4º Trimestre de 2019
Introdução
I-O Livro de Atos dos Apóstolos;
II-A Promessa da Vinda do Espírito Santo;
III- O Propósito da Promessa.
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Apresentar o livro de Atos e suas características principais;
Mostrar as promessas acerca da vinda do Espírito Santo no Antigo e no Novo Testamento;
Destacar o propósito da promessa da virtude do Espírito Santo na vida do crente.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.
E Recebereis a Virtude do Espírito (At 1.1-14)
Nesta primeira parte do livro, o autor, Lucas, informa ao seu destinatário, Teófilo, que ele havia escrito sobre tudo o que Jesus fez e ensinou no primeiro tratado. Esse tratado é o terceiro evangelho. Está claro que Lucas quis informar tudo o que Jesus havia feito no evangelho e que agora ele quer informar sobre a continuação de sua obra.
No segundo versículo do primeiro capítulo, o autor diz que relatou até ao dia em que Jesus foi recebido no Céu após ter dado mandamentos pelo Espírito Santo aos apóstolos que Ele escolhera. Aqui, Jesus aparece aos seus ressuscitado, cheio de poder e soberania. No entanto, é interessante perceber que Ele fez isso pelo Espírito Santo. Se o próprio Jesus fez isso por meio do Espírito Santo, o que dizer de nós, seres humanos falhos que somos. Nunca devemos pensar que podemos alguma coisa, a não ser se for pela atuação do Espírito Santo em nós. Esse é o padrão que vai seguir ao longo de todo o livro de Atos, no qual o Espírito Santo tem um papel preponderante, que é o de impulsionar os seguidores de Jesus.
O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Trindade, tendo a incumbência de habitar no ser humano salvo, além de capacitá-lo e impulsioná-lo. O Espírito Santo tem grande papel na vida do descrente, convencendo-o do pecado, como diz João 16.8: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo”. Todavia, o Espírito Santo também tem um papel muito importante na vida do crente.
E o texto no início do livro de Atos continua dizendo que, depois de Jesus ter morrido, apareceu vivo, com muitas provas, apresentando-se aos apóstolos por 40 dias. Que paradoxo interessante; depois de padecido, apareceu vivo! Isso mostra que Deus tem todo o poder e que nem a morte é capaz de impedir seu plano de salvação do mundo. Jesus não queria deixar qualquer tipo de dúvida de que Ele havia ressuscitado. Em 1 Coríntios 15.6, Paulo descreve uma dessas muitas infalíveis provas: “Depois, foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também.” Jesus foi visto de uma só vez por mais de 500 irmãos, e muitos destes ainda estavam vivos mesmo depois do início do ministério do apóstolo Paulo.
“Falando do que respeita ao Reino de Deus” (At 1.3). O ensinamento de Jesus durante o período após sua ressurreição e ascensão não é relatado na Bíblia, mas aqui é informado que Ele tomou esse tempo para falar a respeito das coisas de Deus. Alguns agnósticos e ensinadores da Nova Era apontam que Jesus utilizou-se desse tempo para ensinar doutrinas estranhas e obscuras que precisam ser descobertas. Lucas, porém, enfatiza que Jesus passou esse tempo ensinando as mesmas coisas que Ele já fazia antes mesmo de sua morte e ressurreição — coisas concernentes ao Reino de Deus. Poucas foram as palavras para expressar uma grandeza de conteúdo, pois falar sobre as coisas do Reino de Deus deveria ser o assunto predileto de nossas conversas e reuniões, mesmo as casuais.
Cristo reina, “e o seu Reino não terá fim”, conforme o anúncio do anjo Gabriel à Maria (Lc 1.33). Ele é soberano. Ele mesmo disse que toda a autoridade nos céus e na terra era dada a Ele. Deveríamos, portanto, ir por todas as nações e ensinar a guardar tudo aquilo que nos foi dito por Ele. Só podemos ensinar porque foi o próprio Jesus quem nos deu a garantia de que Ele possui todo o poder. Trata-se de uma segurança, um respaldo de que não faremos isso em nosso nome, mas, sim, em nome de Jesus Cristo, o Todo-poderoso. Quando refletimos mais profundamente sobre isso, adquirimos coragem para poder falar do amor de Deus em Cristo para qualquer pessoa, desde o mais vil pecador àquele que se julga mais santo. Podemos, portanto, ter a confiança de que Jesus sempre nos dará o suporte necessário para realizarmos sua missão.
A Ordem de Jesus
Seguindo o texto, Jesus então ordenou seus discípulos que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai. Por que Jerusalém? Por que eles não poderiam voltar à sua terra natal?
