LIÇÃO 07
OS DEZ MANDAMENTOS
DO SENHOR
16 de fevereiro de 2014
Professor Alberto
TEXTO ÁUREO
“Porque o fim da lei é Cristo para justiça de
todo aquele que crê” (Rm 10.4).
VERDADE PRÁTICA
A Lei expõe e condena os nossos pecados, porém, o Senhor Jesus
Cristo, pelo seu sangue expiador, nos perdoa e nos justifica mediante a fé.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê”
(Rm 10.4).
Nosso texto áureo está
inserido no capítulo 10, versículos 1 a 21 da Epístola aos Romanos, quando o
apóstolo Paulo explica que os judeus rejeitaram a justiça de Deus.
De acordo com o comentário de
Russel N. Champlin, temos “Cristo, como 0
fim da lei, tem sido interpretado de várias maneiras.
As
interpretações a respeito desse problema se dividem essencialmente em três
principais categorias, com algumas subcategorias, como segue:
1. Cristo seria o alvo da lei.
(Assim pensavam Crisóstomo, Calvino, Beza, Bengel, Alford, e muitos outros),
- a. Ou no sentido que 0 «alvo»
da lei é 0 de tornar o homem justo, alvo esse cumprido em Cristo; ou
- b. no sentido que a lei
conduz o homem a Cristo como mestre-escola do homem (ver Gál. 3:24). Essa idéia
não é antipaulina, sendo até mesmo paralela às ideias daquele apóstolo; mas não
parece ser isso 0 que Paulo queria dizer especificamente, neste ponto.
2. Cristo seria o cumprimento da lei,
com todos os seus símbolos e exigências.
Essa
ideia está contida em Mat. 5:17, porquanto é verdade que Cristo cumpriu todas
as mensagens simbólicas da lei, com seus sacrifícios e cerimônias (assim
cumprindo a lei cerimonial);
Além
do que Cristo é a concretização moral das exigências da lei moral, tendo-se
tornado, por isso mesmo, 0 grande modelo para todos os homens.
Adam
Clarke (in loc.) expressou essencialmente esse ponto de vista, quando escreveu:
«Onde termina a lei, Cristo começa. A lei termina com sacrifícios
representativos; Cristo começa com a oferta real. A lei é o nosso mestre-escola
que nos conduz a Cristo; a lei não pode salvar, mas deixa-nos à porta da
salvação, onde a salvação pode ser encontrada com exclusividade. Cristo, na
qualidade de sacrifício expiatório pelo pecado, foi o grande objeto de todo o
código de sacrifícios instituído por Moisés; a paixão e a morte de Cristo foram
o cumprimento desse grande objetivo e desígnio. Basta que se separe a morte
sacrificial de Cristo da lei, que esta última perde toda a sua significação,
porque é impossível que o sangue de touros e bodes possa tirar pecados; razão
também pela qual 0 Messias é apresentado a dizer: ‘Sacrifícios e ofertas não
quiseste; ofertas queimadas e ofertas pelo pecado não requereste; então eu
disse: Eis-me aqui, venho para fazer a tua vontade; um corpo me foi preparado’
(Sal. 40:6,7 e Heb. 4:1-10). E isso prova que Deus jamais tencionou que os
sacrifícios oferecidos segundo a lei fossem reputados como a ‘expiação pelo
pecado’, mas antes, eram apenas um tipo ou representação dessa expiação; mas ‘a
expiação’ mesma foi o sacrifício do próprio Cristo. Assim sendo, ele foi o fim
da lei, no tocante aos seus sacrifícios. E, visto que os sacrifícios eram
oferecidos meramente em busca do perdão do pecado, da justiça ou da
justificação, Cristo é o fim da lei, quanto a essa justificação de ‘todo aquele
que nele crê’, por ter ele morrido por causa de suas ofensas e por ter ele
ressuscitado visando sua justificação, tendo estabelecido a paz através do
sangue de sua cruz».
