quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Lição 05 - 1º Trimestre 2020 - Os Títulos de Jesus Cristo - Jovens.

Lição 5 - Os Títulos de Jesus Cristo 

1º Trimestre de 2020
Introdução
I-Filho do Homem
II-Filho de Davi
III-Messias
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Refletir sobre a denominação de Filho do Homem;
Associar o título Filho de Davi à natureza profética e majestática do ministério de Cristo;
Apresentar o conceito de messianidade como central no Cristianismo.
Palavras-chave: Jesus Cristo.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria de Marcelo Oliveira:
INTRODUÇÃO
Quem é Jesus? Uma pergunta parecida foi feita pelo próprio Senhor aos seus discípulos no primeiro século de nossa era (Mt 16.13). No século XXI essa mesma indagação continua a fazer sentido. 
Muitos podem acreditar que Jesus de Nazaré é um sábio. Outros apostam nEle como um simples profeta religioso. Há os que dizem que Jesus é um guru espiritualista que nos ajuda a aplainar a vida. Seria Ele um mestre da moral? Ou o maior psicólogo que já existiu? Ou o maior filósofo que peregrinou por este mundo? Ou ainda o maior líder que empreendeu o projeto mais arrojado da era humana? 
Embora Jesus fosse admirado por sua sabedoria, Ele não era um simples sábio. Embora fosse o profeta que denunciou a podridão do sistema religioso e político de sua época, e abraçou os pobres e vulneráveis esmagados por esse sistema, Ele não era somente um profeta. Embora trouxesse um equilíbrio que faltava às vidas dos que lhe ouviam, Ele não era um guru ou mero mestre da moral. Embora fosse o médico da alma humana, e curasse as feridas que dilaceravam o interior da pessoa, Ele não era um mero psicólogo. Embora trouxesse um novo modo de pensar e agir, Ele não era um mero filósofo. Embora tivesse treinado e enviado pessoas simples que impactaram o mundo para sempre, Ele não era um líder de projetos meramente terrenos. Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus, era muito mais que tudo isso.
O escritor britânico C. S. Lewis, referiu-se assim a respeito do nosso Senhor, acerca da sua identidade:
Estou tentando impedir que alguém repita a rematada tolice dita por muitos a seu respeito: “Estou disposto a aceitar Jesus como um grande mestre da moral, mas não aceito a sua afirmação de ser Deus”. Essa é a única coisa que não devemos dizer. Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral. Seria um lunático — no mesmo grau de alguém que pretendesse ser um ovo cozido — ou então o diabo em pessoa.1  
Em seguida, o escritor britânico arremata categoricamente:
Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser um louco, pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou pode prosternar-se a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas que ninguém venha, com paternal condescendência, dizer que ele não passava de um mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não quis deixá-la.2 
Não há opção acerca da identidade de Jesus senão pelos testemunhos dos que estiveram com Ele, e por inspiração do Santo Espírito, foram registrados nas Sagradas Escrituras. Não importa o que o pensamento humano vislumbra sobre Jesus. Num tempo marcado por várias desfigurações acerca da identidade de nosso Salvador é uma tarefa importante debruçarmo-nos sobre o que as Sagradas Escrituras revelam acerca da identidade do Divino Mestre. Para isso, vamos analisar neste capítulo três títulos cruciais para o estudo da Cristologia: “Filho do Homem”, “Filho de Davi” e “Messias”. Nosso objetivo com este capítulo é, que ao final, você possa responder convictamente: “Quem é Jesus?”
I - FILHO DO HOMEM
Iniciaremos o nosso caminho pela análise da expressão “Filho do Homem”. Ela aparece no Antigo Testamento, de maneira mais abundante, no livro do profeta Ezequiel e também no livro do profeta Daniel. Nosso Senhor faz uma autorreferenciação dela no Novo Testamento, nos Evangelhos Sinóticos. Uma vez compreendida sua força semântica no Antigo Testamento, bem como confirmada e ampliada no Novo pelo próprio Jesus, podemos, então, estabelecer o paradigma de “Filho do Homem” em contraste com as falsas impressões contemporâneas a respeito da pessoa do nosso Salvador. 
O uso e a origem do “Filho do Homem” no Antigo Testamento
Em nossos cultos pentecostais, a expressão “Filho do Homem” é familiar. Quem não se lembra de pregações ungidas a partir do texto bíblico de Ezequiel 2.1: “E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo”? De fato, para nós, é um texto familiar. Entretanto, por acaso você já se perguntou a respeito do significado da expressão? O que ela quer revelar? Que conotação quer apresentar?
A expressão é usada mais de 80 vezes no livro do profeta Ezequiel.3 Do hebraico  ben’adam — filho de Adão. O teólogo David R. Nichols atribui seu significado a “um primeiro membro da humanidade”.4  Tom Craven, especialista em Antigo Testamento, diz que a expressão é regularmente traduzida como ser humano ou homem.5  Ou seja, em Ezequiel, “Filho do Homem” refere-se ao que é humano, que pertence à descendência de Adão, membro da humanidade. 
A expressão também aparece no livro de Daniel. O texto bíblico clássico em que a expressão é revelada no livro de Daniel é:
Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído (7.13,14) (Grifo meu).
No livro de Daniel, a expressão tem uma ligeira mudança em relação ao de Ezequiel. Nele, “Filho do Homem” refere-se “a uma figura humana especial que recebe o dom celeste de soberania”.  Traz a ideia de um homem especial que recebe mandatos divinos para desempenhar uma função na economia espiritual. 
É o que vemos no capítulo 7 de Daniel, em que “Filho do Homem” encontra-se. O capítulo trata do “sonho e visões” que o profeta Daniel teve em sua cama (v.1). A partir do versículo nove, a imagem de um tribunal aparece, de onde Deus, representado por um ancião de cabelos brancos e roupa branca (v. 9), julga “os quatro animais”. No versículo 13, aparece um “como o filho do homem” que recebe “soberania eterna, glória e realeza sobre todas as nações”.7  Aqui, a expressão “Filho do Homem” agora recebe uma referência semântica associada aos atributos divinos para cumprir o seu papel no juízo de Deus e no estabelecimento de seu Reino. “Filho do Homem” agora sai de uma dimensão terrena para adentrar em uma espiritual. É o que nos diz o teólogo David R. Nichols:
Note a mudança sutil que ocorre aqui. Em Daniel, o Senhor Deus, o Ancião de Dias, é quem julga; o Filho do Homem simplesmente aparece diante dEle. Aqui, o Filho do Homem fica sendo o agente: quebra os dentes dos pecadores e arranca reis dos seus tronos. Em outras palavras, nos séculos entre o Antigo e o Novo Testamento, os judeus atribuíam ao Filho do Homem apocalíptico um papel muito mais ativo quanto ao levar a efeito o juízo divino e o Reino de Deus.8    
Compreender essa sutil transição entre “Filho do Homem”, em Ezequiel, para “Filho do Homem”, em Daniel, é importante para compreendermos o uso da expressão feita por Jesus nos Evangelhos. Nesse sentido, podemos nos perguntar: Jesus usou a expressão “Filho do Homem” para apresentar a si mesmo como um membro da humanidade (conforme o livro de Ezequiel) ou como o “Filho do Homem” divino, que introduzirá o Reino de Deus e dará conta do tempo do fim (conforme o livro de Daniel)?    
A autorreferenciação de Jesus como “Filho do Homem”
O Filho do Homem estava presente na Terra, mas ainda está por vir com poder e glória. O ministério de Jesus no mundo tem esses dois aspectos. Ele viveu plenamente sua humanidade no mundo, mas, a partir de seu corpo glorioso, virá com poder e grande glória. Não por acaso a expressão “Filho do Homem”, empregada por Jesus nos Evangelhos, dá conta desse duplo aspecto.
De pronto podemos dizer que a expressão hyios tou antrõpou — Filho do Homem, empregada pelos evangelistas, pode significar o homem como descendente de Adão e Eva. Note a resposta de Jesus no seguinte versículo: “E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20 — grifo meu). Aqui, a expressão Filho do Homem refere-se a característica provisória e humilde de seu ministério, a sua dimensão de homem comum, tal como no livro do profeta Ezequiel. Nesse sentido, Jesus era um homem comum que tinha um estilo de vida simples. Não há nEle lugar para a arrogância e soberba. O Novo Testamento registra que o Salvador sempre se portou como um de nós. Por isso, a humanidade de Jesus nas Sagradas Escrituras é de relevância ímpar. Num contexto em que muitos tendem a divinizar o que é humano, o aspecto da humanidade de Cristo é um antídoto contra essa tendência. Nosso Senhor viveu a sua divindade no “barro”.
Entretanto, a expressão “Filho do Homem”, usada por Jesus, também tem uma conotação divina e espiritual conforme vimos no livro do profeta Daniel. Atente para Lucas 12.40: “E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” (grifo meu), e compare-o com este versículo: “E olhei, e eis uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, um semelhante ao Filho do Homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro e, na mão, uma foice aguda” (Ap 14.14 — grifo meu). Comparando também este versículo com Daniel 7.13,14, o teólogo Timothy P. Jenney diz: “A pessoa que estava sentada ‘sobre a nuvem’ é Jesus Cristo (14.14) e a frase ‘semelhante ao Filho do Homem’ tem a finalidade de lembrar aos leitores o que Daniel disse em 7.13,14”. Lembra-se do um “como o Filho do Homem” em Daniel? É uma relação clara do “homem especial” que recebeu soberania eterna, glória e realeza no Reino de Deus. 
O texto do apóstolo Paulo em Filipenses 2.5-11 pode ser muito esclarecedor para essa dupla vocação de Cristo: 
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. 
Embora a expressão “Filho do Homem” não apareça nas cartas paulinas, os versículos 5-8 destacam claramente a característica humana de Cristo, seu esvaziamento da glória divina para viver a plena humanidade em obediência a Deus. A frase “aniquilou-se a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem” deve ser comparada com esta porção do próprio texto: “Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra”. Está muito presente, aqui, a plena humanidade de Jesus e, ao mesmo tempo, sua natureza divina. 
Portanto, podemos dizer que a proposição “Filho do Homem”, tanto em Ezequiel quanto em Daniel, está expressa, com toda força, em Filipenses. Assim, concluímos que a expressão empregada pelo próprio Senhor traz a carga semântica de sua plena humanidade, bem como seu mandato messiânico para estabelecer o Reino de Deus no mundo.     
O paradigma de Jesus para nossas autoavaliações
A flexibilidade da expressão “Filho do Homem” nas Escrituras é notável. O Filho do Homem veio à Terra, viveu literalmente como homem (Ezequiel) e ainda virá com poder e glória (Daniel). 
O fato de nosso Senhor ser um homem literal é extraordinário. As Escrituras expõem sua humanidade de maneira retumbante. A Bíblia diz que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). O mesmo evangelista João disse que suas mãos tocaram a “Palavra da Vida” (1 Jo 1.1), “e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo” (1 Jo 4.3). Logo, qualquer movimento que negue a humanidade do nosso Senhor está enredado no “espírito do Antricristo”.
Em Jesus, não há lugar para mentiras espirituais ou falsa realidade. As Escrituras revelam a realidade humana, mostrando que o ser humano nasce, mas morre; planta, mas colhe; fere, mas cura; chora, mas ri; espalha pedras, mas as junta também; abraça, mas se afasta; busca, mas perde; guarda, e joga fora; rasga, mas costura; cala, mas fala; ama, mas também se aborrece; faz guerra, mas apazigua (Ec 1.1-8). Assim, o maior antídoto contra a falsa espiritualidade, ou o misticismo barato, é a humanidade de Jesus. Ela esfacela a idolatria dos homens. Aniquila a soberba humana. E revela qualquer insensatez. 
FILHO DE DAVI
Se Jesus é o “Filho do Homem”, Ele também é “Filho de Davi”. Este título tem uma equivalência com o caráter messiânico de Jesus Cristo. Em primeiro lugar, o título refere-se à realeza do Senhor Jesus. Essa percepção é clara no primeiro capítulo de Mateus. 
