciente que para cumprir sua missão e atender os propósitos de Deus para sua vida terrena deveria trilhar pacientemente o caminho da cruz. Ele estava totalmente comprometido em cumprir a vontade do Pai, mesmo quando seu suor misturava-se com sangue no Getsêmani. O objetivo era cumprir sua missão, não importava o preço. Ele chegou à glorificação porque passou pela cruz, apesar de sua vontade humana pedir para “afastar o cálice”. Muitas pessoas, assim como Jesus fez, têm pedido para Deus afastar o cálice, pois o imediato e as glórias são as mais desejadas e bem-vindas. Jesus não priorizou o imediato, mas a eternidade. A vitória sobre a tentação trouxe a possibilidade de libertação para toda humanidade. A probabilidade de uma vida eterna com Deus. Conquanto, muitas pessoas não têm conseguido superar a tentação e tem buscado o imediatismo e, com isso, atendido seus próprios interesses priorizando as glórias humanas.
O cristão que quer cumprir sua missão deve seguir o exemplo de Jesus em todas as suas tentações. Como o mundo é feito de escolhas, elas devem ser pautadas pelos princípios estabelecidos pela Palavra e tendo a cruz de Cristo como referência para a glorificação final dada por Deus, e não pelos homens ou pelo Diabo. Portanto, cuidado quando lhe for oferecido o poder e as glórias desse mundo. Prostre-se somente diante de Deus, que Ele seja a prioridade em sua vida, pois tudo aquilo que você coloca antes dEle é idolatria.
Que a reflexão sobre a tentação de Jesus e como Ele as venceu conduza os cristãos a refazerem opções que são fundamentais para a fé cristã, expulsando para longe os “demônios” que atormentam em luta interior os seres humanos.
II. DEUS ESTÁ ACIMA DE TODO E QUALQUER PODER
O poder de Pôncio Pilatos, a quem Jesus foi entregue para ser julgado
Jesus nasceu na época do primeiro imperador romano, César Augusto, que morreu em 14 d.C. Ele é julgado durante o reinado do sucessor de César, seu genro e filho adotivo, Tibério, citado em Lucas 3.1. Ele reina até 37 d.C. Nesse período, diferente da época anterior em que a Judeia era governada por reis subalternos como foi Herodes, Tibério governava a região por meio de procuradores. Pilatos era um desses procuradores, um tipo de governador da Judeia. Pilatos não era um procurador querido pelos judeus, uma vez que era considerado um sanguinário autoritário. A relação entre eles pode ser percebida em Lc 13.1 “E, naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios”. Ele era tido como arrogante e que não respeitava os limites do Templo de Jerusalém, local onde tentou introduzir uma imagem do imperador e se apropriou dos tesouros ali depositados para construir um aqueduto na capital. 
O sinédrio, corpo do legislativo e judiciário judaico, antes do domínio romano, tinha o poder de infligir sentença de morte. Todavia, na época de Jesus essa sentença tinha que ser sancionada pelo representante do poder romano, no caso, o procurador Pôncio Pilatos. Sendo assim, apesar de rivais, os principais líderes judeus governavam junto com o representante romano, mas tinham seus poderes limitados. Caifás, o sumo sacerdote da época era tido como alguém com habilidades diplomáticas e políticas acima da média, assim mesmo com as limitações conseguia certa influência sobre Pilatos. O fato de Caifás se manter no cargo durante todo o período em que Pilatos foi procurador romano na Judeia demonstra seu poder de influência política. Assim, a crucificação de Jesus foi resultado de um julgamento religioso e um civil. Em João 19.11, Jesus aponta Caifás como responsável pela sua condenação, uma vez que planejou a incitação da morte de Jesus de forma diabólica. 
O poder político-religioso opositor a Jesus
O autor do Evangelho de João utiliza o termo “os judeus” de forma diferenciada dos demais evangelistas. Quando utilizado com conotação adversativa é para indicar os opositores de Jesus e seus discípulos, um grupo judaico dominante específico com certo poder político, social e poder de decisão ou de influencia. Eles eram autoridades político-religiosas, que exerciam o poder por intermédio do Sinédrio, como expressão política, e do Templo e culto oficial, como expressão religiosa e teológica (Jo 1.19; 2.18; 5.10; 5.15; 7.13; 8.22; 8.59; 9.40-41). Na época da redação final do evangelho o grupo representado pelos membros da sinagoga judaica sucedeu ao grupo do Templo, após sua destruição em 70 d.C. Esses foram os responsáveis pela expulsão dos cristãos das sinagogas (Jo 9.22,34) depois do Sínodo realizado em Jâmnia na década de 80 d.C., que: a) definiu o cânon do AT (Bíblia Hebraica); b) fixou o calendário das festas judaicas; c) transformou a sinagoga na grande expressão do judaísmo, em substituição ao Templo destruído; d) definiu o corpo de doutrinas de identificação do povo judeu. Destaca-se a elaboração da birkat hamminin (a bênção dos hereges), eufemismo para designar a maldição dos dissidentes, a 12ª de 18 bênçãos pronunciadas na sinagoga, as chamadas Amidah. 
João evidencia que mesmo entre os fariseus existiam pessoas que havia crido em Jesus, mas estavam tão arraigados no sistema religioso das sinagogas que não confessavam Jesus como o Cristo para não serem expulsos da sinagoga (Jo 2.23; 8.31; 12.10,11; 12.42). Ser expulso da sinagoga implicava ser excluído da própria comunidade, pois toda a vida judaica era controlada pela sinagoga (proteção de religião permitida pelo império, trabalho, relações sociais e comerciais, tradição e serviços religiosos). O poder da tradição sendo mais forte do que a própria fé, a preferência por uma vida de aparência para não perder privilégios e o status social do que viver pelo que realmente acredita. O poder religioso que exclui as pessoas com posicionamentos diferentes das convicções e fé como forma de dominação e controle. Isso somente é possível porque o próprio ambiente deu a essas pessoas o “poder” e a “autoridade” para decidir sobre os outros.  Desse modo, os judeus citados representam todas as pessoas que se opõem à fé em Jesus durante toda a história depois de Cristo.
Entre as principais causas da oposição desse grupo a Jesus estavam: sua messianidade, sua origem, suas pretensões de Reino, sua posição em relação ao sábado e a divindade (Jo 8.52; 10.30,31). Em João, a rejeição acentuada dos judeus fica bem evidente em suas atitudes agressivas, que são respondidas também de forma hostil por Jesus que critica severamente suas práticas religiosas e o “conhecimento” de Deus dos judeus (Jo 5.37-47; 8.19,55; 18,19). 
O resultado do conflito entre Jesus e as autoridades político-religiosas judaicas foi a entrega de Jesus para ser morto pelos romanos. Uma evidência clara da oposição formada pela esfera religiosa e política, poderes dominantes, à missão de Jesus. 
Pilatos fica inseguro diante da afirmação da divindade de Jesus
No primeiro século, o Império Romano empunhava sobre os liderados a chamada teologia “augustana”, centrada na divindade do imperador. Essa divindade é primeiramente uma prerrogativa dinástica, depois imperial. Antes de Jesus Cristo, estes foram os títulos de César Augusto: Divino, Filho de Deus, Deus, Deus de Deus, Senhor, Redentor, Libertador, Salvador do Mundo. A partir do ritual de cremação do imperador tinha início o processo de sua divinização, conhecido como celebração da apoteose (apotheosis = transformação em deus) do imperador. O processo passava por um debate entre os senadores sobre os méritos do imperador falecido. Se aprovado, o senado proclamava a divindade do soberano. Os judeus, apesar de algumas liberalidades religiosas, não estavam isentos de oferecer sacrifícios. No Templo de Jerusalém ofereciam-se sacrifícios diários por César e por Roma. A dinâmica do poder romano não permitia separação entre a religião e a política. Pilatos era o representante do governo romano e praticante da teologia “augustana”. No entanto, quando ele se depara com a afirmação dos judeus de que Jesus teria afirmado ser o Filho de Deus, o evangelista assevera que ele “mais atemorizado ficou” (Jo 19.8).
Pilatos já havia tentando de várias formas liberar Jesus, quer seja o punindo com açoites, que seria uma forma de correção romana para delitos menores, assim poderia livrá-lo da pena de morte; ou afirmando publicamente não ver motivos plausíveis para condená-lo à morte, como queriam os líderes judeus. A ansiedade o faz voltar novamente para dentro do pretório para dialogar com Jesus. Pilatos quer saber a origem de Jesus (Jo 19.9), mas dessa vez Ele se “impõe” por meio do silêncio. O representante máximo do poder romano naquele lugar, se apequena diante de Jesus, aparentemente indefeso. Então, Pilatos tenta fazer uso do poder e a autoridade a ele conferida pelo Império Romano, mas mesmo assim, Jesus afirma que acima do “todo poderoso Império Romano” há um poder maior. Portanto, demonstra segurança de que tudo o que estava por acontecer estava no controle de quem tem o poder sobre tudo e todos, o Pai e Deus Todo Poderoso. 
A narrativa do julgamento no Evangelho de João demonstra como o poder temporal influencia a decisão das pessoas. O exemplo de Pilatos, que na dúvida prefere optar pelo que está visível aos olhos humanos e é passível de ser explorado, é o retrato da maioria das pessoas envolvidas pelo amor ao poder que deixam de praticar a justiça para não perderem os privilégios que o poder temporal oferece. 
O contraste entre a realeza de Jesus e o poder imperial
No confronto direto de Jesus com as autoridades dominantes ficam expostas determinadas contradições do poder constituído. A atitude de Jesus causava entusiasmo e admiração popular em função do desgaste das autoridades devido à exploração da população. Como resultado Jesus é colocado diante de um tribunal para ser julgado, mas mesmo assim, mediante a habilidade literária do autor do Evangelho de João, de julgado Ele acaba se tornando juiz e continua expondo as autoridades que vivem em função de sua ganância pelo poder. João desenvolve o Evangelho de Jesus destacando o contraste entre a realeza de Cristo, que não se identifica com privilégios, hierarquias, dominação e honras humanas, com o poder dominante que fazia uso de tudo isso, mas que gradativamente começa a ser desmascarado. No episódio do julgamento de Jesus, Pilatos até aparenta estar impressionado com a postura de Cristo, mas demonstra a leviandade do poder que representa. Primeiro ele manda açoitar e humilhar Jesus (Jo 19.1-3), sendo que tinha a intenção de soltá-lo (v. 4) e até o reconhece como rei (vv. 14, 15). Por outro lado, as autoridades máximas do judaísmo, querendo a condenação de Jesus e manter o bom relacionamento como poder maior de Roma, traem a própria tradição judaica e a aliança com Deus, pois afirmam que o único rei que reconhecem é César (v. 15). Jesus e a multidão assistem a desmoralização desse poder arrogante exercido pelos romanos e líderes judaicos. Os judeus para se manterem puros segundo a tradição judaica não entram no pretório, lugar do julgamento, pois queriam participar da celebração da Páscoa. No entanto, não se preocupam de condenar um Justo por meio de simulações e mentiras. Além disso, o grande Pilatos, se ausenta da sala, ora para conversar com os líderes judeus, ora para conversar com Jesus. Ele saiu quatro vezes e voltou a entrar três vezes. Que cena! No comportamento desses representantes do poder imperial da época fica evidente como a falsidade e a perversidade controlam pessoas com sede egoísta de poder. Eles fazem de tudo para manter o status de controle centralizado sobre a maioria dominada. Se precisarem mentir, levantar falso testemunho, cometer injustiça, subornos, violência, entre outros males para conseguir manter ou ascender a um poder maior, essas pessoas não têm dificuldade de fazê-lo, já que são motivadas pela sede de poder. Por isso, os judeus e Pilatos chantageiam-se mutuamente e isso é possível porque eles compactuam o desejo desenfreado do poder, querem salvar sua própria vida, mas do que cumprir a justiça ou fazer prevalecer a verdade. 
*Adquira o livro do trimestre. NEVES, Natalino. Cobiça e Orgulho: Combatendo o desejo da Carne, o Desejo dos Olhos e a Soberba da Vida. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
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Lição 10 - 2º Trimestre 2019 - O Sistema de Sacrifícios - Adultos.

