quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Lição 08 - 1º Trimestre 2020 - A Obra Salvífica do Senhor Jesus Cristo - Jovens.

Lição 8 - A Obra Salvífica do Senhor Jesus Cristo 

1º Trimestre de 2020
Introdução
I-O Sacrifício
II-A Reconciliação
III-A Redenção
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Discutir sobre a superioridade e as especificidades do sacrifício do filho de Deus;
Apresentar as bases da reconciliação salvífica realizada por Jesus;
Demonstrar a singularidade da obra da redenção realizada pelo Cristo.
Palavras-chave: Jesus Cristo.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria de Thiago dos Santos:

INTRODUÇÃO
O estudo sobre a salvação é um dos mais emblemáticos tratados na Bíblia. A doutrina da salvação pode ser compreendida com base em pelo menos três aspectos específicos que representam os atos generosos de Deus em nosso favor: o sacrifício, a reconciliação e a redenção. A experiência da salvação é viva e dinâmica e, por isso, passível de profundas reflexões que são imprescindíveis para a edificação espiritual da igreja.
O sacrifício é a expressão material de significado espiritual no Antigo Testamento que visava à ratificação da comunhão com Deus. Em o Novo Testamento, esta prática deixa de ser um protocolo ritualístico para assumir um formato de prática espiritual que observa as intenções do coração do ofertante. Vale destacar que o maior sacrifício descrito na Bíblia é o sacrifício substitutivo de Jesus sobre a cruz do Calvário. Ali, Deus, por sua graça salvadora, ofereceu o seu melhor a fim de resgatar o ser humano que se encontrava afastado e condenado em pecados.
A partir do ato sacrificial do Salvador, o ser humano tem, finalmente, a condição de alcançar a reconciliação com o seu Criador. Teologicamente falando, pode-se dizer que a reconciliação é uma das consequências centrais do sacrifício de Jesus no Calvário. Esta não é uma iniciativa do homem, mas um ato que é fruto do amor e da misericórdia de Deus. Foi por intermédio da cruz de Cristo que se abriu o caminho para a reconciliação.
Após o conhecimento da graça de Deus é possível ao ser humano experimentar da redenção. Deus, através de seu ato redentor, concede a todos a oportunidade de alcançarem a salvação, antes impedida por conta da deplorável condição de pecados em que a humanidade se encontrava. A Palavra de Deus tem a explicação correta a respeito da redenção disponível a todo aquele que crer e acerca da esperança futura dos santos. 
I. O SACRIFÍCIO
A entrega do sacrifício na perspectiva do Antigo Testamento tem a pretensão de significar o culto a Deus nos tempos antigos. Ao oferecerem as primícias do campo, ou seus animais a Deus, os filhos de Israel expressavam o pedido de perdão, a gratidão e a adoração a Deus. A prática do sacrifício era regulada por princípios que expressavam o caráter justo do eterno Deus e a normatização com relação àquilo que deveria ser sacrificado, a quantidade e as ocasiões apropriadas.
Em contrapartida, o Novo Testamento apresenta uma nova compreensão do sacrifício, tendo em vista que a revelação de Deus manifestou-se de modo completo e plenamente inteligível a partir de Jesus Cristo (cf. Ef 3.19). Desde então, o sacrifício passou a ser compreendido como uma prática espiritual que revela as intenções do coração do ofertante em detrimento aos protocolos ritualísticos que apontam apenas para o cumprimento de formalidades.
Neste contexto, vale ressaltar que o propósito divino é conceder aos seus servos a oportunidade de oferecerem a Deus, não aquilo que é sem valor ou a sobra do que se tem em abundância mas, a sincera expressão devocional que Lhe agrada. Seguindo o princípio que Ele mesmo estabeleceu, o Criador decidiu oferecer um sacrifício substitutivo em favor de nossas vidas. Ele nos deu o melhor: o Seu Filho Unigênito. A salvação é o maior milagre de Deus em prol do seu povo. 
O que é um sacrifício no Antigo Testamento?
O sacrifício fazia parte do cerimonial ritualístico do Antigo Testamento, uma expressão material do desejo do homem de se aproximar de Deus e agradá-Lo. A palavra “sacrifício”, do latim sacrificium, significa oferenda de animais, frutos e produtos da terra, visando a propiciação de pecados, o reconhecimento da soberania divina e o enaltecimento do Criador. No Antigo Testamento, o sistema sacrificial acha-se regulamentado nos livros do Êxodo e do Levítico (ANDRADE, 2004).
As ofertas e sacrifícios instituídos na lei eram a forma como o adorador chegava-se diante de Deus. Nestas ocasiões o adorador não podia se apresentar diante de Deus de mãos vazias. Note que as ofertas e sacrifícios tinham a função específica de expressar o pedido de perdão, a gratidão a Deus pela produtividade de suas terras ou outro aspecto da vida; ou mesmo o reconhecimento da soberania divina, um ato de adoração.
Conforme está registrado no Pentateuco, há diversas formas de ofertas e sacrifícios, cada qual, com a sua finalidade e ocasião. Mas nada se compara ou mais se aproxima do evento redentor de Cristo, do que o sacrifício do cordeiro pascal. Ao observarmos a prática instituída por Moisés na noite em que o SENHOR passou sobre o Egito, trazendo morte a todos os primogênitos, é possível perceber que a marca do sangue do cordeiro sobre os umbrais das portas dos hebreus era o sinal do livramento (cf. Êx 12.22,23).
Ninguém que leia as Escrituras de modo perceptivo pode fugir à realidade de que o sacrifício está no âmago da redenção, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. A figura de um cordeiro ou cabrito sacrificado como parte do drama da salvação e da redenção remonta à Páscoa (Êx 12.1-3). Deus veria o sangue aspergido e “passaria por cima” daqueles que eram protegidos por sua marca. Quando o crente do Antigo Testamento colocava as mãos no sacrifício, o significado era muito mais que identificação (isto é: “Meu sacrifício”); era um substitutivo sacrificial (“Sacrifíco isto em meu lugar”) (HORTON, 1996). Todo sacrifício precisa ter significado, razão de ser, para quem realizava o ato sagrado (Lv 7.30; 22.29), embora a finalidade última fosse sempre a glória de Deus.
O que é um sacrifício em o Novo Testamento?
O Novo Testamento traz informações bem significativas no que diz respeito ao sacrifício. Haja vista que a revelação divina manifestou-se de modo completo e plenamente compreensível a partir de Jesus Cristo.
Embora não se deva forçar demais as comparações, a figura é claramente transferida a Cristo no Novo Testamento. João Batista apresentou-o, anunciando: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). [...] Paulo se refere a Cristo como “nossa páscoa” (1 Co 5.7). Pedro afirma que fomos redimidos “com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.19) (HORTON, 1996). Assim, o sacrifício de Jesus é o maior modelo de expressão sincera do que é “sacrificar”.