3. Pelo contrário, Cristo é o término da
lei. Assim pensavam Agostinho, Lutero,
Tholuck, Meyer, Hodge, Vincent, Newell, Robertson, e muitos outros. No dizer de
Robertson (in loc.): «Cristo pôs ponto final à lei como meio de salvação (ver
Rom. 6:14; 9:31; Efé. 2:15; Col. 2:14), conforme se vê também em Luc. 16:16.
Cristo é o alvo ou meta da lei (Gál. 3:24).
Cristo
é o cumprimento da lei (Mat. 5:17; Rom. 13:10 e I Tim. 1:5). Mas aqui (tal como
Denny) a principal ideia de Paulo é que Cristo pôs ponto final à lei como
método de salvação, para ‘todos os que crêem’, sem importar se são judeus ou
gentios. Cristo escreveu ‘finis', sobre a lei, como meio de graça».
A
lei, como meio de salvação, era uma noção judaica extremamente comum, refletida
nas páginas do N.T., mas mencionada apenas como um caso hipotético, e não como
uma possibilidade real. (Ver Rom. 10:5 e comparar com Rom. 2:12, trecho este
que afirma que aqueles que pecam, estando debaixo da lei, serão julgados (e não
salvos) pela lei; e o versículo décimo terceiro, que vem logo a seguir, reitera
a mensagem de Rom. 10:5).
Todavia,
0 terceiro capitulo da epístola aos Romanos, além dos que se seguem
imediatamente, mostram-nos que Paulo considerava essa «realização» uma
impossibilidade. (Ver Heb. 7:18,19, onde somos informados que o mandamento
anterior foi anulado).
E
a passagem de Rom.5:20 mostra-nos que a lei foi «acrescentada» à economia
divina, depois que a justificação mediante a fé já estava em funcionamento.
Sim, a lei foi adicionada a fim de transmitir uma melhor compreensão sobre 0
pecado e sobre as exigências da santidade, e não para servir de agente
salvador.
Em
Cristo, tudo quanto a lei «porventura» dissera concernente à salvação, ou que
aparentemente oferecera, foi anulado, extirpado. Cristo subrepujou a lei,
conforme também aprendemos em trechos como Rom. 3:21 e Gál. 3:25. Paulo, pois,
estava expondo a ideia de exclusivismo mútuo, da lei e do sistema da graça.
(Ver as notas expositivas sobre essa questão, em Rom. 4:4,14).
Cristo
é 0 fim da lei «como base da justiça». Em outras palavras, aquela justiça de
Deus, a sua própria natureza moral, que ele requer que os homens possuam, não
pode vir através do sistema legalista, mas só pode vir por intermédio de
Cristo; e isso por meio de sua vereda mística, através do contato com o Espírito
Santo, devido ao seu poder de transformação.
«‘Fim’
no sentido de término ou conclusão. Cristo foi quem pôs fim às funções da lei,
por tê-la superado». (Sanday, in loc.).'
«A
lei persegue ao homem até que este se refugia em Cristo; ״
então
a lei
como
que lhe diz: ‘Encontraste o asilo; não mais te perturbarei. Agora és sábio;
agora estás em segurança’». (Bengel, in loc.).
«Aquele
método particular de obtenção da justiça (através da lei), é visto como um
método fracassado.
Naturalmente,
isso é um fato evidente somente para aqueles que têm 0 discernimento necessário
para tanto.
O
legalismo é uma maneira de servir a Deus tão de acordo com 0 orgulho humano que
até mesmo crentes continuamente revertem ao mesmo.
Qualquer
pessoa que confie em costumes ou convenções, em formalidades e observâncias, no
esforço individual ou na realização coletiva, em todos os pontos essenciais
está dependendo de um método cuja insuficiência já foi largamente desmascarada.
Mas
assim que uma pessoa realmente percebe o que Jesus Cristo foi e o que ele fez
por nós, torna-se impossível para ela acreditar que, mediante a observância de
estatutos, possa agradar a Deus.
