quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Lição 7 - 1º Trim. 2014 - Os Dez Mandamentos do Senhor.

LIÇÃO 07

OS DEZ MANDAMENTOS
DO SENHOR

16 de fevereiro de 2014
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO

 “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4).

VERDADE PRÁTICA


A Lei expõe e condena os nossos pecados, porém, o Senhor Jesus Cristo, pelo seu sangue expiador, nos perdoa e nos justifica mediante a fé.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4).

Nosso texto áureo está inserido no capítulo 10, versículos 1 a 21 da Epístola aos Romanos, quando o apóstolo Paulo explica que os judeus rejeitaram a justiça de Deus.
De acordo com o comentário de Russel N. Champlin, temos “Cristo, como 0 fim da lei, tem sido interpretado de várias maneiras.
As interpretações a respeito desse problema se dividem essencialmente em três principais categorias, com algumas subcategorias, como segue:

1. Cristo seria o alvo da lei. (Assim pensavam Crisóstomo, Calvino, Beza, Bengel, Alford, e muitos outros),
- a. Ou no sentido que 0 «alvo» da lei é 0 de tornar o homem justo, alvo esse cumprido em Cristo; ou
- b. no sentido que a lei conduz o homem a Cristo como mestre-escola do homem (ver Gál. 3:24). Essa idéia não é antipaulina, sendo até mesmo paralela às ideias daquele apóstolo; mas não parece ser isso 0 que Paulo queria dizer especificamente, neste ponto.

2. Cristo seria o cumprimento da lei, com todos os seus símbolos e exigências.
Essa ideia está contida em Mat. 5:17, porquanto é verdade que Cristo cumpriu todas as mensagens simbólicas da lei, com seus sacrifícios e cerimônias (assim cumprindo a lei cerimonial);
Além do que Cristo é a concretização moral das exigências da lei moral, tendo-se tornado, por isso mesmo, 0 grande modelo para todos os homens.
Adam Clarke (in loc.) expressou essencialmente esse ponto de vista, quando escreveu: «Onde termina a lei, Cristo começa. A lei termina com sacrifícios representativos; Cristo começa com a oferta real. A lei é o nosso mestre-escola que nos conduz a Cristo; a lei não pode salvar, mas deixa-nos à porta da salvação, onde a salvação pode ser encontrada com exclusividade. Cristo, na qualidade de sacrifício expiatório pelo pecado, foi o grande objeto de todo o código de sacrifícios instituído por Moisés; a paixão e a morte de Cristo foram o cumprimento desse grande objetivo e desígnio. Basta que se separe a morte sacrificial de Cristo da lei, que esta última perde toda a sua significação, porque é impossível que o sangue de touros e bodes possa tirar pecados; razão também pela qual 0 Messias é apresentado a dizer: ‘Sacrifícios e ofertas não quiseste; ofertas queimadas e ofertas pelo pecado não requereste; então eu disse: Eis-me aqui, venho para fazer a tua vontade; um corpo me foi preparado’ (Sal. 40:6,7 e Heb. 4:1-10). E isso prova que Deus jamais tencionou que os sacrifícios oferecidos segundo a lei fossem reputados como a ‘expiação pelo pecado’, mas antes, eram apenas um tipo ou representação dessa expiação; mas ‘a expiação’ mesma foi o sacrifício do próprio Cristo. Assim sendo, ele foi o fim da lei, no tocante aos seus sacrifícios. E, visto que os sacrifícios eram oferecidos meramente em busca do perdão do pecado, da justiça ou da justificação, Cristo é o fim da lei, quanto a essa justificação de ‘todo aquele que nele crê’, por ter ele morrido por causa de suas ofensas e por ter ele ressuscitado visando sua justificação, tendo estabelecido a paz através do sangue de sua cruz».

