terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Lição 01 - 1º Trimestre 2020 - A Necessidade de um Salvador - Jovens.

Lição 1 - A Necessidade de um Salvador 

1º Trimestre de 2020
Introdução
I-A Queda e a Promessa de um Salvador
II-As Profecias Messiânicas no Antigo Testamento
III-OCumprimento da Promessa
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Compreender os eventos narrados em Gênesis de 1-3;
Refletir sobre o papel das profecias messiânicas no Antigo e Novo Testamento;
Identificar o nascimento de Jesus como um dos eventos centrais da história da humanidade.
Palavras-chave: Jesus Cristo.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria de Marcelo Oliveira:

INTRODUÇÃO
O ser humano caiu e precisou de um salvador. Deus não ficou passivo à queda dele e providenciou um plano de redenção. Esse plano foi anunciado pelo próprio Deus e pelos santos profetas no Antigo Testamento. No Novo Testamento se cumpriu a promessa. O maior evento aconteceu e o mundo conheceu a maravilhosa luz que alumia todos os homens. Jesus Cristo foi revelado como o Filho Unigênito de Deus. 
Neste capítulo, nosso objetivo é introduzi-lo ao assunto da Cristologia, mostrando o porquê de ter sido necessário a vinda de um salvador ao mundo. Compreender o Salvador é alcançar o sentido da vida. Encontrá-lo é identificar o supremo bem da vida. Porfiemos, então, por amar mais ao Senhor e imitar o seu exemplo: nisso consiste a verdadeira felicidade. 
I – A QUEDA E A PROMESSA DE UM SALVADOR
A Bíblia traz uma mensagem de esperança. Tudo começou no Éden, onde a tragédia humana se instalou e o cuidado de Deus se revelou. Desde o início o Deus Criador foi em busca do ser humano. 
Éden: onde tudo começou
O livro de Gênesis revela a origem do ser humano, onde Deus é o Criador que delineou um lugar especial para que o ser humano cuidasse: o Jardim do Éden. Nesse lugar, a árvore da vida estava disponível ao homem e tudo o quanto Deus havia disponibilizado a ele (Gn 2.8). A exceção era apenas uma: a árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao ser humano não lhe era autorizado comer da árvore: “E o SENHOR Deus ordenou ao homem: — De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá” (Gn 2.16). Nesse sentido, o livro mostra a soberania de Deus sobre a sua criação, bem como sua maravilhosa bondade e favor ao arquitetar um plano a fim de que o ser humano executasse o propósito divino. Entretanto, no jardim, algo de errado ocorreu. 
Um dos temas centrais do livro de Gênesis diz respeito à entrada do pecado no mundo e o seu impacto sobre a história humana. Assim relata o texto bíblico de Gênesis: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto e comeu; e deu também ao marido, e ele comeu. Então os olhos de ambos se abriram; e, percebendo que estavam nus, costuraram folhas de figueira e fizeram cintas para si” (Gn 3.6-,7). A tragédia foi consumada, pois o desejo de serem iguais a Deus dominou-lhes o coração, a pulsão pela independência atraiu-lhes à ilusão de tomar as próprias decisões à revelia das ordenanças e do propósito do Criador. O ser humano desobedeceu-Lhe, rebelando-se contra o propósito divino. O ser humano caiu.     
É importante ressaltar que Deus não é o autor do pecado ou do mal. O texto bíblico de Gênesis mostra exatamente isso. A causa do pecado foi o uso egoístico da vontade humana em rejeitar a vontade divina. A decisão humana em pecar contra o Criador teve consequências individuais e coletivas, desde a pessoa à sociedade. Stanley Ellisen, estudioso do Antigo Testamento, escreve exatamente nesse sentido:
Sem esse registro [relato da queda em Gênesis], seria difícil determinar a origem do pecado ou do mal. Gênesis demonstra claramente que o Criador não criou o pecado ou o mal. Ele surgiu de dentro do coração de Adão e Eva. A sua causa estava no uso egoísta da vontade humana de rejeitar a vontade soberana de Deus, desobedecendo-lhe. 
