terça-feira, 9 de junho de 2020

Lição 11 - 2º Trimestre 2020 - Uma Herança conquistada pela Fé - Jovens.

Subsídios Lições Bíblicas - Jovens

Lição 11 - Uma Herança conquistada pela Fé 

2º Trimestre de 2020
Por Reynaldo Odilo
Introdução 
Depois de anunciar que há tempo para todo o propósito debaixo do sol, Salomão descreveu os diversos tempos que incidem, na ocasião propícia, sobre toda a humanidade, começando pelos mais elementares deles: tempo de nascer e tempo de morrer (Ec 3.1,2).  O primeiro deles é essencial para o início de qualquer narrativa e acontece sem qualquer interferência ou resistência do nascente, sendo que, diversas circunstâncias do nascimento (família, local do nascimento, tipo de parto, etc.), acontecem em decorrência das escolhas dos pais. Por exemplo, o nascimento de Jesus em Belém da Judeia aconteceu porque seus pais, José e Maria, foram se alistar naquele lugar. Outras questões, porém, são escolhas de Deus (DNA, sexo do bebê, cor dos olhos... apesar de, às vezes, existirem tentativas antiéticas de manipulações genéticas).
O segundo desses tempos primordiais e inexoráveis a todo ser vivo, o dia da morte, entretanto, possui características bem distintas. Via de regra, ninguém o planeja e dá-se de maneira imprevisível, daí o ditado de que “a morte chega sem mandar aviso”. Ao invés do contentamento e sorrisos, próprios dos nascimentos, em face da fagulha de esperança pela vinda de um novo ser, quando chega a morte, tristeza e choro são as marcas distintivas desse momento. O nascimento é episódio para ser lembrado; já a morte, por seu turno, evento para ser esquecido. Diante disso, normalmente as pessoas comentam, com alegria, sobre os nascimentos de entes queridos, mas preferem não falar sobre suas mortes. De qualquer jeito, queiramos ou não, vida e morte são faces de uma mesma moeda. E Deus, em sua Palavra, recomenda que aprendamos a reconhecer o tempo da nossa partida deste mundo: “Faze-me conhecer, Senhor, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta quanto sou frágil” (Sl 39.4).
O Senhor auxilia nessa tarefa, dando aos homens todos os sinais de que o “dia da transição” se aproxima. A pessoa começa a ficar com os cabelos grisalhos, a pele enruga, as forças gradativamente diminuem, a visão fica turva, os dentes caem da boca... (A descrição poética disto tudo também foi feita por Salomão, Ec 12). O maior pregador do século XX, Billy Graham, do alto dos seus 93 anos, observando as dificuldades da velhice, disse que ela “não é para os fracos”.1 Ele, sem dúvida, foi a prova dessa afirmação, pois mesmo sentindo os severos efeitos do Mal de Parkinson, doença que lhe afligia, esforçou-se grandemente para manter sua produção intelectual e evangelística quando o corpo não queria obedecer aos comandos da sua mente. Mesmo assim, continuou dando frutos na senilidade (ele morreu um pouco mais novo do que Josué).
Reconhecer que o tempo da partida se aproxima, assim, não é uma tarefa tão difícil, pois as manifestações no corpo físico são evidentes e a morte, no fim da estrada, termina se tornando uma necessidade. Aliás, o maior apologista do século XX, C.S. Lewis, compreendia que a morte era uma necessidade da humanidade, não por questões fisiológicas, mas por aspectos espirituais, pois se o homem fosse imortal, diante do seu orgulho e lascívia cada vez mais aumentados, com o passar do tempo, “ele progrediria de simples homem decaído para a categoria de demônio, possivelmente além de qualquer possibilidade de redenção”.2  Assim, com a morte, esse perigo foi evitado.
Destarte se, por um lado, o nascimento de uma criança traz a mensagem que se renova a esperança para o mundo, por outro, a morte propaga uma comunicação ainda mais importante: faça as escolhas corretas, antes que seja tarde demais! Por isso mesmo está escrito que é melhor ir para uma casa onde há luto do que para uma festa (Ec 7.2).
Essa regra vale para todos os homens, por esse motivo disse Deus a Josué: “Já estás velho, entrado em dias...” (Js 13.1). O grande general, de tantas batalhas, que havia presenciado as pragas no Egito, transposto o Mar Vermelho, caminhado 40 anos pelo deserto, atravessado o Rio Jordão e conquistado 31 cidades-estados ou reinos, agora, com mais de 100 anos, recebia o anúncio do seu Comandante, que estava chegando a hora de partir e, portanto, deveria ultimar as providências. Esse conselho, aliás, Deus o daria em outras ocasiões. Ezequias, por exemplo, recebeu a informação divina: “Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás” (Is 38.1). O próprio Jesus sabia que o tempo de sua morte era chegado (Jo 13.1, 3, 18.4, 19.28) e, por isso, deu as últimas instruções aos discípulos, concluindo, com êxito, sua missão.
Josué, da mesma forma, recebendo a orientação celestial, concluiu a divisão da Palestina, que tinha começado na Transjordânia, sob Moisés, quando as tribos de Rúben, Gade e metade de Manassés receberam como herança as terras a leste do Jordão. Agora, no lado oeste do rio, na terra de Canaã propriamente dita, no arraial em Gilgal, Judá recebeu herança no Sul e Efraim, e a meia tribo de Manassés receberam herança no Norte, mas não somente isso: os territórios inconquistados na periferia de Canaã (Js 13.2-6, 18.1-10) também seriam distribuídos entre todas as demais tribos. Dessa forma, os hebreus manteriam a postura vigilante da guerra, sem “tirarem a armadura”, até que toda terra fosse possuída. 
I - A Divisão do Sul de Canaã
1. A partilha da terra conquistada
Assim, Josué, no arraial em Gilgal, começou dividindo os reinos do Sul (Js 10), os quais ficaram com Judá. Em seguida, distribuiu o território conquistado no Norte de Canaã (Js 11) aos filhos de José, Efraim e Manassés, que tiveram prioridade em face da primogenitura outorgada a José (1 Cr 5.1). A partilha foi feita por meio de sorteio, o que “era aceito como um decreto procedente de Deus”,3 nos termos das regras daquela dispensação: “A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a disposição” (Pv 16.33). Nos últimos dias, porém, Deus nos tem falado pelo Filho (Hb 1.1).
Estava chegando ao fim a carreira do grande estadista Josué, mas ainda com a ocupação inacabada. Deus havia prometido uma faixa territorial bem maior, mas muito não foi conquistado e, por isso, o quinhão se tornou pequeno para tanta gente, razão pela qual Josué precisou fiscalizar tudo de perto, inclusive porque a região já estava mais ou menos ocupada.4
2. A herança de Judá e de Calebe
Os hebreus que entraram em Canaã eram pessoas doutrinadas e, por conseguinte, reconheciam a ordem de prioridades estabelecidas por Deus nos escritos proféticos. Eles, por isso, não fizeram nenhuma rebelião quando a tribo de Judá ficou com a melhor e maior parte da herança. Afinal, reconheciam que Judá tinha a primazia, porque era poderoso entre os irmãos e dele viria o Soberano (1 Cr 5.2), recebendo assim os territórios ao Sul (Js 10).
Dos filhos de Judá, sem sombra de dúvida, havia uma espécie de herói nacional, Calebe. Não só porque era um dos homens mais idosos do arraial, mas, sobretudo, por sua fé inabalável em Deus, a tal ponto que se pode afirmar, como dizia C.S. Lewis, que ele tinha familiaridade com o Criador, conhecia-o como a uma pessoa, um amigo, acreditando totalmente nas suas palavras, possuindo uma verdadeira obstinação na fé. Assim, Calebe deu mostras sobejas de que confiava nEle “além das evidências, mesmo contra muitas evidências”,5  por ocasião do evento histórico em Cades Barneia, quando, 45 anos antes, incentivou o povo a crer nas promessas de Deus (Js 14.10-12) e, por isso, quase foi morto, porque suas ideias confrontavam as evidências trazidas por 10 dos seus 11 companheiros de expedição, os espias. Calebe nunca deixou que sua felicidade dependesse de algo que poderia morrer. Dessa forma, mesmo passado décadas, e com a morte de milhares de companheiros, amigos de infância, irmãos, etc., todo o seu amor continuava intenso pelo Eterno, pois era o único Amado de sua alma.6  Caso não fosse, a revolta por incontáveis perdas poderia tê-lo contaminado, levando-o à falência espiritual. Ele, porém, no fim dos dias, estava firme e forte.
Em face dessa intimidade com o Altíssimo, antes da distribuição da terra, esse grande homem disse a Josué que se sentia com a força e disposição de um guerreiro, reivindicando o Monte Hebrom, que tinha sido a herança prometida por Deus, ainda no tempo de Moisés. Josué, por conhecer bem o amigo, assim como se lembrando da profecia, concedeu o pedido do decano de Judá. Calebe preferiu se antecipar e fazer o pedido a Josué para demonstrar aos seus irmãos que o mais importante não era a providência, aquela ou outra terra, mas a promessa de Deus. Todo aquele que serve ao Senhor na juventude não será por Ele esquecido na velhice.
Israel já tinha conquistado a cidade de Hebrom (Js 10.37), mas não o monte que era guarnecido por gigantes, os filhos de Anaque, guerreiros grandemente temidos, os quais, segundo os estudiosos, eram ascendentes de Golias e que teriam sido eles quem espancaram a esperança da conquista de Canaã dos 10 espias (Nm 13.33). Destarte, o território prometido a Calebe, um dos mais protegidos e perigosos da Terra Prometida, seria conquistado por um ancião de 85 anos. Deus estava humilhando a falta de fé dos homens incrédulos e tardos de coração.
O verbo hebraico usado ao se referir àquela batalha foi yarash (Js 15.14; Jz 1.20, ARA) traduzido como expulsar, mas que também traz a conotação de desapropriar ou fazer perder a herança, dando a entender que quando os gigantes viram o velho Calebe e seus guerreiros subirem à peleja deixaram suas posições fortificadas e abandonaram Hebrom. Calebe foi à luta pela sua herança, mas, após a desapossar, entregou-a aos levitas e também se tornou uma cidade de refúgio.
3. A herança de Acsa
Os pais geram impressões indeléveis na vida dos filhos. Sempre. Seja para o bem ou para o mal. Nas celebrações dos 90 anos de fundação da Igreja Assembleia de Deus, em Belém do Pará, no ano de 2001, estavam presentes Ivar Vingren, filho de Gunnar Vingren, e Débora, filha do missionário Daniel Berg. Em certo culto, quando Ivar tomou a palavra, fizeram-lhe a seguinte pergunta: “Quais são as lembranças que você tem de seu pai?”. Ele respondeu: “Não me lembro de muita coisa sobre meu pai, pois quando ele morreu eu era bem pequeno, mas me recordo muito bem de vê-lo, de joelhos, orando em seu quarto. Lembro-me de que ele era um homem de oração”. Ivar Vingren seguiu os passos do seu pai e também se tornou um missionário.
No caso da filha de Calebe, Acsa, o exemplo de seu pai lhe deixou marcas profundas. Diante disso, houve um episódio tão marcante, que o Senhor fez questão de registrá-lo em duas oportunidades (Js 15.16-19; Jz 1.12-15). Assim como Calebe, Acsa mostrou a importância de se lutar por seus ideais. Deus selecionou esse fato para mostrar que as pessoas deveriam agir com essa mesma tenacidade. 
Acsa foi dada como esposa do jovem Otniel, que viria a ser juiz em Israel após a morte de Josué, recebendo como dote uma terra seca, mas pleiteou território que tivesse água, tendo recebido uma terra excelente, que tinha fontes superiores e inferiores, ou seja, brotava água dos montes e das planícies. A insatisfação de Acsa, portanto, gerou determinação para ela ir em busca de sua bênção. Se ela não tomasse uma iniciativa teria, certamente, ficado frustrada e sua família sofreria as consequências de uma vida difícil, com pouca água, mas Acsa não se acomodou, fez algo para mudar a situação, e recebeu copiosas bênçãos.7  Nossas bênçãos espirituais e materiais (nessa ordem) devem ser buscadas com afinco (Mt 7.7). Os que ficam indiferentes, olhando para as nuvens (Ec 11.4), nunca conquistarão a Terra Prometida.
II - A Divisão do Norte de Canaã
1. A herança de José
Os filhos de José, Efraim e Manassés, cujas tribos tornaram-se poderosas, adquiriram o direito à herança de Jacó juntamente com seus tios. Então, quando Josué dividiu o Norte, mais a parte central de Jericó e Ai, as duas tribos foram logo contempladas (Js 14.4, 16.4), tendo recebido os territórios “mais belos e férteis da Terra Prometida”.8  O investimento que José fez, abençoando sua família, bem como no Reino de Deus, trouxe resultado a curto, médio e longo prazo, como sempre acontece quando são lançadas sementes de amor e fé no solo da sua Augusta presença. A conduta fiel, generosa e justa de José foi recompensada com favores singulares da parte de Deus, colhidos quando em vida, ainda, mas que também recaíram sobre sua descendência, séculos adiante. 
Mister lembrar que metade de Manassés, além das tribos de Rúben e Gade, receberam antecipadamente suas heranças na Transjordânia (Pv 20.21), a leste do Jordão, território não pertencente à Canaã. Os hebreus transjordânicos, 20 anos antes do cativeiro geral das 10 tribos pelo rei da Assíria (1 Cr 5.26), foram levados cativos e nunca mais retornaram.
2. A passividade dos filhos de José
As tribos dos filhos de José, Efraim e Manassés, tinham muita pujança em Israel, mas não possuíam grande arrojo para a guerra. Assim, ficaram passivas diante dos desafios. A tribo de Efraim recebeu, por exemplo, dentre as cidades, Gezer como herança, mas não expulsou os cananeus que ali habitavam (Js 16.10) e a tribo de Manassés, de igual modo, suportou a presença de alguns inimigos (Js 17.12,13), os quais, mais tarde, foram para ambos um laço (Js 23.13). 
Ademais, eram murmuradores: foram reclamar contra Josué pela terra recebida, na verdade, reclamando contra o Senhor (Pv 16.33), alegando que era pequena (Js 17.14-18). Josué, então, disse: “Se tão grande povo és, sobe ao bosque, e ali corta, para ti, lugar na terra [...]” (Js 17.15) e completou: “expelirás os cananeus, ainda que tenham carros de ferrados, ainda que sejam fortes” (Js 17.18). Ou seja, Josué estava dizendo, em outras palavras: Não murmurem, mas sejam fortes e corajosos, e ampliem os seus marcos territoriais.
3. A herança de Josué 
A coragem foi a virtude mais reiterada por Deus ao mais destacado efraimita de todos os tempos: Josué. O imperativo de “sê forte e corajoso” (Js 1.9, ARA) guiou todas as suas ações bélicas, deixando um extraordinário legado aos hebreus. O Senhor sempre o instruiu dessa forma porque sabia que “onde não existe coragem, nenhuma outra virtude pode sobreviver senão por acidente”.9  Lastreado nessa constatação, percebe-se claramente que Josué não apenas foi corajoso, mas também desenvolveu inúmeras virtudes, a ponto de ser considerado por alguns como o “Jesus” do Antigo Testamento.
Nesse diapasão, concluída a partilha da terra para as tribos, foi entregue a Josué a cidade de Timnate-Sera, na montanha de Efraim, segundo o mandado do Senhor (Js 19.49,50), mas essa não era uma linda e adornada cidade. Josué teve que reedificá-la e, só então, habitou nela, fazendo emergir a verdade de que os servos de Deus não são recompensados necessariamente nesta vida por suas atividades em prol do Reino. O Galardão Real, o mais precioso, o mais desejado, não se recebe nesta vida, mas está guardado no Céu. 
III - A Divisão das Terras não Conquistadas
1. O tabernáculo em Siló 
Depois de dividir as terras subjugadas, algumas tribos que ficavam ao redor do tabernáculo saíram de Gilgal e, com isso, Israel armou o tabernáculo em Siló (Js 18.1-6), cidade de Efraim, tendo permanecido lá por cerca de 300 anos, até que, na época do sacerdócio de Eli, a Arca foi tomada pelos filisteus (1 Sm 4.4; Jr 7.12; Sl 78.60).
Em Siló, Josué criticou as sete tribos pela negligência em possuir o restante da terra (Js 18.3) e, como entendia oportuno que os guerreiros das tribos transjordânicas voltassem às suas famílias, nomeou “homens de probidade comprovada que fossem constatar com exatidão a grande fertilidade de todo o país de Canaã, retornando com uma descrição fiel” 10. Por fim, ordenou que dividissem a terra remanescente em sete partes, as quais seriam sorteadas à porta da tenda da congregação (Js 19.51). Tudo seria repartido diante de Deus!
2. Sete tribos recebem o “título de propriedade” da terra
Uma vez realizado o estudo agrimensor, Josué sorteou os territórios de Benjamin, Simeão e Dã, os quais ficaram ligados ao Sul — Judá, e as terras de Issacar, Zebulom, Naftali e Aser fariam fronteira com a herança de Efraim e Manassés, ao Norte. Nada lhes tinha sido entregue, mas eles ficaram satisfeitos.
A divisão da terra da parte inconquistada, do ponto de vista humano, era mais ficção do que realidade, tratando-se apenas de um título de propriedade para o futuro. Tudo isso, porém, pela direção de Deus. Nesse passo, Deus se comprometia, de um lado, em conceder vitória, e Israel aceitava entrar numa longa luta que se seguiria, até adquirir toda a Terra Prometida. Os hebreus, apesar de suas fraquezas, aprenderam a confiar no Senhor. Eles avançaram para o futuro cheios de esperança, mesmo não tendo recebido tudo o que esperavam naquela geração, o que veio a acontecer integralmente somente no auge da monarquia hebraica, durante o reinado de Davi.11 Na verdade, desde sempre, as promessas de Deus estavam de pé, mas eles não se arriscaram em guerrear contra todos os inimigos, em todos os lugares, e, por causa dessa inércia, Josué repreendeu-os severamente.
Os descendentes de Dã, por outro lado, herdaram uma pequena porção de terra, mas não se acovardaram ou murmuraram: subiram e conquistaram Lesém, uma cidade a oeste do monte Hermom, a qual a chamaram de Dã e ali estabeleceram sua capital. Eles foram vizinhos dos filisteus, os quais tiveram muitos problemas com um nobre danita: Sansão (Jz 13–16). O cristão, como os danitas, deve aprender a transformar dificuldades em oportunidades.
3. A herança da tribo de Levi
Desde que a tribo de Levi aceitou o seu chamado, por causa de um ato de obediência (Êx 32.26-28), entendeu que a vida dos seus membros seria diferente da vida dos integrantes das outras tribos. Eles não guerreariam, nem receberiam herança, todavia o Senhor garantiu o sustento deles por intermédio das ofertas que chegassem ao tabernáculo/templo, para que pudessem se dedicar integralmente à obra do ministério.
Deus nunca prometeu riquezas materiais para quem exercesse o santo sacerdócio, apenas disse que Ele mesmo seria a herança dos levitas. Assim, quando da repartição da terra a leste do Rio Jordão, o Senhor determinou que 48 cidades fossem destinadas para os levitas (Js 21.41) dentro da herança das tribos, de maneira que o “bom cheiro” ministerial fosse espalhado em toda Canaã, mas o título de propriedade de cada cidade permaneceria com a tribo respectiva. Os levitas, portanto, eram peregrinos em terra estranha.
Conclusão
Para quem vive pela fé, entender o que Deus tem destinado como herança constitui-se na visão mais importante da vida, o que foi importantíssimo para todo o povo de Israel, pois sem esse entendimento as pessoas não se moveriam juntas para alcançarem os objetivos comuns. 
Destarte, finda a distribuição da terra e há um sentimento misto de alegria e frustração, conquista e negligência, porquanto eles estavam no lugar em que os seus ancestrais tanto almejavam (José, por exemplo, pediu que seus ossos fossem enterrados lá) e tinham recebido o inimaginável para qualquer observador humano, porém isso era bem menos do que o planejamento divino. O líder Josué concluiu sua trajetória ministerial como um homem feliz, não plenamente realizado, uma vez que ainda havia muita terra a conquistar, mas completamente satisfeito em ter sido instrumento do Senhor na Terra. Na vida e na guerra nem tudo ocorre como se planeja, mas é certo que Deus nunca perde o controle dos fatos da história.

