quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Lição 02 - 1º Trimestre 2020 - A Criação de Eva, a Primeira Mulher - Adultos.

Lição 2 - A Criação de Eva, a Primeira Mulher 

1ºTrimestre de 2020
ESBOÇO GERAL
I – A MULHER NO PLANO DE DEUS 
II – A CRIAÇÃO DA MULHER
III – A MISSÃO DA MULHER 
EVA, A MÃE DE TODOS OS VIVENTES
Claudionor de Andrade
Não foram muitos os teólogos que souberam avaliar o papel de Eva na História Sagrada. Vemo-la, às vezes, como aquela mulher que, descuidada e curiosa, deixou-se vencer pela velha e matreira serpente. Todavia, a primeira mulher haveria de revelar-se, depois da Queda, como uma sábia e arguta teóloga; ela não teria dificuldades para entender os planos de Deus. Neste tópico, portanto, consideraremos a sua criação, a sua transgressão e sua queda e, por último, o seu trabalho como auxiliar de Deus. 
1. A criação de Eva, a primeira mulher. Conforme vimos no capítulo anterior, Deus suscitou a primeira mulher dos costados do primeiro homem. Daquela costela, na qual se achavam as mais perfeitas células-tronco, o Pai Celeste criou Eva, um ser bem semelhante a Adão; uma ajudadora idônea, sábia e graciosa. Um milagre que ia além da genética; uma perfeição espiritual, psicológica e física.
Cabe, aqui, uma indagação: “Por que teve o Senhor de extrair a mulher do homem? Não lhe seria mais fácil e prático moldá-la a partir do mesmo pó com que Ele, sábio Criador, plasmara Adão, o primeiro ser humano?”. Ora, a resposta não exige muito exercício intelectual. Justamente por ser um Deus não apenas sapientíssimo, mas a própria sabedoria, foi que tirou a primeira varoa do flanco do primeiro varão.
Suponhamos que Eva fosse, à semelhança de Adão, tomada do pó da Terra, e não da costela deste. Nessa hipótese, ainda teríamos dois seres humanos. A humanidade, porém, seria impossível, porque não haveria um tronco genético comum. Além do mais, olhar-se-iam ambos como estranhos, e não como pertencentes à mesma espécie.
Entretanto, como Eva foi tomada de Adão, fizeram-se uma só carne, tornando possível o casamento, a sociedade, o Estado e a própria espécie humana. A doutrina do monogenismo genético é uma das mais importantes da Bíblia Sagrada, porquanto leva-nos a ver toda a raça humana como una e complementar, e não como um quebra-cabeça irremontável e absurdo. No Areópago, em Atenas, o apóstolo Paulo deixou esta proposição bastante clara aos filósofos epicureus e estoicos:
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração. (At 17.24-28)
Concluindo, Deus, ao suscitar a mulher do homem, tornou possível a espécie humana. Temos, no Gênesis, pois, não uma parábola mitológica, mas uma narrativa coerente, histórica e, em termos científicos, plenamente aceitável.   
2. O abandono de Eva e a sua transgressão. Se não lermos o capítulo três de Gênesis com atenção e discernimento, seremos induzidos a imaginar uma Eva simplória, tola e facilmente ludibriável. Mas essa imagem não corresponde à personalidade de nossa protogenitora. Nos poucos versículos que a descrevem, deparamo-nos com uma mulher sábia, educadíssima e com uma capacidade verbal impressionante. Neste ponto de nossa exposição, aparecerá alguém com uma pergunta que, embora pareça sábia, não revela sabedoria alguma: “Se a nossa primeira mãe possuía todos esses atributos, e outros que não foram declinados, como pôde deixar-se enganar pela serpente?”.
Não nos esqueçamos de que Eva não foi atraída a discutir com um ser irracional, asqueroso e rastejante como a serpente. Conquanto falasse com o réptil, na verdade, estava ela a dialogar com Satanás, que, ao encantar aquele animal e abrir-lhe a boca, fê-lo verbalizante e palrador. Antes que você me encaminhe outra pergunta, anteciparei a minha resposta: Sim, eu acredito piamente que a serpente falou, porque, nessa passagem, não há parábola ou apólogo, mas uma narrativa real, verídica e histórica. Se não aceitarmos a veracidade desse relato, teremos de ver como mentira o episódio no qual a jumenta de Balaão falou, repreendendo finamente o profeta grosseiro e louco (Nm 22.21-30).
Tenhamos em mente, pois, de que Eva foi enredada pelo mais arguto dos teólogos: o próprio Satanás que, ao longo da História Sagrada, ganharia outros nomes, apelidos, apodos e alcunhas. Ali, porém, em nada parecia com o Diabo que haveria de tentar Jesus, nem com o Dragão que sairá a seduzir as nações no Apocalipse. Sim, ali, querido leitor, estava um arguto e finório teólogo, com uma experiência de séculos e milênios, a tentar uma solitária mulher que, emocionalmente, ainda não acabara de sair de sua adolescência emocional. 
Ao escrever a Timóteo, o apóstolo Paulo esclarece-nos de que Eva foi, de fato, enganada e iludida pela teologia serpenteante de Satanás (1 Tm 2.14). Isso significa que a mulher não se rebelou conscientemente contra Deus, nem caiu na apostasia. Não estou inocentando-a; atenho-me tão somente ao texto bíblico. O próprio doutor dos gentios reconheceu a capacidade teológica de Satanás: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2 Co 11.3, ARA).
Querido leitor, antes que você me encarreire outra pergunta, antecipar-lhe-ei mais uma resposta. Eu, particularmente, não considero Satanás um verdadeiro teólogo. Se ele é o pai da mentira, como pode ser verdadeiro? E se não é verdadeiro, como pode ser teólogo? Afinal, a matéria-prima do teólogo genuinamente bíblico é a verdade — Jesus Cristo Nosso Senhor. 
Houve uma época, porém, em que o Diabo, conhecido então como o querubim ungido, era um celebrado teólogo nos céus; era perfeito em seus conhecimentos divinos. Mas, desde o dia em que se deixou levar pela soberba, passou de teólogo a um perigoso e letal operador da teologia. É bem possível que você já tenha se deparado com gente dessa espécie; alegam conhecer a Deus, mas nunca tiveram um encontro pessoal e experimental com o Senhor.
Infelizmente, Eva deixou-se engodar pela cantilena gnóstica: a busca de um conhecimento além do conhecimento divino. No Apocalipse, tal saber é classificado como as profundezas de Satanás (Ap 2.24). Tendo Eva já comido do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, oferece-o ao marido que, sem relutar e bem consciente do que fazia, também o come. E, comendo-o, transgride e peca contra o Senhor.
Naquele exato instante, abrem-se-lhes os olhos; o homem e a mulher assustam-se com a própria nudez; vergonha e culpa. Vê-se, pois, que o pecado adentrou o mundo por meio de Adão, e não de Eva. É o que o apóstolo Paulo escreve aos romanos: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12, ARA). Pobre Eva, como encararia, agora, o juízo divino?       
3. Eva, a auxiliar de Deus. Calada e indefesa, Eva ouve a acusação do esposo. Alega este que, se não fosse ela, estaria tudo bem; jamais haveria ele de comer ou sequer provar daquele fruto. Aliás, nem para a frondosa árvore, olharia. O que a mulher poderia apresentar em sua defesa? Limita-se a falar a verdade; não encobre qualquer fato: “A serpente me enganou, e eu comi” (Gn 3.13). 
Naquele julgamento, o depoimento de Eva foi o mais sincero e verdadeiro. Sim, a serpente, encantada por Satanás, iludiu-a com uma dialética irresistível; teologia e filosofia fundiram-se malignamente na boca do réptil. Entre as meias verdades e as meias mentiras do Inimigo que, a essas alturas, já era também Diabo, ela quebranta o mandamento divino.
Daquele momento em diante, além dos prejuízos espirituais, morais e emocionais, nossa primeira mãe teria de arcar, igualmente, com incômodos e dores em suas gravidezes e partos. E, finalmente, haveria de enfrentar um momento terminal: a morte física. Qual, pois, a sua perspectiva? 
Encerrado o juízo no Éden, ela e o esposo são despejados do jardim. O autor sagrado, para sublimar a elegância e o cavalheirismo de Deus, sutilmente observa: “O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado” (Gn 3.23, ARA). Naquele momento, o Supremo Juiz, levando em conta a fragilidade da mulher, tratou-a como um vaso mais fraco, prestes a quebrar-se.
Por essa razão, bane-a indiretamente do paraíso, por intermédio de seu esposo, que, de fato, era o grande responsável pela introdução do pecado no mundo, conforme acentua o doutor dos gentios (Rm 5.12). Por essa razão, Pedro aconselha os maridos a cuidarem da esposa com brandura e lhaneza: 
Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações. (1 Pe 1.7, ARA)
As palavras do apóstolo devem ser devidamente consideradas, porque ele, sendo casado, estava muito bem afeiçoado às lides conjugais.
Ao dialogar com a mulher, através da serpente, visava Satanás não apenas levá-la ao pecado, mas aliançar-se espiritualmente com ela, objetivando três coisas: privar o homem de uma companhia idônea e sábia; frustrar os planos de Deus quanto à humanidade; e, finalmente, extinguir a espécie humana ainda em seu nascedouro. Tais itens, aliás, constituem o fundamento do movimento feminista.
Já imaginou se todas as mulheres fossem inimigas do esposo? Este ficaria privado tanto da companhia feminina quanto de uma descendência, a fim de perpetuar-lhe o nome. Isso fatalmente haveria de acontecer, porquanto ela, ao dar ouvidos à voz do Maligno, rejeitaria ambas as missões para as quais fora criada: a conjugal e a maternal. Consequentemente, a espécie humana não demoraria a ser extinta, pois a mulher, como a nossa matriz genética por excelência, também acabaria por desaparecer. E, dessa forma, os planos de Deus, com respeito à criação da Terra, e também dos Céus, ver-se-iam frustrados.
Ao entabular aquela conversação com Eva, por meio de uma dialética irresistível, Satanás tinha em mente esvaziá-la de toda a sua feminilidade, para entulhá-la de um feminismo perverso e destruidor. Aliás, que feminismo não é destruidor e perverso? Esse objetivo do Maligno, presente em todas as agendas globalistas e esquerdistas, será amplamente implementada pelo Anticristo que, declaradamente, é um cruel inimigo do sexo feminino, conforme antecipa-nos o profeta Daniel: “Não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá” (Dn 11.37).
Para destruir as bases da aliança entre a serpente e a mulher, a essas alturas já bem sedimentadas, o Senhor decreta a inimizade entre ambas. Volta-se, então, ao réptil asqueroso, e declara ao Maligno: 
Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. (Gn 3.14,15, ARA)
Quebrada a fatídica aliança, torna-se Eva auxiliar do Criador. Já fora do Éden, coabita com Adão, concebe e dá à luz o seu primogênito. E, ao embalá-lo carinhosamente, faz-se teóloga, e glorifica a Deus: “Adquiri um varão com o auxílio do Senhor” (Gn 4.1, ARA). Mais adiante, após haver perdido Abel, seu filho caçula, sua teologia chega ao ápice. Conquanto tomada pela dor, enaltece a Deus pela chegada de Sete: “Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou” (Gn 4.25, ARA).Em sua missão de mãe e esposa, Eva alcança, pela fé nos méritos retroativos de Jesus, a salvação de sua alma. Cumpre-se plenamente, em sua vida, o que Paulo escreveria a Timóteo: 
E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Todavia, será preservada através de sua missão de mãe, se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom senso. (1 Tm 2.14, ARA)    
Texto extraído da obra “A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção”, editada pela CPAD.
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