Jesus já havia feito a sua obra, e seus discípulos não tinham mais nada a fazer a não ser esperar a vinda do Espírito Santo (a promessa do Pai). Jesus sabia que eles não conseguiriam fazer nada efetivamente até que o Espírito Santo viesse.
E é aqui que entra um verbo muito difícil na vida de qualquer cristão — esperar. Geralmente, somos apressados e ansiosos para conseguir qualquer coisa. Se Jesus disse para esperar, é porque algo realmente valia a pena. Significava que eles tinham uma promessa que viria, que a receberiam e que não havia nada que poderiam fazer para merecê-la. E também significava que eles seriam testados, pelo menos por um pouco de tempo. Quantas vezes também somos testados quando é o próprio Deus quem nos pede para esperar por algo. Ele testa nossa obediência assim como sempre exigiu daqueles que creem no seu nome. O profeta Samuel já havia repreendido o rei Saul e dito a ele que Deus mais se alegrava na obediência do que nos sacrifícios oferecidos a Ele (1 Sm 15.22). No entanto, nem sempre é fácil obedecer quando se espera uma promessa de Deus ser cumprida. Aqui, Jesus deixa claro que a promessa era do Pai, dita por Ele (Jesus); por isso, precisavam esperar. Podemos ter a confiança de que, se Deus prometeu, Ele irá cumprir. Se for para esperarmos na localidade onde estamos, então assim o faremos. Se for para mudar, como o Senhor disse a Abrão para sair do meio dos seus (Gn 12), então assim o faremos. A questão é obedecer à voz do Senhor e estar no lugar onde Ele manda-nos estar. A promessa não seria cumprida na Galileia, nem em Samaria, mas, sim, em Jerusalém.
Característica da Promessa
No versículo 5, Jesus explica que o batismo de João foi importante para o arrependimento, mas que agora o batismo seria de outra ordem com a efusão do Espírito Santo. Aquele mesmo Espírito que veio sobre Jesus em forma de uma pomba, quando de seu batismo em água por João Batista, viria sobre seus discípulos. Que privilégio Jesus está dizendo a esses homens: “Algo que só eu tive até agora, vocês terão também”. E o caminho está aberto para todos quantos têm sede disso, pois disse Pedro: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39).
Mediante a orientação e explicação de Jesus para os seus discípulos, eles perguntam-lhe se Jesus restauraria Israel naquele tempo. Eles não haviam entendido a promessa. Não era sobre quando, nem apenas sobre Israel — a terra deles. Os discípulos achavam que a promessa era apenas sobre a restauração da terra deles, ou seja, era uma visão egoísta para a promessa. Infelizmente, o ser humano é egoísta por natureza. Pensamos que a bênção que Deus quer dar para nós é apenas nossa, mas o tempo de espera e a promessa de Deus sobre nossas vidas têm uma amplidão maior que imaginamos. Jesus estava falando algo espiritual sobre o Espírito Santo; algo que possui valor muito maior do que qualquer física. O próprio Jesus ensinara algo acerca dessa realidade a esses discípulos por meio de uma parábola, quando conta a história de um homem rico cujo campo produziu com abundância. Somente Lucas registra essa parábola em que o homem diz para si mesmo que construiria celeiros maiores, que teria, então, bens para muitos anos, descansaria, comeria e beberia. E Deus então o adverte: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?” (Lc 12.16-20).
O Espírito Santo ainda não havia sido bem compreendido por aqueles homens, embora Jesus tivesse explicado seu papel em algumas ocasiões (Jo 14.17,26; 15.26,27; 16.13,14). Os discípulos, no entanto, preocupados com a restauração da terra de Israel, cogitam sua independência política sob um descendente de Davi. Jesus então lhes responde que não competia a eles saber sobre tempos e épocas que o Pai havia reservado para sua exclusiva autoridade. Nada de ficar cogitando momentos, tempos e especulando acerca daquilo que não sabemos. Jesus não diz que isso não acontecerá, mas apenas os adverte para não ficarem especulando quando. O que Jesus quis dizer àqueles homens é que Deus havia preparado um “tempo” novo para a humanidade — o estabelecimento da Igreja. Jesus não seria apenas o Rei de Israel, ou apenas o Senhor e Juiz do mundo, mas também a cabeça dessa Igreja, que é o corpo de Cristo. Era como se Deus desejasse dar um presente ao seu filho obediente até o fim, consumindo a obra de redenção. Esse presente seria o “corpo”, representante dEle na terra.