1 GRAHAM, Billy. A Caminho de Casa: vida, fé e como terminar bem [tradução Melina dos Santos Revuelta]. São Paulo: Editora Europa, 2012, pp. 24,25.
LEWIS, C. S. Milagres. São Paulo: Vida, 2001, pp. 197, 198.
3 LIVINGSTON, George Herbert; COX, Leo G.; KINLAW, Dennis F.; BOIS, Lauriston J. Du; FORD, Jack; DEASLEY, A.R.G.. Comentário Bíblico Beacon. 1. ed., vol. 1,  Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 58
4 BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. São Paulo: Vida, 2008, p. 405.
5 LEWIS, C. S. A Última Noite do Mundo. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2018, p. 35.
6 LEWIS, C. S. Os Quatro Amores. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 166.
7 ADEYEMO, Tokunboh (editor geral). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Mundo Cristão, 2010,  p. 289.
8 CHAMPLIN, R. N.. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. 2. ed., vol. 2, São Paulo: Hagnos, 2001,  p. 960.

9 LEWIS, C. S. Surpreendido pela Alegria. 1. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1998, p. 167.
10 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 131.
11 MEARS, Henrietta C. Estudo Panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida, 1982, p. 84.

Lição 11 - 2º Trimestre 2020 - Atributos da Unidade da Fé: Humildade, Mansidão e Longanimidade - Adultos.


Subsídios Lições Bíblicas - Adultos



Lição 11 - Atributos da Unidade da Fé: Humildade, Mansidão e Longanimidade 

2º Trimestre de 2020
A Carta aos Efésios traz orientações bem práticas para que os crentes cheguem à unidade da fé. Ela mostra claramente que a unidade na Igreja de Cristo é o resultado da humildade, mansidão e longanimidade na vida dos crentes. Esse é o ponto que deve ser mostrado com ênfase ao longo da lição desta semana. Para garantir a unidade da fé, segundo o ensinamento de Efésios, é preciso Humildade, Mansidão e Longanimidade. Para isso que você deve ter outros objetivos bem delineados para atingi-los ao ministrar a lição em classe. O primeiro deles, explicar que a humildade é uma virtude indispensável para a comunhão. O segundo, enfatizar que a mansidão produz crentes que promovem a paz e a conciliação. E, finalmente, o terceiro é frisar que a longanimidade capacita o crente a ser tolerante com os defeitos alheios. Todos esses objetivos trabalham para mostrar o valor destas três grandes virtudes cristãs: Humidade, Mansidão e Longanimidade na manutenção da Unidade da Fé.
Resumo e destaques da lição
Nesta lição há uma sentença muito clara em que os tópicos corroboram com ela: A genuína unidade da Igreja é o resultado da humildade, mansidão e longanimidade de cada crente. É indispensável que, nós, os pentecostais, além de enfatizarmos a efusão do Espírito e os dons espirituais, proclamemos com clareza a necessidade de um caráter transformado por Cristo acompanhado de virtudes concretas para fazer a manutenção da unidade da fé na Igreja.
Nesse sentido, o primeiro tópico explica a humildade como uma virtude indispensável à comunhão na igreja. Aqui, é importante que você enfatize que a virtude da humildade é produzida no crente por obra do Espírito Santo. Os humildes se portam com simplicidade e cooperam com a unidade da Igreja.
No segundo tópico, você precisa destacar que a mansidão também é virtude produzida pelo Espírito Santo. Os mansos são pacíficos e impedem a proliferação de conflitos na Igreja. Por isso é uma virtude indispensável à manutenção da unidade da fé. 
E o terceiro tópico frisa que a longanimidade capacita o crente a ser tolerante com os defeitos alheios, isto é, uma qualidade produzida pelo Espírito que capacita o crente a suportar as ofensas sofridas e ainda a perdoar o ofensor. Essa virtude é indispensável para sermos tolerantes uns para com os outros conforme Paulo ensina em Romanos 14.
Subsídio extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 21 nº81 (Jan/Fev/Mar) 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - A oração de uma linda rainha -Berçário.