A Realeza de Jesus
Lembre-se da genealogia de Jesus Cristo no livro de Mateus. Ali, o evangelista sagrado tem o objetivo de unir Jesus a Abraão e a Davi, o rei da promessa messiânica, e mostrá-lo como aquEle que cumpriu tudo o que era necessário na história da salvação. É o que menciona o teólogo James B. Shelton aos leitores modernos do Evangelho de Mateus:
Os leitores da atualidade não devem esperar que este documento antigo se conforme com o conceito moderno de árvores genealógicas, sirva para os mesmos propósitos ou tenha a precisão que os registros hodiernos proporcionam. O ponto principal que Mateus ressalta é que Jesus estava numa família judaica e tinha sólidos laços com a sucessão real de Davi e, em última instância, com Abraão, o antepassado. (Grifo meu)9  
Nesse sentido, a expressão “Filho de Davi” mostrará Jesus Cristo como o legítimo herdeiro da aliança davídica. O Rei-Messias que saiu como o renovo das raízes do tronco davídico. Os textos que mencionam “Filho de Davi” são exatamente a Cura da filha da mulher Cananeia (Mt 15.22), a cura do cego de Jericó (Mc 10.47) e a entrada triunfal em Jerusalém (Mt 21.9-15). Aqui, nos deteremos escassa e modestamente, a respeito do episódio da mulher cananeia e da entrada triunfal de Jesus.   
O poder de cura do Filho de Davi
A mulher cananeia retratada no capítulo 15 de Mateus surge da região de Tiro e de Sidom. Lugar que marca a herança nacional de Jezabel, a rainha que foi casada com o rei Acabe de Israel, caracterizado pela adoração ao deus Baal e, tradicionalmente, hostil à adoração ao Deus de Israel. Por isso, Mateus ressalta a sua característica gentílica.  
Diferente do Evangelho de Marcos (Mc 7.24-30), que registra apenas um clamor, em Mateus a mulher cananeia aparece rogando a Jesus três vezes (15.22,25,27), chamando-o de Senhor (kyrie).10  O termo “Senhor” originalmente é uma palavra que diz respeito aos superiores — mestre, soberano, amo, proprietário. Naturalmente que, como o público leitor de Mateus era uma igreja estabelecida no primeiro século, os leitores dessa igreja considerariam uma titularidade divina a partir da oração suplicante da mulher.11  O motivo de sua oração suplicante: sua filhinha estava miseravelmente endemoninhada. A mulher faz essa súplica, dirigindo-se a Jesus como o “Filho de Davi”. De acordo com o teólogo James B. Shelton, “o uso que a mulher faz do título ‘Filho de Davi’ não serve apenas para Mateus enfatizar Jesus como Rei, mas também reconhece que a nação judaica é a primeira na agenda de salvação, visto que a salvação passa um Messias judeu”.12  É uma expressão que vem carregada de uma semântica que destaca a realeza de Jesus como o Rei-Messias. Ou seja, aquele que salvaria a nação de seu destino caótico.
Essa é a imagem que salta do texto: um Rei elevado diante de uma mulher gentílica, oriunda de uma terra idólatra. É o Rei dos reis relacionando-se com uma mãe sofredora, dilacerada pelo sofrimento de sua filha. Esse Rei surpreende-se com a fé dessa mulher e cura a sua filha. O Filho de Davi tem um poder sanador, pois também é o Filho de Deus.           
O anúncio do rei em sua entrada triunfal
O relato da entrada triunfal de Jesus pelas ruas de Jerusalém é o grande momento em que os judeus o receberam como rei, ao menos, por alguns instantes. Infelizmente, mais tarde, essa multidão foi manipulada pela elite religiosa judaica para pedir a crucificação de Jesus. 
O trecho bíblico traz uma imagem de grande vivacidade: “E as multidões, tanto as que iam adiante como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” (Mt 21.9 — grifo meu). A multidão reconheceu o reinado de Jesus. O uso oficial de um jumentinho manifesta a realeza dEle. O cumprimento da profecia de Zacarias atesta tal realidade (9.9). As vestes que Jesus usava revelam tal realeza. Enfim, o “Hosana ao Filho de Davi” confirma que o povo recebeu e amou o seu Rei. Assim, Jesus, o Filho de Davi, é o rei davídico por excelência. Ele é aliança de Deus com Davi encarnada nEle.
O Rei de Israel entrou glorioso pelas ruas de Jerusalém. Ele é rei! Ele é o Senhor! 
MESSIAS
Se Jesus é apresentado como o Filho do Homem, e o Filho de Davi, Ele também é apresentado como o Messias de Deus.  
Messias-Cristo-Ungido
Messias é um termo que aparece primeiramente em hebraico. A palavra é mãshîah, que significa “ungido”. No Antigo Testamento, o termo aparece como aquele que é ungido com óleo e capacitado pelo Espírito de Deus para fazer uma tarefa. A primeira ocorrência do termo mãshîah está em Levítico 4.3 e relaciona-se ao sacerdote: “se o sacerdote ungido pecar”. Também o termo aparece em 1 Samuel 24.6, referindo-se ao rei: “o ungido do SENHOR”. Há a ocorrência também em 1 Rs 19.16 em relação aos profetas: “Unja também Jeú [...] como profeta em seu lugar”. Entretanto, a ocorrência mais significativa para a Cristologia é a que aparece em relação ao episódio da unção de Davi como rei pelo profeta Samuel: “Samuel pegou o chifre do azeite e ungiu Davi no meio de seus irmãos. E, daquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apossou de Davi” (16.13).13 Veja como em Samuel está bem clara a relação da unção para o reinado e a capacitação do Espírito do Senhor. Essa perspectiva aparece exatamente com nosso Senhor Jesus. Este é o justo herdeiro da descendência de Davi, isto é, o Messias profetizado pelos profetas (Mq 5.2; Os 11.1; Is 61.1,2 cf. Lc 2.1-6; Mt 2.13-15,19,20; Lc 4.17-21; Jo 1.40,49), esperado pelos judeus e ungido pelo Espírito Santo para uma missão especial. É o que passamos a analisar agora no termo no Novo Testamento.  
No Novo Testamento o termo é christos para Ungido, Messias. Ele relaciona Jesus Cristo como o Senhor com a mesma força do termo proveniente do hebraico. Os textos de Lucas 4.18,19 e João 4.1-42 são os em que Jesus aparece mais claramente como o Messias. Entretanto, em toda a sua trajetória, nosso Senhor nunca falou abertamente sobre sua verdadeira identidade, talvez pela consciência a respeito do que os judeus esperavam de um Messias: um poderoso político que os libertasse da mão do império. Por isso, de maneira geral, em Jesus, o termo “significa o Único que pelo seu Espírito Santo e poder habita nos crentes e molda o caráter deles de conformidade com a sua semelhança (Rm 8.10; Gl 2.20; 4.19; Ef 3.17)”.14  O Cristo de Deus é o Messias que havia de vir. Não o Messias político, mas o ungido do Espírito para estabelecer um reino que não é deste mundo. “Além disso, o incomparável Messias divino, Jesus, não deixou de ser o Messias ao morrer na cruz, pois foi ali que aperfeiçoou a salvação. Depois, ressuscitou dentre os mortos e subiu até a presença do Pai, onde certamente continua sendo o Messias divino”.15  Ele é o Cristo da cruz e o Cristo do céu!
Tu és o Cristo!
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16): assim respondeu Pedro à pergunta de Jesus. Ele afirmou categoricamente que Jesus é o Cristo, isto é, o Messias. Essa confissão representava toda a esperança que os discípulos tinham em relação à libertação de Israel e o estabelecimento do Reino de Deus na Terra. Foi também uma resposta sucedida por uma bênção de Cristo: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus” (Mt 16.17 — grifo meu). Ou seja, o que Pedro afirmou não foi por consequência meramente intelectual, raciocínio humano ou algo semelhante. Foi uma revelação diretamente vinda do Pai.
É importante ressaltar que o texto de Mateus revela as elucubrações que as pessoas haviam feito acerca da identidade de Jesus. Para uns Jesus era João Batista; para outros, Elias; para terceiros, Jeremias; ainda, um dos profetas. Era uma imagem distorcida a respeito do Salvador. Diante das confusões de interpretação quanto à identidade de Jesus, a resposta de Pedro foi reveladora.   
Jesus é o Cristo de Deus! Que resposta extradordinária! Imagine alguém em pleno século XXI afirmar: “Eu sou deus”. Seria um escândalo, não é mesmo? Essa era a mesma dificuldade para os contemporâneos de Jesus acreditar que diante dos olhos deles estava o Messias profetizado pelos profetas. Só o próprio Deus poderia revelar e confirmar no coração de Pedro a verdadeira identidade de Jesus: “Tu és o Cristo”!    
Quem é Jesus para nós hoje?
Ravi Zacharias, importante apologista cristão, descreve assim a respeito do prognóstico da suposta crise de identidade a respeito de Jesus Cristo no Ocidente:
Na década de 1980, assisti a uma palestra proferida em conjunto por Francis Shaeffer e C. Everett Koop, ex-cirurgião geral dos Estados Unidos. Naquela conversa, Schaffer fez um comentário que me pegou de surpresa. Ele disse que nós, do Ocidente, estávamos nos aproximando do dia em que o nome de Jesus não seria reconhecido pelo jovem comum; e se fosse reconhecido, nenhum fato histórico sobre Ele seria conhecido. Na época, achei sua declaração um pouco difícil de engolir e me perguntei se ele havia dito isso apenas para ser provocativo. Porém, uma geração mais tarde, isso está parecendo ser bem verdade. Acho um tanto surpreendente o fato de o nome de Jesus ser profanado com muita regularidade — e isso não acontece apenas no Ocidente. Ninguém se atreveria a usar o nome de Maomé da mesma forma. E com certeza nenhum hindu que conheço usaria o nome de qualquer uma de suas divindades com tal desrespeito.16   
A descrição de Ravi Zacarias traz muita exatidão para o problema. O Jesus apresentado em muitos lugares simplesmente não é o Jesus das Escrituras Sagradas. Há uma tendência de apresentar Jesus no debate público ou em outros lugares de maneira completamente distorcida. O “crucificado” não é apresentado. O Rei nem um pouco é mencionado. O Salvador, o Messias, desprezado. Sim, para muitos, infelizmente, o Cristo bíblico é rechaçado. Isso acontece porque o Jesus da Bíblia não se encaixa em qualquer ideologia humana ou modismos doutrinários. Pode-se até fazer um recorte do que Ele diz e fez para encaixar no próprio pensamento, mas ignorando as implicações incômodas do Cristo, o Filho do Deus vivo. 
É preciso não se envergonhar de proclamar o Cristo da Bíblia: O Crucificado e o Ressuscitado.     
CONCLUSÃO
Neste capítulo, vimos que Jesus é o “Filho do Homem”. Essa expressão tem uma conotação da humanidade plena de nosso Senhor, bem como sua messianidade para estabelecer o Reino de Deus no mundo. Vimos também que Jesus é o “Filho de Davi”, o legítimo herdeiro da aliança davídica. Ele é o Rei dos reis. Finalmente, Ele é o Messias, o Filho do Deus vivo. Aquele que há de estabelecer o Reino de Deus para sempre.
Esses três títulos identificam Jesus e pontua a face humana e divina do nosso Salvador. Qualquer proclamação que ignore a perspectiva humana e divina de Jesus é incompleta. Se o nosso Senhor esvaziou-se da glória e fez-se semelhante aos homens, Deus também o exaltou soberanamente; se Deus o exaltou soberanamente, Ele também se esvaziou de sua glória e fez-se semelhante aos homens (Fp 2.5-11).
Lembra-se da pergunta, “Quem é Jesus?”, que fizemos na introdução? Definitivamente Jesus não pode ser visto como um mestre de moral, ou um revolucionário. Muito menos como alguém distante de nós, que está longe de nossas necessidades. Jesus é aquele apresentado nas Escrituras: o Filho do Homem, o Filho de Davi e o Messias. Qualquer imagem de nosso Senhor que não leve em conta essa tríade bíblica está incompleta. Jesus é Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
BERGANT, Dianne; KARRIS, Robert J. Comentário Bíblico. Vol. 2. 3.ed. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 2001.
Dicionário Vine. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
LEWIS, C. S. Cristianismo Puro e Simples. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
STRONSTAD, Roger. A Teologia Carismática de LucasTrajetórias do Antigo Testamento a Lucas-Atos.  Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
ZACHARIAS, Ravi. Quem é Jesus: Contrapondo sua Verdade à Falsa Espiritualidade dos Dias Atuais. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
                                                                             
