Lição 08
A SUPREMA ASPIRAÇÃO DO CRENTE
25 de agosto de 2013
TEXTO ÁUREO
“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14)
VERDADE PRÁTICA
A
maior aspiração do crente deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em
Cristo Jesus.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“Prossigo para o alvo,
pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14)
Segundo
o Comentário
Bíblico Beacon, Vol. 9. RJ: CPAD, 2006, p.271: “Prossigo é tradução da
mesma palavra grega que ocorre no versículo 12 (‘prossigo’) e no
versículo 6 (‘perseguidor’).
Significa
literalmente ‘perseguir’, ‘ir ao encalço de’. Paulo está perseguindo o
prêmio em Cristo com a mesma determinação, liberdade de pesos estorvadores e
empenho incessante, com que ele perseguira a igreja anteriormente [...].
O
significado de alvo (skopon) é
incerto. Pode indicar a linha de chegada para qual o corredor corre, ou
propósito definido com o que ele corre.
De
acordo com a última opção, supunha-se que o corredor seguisse uma linha branca
que indicava a trajetória da corrida do ponto de partida à meta. Se pisasse
fora da linha, ele não estaria correndo de acordo com as regras, não sendo
coroado mesmo que chegasse em primeiro lugar.
Prêmio sugere a coroa ou troféu (1Co 9.24).
Soberana vocação é, literalmente, ‘chamado superior’. O cristão é
chamado ‘do alto’ ou de cima (Hb 12.2). Este chamado é de Deus em Cristo Jesus,
que ao término da corrida dirá: ‘Bem está, servo
bom e fiel’.
Mayer Pearlman em sua obra
Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD,
1998, p.138, declara: “Ganhar a Cristo. Paulo considera os seus privilégios
anteriores como refugo, ou lixo. Todas as coisas juntas são lixo e escórias
comparadas com o único desejo de Paulo: ganhar o próprio Cristo.
O
que significa ganhar a Cristo? Significa estar em comunhão com Ele e ter a sua
presença na alma. Significa ser vinculado a Ele como nossa Cabeça, ser
enxertado nEle como nossa Videira (Jo 15.1), ser casado com Ele como nosso
Noivo (2Co 11.2), ser edificado sobre Ele como nossa Pedra Fundamental. Ser achado
‘em Cristo’ é estar sob o seu controle, cuidado e proteção.
Quando
Paulo teve uma visão de Cristo no caminho para Damasco, ficou convicto de que
era um pecador e que a sua justiça própria não passava de trapos imundos (Is
64.6), insuficiente para vestir a alma diante do olhar de Deus, que a tudo
perscruta.
O
Senhor, porém, lhe deu uma justiça que aguentaria o teste da eternidade — a
justiça de Deus imputada à pessoa que realmente confia em Cristo para a
salvação. Somos considerados justos porque o nosso Representante é justo.
‘Para
conhecê-lo’, Paulo não fala aqui de conhecimento
intelectual, mas sim, em conhecimento baseado na experiência. Há uma grande
diferença entre realmente conhecer a Cristo e meramente saber acerca dEle.
Assim como se sabe o gosto da comida ao comê-la, assim também conhecemos a
Cristo ao recebê-lo”.
RESUMO DA LIÇÃO 08
A SUPREMA ASPIRAÇÃO DO CRENTE
I. A ASPIRAÇÃO PAULINA
1. "Prossigo para o alvo".
2. O sentimento de incompletude de Paulo.
3. O engano da presunção espiritual.
II. A MATURIDADE ESPIRITUAL DOS
FILIPENSES (3.15,16)
1. Somos perfeitos (3.15)?
2. O cristão deve andar conforme a maturidade alcançada (3.16).
3. Exemplo a ser imitado (3.17).
III. A ASPIRAÇÃO CRISTÃ HOJE
1. A atualidade do desejo paulino.
2. O cristão deve almejar a maturidade espiritual.
3. Rejeitando a fantasia da falsa vida
cristã.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
COMPREENDER qual era a verdadeira aspiração do apóstolo
Paulo.
ANALISAR a maturidade espiritual dos filipenses.
CONSCIENTIZAR-SE a respeito
da verdadeira aspiração cristã.
INTERAÇÃO
Temos visto, na sociedade atual, muitos cristãos
lutando arduamente pela conquista de bens materiais, fama, prestígio e poder.
As pessoas querem, a todo o custo, serem VIPs.
Logo, é urgente que venhamos refletir a respeito
da verdadeira ambição do cristão. Cremos que o desejo maior do crente deve ser
a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus.
De que adianta ter todos os bens nesta terra, ser
VIP, ter prestígio e no fim de tudo não desfrutar da vida eterna com Cristo? O
que é mais precioso para o cristão?
