sexta-feira, 29 de junho de 2012

LIÇÃO 1 - 3º Trim. 2012 - No Mundo Tereis Aflições.


Lição 01
NO MUNDO TEREIS AFLIÇÕES
01 de julho de 2012 

TEXTO ÁUREO

Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições,
mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33)

VERDADE PRÁTICA

Mesmo sofrendo as consequências da queda, sabemos que Deus está no controle de todas as coisas.  

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  

Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições,
 mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33)

Nosso primeiro texto áureo deste 3º trimestre (julho/agosto/setembro) está inserido no capítulo 16 do Santo Evangelho Segundo escreveu São João, após falar sobre o Consolador, o Senhor Jesus dá as palavras de despedida.
Essas palavras do Senhor nos faz lembrar dos ensinos Dele, iniciados no décimo terceiro e no décimo quarto capítulos deste evangelho, onde o Senhor Jesus conforta os seus discípulos materializando o  amor, falando do novo mandamento e prometendo o Consolador. 
Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz;...” – passagem similar a esta encontramos em João 14.27 onde Senhor Jesus declara: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou...”.
Paz, na língua grega é eirene e na língua hebraica é shalôn, é diferente de ausência de guerras. A verdadeira paz, conforme Nm 6.26 e Ef 2.14, é adquirida através do favor de nosso Senhor Jesus Cristo, o Príncipe da Paz (Is 9.6). Para obter a verdadeira paz com Deus é necessário desfrutar da justificação pela fé em Cristo (Rm 5.1).
O contexto desse versículo é extraordinário, pois Jesus estava diante de um pequenino grupo de discípulos, que em breve estariam só no mundo, diante de perseguidores, diante da implacável fúria assassina do maligno, da zombaria e das tribulações da vida,  o que o Senhor poderia deixar para eles, qual seria sua herança, o seu legado, Ele não tinha nenhum bem material, uma casa, um tesouro escondido, nem mesmo suas vestes Ele poderia deixar, uma vez que os soldados se apoderariam delas, não havia nada de material, nenhum bem que a nossa sociedade entende ser precioso. Qual foi então o legado que Jesus deixaria para seus discípulos? Existia sim, algo que o Senhor Jesus deixaria: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (Jo 14.27).
A paz dada por Jesus, ultrapassa qualquer “tranqüilidade mental” desesperadamente procurada pelo mundo hoje, não se obtém através de exercícios de relaxamento, como ioga e outras práticas mentais, a paz que o Senhor Jesus nos dá é um presente celestial, é um contato de Deus com a alma, por intermédio do Espírito Santo. O Espírito Santo nos acalma a alma, tranqüiliza a nossa alma, é um dom divino. Glória a Deus. O mundo não pode propiciar a paz, no mundo teremos aflições, alías o mundo inventou muitas supostas maneiras e teorias sobre como obter a paz.
O mundo quer dar a paz oferecendo práticas  mentais, disciplinas corporais, sexualidade, filosofias e ideologias algumas grosseiras outras mais refinadas, mas o fim dessa longa caminhada é desespero, por que a paz oferecida pelo mundo é falsa, momentânea e passageira. A paz de Jesus nos é conferida por Ele, que a conquistou no madeiro: “Na sua carne desfez a inimizade. Isto é, a lei dos mandamentos que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um homem, fazendo a paz” (Ef 2.15). Somente Jesus podemos ter a paz:
1.- Ele nos oferece a paz, isto é, a harmonia com Deus (Rm 5.1) e com os homens, a tranqüilidade que nasce da retidão espiritual;
2.- A paz se baseia sobre o bem-estar da alma,  sendo produto da regeneração;
3.- Cristo é a nossa paz (Ef 2.14), pois sua missão nos concede harmonia com Deus;
4.- A Paz é fruto do Espírito, uma operação espiritual, uma qualidade da alma (Gl 5.22);
5.- Ela acompanha a fé (Rm 15.13) e a retidão (Is 32.17) e se deriva do amor da lei de Deus (Sl 119.165) Ela se firma mediante a mentalidade espiritual (Rm 8.6);
6.- O evangelho anuncia a paz e a introduz (Rm 10.15);
7.- Os que são espirituais haverão de promovê-la (Mt 5.9);
8.- Aos ímpios faltam o conhecimento e a experiência da paz (Rm 3.17);
9.- A Paz ultrapassa o entendimento (Fl 4.7; Is 57.2);
10.- A paz espiritual é um consolo e uma força presentes, e essa é a mensagem principal de João 14.27. 
“... no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33)." – Juntamente com a declaração do dom da paz, o Senhor Jesus declara: “...no mundo tereis tribulações...”, nos últimos dois mil anos de história Cristã, os cristãos têm passado por traumáticas aflições e tribulações, no início da igreja, os judeus a perseguira, posteriormente o terrível Império Romano, depois as religiões oficiais distanciadas da simplicidade do Evangelho, depois o evolucionismo e comunismo ateísta, as heresias, os modismos, o hedonismo e toda sorte de provações materiais e morais. Mas apesar dos pesares há uma firme declaração de que nada há para o crente temer, porquanto confiamos nele e confiamos em Deus, conhecemos ao seu Espírito, e esse Espírito nos administra paz na própria alma. Interessante neste versículo é que embora Ele seja enfático ao falar que enfrentaríamos: “aflições ou tribulações, Ele declara seguidamente que “eu venci o mundo”, exatamente aquele lugar onde temos aflições, está vencido por Jesus, portanto, podemos desfrutar a paz, e termos segurança Nele, exercendo fé na sua obra expiatória: “...tudo o que é nascido de Deus vence o mundo, e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1 Jo 5.4). 

