terça-feira, 16 de outubro de 2012

Lição 2 - 4º Trim. 2012 - Oséias - A Fidelidade No Relacionamento Com Deus.


Lição 02

OSÉIAS – A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS

14 de outubro de 2012 

TEXTO ÁUREO 


Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo (2 Co 11.2) 

VERDADE PRÁTICA 


O casamento de Oséias ilustra a infidelidade de Israel e mostra a sublimidade do amor de Deus.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO 


Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo (2 Co 11.2) 

            Nosso texto áureo está inserido no capítulo 11 da segunda carta aos Coríntios, onde o SENHOR usa o apóstolo Paulo para exorta a igreja contra os falsos apóstolos, contra o perigo de serem enganados por falsos pregadores e aceitarem um evangelho distorcido       (v. 4). Exorta-os no cuidado da fé, pois ao acolherem os obreiros fraudulentos (v.13), afastavam-se da sua devoção sincera a da simplicidade que há em Cristo (v. 3).
 
“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus;...” - A expressão zelo neste versículo está usada no bom sentido indicando “preocupação profunda por alguém”, um “interesse sincero pelo bem estar de outrem”. Paulo tem um profundo interesse de cuidado do bem estar da igreja para glória de Deus. Trata-se de uma manifestação de verdadeiro amor e do interesse divino.
            Zelo aqui pode ser entendido também como “ciúmes altruísta”, “cuidado excessivamente honesto”. O apóstolo Paulo queria que aqueles irmãos em Corinto soubessem que ele desejava o melhor para eles, não visando seu próprio interesse, sua própria vaidade ou glória pessoal ou aos seus próprios objetivos, mas sim, o bem-estar geral daquela igreja.
            É por desejar ardentemente o bem estar dos irmãos em Cristo de Corinto, que Paulo se opõe vigorosamente e fortemente contra “os falsos irmãos”, “falsos apóstolos”, “falsos mestres”, que atormentavam, assolavam e dividiam a igreja de Jesus em Corinto.
            Portanto, com zelo santo e piedoso, se preocupando com o bem estar espiritual da igreja que Paulo age, diferentemente dos “falsos mestres” que tinham zelo negativo, ciúme doentio, destrutivo, ou seja, inveja.
“...porque vos tenho preparado...”A idéia é “comprometido em noivado”. No grego temos a palavra “armodzo”, que significa “encaixado”, “unidos”, “unido matrimonialmente”. Esse vocábulo tem boa variedade  de usos, mas o contexto exige que o seu sentido seja “noivado”. No grego clássico a palavra pode referir-se ao trabalho de um carpinteiro que “juntava” as peças de madeira dos móveis e utensílios, ou então ao arranjo musical, à afinação dos instrumentos musicais, ao vestir das diversas “peças de uma armadura” ou à colocação das várias peças de vestuário”.” (CHAMPLIN, RN, O Novo Testamento comentário versículo por versículo, Ed. Candeia). 

“...para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber a Cristo” – A palavra virgem no gregro é “parthenon”, que significava “virgem”, “donzela”, embora algumas vezes significasse “mulher jovem”. Em duas passagens da Bíblia Hebraica,  que aparece a palavra hebraica “almah”, foi traduzido para o grego na Septuaginta por “parthenon”, que significa “virgem” (Gn 24.43; Isaías 7.14). Gerard Van Groningen cita cinco autoridades no assunto com respeito à palavra ugaritica galmatu, encontrada nos documentos de Rãs Shamra. Uma dessas autoridades, H. Wolf, em sua obra Interpreting and Glory of the Messiah, p. 450, diz o seguinte: “Nos três lugares em que ocorrem glmt o equivalente exato de almah é usado em referência a uma jovem procurada para casamento. Gerard Van Groningen apresenta a seguinte conclusão: Um exame dos materiais disponíveis a estudiosos e peritos, como indicado acima, leva-nos a segura conclusão de que, com base no uso do termo tanto em hebraico quanto em ugarítico, o vocábulo almah deve ser traduzido por virgem. A tradução grega dá pleno apoio a isso.

            “O uso que Paulo fez aqui dessa palavra mui provavelmente foi sugerido pelo que diz o Antigo Testamento, que apresenta Deus como um marido zeloso “ciumento altruistamente”, em relação à nação de Israel: Porque o teu Criador é o teu marido; o SENHOR dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; que é chamado o Deus de toda a terra” (Is 54.5); “Porque, como o jovem se casa com a virgem, assim teus filhos se casarão contigo; e como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus” (Is 62.5); “E, passando eu junto de ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a aba do meu manto, e cobri a tua nudez; e dei-te juramento, e entrei em aliança contigo, diz o Senhor DEUS, e tu ficaste sendo minha” (Ez 16.8);          “E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias” (Os 2.19).

             Os apóstolos Paulo e João apresentam simbolicamente várias vezes a Igreja como sendo a noiva de Cristo: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.25-27); “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19.7-9); “E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap 21.2); “ E veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro” (Ap 21.9).

            Na obra O Novo Testamento Comentário Versículo por Versículo de Russell Norman Champlin encontramos o seguinte comentário sobre a parte final do versículo acima comentado: “Ao invés de estar em foco o “pai” da noiva, neste simbolismo, é possível que devamos pensar antes no “padrinho” ou “paraninfo”. Os rabinos consideram Moisés como o “padrinho” (aquele que fazia os preparativos da festa de casamento, em lugar do noivo) de Israel, a qual seria a “noiva” de Deus. Assim também Paulo figura aqui como o “padrinho” da igreja cristã gentílica. Dentro do judaísmo bíblico, aos sumos sacerdotes era vedado se casarem com alguém que não fosse virgem. Por semelhante modo, a igreja de Cristo precisa ser virginal, porquanto Cristo é o nosso grande Sumo Sacerdote”.
 

RESUMO DA LIÇÃO 02 


       OSEIAS – A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS

I. O LIVRO DE OSEIAS

1. Contexto histórico.

2. Estrutura.

3.- Mensagem.

 

II. O MATRIMÔNIO

1.- Etimologia.

2.- Simbolismo.

3.- A ordem divina para o casamento de Oseias.

