segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Lição 03 - 4º Trimestre 2019 - A Cura do Coxo e Seus Efeitos - Jovens.

Lição 3 - A Cura do Coxo e Seus Efeitos 

4º Trimestre de 2019
Introdução
I-Um Coxo à Porta do Templo;
II-A Cura do Coxo;
III- O Discurso de Pedro no Templo.
Conclusão

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar a condição do coxo que era colocado todos os dias à porta do Templo chamada Formosa;
Destacar a ousadia dos apóstolos e a cura do coxo;
Ressaltar o discurso de Pedro no Templo após ter ocorrido o milagre.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.

A partir do capítulo 3 do livro de Atos, muitos milagres narrados são o principal tema deste livro e estudo. Após a narração da descida do Espírito Santo nos primeiros capítulos, o sermão de Pedro (At 2.14-41) e um breve relato de como os primeiros convertidos viviam (At 2.41-47), alguns feitos da parte de Deus são registrados. 
É importante, entretanto, voltar um pouco naqueles últimos versículos do capítulo 2 e aprender algumas coisas preciosas que preparam o ambiente para os eventos espetaculares acontecerem. Diz-nos os versículos 42-47 do capítulo 2: 
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. 
A primeira coisa em que eles perseveravam era na doutrina dos apóstolos, ou seja, havia ministração e vivência da Palavra na vida daquela comunidade. Eles voltavam-se aos apóstolos para comunicar a eles quem era Jesus e o que Ele havia feito. Eles apenas confiaram em Jesus; agora querem saber mais! Este é o registro inspirado do que aconteceu naquele momento. Embora tivessem sido subitamente convertidos; embora tivessem sido subitamente admitidos na igreja; embora tivessem sido expostos a tanta perseguição e desprezo, além de muitas provações, ainda assim, o registro é que eles aderiram às doutrinas e deveres da religião cristã. A palavra traduzida “perseveravam” (προσκαρτεροῦντες, proskarterountes) significa “assistir a um, permanecendo ao seu lado, não deixando ou abandonando-o”. Como explica González: 
Perseverar no “ensino” dos apóstolos não quer só dizer que eles não se desviaram das doutrinas dos apóstolos ou que permaneceram ortodoxos. Quer dizer também que eles perseveravam na prática de aprender com os apóstolos — que eram alunos, ou discípulos, ávidos por conhecimento sob o comando dos apóstolos. Esse “ensino” apostólico não estava limitado à instrução verbal, pois no versículo 43, somos informados que os apóstolos continuavam a fazer “sinais e feitos extraordinários”. Para entender completamente esse assunto a respeito do “ensino dos apóstolos”, é importante lembrar que “apóstolo” quer dizer “enviado”, por isso a doutrina “apostólica”, por definição, é doutrina missionária [...]. Contudo, também fica claro que uma importante parte do ensino dos apóstolos consistia na narração e repetição dos fatos e dizeres de Jesus, a quem os novos convertidos não tinham conhecido pessoalmente.1 
Isso certamente faz a diferença entre uma comunidade, pois o mover do Espírito Santo vem pelo ensino sadio da Palavra de Deus. Sem Palavra, não há avivamento. No Antigo Testamento, está escrito que houve um avivamento quando Hilquias, o sumo sacerdote do Rei Josias, achou a Palavra (2 Rs 22.8-13) e quando Esdras e Neemias fizeram a leitura do livro (Ne 8). Ezequiel só pôde ver vida no Vale de Ossos Secos quando a Palavra foi proferida (Ez 37.7). Pedro estava cheio do Espírito Santo e pregou a Palavra (At 2,3), e os discípulos saíram pregando a Palavra. 
Além da Palavra, os primeiros cristãos tinham comunhão. O termo comunhão é traduzido de koinonia, do grego. Essa palavra não quer dizer apenas que todos tinham um bom sentimento de irmandade uns para com os outros, mas que também tinham o sentido de “corporação”, “empreendimento comum”, “companhia”. Trata-se de uma solidariedade e compartilhamento de sentimentos, de bens e atos. Não é apenas estar juntos em um culto. Isso, na verdade, não é o momento mais propício para comunhão, pois ali, embora juntos com os irmãos, o foco principal é a ligação ao Trono da Graça. A comunhão pura de verdade acontecerá justamente em momentos fora disso, onde posso compartilhar com o irmão uma refeição, uma alegria, uma dificuldade, um momento de lazer. Talvez esse termo seja um dos mais mal compreendidos entre nós, evangélicos, especialmente pentecostais, pois achamos que temos comunhão somente quando vemos nossos irmãos nos dias de culto. Não é bem assim. É preciso convivência fora desses momentos. E os jovens, em especial, precisam buscar essa comunhão o máximo possível, pois Deus coloca e usa nossos irmãos para serem canais de bênção uns para os outros. 
O terceiro aspecto que caracterizava esse ambiente cristão no primeiro século era o partir do pão. Isso não quer dizer apenas que eles comiam juntos, embora isso, de fato, acontecesse em razão da comunhão, mas refere-se à celebração da Ceia do Senhor. Esse era o centro da adoração cristã, pois era celebrada justamente a morte de Cristo até que Ele voltasse (1 Co 11.26). Keener destaca que:
“Até que ele venha” é a restrição temporal da ceia do Senhor que remonta também a Jesus (Mc 14.25). Nas celebrações da Páscoa, olhava-se para a futura redenção de Israel e também para o passado, para a redenção divina de Israel no Êxodo da época de Moisés. Os judeus ansiavam por um banquete do fim dos tempos no qual Deus daria a recompensa a seu povo (cf. Is 25.6,8).2  
No primeiro século, era comum a Ceia do Senhor ocorrer praticamente em todas as reuniões. Era uma festa regada de amor, em que o principal era relembrar o sacrifício de Jesus na cruz, bem como sua ressurreição. 
E, por fim, uma característica muito importante e fundamental em que os primeiros cristãos perseveravam era na oração. As orações eram uma parte comum na vida daquelas pessoas mesmo quando pertenciam ao judaísmo. Os salmos e as orações das dezoito preces (Shmoneh Esreh) estavam nos lábios daquelas pessoas. Contudo, mesmo tendo uma vida de oração, ainda eram a “geração perversa”, cuja oração era imprestável. Jesus disse “Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” (Mt 15.8). Jesus já havia afirmado: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos” (Mt 6.7). Agora eles tinham uma nova oração em seus lábios em que podiam invocar o Pai, em Espírito e em verdade, por meio do nome de Jesus. 
Não tem como haver manifestação do sobrenatural do poder de Deus sem oração e busca por Ele. Todos os grandes avivamentos da história aconteceram quando o povo entregava-se à oração perseverante. Foi assim que John Wesley e seu irmão Charles Wesley começaram a orar e a dedicar-se ao estudo da Palavra nos intervalos de aula na Universidade de Oxford, na Inglaterra do século XVIII, no “Clube Santo” e encorajar as pessoas a levar uma vida de oração!
A Cura de um Coxo
Este episódio pode ser dividido em algumas partes. Vejamos.
As circunstâncias
No começo do terceiro capítulo, quando ocorre o milagre na vida daquele coxo, diz-nos o texto que Pedro e João estavam subindo ao Templo para a oração. Que interessante! O segundo capítulo termina destacando que aqueles primeiros crentes perseveravam nas orações, e o próximo capítulo começa dizendo que dois deles iam para o Templo orar. Ora, eram dois homens de oração indo orar — alguma coisa pode acontecer! E o horário era às três da tarde. Ou seja, no meio da tarde, era oferecido o sacrifício vespertino, e Pedro e João viam a necessidade de orar a Deus. 
O caso
Aqui se encontra o homem, em seus quase 40 anos, coxo, mendigo. Ele pedia esmola quando, na verdade, precisava de saúde. Ele exemplificava bem o estado de muitas pessoas na sociedade hoje, as quais querem suprir uma necessidade, um desejo, uma vontade imediata com coisas que vão saciá-las naquele momento. Porém, a real necessidade delas é mais profunda, pois não percebem que estão mortas espiritualmente e precisam de cura para suas almas. O homem natural é incapaz de andar com Deus. A Bíblia diz: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co 2.14). 
A cura
É aqui que começa uma sequência de olhares. Primeiro, o texto diz que o coxo viu a Pedro e João entrando no templo. Muitas pessoas estão desta forma: observando muitos crentes apenas entrando e saindo de templos. Isso é bom no sentido de que somos vistos como crentes, porém podemos ser apenas religiosos indiferentes com aqueles que estão justamente do lado “de fora” da vivência religiosa. Mas não foi isso que aconteceu com aqueles dois homens cheios do Espírito Santo. Eles não foram indiferentes com aquele homem carente.  
E os olhares continuam quando Pedro, agora, fita o coxo e diz: “Olha para nós”. O coxo olhava atentamente para eles esperando receber algo. Como diz Boor:
Primeiro ele estabelece contato pessoal com o homem, que estava acostumado a ver a multidão de pessoas e, apesar disso, a não vê-las. Dar e receber esmolas rapidamente se torna algo completamente impessoal. Surpreso, o coxo levanta o olhar até esses dois homens, que o tratam de maneira tão diferente do que está acostumado. Será que desejam ofertar-lhe uma quantia especialmente grande? “Pedro, porém, lhe disse: não tenho prata nem ouro”. Afinal, Pedro havia deixado sua terra e profissão e recebia da igreja somente o necessário pra viver. A rigor ele se encontrava na mesma situação que esse homem que se dirigira a ele pedindo por um donativo. Apesar disso, Pedro é infinitamente rico. Esse homem simples, sem dinheiro no bolso, na verdade é “apóstolo”, plenipotenciário de Deus, e como tal pode dar o que as pessoas mais ricas de Jerusalém não conseguiam compensar com seu dinheiro. “Mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus, o Messias, o Nazareno, anda!”3  
As consequências 
As consequências são as melhores possíveis, pois aquele homem que sofrera tanto agora anda, salta e entra pelas portas que se mantinham fechadas para ele. Ele entrou com os apóstolos no Templo louvando e adorando a Deus (At 3.8). O texto continua a informar-nos de que todo o povo viu-o andar e louvar a Deus, e todos ali reconheceram que era mesmo aquele que esmolava à Porta Formosa do Templo. Então, encheram-se de admiração e assombro pelo ocorrido. 
Quando o ex-coxo ajuntou-se a Pedro e João, todo o povo correu para junto deles no pórtico, chamado de Salomão. Sobre esse Pórtico, o Dr. Beers explica-nos:
