quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - A Bíblia e a Ciência - Adolescentes.

Lição 7 - A Bíblia e a Ciência 

4º Trimestre de 2019
ESBOÇO DA LIÇÃO
A BÍBLIA REVELA O CRIADOR
A CIÊNCIA DESTACA A CRIAÇÃO
A BÍBLIA NÃO É UM LIVRO CIENTÍFICO, MAS DE FÉ
OBJETIVOS
Conscientizar os alunos de que a Bíblia é a Palavra de Deus;
Mostrar que não há incompatibilidade entre fé e ciência;
Explicar a importância de se manter a fé em uma época de tantos questionamentos.
FÉ E RAZÃO
César Moisés Carvalho
Quando em 14 de setembro de 1998 o então papa João Paulo II publicou sua 12ª Encíclica ― Fides et Ratio ― que, devido a temática abordada, causou frisson no mundo inteiro, a impressão que se teve é que a fé e, consequentemente, a religião, inimigas da razão, quisessem agora manter uma harmonia impossível. É como se elas fossem água e óleo, não tendo o que dizer uma à outra, devendo manter-se cada uma em seu próprio campo de atuação. A igreja ― leia-se o catolicismo ― através de seu pontífice maior também já havia reconhecido, inclusive formalmente, em 1992 o erro cometido no caso Galileu. Evidentemente que vozes mais “conservadoras” do catolicismo afirmam que, na verdade, o erro foi justamente o pedido de desculpas pelo falecido papa. Porém, o fato é que essa atitude serviu como uma forma de comemoração para os racionalistas que acreditam que o reconhecimento do equívoco demonstra o ilogismo que há em a ciência ser subordinada à religião. 
Não questiono a inegável verdade de que não há lógica em a ciência ser restringida por assuntos de “fé” ( aqui no sentido denominacional) desta ou daquela religião, porém, não acredito que seja interessante para a ciência uma “autonomia absoluta” (o que, particularmente, não acredito que exista) como se esse tipo de concessão pudesse torná-la mais produtiva e interessante. Recentemente, André Petry escreveu na revista Veja (Edição 2163, n.18) que a tecnologia [ciência] é moralmente neutra. No melhor estilo positivista, disse isso como se não houvesse pressupostos e premissas que fundamentam a elaboração de qualquer tecnologia. É como se alguém pudesse produzir qualquer tipo de conhecimento em um vácuo, em uma bolha atemporal que não sofre influência e nem influencia (Deixo claro que isso vale também para a teologia). Sua afirmação fez-me lembrar do que li na ficção O Diálogo, de Peter Kreeft. Na narrativa, interagem C. S. Lewis, Aldous Huxley e o presidente norte-americano, John Kennedy, todos falecidos no dia 22 de novembro de 1963, com espaços de apenas poucas horas. Quando Kennedy interpela C. S. Lewis com a objeção: “― Cálculos não mentem”. O professor de Oxford prontamente lhe replica: “― Mentirosos calculam”. Se não se pode confundir ato com agente, não é possível conceber o ato ― mesmo que este tenha sido involuntário ― sem um agente.
Na questão da ciência, todos os seus resultados ― indistintamente ― são frutos de atitudes voluntárias, pensadas, refletidas e com um propósito muito claro. Salvo raríssimas exceções (como, por exemplo, no caso da “invenção” do telefone por Alexander Graham Bell), nenhuma tecnologia é produzida por acidente ou visando uma massificação inicial, de forma que todos tenham acesso ao invento. Pensar assim é ingenuidade. Alinho-me com Petry no fato de que a demonização da tecnologia é uma inutilidade, mas não posso me esquecer que ela é sempre produto de uma visão de mundo. Mesmo que o resultado final seja objetivo, tangível e lógico, o grande e grave problema é quando há uma negação acrítica de que as premissas, os pressupostos e as motivações que levaram os seus criadores a pensá-la, não possuem a mesma objetividade e concretude do seu resultado. Isso implica em afirmar que não existe autonomia, mas as ideias são geradas dentro de um continuum social: você influencia e sofre influências. E mais, quanto menos consciente disso, mais refém a pessoa torna-se de seus pressupostos e ideologias. Consequentemente ela será mais intolerante, discriminadora e unilateral, pois partirá do princípio que todo mundo deve pensar igual a ela. Por isso, dizer que a ciência atual (com sua busca desenfreada por produção tecnológica de consumo de massa) visa apenas “melhorar” a vida das pessoas é um simplismo inconsequente. Qualquer um sabe que a volúpia tecnológica é inspirada pelo capitalismo dos países de Primeiro Mundo. Nem bem saiu um computador ou celular, dezenas de outros já estão a caminho, instilando o consumismo de milhões que acreditam que estarão adquirindo o melhor, quando na realidade, ao chegar ao Terceiro Mundo, os aparelhos já estarão obsoletos!
Mas, voltando à tendência e à postura dicotômica que insistem em manter fé e razão (ou ciência e religião) separadas, questiono: Será que tal postura reflete a verdadeira relação entre esses dois campos da realidade? É sabido, como diz Afonso Soares e João Décio, em Teologia e Ciência, que a “história testemunha [...] momentos de integração, ruptura e diálogo” entre elas, isto é, fé/razão ou ciência/religião, geralmente experimentam essa dialética constante que mostra-se recorrente no processo histórico. Por isso, acredito que a grande pergunta mesmo é se existe ao menos possibilidade de separá-las! É claro que nesse sentido existe diferença entre o tipo de “fé” que aqui está agora sendo discutida e que entendo ser impossível separá-la da ciência. Contudo, isso não a torna menos improvável que a fé religiosa, mas apenas diferente. Thomas Kuhn disserta em seu clássico A Estrutura das Revoluções Científicas, que quando um cientista desenvolve uma pesquisa partindo de um paradigma que ele tem como certo, “não tem mais necessidade, nos seus trabalhos mais importantes, de tentar construir seu campo de estudo começando pelos primeiros princípios e justificando o uso de cada conceito introduzido” (p.40). Dessa forma, mesmo que o paradigma fundante não seja um fato, mas uma crença filosófica ou um arcabouço teórico, ele fundamentará toda a sua produção científica sobre tal premissa e sua atividade será desempenhada sem nenhuma reflexão crítica a respeito do assunto, pois o cientista a tem ― aprioristicamente ― como verdade.
A cultura brasileira tem o costume de “romantizar” a história e não conhecer os fatos com mais profundidade antes de abraçá-los. Essa postura é fruto de um processo civilizatório que coloca viseiras na sociedade, condicionando-a à polarização. De um lado estão as pessoas inocentes que acreditam que são miseráveis “porque Deus quer que assim seja”, e do outro, as que acreditam que adquirindo e consumindo mais e mais, obterão felicidade. Quanto à parcela infinitesimal que consegue tudo que é lançado, cedo descobre que essas coisas não produzem felicidade, e que é preciso preservar a natureza e assim não destruir o planeta. As parafernálias tecnológicas não podem ser um fim em si mesmas, mas também não podem ser um “meio”, visto que não proporcionam as melhores condições para qualquer um fim. Quando Petry disse que o “pensamento religioso, traduzido na ideia de que somos criaturas divinamente concebidas, tende a turvar a percepção de que nossa condição natural é miserável”, pois a vida do homem primitivo era muito difícil e que a “tecnologia nos retirou dessa miséria”, esqueceu de dizer que a tecnologia não nos tornou mais humanos, mais próximos e relacionais. Aliás, se se quisesse mesmo discutir o que a tecnologia causou à humanidade, comparando-a ao papel que a religião desempenhou, basta olhar para o depoimento do historiador francês Fustel de Coulanges, em sua obra A Cidade Antiga, quando diz que o “que uniu os membros da família antiga foi algo de mais poderoso do que o nascimento: o sentimento ou a força física”, e que é justamente “na religião do lar e dos antepassados [que] se encontra esse poder”, não significa que a “religião criou a família, mas seguramente foi a religião que lhe deu as sua regras”, por isso recebeu “a família antiga constituição muito diferente da que teria se os sentimentos naturais dos homens tivessem sido os seus únicos causadores” (pp.36-7). 
Mesmo sendo uma expressão religiosa totalmente estranha ao cristianismo, seu poder de catalisação ainda é infinitamente maior, em termos de fortalecimento familiar, que qualquer hardware com seus softwares mais sofisticados. Assim, ao absolver a tecnologia do seu mau uso, Petry esqueceu que o mesmo é verdade em relação à religião. Ela pode servir para bons e maus propósitos. O próprio fato de a humanidade ter feito tanto progresso em relação à tecnologia, mas paradoxalmente, não deixar de buscar um sentido para a vida em algo que transcende sua existência física e material, demonstra que se ela não pode avançar e evoluir sem tecnologia, tampouco o fará sem a devida valorização de sua essência e da busca por respostas que extrapolam os limites do que a ciência pode lhe oferecer. Se existe a boa tecnologia, resultante da boa ciência, existe também a piedade, o amor, o humanitarismo, a voluntariedade, o altruísmo e a solidariedade, frutos de uma vida cristã condizente com os valores ensinados no cristianismo.    
Texto extraído do site CPADNEWS, disponível em: <http://www.cpadnews.com.br/blog/cesarmoises/fe-e-razao/7/fe-e-razao.html>
Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do Setor de Educação Cristã da CPAD 