Entregarmo-nos
à santidade perscrutadora e ao amor remidor que são desvendados em Cristo é o
único caminho pelo qual podemos obter posição apropriada diante de Deus, e é
isso, precisamente, que a fé possibilita.. .
Dessa
maneira, foi-nos apresentado:
- a. 0 fracasso e a bancarrota
do legalismo;
- b. os sinais característicos
da alternativa oferecida pelo evangelho (que é): i. alicerçada na fé; e ii.
universal em seu escopo.…”Ambos esses últimos temas serão expostos nos
versículos que se seguem». (Gerald R. Cragg, in loc.).
Mediante
o reconhecimento do valor das interpretações de números (1) e (2) nem por isso
caímos no absurdo em que caem alguns, supondo que «Cristo observou a lei por
nós».
O
ensino neotestamentário não estipula uma «observância vicária da lei», de tal
modo que a justiça de Cristo, nesse sentido, nos seja atribuída, a nós que não
podíamos guardar a lei.
A
questão da justiça de Deus, bem pelo contrário, ultrapassa completamente a
todas as considerações próprias da lei, exceto que, na realidade, mediante o
poder transformador do Espírito Santo, as suas exigências justas, que nos
mostram qual é a santidade de Deus Pai, se tornam as grandes características
das nossas almas, e isso de maneira crescente, à medida em que nos vamos
tornando mais e mais semelhantes a Cristo. “Pois se a obediência de Jesus
Cristo à lei mosaica pudesse ser-nos imputada, a sua morte por nós teria sido
inútil”.
(O
Novo Testamento Versículo por Versículo, vol. 3 – N. R. Champlin).
RESUMO DA LIÇÃO 07
OS DEZ MANDAMENTOS
I. I - OS
PROPÓSITOS DA LEI
1.
O Decálogo (Êx 20.3- 17).
2.
Objetivos do Concerto divino:
a)
padrão de justiça.
b)
malignidade do pecado.
c)
santidade de DEUS.
II - OS DEZ
MANDAMENTOS (ÊX 20.1-17)
1.
O primeiro mandamento.
2.
O segundo mandamento.
3.
O terceiro mandamento.
4.
O quarto mandamento.
III - A
CONTINUAÇÃO DOS MANDAMENTOS DIVINOS
1.
O quinto mandamento.
2.
O sexto mandamento.
3.
O sétimo mandamento.
4.
O oitavo mandamento.
5.
O nono mandamento.
6.
O décimo mandamento.
INTERAÇÃO
O Decálogo
expressa o propósito de Deus para o povo de Israel: uma nação que andasse em
justiça, odiasse o pecado e amasse a santidade. Caso seguissem esse estilo de
vida, os judeus resplandeceriam como luz às nações vizinhas.
Mas Israel
falhou nesta missão e voltou-se contra Deus.
Entretanto,
a queda do povo judeu trouxe salvação aos gentios.
Todavia,
isso não deve orgulhar ou ensoberbecer a Igreja do Senhor, representante do
Reino de Deus no mundo; pelo contrário, a comunidade dos santos deve temer a
Deus e ouvir o conselho do apóstolo Paulo: “Porque, se Deus não
poupou os ramos naturais [Israel], teme que te não poupe a ti também [Igreja]”
(Rm 11.21).
Monumento dos DEZ MANDAMENTOS
em Jerusalém- Israel.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
Conhecer os
propósitos dos Dez Mandamentos.
Compreender o conceito
de cada mandamento.
Saber que os Dez
Mandamentos referem-se a relação do homem com Deus e o próximo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
MANDAMENTO:
Disposição escrita em que se determina a realização de um ato, de uma
diligência; mandato.
Hoje estudaremos o capítulo 20 do livro de Êxodo. É uma síntese
concernente aos Dez Mandamentos que foram entregues por Deus a Moisés. Muitos
pensam que os preceitos morais da Lei foram somente para o Antigo Pacto.
Todavia, Jesus ressaltou, no Sermão do Monte, que os preceitos morais da Lei
são eternos e imutáveis, por isso precisamos conhecê-los.
