quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Lição 1 - 4º Trim. 2012 - A Atualidade dos Profetas Menores.


Lição 01

A ATUALIDADE DOS PROFETAS MENORES

07 de outubro de 2012
 

TEXTO ÁUREO


 

Mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé 

(Rm 16.26)
 

VERDADE PRÁTICA


 

Por ser revelação de Deus, a mensagem dos profetas é perfeitamente válida para os nossos dias.

COMENTÁRIO SOBRE A ATUALIDADE DOS PROFETAS MENORES


 

Neste trimestre (outubro/novembro/dezembro) começamos o estudo dos profetas menores. Essa designação “profetas menores” não representa uma forma de atribuir menor valor a esse grupo de profetas em relação ao grupo anterior, Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, também conhecidos como profetas maiores. Essa designação é referente à classificação feita pela igreja latina, que de forma didática, separou esses livros pela extensão de seu conteúdo, e da mesma forma que os profetas maiores, os profetas menores foram igualmente inspirados por Deus, e têm tanta autoridade quanto os demais.

Uma advertência precisa ser trazida aos que vão estudar os profetas menores. A profecia é preditiva, ou seja, apresenta informações sobre o que há de acontecer no futuro. Mas dizer o que ainda vai acontecer, para que tenhamos a certeza de que Deus realmente falou por meio dos profetas, é apenas uma das funções da profecia. Os profetas, inspirados por Deus, olharam para o futuro, mas também para os seus próprios dias. Eles denunciaram os pecados do povo quando esse se desviava dos caminhos do Senhor. Amós, por exemplo, clamou contra as pessoas ricas de sua época, que de forma injusta, tomavam terras dos mais pobres, deixando-os não apenas sem abrigo, mas também sem condições de ter trabalho cotidiano. Obadias condenou a participação dos edomitas em um ataque contra Judá, pois tinham ascendência comum, e como irmãos, jamais poderiam viver com animosidade. Miqueias clamou para que o ritualismo não fosse superior à obediência, e para que seu povo não pensasse que poderia manter os rituais e serem desobedientes a Deus. Jonas foi mandado a pregar aos ninivitas, e aquela geração se arrependeu. Na geração seguinte, tornaram a fazer as coisas erradas que Deus abominava, e Deus usa Naum para decretar o juízo àquela nação.

Esses são exemplos necessários para que não olhemos os profetas apenas como aqueles que profetizaram sobre o futuro, mas que olharam para a sociedade em seus dias e proclamaram a Palavra do Senhor, a fim de que seus contemporâneos se arrependessem e se voltassem de coração ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Os profetas nos mostram que o povo de Israel (e nós também) precisava se arrepender de seus pecados, para finalmente, serem aceitos por Deus.

Portanto, estudar os profetas menores é um dever dos cristãos que desejam ter suas vidas alinhadas com a vontade de Deus no que tange à vida pessoal e às práticas diárias. 

Os Profetas Menores

“Os livros dos Profetas Menores são chamados assim por causa da brevidade relativa em comparação a Isaías, Jeremias e Ezequiel, e não porque sejam menos teologicamente importantes. Os doze livros que compõem os Profetas Menores variam em data entre os séculos VIII e V a.C: Embora os acontecimentos registrados em Jonas tenham ocorrido no século VIII, a data da autoria do livro é incerta. [...] Diversos temas teológicos se sobrepõem a maioria destes profetas, especialmente nos mesmos períodos cronológicos acima esboçados. Os profetas não falaram sobre Deus em termos abstratos de filosofia ou teologia. Falaram dEle como alguém ativamente envolvido no mundo que Ele criou e intimamente interessado no povo do concerto” (ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009, pp.429-30).  

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  


Mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras dos profetas,
 segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé (Rm 16.26)

       O contexto do nosso texto áureo está inserido no fechamento da Epístola de Paulo aos Romanos:

Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto,






mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé,






ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém!  