Semelhantemente, o Senhor espera encontrar em seus servos a oferta de sacrifício verdadeira através de uma vida santa que tem o prazer de apresentar espírito, alma e corpo para a glória de Deus (cf. 1 Ts 5.23). Logicamente, uma vida santa não diz respeito ao cumprimento integral de cerimoniais e dogmas denominacionais, embora estes sejam relevantes. Mas, acima de qualquer coisa, uma vida santa requer uma existência devotada de serviço e amor ao próximo (Jo 13.13,14).
Assim como no Antigo Testamento, o sacrifício era apresentado de diversas formas, em quantidades e ocasiões diferentes, em o Novo Testamento é possível perceber que há também propósitos específicos na forma como apresentamos o nosso sacrifico a Deus.
Dentre as formas de sacrifício descritas na Bíblia que expressam uma devoção a Deus, está o sacrifício de louvor. Deus espera receber o fruto dos lábios que exaltam o seu nome (cf. Hb 13.15,16). Nesta mesma passagem, o autor de Hebreus destaca também a importância da comunicação como um sacrifício que agrada a Deus.
A palavra “comunicação” (koinonias) aqui é um substantivo e geralmente significaria: “Não se esqueçam de ter comunhão”. Isto é compatível com o conselho geral do autor em outra parte da epístola (Hb 10.25); mas nesse contexto, como em 2 Coríntios 9.13, a ideia pretendida é uma preocupação amorosa pelos companheiros crentes que resulta em ajuda prática e monetária (Tg 2.15,16; 1 Jo 3.17). Isto também faz parte da nossa lealdade absoluta a Jesus. No entanto, quando o autor conclui com a cláusula: porque, com tais sacrifícios, Deus se agrada, a palavra “tais” provavelmente inclui o sacrifício de louvor bem como o sacrifício de ações benevolentes. Deus estava completamente enfadado com os sacrifícios de animais, mas Ele nunca se cansará das expressões cristãs de gratidão e amor (GREATHOUSE; METZ; CARVER, 2006).
E, por fim, percebe-se que a preocupação do Espírito, ao sondar os nossos corações, procura encontrar um coração quebrantado e contrito, disposto a obedecer a Deus através de uma vida que se preocupe com o bem-estar do próximo, porquanto, são desses sacrifícios que Deus se agrada. O mero cumprimento de formalidades, sem haver um sincero propósito de serviço e gratidão a Deus, não tem valor algum.
O sacrifício verdadeiro
O terceiro aspecto que deve ser considerado a respeito do sacrifico, e talvez seja o mais importante, diz respeito à consistência do sacrifício ofertado a Deus. O rei Davi nos deu o exemplo do que consiste o sacrifício verdadeiro que deve ser apresentado a Deus: aquele que tenha algum valor.
Oferecer do que se esbanja ou daquilo que não serve mais, não somente é inútil, enquanto ato devocional, como também se torna um verdadeiro insulto ao nosso Criador (Mq 6.6-8). Isto significa que o sacrifício apresentado a Deus deve ter algum custo para o ofertante.
Ao analisarmos a natureza do sacrifício do Criador por nós, é possível perceber o quanto Lhe custou a vida do seu próprio Filho. Deus ofereceu o seu melhor em favor da humanidade, um sacrifício substitutivo de valor inestimável. Éramos nós que merecíamos morrer em nossos pecados e permanecermos destituídos da glória de Deus por toda eternidade (cf. Rm 3.23). No entanto, o Criador decidiu pagar o preço do resgate a fim de que tivéssemos uma nova oportunidade.
Tecnicamente, a palavra “expiar” — hb. kapar — significa “encobrir”, “cobrir”, “ocultar”, “tirar da vista”. [...] Biblicamente, expiar é pagar, quitar, tirar os pecados de alguém, perdoar, mediante um sacrifício reparador exigido, mas também propiciador. Expiar, pois, é tirar o pecado mediante a morte de alguém como substituto do culpado e condenado. No nosso caso, foi Jesus quem morreu por nós, pecadores perdidos (Is 53.10; Jo 1.29; Ap 13.8; 2 Co 5.21). Sem expiação pelo sangue não há perdão do pecado (Lv 4.35) (GILBERTO, 2009).
Em resposta ao chamado para o arrependimento, o pecador não pode apresentar-se diante de Deus de mãos vazias. É preciso o sacrifico para alcançar o perdão dos pecados. Jesus Cristo é o sacrifício perfeito que Deus espera receber do pecador. Sendo assim, a mais sincera resposta que o pecador pode apresentar a Deus é a fé no seu Filho Unigênito (cf. Hb 10.19-23). 
II. A RECONCILIAÇÃO
Definitivamente, o pecado separou a humanidade de Deus. A trajetória humana seguiu por um caminho distante do que o propósito divino tinha para a sua Criação. Por conta disso, tornou-se necessário um meio pelo qual a humanidade pudesse alcançar a reconciliação com o seu Criador. Nesta relação, Deus assume o protagonismo e toma a iniciativa em prover a reconciliação por meio da cruz.
A necessidade de reconciliação é resultado da situação de conflito da humanidade pecadora com o seu Criador. A separação da comunhão com Deus é decorrência do pecado e da decisão do homem em viver separado de Deus (cf. Rm 3.23; 5.1). Em contrapartida, a reconciliação é uma das consequências centrais do sacrifício de Jesus no Calvário. Deus, por sua graça e misericórdia, interveio para que a humanidade tivesse condições de tornar à comunhão com Ele.
Vale destacar que no processo de salvação, o mérito da reconciliação é exclusivo de Deus. O ser humano estava enfermo em sua triste condição de pecado, mas Deus, pelo seu infinito amor e graça, resolveu resgatar o homem e torná-lo à comunhão (cf. Rm 8.1-4). Assim sendo, não há nada que o ser humano possa fazer para justificar-se diante de Deus, pois a reconciliação é uma ação exclusiva da graça de Deus.
O eterno cuidado de Deus se manifestou através da cruz. Em um único ato, Jesus Cristo cumpriu todas as exigências da lei e revelou todo o poder da graça. Somente o Senhor, entregando a própria vida, pode satisfazer a justiça divina (Rm 8.3,4). Por esse motivo, a restauração espiritual promovida pelo Pai implica uma mudança significativa de vida.
O que é reconciliação?
A palavra reconciliação vem do latim reconciliatio, que significa reatamento de relações entre partes litigantes. O Senhor Jesus, com sua morte vicária, reconciliou-nos com Deus de maneira definitiva, clara e eficiente (Ef 2.16; Cl 1.20) (ANDRADE, 2004). A reconciliação não era apenas uma escolha, mas também uma necessidade da humanidade pecadora cuja separação da comunhão com Deus trouxe graves consequências para a história humana.
Com a entrada do pecado no mundo, através de Adão e Eva, a humanidade passou ao estado de rebelião com Deus, estando assim em conflito com o seu Criador. Por esse motivo é tão difícil para o ser humano abandonar as obras das trevas e voltar-se para Deus, pois a sua natureza decaída, tendenciosa ao pecado, impede que o homem esteja em santidade e obediência.