 

III. A LINGUAGEM DA RECONCILIAÇÃO

1. O casamento restaurado.

2. O vale de Acor e a porta de esperança.

3. A reconciliação. 

IV.- O BANIMENTO DA IDOLATRIA EM ISRAEL

1. Meu marido, e não meu Baal.

2. O fim do baalismo. 

INTERAÇÃO


 

 O casamento de Oseias denota uma diversidade de sentimentos humanos que desabrocham numa história trágica entre DEUS e seu povo. Sim! Tristezas e frustrações fazem parte da vida pessoal do profeta. Mas também é verdade que renovadas esperanças estão implícitas na mensagem dramática desse profeta. Como marido, ele esperava a reconciliação plena com sua esposa Gomer. Tal retrato reflete o amor, a beleza e a intimidade que o verdadeiro casamento pode proporcionar. No caso de Israel, o Altíssimo almeja que a nação deixe o caminho do adultério espiritual e retorne ao amor inefável do esposo que, acima de tudo, a ama. 

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Conhecer a estrutura do livro de Oseias.

Compreender a linguagem simbólica usada no livro.

Conscientizar-se de que DEUS está pronto a nos reconciliar e acolher. 

INTRODUÇÃO 


A mensagem de Oseias começa a partir de sua vida pessoal. O seu casamento com Gomer e o difícil relacionamento familiar ocupam os três primeiros capítulos do livro que leva o seu nome. Deus tinha uma mensagem para o povo, pois a esposa e os filhos de Oseias, assim como o abandono e a prostituição dela, e o seu sofrimento e perdão, são sinais e profecias sobre Israel e Judá ao longo dos séculos.

 

ESTRUTURA DO LIVRO DE OSEIAS:

Autor: Oseias

A Chave: Adultério Espiritual (4.12)

Os assuntos principais do livro são:

 - a apostasia de Israel, a idolatria com toda espécie de vício que permeava todas as classes sociais; - Oseias por mais ou menos 60 anos condenava veementemente o procedimento do povo, qualificando-o de adultério; - Oseias um exemplo de perseverança no meio dos maiores desânimo; - o grande amor de DEUS; - o juízo divino e as promessas de restauração.

O objetivo do livro:

mostrar quão grande e abnegado é o amor de DEUS por seu povo.

 

ESBOÇO DO LIVRO DE OSEIAS
Esposa do profeta Oseias
Israel, a esposa infiel de Deus
(Os 1 a 3)
O povo de Oseias,
Israel um povo Pecaminoso
(Os 4 - 14)
(4.1 a 13.8)
Mensagem de julgamento,
Israel restaurado
(Os 4 - 10)
(13.9 a 14.9).

 

Palavra Chave

MATRIMÔNIO: 

União voluntária entre um homem e uma mulher. 

I. O LIVRO DE OSEIAS

 

1. Contexto histórico. O período do ministério de Oseias foi entre 793-753 a.C.
Quando Oseias iniciou seu ministério, Israel estava no auge da sua prosperidade e poder sob o reinado de Jeroboão II. Jeroboão II, reinou 41 anos num período de prosperidade econômica, mas também de apostasia generalizada (2Rs 14.23-29). Para compreender melhor o contexto histórico do Livro de Oseias leiamos 2 Reis 14.23 a 15.31:

No décimo quinto ano de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, começou a reinar em Samaria, Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel, e reinou quarenta e um anos. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; nunca se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. Também este restituiu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate, até ao mar da planície; conforme a palavra do SENHOR Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Hefer. Porque viu o SENHOR que a miséria de Israel era muito amarga, e que nem havia escravo, nem absolvido, nem quem ajudasse a Israel. E ainda não falara o SENHOR em apagar o nome de Israel de debaixo do céu; porém os livrou por meio de Jeroboão, filho de Jeoás. Ora, o mais dos atos de Jeroboão, tudo quanto fez, e seu poder, como pelejou, e como restituiu a Damasco e a Hamate, pertencentes a Judá, sendo rei em Israel, porventura não está escrito no livro das crônicas de Israel? E Jeroboão dormiu com seus pais, com os reis de Israel; e Zacarias, seu filho, reinou em seu lugar”. (2 Reis 14.23-29).

No ano vinte e sete de Jeroboão, rei de Israel, começou a reinar Azarias, filho de Amazias, rei de Judá. Tinha dezesseis anos quando começou a reinar, e cinqüenta e dois anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jecolias, de Jerusalém. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Amazias, seu pai. Tão somente os altos não foram tirados; porque o povo ainda sacrificava e queimava incenso nos altos. E o SENHOR feriu o rei, e ficou leproso até ao dia da sua morte; e habitou numa casa separada; porém Jotão, filho do rei, tinha o cargo da casa, julgando o povo da terra. Ora, o mais dos atos de Azarias, e tudo o que fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá? E Azarias dormiu com seus pais e o sepultaram junto a seus pais, na cidade de Davi; e Jotão, seu filho, reinou em seu lugar. No ano trinta e oito de Azarias, rei de Judá, reinou Zacarias, filho de Jeroboão, sobre Israel, em Samaria, seis meses. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR, como tinham feito seus pais; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. E Salum, filho de Jabes, conspirou contra ele e feriu-o diante do povo, e matou-o; e reinou em seu lugar. Ora, o mais dos atos de Zacarias, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel. Esta foi a palavra do SENHOR, que falou a Jeú: Teus filhos, até à quarta geração, se assentarão sobre o trono de Israel. E assim foi. Salum, filho de Jabes, começou a reinar no ano trinta e nove de Uzias, rei de Judá, e reinou um mês inteiro em Samaria.
Porque Menaém
, filho de Gadi, subiu de Tirza, e veio a Samaria; e feriu a Salum, filho de Jabes, em Samaria, e o matou, e reinou em seu lugar.
Ora, o mais dos atos de Salum, e a conspiração que fez, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel. Então Menaém feriu a Tifsa, e a todos os que nela havia, como também a seus termos desde Tirza, porque não lha tinham aberto; e os feriu, pois, e a todas as mulheres grávidas fendeu pelo meio. Desde o ano trinta e nove de Azarias, rei de Judá, Menaém, filho de Gadi, começou a reinar sobre Israel, e reinou dez anos em Samaria.
E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; todos os seus dias não se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. Então veio Pul, rei da Assíria, contra a terra; e Menaém deu a Pul mil talentos de prata, para que este o ajudasse a firmar o reino na sua mão. E Menaém tirou este dinheiro de Israel, de todos os poderosos e ricos, para dá-lo ao rei da Assíria, de cada homem cinqüenta siclos de prata; assim voltou o rei da Assíria, e não ficou ali na terra. Ora, o mais dos atos de Menaém, e tudo quanto fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel? E Menaém dormiu com seus pais; e Pecaías, seu filho, reinou em seu lugar. No ano cinqüenta de Azarias, rei de Judá, começou a reinar Pecaías, filho de Menaém, sobre Israel, em Samaria, e reinou dois anos. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. E Peca, filho de Remalias, seu capitão, conspirou contra ele, e o feriu em Samaria, no paço da casa do rei, juntamente com Argobe e com Arié, e com ele cinqüenta homens dos filhos dos gileaditas; e o matou, e reinou em seu lugar.
Ora, o mais dos atos de Pecaías, e tudo quanto fez, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
No ano cinqüenta e dois de Azarias, rei de Judá, começou a reinar Peca, filho de Remalias, sobre Israel, em Samaria, e reinou vinte anos. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser, rei da Assíria, e tomou a Ijom, a Abel-Bete-Maaca, a Janoa, e a Quedes, a Hazor, a Gileade, e a Galiléia, e a toda a terra de Naftali, e os levou à Assíria. E Oséias, filho de Elá, conspirou contra Peca, filho de Remalias, e o feriu, e o matou, e reinou em seu lugar, no vigésimo ano de Jotão, filho de Uzias. Ora, o mais dos atos de Peca, e tudo quanto fez, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel” (2 Reis 15.1-31).