Ao entrar no mundo, o pecado começou a multiplicar-se imediatamente. Isso é descrito em Gênesis 4-6. Do coração do primeiro casal passou ao lar, aos filhos e depois a toda a sociedade. O resultado é descrito em 6:12-12: “A terra estava... cheia de violência” e “todo ser vivente havia corrompido o seu caminho”. (Grifos meus)1     
O teólogo Bruce R. Marino também pontua a livre escolha moral como o fator que engatilhou a prática do pecado:
Finalmente, é crucial observar que o pecado deles começou na sua livre escolha moral, e não na tentação (a que poderiam ter resistido: 1 Co 10.13; Tg 4.7). Isto é, embora a tentação os incentivasse a pecar, a serpente não colheu o fruto tampouco os forçou a comê-lo. O casal optou por assim fazer. (Grifo meu)2   
Se o livro de Gênesis destaca a tragédia do pecado do ser humano, ele também enfatiza a ação de Deus em livrar o ser humano dessa tragédia. O Deus Criador não ficaria passivo diante de tal estado. O Antigo Testamento revela a graça de Deus de maneira progressiva (Noé, Abraão, Moisés, os profetas etc.), no sentido de prover livramento para a humanidade. O terceiro capítulo de Gênesis revela que o Deus Criador teve a iniciativa graciosa de elaborar um plano de salvação para a humanidade (Gn 3.15).  
O incansável cuidado de Deus conosco
No livro de Gênesis está escrito assim: “E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o SENHOR Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás?” (3.8,9). Esse texto relata o confronto direto de Deus com Adão. Esse confronto, se por um lado revela a responsabilização divina do pecado adâmico; por outro, mostra o Criador tomando a iniciativa em ir ao encontro do homem pecador. Essa foi a forma de Deus inquirir ao homem a respeito de suas escolhas e decisões. Ao mesmo tempo em que está claro que o Criador agiria no sentido de auxiliá-lo nas consequências de sua escolha. 
Outro texto de Gênesis diz: “E chamou Adão o nome de sua mulher Eva, porquanto ela era a mãe de todos os viventes. E fez o SENHOR Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles e os vestiu” (3.20,21). Dois pontos chama-nos a atenção no texto: (1) Adão nomeia a mulher, em que “Eva” significa “doadora de vida”; (2) o Criador veste Adão e Eva. Esses dois pontos destacam a mulher como mãe de toda a humanidade, isto é, a história do ser humano não acabaria ali, pois ainda havia esperança. Se por um lado, Eva seria o ponto de partida do cumprimento do advento daquele que, mais tarde, diria: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (Jo 7.38); por outro, o trecho bíblico revela a preocupação e o cuidado de Deus para com o casal naquele momento. Esses dois episódios revelariam que havia esperança para a humanidade. A tragédia não ficaria daquele jeito. Deus não ficaria passivo diante de tal desastre existencial e espiritual. Ainda havia esperança para o ser humano. 
A esperança por um salvador
Há um texto bíblico, mencionado anteriormente, que é considerado como o protoevangelho, isto é, a primeira boa notícia revelada de maneira implícita no Antigo Testamento: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Aqui, está a promessa de que Cristo Jesus nasceria de uma mulher. Se a tragédia do pecado teve um protagonismo da mulher, a redenção viria também por um instrumento feminino, Maria, a mãe de Jesus: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. [...] Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus, E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus” (Lc 1.28,30,31). A esperança de um salvador brota das Escrituras do Antigo Testamento.