3. Pelo contrário, Cristo é o término da lei. Assim pensavam Agostinho, Lutero, Tholuck, Meyer, Hodge, Vincent, Newell, Robertson, e muitos outros. No dizer de Robertson (in loc.): «Cristo pôs ponto final à lei como meio de salvação (ver Rom. 6:14; 9:31; Efé. 2:15; Col. 2:14), conforme se vê também em Luc. 16:16. Cristo é o alvo ou meta da lei (Gál. 3:24).
Cristo é o cumprimento da lei (Mat. 5:17; Rom. 13:10 e I Tim. 1:5). Mas aqui (tal como Denny) a principal ideia de Paulo é que Cristo pôs ponto final à lei como método de salvação, para ‘todos os que crêem’, sem importar se são judeus ou gentios. Cristo escreveu ‘finis', sobre a lei, como meio de graça».
A lei, como meio de salvação, era uma noção judaica extremamente comum, refletida nas páginas do N.T., mas mencionada apenas como um caso hipotético, e não como uma possibilidade real. (Ver Rom. 10:5 e comparar com Rom. 2:12, trecho este que afirma que aqueles que pecam, estando debaixo da lei, serão julgados (e não salvos) pela lei; e o versículo décimo terceiro, que vem logo a seguir, reitera a mensagem de Rom. 10:5).
Todavia, 0 terceiro capitulo da epístola aos Romanos, além dos que se seguem imediatamente, mostram-nos que Paulo considerava essa «realização» uma impossibilidade. (Ver Heb. 7:18,19, onde somos informados que o mandamento anterior foi anulado).
E a passagem de Rom.5:20 mostra-nos que a lei foi «acrescentada» à economia divina, depois que a justificação mediante a fé já estava em funcionamento. Sim, a lei foi adicionada a fim de transmitir uma melhor compreensão sobre 0 pecado e sobre as exigências da santidade, e não para servir de agente salvador.
Em Cristo, tudo quanto a lei «porventura» dissera concernente à salvação, ou que aparentemente oferecera, foi anulado, extirpado. Cristo subrepujou a lei, conforme também aprendemos em trechos como Rom. 3:21 e Gál. 3:25. Paulo, pois, estava expondo a ideia de exclusivismo mútuo, da lei e do sistema da graça. (Ver as notas expositivas sobre essa questão, em Rom. 4:4,14).
Cristo é 0 fim da lei «como base da justiça». Em outras palavras, aquela justiça de Deus, a sua própria natureza moral, que ele requer que os homens possuam, não pode vir através do sistema legalista, mas só pode vir por intermédio de Cristo; e isso por meio de sua vereda mística, através do contato com o Espírito Santo, devido ao seu poder de transformação.
«‘Fim’ no sentido de término ou conclusão. Cristo foi quem pôs fim às funções da lei, por tê-la superado». (Sanday, in loc.).'
«A lei persegue ao homem até que este se refugia em Cristo; ״ então a lei
como que lhe diz: ‘Encontraste o asilo; não mais te perturbarei. Agora és sábio; agora estás em segurança’». (Bengel, in loc.).
«Aquele método particular de obtenção da justiça (através da lei), é visto como um método fracassado.
Naturalmente, isso é um fato evidente somente para aqueles que têm 0 discernimento necessário para tanto.
O legalismo é uma maneira de servir a Deus tão de acordo com 0 orgulho humano que até mesmo crentes continuamente revertem ao mesmo.
Qualquer pessoa que confie em costumes ou convenções, em formalidades e observâncias, no esforço individual ou na realização coletiva, em todos os pontos essenciais está dependendo de um método cuja insuficiência já foi largamente desmascarada.
Mas assim que uma pessoa realmente percebe o que Jesus Cristo foi e o que ele fez por nós, torna-se impossível para ela acreditar que, mediante a observância de estatutos, possa agradar a Deus.
Entregarmo-nos à santidade perscrutadora e ao amor remidor que são desvendados em Cristo é o único caminho pelo qual podemos obter posição apropriada diante de Deus, e é isso, precisamente, que a fé possibilita.. .
Dessa maneira, foi-nos apresentado:
- a. 0 fracasso e a bancarrota do legalismo;
- b. os sinais característicos da alternativa oferecida pelo evangelho (que é): i. alicerçada na fé; e ii. universal em seu escopo.…”Ambos esses últimos temas serão expostos nos versículos que se seguem». (Gerald R. Cragg, in loc.).
Mediante o reconhecimento do valor das interpretações de números (1) e (2) nem por isso caímos no absurdo em que caem alguns, supondo que «Cristo observou a lei por nós».
O ensino neotestamentário não estipula uma «observância vicária da lei», de tal modo que a justiça de Cristo, nesse sentido, nos seja atribuída, a nós que não podíamos guardar a lei.
A questão da justiça de Deus, bem pelo contrário, ultrapassa completamente a todas as considerações próprias da lei, exceto que, na realidade, mediante o poder transformador do Espírito Santo, as suas exigências justas, que nos mostram qual é a santidade de Deus Pai, se tornam as grandes características das nossas almas, e isso de maneira crescente, à medida em que nos vamos tornando mais e mais semelhantes a Cristo. “Pois se a obediência de Jesus Cristo à lei mosaica pudesse ser-nos imputada, a sua morte por nós teria sido inútil”.
(O Novo Testamento Versículo por Versículo, vol. 3 – N. R. Champlin).