O Templo construído por Herodes, o Grande, era rodeado, nos quatro lados, por uma colunata ou um corredor, coberto por um teto. A colunata do lado leste, que conduzia ao átrio das mulheres, era chamada Colunata de Salomão, por causa de uma tradição de que Salomão tinha um pórtico similar, aproximadamente na mesma área. Zorobabel também pode ter sido um corredor similar ao redor do segundo Templo. Construída sobre uma plataforma ou muro de arrimo, a Colunata de Salomão era um lugar onde as pessoas andavam e conversavam, e onde os professores ensinavam o que conheciam. Tinha 15 metros de largura e três filas separadas de colunas feitas de mármore branco. As colunas tinham 12 metros de altura. Vigas de cedro formavam o telhado, e no piso havia mosaicos de pedras, tudo no mais recente estilo arquitetônico helênico.4 
Era um lugar que havia sido proibido a ele de entrar, mas agora, curado, tudo mudou, e os lugares, antes apenas vistos de longe, são conhecidos por ele nesse momento de júbilo. O povo, então, fitou a Pedro e João atônitos, maravilhados. Pedro dirige-se a eles repreendendo-os por acharem que aquilo havia sido feito por eles (v. 12). Esse discípulo de Jesus sabia que era apenas um instrumento de Deus e que toda a glória deveria ser dada a Jesus. Ele compreendeu aquilo que João Batista, o que abriu o caminho para o Mestre, disse: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). O apóstolo Paulo, mais tarde, também vai declarar: “[...] fazei tudo para glória de Deus” (1 Co 10.31).
Aproveitando a Oportunidade
Como verdadeiros discípulos de Cristo, Pedro e João não receberam nenhuma glória por parte dos homens, assim como todo cristão deve fazer. Ao contrário, eles aproveitaram a oportunidade para pregar a Cristo. 
Pedro e João começaram dizendo que o Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó glorificou a seu Filho Jesus, a quem eles traíram (At 3.13). É interessante notar o contraste: Deus glorificou a Cristo, enquanto que o traíram e negaram. Nos próximos versículos, ele continua destacando que haviam negado o Santo e Justo, pedindo um homicida em seu lugar. Dessa forma, eles mataram o Autor da vida a quem Deus ressuscitou e que eles agora eram testemunhas (vv. 14-15). Que início de pregação! Não foi nada suave ou de forma a agradar a multidão. Não era o início de um sermão que você fica satisfeito com aquilo que está ouvindo, mas era a verdade sendo pregada. 
Agora Pedro vai apontar o que realmente tornou possível aquele milagre: “E, pela fé no seu nome, fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde” (At 3.16). Pedro não especifica se a fé era do aleijado ou deles mesmos, porém o que importa mesmo era a fé naquele que tem o poder nos céus e na terra para realizar qualquer coisa, como o próprio Jesus disse: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18). É nesse nome, o nome de Jesus, que Pedro disse que aquele homem levantou-se e ficou saudável. É nesse mesmo nome que podemos ter a certeza de que coisas maravilhosas e sobrenaturais podem acontecer. Não há outro nome pelo qual devamos adorar, confiar e colocar nossa fé. Como o apóstolo Paulo afirmou: “Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra” (Fp 2.9,10). 
Uma Pregação sobre Arrependimento
Portanto, “Arrependei-vos” (v. 19). Como ele fez em seu primeiro sermão (At 2.38), Pedro conclama a multidão a arrepender-se. Ele está dizendo para eles voltarem atrás de seus pensamentos e ações. O arrependimento não descreve apenas o lamentar sobre algo, mas também descreve o ato de virar-se. E como ele usou no capítulo 2, aqui também Pedro faz de “arrependimento” uma palavra de esperança. Você fez errado, mas pode virar-se e acertar-se com Deus! E ser convertido! Conversão é uma obra que Deus faz em nós. Ser cristão não é “virar uma nova folha”, é ser uma nova criação em Cristo Jesus (2 Co 5.17).
“Apagados” (v. 19) tem a ideia de limpar tinta de um documento. No mundo antigo, a tinta não tinha conteúdo ácido e não manchava o papel. Quase sempre podia ser apagada com um pano úmido. Pedro está dizendo que Deus apagará nosso registro do pecado assim mesmo! Quais são os momentos de refrigério de que Pedro falou? Ele refere-se ao tempo quando Jesus retorna e governa a terra em justiça. Pedro chega ao ponto de dizer “para que Ele envie Jesus Cristo”, implicando, assim, que, se os judeus se arrependessem como nação, Deus Pai enviaria Jesus para retornar em glória.
Pedro deixa claro que Jesus permanecerá no Céu até os tempos da restauração de todas as coisas, e, visto que o arrependimento de Israel é uma de todas as coisas, há algum sentido em que o retorno de Jesus em glória não acontecerá até que Israel arrependa-se de seus atos. Pedro está essencialmente oferecendo a Israel a oportunidade de acelerar o retorno de Jesus, abraçando-o em nível nacional, algo que deve acontecer antes de Jesus voltar visivelmente (Mt 23.37-39; Rm 11.25-27).
A Advertência sobre o Perigo de Rejeitar Jesus
Nos versículos 22 a 26 deste terceiro capítulo de Atos, Pedro adverte sobre o perigo de eles rejeitarem a Cristo. Como coloca Matthew Henry:
Aqui há um forte discurso para advertir os judeus sobre as temíveis consequências de sua incredulidade, com as mesmas palavras de Moisés, seu profeta preferido, devido ao zelo fingido daqueles que estavam prontos para rejeitar o cristianismo e procurar destruí-lo. Cristo veio ao mundo para trazer uma bênção consigo, e enviou o seu Espírito para que fosse a grande bênção. Cristo veio abençoar-nos convertendo-nos de nossas iniqüidades e salvando-nos de nossos pecados. Por causa de nossa natureza, nos apegamos fortemente ao pecado; o desígnio da graça divina é fazer-nos converter disso para que possamos não somente abandoná-lo, mas odiá-lo. Que ninguém pense que pode continuar feliz continuando em pecado quando Deus declara que a bênção está em apartar-se de toda a iniqüidade. Que ninguém pense que entende ou crê no Evangelho se somente busca ser livre do castigo do pecado, mas espera felicidade ao ser livre do próprio pecado. Ninguém espere ser livre de seu pecado a não ser que creia em Cristo, o Filho de Deus, e o receba como sabedoria, justiça, santificação e redenção.5 
O desejo de Deus de abençoar-nos e fazer o bem para nós também inclui seu desejo de desviar-nos de todos os nossos pecados. O povo judeu estava esperando o Messias, mas não o tipo certo de Messias. Eles estavam procurando por um Messias político, e não um para desviar cada um deles de suas iniquidades. Estamos  esperando as coisas certas de Deus hoje?
Deus não tem como objetivo encher igrejas, mas encher-nos com seu Santo Espírito. Ele não habita em templos feitos por mãos de homens (At 17.24), mas agora habita em nós (Ef 2.22). A Igreja de Cristo, portanto, não deve apoiar-se em figuras humanas, políticos e líderes de quaisquer ordens, mas, sim, depender apenas daquEle que deseja encher-nos com sua graça, amor e poder. Dessa forma, a Igreja, com sua força jovem, focará na sua missão que nos foi dada por Jesus em Mateus 28.19-20:
Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!
Essa é nossa tarefa aqui na terra. Jesus veio para os seus, mas eles infelizmente o rejeitaram; todavia, todo aquele que nEle crê é filho de Deus. O que podemos aprender com isso é que nem privilégios políticos ou eclesiásticos podem beneficiar a alma se meramente considerados em si mesmos: um homem pode ter Abraão por seu pai de acordo com a carne e ter Satanás por seu pai segundo o espírito. Um homem pode ser um membro da Igreja visível de Cristo sem qualquer título triunfante para a Igreja. Em suma, se um homem não for afastado de suas iniquidades, mesmo a morte de Cristo não lhe renderá nada. 
No episódio da cura do coxo, podemos ver fatos muito relevantes de aprendizado para nossas vidas. Primeiro, pessoas de oração, de comunhão com Deus, podem esperar o Senhor usá-las para realizar maravilhas a qualquer momento! Também aprendemos que nem todos que estão à porta do Templo estão usufruindo do Deus do Templo. Hoje em dia, muitas pessoas estão pedindo migalhas para suprir uma necessidade temporária, quando, na verdade, precisam ser curadas (Jo 3,13,14). Em terceiro lugar, podemos ver como o poder do dinheiro é limitado. Não era ouro ou prata que ia resolver o problema daquele necessitado. Na História da Igreja, nota-se que o acúmulo de riquezas e poder não foram suficientes para levantar aleijados, mas somente o poder de Deus na vida daqueles que se consagravam de coração a Ele. Essa história também nos faz relembrar que o milagre é feito mediante o poder que há no nome de Jesus. Esse nome tem poder, e podemos usufruir dele hoje (Is 9.6). 
Por fim, aprendemos desse relato que todos poderemos ser tentados a receber a glória que pertence somente a Deus. Pedro e João foram tentados nisso (At 3.12), e todos somos quando, de alguma forma, somos usados por Deus. O ser humano, por natureza, deseja ser elogiado e admirado. Até certo ponto, isso não é problema, e sim um aspecto inato das pessoas. Torna-se problema quando começamos a “nos achar”, em uma linguagem bem jovem. Quem sabe, se fosse nos dias de hoje, de tanta exibição de nossas conquistas, dons, etc, Pedro e João já colocariam nas redes sociais o que tinha acontecido, mostrando o quão crentes eram eles. Mas ambos fizeram o contrário; eles repreenderam o povo por olhar para eles como se fossem super crentes e apontaram o milagre exclusivamente à mão de Deus. Com isso, como diz Hurlbut: “Essas obras poderosas atraíam a atenção do povo, motivavam investigação e abriam os corações das multidões para receberem a fé em Cristo”.6  E é assim que deve ser conosco. Todo milagre, maravilha ou bênção que nos é concedida por Deus deve ser uma grande oportunidade para proclamarmos o evangelho de Jesus Cristo (2 Tm 4.2).
*Adquira o livro do trimestre. PESCH, Henrique. Poder Cura e Salvação: O Espírito Santo Agindo na Igreja em Atos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 GONZÁLEZ, 2011, p. 70. 
2 KEENER, 2017, p. 578. 
3 BOOR, 2002, pp. 65–66. 
4 BEERS, Gilbert V. Viaje através da Bíblia. 2013, p. 346. 
5 HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry, 2002, p.889 
6 HURLBUT, Jesse Lyman. História da Igreja Cristã, 1979, p.24.