sábado, 4 de janeiro de 2020

Lição 01 - 1º Trimestre 2020 - Um Anjo Visita Maria - Primários.

Lição 1 - Um Anjo Visita Maria 

1º Trimestre de 2020
OBJETIVO: Que o aluno compreenda como se deu o anúncio do nascimento de Jesus e que para Deus nada é impossível.
PONTO CENTRAL: Deus faz tudo no tempo e modo certo, para Ele não há impossíveis.
MEMÓRIA EM AÇÃO: “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.37).
Querido (a) professor (a), nesta nova revista teremos a oportunidade de ensinar nossos primários sobre a vida de Jesus Cristo, do seu nascimento à ressurreição. Nada mais oportuno nesta época de início de ano, em que seus alunos acabaram de comemorar o Natal, estudar um pouco mais sobre o anúncio da vinda e nascimento do nosso Salvador. Aproveite o tema para bater um papo com eles sobre como foi esta festividade em suas famílias, enfatizando o real significado desta data tão especial.
A nossa próxima aula será com base na narrativa de Lucas 1.26-38, quando o anjo Gabriel anunciou à Maria que ela daria a luz ao Filho de Deus. Sem dúvida o anúncio mais marcante da história da humanidade, nosso libertador estava a caminho. 
Que tal fazermos um megafone para que as crianças anunciem essa verdade maravilhosa, assim como Gabriel fez há mais de dois mil anos?! Além de promover o aprimoramento das funções motoras ao confeccionar o objeto, ainda trabalhará a criatividade e fixação da história.
Você vai precisar de folhas de papel cartão (ou rolos de papel higiênico ou papel toalha; neste caso seria bom pintá-los com guache ou cobri-los com outro papel colorido); fita adesiva ou cola quente (você que irá manusear) e o que mais dispuser para as crianças darem seu toque pessoal na decoração. Basta enrolar o papel cartão no formato de cone, prendendo com a fita adesiva e fixar a alça (rolo de papel) com cola quente. Veja os exemplos nas imagens abaixo e adapte como desejar.
 megafone
Explique que este é um objeto de ampliação de voz, para dar um maior alcance a uma mensagem importante. E qual mensagem seria mais importante do que esta, que o Salvador do mundo estava a caminho!? 
Após a aplicação das atividades propostas em sua revista, deixe que as crianças confeccionem o megafone e brinquem um pouco com ele, repitam o que Gabriel disse a Maria e o utilizem também para anunciar o versículo do nosso “Memória em Ação": “Porque para Deus nada é impossível” (Lucas 1.37).
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula! 

Lição 01 - 1º Trimestre 2020 - Quem são os Profetas Menores e qual é sua Mensagem? - Juvenis.

Lição 1 - Quem são os Profetas Menores e qual é sua Mensagem? 