Lição 10 - O Sistema de Sacrifícios 

2º Trimestre de 2019
ESBOÇO
I – A OFERTA VOLUNTÁRIA: O HOLOCAUSTO (Lv 1.1-3)
II – A OFERTA DE MANJARES (Lv 2.1-3)
III - A OFERTA PACÍFICA, O SACRIFÍCIO PELO PECADO E O DIA DA EXPIAÇÃO (Lv 3.1,2; 7.1,2)
Elienai Cabral 
A necessidade e a importância dos sacrifícios pelos pecados tornaram-se indispensáveis à vida do homem, começando com Adão e Eva. Depois que eles pecaram, Deus estabeleceu em sua infinita sabedoria que o seu trono de justiça requeria a punição pelo pecado (ver Rm 5.12). Por sua perfeita justiça, Deus criou o sistema de sacrifícios para punição e perdão dos pecadores e, por esse modo, satisfazer a justiça de Deus e promover a paz entre Ele e o homem (Rm 5.1).  
O sistema de sacrifícios adotado por Israel, antes de ser uma ideia de Moisés, foi ordenado por Deus e colocado na mente e no coração da nação israelita. Os livros de Êxodo e Levítico são os livros que apresentam com precisão as práticas dos sacrifícios a Deus pelos pecados do povo. Os sacrifícios e ofertas eram tomados tanto do reino vegetal quanto do reino animal. Do reino vegetal, empregavam-se alguns alimentos como, por exemplo, farinha, cevada, trigo, bolos e incenso, e as libações eram feitas com vinhos nas ofertas de bebidas. Do reino animal, traziam-se bois, cabras, carneiros e pombos. Não se ofereciam peixes e nem sacrifícios humanos (ver Lv 18.21; Lv 20.2). Os sete primeiros capítulos levíticos falam-nos de cinco tipos de ofertas (sacrifícios) para chegar-se ao sacrifício supremo, que foi o sacrifício de Cristo (Rm 5.8-10). Em termos de tipologia, as cinco ofertas — sem falar na oferta do Grande Dia da Expiação — apontam para Jesus, o Filho de Deus, que se fez carne para identificar-se com os homens e que fez o sacrifício maior na cruz do Calvário. Cada uma das ofertas constitui figura do sacrifício maior e único do Senhor Jesus Cristo.   
A OFERTA VOLUNTÁRIA – HOLOCAUSTO (Lv 1.1,2)
Todas as ofertas levíticas eram essenciais para representar a obra de Cristo. Cada tipo de oferta era relativo às prescrições divinas em termos de qualidade e natureza da oferta. A primeira de todas as ofertas tinha um caráter vicário, e, a partir de então, todas as demais ofertas dependem dessa primeira. Não se podia oferecer uma oferta pelo pecado a menos que houvesse sido feita uma oferta de expiação. Não se oferecia uma oferta de paz a menos que se tivesse sido feita uma oferta expiatória. 
Num capítulo anterior, foi dito que o Altar de Sacrifícios é o mesmo utilizado para as outras ofertas feitas com fogo. Esse Altar tinha na sua estrutura interna madeira de cetim (acácia) e era recoberto com bronze (ou cobre). Havia uma grelha ou tela de bronze colocada no fundo do Altar para assar as carnes ou queimá-las. Para essa oferta, Deus estabeleceu leis que orientariam os ofertantes e, especialmente, os sacerdotes quanto a sua efetivação. Os rituais seriam executados pelos sacerdotes, Arão e seus filhos; por isso, o fogo no altar deveria ser mantido o tempo todo aceso (Lv 6.9). As ofertas de holocausto eram chamadas “ofertas queimadas” porque o animal oferecido era queimado por inteiro até virar cinza (Lv 6.12,13). 
A palavra “holocausto” vem de Olah, no hebraico, que significa “levantar, fazer subir, que ascende”. Era uma peça impressionante, quadrada, em forma de baú e cheia de terra até a metade. Nos seus quatro cantos, havia quatro chifres cobertos com bronze (ou cobre), que significavam segurança e autoridade. Quando o sacerdote colocava a vítima do sacrifício sobre o altar, “o cheiro suave” do sacrifício subia até chegar às “narinas de Deus”. Esse é um modo antropomórfico de referir-se a Deus, atribuindo a Ele coisas típicas humanas.
Os holocaustos eram oferecidos a cada manhã e ao cair da tarde. Nos dias comuns, era oferecido apenas um cordeiro com um ano de idade, sem defeito algum. Aos sábados, eram oferecidos dois cordeiros, um pela manhã e outro pela tarde (ver Nm 28.9,10). Os animais oferecidos podiam ser bois, ovelhas, cabras, pombinhos ou rolas. Cada um desses animais tipifica o sacrifício de Jesus, que foi chamado servo de Jeová (ver Is 52.13-15; Hb 12.2,3). 
A oferta era voluntária, da própria vontade do ofertante (Lv 1.3) e tinha por objetivo aproximar-se de Deus para conquistar sua aceitação. Antes de o sacerdote imolar o animal perante os olhos do ofertante, este colocava as mãos sobre a cabeça do animal, dando a entender que aquele animal para o sacrifício era o seu substituto (Lv 1.4). A aceitação do ofertante dependia da aceitação da oferta perante o Senhor. O animal era imolado fora da tenda e, em seguida, conduzido ao Altar de Sacrifícios. O animal inteiro, com exceção do seu sangue, era queimado, e a fumaça do holocausto subia como cheiro suave ao Senhor. O próprio ofertante, com a ajuda dos levitas, tinha que degolar a sua vítima (Lv 1.4-11).  
O sacrifício de Cristo no NT, assim como o holocausto no AT, foi uma oferta agradável ao Pai. Dois textos exprimem essa verdade. Um está em Efésios 5.2: “[...] Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave”. O outro está em Hebreus 9.14: “[...] pelo Espírito Eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus”. O mérito infinito de seu sacrifício é atribuído por Deus ao pecador que recebe a Cristo como Senhor e Salvador de sua vida. 
Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 
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domingo, 2 de junho de 2019

Lição 09 - 2º Trimestre 2019 - O Papai do Céu me Protege - Berçário.