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Lição 03 - 4º Trimestre 2019 - A Chamada Profética de Samuel - Adultos.

Lição 3 - A Chamada Profética de Samuel 

4º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – DEFINDO O TERMO “PROFETA” EM ISRAEL
II – O DESENVOLVIMENTO DO MINISTÉRIO DE SAMUEL
III – O MINISTÉRIO PROFÉTICO NA ATUALIDADE 
Definição de Profeta
Osiel Gomes
Nabi provém da raiz naba do hebraico e seu sentido primário é “alguém que declara ou anuncia algo”. No contexto bíblico, fala daquele que recebeu por revelação direta de Deus suas palavras para proclamar ao povo. O nabi aparece mais de trezentas vezes nas páginas velho testamentárias, isso dentro de diversos contextos, o que pode ser visto em passagens como: Gênesis 20.7; Números 12.6; 1 Samuel 3.20; 1 Reis 1.8; Salmos 74.9; Jeremias 1.5. [...] 
Ainda que etimologicamente o termo profeta não possa ser definido por completo em sua essência, é primordial que se entenda que ele não era visto apenas como um declarador de algo, mas, sim, como homem de Deus. Essa definição era aplicada também a nabi, de modo que isso o caracterizava como um escolhido para uma missão especial ou profética da parte de Deus. 
Na contextura hebraica, além de homem de Deus, o profeta era visto como um atalaia e pastor (Jr 6.16; Ez 3.17). Assim, conclusivamente dizemos que a visão que se tinha do profeta no Antigo Testamento é que ele era um escolhido de Deus para levar a mensagem divina ao povo. Não tinha nada de si mesmo, mas tudo partido do alto. Ele não poderia falar no seu nome, mas no nome daquEle que o tinha enviado.
O Novo Testamento tem sua definição também para o prophétes, palavra que aparece 159 vezes. O prefixo da palavra pro, antes, phemi, falar, já esclarece em si o significado: uma pessoa que fala em nome de outra. Portanto, o profeta seria inspirado por Deus para falar as suas palavras.
A vida do profeta era caracterizada pelo sobrenatural. Ele podia predizer coisas futuras, envolvendo acontecimentos tanto de ordem nacional como das particularidades da vida de pessoas. Vale dizer que o profeta neotestamentário se caracterizava também pelo oficio profético e, nesse particular, podia exortar, ensinar, orientar, estar à frente de um rebanho. O doutor Champlin fala muito bem sobre a caracterização do profeta. Veja:
Apesar da ideia de predição do futuro fazer parte inerente do ofício profético, incluindo acontecimentos nacionais, comunais e individuais, o oficio profético envolvia as atividades de exortação, ensino, pastoreio e liderança espiritual em geral. Os profetas eram tidos como representantes de Deus, libertadores e intérpretes da mensagem divina. Eles serviam de elo vital na questão das revelações, bem como veículos do conhecimento espiritual. As revelações por eles recebidas por ordem do Senhor em alguns casos tornaram-se concretas nos livros que escreveram. 
Com essas palavras não se pode entender os profetas apenas como pessoas que tinham visões e revelações, mas como homens capacitados por Deus para atuarem na sua obra. Já falamos acima da importância que o ofício profético tinha dentro da comunidade judaica, inclusive Moisés desejava que todos fossem profetas e, ademais, queria que eles não fossem censurados (Nm 11.29).
Historicamente, podemos entender que havia os profetas que se tornaram conhecidos no meio da comunidade do povo de Deus e outros que eram procurados para dar orientações particulares, todavia, não eram reconhecidos publicamente. Pode-se dizer que o profeta verdadeiro não tinha como prioridade revelar algo para vidas isoladas, antes, sua maior missão era revelar a todos a mensagem de Deus, confrontar quem quer que fosse para ajustar suas vidas e retornar em quebrantamento ao Senhor.
Para a distinção entre aqueles que tinham o ministério profético e os que apenas eram chamados de profetas, pode-se tomar a pessoa de Abraão, o primeiro a ser chamado de profeta (Gn 20.7), mas não no sentido de exercer um ministério, posto que o protótipo maior para a função de profeta nacional será Moisés (Êx 18.15-19).
Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD.  
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sábado, 12 de outubro de 2019

Lição 02 - 4º Trimestre 2019 - O Nascimento de Um Líder Profético em Israel - Adultos.