RESUMO DA LIÇÃO 07


OS DEZ MANDAMENTOS
I. I - OS PROPÓSITOS DA LEI
1. O Decálogo (Êx 20.3- 17).
2. Objetivos do Concerto divino:
a) padrão de justiça.
b) malignidade do pecado.
c) santidade de DEUS.

II - OS DEZ MANDAMENTOS (ÊX 20.1-17)
1. O primeiro mandamento.
2. O segundo mandamento.
3. O terceiro mandamento.
4. O quarto mandamento.

III - A CONTINUAÇÃO DOS MANDAMENTOS DIVINOS
1. O quinto mandamento.
2. O sexto mandamento.
3. O sétimo mandamento.
4. O oitavo mandamento.
5. O nono mandamento.
6. O décimo mandamento.
INTERAÇÃO
O Decálogo expressa o propósito de Deus para o povo de Israel: uma nação que andasse em justiça, odiasse o pecado e amasse a santidade. Caso seguissem esse estilo de vida, os judeus resplandeceriam como luz às nações vizinhas.
Mas Israel falhou nesta missão e voltou-se contra Deus.
Entretanto, a queda do povo judeu trouxe salvação aos gentios.
Todavia, isso não deve orgulhar ou ensoberbecer a Igreja do Senhor, representante do Reino de Deus no mundo; pelo contrário, a comunidade dos santos deve temer a Deus e ouvir o conselho do apóstolo Paulo: “Porque, se Deus não poupou os ramos naturais [Israel], teme que te não poupe a ti também [Igreja]” (Rm 11.21).
Monumento dos DEZ MANDAMENTOS em Jerusalém- Israel.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer os propósitos dos Dez Mandamentos.
Compreender o conceito de cada mandamento.
Saber que os Dez Mandamentos referem-se a relação do homem com Deus e o próximo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
MANDAMENTO:
Disposição escrita em que se determina a realização de um ato, de uma diligência; mandato.
Hoje estudaremos o capítulo 20 do livro de Êxodo. É uma síntese concernente aos Dez Mandamentos que foram entregues por Deus a Moisés. Muitos pensam que os preceitos morais da Lei foram somente para o Antigo Pacto. Todavia, Jesus ressaltou, no Sermão do Monte, que os preceitos morais da Lei são eternos e imutáveis, por isso precisamos conhecê-los.
I. OS PROPÓSITOS DA LEI.
1. O Decálogo (Êx 20.3-17). O termo Decálogo literalmente significa “dez enunciados” ou “declarações” (Êx 34.28; Dt 4.13).
Ele foi proferido por Deus no Sinai (Êx 20.1), mas também escrito por Ele em duas tábuas de pedra (Êx 31.18). O Decálogo exprime a vontade de Deus em relação ao ser humano. É, na verdade, um resumo da lei moral de Deus.
2.  Objetivos do Concerto divino. A lei foi dada por Deus a Israel com os seguintes objetivos:
a) Prover um padrão de justiça. A lei entregue pelo Senhor a Moisés é um padrão de moralidade para o caráter e a conduta do homem, seja ele judeu, seja ele gentio (Dt 4.8; Rm 7.12).
b) Identificar e expor a malignidade do pecado. “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse”; isto é, fosse devidamente conhecida (Rm 5.20).
“Pela lei vem o conhecimento do pecado”, ou seja, o conhecimento pleno da transgressão (Rm 3.20; 7.7).
A lei não faz do ser humano um pecador, mas faz com que ele se reconheça como um transgressor. Ela expõe a malignidade do pecado, mas ao mesmo tempo aponta o caminho da sua expiação pela fé em Deus através dos sacrifícios que eram oferecidos no Tabernáculo (Lv 4-7).
c) Revelar a santidade de Deus. O Senhor revela a sua santidade por intermédio da lei mosaica (Êx 24.15-17; Lv 19.1,2), de igual forma, em o Novo Pacto, Ele revela a todo o mundo o seu seu amor através do seu Filho Jesus (Jo 3.16; Rm 5.8). A lei foi dada por Deus para conduzir a humanidade a Cristo (Rm 10.4).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A Lei de Deus, entregue a Moisés tinha os seguintes propósitos para Israel: prover um padrão de justiça; identificar e expor a malignidade do pecado; revelar a santidade de Deus.

