quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Lição 02 - 4º Trimestre 2019 - E Todos foram Cheios do Espírito Santo - Jovens.

Lição 2 - E Todos Foram Cheios do Espírito Santo 

4º Trimestre de 2019
Introdução
I-A Expectativa para a Promessa;
II-Cheios do Espírito Santo;
III- O Propósito do Espírito Santo.
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar a expectativa da promessa de Pentecostes;
Destacar os sinais que ocorreram no Pentecostes e que evidenciaram que todos foram cheios do Espírito Santo;
Mostrar o propósito do Espírito Santo na vida do crente.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.
O dia de Pentecostes marcou o cumprimento da promessa que Deus havia feito desde o Antigo Testamento, ratificado por João Batista e o próprio Cristo. Aqueles homens que obedeceram à ordem de Jesus de ficar em Jerusalém receberam algo tão maravilhoso da parte de Deus que marcou o início da Igreja e sua missão na terra.
O Dia de Pentecostes
Essa era uma festa judaica realizada 50 dias após a Páscoa. Ela celebrava as primícias da colheita do trigo. Nos rituais judaicos da época, o primeiro molho colhido da colheita de cevada era apresentado a Deus na Páscoa. Mas, no Pentecostes, as primícias da colheita do trigo foram apresentadas a Deus; portanto, o Pentecostes é chamado o dia das primícias (Nm 28.26). A tradição judaica também ensinou que o Pentecostes marcou o dia em que a Lei foi dada a Israel. Às vezes, os judeus chamavam Pentecostes de shimchath torá, ou “Alegria da Lei”.
No dia de Pentecostes no Antigo Testamento, Israel recebeu a Lei; no dia de Pentecostes do Novo Testamento, a Igreja recebeu o Espírito da Graça em plenitude. Pentecostes era a mais frequentada das grandes festas porque as condições de viagem estavam no seu melhor. Nunca houve uma reunião mais cosmopolita em Jerusalém do que essa. Em Levítico 23.15-22, vemos as instruções originais para a celebração do Pentecostes. A passagem diz que dois pães fermentados seriam conduzidos ao Senhor pelo sacerdote como parte da celebração. Spurgeon coloca: “Não havia dois pães? Israel não somente será salvo, mas a multidão dos gentios se converterá ao Senhor Jesus Cristo.”1 
De fato, o Senhor já havia mostrado no Antigo Testamento que a salvação não seria apenas para o povo judeu, mas também para toda a humanidade. Isso fica bem claro no livro de Rute, quando, a partir da linhagem de uma moabita, Jesus vem ao mundo (Rt 4.22). Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, reconhece essa verdade quando afirma: “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” (At 10.34,35). 
A descida do Espírito Santo imediatamente teve um impacto internacional. Lucas relata que havia judeus que habitavam todas as nações reunidos neste dia em Jerusalém. E aqui, como sugere alguns estudiosos, ocorre um milagre em dose dupla no falar em línguas estranhas no dia de Pentecostes. Como coloca Robert P. Menzies:
[...] esse texto é interpretado de forma diferente. Há estudiosos, reconhecidamente uma minoria, que defendem que as “línguas” (γλώσσες) de Atos 2.4 referem-se a expressões ininteligíveis e inspiradas pelo Espírito. De acordo com essa interpretação, o milagre que ocorre no dia de Pentecostes é duplo. Primeiro, os discípulos são inspirados pelo Espírito Santo a declarar as “grandezas de Deus” em um idioma espiritual que é ininteligível para os seres humanos (ou seja, glossolalia). Segundo, os judeus na multidão que representam um grupo diversificado de países podem milagrosamente entender a glossolalia dos discípulos para que lhes pareça que os discípulos estão falando em cada uma de suas próprias línguas maternas. Embora, à primeira vista, essa posição possa ser argumento especioso, como destaca Jenny Everts, há uma série de razões para levá-la a sério”.2 
É muito interessante observar, diferentemente de algumas posições radicais de separatismo eclesial do “mundo”, que o derramamento do Espírito Santo teve um caráter didático de atingir o “diferente” desde seu nascedouro. Esses judeus, como alguns sugerem, poderiam até ser gentios interessados no judaísmo sem serem verdadeiros prosélitos batizados e circuncidados. De fato, Deus quis atingir pessoas de todas as nações mediante o cumprimento de sua promessa pela vinda do Espírito Santo. 