Lição 2 - O Nascimento de um Líder Profético em Israel 

4º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – O AMBIENTE FAMILIAR DE SAMUEL
II – SAMUEL: FRUTO DE ORAÇÃO
III – A DEDICAÇÃO DE SAMUEL 
Osiel Gomes
Para poder entender bem os fatos relacionados à vida do profeta Samuel, especialmente seu grande trabalho, que será desenvolvido como líder de Israel, é imprescindível que se leia os capítulos 1 a 16, os quais ele escreveu. Neles se encontram não somente aspectos relacionados à sua biografia, mas também seus atos.
Podemos crer que havia uma razão especial para a Septuaginta chamar os livros de I Samuel, II Samuel, I Reis e II Reis de I, II, III, IV Reinos, mudança que se sucedeu por causa da Vulgata Latina de Jerônimo, que passou a chamá-los de Reis. Na verdade, o conteúdo desses dois compartimentos bíblicos, Samuel e Reis, descreve com exatidão a elevação e a queda de Israel como nação, por não priorizar os preceitos divinos. Samuel será o precursor desse momento histórico da nação, posto que é ele quem fará o processo da transição de teocracia para monarquia, ungindo os dois primeiros reis de Israel — Saul e Davi.
É bem verdade que Deus sempre levantou alguns homens para começarem a história com o seu povo. Moisés é um grande exemplo. Por meio dele acontece o Êxodo, a entrega da lei; dentre outras coisas, ele é posto por Deus sobre Faraó (Êx 7.1). Pelo nascimento de Samuel, um novo momento histórico se dará para a nação israelita, pois ele será um vaso comprometido com Deus para fazer a vontade divina. Esses homens estiveram na brecha, conforme falou Ezequiel, procurando ser verdadeiros valores e exemplo para o povo. “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ez 22.30).
Portanto, o épico narrativo envolvendo a pessoa de Samuel serve como estímulo para os pastores da atualidade no sentido de que o sucesso na liderança depende do compromisso que o líder tem com Deus. É seu trabalho não mudar o povo, mas atiçar a consciência de cada um para que saia do seu estado de apatia espiritual rumo a uma vida cheia de fé. 
O apóstolo Paulo falou que temos que servir a Deus com fervor (Rm 12.11), do grego zeo, que quer dizer “quente”, “zeloso para o que é bom”, mas isso só acontece se primeiramente aqueles que estão à frente da obra tiverem o coração dominado pelo poder de Deus, estiverem sempre ouvindo a sua voz, como aconteceu com Samuel.
Para o cenário que se descrevia naquela época, de sucessivas crises espirituais, atolados na fossa do pecado, sem liderança firme, pela quebra da lei divina, Deus vai levantar um homem que é fruto de voto e oração, que desde cedo aprendeu a servir na casa do Senhor, que procurava cumprir com os propósitos divinos, seu nome é Samuel. Esse homem será a voz profética conclamando a todos para um viver santo e sincero com Deus, apresentando o caminho para uma vida vitoriosa. 
Líderes frios, sem o poder de Deus na vida, não podem levantar um povo morto, pois, para profetizarem, têm que estar abarrotados da presença de Deus, daí ouvir o Senhor dizer: “Portanto, profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu abrirei as vossas sepulturas, e vos farei sair das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel” (Ez 37.12).
Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD. 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Lição 02 - 4º Trimestre 2019 - A Bíblia é a Inspirada Palavra de Deus - Adolescentes.

Lição 2 - A Bíblia é a Inspirada Palavra de Deus 

4º Trimestre de 2019

ESBOÇO DA LIÇÃO
O QUE É A INSPIRAÇÃO PLENA DA BÍBLIA
HOMENS QUE ELABORARAM O MANUAL DO FABRICANTE (O LADO HUMANO)
O ESPÍRITO SANTO INSPIROU ESSES HOMENS (O LADO DIVINO)
OBJETIVOS
Ensinar o conceito da inspiração divina das Escrituras;
Mostrar qual a participação humana na escritura da Bíblia;
Explicar os alunos da importância de obedecer a Bíblia;
SIGNIFICADO E FORMAS LITERÁRIAS
Robert H. Stein
É obvio que a nossa escolha de certas palavras pode, às vezes, ser motivada menos pelo desejo de informar e esclarecer do que pela vontade de despertar e afetar as emoções do leitor. Os escritores bíblicos, naturalmente, estavam cônscios disso, de modo que escolheram as palavras e as formas literárias que melhor poderiam transmitir o significado pretendido. Em algumas oportunidades, como acontece em Lucas 1.4, a intenção do autor era transmitir uma informação segura. Assim, preferia lançar mão da linguagem referencial, pois tratava-se da melhor forma de transmitir uma informação segura. Assim, preferia lançar mão da linguagem referencial, pois tratava-se da melhor forma de transmitir o que deseja naquele momento. Quando pretendia registrar informações sobre as leis divinas, usava formas legais, como encontradas nos livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Às vezes, a melhor forma era através de cartas ou epístolas. Assim, encontramos várias na Bíblia, como, por exemplo, as de Paulo, Pedro e João. Em outros momentos, quando o propósito era compartilhar informações de natureza histórica, a melhor forma era narrativa. Vários livros da Bíblia empregaram este gênero (de Gênesis à Ester e de Mateus à Atos). Até mesmo na linguagem profética encontramos narrativa, como por exemplo, em Jeremias 26―29; 32―45; 52; Ageu 1―2; Daniel 1―6.
Outras formas literárias tendem a estar mais próximas da linguagem não-referencial. Nesta categoria encontram-se os livros de Salmos e Cantares de Salomão. Vale, ainda, ressaltar que em muitas narrativas há, também, poesia (Êx 15; Jz 5; 1 Sm 2) e declarações emocionais. Em alguns casos, no entanto, os textos contêm elementos de ambos os tipos. Provérbios e os livros proféticos são exemplos disso.
Está claro, portanto, que existem várias formas literárias na Bíblia, cada uma com as suas próprias regras de interpretação. Ao lançar mão de cada gênero os autores submeteram-se conscientemente às suas regras com o propósito de transmitir o significado pretendido. Eles tinham também em mente que seus leitores interpretariam os textos segundo as mesmas regras. Se não estivermos cônscios disso, correremos o risco de quase sempre fazer uma interpretação incorreta.
Texto extraído da obra “Guia Básico para a Interpretação da Bíblia”, editada pela CPAD.
Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do Setor de Educação Cristã da CPAD

Lição 02 - 4º Trimestre 2019 - O Nascimento de Um Líder Profético em Israel - Adultos.

Lição 2 - O Nascimento de um Líder Profético em Israel 

4º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – O AMBIENTE FAMILIAR DE SAMUEL
II – SAMUEL: FRUTO DE ORAÇÃO
III – A DEDICAÇÃO DE SAMUEL 
Osiel Gomes
Para poder entender bem os fatos relacionados à vida do profeta Samuel, especialmente seu grande trabalho, que será desenvolvido como líder de Israel, é imprescindível que se leia os capítulos 1 a 16, os quais ele escreveu. Neles se encontram não somente aspectos relacionados à sua biografia, mas também seus atos.
Podemos crer que havia uma razão especial para a Septuaginta chamar os livros de I Samuel, II Samuel, I Reis e II Reis de I, II, III, IV Reinos, mudança que se sucedeu por causa da Vulgata Latina de Jerônimo, que passou a chamá-los de Reis. Na verdade, o conteúdo desses dois compartimentos bíblicos, Samuel e Reis, descreve com exatidão a elevação e a queda de Israel como nação, por não priorizar os preceitos divinos. Samuel será o precursor desse momento histórico da nação, posto que é ele quem fará o processo da transição de teocracia para monarquia, ungindo os dois primeiros reis de Israel — Saul e Davi.
É bem verdade que Deus sempre levantou alguns homens para começarem a história com o seu povo. Moisés é um grande exemplo. Por meio dele acontece o Êxodo, a entrega da lei; dentre outras coisas, ele é posto por Deus sobre Faraó (Êx 7.1). Pelo nascimento de Samuel, um novo momento histórico se dará para a nação israelita, pois ele será um vaso comprometido com Deus para fazer a vontade divina. Esses homens estiveram na brecha, conforme falou Ezequiel, procurando ser verdadeiros valores e exemplo para o povo. “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ez 22.30).
Portanto, o épico narrativo envolvendo a pessoa de Samuel serve como estímulo para os pastores da atualidade no sentido de que o sucesso na liderança depende do compromisso que o líder tem com Deus. É seu trabalho não mudar o povo, mas atiçar a consciência de cada um para que saia do seu estado de apatia espiritual rumo a uma vida cheia de fé. 
O apóstolo Paulo falou que temos que servir a Deus com fervor (Rm 12.11), do grego zeo, que quer dizer “quente”, “zeloso para o que é bom”, mas isso só acontece se primeiramente aqueles que estão à frente da obra tiverem o coração dominado pelo poder de Deus, estiverem sempre ouvindo a sua voz, como aconteceu com Samuel.
Para o cenário que se descrevia naquela época, de sucessivas crises espirituais, atolados na fossa do pecado, sem liderança firme, pela quebra da lei divina, Deus vai levantar um homem que é fruto de voto e oração, que desde cedo aprendeu a servir na casa do Senhor, que procurava cumprir com os propósitos divinos, seu nome é Samuel. Esse homem será a voz profética conclamando a todos para um viver santo e sincero com Deus, apresentando o caminho para uma vida vitoriosa. 
Líderes frios, sem o poder de Deus na vida, não podem levantar um povo morto, pois, para profetizarem, têm que estar abarrotados da presença de Deus, daí ouvir o Senhor dizer: “Portanto, profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu abrirei as vossas sepulturas, e vos farei sair das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel” (Ez 37.12).
Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD. 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Lição 02 - 4º Trimestre 2019 - Esaú e Jacó, Bebês Brigões - Berçário.

