Lição 5 - Os Primeiros Discípulos
1º Trimestre de 2018
INTRODUÇÃO
I - CHAMADOS PARA SEREM PESCADORES DE HOMENS
II - O DISCIPULADO COMO ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO
III - A EFICÁCIA DO ENSINO DO MESTRE (Mt 7.24-29)
CONCLUSÃO
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
INTRODUÇÃO
I - CHAMADOS PARA SEREM PESCADORES DE HOMENS
II - O DISCIPULADO COMO ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO
III - A EFICÁCIA DO ENSINO DO MESTRE (Mt 7.24-29)
CONCLUSÃO
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar como se deu o chamado dos primeiros discípulos;
Apresentar o discipulado como estratégia de crescimento;
Discutir a eficácia do ensino do Mestre.
Apresentar o discipulado como estratégia de crescimento;
Discutir a eficácia do ensino do Mestre.
Palavra-chave: Discipulado.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo:
“Depois do relato da tentação de Jesus, Mateus comenta que Ele ficou sabendo que João estava preso e então retorna para a Galileia, deixa Nazaré e passa habitar em Cafarnaum. Toma essa decisão, mais uma vez para cumprimento das profecias sobre o início de seu ministério. Inicia sua missão pregando o Reino dos céus e arregimentando pessoas para auxiliá-lo em sua missão.
a) O discípulo era formado aos pés do seu mestre
Na época da Igreja Primitiva, a decisão sobre a escolha e a decisão de se submeter como discípulo de um mestre era importantíssima, pois impactava praticamente para vida toda. No entanto, a escolha não era do discípulo, mas sim do mestre. O discípulo estava diretamente relacionado com seu mestre e, por isso, a escolha do discípulo era de grande responsabilidade, uma vez que seria o sucessor do mestre para discipular as futuras gerações. O Guia Cristão de Leitura (2013, p. 69) traz algumas informações importantes sobre essa relação, em especial no mundo judaico:
Discípulo era um termo comum no século I para uma pessoa que era um seguidor compromissado de um líder religioso, filosófico ou político. No mundo judaico, o termo era particularmente usado para os estudantes de um rabi, o mestre religioso. Nos Evangelhos, João Batista e os fariseus tinham grupos de discípulos (Mc 2.18; Mt 22.15,16). Esses discípulos, com frequência, eram os alunos mais promissores que passaram pelo sistema de educação judaica — os que já tinham memorizado as Escrituras hebraicas e demonstraram o potencial para aprender os ensinamentos específicos dos rabis sobre a Lei e os profetas, a fim de que pudesse ensinar isso a outros. Portanto, era uma grande honra e responsabilidade ser chamado por um rabi para ser seu discípulo. Os discípulos aprenderam os ensinamentos de seu rabi vivendo com ele e seguindo-o aonde quer que vá. Uma frase daquele tempo descrevia os discípulos como aqueles que ‘ficavam cobertos pela poeira do rabi’, porque, literalmente, seguiam de muito perto seus mestres.
Note na citação que o discípulo para ser chamado já deveria ter algumas qualificações prévias, como ter memorizado as Escrituras hebraicas, além de possuir potencial para se tornar um mestre no futuro. Além da familiaridade com o seu mestre, pois a partir da escolha deveriam ter uma vida em comum por um longo período. Um vasto material evangélico atribui o título de mestre a Jesus, em especial, o Evangelho de Mateus, que como foi visto dá ênfase a essa figura de Jesus ao destacar seus ensinos por meios dos cinco famosos discursos atribuídos a Ele. Porém, Haight (2003, p. 88) assegura que “[...] havia diferentes tipos e mestre no tempo de Jesus”. Ele compara Jesus com dois tipos de mestres de sua era: a) o mestre judeu, semelhante a um filósofo cínico popular; b) um sábio da tradição da Sabedoria de Salomão.