Lição 9 - O Papai do Céu me protege

2º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: Levar a criança a reconhecer, através das atividades e exposições, que o Papai do Céu as protegerá.
É hora do versículo: “[...] Tu és o meu protetor [...]” (Sl 61.3).
Nesta lição, as crianças reconhecerão que o Papai do Céu nos protege. Assim como Ele fez com Daniel quando foi lançado na cova dos leões e não foi atacado pelos animais.
Ajude as crianças a entenderem que da mesma forma que o papai e a mamãe nos protegem em seus braços, o Papai do Céu nos protege muito mais. Dê um forte abraço nas crianças e diga que elas estão protegidas pelo Senhor, assim como Daniel.
Faça cópias da imagem abaixo, e distribua para as crianças colorirem o leão. Explique que os leões não atacaram Daniel porque o Papai do Céu não deixou. Falem todos: O Papai do Céu me protege! 
leao.licao9.bercario 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 09 - 2º Trimestre 2019 - Quando eu Oro, o Papai do Céu me dá Coragem - Maternal.

Lição 9 - Quando eu oro, o Papai do Céu me dá coragem

2º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: Que o aluno compreenda que quando oramos Deus nos dá coragem. 
Para guardar no coração: “Sejam fortes e tenham coragem” [...] (Sl 31.24).
Perfil da criança
“A criança do maternal não possui inibições. Ao contrário do adulto, ou de uma criança mais velha, ainda não aprendeu a dissimular suas emoções. Se determinada atividade não lhe parecer atraente, ela não fingirá interesse a fim de agradar ao professor. Mas se gostar, mostrará isto com toda a vibração e participação. Se, por algum motivo, irritar-se com um colega ou com o professor, não se dará ao trabalho de esconder sua zanga. O professor deve estar preparado para lidar com situações embaraçosas, lembrando que a criança não faz isto por mal, mas por reagir obedecendo apenas aos impulsos do seu temperamento” (Marta Doreto). 
Ideias para a aula
“Um clima emocional positivo deve ser criado logo na recepção das crianças, para que se sintam bem durante toda a aula. Receba-as com alegria e calma. Um professor nervoso, que chegou atrasado e ainda está ocupado na arrumação da sala não é uma boa coisa. Elas devem encontrar um ambiente de ordem e sossego, e ao mesmo tempo bonito e alegre. Seja atencioso ao cumprimentar os alunos que vão chegando, e note pequenos detalhes em sua aparência, como uma bolsinha na mão da menina, um corte de cabelo do menino, uma peça nova no vestuário, etc. Encontre algo a elogiar em cada um deles. Algumas crianças chegam com novidades todos os domingos; outras, com menos recursos, quase nunca têm algo novo a mostrar. Mas certamente têm um cabelo, um nariz, um sorriso, ou um comportamento bonito, que você deve sempre admirar” (Marta Doreto).
Oficina de ideias 2
Depois de contar a história bíblica e realizar as atividades propostas na seção “Oficina de Ideias” da sua revista, caso ainda haja tempo e queira realizar mais uma atividade manual, sugerimos que entregue para cada criança uma cópia da atividade proposta abaixo. As crianças deverão colar bolinhas de papel crepom enfeitando o grande peixe que engoliu Jonas. Oriente os alunos para que confeccionem as bolinhas e as cole. Enquanto realizam a atividade, diga que o Papai do Céu nos guia.
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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal

Lição 09 - 2º Trimestre 2019 - Jesus Ajuda um Homem a Escutar - Jd. Infância.

Lição 9 - Jesus ajuda um homem a escutar

2º Trimestre de 2019
Objetivos: Os alunos deverão compreender que os seus ouvidos devem ouvir a Palavra de Deus, e sua boca, anunciá-la a todos. 
É hora do versículo:  “[...] O povo levava a Jesus pessoas que sofriam de várias doenças [...] e ele curava todos” (Mt 4.24).
Nesta lição, as crianças aprenderão que Jesus curou um homem que não podia ouvir porque era surdo. E como ele era surdo, ele também não aprendeu a falar. Jesus é poderoso para fazer o surdo ouvir e o mudo falar, e aqueles que podem ouvir falar de Jesus, também devem falar de Jesus para todas as pessoas.
Fale com as crianças sobre os cinco sentidos que temos e como podemos usá-los para honrar a Jesus e demonstrar o nosso amor por Ele. 
Visão – Os olhos são os responsáveis pelo sentido da visão e com eles podemos ver as coisas boas que o Papai do Céu fez para nós. Quando admiramos as coisas lindas da natureza do Papai do Céu e agradecemos por elas, honramos a Jesus e demonstramos o nosso amor por Ele. 
Audição – Os ouvidos são os responsáveis pelo sentido da audição e com eles podemos ouvir as histórias da Bíblia e aprender mais sobre o Papai do Céu. Quando ouvimos os lindos cânticos dos passarinhos na natureza do Papai do Céu e agradecemos por eles e por poder ouvi-los, honramos a Jesus e demonstramos o nosso amor por Ele.
Paladar – A língua é responsável pelo sentido do paladar e com ela podemos sentir o sabor dos alimentos que o Papai do Céu criou para que possamos nos alimentar e crescer fortes e saudáveis. Quando comemos toda a comida que a mamãe colocou no prato, comemos frutas e os legumes que o Papai do Céu criou e agradecemos por eles, honramos a Jesus e demonstramos o nosso amor por Ele.
Tato – As mãos são responsáveis pelo sentido do tato e com elas podemos tocar as flores, os animais, as pessoas, sentir a temperatura e a textura das coisas que o Papai do Céu criou. Quando ficamos felizes de poder tocar nos animais e sentir as plantas, honramos a Jesus e demonstramos o nosso amor por Ele.
Olfato – O nariz é o órgão responsável pelo sentido do olfato e com ele podemos sentir o cheiro do perfume das flores, da brisa do mar, da comida gostosa da mamãe... Quando ficamos felizes de poder sentir esses cheiros e agradecidos por todos eles, honramos a Jesus e demonstramos o nosso amor por Ele.
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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 09 - 2º Trimestre 2019 - Indo ao Egito - Primários.

Lição 9 - Indo ao Egito

2º Trimestre de 2019
Objetivo: Demonstrar ao aluno que Deus prova o nosso caráter para verificar se fomos transformados pelo seu poder.
Ponto central: Deus prova a nossa fé.
Memória em ação: “Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês [...]” (Rm 12.2a).
Querido (a) professor (a), nesta próxima lição nós vamos ter a oportunidade de contar para as crianças sobre o grande encontro, após tantos anos, de José com seus irmãos. Como nós nos comportaríamos se fosse conosco? Imagine se deparar com aqueles que são sangue do seu sangue, supostamente os que deveriam ser seus mais leais protetores, mas na verdade foram os algozes que te venderam, traíram e abandonaram. Como encará-los após todo o sofrimento que foi vivenciado?! 
É o que sempre dizemos aqui, não importa a que faixa etária a Palavra será transmitida, ela sempre precisa passar e trabalhar primeiro em nós mesmos, que a transmitimos. Então, neste momento pré-lição analise-se a si mesmo (a), reflita se há algo ou alguém que você precisa perdoar, libertar seu coração deste fardo tão amargo da mágoa – o veneno que tomamos nós, pensando no dano para o outro. Pense também se você mesmo não foi também o causador de alguma amargura. Como liberar ou encontrar o perdão para o “imperdoável”? Foi isso que Jesus Cristo respondeu na cruz. Portanto, Ele pode nos ajudar. Ore sobre estas questões, apresente-as diante daquele que pode curar a ferida incurável, te redirecionar para o caminho da paz novamente. 
Sugerimos que antes do momento da história e de aplicar todos os demais itens indicados no planejamento de aula em sua revista, você se sente com seus Primários em círculo e bata um papo com eles sobre quando nos magoam ou quando nós magoamos alguém. A importância de não mentir sobre isso, mas sim de pedir perdão, tentar reparar o dano mesmo quando não foi a nossa intenção causá-lo e de também perdoar. Pergunte se tem alguém com quem estão magoados e se estão dispostos a perdoá-los, assim como o Papai do Céu também nos perdoa todos os dias. Ore por essas questões, pedindo ao Senhor que crie em nós um coração perdoador. Esse é um bom gancho para introduzir a história de hoje. Faça suspense sobre se José irá ou não conseguir perdoar aos seus irmãos, para que ninguém falte nas próximas aulas e possamos descobrir juntos o que aconteceu. 
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 09 - 2º Trimestre 2019 - Ezequias Confia em Deus - Juniores.