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - A Segunda Vinda de Cristo – a Manifestação Gloriosa - Juvenis.

Lição 7 - A Segunda Vinda de Cristo – a Manifestação Gloriosa 

4º Trimestre de 2019
“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap 1.7).
OBJETIVOSApontar o caráter visível da Segunda Vinda Gloriosa de Jesus;
Mostrar o aspecto glorioso e poderoso dessa vinda;
Explicar os propósitos de sua vinda.
ESBOÇO DA LIÇÃO1. NA OCASIÃO DE SUA VINDA JESUS SERÁ VISTO POR TODOS
2. JESUS VOLTARÁ COM GRANDE GLÓRIA E PODER
3. JESUS PRENDERÁ SATANÁS
4. PROPÓSITOS DE SUA VINDA
Querido (a) professor (a), dando continuidade ao tema deste trimestre, que apesar de muito interessante, requer uma didática especial para o seu público juvenil, na próxima aula vamos abordar a maravilhosa expectativa da “Segunda Vinda de Cristo e sua Manifestação Gloriosa”.
Como dissemos no início, dentro do que lhe for possível, utilize seu tempo livre dando preferência a livros; artigos; filmes; documentários; e pregações que foquem neste tema complexo, profundo e maravilhoso. 
Certamente, todos esses recursos lhe auxiliarão na dinâmica em classe, despertando o interesse de sua turma, sanando possíveis dúvidas e indicando-os também alguns materiais de credibilidade para que possam estender sua pesquisa extraclasse.
Para esta próxima aula, além de todos os demais conteúdos presentes em sua revista, lhes deixamos abaixo, como subsídio extra, trecho de um artigo sobre o tema de autoria do doutor em Teologia Sistemática, mestre em Teologia do Novo Testamento e presidente do Conselho de Educação e Cultura da CGADB, pastor Douglas Baptista.
O retorno de Cristo e o reino milenar
1. O retorno de Cristo está sobejamente registrado nas Escrituras. No entanto, os intérpretes discordam entre si acerca das doutrinas do “quiliasmo” – uma expressão grega que designa “mil” e que se refere ao Milênio. A discussão gira em torno do tempo da vinda de Cristo para instalar o reino milenar. Atualmente existem quatro escolas diferentes para abordagem da segunda vinda de Cristo em relação ao milênio.
1.1. Posição não-literal. Esta escola nega que haverá um retorno literal. Para eles, Cristo não retornará corporalmente ou visível. Ensinam que o segundo advento aconteceu com a destruição de Jerusalém, ou no dia do Pentecostes, ou ainda, na morte ou conversão do crente.
1.2. Posição Pós-milenarista. Para esta escola, o retorno de Cristo será literal, mas acontecerá somente após o milênio na terra. Seus adeptos ensinam que o mundo todo será alcançado e se converterá pela pregação do Evangelho antes da segunda vinda de Cristo a terra.
1.3. Posição amilenarista. Esta escola nega que haverá um reino milenar literal na terra. Para eles, Satanás já foi aprisionado na primeira vez que Cristo veio. Ensinam que na presente era, entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, as profecias acerca do milênio já estão espiritualmente sendo cumpridas.
1.4. Posição Pré-milenarista. Para esta escola, o retorno de Cristo será literal e corporalmente, e, acontecerá antes do início do milênio na terra. Os que professam esta posição acreditam que após o retorno de Cristo, será instituído a era milenar e Cristo literalmente reinará na terra por mil anos.         
2. Acerca destas posições convém esclarecer que a posição não-literal coloca em descrédito as inúmeras profecias que anunciam uma segunda vinda de Cristo. A posição pré-milenarista está presente nos escritos apostólicos do Novo Testamento. Dos chamados pais da Igreja, Clemente de Roma (40-100 d.C), Inácio, bispo de Antioquia (50-115 d.C), Policarpo, bispo de Esmirna (70 e 167 d.C); Justino Mártir (100-165 d.C), Ireneu (130-202 d.C) e Tertuliano (160-220 d.C) dentre outros eram pré-milenaristas. Porém a escola pré-milenarista passou a ser contestada a partir do III século, tendo Orígenes (185 – 254 d.C) como seu principal expoente, pois o sentido literal das Escrituras passou a ser substituído pela alegorização em busca de um suposto sentido secreto. Em seguida Agostinho de Hipona (354-430 d.C) começou a ensinar o amilenarismo, defendendo que o milênio ocorreria no período entre os dois adventos. Esta posição perdurour até a Reforma Protestante. No período pós-reforma ressurgiu a posição pré-amilenarista, sendo contestada com o surgimento do pós-milenarismo que exerceu grande influência até fins da 2ª Guerra Mundial (1945), e que praticamente tem desaparecido dos atuais debates teológicos. Em nossa época temos visto o ressurgimento do amilenarismo, mas, também e ainda em maior escala o ressurgimento do pré-milenarismo da Igreja primitiva:
Desse modo, a pesquisa histórica revela que a interpretação pré-milenarista, unanimemente defendida pela Igreja primitiva, foi suplantada mediante a influência do método de alegorização de Orígenes e pelo amilenarismo agostiniano, que se tornou o ponto de vista da igreja romana e continuou a dominar até a Reforma Protestante, por ocasião da qual o retorno ao método literal de interpretação restaurou a interpretação pré-milenarista. Essa interpretação foi desafiada pelo surgimento do pós-milenarismo, que começou a tomar forma... e, continuou até seu declínio após a Segunda Guerra Mundial. Esse declínio promoveu a ascensão do amilenarismo, que agora compete com o pré-milenarismo como método de interpretação da questão quiliástica. (Pentecost, 1998, p. 403)
3. O posicionamento da teologia pentecostal adotada pelas Assembleias de Deus no Brasil segue o método de interpretação literal conforme a fé praticada na Igreja primitiva. Nossa Declaração de Fé ratifica a posição pré-milenarista:
O Milênio é o Reino de Cristo com duração de mil anos que terá início por ocasião da vinda de Cristo em glória com os seus santos. Todos os que estiverem vivos na terra após esses acontecimentos serão submetidos ao governo de Jesus Cristo. Nesse período, Satanás estará aprisionado no abismo. Isso significa que a sua ação destruidora na terra será neutralizada e, assim, será iniciada uma nova ordem. (SOARES, 2017, p. 189).
4. Esta postura da teologia pentecostal professa que o retorno de Cristo se dará em duas fazes distintas e está em consonância como artigo de fé número 13 do credo menor assembleiano, que afirma: “Cremos na segunda vinda de Cristo, em duas fases distintas: a primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16, 17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14)”.

Pense nisso!
Douglas Roberto de Almeida Baptista
Referências Bibliográficas
SOARES, Esequias (Org). Declaração de Fé a das Assembleias de Deus. Rio: CPAD, 2017.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. São Paul: Editora Vida. 1964.
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - A Conversão de Saulo - Jovens.