Lição 10 - A oração de uma linda rainha 

2º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Mostrar à criança que ela pode orar pedindo proteção a Deus.
É hora do versículo: “Não tenha medo [...] eu estou com você para protegê-lo, diz o Senhor” (Jeremias 1.8).
Nesta lição, as crianças continuarão aprendendo sobre a oração, e o valor de orar pedindo a Deus proteção. A rainha Ester e o seu povo estava correndo perigo. Todo o povo orou e o Papai do Céu protegeu todos do malvado Hamã.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem o desenho da linda rainha Ester.
Não deixe de orar com a turminha pedindo proteção ao Papai do Céu nesses dias tão violentos. 
licao10 bercario ester
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário 

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - O Meu Amigo Anda sobre as Águas - Primários.

Lição 10 - O Meu Amigo Anda sobre as Águas 

2º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Ajudar a criança a vencer o medo de chuvas ventanias e trovões, crendo que Deus a protege na tempestade. 
Para guardar no coração: “ [...] Coragem! Sou eu! Não tenham medo!" (Mt  14.27)
Seja bem-vindo 
“Receba e acomode os alunos carinhosamente. Apresente os visitantes à classe. Cantem juntos o corinho: “Fé mais fé, amor mais amor. Quem não tem peça ao Salvador...”, ou algum outro sobre o tema da aula. Peça a um aluno voluntário que recolha as ofertinhas. Cantem um corinho apropriado para este momento.” (Karen Bandeira)
Para refletir
“Enquanto esteve aqui na terra, em diversas ocasiões Jesus afastou-se para orar a sós. Nisto, deixou-nos um exemplo grandioso. Passar tempo a sós, em oração, é primordial ao bem-estar espiritual. O crente deve seguir o padrão de oração estabelecido por Jesus e afastar-se por alguns momentos para falar a sós com o Pai. Estejamos cientes de que a falta destes instantes com Deus é uma prova de que a vida espiritual acha-se decadente. 
Para seguir o modelo deixado por Cristo, temos de abandonar as práticas que nos afastam de Deus e rogar-lhe misericórdia. Renovemos, diariamente, o nosso compromisso de manter com o Senhor um relacionamento íntimo e perseverante.” (Karen Bandeira)
Fixando a aprendizagem
“Com giz ou fita crepe, faça alguns traçados no chão. Eles podem ter as seguintes formas: uma linha reta, uma espiral, ziguezague, etc. Organize os alunos em fila. Explique que cada um terá a sua vez de percorrer os trajetos desenhados no chão, tentando ao máximo não se desequilibrar. Eles deverão ir colocando um pé à frente do outro, até concluir os traçados.” (Karen Bandeira)
Atividade do aluno
atividade maternallicao10
 
Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Mateus 14.22-33. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal
Envie suas dúvidas ou sugestões para telma.bueno@cpad.com.br

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - O Amigo Músico - Jd. Infância.

Lição 10 - O Amigo Músico 

2º Trimestre de 2020 
Objetivos: Os alunos deverão se conscientizar de que Deus merece todo o nosso louvor e adoração. 
É hora do versículo: “Louvem a Deus e sejam agradecidos a ele” (Sl 100.4).
Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história de Davi, que Deus merece todo o nosso louvor e adoração. Davi tocava um lindo instrumento chamado harpa que, além de louvar ao Papai do Céu, acalmava o coração do rei Saul.
Louvar ao Papai do Céu é muito bom, pois prova que somos muito agradecidos por tudo o que temos e somos, além de mostrar o poder do Papai do Céu em nos abençoar.
Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo com o desenho do jovem Davi tocando sua harpa, louvando ao Papai do Céu. Reforce que devemos aprender com Davi a sermos adoradores e buscar aprender tocar instrumentos na Casa do Papai do Céu.
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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - Um Lugar onde Deus Cura - Juniores.

Lição 10 - Um Lugar onde Deus Cura 

2º Trimestre de 2020
Texto bíblico – Tiago 5.14-16.
Prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos aprenderão que a Casa de Deus é um lugar onde acontecem curas. O Senhor prometeu trazer a cura sobre os enfermos se os seus servos clamassem e se humilhassem em sua presença (cf. 2 Cr 7.14). Há muitas pessoas que entram pelas portas das igrejas em busca de uma cura, um milagre. Entretanto, é importante entender que Deus trata cada necessidade de maneira específica. Nem todas as pessoas que clamam por uma cura serão curadas de imediato. Talvez a relativa enfermidade seja um meio de aperfeiçoar o relacionamento da pessoa com Deus. Neste caso é importante que seus alunos saibam que Deus é bom, mesmo quando a cura não acontece.
A história narrada na lição de hoje revela que Jesus demorou mais dois dias no local onde estava antes de atender ao pedido de socorro das irmãs Marta e Maria. Como bem conhecemos a história, Lázaro, o amigo a quem Jesus muito amava estava enfermo e veio a falecer (cf. Jo 11.1-45). Jesus havia dito que aquela enfermidade não era para morte, mas para que o nome do Senhor fosse glorificado (v. 4). Por um momento, os discípulos entenderam que Lázaro não morreria, mas depois da notícia de que o amigo querido de Jesus havia falecido, uma dúvida pairava no ar a respeito do que o Mestre havia afirmado.
Ao final da história, percebemos que a glória de Deus se revela não na cura de Lázaro, mas na sua ressurreição, haja vista que o seu corpo jazia morto a quatro dias e já estava em estado de decomposição. Naquela ocasião, Jesus revelou que Deus, o Pai, tem o poder e o controle sobre todas as coisas, inclusive no tocante à vida e à morte.
Professor, a partir das verdades ensinadas nesta lição seus alunos poderão compreender que:
1. Deus ainda realiza milagres nos dias atuais assim como realizou no passado. Para tanto, o Espírito Santo opera em sua igreja, trazendo cura e restauração aos que estão enfermos no corpo e na alma (cf. Hb 13.8; 1 Co 12.9);
2. O milagre da cura é um ato da soberania e bondade de Deus para com o ser humano. Não é um privilégio de alguns em detrimento de outros. O Senhor realiza cura em todos os lugares, a qualquer pessoa e de qualquer enfermidade. Não existe grau de complexidade para Deus, pois Ele tem todo o poder sobre qualquer enfermidade (cf. Mt 8.16,17; Jo 5.1-9);
3. O alcance da cura é um ato de fé. Em muitas ocasiões o Senhor Jesus quando curava uma pessoa, perguntava se esta cria no poder de Deus e que Ele poderia realizar a cura. Era também uma oportunidade de receber o perdão pelos pecados cometidos e, mediante a fé, alcançar a salvação (cf. Mt 9.1-8, 18-22, 27-33).
4. Há enfermidades que Deus permite cujo propósito é a glorificação do nome do Senhor. Nem todas as pessoas são curadas de imediato ou mesmo pelas mãos dos médicos, inclusive, alguns destes profissionais chegam a determinar um diagnóstico completamente pessimista quanto à cura. Em certos casos somente o Senhor pode realizar um milagre que ocorre, muitas vezes, nos momentos mais críticos (cf. Jo 9.1-7; 11.1-45).
Para reforçar o ensinamento da lição de hoje, sugerimos a seguinte atividade:
Convide seus alunos a encenarem a situação citada por Tiago em sua carta (cf. Tg 5.14). Escolha um aluno para interpretar o papel da pessoa que está enferma. Outros três alunos poderão interpretar os presbíteros. Outro aluno interpretará o papel do parente da pessoa que está enferma. Escolha um roteiro e elabore as falas. Não se esqueça de dar nomes aos personagens. A história deverá apresentar uma cena onde uma pessoa está enfrentando uma enfermidade e os presbíteros são convidados pela família da pessoa para orarem por ela e ungirem com óleo. Após um clamor a pessoa enferma é curada e aceita Jesus como seu Salvador. Ao final, explique a classe que se orarmos com fé os enfermos poderão ser curados. O Deus que realizou milagres no passado é o mesmo que continua a realizar milagres nos dias atuais. Ore com os alunos ao final da aula, intercedendo por aqueles que estão enfermos. 