Sigamos o exemplo de vida do apóstolo Paulo. Seu
alvo era a pessoa de Jesus Cristo. Seu ideal e sua aspiração consistiam em
conhecer mais do Mestre.
Que Jesus Cristo seja o nosso maior alvo até que
venhamos ouvir: “Bem está, servo bom e fiel”.
COMENTÁRIO
PALAVRA
CHAVE
ASPIRAÇÃO:
Desejo profundo de
atingir uma meta espiritual; sonho, ambição.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, aprenderemos que o alvo da vida do apóstolo Paulo
era somente um: conquistar a excelência do conhecimento de Jesus Cristo (Fp
3.8,10).
Semelhante a um atleta, o apóstolo se esforçava para alcançar este
objetivo, pois era consciente de que o exercício de aprender cada dia mais de
Jesus exige labor e disposição para servir.
Prosseguindo para “o alvo, pelo prêmio
da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”, Paulo convidou os
filipenses a imitá-lo, despertando-os à esperança de um dia receberem a mesma
recompensa (Fp 3.14-17).
I. A ASPIRAÇÃO DE PAULO
1.- “Prossigo para o alvo”. Para participar de uma
maratona, o atleta tem de treinar muito. É preciso esforço, dedicação e
trabalho para alcançar o prêmio final.
Paulo utiliza neste texto a analogia do atletismo, a fim de mostrar
aos filipenses que o crente em sua caminhada também precisa se esforçar para
conhecer mais a Cristo, deixando de lado os embaraços dessa vida e o pecado,
mantendo o foco em Jesus.
Quando o crente deixa de olhar firmemente para o “Alvo”, corre
o risco de tropeçar e cair, podendo até abandonar a fé. Vigiemos, pois, em todo
o tempo, na dependência do Senhor.
2. O sentimento de incompletude de Paulo. Paulo sabia
que havia muita coisa ainda a ser conhecida. Por isso, nunca corria sem meta
(1Co 9.26).
Mesmo estando no cárcere, o apóstolo declara estar disposto a avançar
para as coisas que estavam diante dele (Fp 3.13b). Paulo era um homem que
confiava em Deus.
E, assim, seguia confiante, pois no Senhor ainda teria grandes
desafios em seu ministério. Sua força estava em Deus. Eis porque venceu grandes
lutas e foi fiel até o fim.
Para vencer, temos que igualmente olhar para frente e “esquecer das coisas que atrás ficam” (v.13).
3. O engano da presunção espiritual. Paulo não se
deixou enganar pela falsa ideia de ter alcançado a perfeição. Os mestres do
gnosticismo afirmavam ter alcançado tal posição e, assim, reivindicavam ser
iluminados e não terem mais nada a aprender ou que desenvolver.
Paulo, contudo, refutou esse pensamento equivocado, demonstrando que a
conquista da perfeição será para aquele que terminar a carreira e ganhar a vida
eterna, pois o prêmio está no final da jornada e não em seu início ou meio (1Co
9.24; Gl 6.9).
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O crente em sua caminhada precisa se esforçar para conhecer
mais de Cristo, deixando de lado os embaraços dessa vida (o pecado), mantendo o
foco em Jesus.
II. A MATURIDADE ESPIRITUAL DOS FILIPENSES (3.15,16)
1. Somos perfeitos (3.15)?O vocábulo “perfeito”,
empregado por Paulo neste texto, tem um sentido especial, pois se refere à “maturidade espiritual”.
Em termos de recebimento do benefício da obra perfeita de Cristo no
Calvário, todos nós já alcançamos tal “perfeição”. Neste sentido, a nossa salvação é perfeita e
completa.
Segundo o Comentário Bíblico Beacon, quando a expressão paulina
refere-se aos filipenses tratando-os de “perfeitos”,
neste versículo, apresenta-os servindo a Deus no Espírito, isto é, não
confiando na carne (3.3).
2. O cristão deve andar conforme a maturidade alcançada (3.16). Quando Paulo
diz, “andemos segundo a mesma regra”, não significa
caminhar segundo os regulamentos da lei mosaica, tão requerida pelos judeus
convertidos a Cristo.
Trata-se de andar conforme a doutrina de Cristo, segundo aquilo que já
recebemos do Senhor.
Assim, esse “andemos segundo a
mesma regra” denota modo de
viver, atitudes, ações, obras, e comportamentos em geral, semelhantes aos do
Senhor Jesus, que o crente deve seguir.
Aprendemos com Paulo que não basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida
cristã, devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de Deus até o Dia
de Jesus Cristo (Fp 1.6).
3. Exemplo a ser imitado (3.17). Paulo
procurou em tudo imitar o Mestre, servindo apenas aos interesses da Igreja de
Cristo (Fp 2.17).
Dessa maneira, exortou os filipenses a que o imitassem assim como ele
imitava ao Senhor (Fp 3.17).