Jesus é retratado como originário das classes mais inferiores de sua sociedade. Como carpinteiro estava situado em um patamar abaixo do de camponês, que já era marginalizado na cultura da época. Como galileu, tinha influência da helenização cultural e social. A helenização havia começado com Alexandre, o Grande. Ele, um macedônio, que conquistou a Grécia, superou o grande Império Persa e estendeu seu reinado por uma vasta região. O seu império foi tão grandioso que impôs sobre os conquistados a cultura grega, que permaneceu influente mesmo depois dos gregos serem derrotados pelos romanos. Os judeus como os judeu-cristãos também foram influenciados por essa cultura. O próprio Novo Testamento foi escrito em grego, em sua maioria no grego popular. Isso acabou por facilitar a oportuna disseminação do Evangelho.
Haight (2003, p. 88) afirma que Jesus “[...] assumiu um papel semelhante ao de um filósofo cínico popular”. A palavra cínico hoje tem uma conotação negativa, mas na época o filósofo cínico era popular e atuava como um erudito itinerante. Ele tinha como estilo de vida vivenciar a mensagem na prática. Tinha a pobreza como possibilidade de liberdade interior e reagia contra a opressão sobre os pobres. Inclusive as orientações de Jesus aos seus discípulos que serão estudadas na sequência eram semelhantes ao seu estilo de vida: “As ações por eles prescritas e sua indumentária são muito semelhantes às do cínico: manto, bornal e cajado. Eram pregadores pobres e itinerantes” (HAIGHT, 2003, p. 90). Jesus opôs-se às estruturas oficiais das autoridades religiosas devido ao seu comportamento hipócrita, como veremos em capítulos posteriores, o que resultou na sua própria morte. Haight (2003, p.91) destaca que Jesus e seus discípulos, apesar da semelhança com os cínicos gregos, “[...] começou como um variante judaico local do cinismo”, já que o movimento de Jesus estava muito mais “preocupado com a moral e a ação do que com as crenças. Embora não objetivasse a reforma social, estava preocupado com os papéis na sociedade e tinha tendência igualitária”.
No entanto, o que mais qualifica a característica de Jesus como Mestre está relacionado com a figura do sábio profético judeu, principalmente nos escritos de Mateus. Nele estão presentes as riquezas da tradição judaica, “[...] especialmente o material profético, apocalíptico e sapiencial, embora ocasionalmente até das tradições legais” (HAIGHT, 2003, p. 92). Jesus faz uso dos temas proféticos, mas incorporados ao horizonte sapiencial, em especial nos usos das parábolas, que faziam dEle uma autêntica autoridade da sabedoria de Deus. Por isso, seus ensinos eram admirados e sua didática difundida cada vez mais pelas multidões que o seguia. Assim como os textos sapienciais que utilizavam da personificação da sabedoria, Jesus como Mestre era um supremo modelo de personificação da sabedoria. Portanto, por mais que haja semelhanças com os tipos de mestres de sua época, o jeito de ser Mestre de Jesus era diferenciado, acima de tudo, pela autoridade divina em sua vida.
Na leitura da escolha dos primeiros discípulos por Jesus pode se ter a impressão que Ele não teve o devido cuidado na escolha, pois o texto descreve a escolha a partir de um encontro casual e repentino durante uma caminhada junto ao mar. Por essa razão, a necessidade de analisar essa perícope de Mateus em conjunto com os demais evangelhos, pois as informações se complementam. Cada um dos evangelistas teve o seu objetivo na hora de escrever os evangelhos, com destinatários específicos e informações que seguiam também as necessidades específicas. Na próxima seção, abordaremos como se deu a escolha dos discípulos por Jesus.