Há somente uma saída e o Senhor Jesus deixou esse ensinamento claro a Nicodemos, nos dias em que esteve aqui na terra: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). O ser humano que deseja reconciliar-se com o seu Criador precisa “nascer de novo”, isto é, experimentar da regeneração espiritual. 
Regeneração é o ato interior da conversão, efetuada na alma pelo Espírito Santo. Conversão é mais o lado exterior e visível da regeneração. Uma pessoa verdadeiramente regenerada pelo Espírito Santo é também convertida (cf. Lc 22.32). Sendo regenerado pelo Espírito Santo, o crente é declarado filho de Deus (1 Jo 1.12,13). O que ocasiona a regeneração espiritual não é primeiramente a justificação pela fé, mas a comunicação da vida de Cristo — da vida eterna ao pecador arrependido. Justificação tem a ver com o pecado do pecador; regeneração tem a ver com a natureza do pecador. Justificação é imputada por Deus; regeneração é comunicada por Deus (GILBERTO, 2009).
Assim sendo, a reconciliação é resultado da graça e misericórdia de Deus, manifestada em Jesus Cristo, por intermédio da sua morte sobre a cruz do Calvário. Uma morte substitutiva que nos possibilitou a oportunidade de alcançar a regeneração espiritual e o perdão divino. Devemos ser gratos a Deus por seu grandioso amor.    
O protagonismo de Deus no ato da reconciliação e o nosso papel
No processo de reconciliação o mérito é exclusivo de Deus, pois o ser humano, enfermo em sua triste condição de pecado, jamais alcançaria a condição de aproximar-se novamente do seu Criador. A reconciliação é o resultado do infinito amor de Deus manifestado em Jesus Cristo (1 Pe 2.10).
Note que a salvação é um ato exclusivo da graça de Deus em favor do pecador. O que é graça? Graça, no sentido comum, diz respeito ao favor de Deus dispensado bondosamente aos seres humanos, no sentido de prover os meios de subsistência a todos, sem distinção (Sl 104.27-30). No sentido de graça relacionada à salvação, é a provisão graciosa do Senhor para com o indigno transgressor da sua lei (cf. Rm 3.9-26). Ela resulta da parte de Deus para com o pecador. [...] De acordo com Efésios 2.5,6, o pecador está morto, e nessa condição não pode ajudar em nada. Como efetuaria ele a sua própria ressurreição? Assim como não pudemos ajudar em nada quando do nosso primeiro nascimento, muito menos em nosso segundo nascimento. Tudo é pela graça, para que o homem não tenha de que se gloriar (GILBERTO, 2009). Assim sendo, não há nada que o ser humano possa fazer para restabelecer a comunhão com o seu Criador.
A reconciliação é um ato da bondade de Deus. Infelizmente o ser humano tenta, por meios próprios, aproximar-se de Deus e se frustra, pois o único caminho para o homem salvar-se é declarar que crê no sacrifício vicário de Jesus Cristo sobre a cruz. O papel do pecador na reconciliação é corresponder ao chamado divino que diz respeito a obedecer aos preceitos da Palavra de Deus, viver de forma santa e dedicar-se ao serviço da evangelização. 
A reconciliação por meio da cruz
A reconciliação é fruto do cuidado de Deus que Ele manifestou através da morte de Jesus Cristo sobre a cruz. Este ato tão bárbaro, a princípio, não pareceu atender à justiça humana no que diz respeito à aplicação da pena sobre o malfeitor, visto que nEle não havia culpa alguma que o tornasse digno de morte. Entretanto, a morte de Jesus sobre a cruz atendeu aos requisitos da justiça divina. Era necessário que Ele, como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, fosse entregue para ser crucificado (Jo 1.29; 12.27).
A situação da humanidade era bem complicada, haja vista que a condenação era certa por causa do pecado. Mas Deus, pelo seu amor e graça, proveu a justificação mediante a fé. O termo justificação refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo na cruz, Deus declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas consequências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos. O Deus que detesta “o que justifica o ímpio” (Pv 17.15) mantém sua própria justiça ao justificá-lo, porque Cristo já pagou a penalidade integral do pecado (Rm 3.21-26) (HORTON, 1996). Desta forma, a morte de Jesus satisfez as exigências da justiça divina.
Além de cumprir a justiça divina a cruz foi o meio pelo qual Deus reconciliou com Ele mesmo tanto os judeus quanto os gentios, o povo da promessa e os filhos da adoção, a fim de formar um único povo. O que Cristo fez foi desfazer (katargo, “anular”, “deixar sem efeito”, “tornar irrelevante”) a Lei que aos olhos dos judeus os separava de todos os outros homens. O que Paulo quer dizer é que uma vez que o judeu crente não mais se relaciona com Deus por meio da Lei Mosaica, não há motivo para o antigo antagonismo de qualquer grupo. Agora, o crente de origem gentílica participa de todas aquelas bênçãos que, anteriormente, só estavam disponíveis ao judeu fiel; e, juntos, nós somos concidadãos do povo de Deus, e membros da Casa de Deus (RICHARDS, 2007).
Assim sendo, a Igreja de Cristo recebeu a incumbência de transmitir a mensagem da reconciliação a todas as pessoas. O nosso dever, como arautos do Rei, é proclamar as ricas misericórdias do Altíssimo para que o maior número de pessoas alcance a reconciliação com o Criador e, assim, experimentem de uma mudança significativa de vida (cf. Mt 28.19,20). 
III. A REDENÇÃO
A redenção é mais um dos resultados da obra salvífica de Jesus Cristo sobre a cruz do Calvário. Assim como a reconciliação é fruto de uma ação direta do Criador em relação às suas criaturas, a redenção trata-se de uma atitude que somente Deus pode realizar em favor da humanidade. O Novo Testamento trata de narrar a nossa completa dependência do Senhor em relação à redenção e a nossa condição final como salvos em Cristo.
Refletir sobre a redenção nos faz pensar nos aspectos da condição do pecador em relação ao pecado. Assim como um escravo que vive sob o jugo de seu senhor e não tem autonomia alguma sobre as próprias decisões, o pecador também depende da graça de Deus para que seja liberto e possa viver uma vida de paz, liberdade e comunhão com o seu Criador (Rm 6.16-23).
Em o Novo Testamento é possível encontrar uma explicação mais clara nas palavras de Paulo no tocante a redenção. Conforme Ef 1.7, redenção é: “[...] a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça”. Somos completamente dependentes da graça e da misericórdia de Deus para que alcancemos a libertação dos pecados e a restauração da comunhão com Deus.