Lição 9 - Ezequias confia em Deus - Isaías 37.1-37

 2º Trimestre de 2019
Prezado(a) professor(a),
A revista Lições Bíblicas Juniores tem abordado as vitórias conquistadas pelo povo de Deus. Em vários exemplos citados nas Escrituras Sagradas encontramos servos que expressaram a sua confiança em Deus não somente por palavras, mas também por atitudes.
Confiar em Deus é essencial para que o milagre aconteça, afinal de contas, a Palavra de Deus nos ensina que sem fé é impossível agradar a Deus, pois é necessário que a pessoa que afirma confiar nEle, creia na sua existência e que Ele é recompensador daqueles que o buscam de todo o coração (cf. Hb 11.6).
Na lição de hoje encontramos o exemplo do rei Ezequias que esteve diante de uma circunstância desafiadora. Senaqueribe, rei da Assíria, intentou invadir todas as cidades de Judá, inclusive, Jerusalém. O rei assírio mandou Rabsaqué, comandante do seu exército, afrontar o povo de Judá e blasfemar contra Deus, afirmando que “deus” nenhum livrou as nações do poder assírio e com a cidade de Jerusalém não seria diferente (Is 36.1-22).
Ao saber da afronta o rei de Judá mandou seus servos ir ao encontro do profeta Isaías para pedir que ele clamasse a Deus por uma resposta para aquela situação que parecia irreversível. A resposta de Deus veio com uma promessa de que flecha alguma seria atirada contra a cidade de Jerusalém e o rei assírio não entraria nela, antes, retornaria para sua nação sem provocar dano algum ao povo de Deus (cf. Is 37.33,34).
Como se não bastasse, Rabsaqué tornou a Judá, trazendo uma carta de afronta enviada pelo rei da Assíria, cujo conteúdo continha blasfêmias, afrontas e desprezo ao verdadeiro Deus. Ao receber a carta o rei Ezequias tomou uma decisão correta que lhe trouxe bons resultados: o próprio rei entrou na Casa de Deus trazendo a carta de afronta enviada pelo rei assírio. Ezequias apresentou a carta diante do altar e clamou ao Senhor de todo o seu coração por um milagre. O livramento de Deus veio na hora certa, o Senhor enviou o seu anjo que estendeu a espada inflamada sobre o arraial dos assírios e, naquela mesma noite, cerca de cento e oitenta e cinco mil soldados assírios morreram. Assim o Senhor livrou o seu povo daquela grande ofensiva, porque Deus é fiel (Is 37.36).
Este episódio nos ensina que quando as aflições atingirem nossa vida e as circunstâncias parecerem incontroláveis, devemos fazer exatamente como Ezequias — entrar na presença de Deus, em oração fervorosa e confiante. Deus tem prometido que livrará os seus servos das mãos dos inimigos e que não permitirá que aconteça nada fora da sua vontade (Mt 6.25-34). Permanecendo em Deus, com fé e confiança, teremos sua paz como guarda dos nossos corações e mentes (Fp 4.6,7).
“A oração de Ezequias, para que prevaleça a glória de Deus e que seus caminhos e propósitos na história sejam conservados, manifesta o mais alto desejo de todos os que amam o Senhor. Assim, também Moisés (Êx 32.12; Nm 14.13-16; Dt 9.26-29) e Davi (Sl 59.13; 83.18) expressaram esse mesmo desejo nas suas orações. Nós, como crentes, devemos nos identificar com Deus, de tal maneira que nosso interesse principal seja prevalecer a sua reputação e honra (cf. Jo 17.4-6). Nossa petição principal deve ser: ‘santificado seja o teu nome’ (Mt 6.9)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 605).
A principal arma de Ezequias naquela ocasião não foi a capacidade bélica de seu exército, e sim a oração. Hoje não é diferente, Deus continua sendo o mesmo defensor do seu povo. Ele está à disposição da sua igreja e pronto a responder as orações.
Para reforçar o ensinamento da lição de hoje, sugerimos a seguinte atividade:
Distribua uma folha de papel sulfite A4 e um envelope para cada aluno. Em seguida, peça que escrevam seus pedidos de oração e coloquem no envelope. Os alunos deverão formar duplas e trocar de envelope com o respectivo colega da dupla. Cada aluno terá a oportunidade de orar pelo pedido de oração do seu colega mesmo sem saber do que se trata. Reforce aos alunos que na oração eles deverão pedir a Deus que tudo aquilo que traz desânimo seja removido da vida do colega de oração. Este é um importante exercício para que seus alunos se preocupem com a causa do seu irmão e ore para que ele obtenha vitória.

Lição 09 - 2º Trimestre 2019 - Exercitando a Inteligência - Pré Adolescentes.

Lição 9 - Exercitando a Inteligência

2º Trimestre de 2019
A lição de hoje encontra-se em: 1 Timóteo 4.15.
Prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos estudarão a respeito do exercício da inteligência. Dedicação à leitura não é algo que a maioria dos seus alunos gosta de fazer. Dedicar-se à leitura requer disciplina, renúncia e tempo, mas os resultados são bem positivos. Quem se dedica a ler bons livros sente a facilidade em escrever e compreender matérias de maior complexidade, inclusive na área das ciências exatas como, por exemplo, a matemática.
O exercício da leitura e a dedicação aos estudos faziam parte da recomendação de Paulo a Timóteo. O jovem pastor da igreja de Éfeso tinha uma grande caminhada pele frente e a dedicação a conhecer as Escrituras Sagradas seria fundamental para que ele obtivesse êxito em seu ministério (1 Tm 4.13-16; 2 Tm 3.14-17).
A orientação de Paulo a Timóteo é a mesma válida para os seus alunos nos dias atuais. Se quiserem ter êxito na caminhada cristã, assim como em outras áreas de suas vidas, eles devem se dedicar a aprender. E, quando falamos em aprender, não estamos nos detendo apenas ao conhecimento bíblico, mas também ao conhecimento secular.
No mundo em que estamos vivendo seus alunos precisam entender que é necessário apropriar-se do conhecimento em várias áreas. Atualmente as instituições de ensino estão cada vez mais fazendo uso de métodos de aprendizagem que mesclam as mais diversas áreas do conhecimento. O aprendizado não ocorre mais de forma específica, e sim de forma abrangente e interligada. Os métodos mais modernos prezam pela troca de experiência e conhecimento entre as áreas. Este processo recebe o nome de interdisciplinaridade. E será que seus alunos estão aptos para lidar com tanta informação?
A seguir, imprima várias cópias do texto abaixo e distribua para a sua classe:
Estudante ou estudioso?
“Estudar é bom! Porém você deve estudar mesmo! Muitos jovens querem apenas um diploma. Para consegui-lo, ‘colam’, enganam o professor... Enfim, fazem tudo o que uma mente ‘maldosa’ pode imaginar. Quem age assim receberá um mero título, que não lhe conferirá, de fato, o conhecimento. Não estude somente para alcançar um título.
Não seja um estudante esperto, mas um estudioso experto! Entendeu? O estudante esperto usa de ‘espertezas’ para conseguir o diploma: ‘cola’, troca de provas, etc. Todavia, o experto — note: com ‘x’ — é um expert e conhece a matéria estudada. Seu objetivo é aprender, e não apenas receber um diploma.
Nunca deixe de ler, mas leia bons livros, pois a leitura forma as pessoas.
Leia, sobretudo, a Palavra de Deus, pois ela é o seu alimento espiritual (Mt 4.4), além de ser a sua principal fonte de conhecimentos.Leia também bons livros, revistas, jornais. Examine tudo e retenha o que é bom. Quem lê sabe mais, pensa melhor e tem um bom vocabulário, o que lhe permite melhor expressar suas ideias.
Você já leu a sua Bíblia hoje? Sim? Parabéns! Não? Então, leia! A leitura bíblica o ajudará não só na parte espiritual. Posso lhe garantir isso, por experiência própria. A leitura da Palavra de Deus nos torna, também, capazes para a vida profissional.
Às vezes, diante de problemas difíceis, percebemos quanto eles, de forma surpreendente, se tornam fáceis! Não foi por acaso que o salmista disse: ‘A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices’ (Sl 119.130).
Os dez mandamentos do estudioso:
1. Não deixarás de prestar atenção às aulas.
2. Não terás medo de perguntar.
3. Faze os deveres de casa.
4. Não deixarás para estudar quando estiveres com sono ou cansado.
5. Procura memorizar o que estudas, lendo os textos em voz alta e fazendo resumos.
6. Partilha o que estudaste com os outros.
7. Alia-te a quem pode ajudar-te a progredir em teus estudos.
8. Aprende com os teus erros.
9. Procura planejar o que estudarás e como, ao longo da semana.
10. Não deixarás de ler bons livros, pois tu és aquilo que lês.”
(Texto extraído da obra de ZIBORDI, Ciro S. Adolescentes S/A. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp. 102, 103). 