O desdobramento da promessa do proto evangelho torna-se realidade em Jesus Cristo, onde Ele herdaria o “trono de Davi” e reinaria “na casa de Jacó” para sempre (Lc 1.32,33). Essa promessa seria corroborada por uma quantidade imensa de profecias do Antigo Testamento que seriam pronunciadas pelos profetas ao longo do período monárquico de Israel. Essa profecias conformariam a chegada do “ungido” de Deus, aquele que dividiria a história da humanidade em duas etapas. O mundo não mais seria o mesmo. A Casa de Israel seria transtornada e a luz que alumia todos homens resplandeceria no mundo. 
As profecias que confirmam todos esses acontecimentos são denominadas de profecias messiânicas. Assunto que passamos agora a abordar.   
II – AS PROFECIAS MESSIÂNICAS NO ANTIGO TESTAMENTO
As profecias messiânicas revelam a natureza da promessa feita pelo Criador no Jardim do Éden. Os profetas as anunciaram e o Novo Testamento as confirmaram. Elas revelam a fidelidade incondicional de Deus com sua Palavra. Quando Deus fala, Ele realiza.
O que são profecias messiânicas
Um dos postulados mais caros dos autores do Novo Testamento é o de que Jesus Cristo é o Messias e que, consequentemente, é o cumprimento inequívoco do Antigo Testamento. Assim, muitos textos do Novo Testamento mostram claramente a intenção dos autores neotestamentários em demonstrar isso ao público leitor.  
Os Evangelhos atestam essa perspectiva em que Cristo é apresentado como o cumprimento do Antigo Testamento, como no texto de Mateus 8.15-17 em que o evangelista remete as expulsões dos demônios e as curas que Jesus fazia ao cumprimento literal de Isaías 53.4,5.  No livro dos Atos dos Apóstolos, Lucas registra o episódio em que Filipe, o diácono-evangelista, explica o cumprimento das Escrituras do Antigo Testamento em Jesus Cristo ao eunuco (Atos 8.30-35). E, finalmente, a Carta aos Hebreus é o tratado mais profundo a respeito de Jesus Cristo ser o herdeiro de tudo o que Deus falou por meio dos profetas (1.1).  
Nesse sentido, podemos afirmar que as profecias messiânicas são o conjunto daquelas profecias, reveladas no Antigo Testamento, que se cumpriram fielmente no ministério de Jesus, bem como outras que se cumprirão fielmente nEle por ocasião de sua gloriosa vinda. 
Análise de algumas profecias messiânicas
Tomaremos como exemplo de profecias messiânicas para uma análise bem célere os textos de Isaías 9.1-7 e Miqueias 5.2.
O texto de Isaías 9.1-7 fala a respeito do advento e do poder de um Libertador que guiaria o povo de Deus. Esse libertador seria o Messias. Nessa profecia podemos destacar seis características que atestam que Jesus Cristo é esse Messias, o libertador profetizado pelo profeta Isaías: (1) o versículo 1 é uma referência ao seu ministério na Galileia (veja Mt 4.13-15); (2) o versículo 2 é uma referência a Jesus como luz de salvação e esperança ao povo (veja Mt 4.16); (3) o versículo 3 é uma referência à entrada dos gentios à família da fé (veja Atos 15.13-18); (4) os versículos 4 e 5 seria uma referência de que Ele traria a paz e quebraria todo jugo e opressão (veja Mt 11.28-30); (5) o versículo 6 atestaria o nascimento de nosso Senhor de modo que seria chamado de maravilhoso conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (veja Is 7.14; cf. Mt 1.23; Rm 5.1; 8.2); (6) o versículo 7 é uma referência ao reinado que não tem fim (veja Lc 1.32,33).     
O texto de Miqueias 5.2 é uma profecia que faz referência ao local geográfico de onde viria o Messias, o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O Evangelho de Mateus (2.1-6) narra com riquezas de detalhes o nascimento de Jesus em Belém da Judeia e cita claramente a profecia de Miqueias (vv.5,6). Ora, por que as profecias messiânicas são importantes?4    
III – O CUMPRIMENTO DA PROMESSA
As profecias messiânicas mostram que as Sagradas Escrituras são divinamente inspiradas, inerrantes, suficientes e que convergem para o maior evento do mundo: Jesus de Cristo. Ele é o Deus que veio ao mundo em forma de uma criança, e que cresceu na graça e no conhecimento, diante de Deus Pai e dos homens. Ele é o maior “evento” que aconteceu na Terra. Chamamos evento porque nosso Senhor não era simplesmente homem, Ele era Deus; não era simplesmente Deus, Ele era homem. Uma novidade inaudita: Deus se fez homem e habitou entre nós! 