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Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 LEWIS, C. S. Cristianismo Puro e Simples. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p.69. 
2 LEWIS, C. S., 2009, pp.69-70. 
3 BERGANT, Dianne; KARRIS, Robert J. Comentário Bíblico. Vol. 2. 3.ed. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 2001, p.69.  
4 HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.310. 
5 BERGANT, Dianne; KARRIS, Robert J., 2001, p.69.  
6 Ibidem, p.298. 
7 Ibidem, p.298 
8 HORTON, Stanley (Ed.)., 1996, pp.311-12. 
9 ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento.  Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.14. 
10 A palavra é proveniente de kyrios
11 ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger, 2003, p.98. 
12 Ibidem.
13 Aqui, não posso deixar de fazer uma referência em relação à ação do Espírito Santo no Antigo Testamento, especificamente a ação do Espírito na unção de Saul e de Davi quando da instalação da Monarquia de Israel. Veja o que o teólogo Roger Stronstad diz: “A fundação da monarquia para suceder aos juízes é caracterizada pela manifestação repentina e intensa de atividade carismática concentrada nos dois primeiros reis de Israel, Saul e Davi. Completando a unção que Saul recebera por Samuel, o Espírito do Senhor veio sobre ele, e ele profetizou (1 Sm 10.1-10). O Espírito do Senhor viria sobre Saul mais duas vezes  (1 Sm 11.6; 19.23) e uma vez em seus mensageiros (1 Sm 19.20) antes de Saul perder o reinado para Davi. Assim  como o Espírito do Senhor veio sobre Saul quando ele também foi ungido por Samuel (1 Sm 16.13; 2 Sm 23.2). Com os descendentes de Davi, a monarquia em Israel tornar-se hereditária e perde o caráter  carismático que era evidente na unção de Saul e Davi” (STRONSTAD, Roger. A Teologia Carismática de LucasTrajetórias do Antigo Testamento a Lucas-Atos. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.35). Assim, o símbolo da unção sobre alguma pessoa estava relacionado diretamente com o agir do Espírito do Senhor. Isso tem uma simbologia graciosa quando o Evangelista Lucas descreve o momento em que Jesus lê as Escrituras na Sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu [...]” (Lc 4.18).
14 Dicionário Vine. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.522.
15 HORTON, Stanley (Ed.)., 1996, pp.316.
16 ZACHARIAS, Ravi. Quem é Jesus: Contrapondo sua Verdade à Falsa Espiritualidade dos Dias Atuais. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.166.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 05 - 1º Trimestre 2020 - A Unidade da Raça Humana - Adultos.

Lição 5 - A Unidade da Raça Humana 

1º Trimestre de 2020
ESBOÇO GERAL
I – A UNIDADE RACIAL DO SER HUMANO 
II – A UNIDADE LINGUÍSTICA ORIGINAL DA HUMANIDADE
III – EM CRISTO, TODOS SOMOS UM

A DOUTRINA DA UNIDADE DA RAÇA HUMANA
Claudionor de Andrade
Em minha viagem às Terras Bíblicas, tive o prazer de confraternizar-me com irmãos, em Cristo, dos mais recuados continentes. Alguns eram da África; outros, das Américas e; ainda outros, da Ásia, da Europa e da longínqua Oceania. Apesar das barreiras linguísticas que nos separavam, nossa comunhão no Espírito Santo era plena. Sabíamos que compartilhávamos dupla herança: no primeiro Adão, a genética e a maldição do pecado original; em Jesus Cristo, porém, o Último Adão, éramos todos coerdeiros das Boas Novas do Evangelho.
Não obstante os idiomas que falávamos, as culturas que nos matizavam os trajes e os tons tão diversos de nossas peles, estávamos cientes de que a unidade da espécie humana não era apenas um fenômeno antropológico, mas uma proposição aureamente bíblica. Em nosso caso, havia também o vínculo espiritual.
Naqueles momentos, convencia-me de que a diversidade do ser humano é apenas aparente e periférica; interiormente, somos todos filhos de um mesmo pai e de uma única mãe: Adão e Eva. E, no Salvador Amado, irmãos diletos. A unidade humana, por conseguinte, é algo pétreo; ditador algum é capaz de esfacelá-la. Por isso, aproveitemos esse maravilhoso elo para cumprir a Grande Comissão, que nos confiou o Senhor Jesus Cristo, pouco antes de sua ascensão aos Céus: evangelizar todos os filhos de Adão até aos confins da Terra. Se há, como de fato há, unidade genética, haverá também unidade espiritual. Aliás, essa é uma realidade que, como Igreja de Cristo, já desfrutamos.   
Neste tópico, comprovaremos que a unidade da espécie humana não é invencionice bíblica nem verbosidade teológica, mas uma verdade que pode ser comprovada também pela história e pela ciência.
1. A unidade da espécie humana. A unidade absoluta da espécie humana não é apenas uma proposição, mas uma doutrina, segundo a qual toda a humanidade provém de um mesmo tronco genético. Ou seja: todos originamo-nos em Adão e Eva, conforme o apóstolo Paulo deixou bem claro aos filósofos epicureus e estoicos reunidos, no Areópago em Atenas, a fim de inquiri-lo acerca da doutrina cristã:
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração. (At 17.24-28)
Essa teologia é conhecida, também, como o monogenismo bíblico. Nesse sentido, o ensino cristão difere tanto da mitologia quanto dos falsos postulados científicos. 
Se examinarmos a história de cada povo, com exceção a de Israel, veremos que todas as tribos e nações reivindicam uma gênese heroica e mitológica, que as remete à paternidade de um deus local. Embalado por essas crenças, o Evolucionismo de Darwin, apesar de suas roupagens científicas, é tão mitológico quanto os poemas de Homero, Hesíodo e Virgílio. Tanto as falsas religiões como a falsa ciência são incapazes de ver a origem comum da humanidade, que nos liga a Adão e Eva e, finalmente, ao Deus Único e Verdadeiro.   
2. Os fundamentos bíblicos da unidade da espécie humana. A unidade da raça humana jamais foi posta em dúvida pelos autores das Sagradas Escrituras. Do Gênesis ao Apocalipse, todos os seres humanos são vistos como procedentes de um único tronco genético (Gn 1.26-28). Portanto, todos nós, apesar de nossas aparentes diversidades, somos filhos de Adão e Eva (At 17.24-28).
Essa proposição tem sérias implicações quanto à doutrina do pecado e da salvação, conforme explica muito bem o apóstolo Paulo aos irmãos de Roma:
Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei.  Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir. Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. (Rm 5.12-16, ARA)
Tendo em vista as implicações soteriológicas do monogenismo adâmico, o Senhor Deus convocou Abraão, como o pai da nação messiânica, por meio do qual abençoou todas as famílias da Terra (Gn 12.1). De fato, vindo o Filho de Deus a este mundo, na plenitude dos tempos, alcançou, por intermédio de sua morte na cruz, todos os povos (Gl 4.4). Hoje, a salvação não se acha restrita a Israel, mas é oferecida gratuitamente a todos os povos. O que crer e for batizado será salvo. 
3. Os fundamentos históricos da unidade da espécie humana. Basta lermos qualquer compêndio de história universal, para concluirmos que, conquanto haja divergências teológicas e culturais entre os diversos povos, todos se tratam como procedentes de um só tronco genético.De modo geral, todas as tribos e nações, das mais atrasadas às mais adiantadas, não ignoram esta verdade áurea: todos os homens, sem qualquer exceção, são irmanados em Adão e Eva. Aliás, se examinarmos os seus mitos e lendas verificaremos que, em suas bases, há certo fundo de verdade, que acaba por remeter-nos à narrativa do Gênesis. Mas as verdades, que temos aqui preservadas integral e sobrenaturalmente, foram corrompendo-se fora da comunidade de Sem e de Abraão, desde a dispersão de Babel, até descambar em mitos grosseiros, ridículos e pecaminosos. Enfim, a herança adâmica da humanidade não pode ser negada por nenhum povo.
4. Os fundamentos científicos da unidade da espécie humana. Até mesmo os cientistas de Hitler sabiam que os povos tidos, por eles, como inferiores, em nada diferiam, clínica e anatomicamente, dos altos, fortes e garbosos arianos. Tanto é que, submetendo judeus, eslavos e ciganos a experimentos médicos desumanos, visavam à cura dos saudáveis alemães e austríacos. Nos inferiores, pesquisavam as curas dos superiores; contradição das contradições.
Conscientemente, os médicos nazistas sabiam que, como todos os seres humanos provêm de um mesmo tronco genético, o sangue de um judeu podia ser transfundido num alemão e vice-versa. Sabiam, também, que a cura de um judeu podia representar a recuperação de um eslavo, de um cigano ou de um puro alemão. Tais homens de ciência, embora perversos e assassinos, não eram tolos. Ao abrirem um corpo, independentemente da pele que o recobria, viam nele todas as etnias e povos, porque interiormente somos todos iguais.
Na condição de transplantado hepático, não sei se o meu doador era branco, negro ou amarelo. Sei apenas que, como filhos de Adão e Eva, não somos incompatíveis uns aos outros. Sempre haverá alguém, quer nesta etnia, quer naquele povo, que nos poderá ajudar doando-nos uma parte de seu corpo e uma parcela de seu organismo. Se viéssemos de vários troncos genéticos, como querem alguns evolucionistas, a sobrevivência da humanidade seria impossível. 
Texto extraído da obra “A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção”, editada pela CPAD. 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