Lição 02 - Esaú e Jacó, bebês brigões 

4º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: A criança deverá compreender que o Papai do Céu não gosta de brigas.
É hora do versículo: “[...] Sejam completamente unidos [...]” (1 Co 1.10).
Na lição anterior as crianças conheceram a história do bebê Isaque. Nesta lição, as crianças conhecerão a mais um pouco da história de Isaque que agora não é mais um bebê, ele vai ser papai. E para a surpresa do papai Isaque e da mamãe Rebeca, nasceram dois filhos de uma só vez. Eles são gêmeos e já nasceram brigando! Ah não! Isso não pode acontecer! Papai do Céu não gosta de brigas. Quem briga tem um coração feio e triste. Mas quem vive de bem com todos tem um coração alegre e feliz! Como está o seu coraçãozinho hoje? Imprima a folha abaixo e distribua para as crianças pintarem um coração feliz ou um coração triste. Molhe o dedo da criança na tinta guache e oriente que faça uma boca alegre ou uma boquinha caidinha, representando a tristeza. Execute esta atividade depois de realizar todas as tarefas propostas no manual do professor e caso haja tempo.
coracao licao2 jardim
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 02 - 4º Trimestre 2019 - Os Mandamentos do Livro de Deus - Jd. Infância.

Lição 02 - Os mandamentos do livro de Deus 

4º Trimestre de 2019
Objetivos: Os alunos deverão reconhecer que na Bíblia estão as regras que Deus estabeleceu para a nossa vida; e entender que devemos obedecer aos mandamentos que o Senhor deixou para nós em sua Palavra. 
É hora do versículo: “[...] Nós faremos tudo o que o Senhor ordenou [...]” (Êx 19.8).
Nesta lição, as crianças irão reconhecer que na Bíblia estão as regras que Deus estabeleceu para a nossa vida; e entender que devemos obedecer aos mandamentos que o Senhor deixou para nós em sua Palavra. 
Como atividade complementar, após a realização das atividades propostas na revista do aluno e do professor, e caso haja tempo, sugerimos que você imprima a folha abaixo, entregue uma para cada aluno e peça que escrevam a seguinte frase dentro do coração: EU AMO A BÍBLIA PORQUE ELA É A PALAVRA DE DEUS.
coracao licao2 jardim
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Lição 02 - 4º Trimestre 2019 - Moisés Louva a Deus - Maternal.

Lição 2 - Moisés louva a Deus 

4º Trimestre de 2019 
Objetivo da lição: Conscientizar a criança de que através do louvor podemos agradecer a Deus por tudo o que Ele fez e faz por seus filhos. 
Para guardar no coração: “O Senhor é grande e merece todo o nosso louvor [...]” (1 Cr 16.25).
Perfil da criança 
“Se tivéssemos de usar uma única palavra para responder como é mentalmente a criança do maternal, diríamos: descobridora. A sua curiosidade e constante investigação das coisas, que a impulsionam a mexer em tudo, a querer tocar e ainda levar à boca, são totalmente justificáveis: estão descobrindo o surpreendente mundo criado pelo Pai Celeste.
A descoberta do mundo começou pelo próprio quarto, quando ainda era bebê; depois o lar, e vai expandindo-se à medida que sai de casa e frequenta novos ambientes. E este conhecimento ou descoberta abrange também as pessoas, a começar pelos pais e os irmãos, e a si mesma. Aos poucos vai se conhecendo e conscientizando-se do lugar que ocupa na família, depois na sala de aula entre os demais alunos, e assim por diante” (Marta Doreto).
Subsídio Professor
“Salomão empregou na construção do Templo os materiais mais nobres e resistentes. O Templo de Deus não podia ser um edifício qualquer; tinha de ser o mais belo e o mais forte; um Templo que honrasse o Deus Criador e Todo-Poderoso, ali adorado. Isto nos faz pensar no edifício espiritual de que nos fala Paulo em 1 Coríntios 3.9-15. Edifício que você está ajudando a edificar. A cada domingo, ao ministrar a lição aos seus alunos, você está ajudando a levantar as paredes desse templo espiritual, que é a Igreja de Cristo. Portanto, cuidado, ‘veja cada um como edifica’. O alicerce deste templo não pode ser outro, senão Jesus Cristo, a principal pedra de esquina. É sobre Ele que a sua Igreja é edificada. No entanto, é possível que alguém tente edificar sobre o fundamento correto, usando o material errado, como o caso mencionado por Paulo nesta passagem. Ele, como sábio construtor, lançara o fundamento certo: Jesus (v.10). Mas outros estavam levantando as paredes com material de categoria inferior; material facilmente consumível pelo fogo, como o feno e a palha.
O que seriam estes materiais na construção espiritual? Talvez a sabedoria carnal; provavelmente as doutrinas de homens e as heresias. Deus nos guarde de laçarmos mão destas coisas. Que Ele nos ajude a somente empregar em sua construção o ouro, a prata e as pedras preciosas, que são as excelentes doutrinas do Evangelho e os valores da pessoa de Jesus. Somente estes materiais são de durabilidade eterna e trazem a Deus a glória que lhe é devida” (Marta Doreto).
Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Recomende às crianças que peçam aos pais para lerem o cântico de Moisés que se encontra em Êxodo 15. Quando os pais vierem pegar os filhos, mostre-lhes a nova revista. Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal

Lição 02 - 4º Trimestre 2019 - Uma História sobre a Bondade - Juniores.

Lição 2 - Uma História sobre a Bondade 

4º Trimestre de 2019
Texto Bíblico – Lucas 10.30-37.
Prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos terão mais uma oportunidade de aprender a respeito da bondade de Deus. Deus é bom e esta é uma característica inerente ao caráter de Deus. Quando Ele se revela aos homens, manifesta a sua graça e misericórdia a fim de que todos tenham a oportunidade de reconciliação com Ele.
Na parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus, podemos perceber que aquele homem que parou para ajudar o seu próximo que estava ferido não considerou a religião, a etnia ou mesmo a condição financeira do necessitado. O seu critério era o simples fato de preocupar-se em estender a mão para aquele que precisa. Não era a religião que impediria ou determinaria o comportamento do samaritano, mas sim a boa vontade em ajudar o seu próximo. 
Jesus contou essa história aos doutores da lei que haviam o interrogado a respeito do que deveriam fazer para herdar a vida eterna. Algumas lições podem ser adquiridas aqui:
“A parábola do Bom Samaritano destaca a verdade de que a compaixão e cuidado são coisas intrínsecas à fé salvadora e à obediência a Cristo. Amar a Deus deve ser também amar o próximo.
(1) A vida e a graça que Cristo transmite aos que o aceitam produzem amor, misericórdia e compaixão pelos necessitados e aflitos. Esse amor é um dom da graça de Deus através de Cristo. O crente tem a responsabilidade de viver à altura do amor do Espírito Santo tendo, dentro dele, um coração não endurecido.
(2) Quem afirma ser cristão, mas tem o coração insensível diante do sofrimento e da necessidade dos outros, demonstra cabalmente que não tem em si a vida eterna (vv. 25-28; 31-37; cf. Mt 25.41-46; 1 Jo 3.16-20)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 1527).
Aproveite o assunto da lição e ensine aos seus alunos que, como filhos de Deus, o nosso comportamento em relação às pessoas deve ser diferente. Não devemos tratar o próximo considerando o que as pessoas podem nos oferecer em troca. Além disso, também não amamos as pessoas levando em consideração aquilo que elas possuem ou posição que ocupam. Antes, alcançar o coração das pessoas e levá-las a Cristo deve ser a nossa maior intenção. Aproveite e peça aos seus alunos que escrevam em uma tira de papel o nome de um amiguinho ou parente que gostaria de convidar para visitar a Casa de Deus. Explique que eles deverão orar durante a semana, pedindo ao Senhor que lhes conceda uma palavra sábia para que os seus ouvintes possam se converter. Distribua tiras de papel e um lápis para cada aluno.

Lição 02 - 4º Trimestre 2019 - Agindo como Jesus - Pré Adolescentes.