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - O Dom de Interpretar as Línguas - Pré Adolescentes.

Lição 10 - O Dom de Interpretar as Línguas 

2º Trimestre de 2020
A lição de hoje encontra-se em: 1 Coríntios 12.10; 14.6,13,26,27.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão a respeito do dom de interpretação das línguas. Assim como o dom de variedade de línguas é primordial para a edificação espiritual do crente, o dom de interpretação de línguas tem a mesma função, porém, com vista na edificação de toda a igreja. Esses dons pertencem à classe dos dons que transmitem uma mensagem de Deus. Paulo exorta os crentes a orarem pedindo a Deus a capacidade de interpretar as línguas a fim de que todos possam contribuir na edificação do Corpo de Cristo (1 Co 14.13).
É importante ressaltar que este dom deve ser estimulado pela igreja dos dias atuais. Em muitas igrejas é possível perceber a presença de um grande número de pessoas que possuem o dom de línguas, porém, quase não se vê crentes com o dom de interpretar as línguas. Deus almeja que a sua igreja trabalhe de forma cooperada e entrosada para que todos possam crescer unidos em amor e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (14.1-5).
Eurico Bergstén, na obra Teologia Sistemática (1999, p. 114), editado pela CPAD, discorre da relação existente entre o dom de variedade de línguas e o de interpretação das línguas:
Existe uma diferença entre a língua estranha dada como evidência do batismo no Espírito Santo e o dom de línguas. A língua recebida como sinal do batismo deve ser utilizada para falarmos somente com Deus (cf. 1 Co 14.2-28), e, por isso, ela não precisa de interpretação. Esse sinal é dado a todos que são batizados no Espírito Santo. Mas o ‘dom de línguas’ não é dado a todos os crentes (cf. 1 Co 12.30). O dom de línguas tem por finalidade transmitir à Igreja uma mensagem em línguas estranhas, e, por isso, precisa de interpretação para que aquela seja edificada. Essa interpretação é feita pelo dom de interpretação de línguas.
Tanto o dom de línguas como o de interpretação de línguas constituem um milagre, pois nem o que fala nem o que interpreta conhecem a língua que é falada. Trata-se de uma língua verdadeira, seja de homens ou de anjos (cf. 1 Co 13.1), conforme o Espírito Santo concede que se fale (cf. At 2.4).
Os dons, usados conjuntamente, transmitem uma mensagem que equivale à profecia (1 Co 14.5), e constitui um sinal para os não crentes (cf. 1 Co 14.22).
No tocante a este dom é possível perceber que a intenção de Deus é estimular a mutualidade. Deus não nos criou completos, mas interdependentes, isto é, precisamos uns dos outros. Os dons distribuídos pelo Espírito Santo não são o fim em si mesmo, mas um conjunto de ferramentas disponibilizadas que têm como princípio um dom que é o maior de todos: o dom do amor.
Com base nas considerações apontadas nesta lição, converse com seus alunos sobre a importância de comunicarmos bem os dons que Deus reservou para cada um de nós. Pergunte aos seus alunos se é fácil realizar a tradução de uma mensagem codificada. Realize um teste com eles: Recorte de jornais e revistas várias figuras cuja primeira letra inicial de seu nome corresponda a cada letra da seguinte frase: “O DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS É IMPORTANTE PARA A EDIFICAÇÃO ESPIRITUAL DE TODA A IGREJA”. Os alunos deverão fazer a correspondência e identificar as palavras que formam a frase. 

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - As Lutas dos Hebreus no Tempo da Conquista - Jovens.