Como obreiro de Deus, Paulo tinha um caráter ilibado e os filipenses
deveriam tê-lo como um exemplo a seguir.
Se quisermos servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos
seguir os passos de Jesus — o nosso modelo de homem perfeito (Hb 12.2).
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Não basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir
em nossa vida cristã, devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de
Deus até o Dia de Jesus Cristo (Fp 1.6).
III. A ASPIRAÇÃO CRISTÃ HOJE
1. A atualidade do desejo paulino. O propósito
de Paulo em relação a si e aos filipenses deve servir-nos de instrução, pois as
dificuldades, tentações e demais obstáculos que serviam de empecilhos à vida de
comunhão naquela época continuam atuais e bem maiores.
Mais do que nunca, devemos nos esforçar para vivermos uma vida de
íntima comunhão com Deus (Fp 3.12).
2. O cristão deve almejar a maturidade espiritual. Seguindo o
exemplo de Paulo, reconheçamos que ainda precisamos alcançar a perfeição.
Sejamos sóbrios e vigilantes, reconhecendo também o quanto carecemos
de maturidade espiritual e de um maior conhecimento acerca da pessoa de Nosso
Senhor Jesus Cristo.
3. Rejeitando a fantasia da falsa vida cristã. Paulo era um
sofredor consciente, um homem que sabia o quanto é difícil ser fiel a Deus.
Ele, porém, suportava tudo por causa da obra de Deus (Fp 2.17).
Quem quiser viver assim nos dias atuais, precisa reconhecer que
padecerá as mesmas angústias (2Tm 3.12).
Semelhante ao apóstolo Paulo, podemos ter certeza de que receberemos o
“prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp
3.14).
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Ainda não alcançamos a perfeição, por isso, precisamos ser
sóbrios e vigilantes, reconhecendo o quanto carecemos de maturidade espiritual
e de um maior conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Toda a vida de Paulo era centrada na pessoa de Jesus Cristo. Ele tudo
fazia para agradá-lo. Sua grande aspiração era conhecer mais do Mestre da
Galileia.
Por isso, o apóstolo podia declarar: “Já
estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a
vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se
entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas
Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A suprema aspiração do crente
No capítulo três, após o apóstolo Paulo enviar o obreiro Epafrodito à
Filipos, ele abre esta seção destacando a seguinte frase: “Resta, irmãos meus,
que regozijeis no Senhor”. O tema da alegria está implícito em toda a epístola.
Um dos motivos de Paulo redigir esta carta é o sentimento nobre de alegria do
apóstolo em relação aos crentes filipenses, pois estes o
amavam demonstrando atos de amor.
A alegria do Senhor dominara o coração do
apóstolo. Por isso ele convoca os filipenses a se alegrarem no Senhor, pois
apesar de tudo 8 da prisão, da perseguição e do sofrimento H o Evangelho está
sendo pregado e o relacionamento de amor entre o apóstolo e a Igreja estava
intensificando-se. Mas os filipenses devem se prevenir do ensino judaizante
para preservar esta alegria.
Este ensino era poderoso para enterrar o regozijo do Espírito e
despertar um assombroso e obscuro sentimento de tormento. Não por acaso, o
apóstolo dá uma ordem imperiosa: “guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus
obreiros”. Estes pregavam ainda a antiquada interpretação distorcida da
doutrina mosaica, ignorando a decisão apostólica registrada em Atos 15.
O
apóstolo ficava enciumado pela capacidade desses falsos mestres transformarem a
mensagem libertadora de Jesus numa sentença aprisionadora judaica. Para a
alegria verdadeira imperar nos corações dos filipenses, estes, por sua vez,
deviam se prevenir dos ensinos judaizantes e encarnar nas suas vidas não a
circuncisão da carne, mas a do coração.
A circuncisão do coração não deixa marca física, não confia na carne,
mas depende do Espírito exclusivamente. O crente circunciso de alma e coração
sabe exatamente o valor e a suficiência do calvário. Neste, ele tem a certeza
de que os seus pecados passados foram perdoados, em Cristo Jesus, o nosso
Senhor. Os presentes e futuros estão e serão perdoados pela suficiência do
sacrifício de Cristo.
A consciência do discípulo é tocada pelo Espírito, pois a
lei do Senhor não está registrada apenas num papel, mas na mente e no coração
do crente. Esta é a certeza da fé que gera alegria no coração do discípulo.
Assim, o discípulo deve ficar longe dos ensinos legalista que roubam esta
certeza de vida em Cristo Jesus.
Não há nada no céu ou na terra que posa subjugar a alegria do crente
quando este se acha completamente entregue a suficiência do Calvário.
“Regozijai-vos sempre”, diz o apóstolo. FONTE: www.professoralberto.com.br