E, no tocante à expectativa da redenção futura, a obra redentora de Jesus Cristo aponta para o nosso estado eterno, nossa condição final em que seremos salvos e completamente livres de qualquer sofrimento desta vida para vivermos eternamente com o nosso Salvador no céu (Lc 21.28; Ef 4.30). Que não falte a fé para que estejamos prontos no aguardo da grande chamada para encontrar com o Senhor nos ares.
Uma possível definição
Redenção é uma expressão que vem do latim redemptio, que significa resgate, libertação. No contexto bíblico, significa livramento proporcionado por Cristo ao oferecer-se para morrer em nosso lugar (Rm 3.24; Ef 1.7). Com a sua morte vicária, livrou-nos das consequências eternas do pecado original (ANDRADE, 2004). De forma geral é importante destacar que a redenção é uma atitude que somente Deus pode realizar em favor da humanidade.
Para uma compreensão mais clara sobre o aspecto da redenção é importante voltar-se para a metáfora da libertação de um escravo mediante um resgate — gr. lytron —, além de retirar esse escravo do mercado de escravos, para não mais ficar exposto à venda. Redenção sempre requer o preço a ser pago para garantir a liberdade do escravo (GILBERTO, 2009). Desta forma, o redentor como figura social era aquele responsável por patrocinar a mudança de status de quem era escravizado.
Semelhantemente, Deus surge no cenário da história para resgatar o homem da sua triste condição de pecado. Ele entregou o seu Filho Unigênito como preço para pagar o resgate dos pecadores. E não podemos nos esquecer da história dos hebreus no Egito, como Deus libertou o seu povo da escravidão para inseri-lo em uma terra que emana leite e mel. Assim o Senhor também pagou o preço pelo resgate do pecador e o leva para uma vida eterna nos céus.
Uma compreensão do conceito de redenção no Novo Testamento
O conceito de redenção é explicado de forma lúcida tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. Os Evangelhos e as Cartas Paulinas destacam a redenção como resultado da morte de Jesus Cristo sobre a cruz. Paulo é mais específico quando afirma em Efésios 1.7 que em Jesus, temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça.
Em o Novo Testamento, Jesus é tanto o “Resgatador” quanto o “resgate”; os pecadores perdidos são os “resgatados”. Ele declara que veio “para dar a sua vida em resgate (gr. lutron) de muitos” (Mt 20.28; Mc 10.45). Era um “livramento (gr. apolutrõsis) efetivado mediante a morte de Cristo, que libertou da ira retributiva de Deus e da penalidade merecida do pecado”. Paulo liga nossa justificação e o perdão dos pecados à redenção que há em Cristo (Rm 3.24; Cl 1.14, apolutrõsis neste dois textos). Diz que Cristo “para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1 Co 1.30). Diz, também que Cristo “se deu a si mesmo em preço de redenção (gr. antilutron) por todos” (1 Tm 2.6). O Novo Testamento demonstra claramente que Ele proporcionou a redenção mediante o seu sangue (Ef 1.7; Hb 9.12; 1 Pe 1.18,19; Ap 5.9), pois era impossível que o sangue dos touros e bodes tirasse os pecados (Hb 10.4). Cristo nos comprou (1 Co 6.20; 7.23, gr. agorazõ) de volta para Deus, e o preço foi o seu sangue (Ap 5.9) (HORTON, 1996).
A entrega de Cristo foi suficiente para pagar o preço do resgate. Desta forma, sua morte fez com que os pecados dos que creem fossem perdoados. E não apenas isso, mas também proporcionou o livramento da condenação eterna. Somos completamente dependentes da graça divina para que alcancemos uma restauração plena da comunhão com Deus.
A expectativa da redenção futura
E, por fim, vale destacar que a obra redentora de Jesus Cristo aponta para o nosso estado eterno, para nossa condição final após a morte. O resgate já foi pago e chegará um dia em que seremos completamente livres de qualquer sofrimento desta vida para vivermos eternamente ao lado do nosso Salvador (Lc 21.28; Ef 4.30).
A redenção cuida de proporcionar ao crente a esperança da vida futura, visto que não há nada que possa nos separar do amor de Deus (cf. Rm 8.35-39). A Bíblia afirma que em esperança somos salvos (Rm 8.23), isto é, a partir do momento em que declaramos crer no sacrifico de Jesus Cristo na cruz do Calvário, recebemos a esperança da nossa ressurreição. “Somos salvos” (esothemen) é melhor traduzido como “fomos salvos”. Quando nós fomos salvos, Paulo está dizendo, foi pela esperança da nossa redenção final (GREATHOUSE; METZ; CARVER, 2006).
A esperança da redenção final é alimentada pela fé, pela qual, temos acesso à graça de Deus (cf. Rm 5.2). Esta fé é paciente e não consiste na realização de obras para se alcançar a salvação, visto que a salvação não vem das obras (cf. Ef 2.8,9). Mas consiste na realização de obras como resultado dessa fé (cf. Ef 2.10). A justiça de Deus se descobre por intermédio do evangelho de fé em fé, pois o justo viverá da fé (cf. Rm 1.16,17). Esta é a fé que conduz o crente à consumação da redenção eterna. 
CONCLUSÃO
Com base nas reflexões deste capítulo é possível compreender a importância da doutrina da salvação para a igreja. A salvação é uma experiência viva e dinâmica, realizada por Deus com a intenção de prover à humanidade uma saída para a iminente condenação eterna. O sacrifício de Jesus Cristo na cruz foi o meio instituído por Deus para reconciliar a humanidade com Ele mesmo e levá-la à redenção eterna.
O sacrifício de Jesus Cristo na cruz foi também a maior manifestação de amor da parte de Deus em nosso favor. Ele deu o seu melhor a fim de resgatar o ser humano que se encontrava afastado e condenado em pecados. Da mesma maneira, devemos corresponder a este amor e entregarmos as nossas vidas como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (cf. Rm 12.1,2).
A vontade de Deus sempre foi a comunhão com a sua criação. Infelizmente, o homem, por causa do pecado, afastou-se de Deus. Mas o Criador tomou a iniciativa e veio ao encontro da humanidade pecadora a fim de reconciliá-la com Ele mesmo. Esta glória pertence ao Senhor que decidiu manifestar a sua graça e misericórdia.
Assim sendo, Deus promove, ao que crer, a redenção de uma vida de escravidão, por conta do pecado, para uma vida santa e justa em sua presença. A redenção na vida do crente não tem efeito apenas neste tempo presente, mas abre o caminho para uma esperança eterna ao lado do Salvador. Que esta fé nunca falte no coração dos salvos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Claudionor C. Dicionário Teológico. 13ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
GILBERTO, Antônio, et alTeologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
GREATHOUSE, Wilian M.; METZ, Donald; CARVER, Frank. Comentário Bíblico Beacon. v. 8. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
                                                                             