Lição 2 - Agindo como Jesus 

4º Trimestre de 2019
A lição de hoje encontra-se em: Lucas 2.39-52
Caro(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos aprenderão que ser discípulo de Jesus Cristo não se resume a somente conhecer intelectualmente as Escrituras Sagradas, mas principalmente a seguir o mesmo estilo de vida de Jesus. Talvez você já tenha ouvido algum pregador ou professor fazer a seguinte pergunta: o que Jesus faria em seu lugar? A Palavra de Deus nos revela que, se dissermos que estamos em Cristo, também devemos andar como Ele andou (cf. 1 Jo 2.6). Isso significa que seguir a Cristo é apresentar o mesmo comportamento que o nosso Senhor e fazer as mesmas escolhas que Ele faria se estivesse em nosso lugar nos dias atuais.
O comportamento do cristão é regido pela ética encontrada na Palavra de Deus. Somente conhecendo as Sagradas Escrituras é possível ter o entendimento da boa, perfeita e agradável vontade de Deus. E somente conhecendo ao Senhor e pertencendo a Ele é possível agradá-lo.
“Como você pode estar certo de que pertence a Cristo? Esta passagem [1 Jo 2.3-6] aponta dois caminhos para sabê-lo: se você faz o que Cristo diz e se vive de acordo com a vontade dEle. O que Cristo diz que devemos fazer? João responde em Jo 3.23: ‘Que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e nos amemos uns aos outros’. A verdadeira fé cristã resulta no comportamento amoroso; é por isso que João diz que o modo como agimos pode nos dar a garantia de que pertencemos a Cristo.
Viver como Jesus viveu não significa escolher doze discípulos, realizar grandes milagres e ser crucificado. Não podemos apenas copiar a vida de Cristo; muito do que Jesus fez estava relacionado à sua identidade de Filho de Deus, ao cumprimento de seu papel especial ao morrer pelo pecado, e ao contexto cultural do primeiro século do mundo romano. Para andarmos como Cristo, hoje, devemos obedecer aos seus ensinamentos, seguir seu exemplo de total obediência a Deus e servir às pessoas com amor” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp. 1782-83).
Certamente, qualquer professor deve se sentir confuso na hora de ensinar as verdades bíblicas para a classe de pré-adolescentes, pois em muitos casos parece que os alunos não demonstram tanto interesse quanto a conhecer a vontade de Deus e praticá-la. Entretanto, você deve considerar que seus alunos ainda estão amadurecendo a capacidade de reflexão sobre assuntos mais complexos. Por esse motivo, professor, explore recursos visuais ou exemplos de situações que seus alunos se deparam no dia a dia e quais atitudes devem praticar diante delas.
Aproveite a ocasião e converse com eles sobre a prática de ajudar o próximo; mostre que todos têm limitações que devem ser trabalhadas e qualidades louváveis que devem ser aperfeiçoadas. Ninguém é tão perfeito que não precise aprender com o seu próximo. Mostre com isso que devemos estimular o companheirismo e a união. Estimule seus alunos a condenar qualquer iniciativa de chacota ou humilhação dentro do grupo. Ensine que juntos eles são mais fortes. Aproveite para agendar uma atividade ao ar livre, um passeio ou lanche que gere um intercâmbio e comunhão entre os alunos. 

Lição 02 - 4º Trimestre 2019 - E Todos foram Cheios do Espírito Santo - Jovens.