Lição 09 - 2º Trimestre 2019 - Decidi ser Fiel a Deus - Adolescentes.

Lição 9 - Decidi ser fiel a Deus 

2º Trimestre de 2019
ESBOÇO DA LIÇÃO:
LEVADO PARA UM REINO ESTRANGEIRO
NÃO SE CONTAMINOU
SE DESTACANDO ENTRE OS SÁBIOS
FIDELIDADE A DEUS SEMPRE
OBJETIVOS
Fazer com que o aluno decida por agradar ao Senhor em todo tempo;
Criar a consciência para o aluno fazer diferença e destacar-se entre os homens para a glória de Deus;
Conscientizá-los a não contaminar-se com as concupiscências do mundo.
Prezado professor, prezada professora,
Inicie a lição dessa semana falando a respeito do seguinte assunto: PAGANISMO. Diga ao seu aluno que o significado do referido termo remete a um “sistema religioso que desconhece a supremacia de Deus, aceitando como real a existência e interferência de outros deuses nos negócios humanos” conforme define o Pr. Claudionor de Andrade em seu Dicionário Teológico editado pela CPAD. 
Como veremos na presente lição, o jovem Daniel, juntamente com seus três jovens amigos, foi levado cativo à nação pagã da Babilônia. Entretanto, a Palavra de Deus mostra que esses jovens resistiram às oferendas oferecidas pelo rei da Babilônia. A Bíblia mostra que o Deus Todo-poderoso honrou esses quatro jovens. 
Na história da Igreja Cristã houve também uma luta contra o paganismo no império romano. Embora, nos seus primórdios, fosse vitoriosa na luta contra a perseguição romana e contras as heresias, mais tarde, parte da igreja se rendeu aos “encantos” do poder imperial romano. Agora romanizada, A igreja passou a forçar a conversão das pessoas para uma religião estatal. Isso resultou no surgimento dos chamados crentes nominais. Estes eram pessoas que frequentavam obrigadas à Igreja, não importando ter uma fé genuína em Cristo Jesus. Era comum, por exemplo, uma pessoa crer e servir a outro deus e, ao mesmo tempo, frequentar a igreja romana. Esse é o perigo da paganização e da secularização da igreja. Por meio da romanização da Igreja Antiga, o prezado professor, a prezada professora, pode imaginar as consequências graves aos verdadeiros seguidores de Jesus. A igreja romana confundiu o reino de Deus com o reino dos homens.
Conclua a lição dessa semana dizendo aos seus alunos que o Senhor Jesus Cristo ordenou-nos a ser Sal e Luz do mundo. Portanto, nós, os servos do Deus Altíssimo, à luz do exemplo do jovem Daniel, temos de influenciar a nossa cultura, testemunhando os verdadeiros valores de Cristo e não deixando que as influências dos valores pagãos nos corrompam. 
Boa aula e Deus te abençoe!
Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor da revista Adolescentes Vencedores 

Lição 09 - 2º Trimestre 2019 - Os Apóstolos de Cristo - Juvenis.

Lição 9 - Os apóstolos de Cristo

2º Trimestre de 2019
“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12.28).
OBJETIVOS
Definir o que é a liderança apostólica;
Caracterizar o apóstolo como um líder na Igreja Primitiva;
Refletir sobre o ministério apostólico hoje.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. APÓSTOLOS, AQUELES QUE FORAM ENVIADOS POR CRISTO
2. VERDADEIROS APÓSTOLOS, PESSOAS DE SIMPLICIDADE E DESPRENDIMENTO
3. LIDERANÇA APOSTÓLICA, UM EXERCÍCIO DE FÉ E RESILIÊNCIA
4. LIDERANÇA APOSTÓLICA EM NOSSOS DIAS
Querido (a) professor (a), dando continuidade a nossa série de estudos sobre liderança, neste próximo domingo analisaremos com os juvenis em classe o dedicado exemplo de liderança dos apóstolos. O que podemos aprender e aplicar em nossos dias com a fé e resiliência da liderança deles?! O que caracteriza o apóstolo como um líder na igreja primitiva?! Existe ministério apostólico hoje? Essas e outras questões deverão ser levantadas e sanadas em aula. Você está preparado?! 
Estude bem o tema; sua revista é muito rica em informações, subsídios, dinâmicas, etc. Entretanto, como sempre orientamos aqui, caso não saiba esclarecer com certeza alguma dúvida de seus alunos, seja honesto e comprometa-se a estudá-lo e dar uma explicação tão logo possível. A fim de compreendermos mais intimamente a liderança apostólica, vamos analisar o termo primeiramente em sua etimologia.
APOSTÓLICA, ERA A época que tem início a partir do Pentecostes (aprox. 30 d.C) até a morte do apóstolo João (aprox. 100 d.C) é aquela em que os apóstolos estavam exercendo a sua influência entre as igrejas.
[...] A vida da igreja foi marcada pela simplicidade, pureza e poder. 
APOSTÓLICO Pertinente ou proveniente dos apóstolos. O termo é usado para designar os homens que eram companheiros dos apóstolos e aqueles patriarcas da igreja que foram contemporâneos aos apóstolos.[...]
No sentido eclesiástico, a sucessão apostólica se refere à pressuposta linha ininterrupta do ministério cristão, que é descendente dos apóstolos.  (PFEIFFER, Charles F., VOS Howard F., REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.161)
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 09 - 2º Trimestre 2019 - Seja Santo, Fuja do Pecado - Jovens.