*Adquira o livro do trimestre. Jesus Cristo: Filho do Homem: Filho de Deus. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Lição 07 - 1º Trimestre 2020 - Um presente para toda a família - Berçário.

Lição 07 - Um presente para toda a família 

1º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Ensinar os bebês a orar pela salvação da família.
É hora do versículo: “Salvem o meu pai, a minha mãe, os meus irmãos” (Josué 2.13).
Na lição de hoje as crianças aprenderão a orar pela salvação da família. Cada criança que está na sua classe é uma sementinha que Deus pode usar para levar salvação à sua família. Assim como Raabe foi responsável pela salvação da sua família, estes bebês também serão.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem a família e junto com a professora, orar pela salvação da família. 
licao7 bercario casa
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário 

Lição 07 - 1º Trimestre 2020 - Jesus obedece a seus pais - Maternal.

Lição 7 - Jesus obedece a seus pais 

1º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: A criança deverá compreender que obedecer aos pais é sempre a melhor atitude.
Para guardar no coração: “Filhos, o dever [...] de vocês é obedecer ao seu pai e à sua mãe [...].” (Ef  6.1).
Subsídio professor
“Grandes nomes na história, com sua sabedoria e inteligência, trouxeram grandes benefícios para a humanidade. Por exemplo: Albert Sabin (vacina contra Poliomielite), Alberto Santos Dumont (avião e relógio de pulso), Graham Bell (telefone), entre outros. Mas a Bíblia fala de uma sabedoria que vai além da sabedoria humana; a sabedoria que vem de Deus. O nosso Mestre Jesus, durante sua vida, viveu de acordo com a vontade de Deus, e desde sua infância surpreendia a muitos com sua grande sabedoria (Lc 2.52, Mt 13.54). Talvez algumas pessoas pensem que a sabedoria estava restrita a Jesus pelo fato de ser o Filho de Deus. Todavia, o apóstolo Tiago deixou claro na epístola que leva o seu nome: ‘E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada” (Tg 1.5). Quer ser sábio? Busque a sabedoria de Deus, e tema ao Senhor, pois “o temor do Senhor é o principio da sabedoria’ (Sl 111.10)” (Daniele Pereira). 
Somos assim
 Necessidades Características mentais
Pouco tempo de atenção (cinco a dez minutos).Mantenha isso em mente quando planejar brincadeiras, jogos, histórias, programas, etc.
Curiosas. Fazem incontáveis perguntas para obter informação. Pensamento inicial desafiado.Responda a todas as perguntas com honestidade. Procure razões por trás das perguntas. Encoraje-as a pensar por si mesmas.
O pensamento é concreto e literal. Fazem imagens mentais das coisas. Use palavras concretas. Evite o simbolismo.
(GANGEL, Kenneth O.; HENDRICKS, Howard G. Manual de Ensino para o Educador Cristão. 4. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 123)
É hora de preparar-se
“Após a oração inicial, converse com os alunos sobre quanta coisa eles têm aprendido acerca de Jesus nas aulas da Escola Dominical. (Folheie a revista, para que eles visualizem que já passaram da metade.) Diga-lhes que a partir da aula de hoje vamos acompanhar o crescimento de Jesus. Afinal, Ele não ficou para sempre como um bebê. Ele foi criança como seus alunos, e continuou crescendo até se tornar um adulto, mas sempre foi um filho obediente. (Aproveite para falar sobre a importância da obediência e pergunte aos alunos se eles têm sido obedientes aos pais.) Cante alguns louvores, incluindo o corinho “Eu vou crescer, crescer para Jesus”. Recolha as ofertas e, em seguida, apresente aos alunos o versículo bíblico. Não deixe de explicar que todos podem crescer em sabedoria e graça como Jesus. Ao contar a história, fique atento para os alunos não pensarem que Jesus foi desobediente a seus pais terrenos; naquela ocasião, Ele apenas mostrou que o seu relacionamento com o Pai celestial estava em primeiro lugar.
Subsídio
“No Oriente, um menino está mais maduro aos doze anos que os da civilização ocidental. É razoável, portanto, supor-se ter sido o menino deixado por sua própria conta a maior parte dos sete dias da festa. [...]
1. Os sábios atônitos. Nesse período, o Templo exercia profundo fascínio sobre o menino Jesus, porque chegara a um momento crítico de sua vida: a consciência de sua natureza e missão divinas afetava-o poderosamente. O escritor foi inspirado a incluir este incidente para deixar claro aos leitores que, aos doze anos de idade, Jesus estava ciente de sua condição de Filho de Deus e de que tinha uma missão a cumprir. [...]
2. José e Maria ficaram atônitos. ‘E quando o viram, maravilharam-se; e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos te procurávamos’ (cf. v. 50). Maria perdeu de vista, por um momento, a natureza divina de Jesus, ao cuidar de sua natureza humana, considerando-o afetuosamente o seu ‘menino’. [...]
3. Jesus ficou atônito. ‘E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?’Há uma nota de surpresa nestas palavras. Afinal, desde antes de seu nascimento, José e Maria estavam informados da natureza e missão de Jesus. Considerassem este fato e o teriam procurado primeiro na Casa de Deus [...]
3.1. Filiação. ‘Meu Pai’. Quando Maria disse: ‘Teu pai’, falando de José, Jesus corrigiu-a, de modo suave e indireto, dizendo: ‘Meu Pai’, referindo-se a Deus. Note-se que José não é descrito como pai de Jesus, que nasceu da virgem; são chamados: ‘José e sua mãe’ (Lc 3.23). Entendemos assim que, mesmo em tenra idade, Jesus sabia que era Filho de Deus (quanto à natureza) e o Messias (quanto à vocação). A expressão ‘Meu Pai’ era o modo mais comum pelo qual Ele descrevia seu relacionamento com Deus” (PEARLMAN, Myer. Lucas: O Evangelho do Homem Perfeito. 5.ed. Série Comentário Bíblico. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 63-65). 
Até logo
“Após concluir as atividades da revista do aluno e de fixação, guarde os materiais utilizados e organize a sala. Antes de orar, incentive os alunos a ser crianças obedientes, pois assim estarão seguindo o exemplo de Jesus. Também é importante lembrá-las das atitudes que contribuem para crescerem em estatura, sabedoria e graça (alimentação saudável, higiene, estudo da Bíblia, oração, etc.). Ao se despedir, diga-lhes que estará esperando por elas no próximo domingo, para conhecerem um pouco mais sobre Jesus” (Daniele Pereira).
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal

Lição 07 - 1º Trimestre 2020 - Um Presente para toda a Família - Jd. Infância.

Lição 07 - Um Presente para toda a Família 

1º Trimestre de 2020

Objetivos: Os alunos deverão confiar que o Papai do Céu tem poder para nos salvar do perigo; e entender que o Papai do Céu protege a família daqueles que o amam. 
É hora do versículo: “O Senhor Deus é bom.” (Na 1.7).
Nesta lição, as crianças estudarão sobre a história de Raabe que ajudou os espias israelitas a se esconderem em sua casa para não serem pegos pelos soldados de Jericó. Ela sabia que o Papai do Céu estava com o seu povo Israel e os ajudaria a conquistar aquela cidade. Raabe ficou com medo de que alguma coisa ruim acontecesse com sua família e pediu aos espias que não deixassem que nada de mal acontecesse com os seus. Através da ajuda que Raabe deu aos espias, a sua família foi salva do perigo.  Papai do Céu protege a família de quem o ama.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem a ilustração que representa uma família sendo protegida pelas mãos do Papai do Céu. Reforce aos alunos que devemos confiar que o Papai do Céu tem poder para nos salvar do perigo. 
Estimule as crianças a orarem pela salvação da família. Cada criança que está na sua classe é uma sementinha que Deus pode usar para levar salvação à sua casa. Assim como Raabe foi responsável pela salvação da sua família, essas crianças também serão.
familiaprotegida licao7 jardim
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 07 - 1º Trimestre 2020 - Jesus é Batizado - Primários.

Lição 7 - Jesus é Batizado 

1º Trimestre de 2020
Objetivo: Que o aluno compreenda que Jesus procurou agradar a Deus em tudo.
Ponto central: Jesus procurou em tudo agradar a Deus. 
Memória em ação: “[...] Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!” (Mt 3.17).
Querido(a) professor(a), na aula de hoje seus alunos são convidados a compreender que devemos agradar a Deus em tudo conforme o nosso Senhor Jesus, o Unigênito Filho de Deus, agradou. 
Os evangelhos relatam a vida, obra, morte e ressurreição de Cristo e, em tudo, podemos observar que o Mestre abdicou da própria vida para fazer inteiramente a vontade do Pai. Ele foi fiel até a morte, e morte de cruz. Temos muito a aprender com o seu exemplo, pois tudo o que Jesus realizou podemos perceber que Ele fez por amor e obediência.
O exemplo de Jesus tem muito a ensinar a todos nós e que maravilhoso que desde já ensine aos seus pequeninos. O amor de Jesus pelo Pai serve de modelo para que eles, na condição de filhos, aprendam que devem do mesmo modo obedecer seus pais.  Muitos filhos que não aprendem ou valorizam o significado da obediência se tornam adultos com diversos problemas no convívio social, quanto a trabalho, respeitar limites emocionais, se submeter à lei, etc.
Outro ensinamento importante que a vida de Jesus serve de exemplo aos seus alunos é a boa vontade em relação ao que lhe foi solicitado. Quando Jesus abdicou de tudo para servir ao Pai de maneira que o agradasse Ele o fez de boa vontade e não porque se sentiu obrigado. Assim, nós também somos chamados a obedecer ao Pai e a realizar a sua vontade com o coração aberto e espontaneamente. 
É bom que seus alunos tenham a vontade de adorar a Deus, de estar em sua Casa e servi-Lo não porque são obrigados por seus pais a fazê-lo. Aproveite e mostre aos seus alunos que a bênção de Deus está sobre a vida daqueles que adoram a Deus em espírito e em verdade.
Para facilitar o aprendizado e memorização, sugerimos a seguinte atividade:
Sente-se em circulo com as crianças. Converse com elas explicando o significado da palavra servir. Depois, peça que as crianças citem alguns personagens bíblicos que serviram ao Senhor. Em seguida, pergunte o que elas gostariam de fazer para servir a Deus. Vá anotando tudo em uma folha de papel ofício. Então, diga que podemos servir ao Senhor com as nossas ofertas, com as nossas orações, com o nosso louvor... É muito bom servir a Deus, por isso, devemos servi-lo com alegria. Em seguida, divida a classe em dois grupos, meninos e meninas (depende do número de crianças) e peça que elas completem o quadro. Ganha o grupo que acertar mais vezes a atividade explicando que servir ao Senhor é muito bom, quando o servimos com alegria, todos ganham. Recite com eles o Salmo 100.2. (Atividade extraída da obra de BUENO, Telma. Boa Ideias para Professores de Educação Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 42).

Lição 07 - 1º Trimestre 2020 - A Amiga Atenciosa - Juniores.