Subsídios Lições Bíblicas - Jovens

Lição 10 - As Lutas dos Hebreus no Tempo da Conquista 

2º Trimestre de 2020
Prezado(a) professor(a), com a graça de Deus, estamos iniciando o preparo de mais uma lição. Segue abaixo o subsídio elaborado pelo comentarista do trimestre, pastor Reynaldo Odilo:
Introdução
Israel peregrinou pelo deserto por 40 anos, no entanto, quando chegou às margens do rio Jordão, para, enfim, entrar em Canaã, ainda não estava preparado, no estágio que Deus desejava. Assim, o Senhor providenciou outras provações (diferentes das suportadas no deserto) para que os hebreus continuassem se aprimorando, começando pelo obstáculo natural da travessia do rio Jordão. Depois vieram os muros intransponíveis de Jericó. Outra aflição aconteceu quando Israel perdeu a guerra contra a cidade de Ai. Em seguida, a imprudente decisão tomada de receber inimigos cananeus como amigos, ao celebrarem um tratado de paz e proteção mútuas com os gibeonitas. Todas essas provações, à proporção que aconteciam, produziam em todo o povo hebreu novas experiências que faziam com que eles melhorassem diante do Senhor.
Por qual razão aqueles que andam com Deus precisam, frequentemente, passar por provações? C. S. Lewis, com razão, afirmou que “Deus sussurra em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas brada em nosso sofrimento: o sofrimento é o megafone de Deus para despertar um mundo surdo” 1. Certamente o sofrimento faz bem para o homem, conforme mencionou o rei Davi: “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos” (Sl 119.71). Israel, assim, precisava passar por todos esses percalços até que Deus observasse que a nação realmente se convertera, ou então julgasse que aquela geração não tinha mais jeito 2
Observe-se, também, que Deus tinha interesse no povo de Canaã e esse sofrimento era importante para que o remanescente se voltasse para Ele. Os heveus entenderam a mensagem e tornaram-se prosélitos, entretanto os habitantes dos demais reinos endureceram os seus corações.  Os canaanitas, um dia, como diz Agostinho acerca das etapas do pecado na vida do homem, abriram as portas de sua casa para o mal, como a um estranho,  mas, quando ele ultrapassa a soleira da nossa porta, logo se instala como um hóspede e, no último estágio, entroniza-se como dono da casa 3. Ao longo dos séculos Deus, com certeza, buscou meios de salvar os que habitavam primitivamente na terra prometida, entretanto, eles, como seus ancestrais, não deram lugar ao Senhor, antes permitiram que o mal se assenhorasse de suas vidas, seus bens, seus pensamentos, seus costumes, sua adoração. Com tudo isso que lhes estava acontecendo, pela chegada dos conquistadores hebreus, como diz Lewis, Deus estava bradando para despertar um mundo surdo.
Os capítulos 10, 11 e 12 de Josué narram diversas guerras travadas por Israel, demonstrando as três fases da conquista: 1ª – a ocupação da Palestina oriental (Transjordânia), antes da queda de Jericó; 2ª – vitória sobre Jericó e Ai, bem como sobre cinco Reis do Sul, que tinham feito aliança para destruírem a cidade real de Gibeão, e na conquista de um grupo de cidades que incluía Laquis e Hebrom.
A fase final da ocupação levou as forças israelenses ao interior da Galiléia e ao norte da Palestina, oportunidade em que os hebreus lutaram contra uma coalizão de cananeus chefiada por Jabim, rei de Hazor 4. As vitórias, em cada uma das etapas da conquista, foram registradas. Os triunfos sobre as cidades-reinos do Sul, por exemplo, apresentam-se descritas no capítulo 10, e no 11 conta-se o êxito sobre a confederação do norte; por fim, compila-se, no capítulo 12, os sucessos bélicos de Israel a leste do Jordão (Transjordânia), sob o comando de Moisés, bem como as vitórias concedidas após atravessarem  o Jordão, sob a liderança de Josué. 
I - Os Reinos do Sul
1- Deus reúne os inimigos do Sul
Quando ainda repercutia a precipitação dos líderes em relação aos heveus, surgiu inesperadamente uma nova guerra no horizonte: o rei de Jerusalém reuniu quatro reis vizinhos para juntos fazer-lhes guerra 5. Como os israelitas tinham pactuado, para evitar a destruição dos gibeonitas, caminharam aproximadamente 40 km, durante a noite, haja vista que o ataque estava previsto para o amanhecer, no afã de empreenderem uma sangrenta batalha. Pode-se imaginar o natural grau de insatisfação com que, pelo menos alguns, ou muitos, dos guerreiros hebreus deixaram o descanso de suas tendas e partiram, sem estratégia, sem conhecer os detalhes da peleja, correndo, humanamente, risco de serem massacrados, para defenderem aqueles que, até pouco tempo, eram inimigos figadais.
O que esses eventuais insatisfeitos soldados hebreus, talvez, não atinassem, em seu forte etnocentrismo, era que entre os gibeonitas, e entre todas as gentes, não existiam indivíduos comuns, nem pessoas que fossem simples mortais, pois todas as criaturas carregam em si o signo da imortalidade, na medida em que suportarão, após transporem os umbrais da eternidade, horrores imortais ou esplendores perenes 6. Quiçá, por esse possível embrutecimento, alguns rejeitassem com veemência a aliança com os gibeonitas, entretanto (como Deus é maravilhoso) milagres espetaculares aconteceram naquela guerra (chuvas de pedras mataram muitos inimigos e o sol e a lua detiveram-se para que Israel vencesse), ocasião em que todos puderam atestar que “jamais se viu tão claramente como nesse combate o quanto Deus auxiliava o seu povo” 7. Deus, com isso, chancelou o ato de bravura de Israel em defender o tratado de paz e proteção firmado em Seu nome.
O Altíssimo, assim, trazia um lampejo de sua graça em favor de pessoas que nunca haviam O servido liturgicamente, mas que, em seus corações, desejavam o fazer. Os que se levantaram para matarem esses novos convertidos – prosélitos, foram esmagados pelo exército de Deus. Os gibeonitas que não eram povo, passaram a ser “povo de Deus”, e acharam misericórdia debaixo das asas do Altíssimo, onde vieram se abrigar. Por isso, ninguém os poderia tocar – eram, pois, também, a partir daquele concerto, menina dos olhos de Deus!
Interessante perceber que Israel, nessa guerra, foi tragado para dentro de um conflito doméstico; os hebreus apenas foram defender um povo aliado. As medidas beligerantes iniciais foram tomadas pelos reis sulistas de Jerusalém, Hebrom, Jarmute, Laquis e Eglom. Eles deram legalidade para os israelenses entrarem na guerra, subjugarem as cidades e tomarem os despojos. Houve, assim, apenas uma reação à uma injusta agressão, o que faz toda a diferença sob o prisma da diplomacia, e do padrão da justiça divina.
2- Deus luta por Israel 
Quando o conflito foi anunciado, logo no primeiro instante, Deus animou a Josué (Js 10.8) que, cheio de fé, viu o Senhor agir de maneira extraordinária. Josué já tinha enfrentado inúmeras   perplexidades na vida, e sabia muito bem o que o Altíssimo faz quando seus filhos se encontram em dificuldades: Ele entra na batalha. Está escrito: "O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis" (Êx 14:14, ACF). O Eterno assume o controle e provê tudo que é necessário à vitória. Ao seu povo, todavia, compete apenas confiar.
Assim, diante de um conflito em que Deus lutaria por seu povo, o Senhor conturbou os inimigos (Js 10.10). Numa guerra, esse é o primeiro estágio de uma fragorosa derrota: a debilitação do aspecto emocional. Nesse quadro abalo de ânimo, eminentemente desfavorável, Israel, de espada em punho, entrou na peleja e sagrou-se vencedor, colocando em fuga. Nesse momento, a fim dos inimigos não escaparem, o Senhor enviou uma tormentosa chuva de granizo sobre os que fugiam, matando milhares (Js 10.11). A guerra continuou durante todo o dia, e para que tudo ficasse resolvido, depois de Josué orar, o Altíssimo fez os movimentos do sistema solar “entrarem em pane”, e o sol brilhou por quase um dia inteiro sobre o campo de batalha, “ouvindo o SENHOR assim a voz de um homem” (Js 10.14).
Não há palavras para descrever quantos fenômenos extraordinários aconteceram naquele que foi o mais extenso dia de todos os tempos (Js 10.14). Lewis, anteriormente citado, dizia que a situação que os seres humanos menos querem vivenciar é, exatamente, o estado de dependerem unicamente de Deus, o que mostra como colocamos, em regra, nossa confiança nas coisas tangíveis desta vida 8. Israel, ao longo da história, demonstrou que o argumento de C.S. Lewis não é falacioso: realmente apresenta-se muito difícil depender exclusivamente de Deus. Entretanto, naquele dia memorável, Israel, certamente, quebrou essa lógica, mudou essa sina humana; estava mais convencido do que nunca de que valia a pena confiar totalmente no Senhor. Depender totalmente de Deus, estava provado, não era um fardo, mas um inaudito privilégio que é conferido a quem vive pela fé. 
3- Deus usa de misericórdia  
O Rio Jordão ser estancado, caírem os muros de Jericó, constituíram-se em eloquentes testemunhos para os Reis do Sul de Canaã. Agora, o Senhor fez chover pedras sobre os cananeus e fez o sol parar... Não era necessário dizer mais nada. Todos deveriam cair prostrados, ante à Sua Augusta Majestade. Aqueles povos depravados que, por séculos, estavam insultando a santidade de Deus, continuaram lutando, não se renderam, não dobraram os seus joelhos e choraram.  Deveriam ter reconhecido seus erros e, arrependidos pedirem misericórdia e, com isso, seriam aceitos pelo Senhor e achariam o caminho da Verdadeira Vida. Os braços do Eterno estavam estendidos, aguardando-os, mas eles só pensavam em derramar sangue hebreu.Por óbvio, como diz o mesmo C.S. Lewis em outro lugar, Deus não deseja a morte do pecador, contudo, Ele nutre uma profunda hostilidade pelo pecado e, quanto a isso, ele “não será tolerado nem perdoado; nem aliança alguma será estabelecida com ele. Se o homem quiser ser salvo (...) essa mão precisa ser amputada” 9. Como dito anteriormente, no apocalipse, antes de Deus desatar os selos, derramar as taças e tocar as trombetas da sua justiça sobre a Terra, João viu o arco celeste ao redor do trono, como sinal de Sua misericórdia. Sempre é assim. Os homens, sejam maus como forem (e todos o somos, o que varia é a medida de nossa maldade), antes de serem objetos da Sua santa ira, são agraciados com uma oportunidade de arrependimento. Assim, essas guerras de extermínio, embora aparentassem estar fundadas em aspectos perversos e cruéis, possuíam premissas de bondade e pureza, posto que o Senhor é o Sumo Bem e a Suma Justiça. Nossa miopia espiritual, e a corrupção do nosso coração, são que fazem parecer injustificável a violência empreendida nos combates pelos conquistadores 10.