Jesus é retratado como originário das classes mais inferiores de sua sociedade. Como carpinteiro estava situado em um patamar abaixo do de camponês, que já era marginalizado na cultura da época. Como galileu, tinha influência da helenização cultural e social. A helenização havia começado com Alexandre, o Grande. Ele, um macedônio, que conquistou a Grécia, superou o grande Império Persa e estendeu seu reinado por uma vasta região. O seu império foi tão grandioso que impôs sobre os conquistados a cultura grega, que permaneceu influente mesmo depois dos gregos serem derrotados pelos romanos. Os judeus como os judeu-cristãos também foram influenciados por essa cultura. O próprio Novo Testamento foi escrito em grego, em sua maioria no grego popular. Isso acabou por facilitar a oportuna disseminação do Evangelho.
Haight (2003, p. 88) afirma que Jesus “[...] assumiu um papel semelhante ao de um filósofo cínico popular”. A palavra cínico hoje tem uma conotação negativa, mas na época o filósofo cínico era popular e atuava como um erudito itinerante. Ele tinha como estilo de vida vivenciar a mensagem na prática. Tinha a pobreza como possibilidade de liberdade interior e reagia contra a opressão sobre os pobres. Inclusive as orientações de Jesus aos seus discípulos que serão estudadas na sequência eram semelhantes ao seu estilo de vida: “As ações por eles prescritas e sua indumentária são muito semelhantes às do cínico: manto, bornal e cajado. Eram pregadores pobres e itinerantes” (HAIGHT, 2003, p. 90). Jesus opôs-se às estruturas oficiais das autoridades religiosas devido ao seu comportamento hipócrita, como veremos em capítulos posteriores, o que resultou na sua própria morte. Haight (2003, p.91) destaca que Jesus e seus discípulos, apesar da semelhança com os cínicos gregos, “[...] começou como um variante judaico local do cinismo”, já que o movimento de Jesus estava muito mais “preocupado com a moral e a ação do que com as crenças. Embora não objetivasse a reforma social, estava preocupado com os papéis na sociedade e tinha tendência igualitária”.
No entanto, o que mais qualifica a característica de Jesus como Mestre está relacionado com a figura do sábio profético judeu, principalmente nos escritos de Mateus. Nele estão presentes as riquezas da tradição judaica, “[...] especialmente o material profético, apocalíptico e sapiencial, embora ocasionalmente até das tradições legais” (HAIGHT, 2003, p. 92). Jesus faz uso dos temas proféticos, mas incorporados ao horizonte sapiencial, em especial nos usos das parábolas, que faziam dEle uma autêntica autoridade da sabedoria de Deus. Por isso, seus ensinos eram admirados e sua didática difundida cada vez mais pelas multidões que o seguia. Assim como os textos sapienciais que utilizavam da personificação da sabedoria, Jesus como Mestre era um supremo modelo de personificação da sabedoria. Portanto, por mais que haja semelhanças com os tipos de mestres de sua época, o jeito de ser Mestre de Jesus era diferenciado, acima de tudo, pela autoridade divina em sua vida.
Na leitura da escolha dos primeiros discípulos por Jesus pode se ter a impressão que Ele não teve o devido cuidado na escolha, pois o texto descreve a escolha a partir de um encontro casual e repentino durante uma caminhada junto ao mar. Por essa razão, a necessidade de analisar essa perícope de Mateus em conjunto com os demais evangelhos, pois as informações se complementam. Cada um dos evangelistas teve o seu objetivo na hora de escrever os evangelhos, com destinatários específicos e informações que seguiam também as necessidades específicas. Na próxima seção, abordaremos como se deu a escolha dos discípulos por Jesus.