Oseias distinguiu as dez tribos pelo nome de Israel, ou de Samaria, sua capital, ou de Efraim, a tribo principal.

 

Reino do Norte ou Reino de Israel – capital Samaria (fim do reino - 722 a.C.)

Reino do Sul ou Reino de Judá – Capital Jerusalém (fim do reino – 586 a.C.)  

Oseias profetizou em Samaria, capital do Reino do Norte durante os “dias de Uzias, Jotão, Acaz. Esequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel” (1.1).
A soma dos anos desse período deve ser reduzida significativamente porque Jotão foi corregente com seu pai, Uzias, e da mesma forma Ezequias reinou com Acabe, seu pai (2 Rs 15.5; 18.1,2,9,10,13).

O ministério de Oseias deu-se no período da supremacia política e militar da Assíria.

 

O IMPÉRIO ASSÍRIO  

O Império Assírio era localizado na região leste da Alta Mesopotâmia, entre o rio Tigre e a cordilheira de Zagros.
Seus domínios se estenderam de Elam até as fronteiras do Egito.
Seu ápice foi com o rei Sargão II (722-705 a.C.).
Com seu forte exército dominou os hebreus, babilônios e egípcios, mas não resistiu à pressão de um levante em Elam, juntamente com um na Babilônia, dando a oportunidade para os egípcios recuperarem sua liberdade.
Logo em seguida, os medos, povo aliado aos caldeus e aos citas, tomaram a capital Nínive e a destruíram.
Os assírios formaram o maior império, até então criado, antes do Império Romano 

2. Estrutura. A revelação foi entregue ao profeta pela palavra “dita a Oseias” (1.1a).
A segunda declaração: “O princípio da palavra do Senhor por Oseias” (1.2a), reitera a forma de comunicação do versículo anterior. Também esclarece que a ordem para Oseias se casar com “uma mulher de prostituições” aconteceu no começo do seu ministério, como fica claro na versão Almeida Revista e Atualizada (ARA) e na Tradução Brasileira (TB) (1.2b). O livro pode ser dividido em duas partes principais:
I.- biografia profética escrita em prosa que descreve a crise do relacionamento de Oseias com sua esposa infiel, ao mesmo tempo que compara essa crise conjugal com a infidelidade e a apostasia do seu povo (1 a 3);
II.- profecias proféticas escritas em forma poética proferidas durante um longo intervalo de tempo (4 a 14).  

3. Mensagem. O assunto do livro é a apostasia de Israel e o grande amor de Deus revelado, que compreende advertência, juízo divino e promessas de restauração futura (8.11 a 14; 11.1-9; 14.4-9); Mesmo em um contexto de decadência moral, o oráculo descreve o amor de Deus de maneira bela e surpreendente (2.14-16; 6.1-4; 11.1-4; 14.4-8).
Seus oráculos são cheios de metáforas e símbolos dirigidos aos contemporâneos.
Sua mensagem denuncia o pecado do povo e a corrupção das instituições sociais, políticas e religiosas das dez tribos do norte (5.1); Oseias é citado no Novo Testamento:  

OSEIAS:

Todavia o número dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá que no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo” (Oséias 1.10).
“E semeá-la-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei dela que não obteve misericórdia; e eu direi àquele que não era meu povo: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és meu Deus!” (Oséias 2.23)  

ROMANOS:

“Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo” (Romanos 9.25-26).  

MATEUS:

“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento” (Mateus 9.13).
“Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes” (Mateus 12.7).

OSEIAS:

“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho” (Oséias 11.1).  

MATEUS:

 “E esteve lá, até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho” (Mateus 2.15). 
 

SINOPSE DO TÓPICO (I)  

O livro do profeta Oseias é  repleto de metáforas e símbolos. Sua mensagem denuncia o pecado e a corrupção do povo.  

II. O MATRIMÔNIO

 

1. Etmologia. Os termos “casamento” e “matrimônio” são equivalentes e ambos usados para traduzir o grego gamos.
O termo grego gamos, indica também “bodas” (Jo 2.1-2) e “leito”  conjugal (Hb 13.4).
Trata-se de uma instituição estabelecida pelo Criador desde a criação, na qual um homem e uma mulher se unem em relação legal, social, espiritual e de caráter indissolúvel (Gn 2.20-24; Mt 19.5-6).
O matrimônio recebe o nome hebraico de kidushin (consagração, santificação ou dedicação), pois o casamento é uma ocasião sagrada no judaísmo. É um mandamento divino, a criação de um laço sagrado.
É no casamento que acontece o processo legítimo de procriação, o casamento bíblico de um homem e uma mulher está o potencial da  perpetuação da espécie humana (Gn 1.27-28), gerando a oportunidade para a felicidade humana e o companherismo.  

2.- Simbolismo. A intimidade, o amor, a beleza, a alegria e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua igreja (2 Co 11.2; Ef 5.31-33; Ap 19.7). Essa figura é notada desde o Antigo Testamento.  

3.- A ordem divina para o casamento de Oseias. Considerando a santidade do casamento confirmada em toda a Bíblia, a ordem divina parece contradizer tudo o que as Escrituras falam sobre o matrimônio. Temos dificuldade em aceitá-la, mas qualquer interpretação contra o caráter literal do texto é forçada. Quando Jeová deu a ordem, acrescentou: “porque a terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR” (1.2b).
Isso era literal.
A infidelidade a Deus é em s mesma um adultério espiritual (Jr 3.1-2; Tg 4.4), ainda mais quando se trata do culto a Baal, que envolvia a chamada prostituição sagrada (4.13-14; Jz 8.33).  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

 O matrimônio de Oseias com Gômer simboliza a infidelidade do povo em relação a DEUS.  