Com os reinos do Sul, como aqui comentado, não foi diferente. Deus estava lhes dando a última oportunidade, mas eles a rejeitaram, por isso lhes sobreveio a destruição.
II - Os Reinos do Norte
1-Deus reúne os inimigos do Norte
Os cananeus, que estavam divididos em sete nações, distribuídas em toda a terra prometida, eram muito beligerantes, inclusive entre si, conforme achados arqueológicos. Todos eles: da Região Central, Norte e Sul, eram devassos e profanos. Para se ter uma ideia, em Levítico 18 consta um extenso rol de perversões sexuais que Israel não deveria permitir, havendo uma declaração preambular, no versículo 3, na qual Deus diz: “[Não] fareis segundo as obras da terra de Canaã, para qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos”, denotando o quão depravado era aquele povo. 
Mister lembrar, nesse passo, que a palavra “cananeu”, que se constitui em expressão geralmente utilizada para aludir a todos os descendentes de Canaã (Dt 7.1), pode ser permutada por “amorreu”, conforme se vê em Gn 15.16, em que o Senhor disse: “Porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia” (Js 24.15,18). Assim, os cananeus eram os descendentes do filho caçula de Noé (Cão) pela linhagem genealógica de Canaã (Gn 9.22,25), os quais moravam, pelo menos desde os dias de Abraão (Gn 12.6), precipuamente na Região que ficava a Oeste do Rio Jordão – a Cisjordânia (Js 22.9-11) 11
Se a confederação sulista tinha muita gente, a do Norte reuniu um grupo maior ainda. O escritor bíblico diz, usando uma hipérbole, que o número deles podia ser comparado ao de grãos de areia na praia do mar (Js 11.4). Com isso, fazia emergir a presunção de que a quantidade de inimigos era bem maior que a dos guerreiros hebreus.
A bondade de Deus, mais uma vez, reuniu os inimigos para pelejarem contra Israel. Os israelitas, porém, tiveram receio (e quem não teria?), ao que o Senhor disse: “Não temas diante deles; porque amanhã, a esta mesma hora, eu os darei todos feridos diante dos filhos de Israel; os seus cavalos jarretarás, e os seus carros queimarás a fogo” (Js 11.6). Assim, depois de dizer aos hebreus que não tivessem medo, Deus marcou a hora do triunfo. Cada vitória, uma nova história! Os crentes sempre precisam de novos estímulos, e de novas promessas.
2- “As armas da nossa milícia não são carnais”
O apóstolo Paulo, falando sobre a caminhada do cristão aos crentes de Corinto, mencionava que as coisas mais importantes para os crentes são aquelas de natureza espiritual, haja vista que não temos que lutar contra carne ou sangue, mas contra os principados e potestades do mal (Ef 6.12). Nesse sentido, ele informava que as armas necessárias para vencer as fortalezas espirituais devem ser, antes, espirituais, trazendo consigo o poder de Deus para conceder vitória, e não as armas das estratégias humanas (2 Co 10.4) 12.
Josué também entendia que, na conquista da terra de Canaã, igualmente, as coisas mais importantes não eram as armas humanas de guerra, mas as armas do Senhor, as quais são poderosas para a destruição das fortalezas.
Em vários textos de Josué aparecerem frequentemente a frase: “feriram ao fio da espada” (Js 6.21; 8.24; 10.11,28,30,32,35,37,39; 11.10-12,14; 19.47), ou seja, os hebreus tiveram que ser fortes e corajosos para travarem luta corporal contra os inimigos, tendo como principal instrumento de ataque uma espada, forjada em bronze, a qual media entre 25cm a 30cm, bem menor que a espada feita por Eúde (Jz 3.16). Nada de muito especial. O segredo das vitórias deles era o Senhor e as nações sabiam disso (Js 9.9,10).
Bom lembrar que Israel usava lanças (Js 8.18), arcos (24.12), possivelmente fundas (Jz 20.16) e dardos (I Sm 18.10,11), mas nada disso poderia ser comparado ao arsenal bélico dos cananeus! Os espias enviados por Moisés, décadas antes, observaram esses detalhes, além da estatura dos inimigos e suas cidades fortificadas e, por isso, retroagiram.
Interessante perceber que o Senhor determinou que os hebreus aleijassem os cavalos de guerra e queimassem os carros (Js 11.6,9), porque Deus queria que os hebreus fossem poderosos na guerra (Hb 11.33,34) com base na fé, e não nas armas de combate.
3- Uma longa guerra
A Confederação do Norte foi liderada por Jabim, rei de Hazor, uma grande e fortificada cidade. Dezenas de governantes, que eram inimigos entre si, uniram-se para combater contra Israel, história que se repete até nossos dias. 
Segundo Flávio Josefo, a guerra contra o Norte durou cinco anos, mas há estudiosos que afirmam que ela demorou sete anos, baseando-se na idade de Calebe. O que ressai aqui foi que, mais uma vez, a promessa feita pelo Senhor, de que a terra seria conquistada lentamente, cumpriu-se integralmente (Ex 23.20-30). Os anos se sucederam, mas as batalhas se estendiam, sem nenhum milagre estrepitoso, apenas os livramentos cotidianos e, sempre, os hebreus precisando estar alertas, pois os inimigos poderiam estar à espreita. No fim, tudo deu certo! Não é, porventura, assim, também, nossa jornada?
III - Conquistando o impossível 
1- Moisés é lembrado
A morte não serve, apenas, para interromper a vida, ela também sepulta os sonhos mais caros, enterra as honras recebidas, e, por fim, extingue toda glória dos homens, transformando-os em matéria em decomposição. Deus fala sobre isso: “Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente” (Is 40.6-8 ARA).
Moisés, como toda a humanidade, secou-se como a erva e perdeu toda a sua importância... Entretanto, não foi bem assim. As suas conquistas e as suas palavras nunca foram esquecidas. Deus, aliás, sempre fazia questão de lembrar ao povo, e ao próprio Josué, sobre seu obediente servo. PhillCallaway, sobre esse assunto, arremata:
Sabe, daqui a 100 anos ninguém vai se lembrar do tipo de casa em que eu morava, que modelo de carro eu dirigia, nem do tamanho da minha conta bancária.  Daqui a 100 anos, ninguém vai se lembrar quantos best-sellers escrevi...Mas o mundo talvez seja um lugar melhor porque diminui a velocidade o bastante para ouvir a voz de Deus. Porque eu era importante aos olhos de uma criança. Porque aprendi a me contentar com as coisas que eu não tenho.13 
Levando esse texto cifrado ao tempo final da Idade do Bronze, pode-se observar que Moisés preencheu os requisitos que o escritor americano mencionou. Ele parou para ouvir a voz de Deus, foi importante aos olhos de muitas crianças, as quais, com a experiência do deserto, transformaram-se em guerreiros, e nunca quis o que era dos outros (Dt 32.49). Moisés, passados mais de 3.000 anos, continua importante. Um dos personagens mais notáveis de todos os tempos, porque decidiu ser uma benção nas mãos do Senhor.
Interessante perceber, que o livro de Josué sempre menciona as conquistas de Moisés, bem como faz questão de demonstrar que todas as ações daquela geração de hebreus é o resultado da obediência ao que foi determinado por Moisés, servo do Senhor. Nunca se deve esquecer aqueles que nos abençoaram no passado, os quais deram o seu melhor para o crescimento do Reino de Deus na Terra.
2- O sol brilha sobre Gibeão
Na guerra contra a confederação do Sul, existe algo que merece um destaque especial, que foi condensado numa frase: “Sol, detém-te em Gibeão” (Js 10.12). Sobre essa cidade que estava prestes a ser destruída, o Altíssimo fez brilhar o sol por muito tempo. Essa mesma localidade, séculos após, receberia, novamente, um refulgente “Sol” brilhando sobre si, quando o tabernáculo do Senhor foi ali instalado no tempo de Salomão (1 Rs 3.4,5).
O Eterno estava anunciando a todos que Ele era o Rei sobre todos os astros celestes, tão grandemente adotados pelos cananeus, para mostrar que só Ele é Senhor Deus, e que não havia outro. Doutra banda, o Todo-Poderoso deixava um ensinamento inesquecível aos hebreus: A conduta consistente em socorrer um amigo, cujo vínculo tinha sido estabelecido em nome do Senhor, era algo agradável aos olhos do Eterno! 
3- Israel vence 31 reis 
Os cananeus, que moravam na Cisjordânia, estavam distribuídos em 31 reinos, e integravam sete etnias (Dt 7.1 –heteus, girgaseus, amorreus, cananeus (era uma etnia específica, mas também representava todos os habitantes da terra prometida), perizeus, heveus e os jebuseus). Todos esses povos foram conquistados por Josué (At 13.19), o que se constituiu em um grande milagre.
Somente Deus, em seu grande poder e misericórdia, poderia, em tão pouco tempo, fazer com que uma nação de ex-escravos conquistasse uma terra excelente, habitada há muitos séculos por povos mais fortes do que eles (Dt 7.1). Depois de ver toda essa luta, entende-se porque Deus tinha dito a Josué para dar o seu melhor (ser forte e corajoso) na conquista da terra prometida.
Conclusão
As cidades-estados do Sul e do Norte de Canaã eram grandes desafios para o povo hebreu. Impressiona a maneira como o Altíssimo, aos poucos, conforme prometera, foi removendo os obstáculos que impediam que Seu povo herdasse a promessa (Hb 11.8). Acerca dessa porção de terra, os israelenses compuseram hinos espaço (Sl 135.10,11) e até no Novo Testamento esse feito foi lembrado (At 13.19), por haver marcado indelevelmente a história do povo hebreu. 
A partir de agora, o alimento seria produzido pela terra, e eles beberiam água da chuva caída dos céus (Dt 11.11,12). Era um novo tempo, com outros paradigmas do viver societário. Ainda assim, naquele lugar do qual manava leite e mel, a dependência de Deus ainda seria a única forma de viver bem e feliz. 