Lição 7 - A Conversão de Saulo 

4º Trimestre de 2019
Introdução
I- Um encontro inesperado no caminho;
II-A visita de Ananias;
III-Um novo tempo de Deus para Saulo.
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Explicar como se deu o encontro inesperado de Saulo com Jesus;
Analisar a importância de Ananias no episódio da conversão de Saulo;
Conscientizar de que é Deus quem muda nossos planos e que devemos buscar a sua vontade.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.
Quando pensamos em Paulo, logo nos vem à mente o grande apóstolo dos gentios, escritor de praticamente metade do Novo Testamento com 13 epístolas, o grande decodificador do cristianismo, o maior teólogo que já existiu, etc. Sua vida e escritos deixaram-nos um legado de valor inestimável, pois o Cânon sagrado foi reconhecidamente oficializado como Palavra Inspirada de Deus. John Oswald Sanders (1902–1992) descreve-o assim: 
Ele tem sido nomeado como o cristão mais bem-sucedido do mundo, e sua carreira tem sido considerada a mais surpreendente na história mundial. Talvez nenhum outro tenha alcançado as mesmas alturas em tantas habilidades. Sua versatilidade era tanta em retrospecto que parece que ele possuía quase todos os dons. Mas, apesar do maravilhoso histórico de Paulo, em seus escritos ele consegue estabelecer conexão com o crente mais humilde como com o filósofo erudito. Um paralelo dos dias atuais com o apóstolo, tem sido sugerido, seria um homem que pudesse falar chinês citando Confúcio, que pudesse escrever boa teologia em inglês e expô-la em Oxford e que pudesse defender sua causa em russo perante a Academia de Ciências Soviéticas.1 
Com tantas qualidades, é difícil imaginar como um homem que foi usado de maneira ímpar nas mãos do Senhor tenha sido um feroz perseguidor da Igreja. No capítulo anterior, foi discorrido sobre o martírio de Estêvão. O primeiro versículo do capítulo 8 de Atos diz que Saulo consentia na morte do diácono. Alguns até alegam que Saulo era aquele que ficava bradando os pecados de Estêvão pelo caminho enquanto este era apedrejado. 
O capítulo 9 inicia dizendo que Saulo respirava “ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor”. Uma pessoa que respira ameaças e mortes é alguém que está obcecado em perseguição e violência. Paulo possuía um ódio aterrorizante contra a “seita” nova que surgira. Como judeu zeloso, porém ignorante sobre as coisas de Deus, ele achava que estava fazendo a coisa certa em estrangular aquele movimento de cristãos, usando de todas as formas possíveis. 
Ele pediu cartas ao sumo sacerdote (Caifás) para ir às sinagogas de Damasco para que, caso achasse cristãos por lá, prendesse-os e levasse-os a Jerusalém. Essas “cartas de autorização do Sinédrio eram válidas entre os judeus por toda a extensão do império romano”.2 
Um Judeu Zeloso
Saulo estava empenhado em perseguir os cristãos e, mesmo depois de tornar-se um, lembrou-se de seus dias como perseguidor. Em Filipenses 3, ele faz menção a essa formação sua, dizendo: 
Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu, segundo o zelo, perseguidor da igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível (Fl 3.5,6). 
Em Gálatas 1.13, Paulo acrescenta mais sobre seu histórico:
Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava. E, na minha nação, excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais (Gl 1.13,14). 
Como era Saulo? Um livro apócrifo muito antigo, datado do final do primeiro século, descreve Paulo assim: “Um homem de estatura moderada, cabelos crespos, pernas tortas, olhos azuis, grandes sobrancelhas e nariz comprido, às vezes parecendo um homem, às vezes como um anjo” (Citado por Gaebelein)3.  Sobre seu nascimento e família, Buckland comenta:
O nascimento e família do futuro apóstolo habilitaram-no a chamar-se a si próprio “hebreu de hebreus”. Era de puro sangue judaico, da tribo de Benjamim (Rm 11.1; Fp 3.5); e nasceu em Tarso, na Cilícia (At 9.11; 21.39; 22.3), pelo ano 2 antes de Cristo, quando estava no seu auge o poder do imperador romano César Augusto. A sua educação foi caracteristicamente judaica. Quando rapaz, foi mandado para Jerusalém a fim de ser instruído por Gamaliel “segundo a exatidão da lei de nossos antepassados”, dizia ele (At 22.3). Tanto Gamaliel como a própria família de Paulo pertenciam à seita dos fariseus. Do seu mestre, pois, era natural que Paulo obtivesse um firme conhecimento da doutrina da ressurreição (At 23.6; 26.5; Fp 3.5). Com Gamaliel aprendeu ele, também, aquelas estreitas doutrinas do farisaísmo, “sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais (Gl 1.14). Além disso, sabia Paulo a arte de fazer tendas (At 20.34; 1 Ts 2.9).4  
Paulo era, de fato, muito zeloso com a sua religião — um traço que também seria muito importante quando se convertesse ao cristianismo. Ele, contudo, não tinha ideia de que Deus já tinha um plano completamente diferente para a sua vida. Luiz Vaz de Camões (1524–1580), o grande poeta português, expressou: “Ocultos os juízos de Deus são”. Realmente, o Senhor tem seus caminhos e Ele faz com que sejam revelados mostrando sua soberania e amor para conosco. 
Um Encontro Inesperado
Quando, na época, Saulo estava próximo de Damasco, capital da Síria, uma luz do céu brilhou em seu redor subitamente. Essa luz fez com que ele caísse por terra. Aí, ele ouviu uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Imagine você o susto que Saulo levou. Foi uma luz e uma voz que o atingiram. Se Saulo, porventura, perdesse sua audição, não se esqueceria da luz; se perdesse sua visão, não se esqueceria da voz! E isso aconteceu de fato, pois nos diz o relato bíblico que ele ficou três dias sem ver, porém certamente se lembrava da voz. 
Nunca Saulo podia imaginar que ele teria esse tipo de encontro naquele caminho. Ele, no entanto, era vaso escolhido de Deus para levar o nome de Cristo “diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel” (At 9.15). Ele teve um encontro com o Senhor e ouviu a sua voz. Essa grande visão tornou-se o grande ponto de virada de sua vida. Ele recebeu perfeito conhecimento e certeza de que o rejeitado Jesus de Nazaré é o Filho de Deus. O grande evento foi profético. Será repetido em uma escala maior quando o Senhor Jesus vier novamente e o remanescente de Israel vê-lo nas nuvens do Céu. Arno C. Gaebelin (1861–1945) comenta sobre a conversão de Paulo:
O nono capítulo não contém o registro completo do que aconteceu no caminho para Damasco. O próprio apóstolo Paulo relata duas vezes sua própria experiência no capítulo 22.5-16 e no capítulo 26.12-18. Ele também menciona sua conversão brevemente em 1 Coríntios 15.8; Gálatas 1.15-16 e 1 Timóteo 1.12-13. Os três relatos da conversão de Saulo não são sem significado. Aquele que está diante de nós no nono capítulo é o mais breve, e é simplesmente o relato histórico do evento, como deveria ser incorporado no Livro de Atos, como história. O relato no vigésimo segundo capítulo foi dado por Paulo na língua hebraica; é a declaração mais longa e foi dirigida aos judeus. O relato no vigésimo sexto capítulo foi dado na presença do governador romano Festo e do rei judeu Agripa, portanto endereçado a judeus e gentios. Mas não há discrepâncias e discordâncias nesses três relatos? Tal tem sido a reivindicação do lado dos homens que rejeitam a inspiração da Bíblia. Existem diferenças, mas não há desentendimentos. Essas diferenças em si são as evidências da inspiração. As diferenças, no entanto, são simplesmente da maneira como os fatos do evento são apresentados.5 
A questão é que aquele encontro derrubou Saulo em todos os sentidos: física, emocional e espiritualmente. Foi uma reviravolta e tanto na vida daquele homem. Nem todos têm um encontro assim com Cristo, mas Ele age da forma que quer, e ninguém pode impedi-lo (Is 43.13). 
Perseguindo quem?
As primeiras palavras de Jesus para Saulo foram em forma de pergunta: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. É interessante observar que, nessa pergunta, Jesus não questiona o fato de Saulo estar perseguindo os cristãos — o que realmente estava acontecendo. Saulo era um feroz perseguidor da Igreja. Jesus, porém, coloca-se no lugar dela. Ele estava dizendo: “Quando você persegue a Igreja, você está perseguindo a mim, Saulo”.
Isso é algo simplesmente maravilhoso: saber que todas as vezes que um cristão é perseguido, é o próprio Jesus que assume ser perseguido. Podemos encontrar consolo nesse questionamento do Senhor a Saulo quando somos, de alguma forma, perseguidos, injustiçados, zombados — não estão fazendo simplesmente para nós, mas nosso Jesus toma essas dores para si. O profeta Isaías já havia prenunciado este sofrimento que o Mestre iria trazer sobre Ele quando diz: 
Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados (Is 53.4,5).
Jesus tem uma união sobrenatural com a Igreja. Paulo, mais tarde, considera essa união como um mistério, pois o amor de Cristo para com esse povo foi tão intenso que Ele deu a sua própria vida por ela (Ef 5.25). Isso também nos traz uma grande lição de como devemos considerar e tratar a noiva de Cristo. Há alguns pregadores que, quando assumem o púlpito, começam a simplesmente “bater” na igreja como se ela fosse um público qualquer, que pode ser confrontada de qualquer maneira. Obviamente que a advertência e o confronto são, sim, parte da Palavra de Deus para conosco. Deus corrige a quem Ele ama (Hb 12.6). Todavia, precisamos ter muito temor com o povo escolhido de Deus, que foi lavado pelo sangue de Jesus e comprado por alto preço. Deveríamos sempre ter zelo, amor e responsabilidade quando realizarmos qualquer atividade dentro da igreja. Não devemos ficar preocupados quando as perseguições vierem ou, então, se estamos precisando desesperadamente de auxílio humano ou de políticos em nossa defesa, porque a Igreja tem um grande advogado — seu nome é Jesus, o dono dela por excelência.
De “Mandão para Mandado”