b) A escolha dos discípulos
Os textos bíblicos apresentam em seu corpo escrito marcos de sinalização ou chaves de leitura que bem identificados direcionam para uma interpretação adequada e intenção do autor. No caso do Evangelho de Mateus, Couto (2014, p. 16-18) destaca dois marcos“que se reclamam, imbricam e esclarecem mutuamente”. O primeiro deles se encontra em Mt 4.17 que marca o início do ministério de Jesus, logo após a prisão de João Batista. O segundo marco se encontra em Mt 16.21, logo após a profissão de fé de Pedro, que aponta um novo início na atividade pública de Jesus, bem como um novo cenário, da Galileia marginal para Judeia e Jerusalém, centro da religião judaica. Esse marco “pretende agora mostrar aos seus discípulos atónitos que o Reino de Deus se compagina com sofrimento, morte e ressurreição”. Jesus escolhe definitivamente seus discípulos quando resolve iniciar seu ministério. Portanto, dois momentos importantes no relato da vida e obra de Jesus. Aqui iremos analisar o primeiro marco.
O relato da escolha dos discípulos em Mateus deixa dúvida se Jesus conhecia os discípulos, antes de chamá-los para o seguirem, como era o costume. Todavia, quando o chamado dos primeiros discípulos é analisado em conjunto com todos os evangelhos é possível perceber que Jesus já os conhecia. Diferente do que aparenta na leitura isolada de Mateus. O evangelho segundo escreveu João nos dá mais detalhes (Jo 1.35-51). André, o primeiro discípulo a ser chamado, na realidade, já havia abandonado o negócio de pescaria da família para ser discípulo de João Batista e deve ter visto Jesus pela primeira vez quando Ele foi batizado por João. Quando André ouve João dizer que Jesus é o Cordeiro de Deus, ele segue a Cristo até ser chamado para sua morava e passa o dia com Ele. No dia seguinte, André encontrou com seu irmão Simão, que passou a ser mais conhecido por seu nome grego (Pedro), também seguidor de João, e o leva para conhecer Jesus (Jo 1.35-51). No outro dia, Jesus também chama Filipe, que junto com André e Pedro moravam na pequena cidade de Betsaida (Jo 1.44). Filipe, a exemplo de André, também traz mais um discípulo para Jesus, seu amigo Natanael. Os novos amigos e discípulos de Jesus permanecem juntos durante vários dias (Jo 2.12). A própria atitude de João conduziu alguns de seus discípulos para seguirem Jesus: a) suas palavras durante o batismo de Jesus; b) suas palavras quando informado que depois de seu pronunciamento no batismo de Jesus muitos passaram a segui-lo (Jo 3.26-29): “é necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).
O lugar do chamado dos primeiros discípulos é motivo de controvérsia entre alguns estudiosos dos evangelhos. A narrativa dos evangelhos pode dar impressões diferentes, por exemplo: no Evangelho de João, tem-se a sensação de que os discípulos foram chamados na Judeia, onde João pregava e em Mateus, o local definido é a Galileia. Os comentaristas geralmente falam de dois chamados, o primeiro, na Judeia e o segundo e definitivo, pouco depois, na Galileia quando Jesus iniciou seu ministério, após saber da prisão de João Batista. André, Pedro e os irmãos Tiago e João, que faziam parte do grupo dos primeiros discípulos de Jesus, trabalhavam juntos no negócio de pesca em Betsaida. Posteriormente, com o crescimento do negócio eles se mudam para Cafarnaum. Provavelmente, Tiago e João pertenciam a uma família (zebedeus) com certo poder aquisitivo, pois ter um barco em Cafarnaum era privilégios de poucos, como informa Pagola:
O relato da escolha dos discípulos em Mateus deixa dúvida se Jesus conhecia os discípulos, antes de chamá-los para o seguirem, como era o costume. Todavia, quando o chamado dos primeiros discípulos é analisado em conjunto com todos os evangelhos é possível perceber que Jesus já os conhecia. Diferente do que aparenta na leitura isolada de Mateus. O evangelho segundo escreveu João nos dá mais detalhes (Jo 1.35-51). André, o primeiro discípulo a ser chamado, na realidade, já havia abandonado o negócio de pescaria da família para ser discípulo de João Batista e deve ter visto Jesus pela primeira vez quando Ele foi batizado por João. Quando André ouve João dizer que Jesus é o Cordeiro de Deus, ele segue a Cristo até ser chamado para sua morava e passa o dia com Ele. No dia seguinte, André encontrou com seu irmão Simão, que passou a ser mais conhecido por seu nome grego (Pedro), também seguidor de João, e o leva para conhecer Jesus (Jo 1.35-51). No outro dia, Jesus também chama Filipe, que junto com André e Pedro moravam na pequena cidade de Betsaida (Jo 1.44). Filipe, a exemplo de André, também traz mais um discípulo para Jesus, seu amigo Natanael. Os novos amigos e discípulos de Jesus permanecem juntos durante vários dias (Jo 2.12). A própria atitude de João conduziu alguns de seus discípulos para seguirem Jesus: a) suas palavras durante o batismo de Jesus; b) suas palavras quando informado que depois de seu pronunciamento no batismo de Jesus muitos passaram a segui-lo (Jo 3.26-29): “é necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).