Em um primeiro momento, diz-nos as Escrituras que se ajuntou uma multidão para ver o que estava acontecendo. O Espírito Santo tem esse poder de atrair e ajuntar pessoas. É maravilhoso que, ainda hoje, podemos ser usados pelo Espírito Santo de Deus para atrair pessoas a Ele. É uma singularidade da Terceira Pessoa da Trindade juntar em um mesmo ambiente pessoas de etnias, idiomas, raças e classes sociais diferentes, e todos, sem distinção, serem tocados pelo Espírito de Deus de alguma forma. 
Cheios do Espírito Santo
O texto diz que todos ficaram cheios do Espírito Santo. Essas pessoas já criam em Cristo; já estavam juntas e oravam com perseverança (At 1.14); já tinham escolhido o novo integrante do colégio apostólico (At 1.26). Esta, de fato, constitui uma nova experiência. Eles foram batizados com o Espírito Santo. Embora a expressão “batismo com o Espírito Santo” não conste, dessa forma, na Bíblia, Pedro explica o ocorrido na casa de Cornélio lembrando as palavras do Senhor quando diz “vós sereis batizados com o Espírito Santo”. Assim sendo, parece-nos que a única diferença entre a expressão Batismo no Espírito Santo ou Batismo com o Espírito Santo com aquelas das referências bíblicas é que um é um substantivo, e aquelas, formas verbais. O professor Adriano Lima explica:
Ainda sobre a terminologia, existem outras empregadas de forma intercambiada, sobretudo no livro de Atos. Desde a expressão “batizado no Espírito Santo”, que aparece em Atos 1.5, ou mesmo o Espírito descendo, o Espírito sendo derramado (At 2.17-18), a promessa do Pai (At 1.4), promessa do Espírito (At 2.33,39), dom do Espírito (At 2.38), recebendo o Espírito (At 8.15-20), cheio do Espírito (At 2.4), entre outras expressões que poderiam ser mencionadas, como expressões semelhantes e que, dependendo do contexto, recebem o mesmo significado (Lima, 2018, p. 175).
O importante é que essa efusão do Espírito Santo deixou “todos” tão cheios dessa virtude que começaram a falar em outras línguas. Que maravilha é fazer parte de um grupo em que todos estão cheios do Espírito Santo! Portanto, esse batismo é bíblico. No Dicionário do Movimento Pentecostal, Araujo faz uma adequada explicação:
A preposição “com” é a partícula grega en, que pode ser traduzida como “em” ou “com”. Da mesma forma, “batizados com água”, pode ser traduzido “batizados em água”. Uma das doutrinas principais das Escrituras é o batismo no Espírito Santo. A respeito do batismo no Espírito Santo, a palavra de Deus ensina o seguinte: (1) o batismo no Espírito é para todos que professam sua fé em Cristo; que nasceram de novo, e, assim, receberam o Espírito Santo para neles habitar. (2) Um dos alvos principais de Cristo na sua missão terrena foi batizar seu povo no Espírito (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Ele ordenou os discípulos não começarem a testemunhar até que fossem batizados no Espírito Santo e revestidos do poder do alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8). (3) O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada [...]. (4) Ser batizado no Espírito significa experimentar a plenitude do Espírito (cf. At 1.5; 2.4). Este batismo teria lugar somente a partir do dia de Pentecostes (e.g. Lc 1.15,67). Lucas não emprega a expressão “batizados no Espírito Santo”. Este evento só ocorreria depois da ascensão de Cristo (At 1.2-5; Lc 24.49-51; Jo 16.7-14) (Araujo, 2014, p. 118–119).  