III. A LINGUAGEM DA RECONCILIAÇÃO

 

1. O casamento restaurado. O amor é o tema central de Oseias. Através do amor, Israel será atraído por Jeová (11.4; Jr 31.3). O deserto foi o lugar do julgamento (2.3) e nele Israel achou graça, tal qual a noiva perante o noivo (Êx 5.1; Jr 2.2). A expressão       “e lhe falarei ao coração” (2.14) é a linguagem de um esposo falando amorosamente à esposa (4.13-14; Gn 34.3; Jz 19.3). Nós fomos atraídos e alvejados pelo amor de Deus (Rm 5.6-8).
 
2. O Vale de Acor e a porta de esperança. Há aqui uma menção do monumento erguido no Vale de Acor, onde Acã pagou pelos seus crimes e foi executado com toda a sua casa (Js 7.2-26). O Vale de Acor é real, ele existe até os dias atuais, entre as terras de Benjamin, ao Sul de Jericó e é um dos caminhos que dá acesso à Terra Prometida. A promessa é que esse Vale não será mais lembrado como lugar de castigo. Será transformado em lugar de restauração (Is 65.10), cujas vinhas serão dadas “por porta de esperança” (2.15). Acor é um memorial, não de ira, maldade, ou morte, mas de esperança. Porque o próprio Deus, em Sua misericórdia e bondade, fez saber através do profeta Oséias que Acor, é um estado de espírito que pode ser convertido: “E lhe darei as vinhas dali e o Vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias de sua mocidade e como no dia em que subiu a terra do Egito”      (Os 2.15).  

3. A reconciliação. A sentença de divórcio (2.2) será anulada: “desposar-te-ei comigo para sempre” (2.19). O baalismo generalizado (2.13) virá a ser transformado em conversão nacional e genuína. Todo o povo servirá a Jeová em fidelidade, e cada um voltará a ter conhecimento do Deus verdadeiro (2.20). 
 

SINOPSE DO TÓPICO (III) 
A linguagem da reconciliação no livro de Oseias é apresentada através do amor, tema principal do oráculo divino neste livro.  
 

IV. O BANIMENTO DA IDOLATRIA EM ISRAEL

 

1. Meu marido, e não meu Baal. A expressão “naquele dia” (2.6, 18, 21) é escatológica (Jl 3.18). As expressões “meu marido” e “meu Baal”, em hebraico ishi e baali, são um jogo de palavras muito significativo.

a)     Significados. A palavra ish significa “homem, marido” (Gn 2.24; 3.6); e baalim, no plural, quer dizer “dono, marido” (Êx 21.29; 2 Sm 11.26). O termo também é aplicado metaforicamente a Deus, como marido: “Porque o teu Criador é o teu marido” (Is 54.5).
A palavra “baal”, como “dono, proprietário”, aparece 84 vezes no Antigo Testamento, sendo 15 delas como esposo de uma mulher, portanto “marido”.

b)     Divindade dos Cananeus. Como nome da divindade nacional dos fenícios com a qual Israel e Judá estavam envolvidos naquela época, aparece 58 vezes, sendo 18 delas no plural. Essa palavra se corrompeu por causa da idolatria e por isso Jeová não será mais chamado de “meu Baal”, mas de “meu marido” (2.16). Baal (em hebraico בַּעַל) palavra semítica que significa Senhor, Lorde, Marido ou Dono. Baal - esta palavra em Hebraico é cognata de outra em acádio Bel, com o mesmo significado. A forma feminina de Baal é Baalath, o masculino plural é Baalin, e Balaoth no feminino plural. Esta palavra não tinha conotação exclusivamente religiosa, podendo ser empregada em relações pai e filhos (por exemplo) não sendo obrigatória uma separação hierárquica.  

2. O fim do baalismo. Os ídolos desaparecerão da terra (Jr 10.11). Isso inclui os baalins, cuja memória será execrada para sempre, uma vez que a palavra profética anuncia o fim definitivo do baalismo: “os seus nomes não virão mais em memória” (2.17). Apesar de a promessa divina ser escatológica, esses deuses são hoje repulsa nacional em Israel.  

SINOPSE DO TÓPICO (IV) 
O baalismo foi definitivamente extinguido em Israel. Isso pode ser confirmado até hoje.

CONSIDERANÇÕES FINAIS

 

O emprego das coisas do dia a dia como ilustração facilita a compreensão da mensagem divina, e a Bíblia está repleta desses recursos literários. O casamento é o símbolo perfeito para compreendermos o relacionamento de Deus com o seu povo, e do Senhor Jesus Cristo com o cristão. Infelizmente muitos falsos ensinadores, obreiros fraudulentos distorcem a Palavra de Deus, acesse esse vídeo e veja o absurdo documentado: http://www.youtube.com/watch?v=Rzri_iE2jl8

A reportagem do programa dominical FANTÁSTICO mostra ao “pastor” que o livro de Oseias não está mandando adulterar, mas: “E o SENHOR me disse: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem os bolos de uvas” (Os 3.1).

É devido aos falsos mestres e falsos obreiros que o apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo exortou os coríntios e ainda nos exorta como igreja do SENHOR:

“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. (2 Coríntios 11.2-3). 
 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


 

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica, 2.ed., RJ: CPAD, 2008. SOARES, Esequias. OSEIAS: A restauração dos filhos de Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2002.

 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Lição 1 - 4º Trim. 2012 (Juvenis 15-17 anos) Escatologia? O quê ?

Lição 1- Escatolo...O quê?

Texto Bíblico: Lucas 21.25-36




Professor, neste trimestre trataremos de um assunto riquíssimo e um tanto complexo, a Escatologia (A doutrina das últimas coisas). É necessário uma dedicação maior do professor para lecionar tal assunto.

Ore, pesquise e estude para que possa sanar as dúvidas futuras de seus alunos.

Deus é onisciente, e pela palavra profética participa aos homens algo sobre “os tempos e estações que Ele mesmo estabeleceu pelo seu próprio poder” ( At 1.7). Essas revelações proféticas de Deus são como “a história antecipada”, pois revelam “as coisas que em breve hão de acontecer”(Cf. Ap 22.6).

O conhecimento do futuro pertence somente a Deus, que o vê como se fosse hoje, pois a Bíblia diz que “um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia” (Cf. 2 Pe 3.8;            Sl 90.4). Todos os homens são limitados! Nenhum de nós consegue ver nem o que sucederá no dia de amanhã, pois existe um véu impenetrável, que impede a visão do futuro.