II. OS DEZ MANDAMENTOS (ÊX 20.1-17)
1. O primeiro mandamento. “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Neste primeiro mandamento, Deus se revela como o único e verdadeiro Deus (Dt 6.4). Naquela época havia entre as nações falsos deuses.
Um exemplo disso é o Egito, onde o povo de Israel estivera por 430 anos. Nossa adoração e culto devem ser dirigidos somente ao único e verdadeiro Deus. Não devemos cultuar nem os anjos (Ap 19.10), nem os homens (At 10.25,26) ou quaisquer símbolos. O primeiro mandamento da lei, reafirmado em o Novo Testamento, foi a respeito da adoração somente a Deus (1Co 8.4-6; 1Tm 1.17; Ef 4.5,6; Mt 4.10).
2. O segundo mandamento. “Não farás para ti imagem de escultura” (Êx 20.4-6). Aqui Deus proíbe terminantemente o uso de imagens idolátricas. “Deus é Espírito”, disse Jesus (Jo 4.24). Então, não há como adorá-lo por meio de imagens. Querer adorar a Deus por meio de imagens visíveis é falta de fé, pois Cristo é a imagem de Deus (Cl 1.13-23).
É abominação ao Senhor a idolatria, ou seja, ter ídolos e ser idólatra (Dt 7.25). Na vida do crente, um ídolo é tudo o que ocupa o primeiro lugar em sua vida, em seu coração, em seu tempo e em sua vontade. Esse “ídolo” pode ser acúmulo de riqueza, a busca pela grandeza, pelo sucesso e pela fama. Pode ser também a busca pela popularidade, pelo prazer desenfreado.
Há muita gente na igreja se arruinando espiritualmente por causa dos “ídolos do coração”.
3. O terceiro mandamento. “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Êx 20.7). O nome de Deus representa Ele mesmo; sua divina natureza; seu infinito poder e seu santo caráter. Este mandamento, portanto, diz respeito à santidade do Senhor. Tomar o nome do Todo-Poderoso em vão é mencioná-lo de modo banal, profano, secular e irreverente.
4. O quarto mandamento. “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20.8-11). O sábado era um dia de descanso e de adoração a Deus. O termo sábado vem do hebraico shabbath (cessar; interromper). Em Gênesis 2.3 está escrito que: Deus “descansou” (literalmente “cessou”, no sentido de alguém interromper o que estava fazendo).
A expressão “lembra-te”, usada pelo autor no versículo 8, indica que o sábado já fora dado por Deus no princípio, e que já era observado para descanso do trabalho e adoração a Deus (Gn 2.1-3; Êx 20.10). É importante ressaltar que em o Novo Testamento não há um só versículo que ordene a guarda do sábado como dia fixo santificado para descanso e adoração ao Senhor.
O sábado foi dado como um “sinal” do pacto do Sinai entre Deus e Israel. Assim, o sábado assinala Israel como povo especial de Deus (Êx 31.12,13,17; Ez 20.10-12). A respeito dos demais mandamentos não está dito que eles são “sinais”.
Para nós, o princípio que permanece é um dia de descanso na semana, para nosso benefício físico e espiritual (Cf. Mc 2.27,28). Nós, cristãos, observamos o domingo como dia de culto, pois Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Lc 24.1-3). Jesus é o nosso descanso (Mc 2.28);
A questão da guarda do sábado
Os sabatistas afirmam que a guarda do sábado está na lei e que por isso deve ser observado de geração em geração porque é um dos preceitos da Lei de Deus, que segundo eles é a mesma lei moral. Assim classificam a Lei de Lei Moral e Lei Cerimonial.
Os Dez Mandamentos são a lei Moral, chamada por eles de Lei de Deus e a Lei Cerimonial, chamada por eles de Lei de Moisés.
REFUTAÇÃO: Esse arranjo é uma invenção adventista e que não pode ser confirmada pela Bíblia. A Bíblia afirma que existe só uma lei.  Os judeus interpretam assim: um só Deus, um só legislador, uma só lei. O que existe na verdade, são preceitos morais, preceitos cerimoniais e preceitos civis.
É chamada de Lei de Deus, por que teve sua origem em Deus. É chamada de Lei de Moisés, por que Moisés foi escolhido por Deus para promulgá-la. No entanto, não se trata de duas leis. Os preceitos, tanto dos Dez Mandamentos como os fora dele, são chamados alternadamente de Lei de Deus ou do Senhor e Lei de Moisés: “E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor (segundo o que está escrito na lei do Senhor...)” Lucas 2.22-23.