1 LEWIS, C. S.. O Problema do Sofrimento. 1ª ed., São Paulo: Vida, 2006, p. 106. 
2 LEWIS, C. S.. O Problema do Sofrimento. 1ª ed., São Paulo: Vida, 2006, p. 121. 
3 YANCEY, Philip. Para que Serve Deus (livro digital). São Paulo: Mundo Cristo, 2011, p. 148. 
4 HARRISON, R. K.. Tempos do Antigo Testamento. 1ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 168. 
5 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 243.
6 LEWIS, C. S.. O Peso de Glória. São Paulo: Vida, 2008,  pp. 48,49.
7 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 243.
8 LEWIS, C. S.. Cartas a uma Senhora Americana. São Paulo: Vida, 2006,  p. 62.
9 LEWIS, C. S.. Lendo os Salmos. 1ª ed., Viçosa: Ultimato, 2015, p. 39.
10 LEWIS, C. S.. A Anatomia de Uma Dor. São Paulo: Vida, 2006,  p. 53.
11 W.E., Vine; editado por Merril F. Unger, William White, JR.Dicionário Vine. 1ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 61.
12 ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger.Comentário Bíblico Pentecostal. 2ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1108. 
13 CALLAWAY, Phill.Bem Melhor que Dinheiro! 1ª ed., São Paulo: Landscape, 2007, pp. 24,25.