Saulo era aquele que ditava as ordens e fazia o que queria. Ele perseguia os cristãos e violentava-os, além de ser orgulhoso, cheio de si e achar que nada poderia impedir os seus propósitos. No entanto, mal sabia ele que tudo iria mudar naquele caminho. A partir daquele encontro miraculoso com Cristo, quem recebia as ordens, agora, era ele. O Senhor Jesus, então, ordena Saulo levantar-se e ir a Damasco, pois lá ele iria saber o que deveria ser feito. E não há muita explicação sobre o assunto: ele apenas deveria ir a Damasco. 
Logo que se levanta, Saulo precisou ser guiado pela mão até o lugar designado, pois não podia ver. Em Damasco, diz o relato bíblico, ele ficou orando (v. 11). Que mudança tremenda aconteceu neste homem. De rude, cruel, arrogante, a uma pessoa dependente, ouvinte e que buscava a presença de Deus. Só mesmo um encontro verdadeiro com Cristo pode transformar o mais vil pecador em um vaso de honra que glorifica o nome do Senhor. Mais para o final de seu ministério, Paulo relata essa experiência, bem como seu significado ao jovem obreiro Timóteo:
E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus, Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério, a mim, que, dantes, fui blasfemo, e perseguidor, e opressor; mas alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade. E a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Jesus Cristo. Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por isso, alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna. Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém!6 
E o Senhor continua transformando pessoas ao redor do mundo através do evangelho, que é “o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). 
Um Discípulo Chamado Ananias
Há três pessoas em Atos dos Apóstolos chamadas Ananias: (1) O marido de Safira (At 5.1); (2) Um discípulo de Jesus Cristo (9.10); e (3) Um sumo sacerdote (23.2). O nome significa “Jeová é gracioso”. Jesus permitira que seu discípulo vivesse a verdade do seu nome e demonstrasse graça surpreendente a Saulo. Uma vez que o Ananias em análise é um discípulo, significa que ele é um “aprendiz” e, neste contexto, é um seguidor de Jesus, um crente, um cristão. Adam Clarke (1760–1832) comenta:
Uma opinião geral prevaleceu na Igreja Grega de que este Ananias era um dos setenta e dois discípulos e que ele foi martirizado; e eles celebram seu martírio no dia primeiro de outubro. Afirmou-se ainda que sua casa foi transformada em uma igreja, que permanece até os dias atuais, embora agora ocupada como uma mesquita turca; mas até mesmo os maometanos têm a tradição e tratam sua memória com grande respeito. Seja como for, de acordo com Atos 22.12, aprendemos, o que é mais importante, que ele era um homem devoto de acordo com a lei, tendo um bom relatório de todos os judeus que moravam lá.7 
Mas por que Ananias? Ele era um cristão proeminente? Não temos razão para acreditar. Deus precisou usar um agente humano nesse trabalho? Na verdade, não. Deus usou Ananias porque Ele gosta de usar pessoas, e Ananias era um servo voluntário.
Ananias era um homem comum — não um apóstolo, um profeta, um pastor, um evangelista, um ancião ou um diácono. Deus, no entanto, usou-o especialmente por ele ser um homem comum. Se um apóstolo ou uma pessoa proeminente tivesse ministrado a Paulo, as pessoas poderiam dizer que Paulo recebeu seu evangelho de um homem em vez de Jesus. Da mesma forma, Deus precisa usar o homem comum — há um trabalho especial a fazer para aqueles que se acham comuns. Se você, jovem, acha que é alguém comum, então pode ter certeza de que Deus quer usar sua vida para grandes propósitos! 
A Desconfiança
Mesmo recebendo uma ordem do próprio Deus para ir até onde Saulo estava, Ananias ficou desconfiado e receoso. Era para ele ir à rua chamada Direita e, na casa de Judas, procurar por Saulo e impor-lhe as mãos para que este recuperasse a vista. Ananias, entretanto, logo questiona ao Senhor acerca dessa responsabilidade colocada sobre seus ombros, argumentando que já ouvira falar da fama de Saulo e de todos os males que ele fazia. 
Não é razoável apenas julgarmos o questionamento de Ananias, pois, provavelmente, qualquer um de nós faria o mesmo. Ele ainda não estava a par de todo o plano que Deus tinha com Saulo. Perceba: Ananias não estava fugindo da missão que fora dada a ele, mas apenas sendo cauteloso sobre como seria esse encontro. 
Semelhantemente à atitude de Ananias, muitos agem com desconfiança em relação a pessoas com quem Deus está trabalhando. Embora isso seja natural de alguma forma, assim como foi com Ananias, não podemos deixar de cuidar de alguém que Deus colocou em nossa vida apenas pelo fato de ela ainda não estar pronta. Se estivesse, não teríamos a necessidade de cuidarmos dela. E o Senhor quer usar cada um de nós como canal para restabelecer pessoas que a sociedade — e até muitos dentro da igreja — não consideram e não acreditam, mas que Deus pode levantá-las com poder e autoridade. Isso se torna não apenas uma responsabilidade, como também um privilégio. 
Nova Vida
O plano de Saulo era ir até Damasco e prender crentes. O plano de Deus era “transformar” Saulo em Paulo e fazê-lo um pastor de crentes. Saulo queria violentar os crentes, mas Deus fez dele um sofredor pelos crentes. Saulo queria massacrar o novo movimento, mas Deus transformou-o no maior defensor do movimento. É simplesmente impressionante o que o Senhor Jesus pode fazer na vida de uma pessoa mediante um encontro real com Ele. O chamado que o Senhor tinha para com Saulo foi tremendo. John Oswald Sanders comenta:
Na estrada de Damasco, o Senhor apresentou duas coisas únicas a Paulo concernentes ao seu serviço missionário: 1) que seu ministério seria a terras distantes; 2) seria principalmente para os gentios (At 22.21). Desde que Jesus foi enviado em primeiro lugar para as ovelhas perdidas da casa de Israel (Mateus 10.6), ele teve que deixar a evangelização dos gentios para seus seguidores, cuja liderança estava com Paulo. O caráter universal do evangelho foi apreendido pelos apóstolos apenas lentamente. Um passo significativo nessa direção foi dado quando Pedro venceu sua estreita intolerância, indo à casa de Cornélio, um centurião romano (Atos 10.9-48). Mas os eventos subsequentes na Galácia provaram que o preconceito não foi totalmente dissipado. A conversão dos gentios em escala mundial exigiu alguém com uma mente mais ampla e um coração maior do que o de Pedro. Em Paulo, o Espírito Santo encontrou um instrumento de grande coração e preparo único. Mas foi somente através de um processo gradual que Paulo entendeu todas as implicações de seu chamado (Atos 13.46; 18.6; 22.19-21).8 
E é graças a essa nova vida de Paulo que podemos experimentar e sermos transformados pelos escritos do apóstolo dos gentios, além de podermos também fazer grande diferença nas pessoas através da nova vida que temos em Cristo. Quando o Espírito Santo toma conta de nosso ser, guiando nossa mente e ações, muitas coisas são realizadas para o Reino de Deus. Isso exige a apreensão do que está escrito em Hebreus: 
Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé [...] (Hb 12.1,2). 
E os Olhos São Abertos
O texto bíblico diz que, assim que Ananias entra na casa onde Saulo estava e impõe as mãos sobre ele, explicando-lhe a razão de estar ali, imediatamente caíram dos olhos de Paulo como se fossem umas escamas, e ele voltou a ver. Em seguida, ele levantou-se e foi batizado. Somente através da ação do Espírito Santo é que as pessoas podem enxergar o mundo espiritual, pois as coisas espirituais “se discernem espiritualmente” (1 Co 2.14). O próprio Paulo vai dizer aos coríntios que o “deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Co 4.4), e ele era um deles. No entanto, quando temos um encontro real com Cristo, não andamos mais em trevas, pois agora entramos no Reino da sua luz (Cl 1.12,13). 
Curando Saulo de sua cegueira o Senhor lhe dá um sinal poderoso de que o chama, e pelo batismo com o Espírito, o capacita a proclamar o Evangelho a todo mundo (v. 15). Esta experiência demonstra que Deus dá a plenitude do Espírito àqueles que obedecem e aos que fervorosamente o buscam. Note como depois do encontro com o Senhor na estrada, Saulo obedeceu à voz divina entrando em Damasco onde passou três dias em intensa oração e jejum.9 
Creio que Deus deseja não somente nos dar visão no momento em que o encontramos, como também continuar limpando nossa vista com colírio do Céu para que vejamos nosso real estado, assim como a Igreja de Laodiceia foi advertida (Ap 3.18). Mediante uma contínua purificação e transformação de nossa mente, podemos experimentar “qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). 
Cidade do Jasmim
O capítulo 9 de Atos começa dizendo que Saulo ia para Damasco, que, em árabe, quer dizer “cidade do jasmim”. Lá ele ia prender e levar cristãos para Jerusalém. Contudo, após sua conversão no versículo 19, a Palavra de Deus diz que, depois de comer, ele sentiu-se fortalecido e ficou em Damasco alguns dias com os discípulos. O “contra” os discípulos mudou para “com” os discípulos. Logo adiante, ele já está pregando Cristo nessa cidade. 
Nesse local, onde havia muitas flores de jasmim — como ainda tem hoje —, Saulo começa exalar o “bom cheiro de Cristo (2 Co 2.15). E, dessa forma, continua não só nessa localidade, como também por muitos lugares por onde passou. Nada mais importava para ele, como enfatizou aos coríntios: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Co 2.2). 
A Bíblia diz que somos como um jardim fechado (Ct 4.12). Deus começou a história da humanidade em um jardim (Gn 2.15), redimiu-a em um jardim (Mt 26) e agora nos diz que há também algo muito parecido com um jardim na cidade celestial (Ap 22.1,2). Precisamos cuidar de nós mesmos como um jardim, propriedade exclusiva de Deus, onde Jesus é o único que pode cultivá-lo. Como diz Shedd: “A exclusividade do amor da noiva lembra como a verdadeira Igreja deve ter o coração fechado contra tudo que porventura possa afastá-la do amor por Cristo e do amor para com aqueles que nele creem”.10
 Nessa cidade do jasmim, Paulo inicia seu ministério afirmando que Jesus é o Filho de Deus. Que milagre tremendo foi a conversão de Saulo, assim como o foi na vida de todos aqueles que também tiveram um encontro real com Cristo! 