Efusão do Espírito
Para esse corpo existir, não somente pessoas de Israel fariam parte dele, mas também de todas as nações. O Espírito Santo teria esse papel de internacionalizar o evangelho, impulsionando-os a levar as Boas Novas para além de Jerusalém, Judeia, Samaria e confins da terra. Essa mensagem não poderia ser levada sem a capacitação do alto. A virtude ou poder do Espírito Santo seria recebida por eles e, então, seriam as testemunhas que Deus queria. Sem o Espírito Santo, não haveria esse poder (Dunamis) para um testemunho eficaz, nem avanço aos quatro cantos da terra, e, sem tal avanço, Cristo não voltaria para estabelecer seu Reino.
E, de fato, o Reino de Deus expandiu-se por todo o livro de Atos, onde vemos o estabelecimento e extensão da Igreja entre judeus e gentios mediante a gradual localização de centros de influência em pontos destacados do Império Romano, desde Jerusalém até Roma. Essa expansão não viria pelo poder humano, intelectual, financeiro, político ou militar. Seria pelo poder do Espírito Santo que atua em nós e age dentro e através de nós. Esse poder transformaria aqueles homens em testemunhas. Da área jurídica, uma testemunha é um vocábulo que significa uma pessoa que é interrogada num processo judicial. Não lhe cabe falar o que convém, mas apenas falar das coisas que viu e ouviu (At 4.20). Por isso, agora, os apóstolos de Jesus podiam ser testemunhas, porque o viram e ouviram seus ensinamentos. Porém, como se trata de realidades divinas, invisíveis, espirituais, o testemunho humano não é suficiente para convencer as pessoas. Somente o poder do Espírito Santo pode atestar o testemunho de Jesus de forma que tenha eficácia nas pessoas, fazendo-as crer ou rejeitar tal verdade. Esse Espírito é aquEle que, segundo Jesus, é o Espírito da verdade, que “não falará de si mesmo”, mas, como está escrito em João 16.14: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”.
É interessante notar que os apóstolos não recebem novos ensinamentos ou uma “nova revelação”. Eles teriam que falar dos mesmos ensinamentos que ouviram de Jesus, do que já testemunharam. A diferença agora é que falariam de “outra forma” que impactaria as pessoas, que atingiria o coração delas, pois teria o envolvimento do Espírito Santo.
A Ascensão de Cristo e a Espera da Promessa
Após Jesus ter dito essas palavras, Ele foi elevado às alturas até desaparecer entre as nuvens. Apareceu-lhes, então, dois anjos que lhe disseram: “Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (At 1.11). Que maravilha! Quem sabe, por alguns instantes, aqueles apóstolos ficaram tristes, já nostálgicos pela partida de seu Mestre, aquEle que significou tanto para vida deles. Mas como Deus é aquEle que conhece o coração humano e sempre tem uma palavra certa para animar-nos, não permitiu que aqueles homens ficassem tristes ou desesperançosos, mas, sim, que tivessem a garantia de que Ele voltaria novamente. Essa promessa certamente lhes trouxe a alegria e o ânimo de novo, pois o Pai desejava que eles estivessem encorajados para empreenderem a grande missão que estava à frente deles.
No fim dessa perícope (At 1.1-14), é-nos dito que os apóstolos voltaram para Jerusalém do monte Olival (das Oliveiras) — o local da agonia no jardim (Lc 22.39), que é o mesmo da sua exaltação e de sua segunda vinda (Zc 14.4). E foram direto ao cenáculo orar, junto com as mulheres, Maria, mãe de Jesus, e seus irmãos. É interessante notar que eles não ficaram ociosamente esperando, ou foram apenas cuidar de suas vidas enquanto a promessa não chegava. Eles entregaram-se à oração, mesmo recebendo tal promessa do próprio Senhor Jesus. Não foi, como alguns pensam: “Se Deus prometeu, Ele vai cumprir não importa o que eu faça”. Não. A promessa impulsionou-os a buscar mais ao Senhor e a perseverar na oração. Isso é maravilhoso, pois essa deve ser a atitude de cada crente que já recebeu as muitas promessas registradas na Bíblia para a sua vida, além de promessas específicas que podem ter recebido. Uma vida de oração e de busca ao Senhor deve caracterizar cada jovem ou qualquer pessoa que tenha o desejo de que os planos de Deus sejam cumpridos em sua vida (1 Ts 5.17).
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Henrique Pesch:
*Adquira o livro do trimestre. PESCH, Henrique. Poder Cura e Salvação: O Espírito Santo Agindo na Igreja em Atos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.