Os que receberam essa virtude no dia de Pentecostes começaram a falar sobre as maravilhas de Deus. Não era pregação, pois isso aconteceria mais tarde por meio de Pedro em seu sermão. Eles, porém, louvavam e engrandeciam a Deus por meio de línguas estranhas. Isso acontece quando um cristão está tão cheio de Deus que seu desejo é só adorar e louvar o nome do Senhor. Não importa o que esteja acontecendo, Deus é digno de louvor, glória, honra e majestade. Ele tem controle sobre a história e conecta os pontos dela realizando seus propósitos em tudo. Mesmo que nos chamem de embriagados ou loucos, como fizeram àquele grupo, o que importa mesmo é continuarmos exaltando nosso Deus. 
Agora, antes de sermos cheios do Espírito Santo, devemos reconhecer nosso vazio. Reunindo-se para a oração, em obediência, esses discípulos estavam fazendo exatamente isso. Eles reconheceram que não tinham os recursos em si para fazer o que podiam ou deveriam; tinham que confiar na obra de Deus. Quantas vezes também precisamos realizar algo para o Senhor e pensamos, em um primeiro momento, que temos certa “capacidade” para aquilo. Porém, em uma análise mais profunda, chegamos à conclusão de que não temos, de que somos carentes. É aí que devemos clamar para sermos capacitados por Deus com seu Espírito Santo. 
Às vezes, achamos que podemos ir na força em nossa inteligência, mas devemos relembrar a história de Zorobabel, quando Deus pede a ele para reconstruir o Templo de Jerusalém. Foi um tempo muito difícil na história da nação, quando havia muitos adversários que não queriam que Jerusalém e nem o Templo fossem reconstruídos. Deus, entretanto, encoraja Zorobabel com as seguintes palavras: “E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos” (Zc 4.6).
Sobre esse verso, o Dr. Russel Shedd comenta: “O Espírito Santo, controlando os homens, ultrapassa a força de um exército ou o poder de qualquer vulto para conseguir o verdadeiro plano de Deus na terra.”  É somente através do Espírito Santo de Deus que podemos realizar aquilo que Ele tem-nos proposto. 
Certa vez, o Patriarca de Constantinopla, Atenágoras I (1886–1972), disse estas palavras:
“Sem o Espírito Santo:
Deus fica distante da gente;
Cristo, perdido na História;
O Evangelho é letra morta;
A Igreja, apenas agremiação religiosa;
A autoridade, poder que se evita;
A pregação, propaganda da Igreja;
A oração, tarefa a cumprir;
A liturgia, ritual do passado; e
A moral, repressão.
Com o Espírito Santo:
Deus entra na vida do mundo, onde inicia o seu Reino;
Cristo, o Filho de Deus, se faz um de nós;
O Evangelho é o novo estilo de vida;
A Igreja, gente unida como as três Pessoas da Santíssima Trindade;
A autoridade, apoio e serviço;
A pregação, anúncio da novidade do Reino;
A oração, experiência de contato com Deus;
A liturgia, memorial que antecipa o futuro; e
A moral, ação que liberta.” 
Poder para Testemunhar
Em Atos 1.8, vemos claramente que a descida do Espírito Santo tem uma afirmação definida pelo Senhor: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”. O poder veio para testemunhar. O resultado natural de receber esse poder seria que eles iriam tornar-se testemunhas de Jesus em toda a terra.
Observe que isso realmente não é um comando; é uma simples declaração de fato: “Quando o Espírito Santo vier sobre você [...] você será testemunha de mim”. O verbo “ser” está no futuro do presente do indicativo, e não no imperativo. Jesus não estava ordenando a eles que se tornassem testemunhas; Ele estava declarando que eles seriam testemunhas.
Se quisermos ser testemunhas, precisamos ser cheios do Espírito Santo! Muito mais importante que o melhor curso de evangelismo é o enchimento do Espírito Santo! 