*Adquira o livro do trimestre. PESCH, Henrique. Poder Cura e Salvação: O Espírito Santo Agindo na Igreja em Atos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

 1 SANDERS, J. Oswald. Dynamic Spiritual Leadership, 1999, pp. 14, 15.
 2 SHEDD, 1997, 1542. 
3 GAEBELIN, ARNO C. CHRIST AND GLORY: ADDRESSES DELIVERED AT THE NEW YORK PROPHETIC CONFERENCE, CARNEGIE HALL, NOVEMBER 25-28, 1918. 
4 BUCKLAND, Dicionário Bíblico Universal, 1981, p.329.
5 GAEBELIN, Arno C. Annotated Bible, 1913.
6 1 Tm 1.12-17.
7 CLARKE, Adam. The Adam Clarke Commentary, 1832. 
8 SANDERS, 1999, pp. 122,123.
9 ARRINGTON, 2003, p. 675. 
10 SHEDD, 1997, p. 975.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - Davi é Ungido Rei - Adultos.

Lição 7 - Davi é Ungido Rei 

4º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – DAVI: O REI UNGIDO
II – DAVI: O REI QUE ERA SERVO
III – DAVI: O REI QUE ERA GUERREIRO 
Osiel Gomes
O Simbolismo da Unção
No que diz respeito ao simbolismo da unção, faz-se necessário analisar com muito cuidado e atentando para os parâmetros bíblicos, pois a base da unção neotestamentária se fundamenta no Antigo Testamento. Podemos asseverar que a unção de Cristo e do cristão está ligada ao que já antes vinha sendo praticado pelos servos de Deus no passado. 
No ato da unção, declarava-se que a pessoa estava sendo separada para um propósito especial e que em sua vida estava a presença do Espírito Santo de Deus, o qual a guiaria, orientaria, para desempenhar com sucesso a missão para a qual fora designada. Isso fala para nós que o sucesso na obra de Deus só acontece se dependermos plenamente do Espírito Santo, razão pela qual Paulo fala de sermos cheios dEle (Ef 5.18).
Com o Espírito Santo na vida, o rei, o profeta, o sacerdote podiam desempenhar com denodo a obra de Deus. Jesus foi ungido para esse fim (Is 61.1; Lc 4.18). Seu ministério foi marcado por milagres, curas, maravilhas, pregação e ensino poderoso, porque, de fato, estava ungido. Vale dizer que messias vem do hebraico, mas no grego é ungido. Assim, Jesus era um servo ungido, sob a dependência do Espírito Santo para fazer a obra do Pai (At 10.38).
No simbolismo da unção podemos ter dois sentidos específicos: o primeiro é relacionado à linhagem do rei Davi, tendo seu aspecto escatológico, pois, a partir da sucessão dessa linhagem, esperava-se o Messias redentor; Ele seria o mais perfeito (Sl 2.2; 18.50). O segundo simbolismo está no fato de pessoas serem consagradas para cumprirem bem a missão para a qual foram designadas (Rm 1.1).
A Unção sobre Davi
Lendo 1 Samuel 13.1-13, podemos pontuar algumas coisas importantes antes de destacarmos a unção de Davi. Primeiramente, percebe-se que Samuel desempenhava de modo constante reuniões caracteristicamente religiosas. Outro detalhe importante é que os anciãos temiam sua vinda, pois se podia crer que, como profeta, juiz, seu aparecimento poderia ser por causa de algum tipo de ofensa, pecado cometido; assim, ele viria para julgar.
É bom entender que esse texto também revela o lado humano de Samuel ao separar os filhos de Jessé para a consagração. Prontamente ele se impressiona com Eliabe, isso porque, na escolha de Saul, o que ficou bem nítido foi sua altura, o que era peculiar nesse filho de Jessé. Por isso, logo Deus deixa claro que Ele não vê como o homem, pois procura atingir não o exterior, mas o interior, o coração (1 Sm 16.7; 1 Cr 28.9; Sl 147.10-11; Is 55.8; Jr 17.10).
O homem que será ungido, Davi, tem pontos positivos em sua vida. Isso pode ser comprovado por meio da palavra ruivo, que no hebraico é admoni, “vermelho, ruivo”, mas pode referir-se a uma criança sadia como também à destreza física. Esse termo é aplicado apenas a Davi e Esaú (Gn 25.25). Certos biblistas traduzem ruivo como guerreiro, aplicando a Davi, que desde cedo já manifesta qualidades de guerreiro. 
A unção de Davi acontece em um banquete particular sem qualquer alarde, em disfarce de sacrifício; há que se dizer que se trata do último ato profético de Samuel (1 Sm 25.1; 28.3). Nem Jessé nem seus filhos entenderam o propósito da unção naquele instante na vida de Davi, pois o real propósito não foi revelado e, por isso, alguns pensavam que tal unção era para que ele fosse discípulo de Samuel ou, quem sabe, no futuro, um profeta. O jovem, porém, que estava sendo ungido, era, na verdade, o amado do Senhor, o Dod, pois revela em sua vida qualidades que agradavam a Deus.
O real propósito da unção sobre Davi naquele dia era capacitá-lo, conceder-lhe orientação, sabedoria, a fim de que pudesse entender os propósitos divinos para sua vida e como cumpri-los perfeitamente bem (1 Sm 16.13; Nm 27.18; Sl 89.20). A unção divina sobre o cristão não é para ele pular, gritar, rodopiar, mas, sim, para conceder-lhe prudência, sabedoria, autoridade, para poder cumprir com êxito a missão divina neste mundo.
Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD. 
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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Lição 06 - 4º Trimestre 2019 - Um bebê na Casa de Deus - Berçário.