3º Trimestre de 2012  

Título: 
Vencendo as aflições da vida
Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas  
Comentarista: 
Pastor Eliezer de Lira e Silva   

RESUMO DA LIÇÃO 01


I. AS AFLIÇÕES DO TEMPO PRESENTE
1. De ordem natural.
2. De ordem econômica.
3. De ordem física.  
II. POR QUE O CRENTE SOFRE
1. A queda.
2. A degeneração humana.
3. O novo nascimento e o sofrimento.  
III. O CRESCIMENTO E A PAZ NAS AFLIÇÕES
1. A soberania divina na vida do crente.
2. Tudo coopera para o bem.
3. Desfrutando a paz do Senhor. 

INTERAÇÃO  

Pela graça de Deus iniciaremos mais um trimestre. Estudaremos o tema “Vencendo as aflições da vida”.
Não são poucas as afirmações equivocadas de que “o crente não sofre neste mundo”.
No entanto, veremos, na presente lição, exatamente o contrário do que se é postulado em alguns arraiais evangélicos.
O comentarista desse trimestre é o pastor Eliezer de Lira e Silva, conferencista em Escolas Bíblicas e diretor do projeto missionário “Ide Ensinai”, em Moçambique, África. Aproveite a oportunidade para enfatizar que a vontade de Deus para nossas vidas é boa, perfeita e agradável.  

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Descrever as aflições do tempo presente.
·   Responder “por que o crente sofre?”.
·   Conscientizar-se de que podemos crescer e desfrutar da paz do Senhor no sofrimento. 

COMENTÁRIO  

introdução 
Palavra Chave 
MUNDO: 
[gr. kosmos, ordem, beleza; do lat. mundus, puro] 
 É a terra e o conjunto de todas as coisas criadas por Deus.  
O crente em Jesus pode vir a sofrer? Se a resposta for não, então por que o sofrimento assalta-lhe a vida?
Neste trimestre, estudaremos as “aflições do tempo presente”. Veremos que elas, conforme ensinou Jesus (Jo 16.33), são uma realidade inevitável até mesmo na vida do crente mais fiel. Mas da mesma forma como Ele padeceu, porém triunfou, nós também poderemos vencer todas as batalhas. E, assim, cresceremos integralmente na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.  
I. AS AFLIÇÕES DO TEMPO PRESENTE  
1. De ordem natural. Presenciamos uma desordem nunca antes vista na natureza. Apesar dos falsos alarmes, não podemos ignorar a devastação provocada pela ação irresponsável do homem. A Bíblia diz que a criação geme e está com “dores de parto” pelo que o ser humano tem-lhe feito (Rm 8.22). Quantas calamidades nos abatem por causa da degradação ambiental. São tragédias assombrosas que ceifam milhares de vidas. As poluições nos lagos, rios e mares, e as ocupações em áreas de riscos contribuem para a ocorrência de tragédias. Tais aflições também afetam os crentes fiéis.  