sábado, 25 de janeiro de 2020

Lição 04 - 1º Trimestre 2020 - Papai, presente do Papai do Céu - Berçário.

Lição 04 - Papai, presente do Papai do Céu 

1º Trimestre de 2020 
Objetivo da lição: Que o bebê perceba que o papai ensina aos filhos as coisas de Deus.
É hora do versículo: “Olhe para o céu e conte as estrelas” (Gênesis 15.5).
Nesta lição, as crianças estudarão sobre o bebê Isaque e o seu papai, Abraão. Isaque foi um presente do Papai do Céu para o papai Abraão e o papai Abraão foi um presente para o bebê Isaque. Abraão amava o seu filho e por isso lhe ensinou as coisas sobre o Papai do Céu. Eles eram muito felizes!
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças desenharem um sorriso na criança e no papai. Em seguida podem colorir o desenho. Diga que o amor do Papai do Céu pelo bebê é como o amor do papai.
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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 04 - 1º Trimestre 2020 - Presentes para Jesus - Maternal.

Lição 4 - Presentes para Jesus 

1º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Que a criança saiba que Jesus foi adorado como rei e que ela também deseje adorá-lo. 
Para guardar no coração: “[...] Adore o Senhor, seu Deus [...]” (Mt 4.10).
Seja bem-vindo 
“Professora, se alguns alunos chegarem mais cedo, converse com eles sobre que tipo de presentes gostam de receber e fale sobre os seus preferidos também. Na hora de iniciar a aula, convide um aluno para fazer a oração. Em seguida, cante com a turma alguns louvores e recolha as ofertas. Antes de contar a história, converse com a turma sobre presentes (ou retome a conversa do início da aula) e pergunte aos alunos que presente eles levariam se fossem visitar um bebê que acabou de nascer. E se eles fossem visitar um rei? Conte a eles que hoje vamos conhecer a história de alguns homens que foram visitar um bebê que também era rei e eles levaram presentes muito especiais. Mostre alguns objetos parecidos com os presentes dos reis magos: pode ser um anel ou aliança de ouro, ervas e óleos aromáticos. Deixe que os alunos toquem e sintam os aromas. (Se não puder levar esses itens, descreva-os.)”  (Daniele Pereira).
Subsídio professor
“Quando os três homens sábios vieram visitar Jesus, trouxeram presentes de ouro, incenso e mirra. O ouro era precioso tanto quanto o é agora. Mas você pode estar pouco familiarizado com a mirra e o incenso. Nos tempos de Jesus, as pessoas usavam a mirra como perfume e tempero. Ela era feita da seiva de um pequeno arbusto. A mirra é extraída líquida, mas pode ser secada e moída em pó para ser usada como incenso. O incenso puro era outro perfume delicioso. Ele também era produzido da seiva de uma árvore” (Bíblia da Adolescente Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 1157).
“[Os magos] eram membros da classe sacerdotal da Babilônia e da Pérsia, especialistas no estudo das estrelas e interpretação de sonhos. Talvez tivessem se inteirado da iminência do nascimento de Cristo através dos judeus que viviam naquela terra. Ou, quem sabe, tenham ouvido seus ancestrais relatarem o que acontecera séculos antes a Balaão que, nas províncias de Moabe, previra o aparecimento da estrela de Jacó. Levemos em conta também que, Daniel, tornado chefe dos sábios da Caldeia, predissera a vinda do Messias e a instalação do seu reinado” (PEARLMAN, Myer. Mateus: O Evangelho do Grande Rei. 5.ed. Série Comentário Bíblico. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 9).
“Jesus provavelmente tinha um ou dois anos de idade quando os magos o encontraram. Nesta ocasião, Maria e José eram casados. Deviam ter uma casa, pretendendo permanecer em Belém durante algum tempo. Os magos deram a Jesus presentes tão caros, porque estes eram adequados a um rei. Os estudantes da Bíblia têm visto tais presentes como símbolos da identidade de Cristo e daquilo que Ele realizaria. Com ouro, presenteava-se o rei; o incenso era oferecido a Deus; e a mirra era uma especiaria usada para ungir o corpo a ser sepultado. Talvez estas dádivas tenham provido os recursos financeiros para a viagem de ida e volta ao Egito” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 1214). 
Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Mateus 2.1-12. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Lição 04 - 1º Trimestre 2020 - Papai, Presente do meu Amigo - Jd. Infância.

Lição 04 - Papai, Presente do meu Amigo 

1º Trimestre de 2020
Objetivos: Os alunos deverão entender que o Papai do Céu cumpre as suas promessas; e reconhecer que o papai é um presente do Papai do Céu e por isso deve ser amado e respeitado. 
É hora do versículo: “[...] Deus sempre cumpre o que promete; ele é fiel em tudo o que faz” (Sl 145.13).
Nesta lição, as crianças estudarão sobre a história de Abraão que recebeu a promessa do Papai do Céu de que teria um filho. Isaque foi um presente de Deus para Abraão e Abraão foi um presente do Papai do Céu para Isaque. Deus cumpriu a sua promessa porque Ele cumpre o que diz. Abraão ensinou as coisas de Deus a seu filho Isaque, ensinando-o também a ser um homem bom assim como ele. O papai é um presente do Papai do Céu e por isso deve ser amado e respeitado.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem a cena de Abraão segurando o seu bebê Isaque no colo. Reforce que o cuidado que o papai tem com o seu filhinho para que nada de ruim aconteça com ele, demonstra também o cuidado que o nosso Papai do Céu tem com todos nós nos livrando de todo perigo e nos amando muito.
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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 04 - 1º Trimestre 2020 - Os Anjos Anunciam o Nascimento de Jesus aos Pastores - Primários.

Lição 4 - Os Anjos Anunciam o Nascimento de Jesus aos Pastores 

1º Trimestre de 2020

OBJETIVO: Que o aluno compreenda que Jesus Cristo veio para todos.
PONTO CENTRAL: Jesus Cristo é o Filho de Deus que veio ao mundo para todos.
MEMÓRIA EM AÇÃO: “Glória a Deus nas maiores alturas do céu! [...]” (Lc 2.14).
Querido (a) professor (a), não podemos permitir que com o passar dos anos de caminhada cristã a alegria pela nossa salvação e tão maravilhoso Salvador se esfrie em nossos corações (Sl 51.12). 
Na correria do dia a dia e lotada agenda eclesiástica, tendemos a refletir sobre a soterologia, doutrina da salvação, apenas em datas como o Natal ou a Páscoa. Até a ensinamos aos novos convertidos, mas será que temos reservado um tempo para orar agradecendo em especial por ela em nossas vidas?! 
Na próxima aula vamos ensinar aos Primários como a vinda do nosso Salvador Jesus foi anunciada a pastores muito simples, mas recebida por eles com majestosa gratidão e adoração. Que estas contagiem a você e aos seus pequeninos durante essa aula tão especial.
Nosso objetivo e ponto central é fazer com que as crianças entendam o quanto Jesus rompeu com qualquer parâmetro discriminatório, vindo não somente para salvar, mas também para “adotar” a todos, dando especial atenção aos menos favorecidos. 
“Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, ou seja, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.11-13).
Reflita em quão gloriosa honra! Ser adotado como FILHO pelo maior Rei do Universo! É ou não é motivo para celebrar e adorá-lO com intensa alegria?!
Pai Nosso 
Acerca da primeira frase do Pai-Nosso, informa-nos Agostinho que, em toda a Bíblia, “não se encontra um só lugar em que se ordene ao povo de Israel que diga Pai nosso ou que ore a Deus Pai, e isso porque o Senhor se manifestou aquele povo como a devedores, ou seja, como quem vivia ainda segundo a carne”. A oração traz, portanto, essa primeira grande inovação, que é o fato de um indivíduo dirigir-se a Deus como “Pai”. Ninguém ousaria dirigir-se de forma tão pessoal a Deus. Jesus assim se dirigia e não somente ensinou aos discípulos, mas lhes deu tal direito (Jo 1.12). Apesar de estar no Céu, o invocamos como Pai e sentimos sua proximidade, pois parafraseando Agostinho, Deus está “mais dentro de nós do que nossa parte mais íntima” (CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 110).
Para celebrar e adorar ao nosso Salvador, assim como os pastores da história, que tal fazer com as crianças alguns instrumentos musicais com material reciclável e usá-los cantando alguns hinos bem animados?! Clicando AQUI, neste site, você vai encontrar algumas sugestões e instruções para sua confecção prévia ou em classe junto aos primários. 
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula!

Lição 04 - 1º Trimestre 2020 - O Amigo Impulsivo - Juniores.