Porém, por meio da palavra profética, poderemos conhecer algo sobre as coisas do futuro.

Os creem em Deus e na sua Palavra não dão valor nem atenção às afirmativas de futurólogos, adivinhadores, astrólogos, cartomantes e outros que vaticinam e fazem prognósticos sobre o futuro, pois os seus pensamentos e a sua ciência vêm ora de fontes humanas ora da influência de espíritos de feitiçaria e de magia. Por isso, as suas explicações e afirmativas não merecem segurança nem confiança.

Para alguém obter segurança no estudo sobre os acontecimento dos últimos tempos, seja para a base de suas próprias opiniões seja para o ensino, é imprescindível “não ir além do que está escrito” (1 Co 4.6).

Todas as coisas que Deus revelou na palavra profética “são para nós e para nossos filhos”      (Dt 29.29). Porém, existem coisas que Deus não revelou – essas “são para o Senhor, nosso Deus” (Dt 29.29). Sendo assim, não convém procurar explicar as coisas que a Bíblia não revela, aquilo de que Jesus disse: “ Não vos pertence saber” ( At. 1.7). Devemos sempre nos basear no que diz a Palavra de Deus ( Texto extraído do livro, Bergstén Eurico,Introdução a Teologia Sistemática. Rio de Janeiro, CPAD.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Lição 1 - 4º Trim. 2012 - A Atualidade dos Profetas Menores.


Lição 01

A ATUALIDADE DOS PROFETAS MENORES

07 de outubro de 2012
 

TEXTO ÁUREO


 

Mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé 

(Rm 16.26)
 

VERDADE PRÁTICA


 

Por ser revelação de Deus, a mensagem dos profetas é perfeitamente válida para os nossos dias.

COMENTÁRIO SOBRE A ATUALIDADE DOS PROFETAS MENORES


 

Neste trimestre (outubro/novembro/dezembro) começamos o estudo dos profetas menores. Essa designação “profetas menores” não representa uma forma de atribuir menor valor a esse grupo de profetas em relação ao grupo anterior, Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, também conhecidos como profetas maiores. Essa designação é referente à classificação feita pela igreja latina, que de forma didática, separou esses livros pela extensão de seu conteúdo, e da mesma forma que os profetas maiores, os profetas menores foram igualmente inspirados por Deus, e têm tanta autoridade quanto os demais.

Uma advertência precisa ser trazida aos que vão estudar os profetas menores. A profecia é preditiva, ou seja, apresenta informações sobre o que há de acontecer no futuro. Mas dizer o que ainda vai acontecer, para que tenhamos a certeza de que Deus realmente falou por meio dos profetas, é apenas uma das funções da profecia. Os profetas, inspirados por Deus, olharam para o futuro, mas também para os seus próprios dias. Eles denunciaram os pecados do povo quando esse se desviava dos caminhos do Senhor. Amós, por exemplo, clamou contra as pessoas ricas de sua época, que de forma injusta, tomavam terras dos mais pobres, deixando-os não apenas sem abrigo, mas também sem condições de ter trabalho cotidiano. Obadias condenou a participação dos edomitas em um ataque contra Judá, pois tinham ascendência comum, e como irmãos, jamais poderiam viver com animosidade. Miqueias clamou para que o ritualismo não fosse superior à obediência, e para que seu povo não pensasse que poderia manter os rituais e serem desobedientes a Deus. Jonas foi mandado a pregar aos ninivitas, e aquela geração se arrependeu. Na geração seguinte, tornaram a fazer as coisas erradas que Deus abominava, e Deus usa Naum para decretar o juízo àquela nação.

Esses são exemplos necessários para que não olhemos os profetas apenas como aqueles que profetizaram sobre o futuro, mas que olharam para a sociedade em seus dias e proclamaram a Palavra do Senhor, a fim de que seus contemporâneos se arrependessem e se voltassem de coração ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Os profetas nos mostram que o povo de Israel (e nós também) precisava se arrepender de seus pecados, para finalmente, serem aceitos por Deus.

Portanto, estudar os profetas menores é um dever dos cristãos que desejam ter suas vidas alinhadas com a vontade de Deus no que tange à vida pessoal e às práticas diárias. 

Os Profetas Menores

“Os livros dos Profetas Menores são chamados assim por causa da brevidade relativa em comparação a Isaías, Jeremias e Ezequiel, e não porque sejam menos teologicamente importantes. Os doze livros que compõem os Profetas Menores variam em data entre os séculos VIII e V a.C: Embora os acontecimentos registrados em Jonas tenham ocorrido no século VIII, a data da autoria do livro é incerta. [...] Diversos temas teológicos se sobrepõem a maioria destes profetas, especialmente nos mesmos períodos cronológicos acima esboçados. Os profetas não falaram sobre Deus em termos abstratos de filosofia ou teologia. Falaram dEle como alguém ativamente envolvido no mundo que Ele criou e intimamente interessado no povo do concerto” (ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009, pp.429-30).  

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  


Mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras dos profetas,
 segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé (Rm 16.26)

       O contexto do nosso texto áureo está inserido no fechamento da Epístola de Paulo aos Romanos:

Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto,






mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé,






ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém!  

O Senhor Jesus, o Messias de Israel e da humanidade é a revelação do mistério de Deus Pai, ele foi predito por todos os profetas: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho. A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas (Hb 1.1-3).  Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou (Jo 1.17-18). Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus (Jo 3.16-18).  Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14.6). Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente (Hb 13.8)”. Abraão, Moisés, e outros profetas do Antigo Testamento possuíam uma mensagem homogenia apontada para a pessoa do Senhor Jesus. O Antigo Testamento, bem como toda a Bíblia é cristocêntrica. As grandes profecias da Bíblia apontavam para o Senhor Jesus:
“O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras, acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 1.2-4).
Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram a graça que vos foi dada. Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir (1 Pe 1.10-11). Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas... (Mt 26.56a).
E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos (Lc 4.17-21). Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhe o que dele se achava em todas as Escrituras (Lc 24.26-27). A Lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele (Lc 16.16).
E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras (Lc 24.44-45).
Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam; e não quereis vir a mim para terdes vida (Jo 5.39-40). Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras? (Jo 5.46-47).
Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado; que o Cristo havia de padecer. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio. Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de ente vosso irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dente o povo. Sim, e todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também predisseram estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra. Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades (Atos 3.18-26).  A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome (Atos 10.43)”. 
Portanto os profetas que foram enviados por Deus antes do Senhor Jesus, profetizaram acerca do Salvador, até que: ... vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei. Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos (Gl 4.4-5)”.  