Em Isaías 43.10, temos o Senhor proclamando ao seu povo: “Vós sois as minhas testemunhas”. Uma seita nos dias de hoje afirma que este é o mandamento deles: Serem “testemunhas de Jeová”.
Infelizmente, seus seguidores falham em ver Isaías 43.10 no contexto de Atos 1.8; só somos verdadeiramente Testemunhas de Yahweh quando somos Testemunhas de Jesus.
Infelizmente, em diversos lugares, muitos buscam pelo poder de ser “cheios” do Espírito Santo, mas não tem o propósito firmado pelo Senhor de usar esse poder para evangelizar pessoas. Muitos ajuntamentos, eventos de grande porte, focam a busca do Espírito Santo, o que é muito bom, mas não se tornam testemunhas com esse fervor para levar a mensagem de Cristo das mais variadas formas. Será que todo o poder derramado em algum evento específico ficaria restrito ao dia do encerramento sem ter nisso uma continuidade? Jesus deixou claro que esse poder iria torná-los testemunhas. E isso fica claro no livro de Atos quando os discípulos, cheios do Espírito Santo, são impelidos a sair e evangelizar várias partes do mundo.
Cheios do Espírito Santo para Testemunhar em Diferentes Lugares 
Podemos imaginar as dificuldades que os discípulos teriam para evangelizar nesses lugares que Jesus descreveu. Essas localidades tinham tantas objeções características de seu contexto que os discípulos só conseguiriam obter êxito mediante a ação do Espírito Santo em suas vidas. 
Jerusalém
Essa foi a cidade onde Jesus foi executado sob a palavra de um grupo radical raivoso. Muitos judeus retratavam Jerusalém como o centro do mundo (certamente no sentido teológico). Foi à cidade de Jerusalém que vieram os magos do Oriente (Mt 2.1). Para ali foi levado o menino Jesus por seus pais “para o apresentarem ao Senhor” (Lc 2.22). E, de dentro de seus muros, Ele apareceu de novo quando tinha 12 anos (Lc 2.41-51). Os habitantes de Jerusalém foram atraídos pelo ministério de João Batista e foram ouvi-lo no deserto (Mt 3.5), mas resistiram ao ministério de Jesus (Lc 13.33,34). 
Jesus vai a Jerusalém na Páscoa e, de lá, expulsa do templo os vendilhões, cura um enfermo no dia de sábado junto ao tanque de Betesda, cura um cego de nascença, entre outros milagres. Sobre essa cidade no período da igreja, Buckland descreve:
Em Jerusalém permaneceu a crescente igreja por determinação de Jesus até à festa de Pentecostes (At 1.4; 2.1 a 36). A Igreja foi se desenvolvendo nesta cidade, sendo assinalado por milagres o ministério dos apóstolos (At 2 a 5). Foi em Jerusalém que Estevão foi martirizado (At 7.59); e quando a perseguição aumentou, ficaram os apóstolos na cidade santa (At 8.1,14; 12.1 a 19); e aqui, mais tarde, se reuniram para tratar da questão da circuncisão (At 15). Pela primeira vez aparece S. Paulo com o nome de Saulo, em Jerusalém (At 8.1); mas tinha ali estudado com Gamaliel (At 22.3). As suas visitas a Jerusalém acham-se mencionadas em At 9.26 a 28; 11.29,30; 15.2 a 6; 21.17 (v. Gl 2.1 a 7). Como os membros mais pobres da igreja de Jerusalém sofressem em resultado do flagelo da fome, foram socorridos pelos irmãos da Macedônia e Acaia (At 11.29,30; Rm 15.25,26; 1 Co 16.1 a 3). Em relação ao uso simbólico do nome Jerusalém, veja-se Gl 4.25,26; Hb 12.22; Ap 3.12; 32.2,10. 