1º Trimestre de 2020
“Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.” (1 Co 14.3)
OBJETIVOS
Apresentar
 o perfil dos profetas menores;
Demonstrar a importância do ofício profético no Antigo Testamento;
Contextualizar o propósito das profecias.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. CONTEXTO HISTÓRICO
2. QUEM ERAM OS PROFETAS MENORES?
3. O PROPÓSITO E A MENSAGEM DOS PROFETAS MENORES
Querido (a) professor (a), está preparado para a primeira aula do ano?! Aproveite que seus alunos estão de férias para elaborar mais atividades dinâmicas extraclasse, fortalecendo a comunhão entre eles, bem como o laço professor-aluno. Tais estratégias afetam de maneira surpreendentemente positiva o ambiente em sala de aula, melhorando de forma significativa o processo de ensino-apredizagem.
Em nossa próxima aula, vamos dar início ao estudo dos Profetas Menores e sua mensagem. O termo por ser acompanhado da palavra “menores” pode dar a falsa impressão de que se trata de uma coleção literária de importância secundária do Antigo Testamento, quando na verdade é de extrema importância na história do povo de Deus, tanto de ontem como também de agora, nos trazendo inúmeras lições ricas de coragem, fé, obediência, santificação, genuína espiritualidade, etc.
Desde a Antiguidade os judeus chamam esses livros de “Os Doze”, nomenclatura rabínica que parece mais apropriada, já que assim como os demais profetas bíblicos, estes receberam de Deus a mesma inspiração e autoridade. 
“Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor” (Os 6.3a). Sempre que tratamos dos livros proféticos do Antigo Testamento, o grande desafio, além de expor seu conteúdo teológico e doutrinário, é também o de demonstrar sua mensagem de ordem prática para vida da igreja atual – objetivo atingido na obra da CPAD que trata dos Doze Profetas Menores. Para adquiri-la clique aqui.
Nela há diversas informações e curiosidades interessantes sobre cada profeta, a estrutura de seu livro e a sua mensagem, e contextualização para nossos dias das questões sociais, políticas, familiares e espirituais que levaram esses servos do Senhor a alçar suas vozes contra o pecado que se fazia presente entre o povo escolhido é uma qualidade que reveste essa obra de importância.
Esses homens de Deus eram, sobretudo, pregadores morais e éticos, vigias, sentinelas levantados por Jeová para despertar e exortar suas respectivas gerações. 
Durante as dominações assíria, babilônica e persa, Deus levantou esses homens para ora conclamar o povo de Israel ao arrependimento, ora reanimá-los; e, em suas exortações proféticas, eles denunciaram e combateram contundentemente a corrupção, o abuso de autoridade, a injustiça social, a idolatria e o arrefecimento espiritual e a frouxidão moral do povo, o que atesta a atualidade premente dessas exortações para os nossos dias — ou melhor, para todas as épocas. 
No atual momento histórico da igreja evangélica brasileira, com a comprovação do seu crescimento numérico de forma surpreendente na última década, em especial a ala pentecostal, e mais especialmente a Assembleia de Deus, o estudo da mensagem dos Doze Profetas Menores é importantíssimo para que possamos avaliar nossa ação e testemunho como Igreja pela ótica divina por eles expressa.
O clamor dos profetas do Antigo Testamento é atualíssimo, pois estamos hoje diante dos mesmos desafios: manter íntegra nossa aliança com o Senhor, resistindo a todos os ataques do inimigo, e demonstrarmos com o nosso viver santo a realidade da mensagem de salvação.
Indico a leitura dessa obra, tão oportuna, e que certamente servira para despertar em todos os seus leitores um maior interesse não apenas em conhecer a mensagem dos Profetas Menores, mas de principalmente viver os valores espirituais, éticos e morais de origem divina por eles expressos. (Prefácio do livro sugerido, escrito pelo pastor Esequias Soares, líder da AD em Jundiaí – SP e da Comissão de Apologética da CGADB, escritor, membro da Casa de Letras Emílio Conde e comentarista da revista Lições Bíblicas da CPAD).
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Lição 01 - 1º Trimestre 2020 - Família, presente do Papai do Céu - Berçário.

Lição 01 - Família, presente do Papai do Céu 

1º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Mostrar às crianças quês família é um presente de Deus.
É hora do versículo: “Não é bom que o homem viva sozinho” (Gênesis 2.18).
Nesta lição, as crianças estudarão sobre a primeira família que o Papai do Céu criou: o papai, a mamãe e os seus filhos que viviam no Jardim do Éden. O Papai do Céu também criou a família do bebê para que todos se amem e vivam felizes. Aquelas crianças que não possuem pais biológicos, mesmo assim são abençoadas por possuírem pais adotivos ou até mesmo avós ou tios que são verdadeiras bênçãos para elas. As crianças deverão saber que tanto os pais biológicos, quanto os demais, devem ser igualmente respeitados e obedecidos por nós e são um verdadeiro presente.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem com tinta guache usando os dedinhos a fim de que os bebês visualizem melhor a lição prática. Diga que o Papai do Céu cuida da mamãe, do papai e do bebê com suas mãos fortes e poderosas.
coracao licao1 bercario
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário 

Lição 01 - 1º Trimestre 2020 - Um anjo visita Maria - Maternal.

Lição 1 - Um anjo visita Maria 

1º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Que a criança reconheça que Jesus é a promessa de Deus para nós. 
Para guardar no coração: “Ele cumpriu as promessas que fez [...]” (Lc1.54).
Seja bem-vindo 
“Professora, este é o primeiro domingo do ano. Receba seus alunos calorosamente e incentive-os para o novo ano que está começando. Não se esqueça de apresentar os novos alunos que provavelmente estão ingressando em sua turma. Aproveite esse momento para explicar que além dos novos coleguinhas, ao longo do trimestre vamos conhecer um amigo muito especial. Faça uma oração para iniciar a aula agradecendo a Deus por poderem estar juntos para aprender mais sobre Deus na Escola Dominical. Reserve alguns minutos para cantar com os alunos. Procure escolher cânticos que falem de Jesus, tema central das lições deste trimestre. Dê oportunidade para que um dos alunos recolha as ofertas. Enfatize a importância de contribuir com alegria. Apresente o versículo do dia e diga aos alunos que hoje eles aprenderão uma história que mostra que Deus é tão poderoso que pode fazer coisas que ninguém mais conseguiria” (Daniele Pereira).
Perfil da criança 
Em geral, as crianças de três e quatro anos...
• São ativas e ágeis.
• A maioria delas é amigável e gosta de brincar com outras crianças.
• São curiosas, anseiam por aprender e têm emoções estáveis.
• Gostam de cantar e fazer gestos.
• São egocêntricas.
(TRENT, John; OSBORNE, Rick; BRUNER, Kurt. Ensine sobre Deus às Crianças. Rio de janeiro: CPAD, 2007, p. 50) 
Subsídio professor
“Os anjos são seres espirituais que vivem na presença de Deus e fazem a vontade dEle. Somente dois anjos têm seus nomes mencionados nas Escrituras: Miguel e Gabriel. Mas há muitos outros anjos; eles são mensageiros de Deus. Em Lucas 1.19, somos informados de que Gabriel entregou uma mensagem especial a Zacarias. Isto não foi um sonho ou uma visão. O anjo apareceu em forma visível e falou de forma audível ao sacerdote.
Gabriel não apareceu apenas a Zacarias e a Maria; também havia aparecido ao profeta Daniel mais de quinhentos anos antes (Dn 8.15-17; 9.21). Cada vez que Gabriel apareceu, levou mensagens importantes da parte de Deus.
Se uma jovem solteira engravidasse, corria o risco de sofrer consequências desastrosas. A menos que o pai da criança concordasse em casar-se com ela, provavelmente permaneceria solteira por toda a vida. Se o pai da jovem a rejeitasse, ela poderia ser forçada a recorrer à mendicância ou à prostituição, a fim de sustentar-se. Maria, por declarar ter engravidado pelo Espírito Santo, também corria o risco de ser considerada louca. Apesar dos possíveis riscos, tranquila, Maria disse a Deus: ‘Cumpra-se em mim segundo a tua palavra’. Ao proferir estas palavras, certamente ela não tinha noção da grandiosa oportunidade que teria. Sabia apenas que Deus lhe pediu que o servisse, e ela de boa vontade obedeceria” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 1339, 1341, 1342). 
Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Lucas 1.26-38. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal

Lição 01 - 1º Trimestre 2020 - A minha Família É um Presente do meu Amigo - Jd. Infância.

