Lição
01
NO MUNDO TEREIS AFLIÇÕES
01
de julho de 2012
TEXTO
ÁUREO
“Tenho-vos
dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições,
mas tende bom
ânimo; eu venci o mundo” (Jo
16.33).
VERDADE
PRÁTICA
Mesmo sofrendo as consequências da queda, sabemos que Deus está
no controle de todas as coisas.
COMENTÁRIO
DO TEXTO ÁUREO
“Tenho-vos dito isso, para que em mim
tenhais paz; no mundo tereis aflições,
mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).
Nosso primeiro texto áureo deste 3º trimestre
(julho/agosto/setembro) está inserido no capítulo 16 do Santo Evangelho Segundo
escreveu São João, após falar sobre o Consolador, o Senhor Jesus dá as palavras
de despedida.
Essas palavras do Senhor nos faz lembrar dos
ensinos Dele, iniciados no décimo terceiro e no décimo quarto capítulos deste
evangelho, onde o Senhor Jesus conforta os seus discípulos materializando
o amor, falando do novo mandamento e
prometendo o Consolador.
“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz;...” –
passagem similar a esta encontramos em João 14.27 onde Senhor Jesus declara: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou...”.
Paz, na língua grega
é eirene e na língua hebraica
é shalôn, é diferente de
ausência de guerras. A verdadeira paz, conforme Nm 6.26 e Ef 2.14,
é adquirida através do favor de nosso Senhor Jesus Cristo, o Príncipe da Paz (Is 9.6). Para obter a verdadeira paz
com Deus é necessário desfrutar da justificação pela fé em Cristo (Rm 5.1).
O contexto desse versículo é extraordinário, pois Jesus estava diante
de um pequenino grupo de discípulos, que em breve estariam só no mundo, diante
de perseguidores, diante da implacável fúria assassina do maligno, da zombaria
e das tribulações da vida, o que o Senhor
poderia deixar para eles, qual seria sua herança, o seu legado, Ele não tinha
nenhum bem material, uma casa, um tesouro escondido, nem mesmo suas vestes Ele
poderia deixar, uma vez que os soldados se apoderariam delas, não havia nada de
material, nenhum bem que a nossa sociedade entende ser precioso. Qual foi então
o legado que Jesus deixaria para seus discípulos? Existia sim, algo que o
Senhor Jesus deixaria: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou
como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (Jo 14.27).
A paz dada por Jesus, ultrapassa qualquer
“tranqüilidade mental” desesperadamente procurada pelo mundo hoje, não se obtém
através de exercícios de relaxamento, como ioga e outras práticas mentais, a
paz que o Senhor Jesus nos dá é um presente celestial, é um contato de Deus com
a alma, por intermédio do Espírito Santo. O Espírito Santo nos acalma a alma,
tranqüiliza a nossa alma, é um dom divino. Glória a Deus. O mundo não pode
propiciar a paz, no mundo teremos aflições, alías o mundo inventou muitas supostas maneiras e teorias
sobre como obter a paz.
O mundo quer dar a paz oferecendo
práticas mentais, disciplinas corporais,
sexualidade, filosofias e ideologias algumas grosseiras outras mais refinadas,
mas o fim dessa longa caminhada é desespero, por que a paz oferecida pelo mundo
é falsa, momentânea e passageira. A paz de Jesus nos é conferida por Ele, que a
conquistou no madeiro: “Na sua carne desfez a inimizade. Isto é, a lei dos
mandamentos que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um
homem, fazendo a paz” (Ef 2.15). Somente Jesus podemos
ter a paz:
1.- Ele nos oferece a paz, isto é, a harmonia com
Deus (Rm 5.1) e com os homens, a tranqüilidade que nasce da retidão espiritual;
2.- A paz se baseia sobre o bem-estar da alma, sendo produto da regeneração;
3.- Cristo é a nossa paz (Ef 2.14), pois sua missão
nos concede harmonia com Deus;
4.- A Paz é fruto do Espírito, uma operação
espiritual, uma qualidade da alma (Gl 5.22);
5.- Ela acompanha a fé (Rm 15.13) e a retidão (Is
32.17) e se deriva do amor da lei de Deus (Sl 119.165) Ela se firma mediante a
mentalidade espiritual (Rm 8.6);
6.- O evangelho anuncia a paz e a introduz (Rm
10.15);
7.- Os que são espirituais haverão de promovê-la
(Mt 5.9);
8.- Aos ímpios faltam o conhecimento e a experiência
da paz (Rm 3.17);
9.- A Paz ultrapassa o entendimento (Fl 4.7; Is
57.2);
10.- A paz espiritual é um consolo e uma força
presentes, e essa é a mensagem principal de João 14.27.