INTERAÇÃO


 

4º Trimestre de 2012

 

Título: 

OS DOZE PROFETAS MENORES  

 Comentarista: 

ESEQUIAS SOARES

Um dos mais renomados biblistas do pentecostalismo brasileiro. Pastor Presidente da Assembleia de Deus em Jundiaí (SP) e da Comissão de Apologética da CGADB. Formado em Letras (línguas orientais) pela FFLCH da Universidade de São Paulo. Mestre em Ciências das Religiões pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Professor de Hebraico, Grego e Antigo Testamento. Autor de diversos livros, artigos e comentários publicados pela CPAD. O tema que estudaremos é uma das áreas em que o autor é especialista, pois trata-se de alguém que conhece profundamente o hebraico. Veremos que a mensagem milenar desses profetas muito tem a dizer-nos hoje. Ouçamos, pois, o Senhor através dos seus santos profetas! 

RESUMO DA LIÇÃO 01


 

A ATUALIDADE DOS PROFETAS MENORES

 

I. SOBRE OS PROFETAS MENORES

1. Autoridade

2. Origem do Termo

3. Cânon e cenário dos Doze

 

II. A MENSAGEM DOS PROFETAS MENORES

1. Procedência (vv. 16-18)

2. “A palavra dos profetas” (v.19a)

3. “Como a uma luz que alumia em lugar escuro” (v.19b)

 

III. A INSPIRAÇÃO DIVINA DOS PROFETAS

1. A iniciativa divina

2. A inspiração dos profetas

3. A autoridade dos Profetas Menores  

OBJETIVOS 


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Descrever o panorama geral dos profetas menores.

·   Analisar a procedência da mensagem dos profetas menores.

·   Compreender que os escritos dos profetas menores são divinamente inspirados.  

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA  


Para introduzir a primeira lição utilize o esquema abaixo. Reproduza-o conforme as suas possibilidades. O objetivo é mostrar ao aluno um panorama geral dos Profetas Menores. Sabemos que o surgimento do profetismo em Israel e Judá se deu no período monárquico (veja o Auxílio Bibliográfico I).  

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I   


      “Profetismo

Movimento que, surgido no século VIII a.C, em Israel, tinha por objetivo restaurar o monoteísmo hebreu, combater a idolatria, denunciar as injustiças sociais, proclamar o Dia do Senhor e reacender a esperança messiânica num povo que já não podia esperar contra a esperança. Tendo sido iniciado por Amós, foi encerrado por Malaquias. João Batista é visto como o último representante deste movimento” (ANDRADE, C. C. Dicionário Teológico. 8 ed., RJ: CPAD, 1999, p.244).  

    “O Ofício Profético

O termo hebraico naby define em si o profeta como porta-voz de Deus. Enquanto pregava para a própria geração, o profeta também predizia eventos no futuro. O aspecto duplo do ministério do profeta incluía declarar a mensagem de Deus e predizer as ações de Deus. Assim, o profeta também era chamado de ‘vidente’ (hb.: roeh), porque podia ver eventos antes de estes acontecerem. A Bíblia relata o profeta como alguém que era aceito nas câmaras do conselho divino, onde Deus ‘revela o seu segredo’ (Am 3.7)” (LAHAYE, T. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1 ed., RJ: CPAD, 2008, p.383). Enfatize que as finalidades do movimento eram: restaurar o monoteísmo hebreu, combater a idolatria, denunciar as injustiças sociais, proclamar o Dia do Senhor e reacender a esperança messiânica. 

COMENTÁRIO  


introdução 

PALAVRA CHAVE

ATUALIDADE: 

Qualidade ou estado do que é atual; momento ou época presente.  

Neste trimestre, estudaremos os chamados Profetas Menores. Apesar de antiguíssimos, eles tratam de questões relevantes para os nossos dias e servem de edificação espiritual a todo o povo de Deus. Entre os temas tratados, temos: a família, a sociedade, a política e a espiritualidade. Na atual conjuntura, os profetas são um verdadeiro esteio da sabedoria divina para a Igreja de Cristo, pois encorajam-nos a militarmos pela causa de Cristo. 

I. SOBRE OS PROFETAS MENORES  

1. Autoridade. A coleção dos Profetas Menores compõe-se dos seguintes livros: 1.- Oseias, 2.- Joel, 3.- Amos,
4.- Obadias, 5.- Jonas, 6.- Miqueias, 7.- Naum, 8.- Habacuque, 9.- Sofonias, 10.- Ageu, 11.- Zacarias e 12.- Malaquias.
Essa estrutura vem da Bíblia Hebraica e, posteriormente, da Vulgata Latina.
A Septuaginta (antiga versão grega do Antigo Testamento) apresenta nos seis primeiros livros uma disposição diferente da Hebraica, dispondo os livros assim: Oseias, Amos, Miqueias, Joel, Obadias e Jonas. É importante ressaltar que o valor e a autoridade dos escritos dos Profetas Menores em nada diferem dos Profetas Maiores. Tal classificação é puramente pedagógica, visando tão somente facilitar a compreensão da presença de uma estrutura literária nos livros proféticos do Antigo Testamento. Não obstante, ambas as coleções são uma só Escritura e têm a mesma autoridade (Jr 26.18 cf. Mq 3.12; Rm 9.25-27 cf. Os 1.10; 2.23; Is 10.22,23). 
2. Origem do termo. A expressão “Profetas Menores” advém da Igreja Latina por causa do volume do texto ser menor em comparação aos de Isaías, Jeremias e Ezequiel. Assim explica Agostinho de Hipona (345-430 d.C.) em sua obra A cidade de Deus. O termo é de origem cristã, pois, na literatura judaica, essa coleção é classificada como Os Doze ou Os Doze Profetas. Essa informação é confirmada desde o ano 132 a.C, quando da produção do livro apócrifo de Eclesiástico (49.10). É também corroborada pelo Talmude (antiga literatura religiosa dos judeus) e ratificada pela obra Contra Apion do historiador judeu Flávio Josefo (37-100 d.C). 
3. Cânon e cenário dos Doze. O cânon judaico classifica os profetas do Antigo Testamento em anteriores e posteriores, sendo: a) Anteriores: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis; e b) Posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze. A classificação e o arranjo do cânon hebraico diferem sistematicamente do nosso.  Um dado importante é que todos os profetas, de Isaías a Malaquias, viveram entre os séculos 8 a 5 a.C, tendo alguns deles sido contemporâneos. O período abrangeu o domínio de três potências mundiais: Assíria, Babilônia e Pérsia. Oseias, Isaías, Amos, Jonas e Miqueias, por exemplo, viveram antes do exílio babilônico (Os 1.1; Is 1.1; Am 1.1; 2 Rs 14.23-25 cf. Mq 1.1), e outros, como Ageu e Zacarias, no pós-exílio (Ag 1.1; Zc 1.1).  

