Lição 7 - Davi é Ungido Rei
4º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – DAVI: O REI UNGIDO
II – DAVI: O REI QUE ERA SERVO
III – DAVI: O REI QUE ERA GUERREIRO
I – DAVI: O REI UNGIDO
II – DAVI: O REI QUE ERA SERVO
III – DAVI: O REI QUE ERA GUERREIRO
Osiel Gomes
O Simbolismo da Unção
No que diz respeito ao simbolismo da unção, faz-se necessário analisar com muito cuidado e atentando para os parâmetros bíblicos, pois a base da unção neotestamentária se fundamenta no Antigo Testamento. Podemos asseverar que a unção de Cristo e do cristão está ligada ao que já antes vinha sendo praticado pelos servos de Deus no passado.
No ato da unção, declarava-se que a pessoa estava sendo separada para um propósito especial e que em sua vida estava a presença do Espírito Santo de Deus, o qual a guiaria, orientaria, para desempenhar com sucesso a missão para a qual fora designada. Isso fala para nós que o sucesso na obra de Deus só acontece se dependermos plenamente do Espírito Santo, razão pela qual Paulo fala de sermos cheios dEle (Ef 5.18).
Com o Espírito Santo na vida, o rei, o profeta, o sacerdote podiam desempenhar com denodo a obra de Deus. Jesus foi ungido para esse fim (Is 61.1; Lc 4.18). Seu ministério foi marcado por milagres, curas, maravilhas, pregação e ensino poderoso, porque, de fato, estava ungido. Vale dizer que messias vem do hebraico, mas no grego é ungido. Assim, Jesus era um servo ungido, sob a dependência do Espírito Santo para fazer a obra do Pai (At 10.38).
No simbolismo da unção podemos ter dois sentidos específicos: o primeiro é relacionado à linhagem do rei Davi, tendo seu aspecto escatológico, pois, a partir da sucessão dessa linhagem, esperava-se o Messias redentor; Ele seria o mais perfeito (Sl 2.2; 18.50). O segundo simbolismo está no fato de pessoas serem consagradas para cumprirem bem a missão para a qual foram designadas (Rm 1.1).
A Unção sobre Davi
Lendo 1 Samuel 13.1-13, podemos pontuar algumas coisas importantes antes de destacarmos a unção de Davi. Primeiramente, percebe-se que Samuel desempenhava de modo constante reuniões caracteristicamente religiosas. Outro detalhe importante é que os anciãos temiam sua vinda, pois se podia crer que, como profeta, juiz, seu aparecimento poderia ser por causa de algum tipo de ofensa, pecado cometido; assim, ele viria para julgar.
É bom entender que esse texto também revela o lado humano de Samuel ao separar os filhos de Jessé para a consagração. Prontamente ele se impressiona com Eliabe, isso porque, na escolha de Saul, o que ficou bem nítido foi sua altura, o que era peculiar nesse filho de Jessé. Por isso, logo Deus deixa claro que Ele não vê como o homem, pois procura atingir não o exterior, mas o interior, o coração (1 Sm 16.7; 1 Cr 28.9; Sl 147.10-11; Is 55.8; Jr 17.10).
O homem que será ungido, Davi, tem pontos positivos em sua vida. Isso pode ser comprovado por meio da palavra ruivo, que no hebraico é admoni, “vermelho, ruivo”, mas pode referir-se a uma criança sadia como também à destreza física. Esse termo é aplicado apenas a Davi e Esaú (Gn 25.25). Certos biblistas traduzem ruivo como guerreiro, aplicando a Davi, que desde cedo já manifesta qualidades de guerreiro.
A unção de Davi acontece em um banquete particular sem qualquer alarde, em disfarce de sacrifício; há que se dizer que se trata do último ato profético de Samuel (1 Sm 25.1; 28.3). Nem Jessé nem seus filhos entenderam o propósito da unção naquele instante na vida de Davi, pois o real propósito não foi revelado e, por isso, alguns pensavam que tal unção era para que ele fosse discípulo de Samuel ou, quem sabe, no futuro, um profeta. O jovem, porém, que estava sendo ungido, era, na verdade, o amado do Senhor, o Dod, pois revela em sua vida qualidades que agradavam a Deus.
O real propósito da unção sobre Davi naquele dia era capacitá-lo, conceder-lhe orientação, sabedoria, a fim de que pudesse entender os propósitos divinos para sua vida e como cumpri-los perfeitamente bem (1 Sm 16.13; Nm 27.18; Sl 89.20). A unção divina sobre o cristão não é para ele pular, gritar, rodopiar, mas, sim, para conceder-lhe prudência, sabedoria, autoridade, para poder cumprir com êxito a missão divina neste mundo.
Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD.
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