“... no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33)." – Juntamente com a declaração do dom da
paz, o Senhor Jesus declara: “...no mundo tereis tribulações...”, nos
últimos dois mil anos de história Cristã, os cristãos têm passado por
traumáticas aflições e tribulações, no início da igreja, os judeus a
perseguira, posteriormente o terrível Império Romano, depois as religiões
oficiais distanciadas da simplicidade do Evangelho, depois o evolucionismo e
comunismo ateísta, as heresias, os modismos, o hedonismo e toda sorte de
provações materiais e morais. Mas
apesar dos pesares há
uma firme declaração de que nada há para o crente temer, porquanto confiamos
nele e confiamos em Deus, conhecemos ao seu Espírito, e esse Espírito nos
administra paz na própria alma. Interessante neste versículo é que
embora Ele seja enfático ao falar que enfrentaríamos: “aflições ou tribulações”, Ele declara
seguidamente que “eu venci o mundo”, exatamente aquele lugar
onde temos aflições, está vencido por Jesus, portanto, podemos desfrutar a paz, e
termos segurança Nele, exercendo fé na sua obra expiatória: “...tudo o que é
nascido de Deus vence o mundo, e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa
fé” (1 Jo 5.4).
3º Trimestre de 2012
Título:
Vencendo as aflições da vida
Muitas são as aflições do justo,
mas o Senhor o livra de todas
Comentarista:
Pastor Eliezer
de Lira e Silva
RESUMO DA LIÇÃO 01
I. AS AFLIÇÕES DO
TEMPO PRESENTE
1. De ordem natural.
2. De ordem econômica.
3. De ordem física.
II. POR
QUE O CRENTE SOFRE
3. O novo nascimento e o sofrimento.
III. O CRESCIMENTO E A
PAZ NAS AFLIÇÕES
2. Tudo coopera para o bem.
3. Desfrutando a paz do Senhor.
INTERAÇÃO
Pela
graça de Deus iniciaremos mais um trimestre. Estudaremos
o tema “Vencendo as aflições da vida”.
Não
são poucas as afirmações equivocadas de que “o crente não sofre neste mundo”.
No
entanto, veremos, na presente lição, exatamente o contrário do que se é
postulado em alguns arraiais evangélicos.
O
comentarista desse trimestre é o pastor Eliezer de Lira e Silva, conferencista em Escolas Bíblicas
e diretor do projeto missionário “Ide Ensinai”, em Moçambique, África.
Aproveite a oportunidade para enfatizar que a vontade de Deus para nossas vidas
é boa, perfeita e agradável.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Descrever
as aflições do tempo presente.
·
Responder “por que o crente sofre?”.
·
Conscientizar-se de que podemos crescer e desfrutar da paz do
Senhor no sofrimento.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
MUNDO:
[gr. kosmos, ordem, beleza; do lat. mundus, puro]
É a terra e o conjunto de todas as coisas
criadas por Deus.
O crente em Jesus pode vir a sofrer? Se a resposta for não, então por que o sofrimento
assalta-lhe a vida?
Neste trimestre, estudaremos as “aflições do tempo
presente”. Veremos que elas, conforme ensinou Jesus (Jo
16.33), são uma realidade inevitável até mesmo na vida do crente mais fiel. Mas da mesma forma como Ele padeceu, porém
triunfou, nós também poderemos vencer todas as batalhas. E, assim, cresceremos integralmente na graça e no
conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
I. AS AFLIÇÕES DO TEMPO PRESENTE
1.
De ordem natural. Presenciamos uma desordem nunca antes vista na
natureza. Apesar dos falsos alarmes, não podemos ignorar a
devastação provocada pela ação irresponsável do homem. A Bíblia diz que a criação geme e está com “dores de parto” pelo que o ser humano
tem-lhe feito (Rm 8.22). Quantas calamidades nos abatem por causa da
degradação ambiental. São tragédias assombrosas que ceifam milhares de
vidas. As poluições nos lagos, rios e mares, e as
ocupações em áreas de riscos contribuem para a ocorrência de tragédias. Tais aflições também afetam os crentes fiéis.
2.
De ordem econômica. Outra aflição que se abate sobre o mundo é a de
ordem financeira. A crise econômica internacional empobrece países,
nações e famílias. Quantos não deram cabo da própria vida porque, da
noite para o dia, descobriram que perderam todos os bens? Em nosso país, milhões de pessoas sobrevivem com
menos de um salário mínimo. A pobreza, a fome e a miséria continuam a flagelar
vidas ao redor do mundo, inclusive as dos servos de Deus (Mc 12.41-44).
3.
De ordem física. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde,
doenças como câncer, hepatite, hipertensão arterial, depressão e obesidade são
consideradas as pragas do século XXI. Essa informação traz-nos algumas indagações: - Será que o crente fiel não é vítima de câncer? - Não desenvolve a depressão? - Não sofre de hipertensão arterial? Não precisamos de muito esforço para reconhecer que
as enfermidades também atingem os salvos e são consequência da queda (Rm 6.23).