I. OS PROPÓSITOS DA LEI.
1. O Decálogo (Êx 20.3-17). O termo Decálogo literalmente
significa “dez enunciados” ou “declarações” (Êx 34.28; Dt 4.13).
Ele foi proferido por Deus no Sinai (Êx 20.1), mas também escrito por
Ele em duas tábuas de pedra (Êx 31.18). O Decálogo exprime a vontade de Deus em
relação ao ser humano. É, na verdade, um resumo da lei moral de Deus.
2. Objetivos do Concerto
divino. A lei foi dada por Deus a Israel com os seguintes objetivos:
a)
Prover um padrão de justiça. A lei entregue pelo Senhor a Moisés é um padrão
de moralidade para o caráter e a conduta do homem, seja ele judeu, seja ele
gentio (Dt 4.8; Rm 7.12).
b)
Identificar e expor a malignidade do pecado. “Veio,
porém, a lei para que a ofensa abundasse”; isto é, fosse devidamente conhecida
(Rm 5.20).
“Pela lei vem o conhecimento do pecado”, ou seja, o conhecimento
pleno da transgressão (Rm 3.20; 7.7).
A lei não faz do ser humano um pecador, mas faz com que ele se
reconheça como um transgressor. Ela expõe a malignidade do pecado, mas ao mesmo
tempo aponta o caminho da sua expiação pela fé em Deus através dos sacrifícios
que eram oferecidos no Tabernáculo (Lv 4-7).
c)
Revelar a santidade de Deus. O Senhor revela a sua santidade por intermédio da
lei mosaica (Êx 24.15-17; Lv 19.1,2), de igual forma, em o Novo Pacto, Ele
revela a todo o mundo o seu seu amor através do seu Filho Jesus (Jo 3.16; Rm
5.8). A lei foi dada por Deus para conduzir a humanidade a Cristo (Rm 10.4).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A Lei de Deus,
entregue a Moisés tinha os seguintes propósitos para Israel: prover um padrão
de justiça; identificar e expor a malignidade do pecado; revelar a santidade de
Deus.
II. OS DEZ MANDAMENTOS (ÊX 20.1-17)
1. O primeiro mandamento. “Não terás outros deuses diante de mim”
(Êx 20.3). Neste primeiro mandamento, Deus se revela como o
único e verdadeiro Deus (Dt 6.4). Naquela época havia entre as nações falsos
deuses.
Um exemplo disso é o Egito, onde o povo de Israel estivera por 430
anos. Nossa adoração e culto devem ser dirigidos somente ao único e verdadeiro
Deus. Não devemos cultuar nem os anjos (Ap 19.10), nem os homens (At 10.25,26)
ou quaisquer símbolos. O primeiro mandamento da lei, reafirmado em o Novo
Testamento, foi a respeito da adoração somente a Deus (1Co 8.4-6; 1Tm 1.17; Ef
4.5,6; Mt 4.10).
2. O segundo mandamento. “Não farás para ti imagem de escultura” (Êx
20.4-6). Aqui Deus proíbe terminantemente o uso de imagens idolátricas. “Deus é Espírito”, disse Jesus (Jo 4.24).
Então, não há como adorá-lo por meio de imagens. Querer adorar a Deus por meio
de imagens visíveis é falta de fé, pois Cristo é a imagem de Deus (Cl 1.13-23).
É abominação ao Senhor a idolatria, ou seja, ter ídolos e ser idólatra
(Dt 7.25). Na vida do crente, um ídolo é tudo o que ocupa o primeiro lugar em
sua vida, em seu coração, em seu tempo e em sua vontade. Esse “ídolo” pode ser
acúmulo de riqueza, a busca pela grandeza, pelo sucesso e pela fama. Pode ser
também a busca pela popularidade, pelo prazer desenfreado.
Há muita gente na igreja se arruinando espiritualmente por causa dos
“ídolos do coração”.