Sabemos, no entanto, que Jerusalém resistiu ao ministério de Jesus. Os líderes religiosos, cegos espiritualmente, não aceitavam Jesus como o Messias prometido, pois aguardavam um grande libertador do povo da opressão romana. Certa vez, quando alguns fariseus foram falar com Jesus acerca de Herodes e o plano que o rei tinha de matá-lo, Ele refere-se a Jerusalém como o local onde se matam profetas e diz: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste?” (Lc 13.34). Todo esse sentimento ficou visível na vida daquele povo que preferiu livrar um criminoso como Barrabás e crucificar o Cristo (Mt 27.21). 
Judeia
Essa localidade também rejeitou seu ministério. A Judeia era a divisão meridional da Terra Santa e incluía Jerusalém como a capital (ver as notas em Mateus 2.22). Aquela parte da terra de Israel era distinta de Samaria e Galileia, e além do Jordão, onde igrejas deveriam ser plantadas, como depois elas foram (ver Atos 9.31).
Samaria 
Samaria era considerada um deserto de mestiços impuros. Jesus foi rejeitado pelos samaritanos quando passava por ali em direção a Jerusalém. Em Lucas 9.51-53, está escrito: “E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém. E mandou mensageiros diante da sua face; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada. Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém”.
Eles não podiam fazer reservas para Jesus e para quem estava viajando com Ele porque os samaritanos recusavam-se a ajudar. Por que eles rejeitaram-no? João 4.9 revela parte do motivo da rejeição. Esses samaritanos tinham um problema no coração. Os judeus odiavam os samaritanos pelo menos 200 anos antes de Jesus começar o seu ministério. O livro de João revela que os samaritanos e os judeus evitaram-se durante o tempo de Jesus.
A tarefa de evangelizar neste lugar não seria nada fácil, pois todo esse histórico de rivalidade e da não aceitação um do outro traria graves objeções à nova religião que acabara de nascer. 
Confins da Terra
Aqui, o desafio continuaria para realizar a missão, pois eles sairiam de sua terra de Israel e teriam que entrar em territórios estrangeiros, como, de fato, acontece no final do livro de Atos dos Apóstolos com Paulo em Roma (At 28). Quanto aos confins da terra, o teólogo Albert Barnes (1798–1870) expressa:
A palavra “terra” às vezes é tomada para denotar apenas a terra da Palestina. Mas aqui não parece haver necessidade de limitá-lo assim. Se Cristo tivesse pretendido isso, Ele teria mencionado a Galileia como sendo a única divisão remanescente do país. Mas como Ele expressamente os havia orientado a pregar o evangelho a todas as nações, a expressão aqui é claramente considerada como incluindo as terras dos gentios, assim como os judeus. A evidência de que eles fizeram isso é encontrada nas partes subsequentes deste livro e na História da Igreja. Foi assim que Jesus respondeu à sua pergunta. Embora Ele não lhes dissesse o tempo em que isso seria feito, nem afirmava que restauraria o reino a Israel, ainda assim lhes deu uma resposta que implicava que a obra deveria avançar — deveria avançar muito além da terra de Israel; e que eles teriam muito a fazer para promovê-lo. Todos os mandamentos de Deus e todas as suas comunicações são de modo a chamar a nossa energia e ensinam-nos que temos muito a fazer. As partes mais remotas da terra foram dadas ao Salvador (Sl 2.8), e a Igreja não deve descansar até que Ele tenha o direito de vir e reinar (Ez 21.27).6  
E a Igreja realmente se espalhou por toda a terra — porém não sem conflito. Até hoje, os desafios de proclamar a Palavra do Senhor em vários locais do mundo são reais. Países muçulmanos, fechados para o cristianismo, só conseguem ser alcançados por meio de ações específicas ou quando seu povo é forçado a sair — como tem acontecido nos últimos anos com o conflito da Síria, em que centenas de milhares precisaram sair de seus lares e encontrar um novo. Todavia, mesmo nesses locais de radicalismo islâmico, ou em outros fechados como a China, o Espírito Santo tem-se movido, e igrejas têm sido abertas lá, alcançando pessoas para Cristo. Jesus afirmou que o Espírito Santo faria de cada um de nós testemunha em qualquer parte do mundo, seja em um lugar com liberdade ou não. 