O Senhor Jesus, o Messias de Israel e da humanidade é a revelação do mistério de Deus Pai, ele foi predito por todos os profetas: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho. A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas (Hb 1.1-3).  Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou (Jo 1.17-18). Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus (Jo 3.16-18).  Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14.6). Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente (Hb 13.8)”. Abraão, Moisés, e outros profetas do Antigo Testamento possuíam uma mensagem homogenia apontada para a pessoa do Senhor Jesus. O Antigo Testamento, bem como toda a Bíblia é cristocêntrica. As grandes profecias da Bíblia apontavam para o Senhor Jesus:
“O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras, acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 1.2-4).
Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram a graça que vos foi dada. Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir (1 Pe 1.10-11). Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas... (Mt 26.56a).
E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos (Lc 4.17-21). Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhe o que dele se achava em todas as Escrituras (Lc 24.26-27). A Lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele (Lc 16.16).
E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras (Lc 24.44-45).
Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam; e não quereis vir a mim para terdes vida (Jo 5.39-40). Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras? (Jo 5.46-47).
Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado; que o Cristo havia de padecer. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio. Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de ente vosso irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dente o povo. Sim, e todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também predisseram estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra. Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades (Atos 3.18-26).  A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome (Atos 10.43)”. 
Portanto os profetas que foram enviados por Deus antes do Senhor Jesus, profetizaram acerca do Salvador, até que: ... vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei. Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos (Gl 4.4-5)”.  

INTERAÇÃO


 

4º Trimestre de 2012

 

Título: 

OS DOZE PROFETAS MENORES  

 Comentarista: 

ESEQUIAS SOARES

Um dos mais renomados biblistas do pentecostalismo brasileiro. Pastor Presidente da Assembleia de Deus em Jundiaí (SP) e da Comissão de Apologética da CGADB. Formado em Letras (línguas orientais) pela FFLCH da Universidade de São Paulo. Mestre em Ciências das Religiões pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Professor de Hebraico, Grego e Antigo Testamento. Autor de diversos livros, artigos e comentários publicados pela CPAD. O tema que estudaremos é uma das áreas em que o autor é especialista, pois trata-se de alguém que conhece profundamente o hebraico. Veremos que a mensagem milenar desses profetas muito tem a dizer-nos hoje. Ouçamos, pois, o Senhor através dos seus santos profetas! 

RESUMO DA LIÇÃO 01


 

A ATUALIDADE DOS PROFETAS MENORES

 

I. SOBRE OS PROFETAS MENORES

1. Autoridade

2. Origem do Termo

3. Cânon e cenário dos Doze

 

II. A MENSAGEM DOS PROFETAS MENORES

1. Procedência (vv. 16-18)

2. “A palavra dos profetas” (v.19a)

3. “Como a uma luz que alumia em lugar escuro” (v.19b)

 

III. A INSPIRAÇÃO DIVINA DOS PROFETAS

1. A iniciativa divina

2. A inspiração dos profetas

3. A autoridade dos Profetas Menores  

OBJETIVOS 


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Descrever o panorama geral dos profetas menores.

·   Analisar a procedência da mensagem dos profetas menores.

·   Compreender que os escritos dos profetas menores são divinamente inspirados.  

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA  


Para introduzir a primeira lição utilize o esquema abaixo. Reproduza-o conforme as suas possibilidades. O objetivo é mostrar ao aluno um panorama geral dos Profetas Menores. Sabemos que o surgimento do profetismo em Israel e Judá se deu no período monárquico (veja o Auxílio Bibliográfico I).  

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I   


      “Profetismo

Movimento que, surgido no século VIII a.C, em Israel, tinha por objetivo restaurar o monoteísmo hebreu, combater a idolatria, denunciar as injustiças sociais, proclamar o Dia do Senhor e reacender a esperança messiânica num povo que já não podia esperar contra a esperança. Tendo sido iniciado por Amós, foi encerrado por Malaquias. João Batista é visto como o último representante deste movimento” (ANDRADE, C. C. Dicionário Teológico. 8 ed., RJ: CPAD, 1999, p.244).  

    “O Ofício Profético

O termo hebraico naby define em si o profeta como porta-voz de Deus. Enquanto pregava para a própria geração, o profeta também predizia eventos no futuro. O aspecto duplo do ministério do profeta incluía declarar a mensagem de Deus e predizer as ações de Deus. Assim, o profeta também era chamado de ‘vidente’ (hb.: roeh), porque podia ver eventos antes de estes acontecerem. A Bíblia relata o profeta como alguém que era aceito nas câmaras do conselho divino, onde Deus ‘revela o seu segredo’ (Am 3.7)” (LAHAYE, T. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1 ed., RJ: CPAD, 2008, p.383). Enfatize que as finalidades do movimento eram: restaurar o monoteísmo hebreu, combater a idolatria, denunciar as injustiças sociais, proclamar o Dia do Senhor e reacender a esperança messiânica. 