Não são duas ou três leis, mas uma só lei apresentada por esses nomes (Neemias 8.1,2,8,18.
Sobre os preceitos morais e éticos, os dois maiores mandamentos são: amar a Deus acima de todas as coisas e “o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.29-31); entretanto, não constam no Decálogo, é uma combinação de Deuteronômio 6.4-5 com Levítico 19.18.
Por outro lado encontramos no Decálogo o quarto mandamento, que não é preceito moral. Jesus disse que o sacerdote podia violar os sábados e ficar sem culpa: “Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?” (Mt 12.5).
A guarda do sábado é um concerto perpétuo para Israel (Ex 31.14-17; Lv 23.31-32; Ez 20.12-13,20), pois, se fossemos obrigados a guardar o sábado por ser denominado um concerto perpétuo, então somos também obrigados a guardar:
- a páscoa – estatuto perpétuo – Ex 12.14;
- lavar as mãos e os pés – estatuto perpétuo – Ex 30.21;
- celebrar as festas – estatuto perpétuo – Lv 23.21
- circuncisão – estatuto perpétuo –  Gn 17.13
No entanto a grande maioria dos sabatistas admite que estas coisas foram parte do concerto perpétuo para Israel. A questão não é o sábado em si, mas o fato de que não estamos debaixo do Antigo concerto: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas” - Hb 8.6.
A Palavra profética previa a chegada de um Novo Concerto (Jr 31.31-33) “Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá...” Esse “novo concerto” é mencionado pelo escritor aos Hebreus 8.8-12.
Aos judeus convertidos a Jesus que quiserem guardar o sábado por convicção religiosa pessoal não está desviado por isso, pois o apóstolo Paulo orienta: “Um faz diferença entre dia e dia; outra julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz, e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus” (Rm 14.1-6);
Já em relação aos gentios o apóstolo Paulo deixou claro que tais práticas são um retrocesso espiritual: “Guardais dias, e meses e tempos, e anos. Receio de vós que haja trabalhado em vão para convosco” (Gl 4.10-11).
Sobre as festas judaicas: anuais, mensais ou lua nova e semanais (1Cr 23.31; 2 Cr 2.4;8.13;31.3; Ezequiel 45.17. –  O apóstolo Paulo diz: “Por tanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” Cl 2.16,17.
O sábado ceremonial ou anual já está incluído na expressão “dias de festas”, que são as festas anuais; “lua nova”, mensais e “dos sábados”, festa semanal. O texto fala de um objeto projetando sombra, ou seja, a realidade espiritual na fé cristã é Cristo e não o sábado. Essas figuras das coisas futuras se cumpriram em Jesús. Por isso que Jesus afirmou ser Senhor do sábado (Mc 2.28).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Do primeiro ao quarto mandamento, o Decálogo apresenta leis para situar a relação do homem com Deus.
III. A CONTINUAÇÃO DOS MANDAMENTOS DIVINOS
1. O quinto mandamento. “Honra a teu pai e a tua mãe” (Êx 20.12). Honrar é respeitar e obedecer, por amor, à autoridade dos pais, e com eles cooperar em tudo.
É o primeiro mandamento contendo uma promessa de Deus: “Para que se prolonguem os teus dias”.
2. O sexto mandamento. “Não matarás” (Êx 20.13).  No original, o termo rasah equivale a matar o ser humano de modo doloso, premeditado, planejado. Este mandamento ressalta a sacralidade da vida humana como dádiva de Deus (At 17.25-28).
Há também aqueles que matam o próximo no sentido moral, social e espiritual, mediante a mentira, a falsidade, a difamação, a calúnia, a maledicência e o falso testemunho (1Jo 3.15). Atualmente há muitos que foram atingidos mortalmente em sua honra e praticamente “morreram”.
3. O sétimo mandamento. “Não adulterarás” (Êx 20.14).  Este mandamento do Senhor está vinculado à sacralidade, pureza e respeito absoluto ao sexo, ao matrimônio e à família. O adultério é um ato sexual ilícito e pecaminoso, de um cônjuge com outra pessoa estranha ao casamento.