Mesmo cientes de que as doenças acometem igualmente o servo de Deus, é
impossível ignorar que há enfermidades de natureza espiritual e oriundas de
práticas pecaminosas (Mt 9.32,33; Jo 5.14,15).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
As
aflições do tempo presente são representadas pelas crises de ordem natural,
econômica e física. Malefícios que acometem igualmente o servo de Deus.
II. POR QUE O CRENTE SOFRE
3.
O novo nascimento e o sofrimento. A experiência pessoal e genuína do novo nascimento
gera no crente uma natureza oposta a da queda (1 Jo 5.1,19). Entretanto, apesar de ter nascido de novo, o crente
em Jesus não deixa de experimentar o sofrimento, pois, como disse Agostinho de
Hipona: “A permanência da concupiscência
em nós é uma maneira de provarmos a Deus o nosso amor a Ele, lutando contra o
pecado por amor ao Senhor; é, sobretudo, no rompimento radical com o pecado que
damos a Deus a prova real do nosso amor”. Assim, experimentamos o sofrimento porque habitamos
um corpo que ainda não foi transformado, mas que espera a sua plena
glorificação (1 Co 15.35-58).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A Queda
e a degeneração humana são as chaves para se compreender a realidade do
sofrimento.
III. O CRESCIMENTO E A PAZ NAS AFLIÇÕES
2.
Tudo coopera para o bem. A vontade de Deus para as nossas vidas é boa,
perfeita e agradável (Rm 12.2). O escritor aos Hebreus reconhece que o Senhor,
muitas vezes, usa a provação para corrigir-nos e fazer brotar em nossa vida o “fruto pacífico de justiça” (Hb 12.3-11). No exercício desse processo, crescemos como pessoas
e servos de Deus, aprendendo na faculdade das aflições da vida. Assim, podemos dizer inequivocamente que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
3.
Desfrutando a paz do Senhor. Olhar para o sofrimento e a aflição humana e,
paradoxalmente, desfrutar da paz de Cristo, parece-nos loucura! Mas não o é quando entendemos que Deus age segundo
o conselho da sua vontade, visando sempre o bem e o crescimento dos seus
filhos. O deserto da vida não é percorrido sob a ilusão
mágica da “sombra e água fresca”, mas com os pés firmes na realidade desértica
do sol escaldante (Rm 5.1-5; Fp 4.7). Nesse interregno, porém, desfrutamos a bondade, a
misericórdia e a proteção do Criador dos céus e da terra. Mesmo vivendo em um mundo de aflições, podemos
experimentar a paz que excede todo o entendimento e cantar em alto e bom som o
coro do hino 178 da Harpa Cristã: “Paz, paz/ gloriosa paz/ Paz, paz/ perfeita
paz/ desde que Cristo minh'alma salvou/ tenho doce paz!”.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O crente em Jesus pode crescer na graça e desfrutar a paz de
Deus em meio ao sofrimento. O Senhor é soberano e tudo coopera para o bem
daqueles que O amam.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Neste mundo, estamos sujeitos às aflições e
sofrimentos de qualquer espécie. A vida cristã envolve períodos difíceis e
trabalhosos. No entanto, se a nossa expectativa estiver na
soberania de Deus e no seu bem, desfrutaremos, mesmo que andemos em aflição, da
mais perfeita e sublime paz de Cristo. Que ao longo desse trimestre, o Todo-Poderoso
ilumine-lhe a mente e o coração para deleitar-se em sua eterna e maravilhosa
graça. Amém!
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
COLSON, C.; PEARCEY, N. E
Agora Como Viveremos? 2.ed.,
RJ: CPAD, 2000.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio
Apologético
“Sofrer faz algum
sentido?
‘Um Deus que não aboliu
o sofrimento — pior ainda, um Deus que aboliu o pecado precisamente pelo
sofrimento — é um escândalo para a mente moderna’ (Peter Kreeft).
[...] É vital reconhecermos
a historicidade da Queda. Se a Queda é meramente um símbolo, enquanto na
realidade o pecado é intrínseco à natureza humana, então voltamos ao dilema de
Einstein: que Deus criou o mal e está implicado em nossos erros. As Escrituras
dão uma resposta genuína para o problema do mal somente porque insiste que Deus
criou o mundo originalmente bom — e que o mal entrou num certo ponto da
história. E quando isso aconteceu, causou uma mudança cataclísmica, distorcendo
e desfigurando a Criação, resultando em morte e destruição. É por esse motivo
que o mal é tão odioso, tão repulsivo, tão trágico. Nossa resposta é
inteiramente apropriada, e a única razão por que Deus pode realmente nos
confortar é que Ele está do
nosso lado. “Ele não criou o mal, e também, detesta a maneira com que isso
desfigurou o trabalho de suas mãos” (COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora Como Viveremos? 2.ed., RJ: CPAD, 2000, p.258).