O lugar do chamado dos primeiros discípulos é motivo de controvérsia entre alguns estudiosos dos evangelhos. A narrativa dos evangelhos pode dar impressões diferentes, por exemplo: no Evangelho de João, tem-se a sensação de que os discípulos foram chamados na Judeia, onde João pregava e em Mateus, o local definido é a Galileia. Os comentaristas geralmente falam de dois chamados, o primeiro, na Judeia e o segundo e definitivo, pouco depois, na Galileia quando Jesus iniciou seu ministério, após saber da prisão de João Batista. André, Pedro e os irmãos Tiago e João, que faziam parte do grupo dos primeiros discípulos de Jesus, trabalhavam juntos no negócio de pesca em Betsaida. Posteriormente, com o crescimento do negócio eles se mudam para Cafarnaum. Provavelmente, Tiago e João pertenciam a uma família (zebedeus) com certo poder aquisitivo, pois ter um barco em Cafarnaum era privilégios de poucos, como informa Pagola:
Os habitantes de Cafarnaum são gente modesta. Muitos são camponeses que vivem do produto dos campos e das vinhas das redondezas, mas a maioria vive da pesca. Entre os camponeses, alguns levam uma vida mais folgada; entre os pescadores, alguns são donos do próprio barco. [...] Cafarnaum é, sobretudo, uma aldeia de pescadores cuja vida concentra-se nos espaços livres que restam entre as modestas moradias e os quebra-mares e os cais rudimentares da margem. É certamente onde mais se movimenta Jesus. Os pescadores de Cafarnaum são, junto com os de Betsaida, os que mais trabalham na zona norte do lago, a mais rica em cardumes de peixes. [...] Ao que parece, Jesus simpatiza imediatamente com essas famílias de pescadores. Elas lhe oferecem seus barcos para deslocar-se pelo lago e para falar às pessoas sentadas na margem. (PAGOLA, 2013, p. 111)
Pedro, Tiago e João se tornariam os três discípulos mais íntimos de Jesus. Eles estiveram com Jesus quando da ressurreição da filha de Jairo (Mt 9.23-26), na transfiguração de Jesus (Mc 9.2) e com Jesus no Getsêmani (Mc 14.33).
Portanto, diferente do que parece à primeira leitura do livro de Mateus, com o auxílio das informações dos demais evangelhos é possível perceber que Jesus teve contato e certa preparação dos primeiros discípulos antes de chamá-los para segui-lo de forma definitiva, no início de seu ministério, em busca de cumprir sua missão. Quando Jesus os chama e eles o seguem imediatamente não era uma decisão tão “cega” assim. Eles já conheciam Jesus e tinham o testemunho de seu precursor, João Batista, de que Ele era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).