Lição 4 - O Amigo Impulsivo 

1º Trimestre de 2020
Texto Bíblico – Lucas 5.1-11; Mateus 14.22-33.
Prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos conhecerão um pouco mais a respeito de um discípulo que viveu muito próximo de Jesus. Ele tinha uma característica que talvez muito de nós também tenha e isso nos identifica com ele. Seu nome era Pedro, um discípulo do Senhor que viveu momentos difíceis nos primeiros anos de sua caminhada com Cristo. Pedro era extremamente impulsivo, alguém que não conseguia administrar as suas emoções. Mas o exemplo desse discípulo tem muito a nos ensinar, tendo em vista que nós também, em algum momento da vida, já demonstramos impulsividade.
Então, o que significa impulsividade? Quais são as características de uma pessoa impulsiva? Vamos entender melhor este conceito. De acordo com o Dicionário Houaiss, uma pessoa impulsiva é aquela que atua e reage sob o impulso do momento, de maneira irrefletida; em outras palavras, aquele(a) que se enraivece com facilidade. Geralmente, a pessoa que é impulsiva toma decisões no calor das emoções. É o tipo de pessoa que age primeiro para pensar depois, ou seja, na maioria das vezes não pensa nas consequências da sua decisão. Esta era uma característica marcante na vida de Pedro que ele teve que aprender a administrar.
Não é difícil de identificar esse aspecto em vários episódios da vida do apóstolo. O exemplo mais expressivo pode ser visto quando o Senhor ordenou que os discípulos atravessassem para o outro lado da margem do Mar da Galileia. Durante a travessia uma grande tempestade agitava as águas de tal maneira que o barco onde os discípulos estavam era lançado de um lado para o outro. A sensação era desesperadora, até que em dado momento os discípulos avistaram Jesus, vindo ao encontro deles, andando por cima das águas.
É óbvio que, àquela altura, os discípulos jamais imaginavam que o seu Mestre surgiria para socorrê-los, ainda mais vindo sobre as águas. Eles se apavoraram muito pensando que era um fantasma. Então, o impulsivo Pedro entra em cena e pergunta: — Se é o Senhor, ordena que eu vá ao teu encontro, andando por cima das águas. Certamente, Pedro não pensou nas consequências da sua petição. Então o Senhor o autorizou a ir ao seu encontro. Foi quando Pedro caminhando sobre as águas, temeu o forte ímpeto das ondas e começou a afundar. Naquele momento ele clamou ao Senhor que o socorresse e foi prontamente atendido.
Há muitas lições que podemos extrair do exemplo de Pedro, mas uma é muito especial: é preciso lançar sobre o Senhor toda a nossa ansiedade. E quem diria que o mesmo Pedro, futuramente, ensinaria essa mesma lição aos mais jovens? Na primeira Carta que escreveu aos crentes dispersos na Ásia Menor, mais precisamente no capítulo 5, Pedro exorta aos mais jovens que se humilhem perante o Senhor e lancem sobre Ele toda a ansiedade (v. 7). Em outras palavras, Pedro estava dizendo que deviam entregar todas as preocupações a Deus, pois Ele é quem cuida de nós de um modo todo especial.
Pedro havia aprendido a lidar com os seus impulsos, com as suas ansiedades e podia agora, perfeitamente, ensinar esta mesma verdade aos mais inexperientes. Que exemplo maravilhoso, caro professor! Do mesmo modo, você também está apto a ensinar as verdades do Reino de Deus a seus alunos. Aproveite a oportunidade e mostre para eles que é possível controlar a ansiedade. Explique que às vezes desejamos ter as coisas rápido demais, mas é preciso esperar o tempo certo para conquistá-las. Outro ensinamento interessante é a respeito da decisão. É preciso aprender pensar bem antes de decidirmos alguma coisa. Não agir precipitadamente é um exercício que seus alunos terão de aprender a cada nova etapa da vida, e é bom começar desde cedo. Converse com eles sobre isso e pergunte no que pensam quando se veem tentados a agir movidos pela situação.
Para reforçar a lição, sugerimos a seguinte atividade: coloque um bombom sobre a mesa de cada aluno e explique que eles não podem tocar naquele bombom até o término da aula. Inicie a lição naturalmente e, após abordar o texto da lição, pergunte qual foi a sensação de estudar com um bombom em sua mesa e não poder comê-lo. Certamente, alguns dirão que foi muito difícil estudar nesta situação, outros terão mais facilidade ou a situação não fará a menor diferença. Então explique que a ansiedade impede-nos de aproveitar muitas coisas boas que o Senhor coloca à nossa disposição. É preciso aprender controlar a ansiedade!              

Lição 04 - 1º Trimestre 2020 - Recebendo a Salvação - Pré Adolescentes.

Lição 4 - Recebendo a Salvação 

1º Trimestre de 2020
A lição de hoje encontra-se em: Efésios 2.8; Romanos 6.23.
Caro(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão que a Salvação é um presente que precisa ser recebido. Isso significa que a pessoa deve manifestar fé e interesse por ser salvo. Tratar deste assunto é de extrema importância, pois refere-se ao destino da pessoa por toda a eternidade. Por isso, todo aquele que ensina a respeito da Salvação precisa compreender como ela ocorre para que não sejam cometidos alguns equívocos.
Primeiramente é importante salientar que a Salvação não vem das obras (cf. Ef 2.8,9). Isso significa que não há nada que o ser humano possa fazer para recebê-la. Como já vimos em outras ocasiões, a Salvação é um presente de Deus, Ele mesmo decidiu conceder-nos a Salvação unicamente pelo fato de nos amar. Em consequência disso, Deus enviou o seu Filho Amado para cumprir a pena de morte em nosso lugar e assim renovar a nossa comunhão com Ele. As obras não são a causa da Salvação, e sim a consequência de sermos salvos em Cristo, isto é, somos salvos não pelas obras, mas para a prática de boas obras (cf. 2.10).
Em segundo lugar é preciso enfatizar que a Salvação é pela graça. Significa dizer que não merecíamos a Salvação, visto que a constante inclinação do ser humano pelo pecado o levou à morte e separação de Deus. Estávamos mortos em nossos pecados, mas Deus, por sua maravilhosa graça, mediante a fé, nos ressuscitou em Cristo Jesus (cf. Ef 2.5,6). Dizemos “mediante a fé”, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e recompensa aos que o buscam (cf. Hb 11.6). Esse é o segredo de agradarmos a Deus.
E, por último, é necessário que aquele que crê no filho de Deus o confesse perante os homens. “Com o coração se crê para justiça, e com a boca se faz confissão para a Salvação” (Rm 10.10). Confessar a Cristo como Salvador e Senhor é a mais sincera demonstração de um coração que verdadeiramente teve um encontro com Cristo. Essa declaração não parte apenas dos lábios de quem apenas diz, mas do estilo de vida de quem vive e pratica os ensinamentos daquEle que transformou sua vida. A Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, pp. 1718-19) complementa esta verdade:
Quando os crentes no Novo Testamento chamavam Jesus de ‘Senhor’, não se tratava de mera profissão de fé, ou uma simples repetição, mas de uma atitude sincera e interna do coração (cf. 1 Pe 3.15), pela qual colocavam Cristo como único e supremo Senhor sobre a totalidade das suas vidas (Lc 6.46-49; Jo 15.14). Jesus precisa ser aceito como Senhor dos assuntos espirituais, no lar e na igreja, bem como em todas as áreas da vida, inclusive a intelectual, a financeira, a educacional, a recreativa, vocacional, etc. (12.1,2; 1 Co 10.31).
Sujeitar nossas vidas ao senhorio de Cristo é viver de modo que tudo quanto fizermos tenha o propósito de agradar-lhe. Não são poucas as vezes que chamamos a Cristo de Senhor, quando na verdade não estamos expressando a mesma confiança com o nosso estilo de vida. Isso nos lembra as palavras pronunciadas pelo profeta Isaías quando disse: “Esse povo ora a mim com a boca e me louva com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A religião que eles praticam não passa de doutrinas e ensinamentos humanos que eles só sabem repetir de cor” (Is 29.13). Deus fala expressamente por intermédio do profeta que o coração do povo estava distante do Senhor. Do mesmo modo, quando acostumamos conhecer a Deus apenas de forma literária, torna-se muito difícil conhecê-lo realmente. O Senhor se revela para aqueles que o temem e obedecem à sua Palavra. Quem assim o busca, desfrutará da Salvação eterna que somente Ele pode conceder.
Aproveite a ocasião e converse com seus alunos a respeito do que significa receber a Salvação. Ensine que receber a Salvação é declarar a fé em Jesus Cristo, o único meio pelo qual podemos ser salvos. Mostre que estar salvo é viver um estilo de vida resultado da comunhão com Deus. Quem, de fato, está próximo de Deus se relaciona bem com Ele e com o próximo. Quem tem um relacionamento verdadeiro com Deus não se contenta somente em conhecer os ensinamentos de Cristo, mas sente a alegria em colocá-los em prática, mesmo que isso signifique abrir mão dos próprios anseios e vontades.

Lição 04 - 1º Trimestre 2020 - O Amigo Leal - Adolescentes.