Lição 06 - Um bebê na Casa de Deus 

4º Trimestre de 2019 
Objetivo da lição: Mostrar à criança que o bebê Samuel cresceu na casa de Deus.
É hora do versículo: “Ó Senhor Deus, eu amo a casa onde vives [...]” (Sl 26.8).
Nesta lição, as crianças estudarão sobre a história do bebê Samuel. Sua mãe não podia ter filhos e prometeu a Deus que se Ele lhe desse um filho, ele seria criado na igreja, na Casa de Deus. E assim aconteceu! O Papai do Céu deu um bebê para Ana e ele ficou na Casa de Deus aprendendo sobre o Papai do Céu. 
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colarem um pedaço de retalho sobre o bebê Samuel que está dormindo. Ele foi muito bem cuidado na Casa de Deus.
bebedormindo licao6 bercario
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 06 - 4º Trimestre 2019 - Jesus vence o Diabo com o Livro de Deus - Jd. Infância.

Lição 06 - Jesus vence o Diabo com o Livro de Deus 

4º Trimestre de 2019
Objetivos: Os alunos deverão compreender que a Bíblia é poderosa para derrotar o mal porque ela é a Palavra de Deus; e saber que sempre podem procurar, na Bíblia, a ajuda de que necessitam. O Senhor é poderoso para cumprir o que diz. 
É hora do versículo: “Recebam [...] a Palavra de Deus como a espada que o Espírito Santo lhes dá” (Ef 6.17).
Nesta lição, as crianças irão reconhecer que a Bíblia é nossa espada e com ela podemos vencer o Diabo que é o nosso verdadeiro inimigo. Aprenderão sobre a tentação de Jesus no deserto que depois de 40 dias e noites em jejum, foi tentado pelo Diabo. Jesus não teve medo porque tinha com Ele a maior e mais poderosa espada: a Palavra de Deus.
Estimule seus alunos a guardarem a Palavra de Deus em suas mentes, mas principalmente no coração.
Como atividade complementar, após a realização das atividades propostas na revista do aluno e do professor, e caso haja tempo, sugerimos que você imprima a folha abaixo, entregue uma para cada aluno e peça que escrevam a seguinte frase dentro da espada: “RECEBAM [...] A PALAVRA DE DEUS COMO A ESPADA QUE O ESPÍRITO SANTO LHES DÁ”.
espada licao6 jardim

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 06 - 4º Trimestre 2019 - A Atualidade da Mensagem Bíblica - Adolescentes.

Lição 6 - A Atualidade da Mensagem Bíblica 

4º Trimestre de 2019
ESBOÇO DA LIÇÃO
DEUS FALOU AOS PRIMEIROS HOMENS
DEUS FALOU AOS HOMENS POR MEIO DOS PROFETAS
ATUALMENTE O SENHOR TEM FALADO POR INTERMÉDIO DO SEU FILHO
OBJETIVOS
Apontar para a atualidade da Bíblia;
Mostrar que Deus sempre buscou falar de diversas maneiras com o ser humano;
Conscientizá-los da importância de ler e meditar na Bíblia.
A EXCELÊNCIA DO MÉTODO CANÔNICO (III)
Claudionor de Andrade
Pressuposto Linguístico
Minha primeira Bíblia, ganhei-a de meu saudoso pai. Recoberta de um couro forte e luzidio, que a protegia dos ímpetos e desleixos de um adolescente de 14 anos, era um presente belo e não muito barato para aqueles dias. De imediato, pus-me a lê-la; diversas vezes eu a li. Até em voz alta eu a li. Sua linguagem clássica e preciosa não me assustou. Aqui, deparava-me com uma palavra difícil; ali, com um termo ainda peregrino. Mas não me demorei a adaptar-me à belíssima tradução de João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada.
Não sei quantas vezes li aquela Bíblia. Em suas páginas, hoje amarelecidas e algumas já rotas, sentava-me aos pés dos santos profetas e dos apóstolos de Jesus Cristo. E, apesar da sublimidade de seus ensinamentos, jamais deixei de compreender o que Deus, pela inspiração do Espírito Santo, revelara-lhes. Por isso, hoje, todas as vezes que abro minhas Bíblias, quer no vernáculo quer noutras línguas, parto deste pressuposto: Deus fala aos seus filhos numa linguagem que lhes é comum, franca e perfeitamente compreensível. Essa acomodação do Pai Celeste às nossas limitações realça-lhe ainda mais o amor.
1. O pressuposto linguístico. O segundo pressuposto do método canônico é, para o crente fiel, algo que beira à obviedade: Deus, o real autor da Bíblia Sagrada, revela-nos a sua Palavra em nossa própria linguagem. Aliás, a língua que hoje falamos, em que pese a confusão de Babel, com Ele aprendemos. Não diz Moisés, em Gêneses, que o Senhor, sempre à tardinha, descia ao Éden para conversar com o seu jardineiro? (Gn 3.8). A comunicação entre o Criador e a criatura era aberta e sem ruídos. Até mesmo o homicida Caim era capaz de discernir a voz do Juiz de toda a Terra (Gn 4.6-14).
Ao enviar Ezequiel a protestar contra as apostasias da Casa de Judá, o Senhor foi-lhe energicamente claro: “Pois tu não és enviado a um povo de estranha fala, nem de língua difícil, mas à casa de Israel; nem a muitos povos de estranha fala, e de língua difícil, cujas palavras não possas entender; se eu aos tais te enviara, certamente te dariam ouvidos” (Ez 3.5,6). De fato, os judeus não demoraram a entender que, apesar da linguagem humana, era o próprio Deus quem lhes falava. E, não obstante os símbolos apocalípticos, eles logo vieram a compreender a gravidade das advertências de Jeová.
Ao escrever aos coríntios, sempre tão exigentes e intolerantes, Paulo afiança-lhes que, embora inspirado pelo Espírito Santo, não usava palavras que lhes fossem desconhecidas: “Porque nenhuma outra coisa vos escrevemos, além das que ledes e bem compreendeis; e espero que o compreendereis de todo” (2 Co 1.13). De fato, em suas cartas, havia algumas coisas difíceis de entender. Todavia, o apóstolo jamais deixou de escrever no vernáculo de seus leitores imediatos; nenhum vocábulo angélico utilizava. Os que as torciam, pretextando dificuldades hermenêuticas, foram duramente censurados por Pedro (2 Pe 3:15). A mensagem divina, portanto, ainda que à primeira vista pareça-nos ininteligível, sempre nos virá numa linguagem humana. Afinal, o Pai Celeste, no Filho, fez-se Emanuel para revelar-nos os mistérios e as belezas do Evangelho.
2. Deus, o comunicador por excelência. Deus fala-nos por intermédio da natureza, da consciência e da História. E, através de sua Palavra, transmite-nos plenamente a sua boa e perfeita vontade. A comunicação é inerente à sua natureza. Ele é um ser autorrevelativo. Por isso, confiou-nos a Bíblia Sagrada. Ao lê-la, convencemo-nos de que tudo quanto nela foi escrito, para a nossa redenção o foi (Rm 15.4). Em suas narrativas e proposições, ouvimos-lhe claramente a voz, intimando-nos a uma doce e indelével comunhão.
A bem da verdade, nem de hermenêutica formal carecemos, pois o Espírito Santo, sendo o real intérprete da Bíblia, leva-nos a entendê-la perfeitamente (Jo 14.25). É claro que não devemos desprezar os que nos interpretam a Palavra, pois, na jornada para o céu, sempre precisaremos, aqui na terra, de um exegeta como Filipe a fim de explicar-nos o que não lograrmos entender (At 8.30). Além do mais, o próprio Deus instituiu o ministério Cristão, visando o nosso aperfeiçoamento hermenêutico (Ef 4.11-13). Sob a luz do Consolador, jamais nos faltará a luz verdadeira.
3. O Evangelho em todas as línguas. Constrangido pela sedição dos filhos de Noé a confundir-lhes a língua, em Sinear, o amoroso Senhor nem por isso abandonou-os (Gn 11.1-9). E, agora, mesmo espalhando-os pelos continentes e ilhas de um mundo vasto e ainda ignoto, jamais deixou de visitá-los em suas etnias, culturas e idiomas. No Dia de Pentecostes, demonstrando mais uma vez a sua graça, reverte a confusão de Babel, e fala à multidão de nações representadas em Jerusalém através das línguas que repartira entre os apóstolos e discípulos de Cristo (At 2.1-11).
Se Deus confundiu-nos a linguagem em Babel, não nos deixou confusos em Jerusalém. Falando as línguas mais longínquas, reuniu, num só corpo, os estrangeiros que, em Sinear, dispersara. De tal modo Ele nos comunicou a mensagem evangélica que, hoje, embora provenientes dos países mais longínquos e das culturas mais distantes e diversas, todos sentimo-nos irmãos, pois como irmãos fomos batizados no corpo de Cristo (Gl 3.27,28).
A fim de não alijar nenhum grupo linguístico, ou dialetal, o Senhor Jesus ordenou aos seus discípulos que, indo por todo mundo, pregassem o Evangelho a toda a criatura (Mt 28.19,20). Tal ordenança começou a ser cumprida a partir de Jerusalém, em aramaico.
Em seguida, os discípulos alcançaram Antioquia, em grego, e, depois, Roma, em latim. Até os bárbaros da perdida Malta ouviram falar de Cristo em seu próprio dialeto. Quanto a nós, a verdade divina nos é comunicada ao coração num português compreensível, simples e belo.
Conclui-se, pois, que Deus, através da Bíblia Sagrada, comunica-nos uma mensagem clara, direta e eficazmente redentora. A partir deste pressuposto, aproximemo-nos de sua Palavra, acreditando que, lendo-a, conheceremos a intervenção do Pai Celeste em cada etapa da História. 
Texto extraído do site CPADNEWS, disponível em: < http://www.cpadnews.com.br/blog/claudionorandrade/posts/103/a-excelencia-do-metodo-canonico-(iii).html>
Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do Setor de Educação Cristã da CPAD 