SINOPSE DO TÓPICO (I) 

Os escritos dos Profetas Menores têm a mesma autoridade que os outros livros do Cânon Sagrado.  

II. A MENSAGEM DOS PROFETAS MENORES

 

1. Procedência (vv.16-18). O apóstolo Pedro afirma que a revelação ministrada à Igreja era uma mensagem real e abalizada pelo testemunho ocular do colégio apostólico. À semelhança dos apóstolos, os profetas, inspirados pelo Espírito Santo, refletiram fielmente a vontade e a soberania divina acerca da redenção de Israel, em particular, e da humanidade, em geral. A mensagem dos profetas é de procedência divina e tem, como cenário, as ocorrências do dia a dia. O casamento de Oseias (Os 1.2-5; 3.1-5) e a visita de Amós a Samaria (Am 7.10-17) são apenas alguns dos exemplos que deram ocasião aos oráculos divinos. Semelhantemente aconteceu aos apóstolos na transfiguração de Jesus no Monte das Oliveiras (Mt 17.5,6; Mc 9.7; Lc 9.34-36). 
2. “A palavra dos profetas” (v.19a). Convém ressaltar que a expressão “os profetas”, nessa passagem, não se restringe aos literários e nem mesmo aos Doze. Porque Deus levantou profetas desde o princípio do mundo (Lc 1.70; 11.50,51). O ministério e os escritos proféticos eram tão importantes que, algumas vezes, o termo é usado para se referir ao Antigo Testamento (At 26.27). Entre os seus escritos, encontramos mensagens da vinda do Messias, orientações para a vida humana, para a nação de Israel e até para o mundo. Há também mensagens que se aplicam à Igreja de Cristo (1 Tm 3.16). 
3. “Como a uma luz que alumia em lugar escuro” (v.19b). Os profetas pregaram tudo o que diz respeito à vida e à piedade. Os temas eram diversos: Deus, o ser humano e a criação. Estaríamos à deriva no mundo sem as palavras dos profetas, pois elas nos levam à luz de Cristo (Sl 119.105). A Lei e os Profetas anunciaram a vinda de Jesus de Nazaré (Jo 1.45; Lc 24.27). A mensagem dos profetas foi entregue às gerações futuras, preparando-as para o tempo do Evangelho (1 Pe 1.12). Por isso, não devemos abdicar de seus ensinamentos, pois a autoridade desses escritos é perfeitamente válida para hoje.  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

A mensagem dos Profetas é de procedência divina. Jamais por inspiração humana.  

III. A INSPIRAÇÃO DIVINA DOS PROFETAS  

1. A iniciativa divina. O apóstolo Pedro retoma o que afirmou nos versículos 16 a 18. A mensagem dos profetas não se resume a uma retórica baseada em imaginação humana, nem é algo artificialmente construído. Nenhuma parte dessa revelação “é de particular interpretação” (v.20). As experiências dos profetas, como as do próprio Pedro no monte da transfiguração, provam a iniciativa divina em comunicar seus oráculos à humanidade.
 
2. A inspiração dos profetas. Está escrito que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16 — ARA). O termo grego theopneustos para as expressões “inspirada por Deus” e “divinamente inspirada” vem das palavras Theos, “Deus”, e pneo, “respirar, soprar”. Isso significa que os profetas foram “movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21 — ARA). O caráter especial e único da “palavra dos profetas” a torna sui generis. Ela pode fazer qualquer pessoa sábia para a salvação em Cristo Jesus e é proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, redarguir e instruir em justiça (2 Tm 3.15,16). Nenhuma literatura no mundo tem essa mesma prerrogativa. 
 
3. A autoridade dos Profetas Menores. A Igreja submete-se inquestionavelmente à autoridade dos apóstolos, e essa é a vontade de Deus. Pois, os Evangelhos de Mateus e Lucas, ou pelo menos um deles, são colocados no mesmo nível do Antigo Testamento (1 Tm 5.18; Dt 25.4; Mt 10.10; Lc 10.7). O mesmo acontece com as epístolas paulinas (2 Pe 3.15,16). Essa é uma forma de se reconhecer definitivamente o Novo Testamento como Escritura inspirada por Deus. Depreende-se, então, que todos os livros da Bíblia têm o mesmo grau de inspiração e autoridade. Logo, devemos dar a mesma atenção e credibilidade aos escritos dos Profetas Menores (2 Pe 1.19). 
 

SINOPSE DO TÓPICO (III) 

Os livros dos Profetas Menores têm autoridade divina e são genuinamente inspirados por Deus.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

Diante do exposto, os Profetas Menores, como parte integrante das Escrituras inspiradas, não devem ficar em segundo plano. Por isso, recomendamos que, já no início do trimestre, seja feita uma leitura dos Doze Profetas. Esta facilitará a compreensão da mensagem desses despenseiros de Deus. Convém ressaltar que o enfoque de cada lição, aqui, raramente coincide com o assunto predominante de cada livro, pois a escolha desses temas baseou-se nas necessidades do mundo de hoje. 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010. SOARES, E. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2003. ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Texto Bíblico: Rm 16.26
TEXTO ÁUREO “Mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé” (Rm 16.26).
INTRODUÇÃO

I. SOBRE OS PROFETAS MENORES
II. A MENSAGEM DOS PROFETAS MENORES
III. A INSPIRAÇÃO DIVINA DOS PROFETAS
CONCLUSÃO


O MINISTÉRIO PROFÉTICO EM O ANTIGO TESTAMENTO

Marcelo de Oliveira e Oliveira

Prezado professor, vamos iniciar um novo trimestre em Lições Bíblicas. O tema é “Os Doze Profetas Menores: Advertências e consolações para os dias de hoje”. O objetivo dessa temática é estudar as mensagens dos Dozes profetas, considerados menores, a fim de analisar os desdobramentos e implicações dos seus ministérios.

Professor, é urgente que nossas igrejas conheçam e compreendam as mensagens milenares desses profetas. Os temas são palpitantes! Por exemplo, veremos como os profetas lidavam com questões políticas e sociais no exercício de seus ministérios; e como esse processo pode influenciar a igreja contemporânea.