Lição 2 - E Todos Foram Cheios do Espírito Santo 

4º Trimestre de 2019
Introdução
I-A Expectativa para a Promessa;
II-Cheios do Espírito Santo;
III- O Propósito do Espírito Santo.
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar a expectativa da promessa de Pentecostes;
Destacar os sinais que ocorreram no Pentecostes e que evidenciaram que todos foram cheios do Espírito Santo;
Mostrar o propósito do Espírito Santo na vida do crente.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.
O dia de Pentecostes marcou o cumprimento da promessa que Deus havia feito desde o Antigo Testamento, ratificado por João Batista e o próprio Cristo. Aqueles homens que obedeceram à ordem de Jesus de ficar em Jerusalém receberam algo tão maravilhoso da parte de Deus que marcou o início da Igreja e sua missão na terra.
O Dia de Pentecostes
Essa era uma festa judaica realizada 50 dias após a Páscoa. Ela celebrava as primícias da colheita do trigo. Nos rituais judaicos da época, o primeiro molho colhido da colheita de cevada era apresentado a Deus na Páscoa. Mas, no Pentecostes, as primícias da colheita do trigo foram apresentadas a Deus; portanto, o Pentecostes é chamado o dia das primícias (Nm 28.26). A tradição judaica também ensinou que o Pentecostes marcou o dia em que a Lei foi dada a Israel. Às vezes, os judeus chamavam Pentecostes de shimchath torá, ou “Alegria da Lei”.
No dia de Pentecostes no Antigo Testamento, Israel recebeu a Lei; no dia de Pentecostes do Novo Testamento, a Igreja recebeu o Espírito da Graça em plenitude. Pentecostes era a mais frequentada das grandes festas porque as condições de viagem estavam no seu melhor. Nunca houve uma reunião mais cosmopolita em Jerusalém do que essa. Em Levítico 23.15-22, vemos as instruções originais para a celebração do Pentecostes. A passagem diz que dois pães fermentados seriam conduzidos ao Senhor pelo sacerdote como parte da celebração. Spurgeon coloca: “Não havia dois pães? Israel não somente será salvo, mas a multidão dos gentios se converterá ao Senhor Jesus Cristo.”1 
De fato, o Senhor já havia mostrado no Antigo Testamento que a salvação não seria apenas para o povo judeu, mas também para toda a humanidade. Isso fica bem claro no livro de Rute, quando, a partir da linhagem de uma moabita, Jesus vem ao mundo (Rt 4.22). Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, reconhece essa verdade quando afirma: “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” (At 10.34,35). 
A descida do Espírito Santo imediatamente teve um impacto internacional. Lucas relata que havia judeus que habitavam todas as nações reunidos neste dia em Jerusalém. E aqui, como sugere alguns estudiosos, ocorre um milagre em dose dupla no falar em línguas estranhas no dia de Pentecostes. Como coloca Robert P. Menzies:
[...] esse texto é interpretado de forma diferente. Há estudiosos, reconhecidamente uma minoria, que defendem que as “línguas” (γλώσσες) de Atos 2.4 referem-se a expressões ininteligíveis e inspiradas pelo Espírito. De acordo com essa interpretação, o milagre que ocorre no dia de Pentecostes é duplo. Primeiro, os discípulos são inspirados pelo Espírito Santo a declarar as “grandezas de Deus” em um idioma espiritual que é ininteligível para os seres humanos (ou seja, glossolalia). Segundo, os judeus na multidão que representam um grupo diversificado de países podem milagrosamente entender a glossolalia dos discípulos para que lhes pareça que os discípulos estão falando em cada uma de suas próprias línguas maternas. Embora, à primeira vista, essa posição possa ser argumento especioso, como destaca Jenny Everts, há uma série de razões para levá-la a sério”.2 
É muito interessante observar, diferentemente de algumas posições radicais de separatismo eclesial do “mundo”, que o derramamento do Espírito Santo teve um caráter didático de atingir o “diferente” desde seu nascedouro. Esses judeus, como alguns sugerem, poderiam até ser gentios interessados no judaísmo sem serem verdadeiros prosélitos batizados e circuncidados. De fato, Deus quis atingir pessoas de todas as nações mediante o cumprimento de sua promessa pela vinda do Espírito Santo. 
Em um primeiro momento, diz-nos as Escrituras que se ajuntou uma multidão para ver o que estava acontecendo. O Espírito Santo tem esse poder de atrair e ajuntar pessoas. É maravilhoso que, ainda hoje, podemos ser usados pelo Espírito Santo de Deus para atrair pessoas a Ele. É uma singularidade da Terceira Pessoa da Trindade juntar em um mesmo ambiente pessoas de etnias, idiomas, raças e classes sociais diferentes, e todos, sem distinção, serem tocados pelo Espírito de Deus de alguma forma. 
Cheios do Espírito Santo
O texto diz que todos ficaram cheios do Espírito Santo. Essas pessoas já criam em Cristo; já estavam juntas e oravam com perseverança (At 1.14); já tinham escolhido o novo integrante do colégio apostólico (At 1.26). Esta, de fato, constitui uma nova experiência. Eles foram batizados com o Espírito Santo. Embora a expressão “batismo com o Espírito Santo” não conste, dessa forma, na Bíblia, Pedro explica o ocorrido na casa de Cornélio lembrando as palavras do Senhor quando diz “vós sereis batizados com o Espírito Santo”. Assim sendo, parece-nos que a única diferença entre a expressão Batismo no Espírito Santo ou Batismo com o Espírito Santo com aquelas das referências bíblicas é que um é um substantivo, e aquelas, formas verbais. O professor Adriano Lima explica:
Ainda sobre a terminologia, existem outras empregadas de forma intercambiada, sobretudo no livro de Atos. Desde a expressão “batizado no Espírito Santo”, que aparece em Atos 1.5, ou mesmo o Espírito descendo, o Espírito sendo derramado (At 2.17-18), a promessa do Pai (At 1.4), promessa do Espírito (At 2.33,39), dom do Espírito (At 2.38), recebendo o Espírito (At 8.15-20), cheio do Espírito (At 2.4), entre outras expressões que poderiam ser mencionadas, como expressões semelhantes e que, dependendo do contexto, recebem o mesmo significado (Lima, 2018, p. 175).
O importante é que essa efusão do Espírito Santo deixou “todos” tão cheios dessa virtude que começaram a falar em outras línguas. Que maravilha é fazer parte de um grupo em que todos estão cheios do Espírito Santo! Portanto, esse batismo é bíblico. No Dicionário do Movimento Pentecostal, Araujo faz uma adequada explicação:
A preposição “com” é a partícula grega en, que pode ser traduzida como “em” ou “com”. Da mesma forma, “batizados com água”, pode ser traduzido “batizados em água”. Uma das doutrinas principais das Escrituras é o batismo no Espírito Santo. A respeito do batismo no Espírito Santo, a palavra de Deus ensina o seguinte: (1) o batismo no Espírito é para todos que professam sua fé em Cristo; que nasceram de novo, e, assim, receberam o Espírito Santo para neles habitar. (2) Um dos alvos principais de Cristo na sua missão terrena foi batizar seu povo no Espírito (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Ele ordenou os discípulos não começarem a testemunhar até que fossem batizados no Espírito Santo e revestidos do poder do alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8). (3) O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada [...]. (4) Ser batizado no Espírito significa experimentar a plenitude do Espírito (cf. At 1.5; 2.4). Este batismo teria lugar somente a partir do dia de Pentecostes (e.g. Lc 1.15,67). Lucas não emprega a expressão “batizados no Espírito Santo”. Este evento só ocorreria depois da ascensão de Cristo (At 1.2-5; Lc 24.49-51; Jo 16.7-14) (Araujo, 2014, p. 118–119).  
Os que receberam essa virtude no dia de Pentecostes começaram a falar sobre as maravilhas de Deus. Não era pregação, pois isso aconteceria mais tarde por meio de Pedro em seu sermão. Eles, porém, louvavam e engrandeciam a Deus por meio de línguas estranhas. Isso acontece quando um cristão está tão cheio de Deus que seu desejo é só adorar e louvar o nome do Senhor. Não importa o que esteja acontecendo, Deus é digno de louvor, glória, honra e majestade. Ele tem controle sobre a história e conecta os pontos dela realizando seus propósitos em tudo. Mesmo que nos chamem de embriagados ou loucos, como fizeram àquele grupo, o que importa mesmo é continuarmos exaltando nosso Deus. 
Agora, antes de sermos cheios do Espírito Santo, devemos reconhecer nosso vazio. Reunindo-se para a oração, em obediência, esses discípulos estavam fazendo exatamente isso. Eles reconheceram que não tinham os recursos em si para fazer o que podiam ou deveriam; tinham que confiar na obra de Deus. Quantas vezes também precisamos realizar algo para o Senhor e pensamos, em um primeiro momento, que temos certa “capacidade” para aquilo. Porém, em uma análise mais profunda, chegamos à conclusão de que não temos, de que somos carentes. É aí que devemos clamar para sermos capacitados por Deus com seu Espírito Santo. 
Às vezes, achamos que podemos ir na força em nossa inteligência, mas devemos relembrar a história de Zorobabel, quando Deus pede a ele para reconstruir o Templo de Jerusalém. Foi um tempo muito difícil na história da nação, quando havia muitos adversários que não queriam que Jerusalém e nem o Templo fossem reconstruídos. Deus, entretanto, encoraja Zorobabel com as seguintes palavras: “E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos” (Zc 4.6).
Sobre esse verso, o Dr. Russel Shedd comenta: “O Espírito Santo, controlando os homens, ultrapassa a força de um exército ou o poder de qualquer vulto para conseguir o verdadeiro plano de Deus na terra.”  É somente através do Espírito Santo de Deus que podemos realizar aquilo que Ele tem-nos proposto. 
Certa vez, o Patriarca de Constantinopla, Atenágoras I (1886–1972), disse estas palavras:
“Sem o Espírito Santo:
Deus fica distante da gente;
Cristo, perdido na História;
O Evangelho é letra morta;
A Igreja, apenas agremiação religiosa;
A autoridade, poder que se evita;
A pregação, propaganda da Igreja;
A oração, tarefa a cumprir;
A liturgia, ritual do passado; e
A moral, repressão.
Com o Espírito Santo:
Deus entra na vida do mundo, onde inicia o seu Reino;
Cristo, o Filho de Deus, se faz um de nós;
O Evangelho é o novo estilo de vida;
A Igreja, gente unida como as três Pessoas da Santíssima Trindade;
A autoridade, apoio e serviço;
A pregação, anúncio da novidade do Reino;
A oração, experiência de contato com Deus;
A liturgia, memorial que antecipa o futuro; e
A moral, ação que liberta.” 
Poder para Testemunhar
Em Atos 1.8, vemos claramente que a descida do Espírito Santo tem uma afirmação definida pelo Senhor: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”. O poder veio para testemunhar. O resultado natural de receber esse poder seria que eles iriam tornar-se testemunhas de Jesus em toda a terra.
Observe que isso realmente não é um comando; é uma simples declaração de fato: “Quando o Espírito Santo vier sobre você [...] você será testemunha de mim”. O verbo “ser” está no futuro do presente do indicativo, e não no imperativo. Jesus não estava ordenando a eles que se tornassem testemunhas; Ele estava declarando que eles seriam testemunhas.
Se quisermos ser testemunhas, precisamos ser cheios do Espírito Santo! Muito mais importante que o melhor curso de evangelismo é o enchimento do Espírito Santo! 