Lição 9 - Seja santo, fuja do pecado

2º Trimestre de 2019
Introdução
I-Um Modo de Vida Santificado
II-Fomos Chamados para Sermos Santos
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Conscientizar da necessidade de um modo de vida santificado;
Mostrar que chamados para sermos santos.
Palavras-chave: Cobiça e soberba.
I. Delimitações ao Prazer Sexual em Levítico
Nesse tópico, analisaremos um livro do Pentateuco (Levítico) que trata de uma época do Oriente Antigo para se falar a respeito da sexualidade. Por isso, se faz necessário a contextualização, tendo em vista o período antigo para ser aplicado ao Novo Testamento e para a contemporaneidade. O texto em estudo faz parte de uma unidade conhecida como Código da Santidade prescrito para regrar principalmente o comportamento sexual do povo hebreu que vivia em um ambiente rural e com formação de grandes clãs familiares. O povo hebreu é escolhido para fazer a aliança com Deus e ser seu representante e o critério de aprovação era não praticar as mesmas imoralidades realizadas pelos povos vizinhos. Para isso, serão abordadas algumas práticas rudimentares, mas que infelizmente, mesmo que em proporções menores, se repete na sociedade atual.
Uma visão panorâmica sobre o livro de Levítico
De início, vem o questionamento: o que um livro da antiguidade pode nos ajudar sobre a sexualidade nos dias atuais? Interessante ressaltar que livros bíblicos do AT, como Levítico, têm despertado interesse não somente nos meios teológicos cristãos, mas de estudiosos de várias áreas, é evidente que em grande número para contestar os princípios defendidos pelo cristianismo. No entanto, quando se fala de sexualidade e religião, seja por um religioso ou não, a consulta ao livro de Levítico é obrigatória. A perícope que iremos estudar (Lv 18.6-24), dentre outros capítulos do livro, é uma das preferidas pela ênfase sobre as práticas sexuais consideradas impuras. Todavia, não se pode desconsiderar que o livro de Levítico precisa ser entendido em seu contexto veterotestamentário, ser aplicado à luz do NT e contextualizado na contemporaneidade. 
O livro de Levítico é dividido em duas partes principais: 1) os 15 primeiros capítulos tratam de modo geral de princípios e procedimentos sacrificiais que dizem respeito à remoção do pecado e à restauração da comunhão das pessoas com Deus; 2) os 11 últimos capítulos enfatizam a ética, a moral e a santidade (HARRISON, 1983, p. 12). Para nosso estudo, interessa a segunda parte. Especialmente Levítico 17—26, que formam uma unidade conhecida como o Código de Santidade, relacionado com passagens paralelas como Êxodo 21.13,14; Levítico 11.43,45 e Números 15.37-41. Uma leitura mais acurada de Levítico 18.6-30, no hebraico, nos níveis gramaticais, sintáticos e léxicos demonstrará uma ênfase impositiva marcada pela presença do pronome vós, na segunda pessoa do plural, masculino (vv. 24,26,28,30). O discurso traz como pano de fundo a comparação com os povos que habitavam anteriormente a mesma região geográfica. As proibições sempre foram dirigidas a pessoa no singular, a maioria na 2ª pessoa, masculino, singular. A lição de hoje, dará ênfase no perícope constituída das proibições, que foram escritas na segunda pessoa do singular (vv. 6-23) e no verso 24, que faz da perícope de exortações (vv. 24-30), também redigido na segunda pessoa do singular. A forma como o texto foi construído demonstra o cuidado para destinar a um povo específico e em determinado momento histórico.
Assim sendo, fica evidenciado que o texto trata da aliança do povo israelita com Yahweh, e tem como base o projeto de vida que Ele tem para essa nação que passa a representá-lo diante dos outros povos que estavam distantes do projeto de Deus. Por isso, as proibições e exortações para que os israelitas não se misturem com os demais povos, em especial, com suas práticas. Essa é razão do texto ser conhecido como Código da Santidade. Se o conteúdo for contextualizado, contribuirá com orientações para procedimentos de como santificar a sexualidade aos moldes do projeto de Deus para a humanidade.
Proibição de relações sexuais entre consanguíneos no clã familiar 
Para a maioria dos leitores atuais das proibições das relações sexuais entre parentes consanguíneos e de aliança de Levítico pode parecer desnecessárias, mas ninguém legisla sobre o que não acontece. Os israelitas tinham o estilo de vida nômade devido à vida camponesa e as questões da agricultura ainda não desenvolvidas. A convivência no clã das tribos envolvia as diversas famílias que o compunha. Os clãs eram unidades sociais básicas conhecidas como a “casa paterna”, que incluía entre três a cinco gerações, dezenas de pessoas consanguíneas convivendo juntas. Dessa forma, muitos parentes conviviam juntos em um mesmo espaço e constantemente de encontrando. Esse estilo de vida precisava de um regramento para se evitar excessos no comportamento, inclusive na área sexual. Quando as regras são transmitidas em nome de Yahweh (v.30), o povo da aliança não poderia ter dúvida de que se tratava do projeto divino para relacionamento sexual saudável entre os membros da comunidade. 
O texto de Levítico 18.6-18 lista uma série de proibições de prática de relações sexuais, em que se destacam o caso do incesto, ao se repetir várias vezes a expressão “carne de sua carne” ou “qualquer parenta”. As proibições são dadas ao chefe/cabeça do grupo familiar, que tem a responsabilidade pessoal e direta de fazer com que as regras sejam cumpridas e quando não, tomar as providências para amenizar as consequências dos fatos. 
Segundo Harrison (1983, pp. 171,172), “as várias proibições abrangem seis graus de parentesco de consanguinidade (vv.7,9,10,11,12,13), e oito de afinidade (vv. 8,14,15,16,17,18). Esses são casos representativos, naturalmente, e não esgotam todas as possíveis combinações ilícitas”. Para ele, a expressão “descobrir a nudez” é um sinônimo de relações sexuais, especialmente para relacionamento fora do casamento considerado genuíno.
As proibições incluíam também a relação sexual com a nora (v. 15), uma vez que mesmo após a morte do marido ou o divórcio, ela continuava sendo considerada como filha da família. A lei do levirato (Gn 38; Dt 25.5-10; Rt 4; Mt 22.23-33) criou uma exceção quando de tratava do casamento com a esposa de um irmão (v. 16). O objetivo era dar continuidade ao nome da família do marido falecido, que morresse sem filhos. Assim, ele teria a sua descendência por meio do irmão do falecido que poderia se casar com a viúva e manter a linhagem familiar com as proles. Outra exceção que acaba acontecendo é o casamento entre sobrinhos e tias: Naor e Milcah, filha de seu irmão Haran (Gn 11.29); Otoniel e Acsa, filha de Caleb (Js 15.17; Jz 1.13), por questões sociais e em situações em que a convivência seria em novo clã. Na época, o relacionamento sexual fora da instituição matrimonial já era proibido (Êx 22.15-16; Dt 22.18-29). O relacionamento sexual com a mãe, e a filha, ou a neta, em quaisquer circunstâncias, também era proibido, considerado prostituição por serem parentes próximas (v.17). Além do relacionamento com a cunhada, enquanto a irmã estivesse viva (v.18). Os antropólogos que estudam essas regras para evitar o incesto nas mais diversas sociedades não chegaram a uma conclusão firme quanto à sua origem. Harrison (1983, p. 173) afirma que: “De modo geral, os antropólogos pensam que as leis que regem o incesto parecem ter surgido ou para impedir os resultados desastrosos da procriação consanguínea, ou como resultado das limitações sobre tal atividade pela população”. No caso de Levítico é apresentado como uma santidade comunitária na área da conduta sexual, no entanto mesmo os mandamentos divinos são reflexos para regramento de comportamentos sociais, econômicos, de saúde, entre outros, para uma saudável e justa convivência em comunidade. Como exemplo dos fatores genéticos das relações incestuosas de primeiros ou segundos graus de consanguinidade.
Para resumir, o texto estudado, aliado a outros como Levítico 20.10-21 e Deuteronômio 23.1; 27.20,22,23 fornecem uma lista de proibições de relações sexuais: a) por consanguinidade:  a mãe, a madrasta ou as madrastas, as esposas dos tios paternos, as tias paternas e maternas (geração dos pais); as irmãs ou meias-irmãs (própria geração); e as netas (segunda geração seguinte); b) por aliança: a sogra ou as sogras, as cunhadas, as enteadas e suas filhas.
Proibição de relações sexuais de origem ritual 
Na antiguidade, existia uma relação muito forte entre a prática sexual e os rituais religiosos. Helminiak (1998, p.50) afiança que nos ritos de fertilidade, cuja “cerimônias supostamente envolviam rituais sexuais que, acreditava-se, traziam a bênção sobre as estações, as colheitas e os rebanhos. Provavelmente, fazer sexo com uma mulher em seu período menstrual era uma suposta prática da cidade de Canaã listada no Código de Santidade”. O versículo 21 parece destoar do restante do texto, pois fala da proibição de oferecer crianças israelitas para o deus cananeu chamado de Moloque (Lv 20.2-5; 2 Rs 23.10; Jr 32.35). No entanto, o contexto é de sacrifício de origem ritual.
A homossexualidade também tem sua relação com rituais religiosos. Essa prática era conhecida no Oriente Próximo desde o tempo antigo como forma de satisfação carnal. Harrinson (1983, p. 176) assevera que “tais atividades entre indivíduos do mesmo sexo parecem ter desempenhado algum papel na adoração cultual mesopotâmica, conforme é sugerido pelos deveres dos sacerdotes Assinnu e kurgarrú da deusa do amor e da guerra, Istar”. Os sacerdotes com objetivo de servir a deusa do amor e da guerra se tornavam eunucos. “Práticas sacrohomossexuais e a prostituição feminina dentro do contexto cultual eram, provavelmente, bem estabelecidas em todo o Oriente Próximo antigo antes de os israelitas ocuparem Canaã”. Helminiak (1998, p. 49) assevera que “O Levítico condenava o sexo homogenital como um crime religioso de idolatria e não como uma ofensa sexual, e era esta traição religiosa o que era considerado grave o suficiente para merecer a pena de morte”. No entanto, não se pode desconsiderar a promiscuidade sexual. Na realidade, era utilizado o pretexto religioso para fazer uso de práticas sexuais em busca de prazer. 
A homossexualidade é um tema pouco abordado na igreja, mas está presente no seu cotidiano. O relacionamento entre pessoas do mesmo sexo era conhecido como “homossexualismo”, definido pela medicina a partir do século XIX como uma doença fisiológica. Freud, no século XX, tratou como um desvio no desenvolvimento sexual, uma anormalidade funcional do ser humano. Até 1973, o conceito de doença física ou de ordem mental foi mantido. Todavia, neste ano, a Associação Psiquiátrica Americana (APA) desconsiderou a homossexualidade como uma patologia e passou a considera-la como uma orientação sexual. Assim, para a sociedade o conceito depende de uma construção sociocultural. Todavia, na Bíblia essa prática sempre foi condenada. Nos textos do AT, a homossexualidade era condenada de modo uniforme como abominação contra o projeto de vida de Yahweh, que era de geração de vida e não ao que se prestava à concupiscência da carne. Tanto que a condenação para tal prática era a pena de morte (Lv 20.13), o que demonstra a seriedade com que era tratado o assunto. No NT, entre outros textos que condenam a prática estão Romanos 1.27, 1 Coríntios 6.9 e 1 Timóteo 1.10.
Outra prática condenada era a bestialidade (v.23), que era comumente praticada entre os heteus, os babilônios, os egípcios e os cananeus. Em sentido contrário ao projeto de criação de Deus, conforme estudado em lições anteriores, em que o ser humano foi criado para dominar e preservar o restante da criação, podendo se relacionar sexualmente somente com sua própria espécie. A bestialidade era praticada por seres humanos em busca de prazeres nas relações sexuais com animais. Da mesma forma que outras práticas sexuais aqui descritas, a bestialidade também era punida entre os hebreus com a pena de morte (Êx 22.19; Lv 20.15,16). 