3. O terceiro mandamento. “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus,
em vão” (Êx 20.7). O nome de Deus representa Ele mesmo; sua divina
natureza; seu infinito poder e seu santo caráter. Este mandamento, portanto,
diz respeito à santidade do Senhor. Tomar o nome do Todo-Poderoso em vão é
mencioná-lo de modo banal, profano, secular e irreverente.
4. O quarto mandamento. “Lembra-te do dia de sábado, para o
santificar” (Êx 20.8-11). O sábado era um dia de descanso e de adoração a
Deus. O termo sábado vem do hebraico shabbath (cessar; interromper). Em Gênesis
2.3 está escrito que: Deus “descansou” (literalmente “cessou”, no sentido de
alguém interromper o que estava fazendo).
A expressão “lembra-te”, usada pelo autor no versículo 8, indica que o
sábado já fora dado por Deus no princípio, e que já era observado para descanso
do trabalho e adoração a Deus (Gn 2.1-3; Êx 20.10). É importante ressaltar que
em o Novo Testamento não há um só versículo que ordene a guarda do sábado como
dia fixo santificado para descanso e adoração ao Senhor.
O sábado foi dado como um “sinal” do pacto do Sinai entre Deus e
Israel. Assim, o sábado assinala Israel como povo especial de Deus (Êx
31.12,13,17; Ez 20.10-12). A respeito dos demais mandamentos não está dito que
eles são “sinais”.
Para nós, o princípio que permanece é um dia de descanso na semana,
para nosso benefício físico e espiritual (Cf. Mc 2.27,28). Nós, cristãos,
observamos o domingo como dia de culto, pois Cristo ressuscitou no primeiro dia
da semana (Lc 24.1-3). Jesus é o nosso descanso (Mc 2.28);
A questão da guarda do sábado
Os sabatistas afirmam que a guarda do sábado está na lei e que por
isso deve ser observado de geração em geração porque é um dos preceitos da Lei
de Deus, que segundo eles é a mesma lei moral. Assim classificam a Lei de Lei
Moral e Lei Cerimonial.
Os Dez Mandamentos são a lei Moral, chamada por eles de Lei de Deus e
a Lei Cerimonial, chamada por eles de Lei de Moisés.
REFUTAÇÃO: Esse
arranjo é uma invenção adventista e que não pode ser confirmada pela Bíblia. A
Bíblia afirma que existe só uma lei. Os
judeus interpretam assim: um só Deus, um só legislador, uma só lei. O que
existe na verdade, são preceitos morais, preceitos cerimoniais e preceitos
civis.
É chamada de Lei de Deus, por que teve sua origem em Deus. É chamada
de Lei de Moisés, por que Moisés foi escolhido por Deus para promulgá-la. No
entanto, não se trata de duas leis. Os preceitos, tanto dos Dez Mandamentos
como os fora dele, são chamados alternadamente de Lei de Deus ou do Senhor e
Lei de Moisés: “E, cumprindo-se os dias da purificação,
segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor
(segundo o que está escrito na lei do Senhor...)” Lucas 2.22-23.
Não são duas ou três leis, mas uma só lei apresentada por esses nomes
(Neemias 8.1,2,8,18.
Sobre os preceitos morais e éticos, os dois maiores mandamentos são:
amar a Deus acima de todas as coisas e “o teu próximo como
a ti mesmo” (Mc 12.29-31); entretanto, não constam no Decálogo,
é uma combinação de Deuteronômio 6.4-5 com Levítico 19.18.
Por outro lado encontramos no Decálogo o quarto mandamento, que não é
preceito moral. Jesus disse que o sacerdote podia violar os sábados e ficar sem
culpa: “Ou não tendes lido na lei que, aos sábados,
os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?” (Mt 12.5).