Para introduzir a lição para a classe é importante conceituar o termo profeta. Mostre-a que esse termo deriva do grego prophetes, “aquele que fala sobre aquilo que está porvir”1; “um proclamador ou intérprete da revelação divina”.2 Ainda, refere-se àquele que age como porta-voz de um superior. Pode, também, ser utilizado como sinônimo de “vidente” ou “pessoa inspirada”3 (Os 9.7; 1 Sm 9.9).

O termo hebraico para profeta é nabi’ cujo significado etimológico mostra uma força de autoridade representativa . No livro de Deuteronômio 1.18b o Senhor afirma que o profeta [nabi’] declarará tudo que Ele [Deus] ordenar.4 Em Êxodo 7.1 nabi’ [profeta] tem o mesmo valor semântico de representação de autoridade. Em outras passagens como Êxodo 4.15,16; Jeremias 1.17a; 15.19; a palavra nabi’ [profeta] aparece no contexto de um mensageiro que fala em nome de um superior.5

O ministério de profeta tem seu início em Moisés com a manisfestação clara do exercício profético no arraial israelita (Nm 11.25,26). A concepção da instituição divina de ministério profético é ratificada em Deuteronômio 18.9-22, onde a contraposição entre profeta e prognosticadores (encantadores, mágico, etc.) é feita com a promessa do surgimento do grande profeta em Israel (vv. 15-22): Jesus Cristo (At 7.37,38).

No período monárquico, em Israel, aparecia a primeira escola de profetas (1 Sm 10.5,10). Isso introduz o papel importante que o profeta exerceria no período monárquico. Ele seria consultado pelos os reis como representantes de Deus para com o povo. Este profeta falaria ao rei através dos oráculos.

Esse período para os profetas, em Israel, é marcado por respeito e reverência por parte da nobreza e do povo (1 Sm 16.4,5).

No período da monarquia dividida, surge o então conhecido movimento de profetas em Israel que, em Teologia, chamamos tecnicamente de Profetismo.

Esse movimento tinha o objetivo de restaurar o monoteísmo hebreu; combater a idolatria; denunciar as injustiças sociais; proclamar o Dia do Senhor, objetivando reacender a esperança messiânica outrora arrefecida.

Esse movimento iniciou em Amós e encerrou, cronologicamente, em Malaquias.6

O período do profetismo foi caracterizado pelo sofrimento e marginalização dos profetas. De homens dignos e reverenciáveis passaram a “merecedores” de tratamentos dos mais indignos que um ser humano poderia ser submetido. Ir contra interesses escusos de lideranças religiosas e políticas, em Israel, significava sofrer, naquele período, as agruras inimagináveis. De fato, em relação a eles, o mundo não era digno (Hb 11.36-38).

Boa Aula!

NOTAS

1 Dicionário Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009, p.1607.
2 WYCLIFFE, 2009, p.1607.
3 Ibidem.
4 Ibidem.
5 Ibidem.
6 ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. 13. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004, p.305.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Subsídio da Lição 14 - 3º Trim. 2012.

Texto Bíblico: Filipenses 4.10-13


ELE MORREU PARA QUE PUDÉSSEMOS VIVER PARA ELE
Por  Warren W. Wiersbe
[...] Não vivemos mais para nós mesmos, e sim para o Salvador que deu a si mesmo por nós na cruz. Por termos nos achegado à cruz e confiado em Jesus Cristo, fomos libertados – remidos – do cativeiro da velha vida.

Quando Jesus morreu na cruz, Ele derrotou todos os dominadores perversos que controlavam a nossa vida – o mundo, a carne e o diabo.

Vamos começar com “o mundo”, esse sistema de coisas dirigido por Satanás e que se opõe a Deus e seu povo. “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gl 6.14). Em sua grande vitória no Calvário, Jesus derrotou o sistema mundial de modo que não temos mais de submeter-nos ao domínio dele. Se, como Demas (2 Tm 4.10), amamos o mundo, voltaremos então gradualmente à escravidão, mas se tivermos o cuidado de obedecer o que nos diz 1 João 2.15-17, vamos experimentar a vitória.

Jesus conquistou na cruz a carne. “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5.24).

Como aplicamos esta vitória às nossas vidas? O versículo seguinte nos ensina: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5.25). A Bíblia, em sua versão (NVI), traduz o seguinte: “Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito”. Somente por meio do Espírito Santo podemos nos identificar pessoalmente com a vitória de Cristo na cruz e apropiar-nos dela como se fosse nossa.

Na cruz, Jesus derrotou finalmente o diabo. “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo” (Jo 12.31,32). “E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl 2.15). A batalha travada por Jesus na cruz contra os poderes do inferno não foi uma simples escaramuça, mas um ataque total que terminou em vitória completa para o Salvador.

Desde que Jesus é nosso novo Mestre, “É por isso que também nos esforçamos... para lhe sermos agradáveis” (2 Co 5.9). Sabemos que um dia teremos de prestar contas de nosso serviço, quando estivermos diante do trono do Juízo de Cristo, e queremos que esse relato o glorifique (2 Co 5.10,11). Nosso desejo é dizer o que Jesus disse ao Pai: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer” (Jo 17.4).

Não temos apenas um novo mestre, mas também um novo motivo: “Pois o amor de Cristo nos constrange...” (2 Co 5.14).

Foi o amor que motivou o Pai a dar seu filho para ser o Salvador do mundo (Jo 3.16; Rm 5.8; 1 Jo 4.9,10), e foi o amor que motivou o Filho a dar sua vida pelos pecados do mundo (Jo 15.13). Nas palavras de Paulo: “[Ele] me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20). Não admira que João tenha escrito: “Vede que grande amor (que estranho tipo de amor) nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus” (1 Jo 3.1).

Contudo, tenha em mente que Deus não só amou o mundo perdido, como também amou seu Filho. A primeira vez que lemos a palavra amor no Novo Testamento é quando o Pai declara do céu: “Este é o meu Filho amado” (Mt 3.17). De fato, a primeira vez que você lê a palavra “amor” na Bíblia é quando Deus falou do amor de Abraão pelo seu único filho e depois ordenou que ele o sacrificasse sobre o altar (Gn 22). “O Pai ama ao Filho” (Jo 3.35; 5.20), todavia, o Pai estava disposto a entregar seu Filho amado na cruz em sacrifício pelos pecados.

Amor Surpreendente! Quem pode entender?
Que tu, meu Deus, morreste por mim!

(Charles Wesley)

Texto extraído da obra “O Que as Palavras da Cruz Significam para Nós”, editada pela CPAD.