Lição 06 - 4º Trimestre 2019 - A Rebeldia de Saul e a Rejeição de Deus - Adultos.

Lição 6 - A Rebeldia de Saul e a Rejeição de Deus 

4º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – DEFINIÇÃO DE REBELDIA 
II – A REBELDIA DE SAUL
III – SAUL: UM LÍDER SEM CRITÉRIOS 
Osiel Gomes
O Dicionário Ilustrado da Bíblia1 define rebelião como “conduta ou discurso incitando à revolta contra autoridade constituída ou outro representante do governo legítimo” (Ed 4.15; Lc 23.19, sedição). O verbo rebelar-se tem uma conotação hebraica, segundo Vine, 2  própria e muito forte, posto que, em outros idiomas seu sentido é diversificado, tendo o sentido de irar-se, no aramaico; no árabe quer dizer disputa e, no siríaco, briga. Na sua essência, biblicamente falando, a rebeldia (marãh) se trata de uma oposição que alguém faz alicerçado no orgulho.
No aspecto bíblico, a rebeldia pode ser praticada tanto contra os líderes, os pais e Deus e sua Palavra. Veja:
• Filho rebelde (Dt 21.18).
• Jerusalém se rebelando contra Deus (Is 3.8).
• Homem de Deus se rebelando contra Deus (1 Rs 13.26).
• Homem se rebelando contra a Palavra do Senhor (1 Rs 13.21).
• Rebelião contra a Palavra do Senhor (Sl 107.11).
Os que praticam a rebeldia buscam desafiar a Deus e sua ordem (Lm 1.18), razão pela qual sofrem as consequências divinas. Esse ato, conforme supracitado, revela um coração não transformado ou regenerado; assim, o que pode por vezes evidenciar atitudes de insurreição, sedição. O profeta Sofonias fala de uma cidade opressora porque era dominada pela rebeldia (Sf 3.1,2).
Vivemos tempos em que as gerações são dominadas pelo sentimento de rebeldia. O que prevalece nas universidades são pensamentos niilistas, que atacam todo tipo de valores morais e cristãos, como também os poderes estabelecidos, pois tal ensino originou-se em Nietzsche, que pregava a independência humana e o realizar-se em si mesmo, não aceitando o conformismo e a submissão. 
A rebeldia não é procedimento correto daquele que serve e teme a Deus. Isso porque, segundo nos revela a Palavra, todos os que a praticaram tiveram um fim muito triste. A nova geração de israelitas, que sobreviveram no deserto, foi alertada a não seguir o modelo de seus pais, que se portaram rebeldemente (Sl 78.8; Jr 5.23), assim, Paulo diz que o que foi escrito é para nossa advertência (Rm 15.4). Rejeitemos terminantemente a rebeldia para podermos desfrutar das copiosas bênçãos de Deus. 
Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD.

1 YOUNGBLOOD, Ronald F.; BRUCE, F. F.; HARRISON, R. K. Dicionário Ilustrado da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2004, p. 1210. 
2 Dicionário Vine. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 254.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Lição 06 - 4º Trimestre 2019 - Débora louva a Deus - Maternal.

Lição 6 - Débora louva a Deus 

4º Trimestre de 2019
Objetivo da Lição: Ensinar à criança que o louvor é uma forma de agradecer a Deus por tudo o que Ele faz por nós. 
Para Guardar no Coração: “[...] Em louvor ao nosso Deus, levantaremos as bandeiras da vitória [...]” (Salmos 20.5).
Perfil da Criança 
É impossível a uma criança do maternal ficar sentada quieta, ouvindo a professora, já que o seu período de atenção não ultrapassa três minutos. Também não se pode exigir a sua participação na aula por meio de perguntas e respostas, uma vez que fala pouco. A única forma dela participar diretamente, e manter-se atenta, é dando-lhe a oportunidade de repetir os gestos, movimentos e falas dos personagens, bem como imitar animais que apareçam na história, etc. Dependendo da história, ela pode “conversar” com os personagens. Ex: “Moisés, tire a sandália do pé. O Papai do Céu está mandando”. “Não é um fantasma, não, Pedro, é Jesus que está chegando para ajudar”.
Sempre que, na história, um personagem comer ou beber alguma coisa, convide as crianças a comer também, e distribua biscoitos, copinhos de água, suco... Isto não atrapalhará o andamento da lição; ao contrário, manterá as crianças atentas. A cada interrupção curta, você terá mais alguns minutos de atenção.
Explore os sentidos na aprendizagem, levando objetos relacionados à história, que a criança possa ver, tocar, cheirar, etc. 
Subsídio Professor
“O cântico de Débora, há muito reconhecido como um dos mais vigorosos poemas da Antiguidade, celebra a vitória dos hebreus. O cântico conclama a todos para exaltarem a Deus (Jz 5.1-5), expressa a existente alegria do povo (Jz 5.6-11), contrasta aquelas tribos que responderam à chamada para a batalha com aquelas que não o fizeram, e exalta a Deus como o Único cujo intervenção promoveu a vitória. O poema é encerrado com uma vívida descrição da morte de Sísera e a ansiedade crescente de sua mãe, desapontada com a expectativa frustrada de seu retorno em triunfo”RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. 
Oficina de Ideias 1Ofereça às crianças um palito de churrasco e uma folha de papel ofício. Oriente para que colem a folha de papel no palito, formando uma bandeira. Distribua cola colorida para que enfeitem a bandeira. Diga que Débora e Baraque foram vencedores. Eles louvam ao Papai do Céu. Depois, use a bandeira para louvar ao Senhor que nos dá a vitória. 
Até Logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Recomende às crianças que peçam aos pais para lerem a história bíblica que se encontra em Juízes 5.1-31.  
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
*Este subsídio foi extraído de Lições Bíblicas do Maternal Mestre 7/8, Marta Doreto, CPAD. 
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal 

Lição 06 - 4º Trimestre 2019 - Rocha ou Areia? - Juniores.