A guarda do sábado é um concerto perpétuo para Israel (Ex 31.14-17; Lv
23.31-32; Ez 20.12-13,20), pois, se fossemos obrigados a guardar o sábado por
ser denominado um concerto perpétuo, então somos também obrigados a guardar:
-
a páscoa – estatuto perpétuo – Ex 12.14;
-
lavar as mãos e os pés – estatuto perpétuo – Ex 30.21;
-
celebrar as festas – estatuto perpétuo – Lv 23.21
-
circuncisão – estatuto perpétuo – Gn
17.13
No entanto a grande maioria dos sabatistas admite que estas coisas
foram parte do concerto perpétuo para Israel. A questão não é o sábado em si,
mas o fato de que não estamos debaixo do Antigo concerto: “Mas
agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um
melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas” - Hb 8.6.
A Palavra profética previa a chegada de um Novo Concerto (Jr 31.31-33) “Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei um concerto
novo com a casa de Israel e com a casa de Judá...” Esse “novo
concerto” é mencionado pelo escritor aos Hebreus 8.8-12.
Aos judeus convertidos a Jesus que quiserem guardar o sábado por
convicção religiosa pessoal não está desviado por isso, pois o apóstolo Paulo
orienta: “Um faz diferença entre dia e dia; outra julga
iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.
Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz, e quem come para o Senhor
come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá
graças a Deus” (Rm 14.1-6);
Já em relação aos gentios o apóstolo Paulo deixou claro que tais
práticas são um retrocesso espiritual: “Guardais dias, e
meses e tempos, e anos. Receio de vós que haja trabalhado em vão para convosco”
(Gl 4.10-11).
Sobre as festas judaicas: anuais, mensais ou lua nova e semanais (1Cr
23.31; 2 Cr 2.4;8.13;31.3; Ezequiel 45.17. –
O apóstolo Paulo diz: “Por tanto, ninguém
vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua
nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de
Cristo” Cl 2.16,17.
O sábado ceremonial ou anual já está incluído na expressão “dias de festas”, que
são as festas anuais; “lua nova”, mensais
e “dos sábados”, festa semanal. O texto fala de um objeto
projetando sombra, ou seja, a realidade espiritual na fé cristã é Cristo e não
o sábado. Essas figuras das coisas futuras se cumpriram em Jesús. Por isso que
Jesus afirmou ser Senhor do sábado (Mc 2.28).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Do primeiro ao quarto mandamento, o Decálogo apresenta leis
para situar a relação do homem com Deus.
III. A CONTINUAÇÃO DOS MANDAMENTOS DIVINOS
1. O quinto mandamento. “Honra a teu pai e a tua mãe” (Êx 20.12). Honrar é
respeitar e obedecer, por amor, à autoridade dos pais, e com eles cooperar em
tudo.
É o primeiro mandamento contendo uma promessa de Deus: “Para que se prolonguem os teus dias”.
2. O sexto mandamento. “Não matarás” (Êx 20.13). No original, o termo rasah equivale a matar o
ser humano de modo doloso, premeditado, planejado. Este mandamento ressalta a
sacralidade da vida humana como dádiva de Deus (At 17.25-28).
Há também aqueles que matam o próximo no sentido moral, social e
espiritual, mediante a mentira, a falsidade, a difamação, a calúnia, a
maledicência e o falso testemunho (1Jo 3.15). Atualmente há muitos que foram
atingidos mortalmente em sua honra e praticamente “morreram”.
3. O sétimo mandamento. “Não adulterarás” (Êx 20.14). Este mandamento do Senhor está vinculado à
sacralidade, pureza e respeito absoluto ao sexo, ao matrimônio e à família. O
adultério é um ato sexual ilícito e pecaminoso, de um cônjuge com outra pessoa
estranha ao casamento.
Enquanto a lei condenava a prática do ato, o Novo Testamento vai além
— condena os motivos ocultos no coração que levam ao adultério (Mt 5.27,28).
Portanto, mais que condenar o ato praticado, Deus espera que em todo o tempo
dominemos nossos desejos e nos submetamos ao domínio do Espírito Santo.