Lição 01 - A minha Família É um Presente do meu Amigo 

1º Trimestre de 2020
Objetivos: Os alunos deverão aprender que o Papai do Céu criou a primeira família; e compreender que o Papai do Céu lhe deu uma família para amar. 
É hora do versículo: “Agradeçamos a Deus o presente que Ele nos dá [...]” (2 Co 9.15).
Nesta lição, as crianças estudarão sobre a primeira família que o Papai do Céu criou: o papai, a mamãe e os seus filhos que viviam no Jardim do Éden. O Papai do Céu também criou a nossa família para que todos se amem e vivam felizes. Aquelas crianças que não possuem pais biológicos, mesmo assim são abençoadas por possuírem pais adotivos ou até mesmo avós ou tios que são verdadeiras bênçãos para elas. As crianças deverão saber que tanto os pais biológicos, quanto os demais, devem ser igualmente respeitados e obedecidos por nós e são um verdadeiro presente.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem com tinta guache, giz de cera e glítter o desenho de uma família que é cuidada pelo Papai do com suas mãos fortes e poderosas.
coracao licao1 bercario
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 01 - 1º Trimestre 2020 - O Amigo do Noivo - Juniores.

Lição 1 - O Amigo do Noivo 

1º Trimestre de 2020
Texto Bíblico – João 3.22-30.
Prezado(a) professor(a),
Estamos iniciando o segundo ano do Currículo de Escola Dominical. Certamente seus alunos já fizeram uma belíssima caminhada no aprendizado da Palavra de Deus até aqui. Este é o momento que você, professor, deve recuperar o fôlego e reavaliar se as ações pedagógicas aplicadas até aqui surtiram o efeito esperado. Caso contrário, é tempo de realizar as mudanças necessárias para o aperfeiçoamento do seu trabalho.
Aproveite a ocasião e verifique o material utilizado, reveja se as dinâmicas foram apropriadas para a idade de seus alunos, pense como foi a receptividade da classe aos conteúdos ministrados e, sobretudo, veja como você trabalhou a afetividade com seus alunos. O bom relacionamento professor-aluno é fundamental para que o processo de ensino-aprendizagem aconteça de maneira eficiente.
Muito do que você ensina encontrará morada no coração de seus alunos se, de fato, estiverem abertos a ouvi-lo e sentirem que podem confiar que você não os reprovará por alguma resposta incorreta a respeito do conteúdo da lição, afinal de contas, a intenção é que eles aprendam os valores do Reino de Deus. Há casos de professores que atinam pelo caminho da repreensão e do castigo como formas de forçar seus alunos a aprenderem o conteúdo que está sendo ministrado, quando, na verdade, estão dificultando ainda mais o aprendizado. Além disso, tais práticas demonstram total falta de conhecimento pedagógico, haja vista que o papel do professor é facilitar a aprendizagem de seus alunos e fornecer as ferramentas adequadas para que eles se apropriem de forma eficaz do conteúdo da lição.
Iniciando os trabalhos para este ano a Lição Juniores deste trimestre tratará a respeito dos Amigos de Jesus. Seus alunos conhecerão um pouco mais sobre os personagens que participaram de modo especial da vida e ministério de Jesus. O primeiro mencionado na lição desta semana é João Batista. João, como ele se autodenominou, é conhecido como o amigo do Noivo, alguém que assiste o seu amigo e se alegra muito em ouvir a sua voz. João tinha consciência de quem ele era, um grande profeta chamado por Deus, alguém escolhido para ir adiante do Senhor e preparar o seu caminho.
O mais interessante no comportamento de João Batista é o seu exemplo de humildade. Em nenhum momento João se preocupa em ser reconhecido pelo trabalho que vinha realizando. Antes, a sua meta era levar seus seguidores a conhecer a Cristo. O comentário da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal discorre a respeito (2003, p. 1421):
Por que João Batista continuou a batizar depois que Jesus se manifestou? Por que ele também não se tornou um discípulo? João explicou que, pelo fato de Deus ter lhe dado uma tarefa, deveria continuar a executá-la até que Ele determinasse. O principal propósito de João era conduzir as pessoas a Cristo. Por isso, mesmo após o início do ministério de Jesus, João continuou a conduzir as pessoas a Ele.
A prontidão de João em diminuir sua importância demonstra uma humildade incomum. Pastores e outros líderes cristãos podem ser tentados a enfocar mais o sucesso de seu ministério do que Cristo. Tome cuidado com aqueles que enfatizam mais as suas realizações do que o Reino de Deus.
Esse cuidado deve ser estendido a todos os crentes, inclusive aos seus alunos. Mostre para eles que somos chamados por Deus para servi-Lo de modo que o nome dEle apareça e seja engrandecido. Explique aos seus alunos que os dons e talentos que Deus nos concede são ferramentas que Ele dispõe para que o nome de Jesus Cristo se torne ainda mais conhecido e não o nosso. Ensine aos seus alunos que devem rejeitar qualquer vaidade ou egoísmo que tente impedi-los de servir a Deus com satisfação. Lembre-os de que a nossa alegria deve ser em se doar para que o nome do Senhor seja glorificado e as pessoas sejam salvas.

Lição 01 - 1º Trimestre 2020 - A Necessidade de um Salvador - Pré Adolescentes.

Lição 1 - A Necessidade de um Salvador 

1º Trimestre de 2020
A lição de hoje encontra-se em: João 1.1-14
Caro(a) professor(a),
Estamos iniciando mais um trimestre do Novo Currículo de Escola Dominical. Este é o momento em que você deve fazer uma pausa para avaliar o trabalho realizado, verificar a metodologia e os conteúdos que já foram ministrados. Talvez tenha algum assunto que os seus alunos tiveram dificuldade para abstrair, aproveite e abra espaço para perguntas e sugestões.
A lição deste primeiro trimestre tem como título “O Maravilhoso Plano da Salvação”. Por intermédio deste estudo seus alunos conhecerão as etapas do plano que Deus traçou para salvação da humanidade. Desde a compreensão da necessidade de um Salvador até a entrada na vida eterna, seus alunos trilharão uma longa caminhada rumo ao conhecimento da vontade de Deus para suas vidas. 
Na lição de hoje, iniciaremos os trabalhos aprendendo em que consiste o plano redentor de Deus para a humanidade. Antes de qualquer coisa é importante entendermos que a salvação é uma necessidade. Não há ninguém que possa alegar que não precise da salvação, até mesmo aqueles que não acreditam nesta verdade ou pensam que o castigo eterno é neste mundo, carecem de ser salvos.
A Palavra de Deus é fiel e tem se cumprido de forma precisa a cada dia, e a condição humana diante de Deus permanece a mesma: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Esta é uma verdade difícil para muitos reconhecerem, pois é natural que sejamos encorajados a olhar para as nossas qualidades e pensamos que temos alguma coisa boa que Deus possa olhar para nós e nos achar dignos de merecer alguma bênção. Acontece que essa condição não depende do que fazemos de bom para Deus ou mesmo para as pessoas. Essa é a condição em que o homem se encontra desde que pecou contra Deus no jardim do Éden. A Bíblia nos mostra que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).
Sendo assim, todos estão na mesma condição de condenação diante de Deus. Há somente um meio pelo qual o ser humano pode alcançar a justiça diante de Deus: crendo naquEle que justifica o pecador e redime a sua culpa. Na Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 1704), o comentarista discorre a respeito do termo graça:
No Antigo Testamento Deus revelou-se como o Deus da graça e misericórdia, demonstrando amor para com o seu povo, não porque este merecesse, mas por causa da fidelidade de Deus à sua promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó (ver Êx 6.9). Os escritores bíblicos dão prosseguimento ao tema da graça como sendo a presença e o amor de Deus em Cristo Jesus, transmitidos aos crentes pelo Espírito Santo, e que lhes outorga misericórdia, perdão, querer e poder para fazer a vontade de Deus (Jo 3.16; 1 Co 15.10; Fp 2.13; 1 Tm 1.15,16). Toda atividade da vida cristã, desde o seu início até o fim, depende desta graça divina.
Após tomarmos conhecimento do modo como Deus manifesta o seu amor, parece difícil entender como alguém pode ser perdoado não havendo feito nada para merecer tamanho perdão. Mas é assim que Deus nos ama: “Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.6-8). Pode parecer estranho, mas é assim que Deus manifesta o seu grandioso amor. Não merecíamos e não há nada que façamos por merecer, mas, mesmo assim, Ele se dispôs a nos amar de tal maneira que entregou o seu próprio Filho para morrer em nosso lugar e, assim, ficássemos livres da culpa dos pecados. Desde então, tudo o que o ser humano deve fazer é crer no meio que Deus usou para salvar a humanidade, isto é, crendo na morte de Cristo sobre a cruz e em sua ressurreição.
Reforce o ensinamento da lição de hoje através da seguinte atividade: Peça aos alunos para organizarem-se em duplas. Em seguida, distribua folhas de papel A4 e lápis para os alunos. Peça que escrevam o que o seu amigo da dupla merece ganhar de presente neste início de ano. Ao final, todos deverão trocar os papéis. Explique que tudo quanto o aluno desejou para o seu amigo deverá ler para si mesmo. Mostre para eles que não somos merecedores de nada. Tudo o que recebemos de Deus é por sua graça e bondade. Ao final, distribua saquinhos de bombons para todos os alunos.