Enquanto a lei condenava a prática do ato, o Novo Testamento vai além — condena os motivos ocultos no coração que levam ao adultério (Mt 5.27,28). Portanto, mais que condenar o ato praticado, Deus espera que em todo o tempo dominemos nossos desejos e nos submetamos ao domínio do Espírito Santo.
4. O oitavo mandamento. “Não furtarás” (Êx 20.15).  Furtar é apoderar-se oculta ou disfarçadamente daquilo que pertence a outrem. Isso abrange toda forma de desonestidade, de mentira, de ocultação, por palavra e por atos. É preciso respeitar os bens dos outros. Ter honestidade e pureza nos atos; no viver, no agir, no proceder.
5. O nono mandamento. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20.16). Este mandamento do Senhor trata da nossa honestidade e sinceridade no uso da palavra em relação aos outros. Falso testemunho é falar mal dos outros; acusar e culpar injustamente; difamar; caluniar; mentir (Tg 4.11).
6. O décimo mandamento. “Não cobiçarás” (Êx 20.17).  Este mandamento é o respeito ético a tudo o que pertence aos outros. Isto abrange o controle e o domínio dos apetites da alma, dos impulsos, desejos e vontade do crente. Cobiçar é querer o que pertence a alguém. Querer as coisas dos outros é um desejo insano que precisa ser debelado.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
 Do quinto ao décimo mandamento, o Decálogo apresenta leis que tratam da relação do homem com o próximo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Lei expõe e condena os nossos pecados, porém, o Senhor Jesus Cristo, pelo seu sangue expiador, nos perdoa e nos justifica mediante a fé.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COHEN, A. C. Êxodo. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1 ed., RJ: CPAD, 2005.
HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco. 2 ed., RJ: CPAD, 2007.
MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
FONSECA, Alberto A. O Povo de Israel – Uma Perspectiva Bíblica e Histórica. Clárim – Campinas – SP, 2008.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliográfico
“O Dez Mandamentos
Os Dez Mandamentos, aqui registrados (cf. Dt 5.6-21), foram escritos pelo próprio Deus em duas tábuas de pedra e entregues a Moisés e ao povo de Israel (31.18; Dt 4.13; 10.4). A guarda dos mandamentos proveu um meio de Israel procurar viver em retidão diante de Deus, agradecido pelo seu livramento do Egito; ao mesmo tempo, tal obediência era um requisito para os israelitas habitarem na Terra Prometida (Dt 41.14; 14 [...]).
(1) Os Dez Mandamentos são o resumo da lei moral de Deus para Israel, e descrevem as obrigações para com Deus e o próximo. Cristo e os apóstolos afirmam que, como expressões autênticas da santa vontade de Deus, eles permanecem obrigatórios para o crente do NT (Mt 22.37-39; Mc 12.28-34; Lc 10.27; Rm 13.9; Gl 5.14; Lv 19.18; Dt 6.5; 10.12; 30.6). Conforme esses trechos do NT, os Dez Mandamentos resumem-se no amor a Deus e ao próximo; guardá-los não é apenas uma questão de práticas externas, mas também requer uma atitude do coração [...]. Logo, a lei demanda uma justiça espiritual interior que se expressa em retidão exterior e em santidade.
(2) Os preceitos civis e cerimoniais do AT, que regiam o culto e a vida social de Israel [...] já não são obrigatórios para o crente do NT. Eram tipos de sombras de coisas melhores vindouras, e cumpriram-se em Jesus Cristo (Hb 10.1; Mt 7.12; 22.37-40; Rm 13.8; Gl 5.14; 6.2). Mesmo assim, contêm sabedoria e princípios espirituais a todas as gerações [...]” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.145).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“A Estrutura do Decálogo
É bastante óbvio que a intenção dos quatro primeiros mandamentos difere da intenção dos outros seis. Os quatro primeiros tratam do relacionamento com Deus, enquanto os outros seis regulam relacionamentos interpessoais. Talvez seja significativo que o mandamento acerca dos pais seja o primeiro no âmbito interpessoal [...]. Ocorre uma guinada do Criador para o procriador; a vida de uma pessoa se deve a ambos.