Que Poder de Deus É esse?
O ser humano sempre foi seduzido pelo poder. Damos muito valor a quem tem poder — seja no campo financeiro, político, militar ou intelectual. Na história da humanidade, temos conquistado praticamente tudo nesse planeta mostrando que o homem tem esse poder de descobrir, criar e reordenar as coisas. Desde o domínio sobre a vida selvagem até as tentativas de conquistar o espaço, o poder tem sido algo viciante para o homem. Mas qual foi esse poder que Jesus estava falando que receberíamos com a descida do Espírito Santo? Vejamos: 
1. Não é poder físico. Não como aquele que Sansão possuía quando carregou sobre suas costas os portões de Gaza ou quando matou filisteus sobre montões com a mandíbula de um jumento. Não tem nada a ver com ossos, músculos e tendões. Os homens esquecem-se disso às vezes. Eles pensaram uma vez que poderiam resistir à propagação do evangelho por meios físicos. Por outro lado, a força nunca foi e nunca será impedimento de o evangelho ser espalhado. 
2. Não era poder do intelecto. Os discípulos tinham que converter almas a Cristo, e o mero poder lógico/racional não conseguiria realizar isso. É realmente admirável a capacidade intelectual e de persuasão que algumas pessoas possuem. Devemos buscar conhecimento e sabedoria. Porém, Paulo mesmo afirmou: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4). 
3. Nem foi o poder da eloquência, embora isso não deva ser desprezado. Sim! Existe um tremendo poder nas palavras. Elas respiram, queimam, voam pelo mundo carregado de fogo e força elétrica; mas há uma coisa que elas não podem fazer: regenerar uma alma. Você pode eletrificar um cadáver e, ao colocá-lo em contato com uma bateria, você pode fazê-lo imitar os vivos; mas, afinal, isso será apenas aparência, e não a realidade da vida. Só o Espírito Santo pode trazer vida. 
4. Foi o poder espiritual — o poder do Espírito Santo. “Podemos fazer todas as coisas por meio de Cristo, que nos fortalece”. Em outras palavras, era o poder de uma união viva com um Deus vivo. Essa promessa de Cristo é tanto nossa quanto foi dos apóstolos. Ela foi cumprida, mas não esgotada. Existe uma diferença essencial entre as duas coisas. O teólogo Joseph S. Exell expressa assim:
Um selo postal usado uma vez não pode mais ser usado; mas não é assim com uma “cédula”. A nota pode estar velha e rasgada, manchada e suja; pode ter sido cortada ao meio e colada novamente. Isso não importa; quem a detém pode apresentá-la e exigir seu equivalente em ouro. Assim é com uma promessa divina. Ela pode passar de lábio para lábio e de geração a geração e ser cumprida mil vezes; ainda assim, você pode apresentá-la e suplicar diante de Deus na certeza do sucesso dele. A luz do sol pode falhar, as águas do oceano podem secar, mas as riquezas da plenitude de Cristo são as mesmas ontem, hoje e para sempre. E precisamos desse poder prometido tanto quanto os apóstolos. Nada mais pode fornecer seu lugar.7 
Foi nesse poder que se apoiava Paulo, pois ele sabia que nossas armas carnais não são suficientes para derrubar fortalezas espirituais, mas usamos as armas espirituais no poder do Espírito Santo. Ele tem a capacidade de destruir fortalezas, bem como tudo o que se levanta contra o conhecimento de Deus.  
*Adquira o livro do trimestre. PESCH, Henrique. Poder Cura e Salvação: O Espírito Santo Agindo na Igreja em Atos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 SPURGEON, C. H. The complete Works of C. H. Surgeon. Volume 30, sermons 1757–1815.
2 MENZIES, Robert. P. Pentecostes. Essa história é a nossa história. 2016, p. 61. 
3 SHEDD, 1997, p. 1309.
4 AQUINO, 2011, p. 25.
5 BUCKLAND, 1981, p. 216.
6 BARNES, 1870.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

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