Lição 01 - 1º Trimestre 2020 - A Imagem do Deus Invisível - Adolescentes.

Lição 1 - A Imagem do Deus Invisível 

1º Trimestre de 2020
ESBOÇO DA LIÇÃO
1 – O FILHO DE DEUS SE FEZ CARNE
2 – JESUS – O HOMEM DEUS
3 – JESUS – O DEUS HOMEM
OBJETIVOS
Explicar
 que o único caminho pelo qual podemos ser salvos é Jesus;
Ensinar que Jesus possui atributos que evidenciam a sua divindade;
Mostrar todas as características que evidenciavam a humanidade de Jesus.
Quem é Jesus para nós hoje?
Marcelo Oliveira de Oliveira
Ravi Zacharias, importante apologista cristão, descreve assim a respeito do prognóstico da suposta crise de identidade a respeito de Jesus Cristo no Ocidente:
Na década de 1980, assisti a uma palestra proferida em conjunto por Francis Shaeffer e C. Everett Koop, ex-cirugião geral dos Estados Unidos. Naquela conversa, Schaffer fez um comentário que me pegou de surpresa. Ele disse que nós, do Ocidente, estávamos nos aproximando do dia em que o nome de Jesus não seria reconhecido pelo jovem comum; e se fosse reconhecido, nenhum fato histórico sobre Ele seria conhecido. Na época, achei sua declaração um pouco difícil de engolir e me perguntei se ele havia dito isso apenas para ser provocativo. Porém, uma geração mais tarde, isso está parecendo ser bem verdade. Acho um tanto surpreendente o fato de o nome de Jesus ser profanado com muita regularidade – e isso não acontece apenas no Ocidente. Ninguém se atreveria a usar o nome de Maomé da mesma forma. E com certeza nenhum hindu que conheço usaria o nome de qualquer uma de suas divindades com tal desrespeito.1   
A descrição de Ravi Zacarias traz muita exatidão para o problema. O Jesus apresentado em muitos lugares simplesmente não é o Jesus das Escrituras Sagradas. Há uma tendência de apresentar Jesus no debate público ou em outros lugares de maneira completamente distorcida. O “crucificado” não é apresentado. O Rei nem um pouco é mencionado. O Salvador, o Messias, desprezado. Sim, para muitos, infelizmente, o Cristo bíblico é rechaçado. Isso acontece porque o Jesus da Bíblia não se encaixa em qualquer ideologia humana ou modismos doutrinários. Pode-se até fazer um recorte do que Ele diz e fez para encaixar no próprio pensamento, mas ignorando as implicações incômodas do Cristo, o Filho do Deus vivo. 
É preciso não envergonhar-se de proclamar o Cristo da Bíblia: O Crucificado e o Ressuscitado.     
(Texto extraído da obra “Jesus Cristo - Filho do Homem, Filho de Deus”, CPAD, 2020.)

1 ZACHARIAS, Ravi. Quem é Jesus: Contrapondo sua Verdade à Falsa Espiritualidade dos Dias Atuais. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.166. 

Lição 01 - 1º Trimestre 2020 - A Necessidade de um Salvador - Jovens.

Lição 1 - A Necessidade de um Salvador 

1º Trimestre de 2020
Introdução
I-A Queda e a Promessa de um Salvador
II-As Profecias Messiânicas no Antigo Testamento
III-OCumprimento da Promessa
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Compreender os eventos narrados em Gênesis de 1-3;
Refletir sobre o papel das profecias messiânicas no Antigo e Novo Testamento;
Identificar o nascimento de Jesus como um dos eventos centrais da história da humanidade.
Palavras-chave: Jesus Cristo.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria de Marcelo Oliveira:

INTRODUÇÃO
O ser humano caiu e precisou de um salvador. Deus não ficou passivo à queda dele e providenciou um plano de redenção. Esse plano foi anunciado pelo próprio Deus e pelos santos profetas no Antigo Testamento. No Novo Testamento se cumpriu a promessa. O maior evento aconteceu e o mundo conheceu a maravilhosa luz que alumia todos os homens. Jesus Cristo foi revelado como o Filho Unigênito de Deus. 
Neste capítulo, nosso objetivo é introduzi-lo ao assunto da Cristologia, mostrando o porquê de ter sido necessário a vinda de um salvador ao mundo. Compreender o Salvador é alcançar o sentido da vida. Encontrá-lo é identificar o supremo bem da vida. Porfiemos, então, por amar mais ao Senhor e imitar o seu exemplo: nisso consiste a verdadeira felicidade. 
I – A QUEDA E A PROMESSA DE UM SALVADOR
A Bíblia traz uma mensagem de esperança. Tudo começou no Éden, onde a tragédia humana se instalou e o cuidado de Deus se revelou. Desde o início o Deus Criador foi em busca do ser humano. 
Éden: onde tudo começou
O livro de Gênesis revela a origem do ser humano, onde Deus é o Criador que delineou um lugar especial para que o ser humano cuidasse: o Jardim do Éden. Nesse lugar, a árvore da vida estava disponível ao homem e tudo o quanto Deus havia disponibilizado a ele (Gn 2.8). A exceção era apenas uma: a árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao ser humano não lhe era autorizado comer da árvore: “E o SENHOR Deus ordenou ao homem: — De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá” (Gn 2.16). Nesse sentido, o livro mostra a soberania de Deus sobre a sua criação, bem como sua maravilhosa bondade e favor ao arquitetar um plano a fim de que o ser humano executasse o propósito divino. Entretanto, no jardim, algo de errado ocorreu. 
Um dos temas centrais do livro de Gênesis diz respeito à entrada do pecado no mundo e o seu impacto sobre a história humana. Assim relata o texto bíblico de Gênesis: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto e comeu; e deu também ao marido, e ele comeu. Então os olhos de ambos se abriram; e, percebendo que estavam nus, costuraram folhas de figueira e fizeram cintas para si” (Gn 3.6-,7). A tragédia foi consumada, pois o desejo de serem iguais a Deus dominou-lhes o coração, a pulsão pela independência atraiu-lhes à ilusão de tomar as próprias decisões à revelia das ordenanças e do propósito do Criador. O ser humano desobedeceu-Lhe, rebelando-se contra o propósito divino. O ser humano caiu.     
É importante ressaltar que Deus não é o autor do pecado ou do mal. O texto bíblico de Gênesis mostra exatamente isso. A causa do pecado foi o uso egoístico da vontade humana em rejeitar a vontade divina. A decisão humana em pecar contra o Criador teve consequências individuais e coletivas, desde a pessoa à sociedade. Stanley Ellisen, estudioso do Antigo Testamento, escreve exatamente nesse sentido:
Sem esse registro [relato da queda em Gênesis], seria difícil determinar a origem do pecado ou do mal. Gênesis demonstra claramente que o Criador não criou o pecado ou o mal. Ele surgiu de dentro do coração de Adão e Eva. A sua causa estava no uso egoísta da vontade humana de rejeitar a vontade soberana de Deus, desobedecendo-lhe. 
Ao entrar no mundo, o pecado começou a multiplicar-se imediatamente. Isso é descrito em Gênesis 4-6. Do coração do primeiro casal passou ao lar, aos filhos e depois a toda a sociedade. O resultado é descrito em 6:12-12: “A terra estava... cheia de violência” e “todo ser vivente havia corrompido o seu caminho”. (Grifos meus)1     
O teólogo Bruce R. Marino também pontua a livre escolha moral como o fator que engatilhou a prática do pecado:
Finalmente, é crucial observar que o pecado deles começou na sua livre escolha moral, e não na tentação (a que poderiam ter resistido: 1 Co 10.13; Tg 4.7). Isto é, embora a tentação os incentivasse a pecar, a serpente não colheu o fruto tampouco os forçou a comê-lo. O casal optou por assim fazer. (Grifo meu)2   
Se o livro de Gênesis destaca a tragédia do pecado do ser humano, ele também enfatiza a ação de Deus em livrar o ser humano dessa tragédia. O Deus Criador não ficaria passivo diante de tal estado. O Antigo Testamento revela a graça de Deus de maneira progressiva (Noé, Abraão, Moisés, os profetas etc.), no sentido de prover livramento para a humanidade. O terceiro capítulo de Gênesis revela que o Deus Criador teve a iniciativa graciosa de elaborar um plano de salvação para a humanidade (Gn 3.15).  
O incansável cuidado de Deus conosco
No livro de Gênesis está escrito assim: “E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o SENHOR Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás?” (3.8,9). Esse texto relata o confronto direto de Deus com Adão. Esse confronto, se por um lado revela a responsabilização divina do pecado adâmico; por outro, mostra o Criador tomando a iniciativa em ir ao encontro do homem pecador. Essa foi a forma de Deus inquirir ao homem a respeito de suas escolhas e decisões. Ao mesmo tempo em que está claro que o Criador agiria no sentido de auxiliá-lo nas consequências de sua escolha. 
Outro texto de Gênesis diz: “E chamou Adão o nome de sua mulher Eva, porquanto ela era a mãe de todos os viventes. E fez o SENHOR Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles e os vestiu” (3.20,21). Dois pontos chama-nos a atenção no texto: (1) Adão nomeia a mulher, em que “Eva” significa “doadora de vida”; (2) o Criador veste Adão e Eva. Esses dois pontos destacam a mulher como mãe de toda a humanidade, isto é, a história do ser humano não acabaria ali, pois ainda havia esperança. Se por um lado, Eva seria o ponto de partida do cumprimento do advento daquele que, mais tarde, diria: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (Jo 7.38); por outro, o trecho bíblico revela a preocupação e o cuidado de Deus para com o casal naquele momento. Esses dois episódios revelariam que havia esperança para a humanidade. A tragédia não ficaria daquele jeito. Deus não ficaria passivo diante de tal desastre existencial e espiritual. Ainda havia esperança para o ser humano. 
A esperança por um salvador
Há um texto bíblico, mencionado anteriormente, que é considerado como o protoevangelho, isto é, a primeira boa notícia revelada de maneira implícita no Antigo Testamento: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Aqui, está a promessa de que Cristo Jesus nasceria de uma mulher. Se a tragédia do pecado teve um protagonismo da mulher, a redenção viria também por um instrumento feminino, Maria, a mãe de Jesus: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. [...] Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus, E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus” (Lc 1.28,30,31). A esperança de um salvador brota das Escrituras do Antigo Testamento.
O desdobramento da promessa do proto evangelho torna-se realidade em Jesus Cristo, onde Ele herdaria o “trono de Davi” e reinaria “na casa de Jacó” para sempre (Lc 1.32,33). Essa promessa seria corroborada por uma quantidade imensa de profecias do Antigo Testamento que seriam pronunciadas pelos profetas ao longo do período monárquico de Israel. Essa profecias conformariam a chegada do “ungido” de Deus, aquele que dividiria a história da humanidade em duas etapas. O mundo não mais seria o mesmo. A Casa de Israel seria transtornada e a luz que alumia todos homens resplandeceria no mundo. 