Em Isaías 43.10, temos o Senhor proclamando ao seu povo: “Vós sois as minhas testemunhas”. Uma seita nos dias de hoje afirma que este é o mandamento deles: Serem “testemunhas de Jeová”.
Infelizmente, seus seguidores falham em ver Isaías 43.10 no contexto de Atos 1.8; só somos verdadeiramente Testemunhas de Yahweh quando somos Testemunhas de Jesus.
Infelizmente, em diversos lugares, muitos buscam pelo poder de ser “cheios” do Espírito Santo, mas não tem o propósito firmado pelo Senhor de usar esse poder para evangelizar pessoas. Muitos ajuntamentos, eventos de grande porte, focam a busca do Espírito Santo, o que é muito bom, mas não se tornam testemunhas com esse fervor para levar a mensagem de Cristo das mais variadas formas. Será que todo o poder derramado em algum evento específico ficaria restrito ao dia do encerramento sem ter nisso uma continuidade? Jesus deixou claro que esse poder iria torná-los testemunhas. E isso fica claro no livro de Atos quando os discípulos, cheios do Espírito Santo, são impelidos a sair e evangelizar várias partes do mundo.
Cheios do Espírito Santo para Testemunhar em Diferentes Lugares 
Podemos imaginar as dificuldades que os discípulos teriam para evangelizar nesses lugares que Jesus descreveu. Essas localidades tinham tantas objeções características de seu contexto que os discípulos só conseguiriam obter êxito mediante a ação do Espírito Santo em suas vidas. 
Jerusalém
Essa foi a cidade onde Jesus foi executado sob a palavra de um grupo radical raivoso. Muitos judeus retratavam Jerusalém como o centro do mundo (certamente no sentido teológico). Foi à cidade de Jerusalém que vieram os magos do Oriente (Mt 2.1). Para ali foi levado o menino Jesus por seus pais “para o apresentarem ao Senhor” (Lc 2.22). E, de dentro de seus muros, Ele apareceu de novo quando tinha 12 anos (Lc 2.41-51). Os habitantes de Jerusalém foram atraídos pelo ministério de João Batista e foram ouvi-lo no deserto (Mt 3.5), mas resistiram ao ministério de Jesus (Lc 13.33,34). 
Jesus vai a Jerusalém na Páscoa e, de lá, expulsa do templo os vendilhões, cura um enfermo no dia de sábado junto ao tanque de Betesda, cura um cego de nascença, entre outros milagres. Sobre essa cidade no período da igreja, Buckland descreve:
Em Jerusalém permaneceu a crescente igreja por determinação de Jesus até à festa de Pentecostes (At 1.4; 2.1 a 36). A Igreja foi se desenvolvendo nesta cidade, sendo assinalado por milagres o ministério dos apóstolos (At 2 a 5). Foi em Jerusalém que Estevão foi martirizado (At 7.59); e quando a perseguição aumentou, ficaram os apóstolos na cidade santa (At 8.1,14; 12.1 a 19); e aqui, mais tarde, se reuniram para tratar da questão da circuncisão (At 15). Pela primeira vez aparece S. Paulo com o nome de Saulo, em Jerusalém (At 8.1); mas tinha ali estudado com Gamaliel (At 22.3). As suas visitas a Jerusalém acham-se mencionadas em At 9.26 a 28; 11.29,30; 15.2 a 6; 21.17 (v. Gl 2.1 a 7). Como os membros mais pobres da igreja de Jerusalém sofressem em resultado do flagelo da fome, foram socorridos pelos irmãos da Macedônia e Acaia (At 11.29,30; Rm 15.25,26; 1 Co 16.1 a 3). Em relação ao uso simbólico do nome Jerusalém, veja-se Gl 4.25,26; Hb 12.22; Ap 3.12; 32.2,10. 
Sabemos, no entanto, que Jerusalém resistiu ao ministério de Jesus. Os líderes religiosos, cegos espiritualmente, não aceitavam Jesus como o Messias prometido, pois aguardavam um grande libertador do povo da opressão romana. Certa vez, quando alguns fariseus foram falar com Jesus acerca de Herodes e o plano que o rei tinha de matá-lo, Ele refere-se a Jerusalém como o local onde se matam profetas e diz: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste?” (Lc 13.34). Todo esse sentimento ficou visível na vida daquele povo que preferiu livrar um criminoso como Barrabás e crucificar o Cristo (Mt 27.21). 
Judeia
Essa localidade também rejeitou seu ministério. A Judeia era a divisão meridional da Terra Santa e incluía Jerusalém como a capital (ver as notas em Mateus 2.22). Aquela parte da terra de Israel era distinta de Samaria e Galileia, e além do Jordão, onde igrejas deveriam ser plantadas, como depois elas foram (ver Atos 9.31).
Samaria 
Samaria era considerada um deserto de mestiços impuros. Jesus foi rejeitado pelos samaritanos quando passava por ali em direção a Jerusalém. Em Lucas 9.51-53, está escrito: “E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém. E mandou mensageiros diante da sua face; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada. Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém”.
Eles não podiam fazer reservas para Jesus e para quem estava viajando com Ele porque os samaritanos recusavam-se a ajudar. Por que eles rejeitaram-no? João 4.9 revela parte do motivo da rejeição. Esses samaritanos tinham um problema no coração. Os judeus odiavam os samaritanos pelo menos 200 anos antes de Jesus começar o seu ministério. O livro de João revela que os samaritanos e os judeus evitaram-se durante o tempo de Jesus.
A tarefa de evangelizar neste lugar não seria nada fácil, pois todo esse histórico de rivalidade e da não aceitação um do outro traria graves objeções à nova religião que acabara de nascer. 
Confins da Terra
Aqui, o desafio continuaria para realizar a missão, pois eles sairiam de sua terra de Israel e teriam que entrar em territórios estrangeiros, como, de fato, acontece no final do livro de Atos dos Apóstolos com Paulo em Roma (At 28). Quanto aos confins da terra, o teólogo Albert Barnes (1798–1870) expressa:
A palavra “terra” às vezes é tomada para denotar apenas a terra da Palestina. Mas aqui não parece haver necessidade de limitá-lo assim. Se Cristo tivesse pretendido isso, Ele teria mencionado a Galileia como sendo a única divisão remanescente do país. Mas como Ele expressamente os havia orientado a pregar o evangelho a todas as nações, a expressão aqui é claramente considerada como incluindo as terras dos gentios, assim como os judeus. A evidência de que eles fizeram isso é encontrada nas partes subsequentes deste livro e na História da Igreja. Foi assim que Jesus respondeu à sua pergunta. Embora Ele não lhes dissesse o tempo em que isso seria feito, nem afirmava que restauraria o reino a Israel, ainda assim lhes deu uma resposta que implicava que a obra deveria avançar — deveria avançar muito além da terra de Israel; e que eles teriam muito a fazer para promovê-lo. Todos os mandamentos de Deus e todas as suas comunicações são de modo a chamar a nossa energia e ensinam-nos que temos muito a fazer. As partes mais remotas da terra foram dadas ao Salvador (Sl 2.8), e a Igreja não deve descansar até que Ele tenha o direito de vir e reinar (Ez 21.27).6  
E a Igreja realmente se espalhou por toda a terra — porém não sem conflito. Até hoje, os desafios de proclamar a Palavra do Senhor em vários locais do mundo são reais. Países muçulmanos, fechados para o cristianismo, só conseguem ser alcançados por meio de ações específicas ou quando seu povo é forçado a sair — como tem acontecido nos últimos anos com o conflito da Síria, em que centenas de milhares precisaram sair de seus lares e encontrar um novo. Todavia, mesmo nesses locais de radicalismo islâmico, ou em outros fechados como a China, o Espírito Santo tem-se movido, e igrejas têm sido abertas lá, alcançando pessoas para Cristo. Jesus afirmou que o Espírito Santo faria de cada um de nós testemunha em qualquer parte do mundo, seja em um lugar com liberdade ou não. 
Que Poder de Deus É esse?
O ser humano sempre foi seduzido pelo poder. Damos muito valor a quem tem poder — seja no campo financeiro, político, militar ou intelectual. Na história da humanidade, temos conquistado praticamente tudo nesse planeta mostrando que o homem tem esse poder de descobrir, criar e reordenar as coisas. Desde o domínio sobre a vida selvagem até as tentativas de conquistar o espaço, o poder tem sido algo viciante para o homem. Mas qual foi esse poder que Jesus estava falando que receberíamos com a descida do Espírito Santo? Vejamos: 
1. Não é poder físico. Não como aquele que Sansão possuía quando carregou sobre suas costas os portões de Gaza ou quando matou filisteus sobre montões com a mandíbula de um jumento. Não tem nada a ver com ossos, músculos e tendões. Os homens esquecem-se disso às vezes. Eles pensaram uma vez que poderiam resistir à propagação do evangelho por meios físicos. Por outro lado, a força nunca foi e nunca será impedimento de o evangelho ser espalhado. 
2. Não era poder do intelecto. Os discípulos tinham que converter almas a Cristo, e o mero poder lógico/racional não conseguiria realizar isso. É realmente admirável a capacidade intelectual e de persuasão que algumas pessoas possuem. Devemos buscar conhecimento e sabedoria. Porém, Paulo mesmo afirmou: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4). 
3. Nem foi o poder da eloquência, embora isso não deva ser desprezado. Sim! Existe um tremendo poder nas palavras. Elas respiram, queimam, voam pelo mundo carregado de fogo e força elétrica; mas há uma coisa que elas não podem fazer: regenerar uma alma. Você pode eletrificar um cadáver e, ao colocá-lo em contato com uma bateria, você pode fazê-lo imitar os vivos; mas, afinal, isso será apenas aparência, e não a realidade da vida. Só o Espírito Santo pode trazer vida. 
4. Foi o poder espiritual — o poder do Espírito Santo. “Podemos fazer todas as coisas por meio de Cristo, que nos fortalece”. Em outras palavras, era o poder de uma união viva com um Deus vivo. Essa promessa de Cristo é tanto nossa quanto foi dos apóstolos. Ela foi cumprida, mas não esgotada. Existe uma diferença essencial entre as duas coisas. O teólogo Joseph S. Exell expressa assim:
Um selo postal usado uma vez não pode mais ser usado; mas não é assim com uma “cédula”. A nota pode estar velha e rasgada, manchada e suja; pode ter sido cortada ao meio e colada novamente. Isso não importa; quem a detém pode apresentá-la e exigir seu equivalente em ouro. Assim é com uma promessa divina. Ela pode passar de lábio para lábio e de geração a geração e ser cumprida mil vezes; ainda assim, você pode apresentá-la e suplicar diante de Deus na certeza do sucesso dele. A luz do sol pode falhar, as águas do oceano podem secar, mas as riquezas da plenitude de Cristo são as mesmas ontem, hoje e para sempre. E precisamos desse poder prometido tanto quanto os apóstolos. Nada mais pode fornecer seu lugar.7 
Foi nesse poder que se apoiava Paulo, pois ele sabia que nossas armas carnais não são suficientes para derrubar fortalezas espirituais, mas usamos as armas espirituais no poder do Espírito Santo. Ele tem a capacidade de destruir fortalezas, bem como tudo o que se levanta contra o conhecimento de Deus.  
*Adquira o livro do trimestre. PESCH, Henrique. Poder Cura e Salvação: O Espírito Santo Agindo na Igreja em Atos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 SPURGEON, C. H. The complete Works of C. H. Surgeon. Volume 30, sermons 1757–1815.
2 MENZIES, Robert. P. Pentecostes. Essa história é a nossa história. 2016, p. 61. 
3 SHEDD, 1997, p. 1309.
4 AQUINO, 2011, p. 25.
5 BUCKLAND, 1981, p. 216.
6 BARNES, 1870.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.