2. De ordem econômica. Outra aflição que se abate sobre o mundo é a de ordem financeira. A crise econômica internacional empobrece países, nações e famílias. Quantos não deram cabo da própria vida porque, da noite para o dia, descobriram que perderam todos os bens? Em nosso país, milhões de pessoas sobrevivem com menos de um salário mínimo. A pobreza, a fome e a miséria continuam a flagelar vidas ao redor do mundo, inclusive as dos servos de Deus (Mc 12.41-44). 

3. De ordem física. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, doenças como câncer, hepatite, hipertensão arterial, depressão e obesidade são consideradas as pragas do século XXI. Essa informação traz-nos algumas indagações: - Será que o crente fiel não é vítima de câncer? - Não desenvolve a depressão? - Não sofre de hipertensão arterial? Não precisamos de muito esforço para reconhecer que as enfermidades também atingem os salvos e são consequência da queda (Rm 6.23). Mesmo cientes de que as doenças acometem igualmente o servo de Deus, é impossível ignorar que há enfermidades de natureza espiritual e oriundas de práticas pecaminosas (Mt 9.32,33; Jo 5.14,15). 

SINOPSE DO TÓPICO (I)
As aflições do tempo presente são representadas pelas crises de ordem natural, econômica e física. Malefícios que acometem igualmente o servo de Deus.  
II. POR QUE O CRENTE SOFRE 
1. A queda. O sofrimento é algo comum a todos os homens, sejam ímpios sejam justos. Uma razão para a existência do mal é aqueda humana. Deus fez um mundo perfeito (Gn 1.31), mas a transgressão de Adão trouxe a tristeza, a dor e a morte (Gn 3.16-19; Rm 5.12). Por isso, todos estão igualmente sujeitos ao sofrimento (Rm 2.12; 8.22). 
2. A degeneração humana. Com a queda no Éden, o homem sofreu um processo de degeneração moral, social e espiritual. Tal degradação, observada na vida de Caim (Gn 4.8-16), Lameque (Gn 4.23,24) e de toda aquela geração, levou Deus a destruir o mundo pelo dilúvio (Gn 6.1-7.24). O relato bíblico mostra claramente a corrupção humana e o aparecimento do ódio, da violência, das guerras e de todos os atos que contrariam a vontade divina. Não é exatamente essa a situação da sociedade atual? A humanidade acha-se em franca rebelião contra Deus (Rm 3.23). 
3. O novo nascimento e o sofrimento. A experiência pessoal e genuína do novo nascimento gera no crente uma natureza oposta a da queda (1 Jo 5.1,19). Entretanto, apesar de ter nascido de novo, o crente em Jesus não deixa de experimentar o sofrimento, pois, como disse Agostinho de Hipona: “A permanência da concupiscência em nós é uma maneira de provarmos a Deus o nosso amor a Ele, lutando contra o pecado por amor ao Senhor; é, sobretudo, no rompimento radical com o pecado que damos a Deus a prova real do nosso amor”. Assim, experimentamos o sofrimento porque habitamos um corpo que ainda não foi transformado, mas que espera a sua plena glorificação (1 Co 15.35-58).  
SINOPSE DO TÓPICO (II) 
A Queda e a degeneração humana são as chaves para se compreender a realidade do sofrimento.  
III. O CRESCIMENTO E A PAZ NAS AFLIÇÕES  
1. A soberania divina na vida do crente. A soberania divina na existência do crente garante-lhe que os olhos de Deus sondem-lhe a vida por inteiro. Somos em suas mãos o que o vaso é nas mãos do oleiro (Jr 18.4). Por isso, você pode falar como o salmista: “Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois consideraste a minha aflição; conheceste a minha alma nas angústias” (Sl 31.7). Querido irmão, querida irmã, não se desespere! O Senhor, Criador dos céus e da terra, cuida inteiramente de você e dos seus, porque “a terra é do Senhor e toda a sua plenitude” (1 Co 10.26). 