As profecias que confirmam todos esses acontecimentos são denominadas de profecias messiânicas. Assunto que passamos agora a abordar.   
II – AS PROFECIAS MESSIÂNICAS NO ANTIGO TESTAMENTO
As profecias messiânicas revelam a natureza da promessa feita pelo Criador no Jardim do Éden. Os profetas as anunciaram e o Novo Testamento as confirmaram. Elas revelam a fidelidade incondicional de Deus com sua Palavra. Quando Deus fala, Ele realiza.
O que são profecias messiânicas
Um dos postulados mais caros dos autores do Novo Testamento é o de que Jesus Cristo é o Messias e que, consequentemente, é o cumprimento inequívoco do Antigo Testamento. Assim, muitos textos do Novo Testamento mostram claramente a intenção dos autores neotestamentários em demonstrar isso ao público leitor.  
Os Evangelhos atestam essa perspectiva em que Cristo é apresentado como o cumprimento do Antigo Testamento, como no texto de Mateus 8.15-17 em que o evangelista remete as expulsões dos demônios e as curas que Jesus fazia ao cumprimento literal de Isaías 53.4,5.  No livro dos Atos dos Apóstolos, Lucas registra o episódio em que Filipe, o diácono-evangelista, explica o cumprimento das Escrituras do Antigo Testamento em Jesus Cristo ao eunuco (Atos 8.30-35). E, finalmente, a Carta aos Hebreus é o tratado mais profundo a respeito de Jesus Cristo ser o herdeiro de tudo o que Deus falou por meio dos profetas (1.1).  
Nesse sentido, podemos afirmar que as profecias messiânicas são o conjunto daquelas profecias, reveladas no Antigo Testamento, que se cumpriram fielmente no ministério de Jesus, bem como outras que se cumprirão fielmente nEle por ocasião de sua gloriosa vinda. 
Análise de algumas profecias messiânicas
Tomaremos como exemplo de profecias messiânicas para uma análise bem célere os textos de Isaías 9.1-7 e Miqueias 5.2.
O texto de Isaías 9.1-7 fala a respeito do advento e do poder de um Libertador que guiaria o povo de Deus. Esse libertador seria o Messias. Nessa profecia podemos destacar seis características que atestam que Jesus Cristo é esse Messias, o libertador profetizado pelo profeta Isaías: (1) o versículo 1 é uma referência ao seu ministério na Galileia (veja Mt 4.13-15); (2) o versículo 2 é uma referência a Jesus como luz de salvação e esperança ao povo (veja Mt 4.16); (3) o versículo 3 é uma referência à entrada dos gentios à família da fé (veja Atos 15.13-18); (4) os versículos 4 e 5 seria uma referência de que Ele traria a paz e quebraria todo jugo e opressão (veja Mt 11.28-30); (5) o versículo 6 atestaria o nascimento de nosso Senhor de modo que seria chamado de maravilhoso conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (veja Is 7.14; cf. Mt 1.23; Rm 5.1; 8.2); (6) o versículo 7 é uma referência ao reinado que não tem fim (veja Lc 1.32,33).     
O texto de Miqueias 5.2 é uma profecia que faz referência ao local geográfico de onde viria o Messias, o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O Evangelho de Mateus (2.1-6) narra com riquezas de detalhes o nascimento de Jesus em Belém da Judeia e cita claramente a profecia de Miqueias (vv.5,6). Ora, por que as profecias messiânicas são importantes?4    
III – O CUMPRIMENTO DA PROMESSA
As profecias messiânicas mostram que as Sagradas Escrituras são divinamente inspiradas, inerrantes, suficientes e que convergem para o maior evento do mundo: Jesus de Cristo. Ele é o Deus que veio ao mundo em forma de uma criança, e que cresceu na graça e no conhecimento, diante de Deus Pai e dos homens. Ele é o maior “evento” que aconteceu na Terra. Chamamos evento porque nosso Senhor não era simplesmente homem, Ele era Deus; não era simplesmente Deus, Ele era homem. Uma novidade inaudita: Deus se fez homem e habitou entre nós! 
A encarnação do Filho de Deus trouxe uma nova esperança que há muito havia desaparecido entre os hebreus. Entretanto, essa esperança alcançou a humanidade inteira, pois foi por ela que nosso Senhor Jesus Cristo morreu. A Bíblia também diz que “ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus” (Jo 1.18). Ele é o Filho único enviado pelo Pai que deu-nos o privilégio de sermos também chamados filhos de Deus. É isso que representa o milagre da encarnação do Filho de Deus. Foi a concretude do maravilhoso plano divino de nos tornarmos filhos de Deus por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor. 
A pessoa de Jesus Cristo ― seu nascimento, ministério, crucificação, morte, ressurreição e ascensão ― é o coração da fé cristã. Tudo se inicia com Jesus e se encerra com Cristo. Por isso, neste livro falaremos sobre Jesus como o homem divino e humano, o Cristo que é Deus e é homem. O Cristo que se revelou ao mundo por meio da experiência humana. Mas também o Cristo que é o “Deus conosco”. Segundo as Escrituras Sagradas, os Evangelhos revelam um Cristo que conhece as nossas dores e, por isso, intercede por nós. Assim, a partir da pessoa de Jesus descobrimos o sentido verdadeiro da vida, pois nEle fomos justificados, redimidos dos nossos pecados e selados pelo Espírito Santo da Promessa como propriedade exclusiva de Deus (Ef 1.13,14; 1 Pe 2.9,10). Tudo isso foi profetizado no Antigo Testamento e confirmado no Novo.
CONCLUSÃO
Este capítulo tratou de introduzir o assunto “Jesus Cristo – Filho do Homem, Filho de Deus”. Vimos que tudo começou no Éden. Passamos pela busca de Deus pelo ser humano pecador. Chegamos às profecias que anunciaram o advento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. E também passamos pelo cumprimento dessa maravilhosa promessa.
Jesus Cristo é o maior “evento” que já aconteceu no mundo. Estudá-lo é uma grande oportunidade de conhecê-lo e amá-lo mais. Manter a comunhão com Jesus, o Cristo, passa pelo firme compromisso de sermos iguais a Ele. O desafio é grande, o compromisso é imenso. Mas quando olhamos para Jesus, aquele que em tudo é perfeito, podemos olhar para nós mesmos. Então, pela perfeição de dEle podemos corrigir as nossas imperfeições. Esse é o convite para hoje!  
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2004.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: Editora CPAD, 1995.                                                                           
*Adquira o livro do trimestre. Jesus Cristo: Filho do Homem: Filho de Deus. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2004, p.21.
2 HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p.268.
3 Ressaltamos também que a doutrina pentecostal a respeito da Cura Divina nesses textos que explicam enfaticamente que há cura na expiação de Cristo, não só espiritual, mas física mesmo. Além disso, a história do Movimento Pentecostal no mundo confirma que Jesus curou e tem curado milhares de pessoas. Para aprofundamento dessa importante doutrina pentecostal leia Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, 2006, pp.501-34.4 Os textos bíblicos usados aqui foi uma adaptação da Bíblia de Estudo Pentecostal, pp.581,1006. Evidentemente que há muitos outros textos que confirmam as profecias messiânicas como Gênesis 49.10; Deuteronômio 18.15-18; Isaías 7.14; 42.1-7; Daniel 7.13,14; Zacarias 9.9; bem como uma variedade de salmos messiânicos: 2; 18; 21; 72; 84; e outros.