COMENTÁRIO  


introdução 

PALAVRA CHAVE

ATUALIDADE: 

Qualidade ou estado do que é atual; momento ou época presente.  

Neste trimestre, estudaremos os chamados Profetas Menores. Apesar de antiguíssimos, eles tratam de questões relevantes para os nossos dias e servem de edificação espiritual a todo o povo de Deus. Entre os temas tratados, temos: a família, a sociedade, a política e a espiritualidade. Na atual conjuntura, os profetas são um verdadeiro esteio da sabedoria divina para a Igreja de Cristo, pois encorajam-nos a militarmos pela causa de Cristo. 

I. SOBRE OS PROFETAS MENORES  

1. Autoridade. A coleção dos Profetas Menores compõe-se dos seguintes livros: 1.- Oseias, 2.- Joel, 3.- Amos,
4.- Obadias, 5.- Jonas, 6.- Miqueias, 7.- Naum, 8.- Habacuque, 9.- Sofonias, 10.- Ageu, 11.- Zacarias e 12.- Malaquias.
Essa estrutura vem da Bíblia Hebraica e, posteriormente, da Vulgata Latina.
A Septuaginta (antiga versão grega do Antigo Testamento) apresenta nos seis primeiros livros uma disposição diferente da Hebraica, dispondo os livros assim: Oseias, Amos, Miqueias, Joel, Obadias e Jonas. É importante ressaltar que o valor e a autoridade dos escritos dos Profetas Menores em nada diferem dos Profetas Maiores. Tal classificação é puramente pedagógica, visando tão somente facilitar a compreensão da presença de uma estrutura literária nos livros proféticos do Antigo Testamento. Não obstante, ambas as coleções são uma só Escritura e têm a mesma autoridade (Jr 26.18 cf. Mq 3.12; Rm 9.25-27 cf. Os 1.10; 2.23; Is 10.22,23). 
2. Origem do termo. A expressão “Profetas Menores” advém da Igreja Latina por causa do volume do texto ser menor em comparação aos de Isaías, Jeremias e Ezequiel. Assim explica Agostinho de Hipona (345-430 d.C.) em sua obra A cidade de Deus. O termo é de origem cristã, pois, na literatura judaica, essa coleção é classificada como Os Doze ou Os Doze Profetas. Essa informação é confirmada desde o ano 132 a.C, quando da produção do livro apócrifo de Eclesiástico (49.10). É também corroborada pelo Talmude (antiga literatura religiosa dos judeus) e ratificada pela obra Contra Apion do historiador judeu Flávio Josefo (37-100 d.C). 
3. Cânon e cenário dos Doze. O cânon judaico classifica os profetas do Antigo Testamento em anteriores e posteriores, sendo: a) Anteriores: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis; e b) Posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze. A classificação e o arranjo do cânon hebraico diferem sistematicamente do nosso.  Um dado importante é que todos os profetas, de Isaías a Malaquias, viveram entre os séculos 8 a 5 a.C, tendo alguns deles sido contemporâneos. O período abrangeu o domínio de três potências mundiais: Assíria, Babilônia e Pérsia. Oseias, Isaías, Amos, Jonas e Miqueias, por exemplo, viveram antes do exílio babilônico (Os 1.1; Is 1.1; Am 1.1; 2 Rs 14.23-25 cf. Mq 1.1), e outros, como Ageu e Zacarias, no pós-exílio (Ag 1.1; Zc 1.1).  

SINOPSE DO TÓPICO (I) 

Os escritos dos Profetas Menores têm a mesma autoridade que os outros livros do Cânon Sagrado.  