Lição 4 - O Amigo Leal 

1º Trimestre de 2020
ESBOÇO DA LIÇÃO
1 – MARTA E MARIA
2 – JESUS AMAVA SEUS AMIGOS
3 – O MILAGRE DA RESSURREIÇÃO
4 – TIRAI A PEDRA!
OBJETIVOS
Conscientizá-los
 de que os amigos são mais importantes do que as coisas materiais;
Destacar que Deus age em nossas vidas na hora certa;
Informar que Deus quer nos tornar testemunhas da manifestação do seu poder.
AVIVAMENTO: A RESTAURAÇÃO DO VERDADEIRO SENTIDO DA VIDA
O salmista orou: “Não tornarás a vivificar-nos, para que o teu povo se alegre em ti?” (Sl.85.6). Ele reconhecia que o povo de Deus era espiritualmente impotente; o fogo da devoção estava baixo; a alegria se fora: “Vivifica-nos”, clamou, mas o que queria dizer? Que é avivamento?
Muitos hoje pensam que o avivamento é uma série de encontros com o fim de acender o interesse pela Igreja. Outros acham que é uma forma de emocionalismo religioso. Mas duvido que tais ideias acerca do termo tenham passado pela cabeça do salmista.
Avivamento significa acordar e viver. No Antigo Testamento, a palavra para avivamento vem de outra que significa “viver”, que originalmente carregava o sentido de respiração, visto que a respiração é a expressão de vida em todos os seres animados. Daí poder-se dizer dos ossos secos: “Eu porei respiração dentro de vocês e os farei viver de novo” (Ez 37.5 [BLH]; cf. 37.6,14; Jó 33.4; 1 Rs 17.22). Avivamento, ou vida, era “respirar na respiração de Deus”. Como vimos aqui, a ideia enfatizada é que a fonte dessa vida está em Deus.
A palavra correspondente no Novo Testamento significa “ressuscitar” (Ap 22.5; Rm 14.9; cf. 7.9). O termo, conforme usado por Jesus, denota a mudança na vida de um filho pródigo penitente que retorna à casa do pai, no sentido de que o filho que estava “morto” e agora “reviveu” (Lc 15.24,32). Outras palavras comparam o avivamento ao reacender de uma chama que se apagava aos poucos (2 Tm 1.6) ou a uma planta que lança novos brotos e “floresce novamente” (Fp 4.10).
A ideia básica de avivamento é sempre o retorno de algo à sua verdadeira natureza e propósito. De acordo com a história da redenção, o avivamento pode ser visto como “uma obra diferente e soberana de Deus, em que Ele visita seu povo, restaurando, reanimando e liberando-o para a plenitude de sua bênção”. Por seu poder, “grandes energias, até então adormecidas, são despertadas, e novas forças – que há muito vêm sendo preparadas no interior – ganham vida”. No despertar do avivamento, vem a vida – vida em sua plenitude, vida transbordante de amor e poder divino.
É claro que nem todos os detalhes sobre essa nova vida podem ser plenos. Sendo uma ação sobrenatural do Espírito, há sempre um quê de mistério. Mas uma coisa é certa – no avivamento, homens e mulheres revivem para a vida de Deus.
Transformação pessoal
O avivamento torna-se evidente pela mudança operada no coração pelo Espírito Santo. A extensão de sua ação pode variar, e há diferenças na forma como se expressa, mas o avivamento é manifesto “onde quer que você veja [a vida espiritual] levantando-se de um estado de considerável depressão para uma situação de vigor e força maior”.
A transformação mais imediata é a renovação da experiência cristã individual. Quando alguém corresponde inteiramente à divina graça, há uma maravilhosa certeza do perdão dos pecados; o coração é limpo, a alma é livre. A fé não vacila ante as promessas de Deus. A oração palpita com o aroma do céu. O amor enche o coração com canções, e o louvor é espontâneo. Ainda há sofrimentos e tentações, mas no centro de tudo está o rosto resplandecente de Deus, brilhando no interior do ser. Cristo é real, a sua paz preenche a alma, sua vitória derrota o mundo.
Do ponto de vista do cristianismo do Novo Testamento, não há nada de incomum na experiência do avivamento. É assim que as pessoas deveriam sempre viver. Nas palavras de Roy Hession: “É simplesmente você e eu andando pela Estrada em completa identidade com o Senhor Jesus e uns com os outros, com cálices continuamente purificados, deles transbordando a vida e o amor de Deus”.
Ou, como Charles G. Finney explica, avivamento simplesmente “consiste em obedecer a Deus”, o que significa que é obrigação mais elementar do homem.
O avivamento, no sentido pessoal, deveria ser uma realidade constante. A ideia de que o avivamento é “algo que ocorre em épocas e períodos especiais” é consequencia da natureza volúvel do homem, não da vontade de Deus. Infelizmente, a maioria de nós experimenta aqueles momentos de apatia espiritual que tornam o avivamento necessário. Mas se vivêssemos continuamente na plenitude do Espírito de Cristo, como Deus deseja, o avivamento seria um estado permanente.  
Nova vitalidade para a igreja
Mas o avivamento implica mais que bênçãos pessoais. Quando pessoas se despertam para a realidade de Cristo e essa experiência é multiplicada em outras vidas, a igreja sente uma nova unidade de fé e propósito – uma genuína comunhão no Espírito.  Quando os crentes são aproximados da Cabeça do corpo, eles são “aproximados uns dos outros em amor santo”. Isso não implica em acordo fechado em qualquer situação, mas, de forma bem marcante, o avivamento cria um ambiente em que discípulos de verdade, sinceros, caminham juntos, enquanto as diferenças menores são resolvidas no compromisso maior de uma missão comum.
Ao encher nossos corações, o amor de Cristo nos faz preocupar com as pessoas a quem Deus ama e por quem Ele deu seu filho. Dessa compaixão, nasce a força que compele à evangelização. O mandamento de fazer discípulos de todas as nações não pode ser desprezado. No mesmo espírito, nossa preocupação social se volta para os oprimidos e aflitos. A obrigação torna-se uma alegria. O amor transborda naturalmente quando o coração está cheio.
É inevitável que a sociedade sinta o impacto de uma renovação entre os cristãos. Quando o Evangelho progride em palavras e ações, o mundo percebe que aquelas pessoas estiveram com Jesus. Os pecadores são tocados e passam a buscar o salvador. Restituições são feitas. Lares destruídos são restaurados. Os padrões morais do povo melhoram. A integridade começa a ganhar espaço no governo. À medida que o Espírito do avivamento prevalece, a misericórdia, a justiça e a honestidade vão enchendo a terra. 
Texto extraído da obra “A Chegada do Avivamento Mundial” de Robert Coleman, editado pela CPAD.
Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do Setor de Educação Cristã da CPAD

Lição 04 - 1º Trimestre 2020 - Amós – Política e Justiça Social no Mundo Bíblico - Juvenis.

Lição 4 - Amós – Política e Justiça Social no Mundo Bíblico 

1º Trimestre de 2020
“Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações” (Jr 17.10).
OBJETIVOS
Explicar as desigualdades sociais;
Evidenciar a Justiça de Deus sobre os pecadores;
Conscientizar que Deus vocaciona pessoas.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. CONTEXTO HISTÓRICO
2. ESTRUTURA DO LIVRO
3. A MENSAGEM DE AMÓS
Querido (a) professor (a), vivemos em um tempo complexo de grande polarização política em nosso país. Devido a uma série de eventos que nos conduziram a este momento, o embate ideológico entre membros de Direita e Esquerda são levados ao extremo, representando um grande retrocesso para todos nós, enquanto sociedade e nação. 
Uma destas sequelas, por exemplo, é a “demonização” de algumas palavras, que têm seus reais significados ignorados, por serem erroneamente atribuídas exclusivamente a um grupo, lado, partido ou visão política. Por esta razão, conceitos como “Direitos Humanos”, “Justiça Social”, “ONGs”, “ambientalismo”, por exemplo – coisas benéficas, e mais importante ainda, totalmente embasadas nos mais valorosos princípios bíblicos –, hoje comumente são motivo de represália, até mesmo por parte de bons cristãos. 
Entretanto, a despeito de qualquer cenário caótico e polarizado em que se encontra a nossa nação, nós como representantes de Cristo na terra, ainda somos comissionados por Ele a sermos PACIFICADORES; pessoas com sede e fome de JUSTIÇA; que defendem a causa dos mais pobres e marginalizados socialmente; que não faz acepção de pessoas, mas defendem à dignidade de todo ser humano, direitos iguais para todos, independente de seu gênero, raça, credo, visão política, etc. (Cf. Mt 5. 3-10).
Reflitamos na seguinte passagem bíblica:“Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? Ouvi, meus amados irmãos:
Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?
Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais? Porventura não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?
Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos pela lei como transgressores” (Tg 2.4-9).
Precisamos compreender que independente da visão política que apoiamos ou contexto social em que nos encontramos, a Palavra de Deus não mudou, e não pode ser distorcida ou apenas aplicados os trechos que mais nos convém. 
O mandamento de amar ao próximo se mantém! Portanto, falar e trabalhar em prol da justiça social é, acima e antes de tudo, cristão! Na próxima aula vamos abordar este tema, através do chamado e mensagem de Deus por meio do profeta Amós. 
Amós estava inserido em uma sociedade de inúmeras injustiças sociais, em que os mais ricos massacravam os mais pobres, e a corrupção era tão generalizada, que se tornara comum até mesmo entre os líderes do povo de Deus. Infelizmente, contexto muito semelhante ao dos nossos dias.
Ser luz em meio à tamanha confusão, caos social e escuridão espiritual, não é fácil. Mas que através do exemplo deste fiel e corajoso profeta, o Espírito Santo possa nos corrigir, inspirar e fortalecer para que possamos, como ele, levar a mensagem de justiça e amor do nosso Deus adiante – acima de qualquer bandeira ou visão política. 
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Lição 04 - 1º Trimestre 2020 - O que Cristo fez por nós - Jovens.

Lição 4 - O que Cristo fez por nós 

1º Trimestre de 2020
Introdução
I-A Morte Vicária
II-A Expiação
III-O Valor do Sacrifício de Cristo
Conclusão