4. O oitavo mandamento. “Não furtarás” (Êx 20.15). Furtar é apoderar-se oculta ou disfarçadamente
daquilo que pertence a outrem. Isso abrange toda forma de desonestidade, de
mentira, de ocultação, por palavra e por atos. É preciso respeitar os bens dos
outros. Ter honestidade e pureza nos atos; no viver, no agir, no proceder.
5. O nono mandamento. “Não dirás falso testemunho contra o teu
próximo” (Êx 20.16). Este mandamento do Senhor trata da nossa
honestidade e sinceridade no uso da palavra em relação aos outros. Falso
testemunho é falar mal dos outros; acusar e culpar injustamente; difamar;
caluniar; mentir (Tg 4.11).
6. O décimo mandamento. “Não cobiçarás” (Êx 20.17). Este mandamento é o respeito ético a tudo o que
pertence aos outros. Isto abrange o controle e o domínio dos apetites da alma,
dos impulsos, desejos e vontade do crente. Cobiçar é querer o que pertence a
alguém. Querer as coisas dos outros é um desejo insano que precisa ser
debelado.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Do quinto ao décimo
mandamento, o Decálogo apresenta leis que tratam da relação do homem com o
próximo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Lei expõe
e condena os nossos pecados, porém, o Senhor Jesus Cristo, pelo seu sangue
expiador, nos perdoa e nos justifica mediante a fé.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COHEN, A. C. Êxodo. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de
Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1 ed., RJ: CPAD, 2005.
HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco. 2 ed., RJ:
CPAD, 2007.
MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O
reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD,
2007.
FONSECA, Alberto A. O Povo de Israel – Uma Perspectiva Bíblica e
Histórica. Clárim – Campinas – SP, 2008.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio
Bibliográfico
“O
Dez Mandamentos
Os Dez Mandamentos, aqui registrados (cf. Dt 5.6-21), foram escritos
pelo próprio Deus em duas tábuas de pedra e entregues a Moisés e ao povo de
Israel (31.18; Dt 4.13; 10.4). A guarda dos mandamentos proveu um meio de
Israel procurar viver em retidão diante de Deus, agradecido pelo seu livramento
do Egito; ao mesmo tempo, tal obediência era um requisito para os israelitas
habitarem na Terra Prometida (Dt 41.14; 14 [...]).
(1) Os Dez Mandamentos são o resumo da lei moral de Deus para Israel,
e descrevem as obrigações para com Deus e o próximo. Cristo e os apóstolos
afirmam que, como expressões autênticas da santa vontade de Deus, eles
permanecem obrigatórios para o crente do NT (Mt 22.37-39; Mc 12.28-34; Lc
10.27; Rm 13.9; Gl 5.14; Lv 19.18; Dt 6.5; 10.12; 30.6). Conforme esses trechos
do NT, os Dez Mandamentos resumem-se no amor a Deus e ao próximo; guardá-los
não é apenas uma questão de práticas externas, mas também requer uma atitude do
coração [...]. Logo, a lei demanda uma justiça espiritual interior que se
expressa em retidão exterior e em santidade.
(2) Os preceitos civis e cerimoniais do AT, que regiam o culto e a
vida social de Israel [...] já não são obrigatórios para o crente do NT. Eram
tipos de sombras de coisas melhores vindouras, e cumpriram-se em Jesus Cristo
(Hb 10.1; Mt 7.12; 22.37-40; Rm 13.8; Gl 5.14; 6.2). Mesmo assim, contêm
sabedoria e princípios espirituais a todas as gerações [...]” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.145).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“A
Estrutura do Decálogo
É bastante óbvio que a intenção dos quatro primeiros mandamentos
difere da intenção dos outros seis. Os quatro primeiros tratam do
relacionamento com Deus, enquanto os outros seis regulam relacionamentos
interpessoais. Talvez seja significativo que o mandamento acerca dos pais seja
o primeiro no âmbito interpessoal [...]. Ocorre uma guinada do Criador para o
procriador; a vida de uma pessoa se deve a ambos.