II. A MENSAGEM DOS PROFETAS MENORES

 

1. Procedência (vv.16-18). O apóstolo Pedro afirma que a revelação ministrada à Igreja era uma mensagem real e abalizada pelo testemunho ocular do colégio apostólico. À semelhança dos apóstolos, os profetas, inspirados pelo Espírito Santo, refletiram fielmente a vontade e a soberania divina acerca da redenção de Israel, em particular, e da humanidade, em geral. A mensagem dos profetas é de procedência divina e tem, como cenário, as ocorrências do dia a dia. O casamento de Oseias (Os 1.2-5; 3.1-5) e a visita de Amós a Samaria (Am 7.10-17) são apenas alguns dos exemplos que deram ocasião aos oráculos divinos. Semelhantemente aconteceu aos apóstolos na transfiguração de Jesus no Monte das Oliveiras (Mt 17.5,6; Mc 9.7; Lc 9.34-36). 
2. “A palavra dos profetas” (v.19a). Convém ressaltar que a expressão “os profetas”, nessa passagem, não se restringe aos literários e nem mesmo aos Doze. Porque Deus levantou profetas desde o princípio do mundo (Lc 1.70; 11.50,51). O ministério e os escritos proféticos eram tão importantes que, algumas vezes, o termo é usado para se referir ao Antigo Testamento (At 26.27). Entre os seus escritos, encontramos mensagens da vinda do Messias, orientações para a vida humana, para a nação de Israel e até para o mundo. Há também mensagens que se aplicam à Igreja de Cristo (1 Tm 3.16). 
3. “Como a uma luz que alumia em lugar escuro” (v.19b). Os profetas pregaram tudo o que diz respeito à vida e à piedade. Os temas eram diversos: Deus, o ser humano e a criação. Estaríamos à deriva no mundo sem as palavras dos profetas, pois elas nos levam à luz de Cristo (Sl 119.105). A Lei e os Profetas anunciaram a vinda de Jesus de Nazaré (Jo 1.45; Lc 24.27). A mensagem dos profetas foi entregue às gerações futuras, preparando-as para o tempo do Evangelho (1 Pe 1.12). Por isso, não devemos abdicar de seus ensinamentos, pois a autoridade desses escritos é perfeitamente válida para hoje.  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

A mensagem dos Profetas é de procedência divina. Jamais por inspiração humana.  

III. A INSPIRAÇÃO DIVINA DOS PROFETAS  

1. A iniciativa divina. O apóstolo Pedro retoma o que afirmou nos versículos 16 a 18. A mensagem dos profetas não se resume a uma retórica baseada em imaginação humana, nem é algo artificialmente construído. Nenhuma parte dessa revelação “é de particular interpretação” (v.20). As experiências dos profetas, como as do próprio Pedro no monte da transfiguração, provam a iniciativa divina em comunicar seus oráculos à humanidade.
 
2. A inspiração dos profetas. Está escrito que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16 — ARA). O termo grego theopneustos para as expressões “inspirada por Deus” e “divinamente inspirada” vem das palavras Theos, “Deus”, e pneo, “respirar, soprar”. Isso significa que os profetas foram “movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21 — ARA). O caráter especial e único da “palavra dos profetas” a torna sui generis. Ela pode fazer qualquer pessoa sábia para a salvação em Cristo Jesus e é proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, redarguir e instruir em justiça (2 Tm 3.15,16). Nenhuma literatura no mundo tem essa mesma prerrogativa. 
 
3. A autoridade dos Profetas Menores. A Igreja submete-se inquestionavelmente à autoridade dos apóstolos, e essa é a vontade de Deus. Pois, os Evangelhos de Mateus e Lucas, ou pelo menos um deles, são colocados no mesmo nível do Antigo Testamento (1 Tm 5.18; Dt 25.4; Mt 10.10; Lc 10.7). O mesmo acontece com as epístolas paulinas (2 Pe 3.15,16). Essa é uma forma de se reconhecer definitivamente o Novo Testamento como Escritura inspirada por Deus. Depreende-se, então, que todos os livros da Bíblia têm o mesmo grau de inspiração e autoridade. Logo, devemos dar a mesma atenção e credibilidade aos escritos dos Profetas Menores (2 Pe 1.19). 
 

SINOPSE DO TÓPICO (III) 

Os livros dos Profetas Menores têm autoridade divina e são genuinamente inspirados por Deus.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

Diante do exposto, os Profetas Menores, como parte integrante das Escrituras inspiradas, não devem ficar em segundo plano. Por isso, recomendamos que, já no início do trimestre, seja feita uma leitura dos Doze Profetas. Esta facilitará a compreensão da mensagem desses despenseiros de Deus. Convém ressaltar que o enfoque de cada lição, aqui, raramente coincide com o assunto predominante de cada livro, pois a escolha desses temas baseou-se nas necessidades do mundo de hoje. 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010. SOARES, E. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2003. ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.

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