Lição 7 - A Amiga Atenciosa 

1º Trimestre de 2020
Texto Bíblico – João 12.1-8.
Prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos aprenderão com o exemplo de Maria que a maior oferta que podemos entregar a Deus é a nossa própria vida. Maria, no texto da lição de hoje, é reconhecida como alguém que deu o seu melhor para Deus. O perfume raro e de valor estimado, que Maria derramou aos pés do Mestre, não se comparava ao privilégio que a serva do Senhor desfrutou ao estar em sua presença. Isso nos ensina muitas lições que podem ser aplicadas na maneira como adoramos a Deus.
Em primeiro lugar, lembremo-nos que a dedicação de Maria era a mais sincera expressão de amor ao Mestre. Em todas as ocasiões que Maria aparece, não a encontramos fazendo outra coisa a não ser oferecendo o melhor para o Senhor. Por esse motivo, o próprio Jesus afirmou que o feito de Maria seria lembrado por várias gerações (cf. Mt 26.13).
Outro detalhe importante é que a serva do Senhor não se deixou levar pelas circunstâncias ao seu redor. Nem a possível censura das pessoas que estavam presentes no local, ou mesmo a crítica daqueles que alegavam que Maria estivesse desperdiçando suas economias ao derramar o perfume caro aos pés do Senhor, fizeram com que Maria perdesse o sentido da sua adoração. Ela tinha consciência de que seria criticada e sabia o quanto custava o perfume, mas nada disso era mais importante do que expressar a verdadeira adoração ao seu Mestre.
De acordo com a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (2003, p. 1442), “A essência de nardo era um óleo perfumado, importado das montanhas da Índia. Por essa razão, era extremamente caro. A quantidade que Maria usou valia o salário de um ano de um trabalhador comum”. Isso significa que Maria não ofertou qualquer coisa, e sim algo que lhe custou muitos dias de trabalho. Pode-se dizer que esta serva do Senhor é uma referência para nós a respeito do que significa adoração verdadeira. Ela não estava derramando apenas o perfume diante de Deus, mas também o seu coração. Não se apegou a nada material, antes dedicou sua vida completamente àquEle que a poderia salvar.
Esta é uma boa oportunidade para você, professor, mostrar aos seus alunos que servir ao Senhor Jesus é mais importante do que qualquer coisa que podemos adquirir como bens materiais. Estar na presença de Deus o servindo é muito melhor do que qualquer passeio ou presente novo que possamos receber.
Mostre aos seus alunos que Deus está olhando para cada um de nós e está procurando um coração sincero que o sirva por amor e não por obrigação. Explique aos seus alunos que eles devem oferecer o melhor para Deus, pois é isso que o Senhor espera de nós.
Para reforçar essas lições, sugerimos a seguinte atividade: prepare e leve para a sala de aula vários cartões com os nomes de vários bens materiais. Prepare também cartões com palavras de valor sentimental e espiritual que nem se comparam com os bens materiais, por exemplo: pais, salvação, Jesus, amor de Deus, fé, alegria, paz, sabedoria e outras que achar interessante. Os cartões devem estar com fita crepe na parte de trás. Coloque todas as palavras dentro de uma caixa ou sacola. Escolha um aluno por vez e peça para eles fixarem na parte superior do quadro as palavras que expressam as coisas que são mais valiosas e na parte inferior do quadro aquelas que são menos valiosas. A intenção é mostrar aos seus alunos que há bens de valor emocional e espiritual que são tão valiosos que nenhuma riqueza deste mundo poderá comprar. 

Lição 07 - 1º Trimestre 2020 - Miqueias – a Misericórdia de Deus - Juvenis.

Lição 7 - Miqueias – a Misericórdia de Deus 

1º Trimestre de 2020
Porque serei misericordioso para com as suas iniquidade e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais” (Hb 8.12).
OBJETIVOS
Associar o julgamento como exercício de amor;
Especificar que Deus quer obediência antes do sacrifício;
Valorizar o perdão e a compaixão do Senhor.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. CONTEXTO HISTÓRICO
2. ESTRUTURA DO LIVRO
3. A MENSAGEM DE MIQUEIAS * 
Querido (a) professor (a), em nossa próxima aula, estudaremos o livro de Miqueias, assim como o contexto no qual o profeta estava inserido social e espiritualmente, bem como sua corajosa mensagem contra a elite governante e seus líderes religiosos corruptos – ou seja, temas extremamente atuais e necessários de serem denunciados também em nossos dias. 
“Ouvi agora vós, chefes de Jacó, e vós, príncipes da casa de Israel: não é a vós que pertence saber o direito? A vós que aborreceis o bem e amais o mal, que arrancais a pele de cima deles e a sua carne de cima dos seus ossos, e que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos” (Mq 3.1-3)
Com empatia, Miquéias se coloca a denunciar os gemidos e sofrimento dos pobres camponeses para produzir mudança da ordem social (Mq 3.9-10.12; cf. Jr 26.18). Essa é uma tarefa de todos nós, representantes de Cristo na terra, já que o nosso Salvador quando andou entre nós fez o mesmo. 
Jesus se levantou contra a hipocrisia dos religiosos apegados à Lei, à letra que mata, às regras, mas sem o Espírito que vivifica – que tal como o Verbo, é amor (Cf. Mt 23; 2 Co 3.6; 1 Jo 4.8).
Dada à relevância destes temas presentes no livro de Miqueias, sugerimos que, além de todo conteúdo abordado em sua revista, você promova em classe uma breve reflexão acerca deste capítulo 3 de Miqueias, que podemos dividir em três partes: 
 1ª – Denúncia contra os chefes e líderes religiosos que oprimiam o povo ((Mq 3.1-4);
 2ª – Denúncia contra os profetas mercenários (Mq 3.5-8);
 3ª – Aviso aos responsáveis e coniventes com tais injustiças, acerca da ruína de Sião (Mq 3.9-12).
Escreva-as no quadro/lousa, dê um tempo para que os alunos leiam as passagens e as comentem. Vá orientando-os e conduzindo-os nesta reflexão, enfatizando que independente do cenário político, social e até mesmo eclesiástico corrupto, não devemos nos contaminar. Ao contrário, tal como Miqueias, precisamos denunciar, defender os oprimidos e jamais nos desviar do Deus Todo-Poderoso por conta daqueles que não o honram, ainda que usem o Seu nome.
* Errata: Consta na sua revista de Juvenis, no terceiro tópico, um erro de edição, fazendo menção à “Mensagem de Obadias”. Pedimos desculpas, esclarecendo que se trata da “Mensagem de Miqueias” e o conteúdo que se segue possui o contexto correto. Agradecemos pela compreensão.
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Lição 07 - 1º Trimestre 2020 - Fui Restaurado - Pré Adolescentes.