Portanto, diferente do que parece à primeira leitura do livro de Mateus, com o auxílio das informações dos demais evangelhos é possível perceber que Jesus teve contato e certa preparação dos primeiros discípulos antes de chamá-los para segui-lo de forma definitiva, no início de seu ministério, em busca de cumprir sua missão. Quando Jesus os chama e eles o seguem imediatamente não era uma decisão tão “cega” assim. Eles já conheciam Jesus e tinham o testemunho de seu precursor, João Batista, de que Ele era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).
c) O discípulo necessita fazer renúncias
O que caracteriza um verdadeiro discípulo de Jesus é disposição para segui-lo, independente das circunstâncias. Essa disposição faz com que compartilhe da mesma visão de Cristo e comprometimento com o evangelho. O chamado dos discípulos e a resposta imediata deles mostra como se dá a verdadeira conversão, a mudança de mentalidade e de um coração voltado para o Reino dos céus. O texto informa que ao serem chamados deixaram logo ou de imediato a rede e barco para seguir a Jesus. E o plano de vida deles, como ficaria? Como citado anteriormente, provavelmente eles estavam prosperando nos negócios, saíram de uma pequena cidade (Betsaida) para Cafarnaum, um dos centros da vida política e comercial da Galileia, que tinha um importante comércio de peixes, e estavam em plena atividade. Mas o chamado falou mais forte do que seus projetos pessoais e familiares.
Segundo Robertson (2016, p. 60) “eles já tinham se tornado discípulos de Jesus (Jo 1.35-42), mas agora o chamado é para deixar o trabalho secular e seguir a Jesus nas suas viagens e atividades ministeriais”. No caso destes discípulos, além de deixarem a vida profissional eles deixaram suas obrigações familiares que eram relevantes dentro da cultura judaica, pois “ter filhos era, entre outras coisas, uma apólice de seguro para o cuidado na velhice de alguém”. No entanto, nada se fala sobre a conversa que os filhos tiveram com o pai, mas que simplesmente abandoaram tudo para seguir a Jesus. O modelo de chamado de Mateus é de um abandono do estilo de vida e familiares para seguir a Jesus. Apesar, que outros textos dão a entender que não abandoaram seus familiares por completo (Mt 8.14, 15; 20.20). Evidente que essa era uma necessidade da época e das circunstâncias que os cercava.
Jesus estava no início de seu ministério e muito havia por fazer, e os discípulos tinham um chamado específico. Não podemos generalizar que esse modelo serve para todos, em todos os lugares e em todas as épocas. Porém, uma coisa é certa, todas as pessoas que se propõe a seguir Jesus terão que fazer renúncias e mudar o estilo de vida. Outra aplicação que pode ser tirada da narrativa é que os discípulos foram chamados enquanto estavam ocupados. Infelizmente, na atualidade algumas pessoas por negligência ou falta de disposição para o trabalho não têm uma vida profissional e tentam se infiltrar no ministério. Esses procuram se justificar com argumentações como “Deus está fechando as portas da vida profissional”, “Deus está exigindo que eu siga a vida de ministério integral”. Pessoas que colocam em sua boca palavras como se fosse Deus falando, mas na realidade é uma maneira de persuadir outras pessoas a dar guarida aos seus projetos pessoais ou mesmo, apoio financeiro.
Jesus nunca forçou ninguém a segui-lo, mas seus discípulos aos serem convidados renunciaram seus estilos de vida e o seguiram. Portanto, quando as pessoas se manifestarem com chamadas específicas devem ter o discernimento da vontade de Deus para não sacrificarem família por falta de percepção do verdadeiro chamado de Deus. Depois de Deus, a família é o bem mais importante na vida do ser humano. Deus preserva a família.