Interessante ressaltar que a abordagem dada para o assunto não é puramente de condenação as pessoas que praticam tais práticas. A reprovação bíblica é para a prática, o que não significa a rejeição das pessoas que as praticam, Deus sempre deixa o caminho aberto para todas as pessoas que se aproximam dEle.
1.1 Delimitação do Prazer Sexual no Âmbito do Casamento 
Nesta seção será destacada a diferença na interpretação do adultério pelas questões culturais entre o mundo bíblico e a contemporaneidade. Na sequência, será abordada a orientação paulina quanto à necessidade de santidade sexual também no âmbito do casamento.
O adultério no Antigo Testamento 
Ainda considerando o texto estudado anteriormente sobre Levítico, extraímos o versículo 20 que trata exclusivamente sobre o adultério. A intenção é destacar a titulo de exercício pedagógico que o adultério era condenado tanto no Antigo Testamento como também no Novo Testamento e na contemporaneidade, mas que existem as diferenças culturais que são interessantes para conhecimento sobre parte da história do sexo. 
O entendimento do adultério no Antigo Testamento era diferenciado do que conhecemos no Novo Testamento e o conceito atual, pois as culturas e o contexto social, econômico e político era outro. No AT, o adultério era considerado como sendo o ato sexual entre uma mulher casada ou noiva e um homem que não era seu marido. O ato não era uma ofensa apenas contra o marido, mas também envolvia prejuízo financeiro. Na cultura da época, a mulher era considerada uma espécie de propriedade do marido, pois era comprada por um dote pago ao seu pai. Além de ser a garantia do enriquecimento da propriedade do marido com a expansão da família, considerada mão de obra para os trabalhos nas propriedades da família. A pena para o esse delito era a morte (Lv 20.10; Dt 22.22). Portanto, a lei era severa contra o pecado do adultério no Antigo Testamento. O pastor Esequias Soares afirma que, todavia, ao longo do tempo essa regra foi se afrouxando:
Alguns princípios da lei de Moisés jamais foram observados, como, por exemplo, o ano do jubileu (Lv 25.8-55) que, à luz de 2 Crônicas 36.21, o povo havia esquecido. Com relação ao adultério, parece que nos primeiros séculos da história de Israel essa punição foi se afrouxando e aos poucos deixou de ser observada, salvo em casos esporádicos. No livro do profeta Oseias tem-se a impressão de que essa prática estava abandonada no reino do Norte, mas o profeta Ezequiel ainda menciona essa sanção da lei mosaica (16,38-40). No período interbíblico, segundo a Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, essa prática deixou de ser observada (p. 482). O episódio da mulher adúltera, registrado em João 8.1-11, foi uma anomalia. A lei existia, mas ninguém ousava colocá-la em prática. Os escribas e fariseus pressionaram a Jesus, com o único objetivo de atingi-lo. A aplicação dessa lei era logo anormal, e, além disso, a Ele trouxeram apenas a mulher, ignorando o seu parceiro, o que também contrariava os princípios legais. Quando essa disciplina foi totalmente abandonada, é assunto obscuro. [...] Por causa da influência pagã, os judeus não executavam os adúlteros. (SOARES, 2017, p. 61)
Como visto, o tempo encarregou-se de abrandar a penalidade contra a prática do adultério, mas continuava sendo considerada uma atitude veemente reprovada pela comunidade judaica, principalmente quanto à mulher. O objetivo da prescrição era o reforço aos valores familiares, visando a sua estabilidade e segurança, além das questões econômicas já citadas. 
A vontade de Deus é que o cristão se abstenha da prostituição 
Uma das questões que são recorrentes quando se fala sobre a prostituição mencionada na Bíblia é com relação ao seu conceito, quanto a expressão grega que é traduzida para o português. Dois termos são utilizados para definir as relações sexuais ilícitas: porneiamoicheia. Porneia trata o tema de maneira mais genérica e, geralmente, não é muito específica, dependendo unicamente do contexto para se induzir a tradução, por isso se percebe nas diversas traduções. Ela pode ser utilizada para se referir à prática sexual ilícita entre pessoas solteiras, como para outras práticas sexuais condenadas na Bíblia: pessoa casada com uma solteira (Mt 5.32; 19.9); qualquer tipo de imoralidade sexual, entre outras (1 Co 5.11; 6.9; 7.2; Gl 5.19; Ef 5.3; Cl 3.15). Quando utilizado o verbo porneuo tem o sentido de imoralidade sexual de forma genérica. Dentre as traduções possíveis, o termo porneia também é traduzido por adultério. No entanto, mais apropriado por ser específico para essa tradução é o substantivo moicheia e o verbo moicheuo. Desse modo, de forma resumida, o substantivo porneia não tem um significado específico, portanto utilizado de forma genérica para identificar várias práticas de promiscuidade sexual, enquanto o substantivo moicheia é utilizado de forma mais específica para identificar o adultério, que envolve no mínimo uma pessoa casada. 
Em 1 Tessalonicenses 4, Paulo faz um apelo incisivo “rogamos e exortamos no Senhor Jesus”. Ele reconhece a comunhão de irmandade com os tessalonicenses, como família de Deus, demonstrando assim o amor com que adverte a comunidade, com vistas à santificação e preparação dos seus membros para viver segundo a vontade de Deus. Ele o faz para demonstrar o quanto é importante e sério o que tem para falar na sequência, considerando o seu zelo com o evangelho. O líder nessa situação, às vezes, fica tenso porque sabe que a palavra pode não agradar e não ser o que os expectadores esperam, mas tem a certeza de que é o que eles precisam ouvir para se livrarem da perda do sentido da vida. 
A advertência de Paulo era para que se lembrassem das orientações já recebidas anteriormente, visto que alguns estavam desfazendo do que ele havia ensinado e seguindo caminhos diferentes, fora do projeto de Deus. 1 Tessalonicenses 4.2 afirma “porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus”. Assim, Paulo chama a autoridade dada por Deus para deixar claro que não era coisa de sua cabeça, mas algo vindo diretamente do Espírito de Deus devido ao seu cuidado de orientar seu povo no caminho a ser seguido. Então, não era uma questão de capricho pessoal, ou seja, de que suas palavras teriam que ser ouvidas devido à sua liderança eclesial. A preocupação de Paulo era de que as pessoas deviam seguir as orientações dadas porque eram importantes para a manutenção da salvação. Em uma situação como essa, um líder sofre devido à sua responsabilidade e comprometimento com o Reino de Deus; sabe que não tem como exigir que as pessoas façam exatamente o que lhes recomenda; sabe que se não fizerem terão um prejuízo significativo na vida espiritual e as consequências definirão seu destino eterno. No entanto, o líder tem que fazer o que está ao seu alcance, alertar, neste caso, até rogar e exortar, esperando que alguns deem ouvido à palavra dita. 
Quando Paulo diz a maneira como convém andar e agradar a Deus, se refere à conduta pessoal, o estilo de vida e o comportamento tanto entre a comunidade de fé como na sociedade em geral. Isso estando o cristão presente ou na ausente (Fp 1.27), pois feliz é aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos (Sl 128.1). Essa felicidade não é ausência de conflitos e sofrimentos (Jo 16.33), mas é a convicção de que estando no caminho do projeto de Deus, no final, tudo será de acordo com a vontade. Portanto, vale a pena superar as tentações de agradar o mundo e andar pelo caminho que agrada a Deus, mesmo que pareça o mais difícil, pois quem ama o mundo o amor de Deus não está nele (1 Jo 2.15).
As delimitações sexuais no matrimônio cristão 
Paulo, depois de rogar e exortar com veemência para receber a atenção dos seus ouvintes, apresenta o assunto que considera fundamental para se andar de acordo com a vontade de Deus. Ele não estava falando simplesmente por falar, por certo, distorções estavam havendo no seio da comunidade que se dizia cristã e representante de Deus na terra. Ele apresenta qual é a vontade de Deus: “a vossa santificação”. O cristão pode perguntar se a Bíblia nos garante a justificação por meio da fé em Cristo, porque a exortação de se santificar? Quando a pessoa se entrega a Cristo, reconhecendo como seu Senhor e como o meio de religação com Deus, imediatamente é justificado. Evidente, que não são por seus méritos, mas pelos méritos de Cristo, simplesmente pelo reconhecimento de seu sacrifício, confissão e submissão diante de Deus. Todavia, uma vez tornado santo, essa situação para ser mantida depende da atitude da nova criatura formada por meio do poder do Evangelho de Cristo. Nesse momento, a santificação se torna um processo contínuo na vida do cristão. Se não fosse assim, não haveria motivo para Paulo exortar os tessalonicenses para cuidar com a vontade de Deus, que era a santificação 1
Na sequência, Paulo explica no que eles deveriam se santificar. Entende-se que nessa área específica é que havia distúrbios de comportamento, considerando a maneira correta de se portar, conforme Paulo já havia mencionado de ensinos anteriores. Ele especifica: “que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra, não na paixão de concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus”. O relatório recebido de Timóteo devia apontar que práticas de promiscuidade sexual estavam sendo cometidas, a exemplo do estilo de vida de seus patrícios, que não andavam segundo a vontade de Deus, mas de acordo com suas próprias concupiscências, comum no ambiente greco-romano (homossexualismo, abusos sexuais, orgias, pedofilia, entre outras práticas). Elinaldo Renovato faz menção às dúvidas de alguns cristãos sobre as práticas sexuais permitidas em relação ao que o mundo secular pratica. Renovato (2005, pp. 78,79) afirma que o cristão “não deve imitar os ímpios, cuja prática sexual envolve um comportamento lascivo, que pode ser comparada à prostituição, onde se praticam todo tipo de abominações e outras formas não naturais de sexo, contrariando o princípio da santidade (ver Ct 2.6 e 8.3)”.
O que chama mais atenção na advertência é que Paulo não esta falando de um ambiente externo ao lar, ele fala de “possuir o seu vaso em santificação”. Existem duas interpretações possíveis nesta afirmação: a) o vaso como o corpo do cônjuge, como em 1 Pedro 3.7 “Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus coerdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações”; b) como o próprio corpo do cristão (Rm 6.13; 1 Co 9.27). Independente da interpretação específica do texto, as duas situações são impactantes e devem ser observadas, pois os dois conceitos são previstos nos textos referendados, portanto um mandamento bíblico. No primeiro caso, aprendemos que o fato estar casado não dá plena liberdade para se fazer sexo com o cônjuge como queira. Faz-se necessário que seja com entendimento, respeito e devida honra. Não como se fosse um objeto de prazer que deve estar ao seu comando pessoal. Infelizmente, existem estupros e abusos sexuais dentro do próprio matrimônio. Pessoas, que estão se condenando dentro das quatro paredes de seu quarto, oprimindo o seu cônjuge como se fosse sua propriedade exclusiva de prazer de forma incondicional. O segundo caso, já foi abordado em outros pontos do livro, é a entrega do corpo que foi separado a Deus para cometer imoralidades sexuais fora do casamento. Os dois episódios são condenados pela Bíblia. Portanto, dentro do próprio casamento também há delimitações no comportamento sexual.
*Adquira o livro do trimestre. NEVES, Natalino. Cobiça e Orgulho: Combatendo o desejo da Carne, o Desejo dos Olhos e a Soberba da Vida. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