Ao ser perguntado sobre o mais importante mandamento (como se eles
pudessem ser organizados hierarquicamente), Jesus citou Deuteronômio 6.5:
‘Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu pensamento’ (Mt 22.37), o que reduziu o primeiro mandamento a uma
única frase. Apesar de não lhe pedirem maiores esclarecimentos, Jesus
prosseguiu falando: ‘e o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo’ (Mt 22.39). Isso condensa em uma única oração os últimos seis
mandamentos. Observe que Jesus insiste que o amor pode ser determinado. Isso
não seria uma profanação do amor? O amor não é algo a ser voluntariamente dado?
Ao colocar o amor num contexto de exigência ou mesmo de imposição, Jesus dá a
entender que o amor por Deus e pelo próximo se baseia na vontade, não em
emoções.
Logo após ser orientado por Jesus sobre o cumprimento do mandamento
como requisito para a vida eterna, o rico perguntou: ‘Quais?’. Jesus não disse
nada sobre os quatro primeiros mandamentos, mas apenas sobre o segundo grupo.
Até mesmo a ordem que eles são citados é interessante: sexto, sétimo, oitavo,
nono e quinto. A falta de amor entre irmãos impede a possibilidade do amor de
Deus e torna obscura qualquer expressão de amor por Deus (uma das mensagens de
1 João)” (HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio. 1 ed., RJ: CPAD, 2006, p.218-19)
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Os
Dez Mandamentos
Depois de caminharem pelo deserto e verem a provisão do Senhor, o povo
chegou ao monte Sinai. Ali Deus falou diretamente com todo o povo na entrega do
Decálogo (Dt 4.13). Podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que o Decálogo é o
ponto alto do Pentateuco. É o mais perfeito e justo código de leis da
humanidade, estudado até hoje pelos juristas.
Qual o propósito dos Dez Mandamentos? Sem lei não existe transgressão.
O propósito era expor e condenar os pecados dos israelitas e os nossos (Gl
3.24). O objetivo era mostrar que sem Deus, o homem não conseguiria obedecer
plenamente à lei moral (Gl 3.11). A lei apontava para o Senhor Jesus Cristo,
pois Ele nos resgatou da maldição da Lei (Gl 3.13). Segundo o Comentário
Bíblico Moody “a lei não foi dada como meio de salvação. Foi dada a um povo já
salvo a fim de instruí-lo na vontade do Senhor”.
Talvez você esteja se perguntando: A lei moral (os Dez Mandamentos) é
para o crente atual? Sim! A lei não serve para a nossa salvação, pois esta é
mediante a fé, todavia devemos observá-la. Jesus não veio revogar a lei e os
profetas, todavia Ele criticou os excessos que eram cometidos (Mt 5.17).
Observe o que Jesus falou em relação a alguns mandamentos: Compare o sexto
mandamento, “não matarás” (Êx20.13), com a declaração de Jesus: [...] qualquer
que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo (Mt 5.22).
Agora compare o sétimo mandamento, “não adulterará” (Êx 20.14) com as seguintes
palavras do Mestre: [...] “qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já
em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.28).
Podemos afirmar que os quatro primeiros mandamentos são uma referência
ao nosso relacionamento com Deus. “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx
20. 3); “Não farás para ti imagem de escultura” (Êx 20.4-6); “Não tomarás o
nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Êx 20.7) e “Lembra-te do dia de sábado, para
o santificar” (Êx 20.8). Segundo o Comentário Bíblico Moody “o primeiro
mandamento resguarda a unidade de Deus, o segundo a sua espiritualidade, e o
terceiro sua divindade ou essência”.
Do quinto mandamento em diante Deus trata do relacionamento do homem
com o seu próximo.
Segundo o pastor Claudionor de Andrade no seu Dicionário Teológico
“teologicamente falando, a Lei de Deus, contida no Pentateuco, é a expressão
máxima da vontade divina quanto à condução dos negócios, interesses e
necessidades humanos em família, na sociedade e no Estado”.
Monumento dos DEZ
MANDAMENTOS em