A estratégia de Jesus continua atualizada
Ainda hoje as pessoas pensam que a responsabilidade e a maior eficácia na propagação do evangelho se dá por meio dos grandes líderes e pregadores. Elas não percebem o trabalho dos “bastidores”, os irmãos e irmãs simples que convidam e evangelizam as pessoas para participarem de eventos e reuniões. O trabalho dessas pessoas anônimas tem o resultado quando as almas convidadas estão reunidas e o pregador lança a rede. Todavia, esse trabalho em conjunto e a eficácia do discipulado evidenciado no início do ministério de Jesus, e da Igreja Primitiva tem se perdido na história da igreja hodierna. A maioria dos membros das igrejas está acomodada com a rotina de atividades eclesiásticas, convencidas de que a responsabilidade para a evangelização é dos obreiros e pregadores do púlpito. Pouco se convida para participação nos cultos, dificilmente se reúnem nas casas, poucos valorizam o trabalho do discipulado, alguns até o contesta dizendo que não é bíblico. Infelizmente, muitos desconhecem a própria história do Evangelho.
Jesus disse que veio para os doentes e não para os sãos. A igreja deve atuar como um hospital, um local para receber os doentes. Para tal, precisa de pessoas capacitadas e preparadas para receber e tratá-los adequadamente. Isso somente se dá por meio de um sistema organizado de capacitação e treinamento. Algumas igrejas priorizam a evangelização e até conseguem várias conversões, mas infelizmente por falta de cuidado muitos se perdem. Por isso, há necessidade do trabalho conjunto e completo, um evangeliza e outro discípula para conservação da fé do novo convertido (Mt 28.19-20, 2 Tm 2.2).
A conversão é uma obra espiritual realizada pelo Espírito Santo, que convence do pecado, da justiça e do juízo, mas fazer discípulos é responsabilidade de cada cristão. A estratégia utilizada por Jesus continua atual. Ele convidava as pessoas que o ouviam e testemunhavam do poder de Deus para propagar nas ruas, nas casas e outros locais de forma simples e objetiva, e as pessoas eram alcançadas. A tarefa da igreja somente estará completa quando o novo crente for integrado à vida da igreja e for capacitado para ganhar novos discípulos (2 Tm 2.2). A igreja pentecostal primitiva evangelizava, fazia missões, discipulava, ensinava sistematicamente a Bíblia, socorria aos necessitados. Ela crescia a cada dia pelo dinamismo de suas atividades e essa estratégia continua dando resultados. Hoje é lamentável o comportamento da maioria das congregações, acomodada às suas estruturas e rotina, sem se preocuparem e se envolverem com as atividades do discipulado. Ás vezes, excelentes “obstetras”, mas como péssimos “pediatras”, pois não cuidam dos novos convertidos (crianças espirituais). Será que Deus vai cobrar isso da liderança e dos membros da igreja?”
Segundo Robertson (2016, p. 60) “eles já tinham se tornado discípulos de Jesus (Jo 1.35-42), mas agora o chamado é para deixar o trabalho secular e seguir a Jesus nas suas viagens e atividades ministeriais”. No caso destes discípulos, além de deixarem a vida profissional eles deixaram suas obrigações familiares que eram relevantes dentro da cultura judaica, pois “ter filhos era, entre outras coisas, uma apólice de seguro para o cuidado na velhice de alguém”. No entanto, nada se fala sobre a conversa que os filhos tiveram com o pai, mas que simplesmente abandoaram tudo para seguir a Jesus. O modelo de chamado de Mateus é de um abandono do estilo de vida e familiares para seguir a Jesus. Apesar, que outros textos dão a entender que não abandoaram seus familiares por completo (Mt 8.14, 15; 20.20). Evidente que essa era uma necessidade da época e das circunstâncias que os cercava.
Jesus estava no início de seu ministério e muito havia por fazer, e os discípulos tinham um chamado específico. Não podemos generalizar que esse modelo serve para todos, em todos os lugares e em todas as épocas. Porém, uma coisa é certa, todas as pessoas que se propõe a seguir Jesus terão que fazer renúncias e mudar o estilo de vida. Outra aplicação que pode ser tirada da narrativa é que os discípulos foram chamados enquanto estavam ocupados. Infelizmente, na atualidade algumas pessoas por negligência ou falta de disposição para o trabalho não têm uma vida profissional e tentam se infiltrar no ministério. Esses procuram se justificar com argumentações como “Deus está fechando as portas da vida profissional”, “Deus está exigindo que eu siga a vida de ministério integral”. Pessoas que colocam em sua boca palavras como se fosse Deus falando, mas na realidade é uma maneira de persuadir outras pessoas a dar guarida aos seus projetos pessoais ou mesmo, apoio financeiro.