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - A Intercessão pelos Efésios - Adultos.

Subsídios Lições Bíblicas - Adultos

Lição 10 - A Intercessão pelos Efésios 

2º Trimestre de 2020
A oração intercessora está presente na Carta aos Efésios. Fica patente a necessidade de o apóstolo apresentar pessoas diante de Deus para que compreendam a profundidade e a dimensão espiritual em Cristo. Nesse sentido, você deve expor a classe acerca do objetivo geral da lição, que é apreender a eficácia da oração no fortalecimento, restauração e crescimento espiritual da Igreja de Cristo. Para atingir esse objetivo central, você terá de refletir acerca dos propósitos da oração do apóstolo Paulo no poder do Espírito, também destacar a necessidade de a Igreja estar arraigada e fundada no amor de Deus e, por fim, conscientizar de que Deus é capaz de fazer muito além do que pedimos. Nosso propósito é levar o aluno a conhecer e praticar a oração intercessora. É fundamental que eles compreendam a necessidade de uns orarem pelos outros para o crescimento espiritual tanto coletivo quanto individual.   
Resumo e destaques da lição
A lição parte de um pressuposto de que temos o dever de interceder uns pelos outros em amor. Isso fica claro à luz de Efésios 3.14-21. Não podemos perder de vista, porém, que o propósito da intercessão apostólica na carta leva em conta o crescimento espiritual do crente. Nesse aspecto, o primeiro tópico faz uma reflexão acerca dos propósitos da oração do apóstolo Paulo no poder do Espírito. Nesse caso, você precisa deixar claro que o poder e a presença de Cristo capacitam os salvos a prosseguirem vitoriosos na gloriosa jornada cristã. Há uma corroboração do crente que intercede com o poder do Espírito.
O segundo tópico destaca a necessidade de a Igreja estar arraigada e fundada no amor de Deus, assim, você deve mostrar que Paulo enfatiza a necessidade da total compreensão do amor de Deus e o crescimento espiritual dos crentes até alcançar a perfeição. A vida de intercessão de um crente deve estar arraigada e fundada no amor.
Finalmente, o terceiro tópico conscientiza de que Deus é capaz de fazer muito além do que pedimos, ou seja, as bênçãos espirituais são ilimitadas e está disponível ao cristão, e, somente o nome de Deus deve ser eternamente glorificado. A ideia aqui é de alcançar um grau sublime de intercessão em que não haja dúvida alguma do que Deus pode fazer. É o que está patente na intercessão que o apóstolo Paulo faz pelos efésios. Ele sabia que Deus pode fazer muito mais do que pedimos e além do que pensamos.
Subsídio extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 21 nº81 (Jan/Fev/Mar) 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Lição 09 - 2º Trimestre 2020 - O Dom de Variedade de Línguas - Pré Adolescentes.

Lição 9 - O Dom de Variedade de Línguas 

2º Trimestre de 2020
A lição de hoje encontra-se em: 1 Coríntios 12.10; 14.2-28.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos conhecerão mais um dom espiritual concedido à igreja: o dom de línguas estranhas. O dom de línguas está entre os dons que manifestam a mensagem de Deus, porém, tem a função unicamente de corroborar o crente com poder divino em seu interior. Em muitas ocasiões este dom é mal compreendido pela igreja, trazendo muitas dificuldades desnecessárias. Deus deseja derramar da sua graça renovadora sobre cada crente na intenção de torná-lo cheio do seu Santo Espírito, porém, a mensagem que Paulo direciona à igreja de Corinto é: “faça-se tudo decentemente e com ordem” (cf. 1 Co 14.40).
O dom de línguas é uma das manifestações do Espírito Santo no seio da igreja que tem o propósito de edificação espiritual. Diferentemente de outros dons que operam com vista no coletivo da igreja, este dom tem como alvo de sua atuação o crente individualmente. Isso revela que, embora Deus tenha a preocupação de operar para que todo o seu povo seja fortalecido na fé, Ele também trata com seus filhos em particular.
A respeito da manifestação deste dom o comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 1763) discorre:
No tocante às línguas (gr. glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos: a) Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, e.g., ‘línguas... dos anjos’ (1 Co 13.1). A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto por quem fala (14.14), como pelos ouvintes (14.16). b) O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com Deus (isto é, na oração, no louvor, no bendizer e na ação de graças), expressando-se através do espírito mais do que da mente (14.2,14) e orando por si mesmo ou pelo próximo sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da atividade da mente (14.2,15,28; Jd 20). c) Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação, também pelo Espírito, para que a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (14.3,27,28). Ela pode conter revelação, advertência, profecia ou ensino para a igreja (cf. 14.6). d) Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em ‘êxtase’ ou ‘fora de controle’ (14.27,28). 
Conhecer e saber como se comportar em relação à manifestação do Espírito no seio da igreja não é mérito de alguns, mas um exercício que todos os crentes devem aprender a fim de que o propósito de edificação da igreja seja alcançado. Portanto, caro professor, aproveite a oportunidade e converse com seus alunos a respeito das possíveis dúvidas que tenham sobre o dom de línguas estranhas. A seguir, algumas perguntas que podem nortear o diálogo: 1. As línguas estranhas podem ser aprendidas? 2. Qualquer pessoa pode receber o dom de línguas? 3. O que as pessoas estão falando quando expressam as palavras em línguas estranhas? 4. Há algum idioma que podemos estudar para compreender as línguas estranhas? 5. Você já falou em línguas estranhas? Como foi a sua experiência? Dialogue com seus alunos a partir destas perguntas e abra espaço para outras que surgirão durante a explicação.
Boa aula!