Ao ser perguntado sobre o mais importante mandamento (como se eles pudessem ser organizados hierarquicamente), Jesus citou Deuteronômio 6.5: ‘Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento’ (Mt 22.37), o que reduziu o primeiro mandamento a uma única frase. Apesar de não lhe pedirem maiores esclarecimentos, Jesus prosseguiu falando: ‘e o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo’ (Mt 22.39). Isso condensa em uma única oração os últimos seis mandamentos. Observe que Jesus insiste que o amor pode ser determinado. Isso não seria uma profanação do amor? O amor não é algo a ser voluntariamente dado? Ao colocar o amor num contexto de exigência ou mesmo de imposição, Jesus dá a entender que o amor por Deus e pelo próximo se baseia na vontade, não em emoções.
Logo após ser orientado por Jesus sobre o cumprimento do mandamento como requisito para a vida eterna, o rico perguntou: ‘Quais?’. Jesus não disse nada sobre os quatro primeiros mandamentos, mas apenas sobre o segundo grupo. Até mesmo a ordem que eles são citados é interessante: sexto, sétimo, oitavo, nono e quinto. A falta de amor entre irmãos impede a possibilidade do amor de Deus e torna obscura qualquer expressão de amor por Deus (uma das mensagens de 1 João)” (HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 1 ed., RJ: CPAD, 2006, p.218-19)
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Os Dez Mandamentos
Depois de caminharem pelo deserto e verem a provisão do Senhor, o povo chegou ao monte Sinai. Ali Deus falou diretamente com todo o povo na entrega do Decálogo (Dt 4.13). Podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que o Decálogo é o ponto alto do Pentateuco. É o mais perfeito e justo código de leis da humanidade, estudado até hoje pelos juristas.
Qual o propósito dos Dez Mandamentos? Sem lei não existe transgressão. O propósito era expor e condenar os pecados dos israelitas e os nossos (Gl 3.24). O objetivo era mostrar que sem Deus, o homem não conseguiria obedecer plenamente à lei moral (Gl 3.11). A lei apontava para o Senhor Jesus Cristo, pois Ele nos resgatou da maldição da Lei (Gl 3.13). Segundo o Comentário Bíblico Moody “a lei não foi dada como meio de salvação. Foi dada a um povo já salvo a fim de instruí-lo na vontade do Senhor”.
Talvez você esteja se perguntando: A lei moral (os Dez Mandamentos) é para o crente atual? Sim! A lei não serve para a nossa salvação, pois esta é mediante a fé, todavia devemos observá-la. Jesus não veio revogar a lei e os profetas, todavia Ele criticou os excessos que eram cometidos (Mt 5.17). Observe o que Jesus falou em relação a alguns mandamentos: Compare o sexto mandamento, “não matarás” (Êx20.13), com a declaração de Jesus: [...] qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo (Mt 5.22). Agora compare o sétimo mandamento, “não adulterará” (Êx 20.14) com as seguintes palavras do Mestre: [...] “qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.28).
Podemos afirmar que os quatro primeiros mandamentos são uma referência ao nosso relacionamento com Deus. “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20. 3); “Não farás para ti imagem de escultura” (Êx 20.4-6); “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Êx 20.7) e “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20.8). Segundo o Comentário Bíblico Moody “o primeiro mandamento resguarda a unidade de Deus, o segundo a sua espiritualidade, e o terceiro sua divindade ou essência”.
Do quinto mandamento em diante Deus trata do relacionamento do homem com o seu próximo.
Segundo o pastor Claudionor de Andrade no seu Dicionário Teológico “teologicamente falando, a Lei de Deus, contida no Pentateuco, é a expressão máxima da vontade divina quanto à condução dos negócios, interesses e necessidades humanos em família, na sociedade e no Estado”.
Monumento dos DEZ MANDAMENTOS em 

Nenhum comentário:

Postar um comentário