 Para maiores detalhes sobre a Doutrina da Salvação consultar o meu livro Justiça e Graça, listado nas referências deste livro.

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Lição 09 - 2º Trimestre 2019 - A Arca da Aliança - Adultos.

Lição 9 - A Arca da Aliança

2º Trimestre de 2019
ESBOÇO 
I – A DESCRIÇÃO DA ARCA DA ALIANÇA (ÊX 25.10)
II – O PROPICIATÓRIO DA ARCA (Êx 25.17-21)
III – OS ELEMENTOS SAGRADOS DENTRO DA ARCA 
Elienai Cabral 
A Arca da Aliança era um móvel nobre que tinha a madeira de cetim na sua estrutura interior e era coberta com uma lâmina de ouro maciço, tanto por fora quanto por dentro. O ouro simboliza a Deidade, e a madeira de cetim, a humanidade de Jesus.
Do ponto de vista da doutrina da expiação, entende-se que a Arca e seu Propiciatório representam a obra expiatória que Cristo realizou no Calvário. Quando o pecador entra no Pátio (ou Átrio) do Tabernáculo, iniciam-se os seus passos no “caminho para o Santuário” (Hb 9.8). Ele começa sua caminhada entrando pela porta de acesso ao Pátio, que fica na parte exterior do Tabernáculo, e, através do sacerdote, seu representante, o pecador depara-se com o Altar de Sacrifícios. Logo depois, ele passa pela Pia Lavatório (a fonte de bronze). Esses elementos materiais falam-nos da cruz de Cristo, o qual foi a verdadeira vítima, que se ofereceu pelos nossos pecados. 
Ao entrar na parte interior do Santuário, depois do Altar de Sacrifícios e da Pia Lavatório, o pecador entra no Lugar Santo através do sacerdote e depara-se com três móveis especiais: (1) a mesa dos Pães da Proposição, (2) o Castiçal de ouro com sete lâmpadas e (3) o Altar de Incenso, onde o sacerdote ministra o culto de comunhão e gratidão a Deus, que está no Lugar Santíssimo (ver 1 Jo 1.3,7).
Depois do Lugar Santo, está o Lugar Santíssimo, vedado por um véu. Só é possível ultrapassá-lo mediante o sangue da expiação nas mãos do sumo sacerdote. Na tipologia bíblica, nesse contexto, Jesus tornou-se nosso Cordeiro expiatório e com o seu próprio sangue tornou-se Sumo Sacerdote para ministrar diante do Pai junto ao Propiciatório (ver Hb 6.18-20). 
I – DESCRIÇÃO DA ARCA DA ALIANÇA (ÊX 25.10)
A Arca é o único móvel dentro do recinto do Lugar Santíssimo. Ao longo da vida religiosa do povo de Israel, a Arca recebeu vários nomes, que não sofrem qualquer mudança no significado geral; apenas descrevem e abrem o leque da compreensão para entendermos mais sobre ela. 
Nomes Dados a Arca
A designação dada à Arca tem a ver com o vocábulo hebraico arown beriyth, que significa “cofre, casa de madeira, baú, arca. Era o objeto mais valioso de todos os objetos do Tabernáculo, porque ocupava o primeiro lugar na vida religiosa de Israel. Os diferentes nomes não anulam os vários significados, porque todos objetivam mostrar a glória de Deus dentro do Lugar Santíssimo. 
Esses nomes são identificados como:
• A Arca da Deus
• A Arca do Senhor
• A Arca de Jeová
• A Arca do Pacto
• A Arca do Testemunho
• A Arca da Aliança
A Arca, portanto, aparece como o mais importante de todos os móveis do Tabernáculo e como o tesouro mais apreciado e reverenciado em Israel. Nela se culminam todos os rituais, desde o Altar de Sacrifícios, da Pia Lavatório e dos objetos do Lugar Santo.    
A Construção da Arca (Êx 25.10,11)
De todos os objetos feitos por Bezalel e Aoliabe, o mais valioso e sagrado em toda a estrutura do Tabernáculo era a Arca da Aliança. Sua feitura exigia um trabalho perfeito com todos os materiais empregados. A Arca foi feita com madeira de cetim (ou de acácia) na sua estrutura interna e revestida de ouro puro por dentro e por fora (Êx 25.10,11). A medida da Arca era retangular e tinha 2,5 côvados de comprimento, 1,5 côvado de largura e 1,5 côvado de altura. Essas medidas equivalem a 1,25 m de comprimento, 75 cm de altura e 75 cm de largura. São números arredondados que não comprometem a sua importância. A madeira de cetim não ficava exposta, e tudo o que podia ser visto era o ouro. Por isso, é a mais perfeita tipologia de Jesus Cristo, revelando, assim, suas duas naturezas, a humana e a divina. A madeira revelava a humanidade assumida de Jesus, que foi plenamente homem, e o ouro por cima da madeira representava a sua divindade.  
A Revelação Figurada da Dupla Natureza de Cristo
O ouro, que cobria totalmente a madeira interna, revelava sua divindade, pois Ele era plenamente divino (Hb 1). A madeira simbolizava sua natureza humana (Hb 2). Essas duas naturezas permanecem distintas, embora estejam unidas em uma só Pessoa — Deus e homem, juntos em uma só pessoa. Ele é o primogênito de toda a nova criação. Seu nome é Emanuel, isto é, Deus conosco. Ele é a Palavra que se fez carne, o Deus-Homem, o Senhor Jesus Cristo (ver Mt 1.21,23; Is 7.14; 9.6 e Jo 1.14). Portanto, em seu ministério terrestre, Jesus foi revelado como homem, e foi como homem que Ele submeteu-se à obra expiatória no Calvário para resgatar o homem do pecado (Jo 1.14; Rm 5.8). Ele nunca deixou de ser Deus, mas, ao assumir a humanidade, assim o fez plenamente. Paulo escreveu a Timóteo e referiu-se a Jesus como “aquele que se manifestou em carne” (1 Tm 3.16). Ele não se dividiu em 50% Deus e 50% homem. Não! Ele foi 100% homem, e foi como tal que operou seus milagres sob o poder do Espírito Santo, tendo morrido e ressuscitado como ser humano para garantir uma obra perfeita. A madeira interior da Arca representa sua humanidade, e o ouro, por dentro e por fora, sua divindade. 
Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 
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