Lição 6 - Rocha ou Areia? 

4º Trimestre de 2019
Texto Bíblico — Mateus 7.24-27.
Prezado(a) professor(a),
A aula desta semana reforça um ensinamento primordial para a vida cristã de seus alunos. Aprender a viver um estilo de vida compatível com a Palavra de Deus é o maior desafio de um cristão. Não importa a idade, seja idoso, adulto, jovem, adolescente ou criança, todos têm o dever de colocar em prática a Palavra de Deus. 
Na fase que seus alunos estão vivendo, é importante que aprendam a colocar em prática a Palavra de Deus e, para tanto, precisam de pessoas que lhes sirvam de referência. Por esse motivo, é importante que você, professor, tenha em mente que a melhor forma de ensinar não é através de palavras, e sim, pelo exemplo. Seja a referência que seus alunos precisam para crescer espiritualmente. Eles poderão ouvir suas palavras e até mesmo esquecer, mas jamais se esquecerão do seu exemplo como cristão.
A lição desta semana apresenta a obediência à Palavra de Deus ilustrada na figura da casa edificada sobre a rocha e da casa edificada sobre a areia. Jesus, assim como em outras parábolas que contou, ensina desta vez que a mensagem do evangelho deve ser colocada em prática.
Não é preciso ser um construtor ou mestre de obra para compreender a mensagem que Jesus quis ensinar aos seus discípulos. É fácil compreender que uma casa, para que esteja bem edificada, precisa estar bem fortalecida em sua base. As colunas precisam estar bem fincadas no chão e, como é obvio, não pode ser qualquer terreno.
A ilustração de Jesus cita pelo menos dois tipos de solo: o primeiro apresenta um terreno firme, fortalecido por uma rocha. O segundo apresenta o terreno arenoso, sedimentado, fácil de ser removido pela força de uma chuva. Por essa razão, aquele que constrói a casa, precisa investigar se o local onde pretende fundamentá-la é confiável para que não sofra com as intempéries (alteração das condições climáticas).
“A Palestina é uma terra muito árida. Entretanto, durante certas épocas do ano, caem pesadas chuvas que, formando torrentes caudalosas, correm sobre poeirentos uádis (barrancos formados pelas enxurradas), e despencam ao longo de todos os declives e encostas de montanha. É importante, do ponto de vista da história de Jesus, observar que nenhum construtor foi criticado pela sua infeliz escolha do local do edifício. Cada localização parecia segura e, até que as tempestades chegassem, cada casa parecia suficientemente resistente. Na Palestina, assim como na vida, somente a habilidade de sobreviver às tempestades revelará a qualidade de uma construção” (LAWRENCE, Richards O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 153). 
Por esse motivo, o construir a casa precisa atentar para a maneira correta de como construir. Neste caso, a verdadeira fé só estará firmada e preparada para enfrentar as dificuldades que a caminhada cristã nos faz deparar se, de fato, houver obediência aos ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo, a Rocha mais firme!
Para reforçar o ensino da aula de hoje, ensine aos seus alunos a fazer a construção da casa de maneira correta. Prepare vários cartões em formato retangular e escreva em cada um deles o nome dos elementos necessários para a construção da casa que simboliza a verdadeira fé. Escreva nos cartões as seguintes palavras: cimento, confiança, oração, areia, leitura bíblica, pedra, obediência, terra, rocha, parede, laje, humildade, coluna e outros que achar interessante. Cole fita adesiva atrás dos cartões e prenda-os no quadro. Em seguida, peça aos alunos para identificar quais os elementos necessários para a construção da casa que simboliza a verdadeira fé em Deus.

Lição 06 - 4º Trimestre 2019 - É bom fazer Amigos - Pré Adolescentes.

Lição 6 - É bom fazer Amigos 

4º Trimestre de 2019
A lição de hoje encontra-se em: Daniel 1.8-20. 
Caro(a) professor(a),
Como é bom desfrutarmos da amizade de pessoas que se tornam verdadeiros amigos nos momentos mais inesperados. Isso acontece ao longo da trajetória cristã. A Palavra de Deus nos ensina que são nos momentos de maior angústia e aflição que conhecemos pessoas que se tornam verdadeiros irmãos. Os laços de união e companheirismo são tão fortes que o escritor de Provérbios chega a classificá-los como laços de irmãos de sangue (cf. Pv 18.24). É natural que demonstremos certa afetividade e empenho para defender aqueles que são do nosso próprio sangue. Entretanto, a Palavra de Deus revela que é na angústia que conhecemos aqueles que de fato se tornam os nossos verdadeiros amigos.
A história da lição de hoje apresenta um exemplo bem conhecido de seus alunos e que revela como o companheirismo em momentos difíceis faz toda a diferença. Daniel e seus amigos foram levados cativos para a Babilônia ainda jovens, e foram obrigados a trabalhar no palácio do rei (cf. Dn 1). Ali, eles tiveram de abrir mão das menores indiferenças para que pudessem sobreviver às adversidades que estavam por vir.
Imagina ser levado cativo para uma terra distante com costumes e uma cultura idólatra, totalmente diferente de tudo que um dia a pessoa conheceu. Certamente não foi fácil para Daniel e seus amigos passarem por todo aquele processo de adaptação. Somente unidos, eles poderiam sobreviver e superar todas as dificuldades. Em Eclesiastes, o pregador anuncia que é melhor serem dois do que um, visto que dessa forma se alcança melhor resultado do trabalho. E, também, é melhor não andar sozinho, porque se um cair o outro levanta, mas ai daquele que estiver sozinho, pois no dia em que tropeçar não haverá ninguém para ajudá-lo a levantar. O mesmo ocorre com aquele que está prestes a enfrentar uma batalha, uma vez que sozinho, como poderá resistir à oposição daqueles que quiserem prevalecer sobre ele (cf. Ec 4.9-12).
“O companheirismo tem muitas vantagens, pois Deus não nos criou para vivermos isolados uns dos outros (Gn 2.18). Todos nós precisamos do amor, da ajuda e do apoio dos amigos, dos familiares e dos irmãos na fé (At 2.42). Mesmo assim, tudo isso é insuficiente sem a comunhão diária com Deus Pai, com o Filho e com o Espírito Santo (1 Co 1.9; 2 Co 13.13; Fp 2.1; 1 Jo 1.3,6,7)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 970).
Esta é uma boa oportunidade para você, professor, realizar juntamente com a turma uma avaliação de como está o nível de companheirismo entre os seus alunos e, porque não dizer, também entre você e sua classe. Converse com eles a respeito da comunicação e pergunte se eles têm dialogado sobre a melhor forma de resolver os problemas que surgem entre eles. Mostre que a postura deles deve ser conciliadora, sempre pensando no bem estar da amizade com os demais. Leia com eles Filipenses 2.1-18 e explique que devemos nutrir em nossos corações o mesmo sentimento que Cristo manteve até o fim. Mesmo quando houver alguma diferença, diga que eles têm a capacidade de resolver o problema entre eles mesmos, porquanto, agora servem a Cristo e sabem qual a atitude certa a tomar.