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Esclarecer o que significa o caráter vicário da morte de Cristo;
Demonstrar que a expiação salvadora de Jesus foi ilimitada;
Apresentar as características singulares do sacrifício de Jesus.
Palavras-chave: Jesus Cristo.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria de Telma Bueno:
INTRODUÇÃO
Todos os fatos a respeito da pessoa e da obra de Jesus Cristo são importantes, pois contribuem para que vivamos um Cristianismo autêntico e saudável. Embora o número de igrejas evangélicas venha crescendo no Brasil, estamos vivendo tempos difíceis, em que muitos se dizem cristãos, entretanto não conhecem o que Cristo fez por nós. Por isso, a relevância do tema desse capítulo. 
Juntos, refletiremos a respeito das características e os princípios espirituais que fazem parte da obra vicária de Jesus Cristo. Veremos que homem algum poderia ter feito o que Cristo fez por nós. Sua morte vicária não foi um acidente ou apenas uma escolha errada dos líderes judeus, ou um erro das autoridades romanas. A morte expiatória do Filho de Deus é na verdade a maior prova de amor que a humanidade experimentou. O sacrifício de Cristo nos prova o quanto Ele nos amou; um amor incondicional.  É fácil amar alguém que nos ama e que de alguma forma corresponde ao nosso afeto, mas Ele nos amou quando ainda não o conhecíamos: “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). O nascimento de Jesus fez com que a humanidade decadente e que andava em trevas visse a luz. 
Jesus poderia ter se salvado da vergonhosa morte da cruz?  Sim!  No Getsêmani Ele orou pedindo ao Pai Celeste que, se possível, Ele não tomasse o cálice de sofrimento que lhe estava reservado, contudo, por amor, preferiu fazer a vontade do Pai e suportou tamanha aflição e dor. Não se esqueça de que Ele poderia ter evitado a dor e a vergonha da cruz, e num piscar de olhos, ter dado fim aos seus algozes. Entretanto, por amor e compaixão por nós, submeteu-se até mesmo aos seus inimigos. 
Você já parou para pensar que nós tivemos uma participação naquela triste manhã no Monte do Calvário? Tivemos participação pois nossos pecados estavam sobre aquela cruz. O Filho de Deus tomou sobre si as nossas dores, as nossas enfermidades os nossos pecados (Is 53.4). Hoje só cabe a nós crer, reconhecer e aceitar o seu sacrifício como a única maneira de reconciliação com Deus. Jesus enfrentou toda a sorte de dores, angústias, traição e violação de direitos por amor — para a nossa salvação e vitória.  Que esse capítulo nos ajude a refletir e aceitar, com gratidão, tudo que Ele fez e continua a fazer por nós. 
I – A MORTE VICÁRIA
A salvação do homem mediante o sacrifício vicário de Jesus é o tema central das Escrituras Sagradas. Já no Livro de Gênesis encontramos a questão da redenção (Gn 3.15). O sistema sacrificial do Antigo Testamento, instituído pelo Senhor, e entregue aos hebreus por Moisés, apontava para um sacrifício maior e perfeito: o de Jesus Cristo. Os sacrifícios foram a forma que o Deus que é Santo utilizou para que seu povo não fosse consumido pelos seus atos pecaminosos. Mediante o sacrifício de animais — bodes, carneiros, bois, pombinhos —  o homem tinha seu pecado encoberto e assim podia se aproximar do Senhor, desfrutar de sua comunhão e bênçãos (Lv 1; 6.8-13; 8.18-21;16.24). Segundo Daniel B. Pecota1 “os atos salvíficos do Antigo Testamento vão preparando o palco para o derradeiro ato salvífico que seria realizado pelo Filho Unigênito de Deus.”  Entretanto, é importante ressaltar que o sistema de sacrifícios da antiga aliança não incluía toda a humanidade. Todavia, a morte vicária de Cristo foi em favor de toda a humanidade. Todos foram alcançados por um único ato de amor. 
Antes de morrer Ele sofreu por mim 
O propósito de Deus em relação ao sacrifício de Jesus é único. A finalidade nunca foi nos trazer benefícios ou vantagens, como libertação, cura e vida eterna. Cristo não morreu para nos trazer favores e privilégios. Precisamos compreender que Ele morreu em nosso lugar, ou seja, “ao invés de”. Ao morrer na cruz, Jesus assumiu as nossas culpas e tomou para si a penalidade dos nossos pecados. A morte vicária de Cristo foi um ato voluntário de expiação pelos nossos pecados. Jesus, nosso sacrifício perfeito, se entregou voluntariamente para morrer em nosso lugar (Mt 27.35,36; Ef 5.2; Hb 7.26). No madeiro Ele carregou o peso dos nossos pecados, e seu corpo foi moído por nossas iniquidades; seu sofrimento foi físico, emocional e espiritual. Jesus foi torturado, foi traído por seu discípulo e vendido por trinta moedas de prata; Pedro negou conhecê-lo. 
Todavia, Jesus não usou do seu poder para livrar-se da dor e do sofrimento. No Getsêmani, ao ser preso, um de seus discípulos, utilizando uma espada, cortou a orelha de um empregado do Grande Sumo Sacerdote (Mt 26.51). Porém Jesus, além de curar o homem, repreendeu duramente o discípulo. Ele afirmou que se quisesse, poderia pedir proteção ao Pai e Ele enviaria “doze legiões de anjos” (Mt 26.53) para livrá-lo.  
Ele entregou-se completamente
Não sabemos lidar com a morte e nem mesmo gostamos de ouvir a respeito desse tema. Talvez, porque não fomos criados por Deus para morrer. A morte física e espiritual é uma das consequências da Queda. Todavia, como cristãos, ela não nos amedronta, pois temos uma esperança viva  — Jesus. Ele venceu a morte. 
No mundo antigo, a morte era algo que causava pavor. Quem sabe tenha sido uma das razões dos discípulos de Jesus terem ficado tão abatidos e decepcionados ao verem aquEle que eles acreditavam que iria redimir Israel, ser crucificado e morto. Observe o que nos diz Jeremiah Johnston2 a respeito da morte no mundo grego-romano: 
No mundo greco-romano, a morte significava o fim. Não havia esperança, somente pesar. Por isso que o ministério de Jesus foi absolutamente notável. Ele não somente predisse a sua própria morte e ressurreição corpórea (Mc 9.31), como também encarregou seus discípulos de pregar o Reino de Deus e “ressuscitar os mortos” (Mt 10.8). 
Muitos, até os dias atuais, discutem e desejam saber quem foram os culpados e responsáveis pela morte de Jesus. Os culpados não foram os judeus e nem mesmo os romanos. Toda a humanidade foi responsável pela morte do Filho de Deus, pois todos pecaram (Rm 3.23). Tudo começou com a desobediência de Adão e Eva. O pecado entrou no mundo por intermédio de um homem e contaminou toda a humanidade (Rm 5.12). Contudo, Deus não foi apanhado de surpresa; o Senhor em sua presciência, desde a fundação do mundo, já havia preparado um Cordeiro para morrer pelos pecados da humanidade (Ap 13.8). A morte de Cristo foi determinada por Deus antes mesmo da Queda, para resgatar toda a humanidade (Jo 1.29). Se você ler a genealogia do Salvador, registrada por Lucas, verá que Adão é chamado de filho de Deus (Lc 3.38). Apesar da aparente vitória do pecado e do Diabo sobre a humanidade, Jesus, o segundo Adão, veio para resgatar-nos: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Co 15.22).  
Jesus entregou-se por nós voluntária e inteiramente. Como homem, experimentou a dor física e emocional; sua agonia foi devastadora. Mas Ele sempre deixou claro para os seus discípulos que viera ao mundo não somente para ensinar, curar e anunciar o Reino de Deus, mas para morrer por toda a humanidade. Você já parou para pensar que tudo que Ele sofreu foi por amor a nós?  Ele não veio a este mundo tenebroso por causa dEle mesmo, todavia Jesus veio para nos salvar. Embora o Salvador tenha sido acusado de blasfêmia e de traição em uma corte civil, Ele não foi vítima de uma injustiça cometida pelo Sinédrio ou por Pilatos: Jesus foi punido diante de Deus, em nosso lugar, por amor a nós. 
Assim como Ele fez, façamos nós também
No capítulo 12 da Carta aos Romanos, Paulo faz um apelo: “Rogo-vos pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus [...]”.  Como cristãos, devemos apresentar nossos corpos em sacrifício vivo a Deus, assim como Jesus o fez. A palavra grega utilizada em Romanos 12.1 é thysia, que significa sacrifício ou oferta.  Aqui Paulo faz um paralelo com o sistema de sacrifício levítico do Antigo Testamento. No entanto é importante compreender que o nosso sacrifício, ao contrário daquele da Antiga Aliança, deve ser apresentado vivo. Também é necessário que seja santo, quer dizer, separado exclusivamente para o serviço de Deus. Só assim teremos a garantia de que estaremos vivendo um evangelho vivo, autêntico e que agrada a Deus, pois nos identifica com Jesus. 
Assim como Cristo, ofereceu voluntariamente sua vida, seu corpo, para morrer em nosso lugar, também carecemos de ofertar nossos corpos e mentes em sacrifício vivo a Deus. Cristianismo sem sacrifício, sem renúncia, sem entrega não é cristianismo. 
A entrega da nossa vida a Deus exige amor e sacrifícios.  Na atualidade, a palavra “amor”, embora muito utilizada, quase sempre aparece associada a “sentimentos”. Entretanto, não é esse o significado de ágape no Novo Testamento. O amor cristão é resultado do amor de Deus em nós mediante Jesus.  O amor é um fruto do Espírito e uma das evidências da nossa regeneração. “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12.9,10). Dessa forma o amor que nos leva a nos doarmos em favor do nosso próximo, assim como Cristo fez por nós, não pode ser algo fingido, isto é, praticado com hipocrisia. Ele é legítimo e nos leva a ver o outro antes de nós mesmos. 
Cristo deu voluntariamente a sua vida por nós para que vivamos como “sal” e “luz” da Terra. O cristão não pode viver de qualquer maneira e muito menos na apatia: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11). No grego “vagarosos” é okneros, que tem o sentido de preguiçoso, descuidado e indolente. Ser fervoroso não significa ser religioso, mas significa ser alcançado pela graça e andar de acordo com ela.