Lição 01 - 1º Trimestre 2020 - Adão, o Primeiro Homem - Adultos.

Lição 1 - Adão, o Primeiro Homem 

1º Trimestre de 2020
ESBOÇO GERAL
I – A DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM 
II – A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA
III – A CRIAÇÃO DE ADÃO, O PRIMEIRO SER HUMANO
IV – A MISSÃO E A TAREFA DO HOMEM 
A DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM
Claudionor de Andrade
Quando comecei a estudar teologia sistemática, não imaginava que essa ciência pudesse ser tão prática e devocional. Em meus 17 anos, considerava-a uma disciplina, cuja finalidade era apenas periférica: ornar-me o intelecto e a oratória. Decorridos todos esses anos, passei a vê-la não como um lustre, mas como um exercício espiritual. Quando biblicamente alicerçada, leva-nos a magnificar o nome de Deus e a exaltá-lo como o Criador e Mantenedor de todas as coisas.
Neste tópico, veremos por que a doutrina do homem constrange-nos a amar a Deus e ao próximo. A fim de a conhecermos com mais propriedade, teremos de defini-la, estabelecer-lhe o lugar no escorço da teologia sistemática, observar-lhe os fundamentos e delinear-lhe os principais objetivos.  
1. Definição. A doutrina bíblica do homem é o ensino sistemático das verdades referentes ao ser humano encontradas nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos. Essa disciplina tem como objetivo estabelecer o lugar do homem na criação terrena e no Reino dos Céus.        
No âmbito da Teologia Sistemática, a doutrina bíblica do homem é conhecida como antropologia — uma palavra técnica formada por dois vocábulos gregos: antropos, homem e logia, estudo ou discurso racional. 
2. O lugar da antropologia na teologia sistemática. O verdadeiro teólogo jamais colocará o homem acima de Deus, pois conhece experimental e pessoalmente o Criador, e não ignora os limites da criatura. Logo, a genuína antropologia bíblica virá sempre depois da teologia em si: a reflexão acerca do Ser de Deus. 
Na seara do labor teológico, a antropologia tem de ser bíblica e teológica, porquanto o homem foi criado por Deus e pertence a Deus (Ez 18.4). Todavia, a teologia propriamente dita jamais será antropológica. Os que assim a lavram incorrem na blasfêmia tão comum aos poetas gregos e romanos, que, em seus versos, exaltavam a criatura em detrimento do Criador (Rm 1.25).
Se a teologia sistemática tiver, como capítulo inicial, a antropologia e fizer da antropologia o fundamento de suas reflexões, na verdade, não será teologia, apesar de seu escopo e aparência. Teremos aí uma mera e blasfema antropologia filosófica, posto que o seu autor, ao elaborá-la, não tinha como foco o Ser de Deus — a Teontologia. Quando isso ocorre, não surge apenas uma antropologia filosófica, mas uma teologia liberalizante e antibíblica, que, canonizando o homem como a medida de todas as coisas, profana o nome do Deus Único e Verdadeiro. 
Atualmente, alguns esquerdistas católicos, a fim de tornar a Teologia da Libertação mais palatável às Américas Central e do Sul, já começam a dar-lhe um nome que não lembra Marx ou Lênin, mas nem por isso deixa de ser marxista e leninista. Refiro-me à Teologia Ecológica. Condoendo-se das matas e dos bichos, esse arremedo teológico ignora, na prática, os órfãos, as viúvas e os desamparados. 
A verdadeira teologia bíblica não é apenas sistemática; é imperativamente orgânica: tem de começar com Deus, o Ser Supremo por excelência, e há de encerrar-se com a manifestação do Reino, que o Pai Celeste vem preparando-nos desde a mais remota eternidade. Em seu escorço, o homem é apenas um servo; a primazia é toda de Deus em Jesus Cristo.  
3. Fundamentos. O principal fundamento da doutrina bíblica do homem encontra-se, obviamente, na Bíblia Sagrada. Inspirados pelo Espírito Santo, os profetas e apóstolos apresentam, com autoridade e clareza, a real hierarquia dos seres. Em primeiro lugar, Deus, o Criador e Mantenedor de todas as coisas. Logo em seguida, aparecem os santos anjos e o ser humano — as criaturas racionais, cuja missão é amar e servir ao Senhor com todo o entendimento.   
Além da Bíblia Sagrada, temos como fontes auxiliares o nosso Credo, a Declaração de fé da Assembleia de Deus no Brasil e os livros-texto referendados por nossas autoridades eclesiásticas. 
Não nos esqueçamos de que a teologia, para ser válida, tem de ser trabalhada no âmbito da Igreja de Cristo. Quando urdida nas academias, sem a supervisão do Santo Ministério, corre o risco de fazer-se herege e apóstata. A experiência eclesiástica mostra que os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, constituídos pelo Espírito Santo, são a garantia da biblicidade e pureza de nossa doutrina (Ef 4.11-14).   
4. Objetivos. A teologia sistemática não é um fim em si mesma; não pode limitar-se ao gabinete pastoral, nem deve ser encerrada nos limites estreitos e ditatoriais da academia. A verdadeira teologia bíblica, quer sistematizada quer por sistematizar-se, há de gerar almas e serviços ao Reino de Deus. Se não o fizer, assemelhar-se-á às múmias que vi no Museu do Cairo. Apesar de encerradas em preciosos sarcófagos, não têm vida; podem ser até admiráveis, como de fato o são, mas nunca lograrão conduzir o pecador, já arrependido, ao Céu.
A antropologia bíblica mostra a sua real utilidade, ao responder às perguntas que boa parte dos seres humanos ainda faz, por ignorar a Palavra de Deus. Daqui a pouco, trataremos dessas indagações. Você e eu, querido leitor, mui provavelmente já as fizemos nalgum período de nossa vida. Hoje, na condição de ministros do Senhor, não podemos agir como a Esfinge descrita por Sófocles (497-405 a.C.). Temos de responder, sempre com base na Bíblia Sagrada, as indagações que nos são encaminhadas todos os dias.
Com sua cabeça de mulher e corpo de leão, a Esfinge afligia os moradores de Tebas, propondo-lhes um enigma complicado e mortífero: “Que animal anda pela manhã sobre quatro patas, a tarde sobre duas e a noite sobre três?”. Segundo a lenda, muita gente foi devorada pelo monstro. O quebra-cabeça só viria a ser elucidado por Édipo, filho de Laio, rei de Tebas, que, desafiado pela esfinge, respondeu-lhe que o ser humano era o animal em questão. Afinal, o homem, quando bebê, engatinha; no ápice da força, caminha ereto; mas, ao envelhecer, apoia-se numa bengala para ir e vir. Ao invés de ser devorado, Édipo forçou o monstro a precipitar-se num abismo. 
Em minha estada no Egito, já nas bordas de Gizé, deparei-me com uma colossal estátua semelhante à de Sófocles. Esta não tinha cabeça de mulher; trazia a carranca do faraó que lhe custeara o fabrico. Suas feições, conquanto mudas, eram cheias de ruindades e indiferenças; o nariz quebrado aumentava-lhe a ferocidade da catadura. Pelo jeito com que os turistas olhavam-na, tive a impressão de que ela repetia a mesma pergunta de sua congênere de Tebas.
A esfinge de Sófocles, ao propor o enigma aos habitantes de Tebas, era teológica ou antropológica? A questão era, sem dúvida alguma, antropológica: descrevia admiravelmente a peregrinação do ser humano na terra dos viventes. Mas, ao formulá-la, não era nem teológica nem antropológica, mas zoológica, pois não via, na criatura humana, a imagem e a semelhança de Deus. Aos seus olhos, o Criador e o homem não passavam de meros animais — o segundo cópia do primeiro; ambos descartáveis e prontos a ser devorados pela incredulidade. Não foi o que Paulo escreveu aos romanos? Atentemos às palavras do apóstolo: 
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. (Rm 1.20-23, ARA)
A esfinge de Sófocles é o fiel retrato de alguns teólogos que andejam por nossos arraiais. Em seus livros, apostilas e sermões, ao invés de proclamar a mensagem da cruz, arvoram-se como a Esfinge de Tebas. São altivos e soberbos, e propõem os mais loucos enigmas ao povo de Deus. Exibindo um hebraico que não possuem e ostentando um grego que não conhecem, assombram a congregação, alegando que só podem entrar nos arcanos divinos os que conhecem os profetas e os apóstolos no original. Assemelham-se eles aos gnósticos, que, mentindo, ensinavam estar o conhecimento divino limitado a uma elite privilegiada. E, dessa forma, desconstruindo a Palavra de Deus, afastam os santos dos Céus e lançam, no lago de fogo, os que anseiam pela salvação em Jesus Cristo. O Filho de Deus, porém, no auge de seu ministério terreno, enalteceu o Pai por revelar os mistérios da salvação aos simples e pequeninos: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11.25).
O objetivo da antropologia, genuinamente bíblica, não é propor enigmas, mas responder às perguntas que o ser humano, desde a sua expulsão do Éden, não cessa de formular: Quem sou eu? De onde vim? O que represento? Qual a minha missão? E para onde vou? Existe realmente um Ser Supremo a quem devo prestar contas de meus atos? 
Além disso, a antropologia bíblica mostra a dependência do homem em relação a Deus, o Criador e Mantenedor de todas as coisas. Sempre com base nos profetas e apóstolos, ela testifica que o ser humano jamais foi um fim em si mesmo. Fomos criados por Deus e postos neste mundo, para administrá-lo de conformidade com as leis e diretrizes que o Senhor nos deixou em sua Palavra — a Bíblia Sagrada. Fomos criados por Deus e para Deus.   
Quando nos aprofundamos na antropologia Bíblica, conscientizamo-nos de que ela é amorosamente redentora. Seu principal objetivo é conduzir-nos à plena comunhão com o Pai Celeste por intemédio de Jesus Cristo, o Homem Perfeito.  
Finalmente, a verdadeira antropologia bíblica apresenta-se como um instrumento didático, por meio do qual o Espírito Santo consola-nos quanto ao nosso destino eterno. Somos redimidos pelo sangue de Jesus Cristo. E, hoje, já na condição de filhos de Deus, temos acesso ao trono da graça. Agora, querido irmão, somos coerdeiros dos santos do Antigo e do Novo Testamentos. Nessa condição, somos vistos por Deus como santos e justos; apesar de sermos ainda imperfeitos, somos recebidos, por Ele, como seus filhos amados.    
Texto extraído da obra “A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção”, editada pela CPAD.