A encarnação do Filho de Deus trouxe uma nova esperança que há muito havia desaparecido entre os hebreus. Entretanto, essa esperança alcançou a humanidade inteira, pois foi por ela que nosso Senhor Jesus Cristo morreu. A Bíblia também diz que “ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus” (Jo 1.18). Ele é o Filho único enviado pelo Pai que deu-nos o privilégio de sermos também chamados filhos de Deus. É isso que representa o milagre da encarnação do Filho de Deus. Foi a concretude do maravilhoso plano divino de nos tornarmos filhos de Deus por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor. 
A pessoa de Jesus Cristo ― seu nascimento, ministério, crucificação, morte, ressurreição e ascensão ― é o coração da fé cristã. Tudo se inicia com Jesus e se encerra com Cristo. Por isso, neste livro falaremos sobre Jesus como o homem divino e humano, o Cristo que é Deus e é homem. O Cristo que se revelou ao mundo por meio da experiência humana. Mas também o Cristo que é o “Deus conosco”. Segundo as Escrituras Sagradas, os Evangelhos revelam um Cristo que conhece as nossas dores e, por isso, intercede por nós. Assim, a partir da pessoa de Jesus descobrimos o sentido verdadeiro da vida, pois nEle fomos justificados, redimidos dos nossos pecados e selados pelo Espírito Santo da Promessa como propriedade exclusiva de Deus (Ef 1.13,14; 1 Pe 2.9,10). Tudo isso foi profetizado no Antigo Testamento e confirmado no Novo.
CONCLUSÃO
Este capítulo tratou de introduzir o assunto “Jesus Cristo – Filho do Homem, Filho de Deus”. Vimos que tudo começou no Éden. Passamos pela busca de Deus pelo ser humano pecador. Chegamos às profecias que anunciaram o advento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. E também passamos pelo cumprimento dessa maravilhosa promessa.
Jesus Cristo é o maior “evento” que já aconteceu no mundo. Estudá-lo é uma grande oportunidade de conhecê-lo e amá-lo mais. Manter a comunhão com Jesus, o Cristo, passa pelo firme compromisso de sermos iguais a Ele. O desafio é grande, o compromisso é imenso. Mas quando olhamos para Jesus, aquele que em tudo é perfeito, podemos olhar para nós mesmos. Então, pela perfeição de dEle podemos corrigir as nossas imperfeições. Esse é o convite para hoje!  
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2004.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: Editora CPAD, 1995.                                                                           
*Adquira o livro do trimestre. Jesus Cristo: Filho do Homem: Filho de Deus. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2004, p.21.
2 HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p.268.
3 Ressaltamos também que a doutrina pentecostal a respeito da Cura Divina nesses textos que explicam enfaticamente que há cura na expiação de Cristo, não só espiritual, mas física mesmo. Além disso, a história do Movimento Pentecostal no mundo confirma que Jesus curou e tem curado milhares de pessoas. Para aprofundamento dessa importante doutrina pentecostal leia Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, 2006, pp.501-34.4 Os textos bíblicos usados aqui foi uma adaptação da Bíblia de Estudo Pentecostal, pp.581,1006. Evidentemente que há muitos outros textos que confirmam as profecias messiânicas como Gênesis 49.10; Deuteronômio 18.15-18; Isaías 7.14; 42.1-7; Daniel 7.13,14; Zacarias 9.9; bem como uma variedade de salmos messiânicos: 2; 18; 21; 72; 84; e outros.

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