Jesus nunca forçou ninguém a segui-lo, mas seus discípulos aos serem convidados renunciaram seus estilos de vida e o seguiram. Portanto, quando as pessoas se manifestarem com chamadas específicas devem ter o discernimento da vontade de Deus para não sacrificarem família por falta de percepção do verdadeiro chamado de Deus. Depois de Deus, a família é o bem mais importante na vida do ser humano. Deus preserva a família.
A estratégia de Jesus continua atualizada
Ainda hoje as pessoas pensam que a responsabilidade e a maior eficácia na propagação do evangelho se dá por meio dos grandes líderes e pregadores. Elas não percebem o trabalho dos “bastidores”, os irmãos e irmãs simples que convidam e evangelizam as pessoas para participarem de eventos e reuniões. O trabalho dessas pessoas anônimas tem o resultado quando as almas convidadas estão reunidas e o pregador lança a rede. Todavia, esse trabalho em conjunto e a eficácia do discipulado evidenciado no início do ministério de Jesus, e da Igreja Primitiva tem se perdido na história da igreja hodierna. A maioria dos membros das igrejas está acomodada com a rotina de atividades eclesiásticas, convencidas de que a responsabilidade para a evangelização é dos obreiros e pregadores do púlpito. Pouco se convida para participação nos cultos, dificilmente se reúnem nas casas, poucos valorizam o trabalho do discipulado, alguns até o contesta dizendo que não é bíblico. Infelizmente, muitos desconhecem a própria história do Evangelho.
Jesus disse que veio para os doentes e não para os sãos. A igreja deve atuar como um hospital, um local para receber os doentes. Para tal, precisa de pessoas capacitadas e preparadas para receber e tratá-los adequadamente. Isso somente se dá por meio de um sistema organizado de capacitação e treinamento. Algumas igrejas priorizam a evangelização e até conseguem várias conversões, mas infelizmente por falta de cuidado muitos se perdem. Por isso, há necessidade do trabalho conjunto e completo, um evangeliza e outro discípula para conservação da fé do novo convertido (Mt 28.19-20, 2 Tm 2.2).
A conversão é uma obra espiritual realizada pelo Espírito Santo, que convence do pecado, da justiça e do juízo, mas fazer discípulos é responsabilidade de cada cristão. A estratégia utilizada por Jesus continua atual. Ele convidava as pessoas que o ouviam e testemunhavam do poder de Deus para propagar nas ruas, nas casas e outros locais de forma simples e objetiva, e as pessoas eram alcançadas. A tarefa da igreja somente estará completa quando o novo crente for integrado à vida da igreja e for capacitado para ganhar novos discípulos (2 Tm 2.2). A igreja pentecostal primitiva evangelizava, fazia missões, discipulava, ensinava sistematicamente a Bíblia, socorria aos necessitados. Ela crescia a cada dia pelo dinamismo de suas atividades e essa estratégia continua dando resultados. Hoje é lamentável o comportamento da maioria das congregações, acomodada às suas estruturas e rotina, sem se preocuparem e se envolverem com as atividades do discipulado. Ás vezes, excelentes “obstetras”, mas como péssimos “pediatras”, pois não cuidam dos novos convertidos (crianças espirituais). Será que Deus vai cobrar isso da liderança e dos membros da igreja?”
*Este subsídio foi adaptado de NEVES, Natalino das. Seu Reino Não Terá Fim: Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp. 56-67.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.