II – A EXPIAÇÃO
Expiação é a “purificação de crimes ou faltas cometidas”. Mas precisamos conhecer melhor o real significado desse termo, pois é a palavra-chave do tópico. Então, vejamos uma das definições de Charles Finney 3
A palavra “expiação” vem do termo hebraico cofer. Trata-se de um substantivo do verbo caufar, cobrir. O cofer ou a cobertura era o nome da tampa ou cobertura da arca da aliança e constituía o que era chamado propiciatório. A palavra grega traduzida por expiação é katallage. Isso significa reconciliação com o favor ou, mais estritamente, os meios ou condições para que haja reconciliação com o favor; de katallasso, “mudar ou trocar”. O significado estrito do termo é substituição. Um exame dessas palavras originais, no contexto em que se apresentam, mostrará que a expiação é a substituição governamental da punição dos pecadores pelos sofrimentos de Cristo. São os sofrimentos de Cristo cobrindo os pecados dos homens.
O sacrifício de Cristo foi expiatório, pois Ele tomou nossos pecados sobre si e foi punido em nosso lugar. No momento da sua morte na cruz, o véu do Templo se rasgou em dois, de alto a baixo (Mt 27.51), abrindo o caminho para  que o homem redimido possa desfrutar novamente da comunhão e de uma nova vida com Deus. Durante centenas de anos esse caminho esteve bloqueado pela Queda, pelo pecado, mas agora foi aberto para todo o sempre pelo Filho de Deus, mediante a expiação (Ef 2.18; Hb 10.19,20). 
No Antigo Testamento, sob a lei mosaica, a expiação pelo pecado se dava mediante o sacrifício de um animal inocente e sem defeito algum. Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe4  “o derramamento do sangue era a evidência da morte”. “Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida” (Lv 17.11). 
“E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação” (Rm 5.11). O termo grego utilizado aqui para reconciliação é katallage cujo significado é  “expiação.
A expiação e a salvação
“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21). Esse texto bíblico aponta para a obra expiatória, salvífica de Jesus. Éramos inimigos de Deus e escravos do pecado, porém Jesus, mediante sua morte na cruz, trouxe-nos para uma vida de harmonia e reconciliação com Deus.  A nossa salvação e reconciliação com o Todo-Poderoso é resultado da graça, do favor divino e hoje todos os que creem em Jesus podem alcançá-la. 
O pecado, na sua universalidade, alcançou e contaminou toda a raça humana, por isso foi preciso que Deus enviasse à Terra um Salvador (Rm 3.23).  Segundo as Escrituras Sagradas, todos estão debaixo do jugo do pecado. Logo, a necessidade de uma salvação e de um Salvador é universal. O apóstolo Paulo afirma que todos, ou seja, tanto os gentios como os judeus — o povo escolhido de Deus — mas que não andavam de acordo com as suas ordenanças, estavam sob o domínio do pecado. Somente a justiça de Deus, revelada em Jesus, é suficiente para nos salvar e libertar do pecado que afastou o homem de Deus, contudo sua misericórdia nos permite a reconciliação mediante Jesus Cristo. 
Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, a necessidade de reconciliação é colocada pela decisão misericordiosa, sábia e onipotente de Deus, de satisfazer sua santidade e sua justiça, além de cumprir seu propósito a favor do homem pecador, culpado, alienado e impotente. O homem, em seu pecado, está obviamente em uma condição inapropriada para a comunhão com Deus, e um destino junto dele.5 
Um amor que não tem limites ou sobre a expiação ilimitada
Vivemos em um mundo que está mergulhado em trevas e que carece do amor, do perdão e da graça divina. O pecado tem cegado o entendimento de muitos e as pessoas já não conseguem mais compreender o real significado da palavra amor e muito menos amar o próximo como Jesus nos ensinou (Mt 22.39). À medida que o amor vai esfriando, a maldade, a frieza e a ganância dos homens têm aumentado e levado milhares à morte ou a viverem de forma desumana. 
Mediante a miséria do mundo, muitos perguntam: Quem é o culpado pela violência e a infelicidade do mundo atual?   Deus seria o culpado? O que deu errado? Nós cristãos, embora tenhamos a Palavra de Deus, não temos uma resposta pronta para todas as mazelas da humanidade, mas temos uma certeza: Deus não pode e nem deve ser responsabilizado por toda maldade que existente. Sabemos que o caos em que vive a humanidade é resultado da Queda, do pecado. Deus é bom e ao longo da história tem procurado cuidar das suas criaturas e se relacionar com elas. O Senhor tem se revelado para a humanidade de diferentes maneiras e uma delas é por intermédio da criação (Rm 1.20). No entanto, hoje Ele também se faz conhecido mediante a sua maior e melhor revelação: Jesus Cristo. O Salvador veio ao mundo por amor, seu propósito era e é salvar, curar e libertar a humanidade decaída. Quando Jesus esteve em carne aqui na Terra, Ele demonstrou seu amor e sua autoridade sobre o mundo criado, realizando vários milagres a fim de ajudar os aflitos e necessitados. Jesus acalmou o mar bravio, salvando seus discípulos de uma grande tormenta (Lc 8.22-25). Ele curou os doentes, deu pão para os famintos, libertou os oprimidos pelo Diabo, tratou as mulheres com amor e respeito; só fez o bem, pois seu coração transbordava o amor que vem do Pai.  Ele é o Senhor, a quem o Pai Celeste deu toda a autoridade sobre tudo, inclusive para perdoar pecados e nos levar para o céu. Nietzsche, Freud, Karl Marx e tantos outros tentaram promover a ideia de que Deus não se importa conosco e que Ele é um ser distante e impessoal. Também fizeram de tudo para proclamar o ateísmo, pois a fé nos aproxima de Deus e da Verdade. 
III- O VALOR DO SACRIFÍCIO DE CRISTO
Uma dívida que ninguém mais poderia pagar
Como poderíamos pagar o preço pela nossa redenção? Nossa dívida para com Deus era impagável. Segundo o salmista, “pois a redenção da sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam” (Sl 49.8). Não foi com ouro ou prata que Cristo pagou as nossas dívidas; elas foram pagas com a sua própria vida, com o seu precioso sangue. Toda a humanidade estava perdida em seus próprios pecados. No texto de Romanos 3.9-20, Paulo nos mostra que todos, tanto os judeus como os não judeus, estão debaixo do poder da iniquidade. A Queda levou a humanidade para longe do Deus Pai.  Deus é Santo e os nossos pecados nos separam dEle. Então, quem poderia nos resgatar? Somente o Filho Unigênito de Deus. Ele foi enviado para nos trazer salvação e a vida eterna. O Filho foi gerado por Deus: “Tu és meu Filho, hoje te gerei [...] eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho” (Hb 1.5). A expressão “Filho de Deus” indica a natureza divina de Jesus. Ele compartilha da mesma essência e da mesma natureza do Pai. 
Uma vez sob o domínio do pecado, o homem não poderia e jamais poderá libertar a si mesmo. O povo hebreu, sozinho também não poderia ser liberto da escravidão do Egito, do jugo de Faraó. Foi preciso um libertador, Moisés. Da mesma forma a humanidade também precisa de um libertador. O pecado além de nos afastar de Deus, interrompendo nossa comunhão com o Pai, tem também o poder de distorcer os valores divinos, alterando o caráter e o comportamento do homem em sociedade. Saiba que a falta de valores ou valores invertidos são uma das características da humanidade caída. Somente em Cristo o homem pode ser liberto do pecado, pode encontrar a salvação e receber uma nova maneira de viver (2 Co 5.17). 
Sobre uma visão do Apocalipse
O texto de Apocalipse 5.1-5 nos mostra uma das revelações que João, autor do livro de Apocalipse, tem a respeito de um livro selado com sete selos. O fato do conteúdo do livro estar selado indica que sua mensagem estava oculta aos homens. João prossegue com sua narrativa enfatizando que “ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele” (v. 3). Tal revelação, de que homem algum era digno de abrir o livro, comoveu o coração de João fazendo com que ele lamentasse e chorasse. Qual o significado de tamanha comoção e de tal revelação?  O significado é profundo para todo cristão, pois se trata de uma verdade que jamais podemos nos esquecer: “Sem a pessoa de Jesus Cristo e sua obra de redenção, a história é um enigma”.6  
A história humana só tem significado em Jesus Cristo. Ele é a razão de tudo e de toda a história. Quer a humanidade aceite ou não, tudo, no céu e na Terra está debaixo do senhorio de Cristo, e sem Ele não há redenção. O Messias conquistou, na cruz, uma grande vitória para toda a humanidade. Sua morte expiatória foi uma vitória sobre o pecado, sobre o Inimigo e sobre a morte. O julgamento e a derrota final de Satanás ainda estão por vir e se dará quando da segunda vinda de Jesus. Cristo voltará não mais como um frágil bebê em uma manjedoura; Ele virá como o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, o vencedor (v. 5).  Porém, podemos nos alegrar pelo fato de que Jesus Cristo já derrotou os poderes do Inimigo em sua encarnação, morte e ressurreição. 
Aquela cruz era minha
Na cruz, Jesus nos substituiu. Ele tomou o nosso lugar assumindo sobre si toda a condenação que era nossa. Mediante um único, porém perfeito sacrifício, Ele pagou todas as nossas dívidas. A expiação de Jesus faz da salvação a maior dádiva de Deus para toda a humanidade. Expiação significa “remir a culpa”. Com a remissão vem também a “reconciliação” com Deus. Fomos reconciliados com o Altíssimo mediante a cruz (2 Co 5.19; Ef 2.11-19). Você é grato por sua salvação? Pelo sacrifício que Jesus fez em substituição por sua vida? Seja grato! Louve por tão grande e maravilhosa redenção. Jamais se esqueça do alto preço que foi pago a fim de que o Deus que é absolutamente santo o aceitasse (reconciliação) e declarasse a sua justificação.  
Como poderia haver uma ação em que a justiça fosse feita de forma a satisfazer, simultaneamente, a justiça de Deus por um lado, e seu amor por outro, quando a questão era salvar os homens culpados e impotentes? Em  sua sabedoria e poder eternos, em sua consistência interna de seu próprio ser, Deus tinha em si mesmo, desde o princípio, a resposta para esta pergunta. Resolvida historicamente na ação registrada nas Escrituras, esta resposta residia na pessoa e na obra de Jesus Cristo, o Filho de Deus, encarnado, em  quem todas as exigências de justiça foram atendidas, tanto ativamente, em sua vida, ao cumprir a lei perfeitamente em nosso lugar, como passivamente, em sua morte, ao morrer sob a penalidade da lei infringida (mesmo sem jamais ter pecado). Portanto, o propósito de justiça e amor absolutos foi cumprido, e o homem foi liberto da culpa e do poder do pecado, e restaurado à eterna comunhão com Deus.”7 
A morte e a ressurreição de Jesus foram reais, não se trata de um filme de Hollywood. Antes de ser crucificado, os soldados bateram em Jesus e puseram em sua cabeça uma coroa de espinhos. O que é o nosso sofrimento diante de tamanha dor?  Os guardas romanos zombavam de Jesus e diziam: “Salve o rei dos judeus!” Depois de muita tortura Ele foi levado até o lugar da sua crucificação. A multidão que havia se beneficiado com seu pão, seu amor e seus milagres, agora assistia a tudo e gritava: “Crucifica-o!” Algumas pessoas que amavam a Jesus choravam ao ver o seu sofrimento, outras riam e zombavam dEle. Todavia, o Salvador poderia ter enviado muitos anjos e castigado aquelas pessoas. Mas, Ele sofreu por amor a nós. 
Jesus levou a sua cruz até um monte chamado Gólgota. Ali foi crucificado. Em nenhum momento vemos Jesus reclamando ou brigando com os soldados romanos. Enquanto estava na cruz Ele disse: “Pai, perdoa estas pessoas. Elas não sabem o que estão fazendo!” Jesus foi colocado na cruz às nove horas da manhã e ao meio-dia, uma escuridão tomou conta da Terra. O dia virou noite. E ali na cruz Ele morreu! Infelizmente, algumas pessoas continuam negando a morte de Jesus e a sua ressurreição. Tal ideia só reafirma a verdade bíblica de que a cruz de Cristo é escândalo e loucura para os que perecem (1 Co 1.23). 
CONCLUSÃO
Homem algum pode chegar ao céu por seus próprios méritos, sua força ou bondade. A salvação é uma provisão de Deus, uma dádiva que é alcançada somente pela fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus que morreu a fim de expiar os pecados de toda a humanidade. O nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus são, e continuarão sendo, o maior e mais importante acontecimento da história. É impossível chegar até Deus sem Jesus. Todos os que querem perdão dos pecados precisam se encurvar diante da cruz. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
FINNEY, Charles. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. 
HORTON, Stanley M. TEOLOGIA SISTEMÁTICA: Uma perspectiva Pentecostal. 19ª impressão, Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
JOHNSTON, Jeremiah J. InimaginávelO que nosso mundo seria sem o cristianismo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 
LADD, George. Apocalipse: Introdução e Comentário. 9.ed. São Paulo: Edições Vida Nova e Associação Religiosa Mundo Cristão, 1992.

*Adquira o livro do trimestre. Jesus Cristo: Filho do Homem: Filho de Deus. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 HORTON, Stanley M. (ed.) Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 19ª impressão. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 337.
2 JOHNSTON, Jeremiah J. Inimaginavél: O que nosso mundo seria sem o cristianismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 42.  
3 FINNEY, Charles. Teologia Sistemática. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 280.  
4 Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 749. 
5 Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 749. 
6 LADD, George. Apocalipse: Introdução e Comentário. 9.ed. São Paulo: Edições Vida Nova e Associação Religiosa Mundo Cristão, 1992, p. 63. 
7 Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 750.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.