2. Tudo coopera para o bem. A vontade de Deus para as nossas vidas é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). O escritor aos Hebreus reconhece que o Senhor, muitas vezes, usa a provação para corrigir-nos e fazer brotar em nossa vida o “fruto pacífico de justiça” (Hb 12.3-11). No exercício desse processo, crescemos como pessoas e servos de Deus, aprendendo na faculdade das aflições da vida. Assim, podemos dizer inequivocamente que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28). 
3. Desfrutando a paz do Senhor. Olhar para o sofrimento e a aflição humana e, paradoxalmente, desfrutar da paz de Cristo, parece-nos loucura! Mas não o é quando entendemos que Deus age segundo o conselho da sua vontade, visando sempre o bem e o crescimento dos seus filhos. O deserto da vida não é percorrido sob a ilusão mágica da “sombra e água fresca”, mas com os pés firmes na realidade desértica do sol escaldante (Rm 5.1-5; Fp 4.7). Nesse interregno, porém, desfrutamos a bondade, a misericórdia e a proteção do Criador dos céus e da terra. Mesmo vivendo em um mundo de aflições, podemos experimentar a paz que excede todo o entendimento e cantar em alto e bom som o coro do hino 178 da Harpa Cristã: “Paz, paz/ gloriosa paz/ Paz, paz/ perfeita paz/ desde que Cristo minh'alma salvou/ tenho doce paz!”. 
SINOPSE DO TÓPICO (III) 
O crente em Jesus pode crescer na graça e desfrutar a paz de Deus em meio ao sofrimento. O Senhor é soberano e tudo coopera para o bem daqueles que O amam.  
CONSIDERAÇÕES FINAIS  
Neste mundo, estamos sujeitos às aflições e sofrimentos de qualquer espécie. A vida cristã envolve períodos difíceis e trabalhosos. No entanto, se a nossa expectativa estiver na soberania de Deus e no seu bem, desfrutaremos, mesmo que andemos em aflição, da mais perfeita e sublime paz de Cristo. Que ao longo desse trimestre, o Todo-Poderoso ilumine-lhe a mente e o coração para deleitar-se em sua eterna e maravilhosa graça. Amém!  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA  

COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora Como Viveremos? 2.ed., RJ: CPAD, 2000.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010. 
 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO  

Subsídio Apologético  
“Sofrer faz algum sentido?
‘Um Deus que não aboliu o sofrimento — pior ainda, um Deus que aboliu o pecado precisamente pelo sofrimento — é um escândalo para a mente moderna’ (Peter Kreeft).
[...] É vital reconhecermos a historicidade da Queda. Se a Queda é meramente um símbolo, enquanto na realidade o pecado é intrínseco à natureza humana, então voltamos ao dilema de Einstein: que Deus criou o mal e está implicado em nossos erros. As Escrituras dão uma resposta genuína para o problema do mal somente porque insiste que Deus criou o mundo originalmente bom — e que o mal entrou num certo ponto da história. E quando isso aconteceu, causou uma mudança cataclísmica, distorcendo e desfigurando a Criação, resultando em morte e destruição. É por esse motivo que o mal é tão odioso, tão repulsivo, tão trágico. Nossa resposta é inteiramente apropriada, e a única razão por que Deus pode realmente nos confortar é que Ele está do nosso lado. “Ele não criou o mal, e também, detesta a maneira com que isso desfigurou o trabalho de suas mãos” (COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora Como Viveremos? 2.ed., RJ: CPAD, 2000, p.258).



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