Lição 7 - Fui Restaurado 

1º Trimestre de 2020
A lição de hoje encontra-se em: Lucas 19.1-10.
Na aula de hoje vamos conhecer mais uma etapa interessante do plano de Deus para salvação do homem. Como já vimos em outra ocasião, a partir do momento em que a pessoa se converte uma série de processos se inicia externa e internamente em sua vida. Um exemplo marcante dessa transformação apresentado na lição de hoje é Zaqueu, o publicano, que teve o privilégio de receber Jesus em sua casa (cf. Lc 19.1-10).
Quando falamos em regeneração lembramo-nos de quando éramos ainda criança e na correria das brincadeiras nos machucávamos. As feridas que surgiam naquele momento não demoravam muito para sarar e algum tempo depois a pele já estava regenerada. Esta é uma capacidade bem interessante da biologia humana. Como podem as células retornarem ao se estado original? Deus é perfeito em tudo o que faz.
No processo de salvação do ser humano ocorre algo semelhante. Devido à sua condição de pecado o ser humano se distanciou de Deus e perdeu a santidade que tinha no Éden. Porque o pecado separa o homem de Deus, é como a ferida aberta que precisa ser tratada para cicatrizar e ter a sua estrutura restaurada. Para isso Cristo veio a este mundo, para restaurar e reconciliar o ser humano à sua antiga condição de comunhão plena com o Criador (2 Co 5.18). A partir do momento que a pessoa se converte inicia-se um processo interno de transformação e restauração.
De acordo com o pastor Antônio Gilberto na obra Teologia Sistemática Pentecostal (2008, p. 361): 
O termo regeneração tem a ver com a nossa inclusão na família de Deus (1 Pe 1.3,23; Tt 3.5). Em Gênesis 1.27, temos a sua criação natural do homem; em Efésios 2.10, temos a sua criação espiritual.
Regeneração é o ato interior da conversão, efetuada na alma pelo Espírito Santo. Conversão é mais o lado exterior e visível da regeneração. Uma pessoa verdadeiramente regenerada pelo Espírito Santo é também convertida (cfr. Lc 22.32).
Sendo regenerado pelo Espírito Santo, o crente é declarado filho de Deus (Jo 1.12,13). O que ocasiona a regeneração espiritual não é primeiramente a justificação pela fé, mas a comunicação da vida de Cristo — da ‘vida eterna’ ao pecador arrependido. Justificação tem a ver com o pecado do pecador; regeneração tem a ver com a natureza do pecador. Justificação é imputada por Deus; regeneração é comunicada por Deus. ‘Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada, e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus’ (Tg 2.22,23).
Deus é aquEle que toma a iniciativa para que o homem retorne à comunhão com Ele. Sozinho o ser humano estaria perdido na escuridão do pecado. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, vai ao encontro do pecador para restaurá-lo. Foi assim na vida de Zaqueu, o chefe dos publicanos, um homem desprezado pelo povo, tendo em vista que o trabalho que ele realizava não era honesto. No entanto, quando Jesus o avistou sobre a árvore, encontrou naquela ocasião uma oportunidade de restaurar a vida de alguém que carecia de ter a ferida de sua alma restaurada. Jesus entrou não somente na casa, mas na vida de Zaqueu, trazendo para aquele pobre homem, a riqueza que o ouro e a prata não podiam comprar. Jesus trouxe salvação à vida de Zaqueu.
A prova mais viva da regeneração na vida de Zaqueu é a sua decisão de repartir sua riqueza com os pobres, e se houvesse causado dano a alguém, restituiria quatro vezes mais. Isso não é só conversão, é também regeneração. Zaqueu demonstrou externamente o que já havia acontecido internamente. Assim também ocorre na vida da pessoa que tem um encontro com Jesus, sua forma de pensar e comportamento são transformados pelo Espírito Santo. As obras de justiça que a pessoa decide praticar é resultado de uma vida espiritual regenerada na presença de Deus.
Aproveite e leve seus alunos a refletirem se, de fato, já experimentaram a regeneração do Espírito de Deus em suas vidas. Mostre que um coração regenerado tem prazer nas coisas de Deus e deseja praticar o que é justo e agradável a Ele.

Lição 07 - 1º Trimestre 2020 - O Semeador da Palavra - Adolescentes.

Lição 7 - O Semeador da Palavra 

1º Trimestre de 2020

ESBOÇO DA LIÇÃO
1 – SEMEANDO “BOAS NOTÍCIAS”
2 – A BOA SEMENTE É A PALAVRA DE DEUS
3 – SEMEANDO EM TERRENO IMPRÓPRIO
4 – UMA TERRA BOA PRODUZ FRUTOS EM ABUNDÂNCIA
OBJETIVOS
Explicar o propósito do ministério de Jesus;
Destacar a importância do trabalho realizado pelos discípulos de Jesus;
Estimulá-los a semearem a Palavra de Deus nos corações.
COMO FAZER EVANGELISMO URBANO
Claudionor Correa de Andrade
A evangelização urbana só será bem-sucedida se tomarmos as seguintes providências: treinamento da equipe, estabelecimento de postos-chave e acompanhamento da cidade.
1. Treinamento da equipe. Antes de chegar à Macedônia, o apóstolo Paulo já podia contar com uma equipe altamente qualificada, para implantar o Evangelho na Europa. Primeiro, tomou consigo a Silas e, depois, o jovem Timóteo (At 15.40; 16.1,2). Acompanhava-os, também, Lucas, o médico amado (At 16.11). Com este pequeno, mas operoso grupo, o apóstolo levou o Evangelho a Filipos, a Tessalônica e a Bereia, até que a Palavra de Deus, por intermédio de outros obreiros, chegasse à capital do Império Romano (At 16.12; 17.1, 10).
Portanto, forme a sua equipe com oração e jejum (Lc 6.12,13). Se souber como treiná-la, o êxito da evangelização urbana não será impossível.
2. Estabelecimento de postos-chave. Sempre que chegava a uma cidade gentia, Paulo buscava uma sinagoga, de onde iniciava a proclamação do Evangelho (At 17.1-3). Embora o apóstolo, na maioria das vezes, fosse rejeitado pela comunidade judaica, a partir daí expandia sua ação evangelística urbana até alcançar os gentios.
Encontre os postos-chave para a evangelização urbana. Pode ser a casa de um crente, ou a de alguém que está se abrindo à Palavra de Deus (At 16.15). Na evangelização, as bases são muito importantes.
3. Acompanhamento do trabalho. Finalmente, acompanhe o progresso da nova frente evangelística. Ao partir para uma nova área urbana, deixe alguém responsável pelas igrejas recém-implantadas, como fazia o apóstolo Paulo (At 17.14). E, periodicamente, visite-as até que amadureçam o suficiente para caminhar por si próprias (At 18.23).
Não descuide dos novos convertidos. Fortaleça-os na fé, na graça e no conhecimento da Palavra de Deus. Quem se põe a evangelizar as áreas urbanas deve de estar sempre atento. Por isso mesmo, tenha uma equipe amorosa, competente e disponível.
(Texto extraído de Lições Bíblicas, 3º Tri de 2016, editora CPAD)
Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do Setor de Educação Cristã da CPAD

Lição 07 - 1º Trimestre 2020 - O Senhorio de Cristo sobre os demônios - Jovens.

Lição 7 - O Senhorio de Cristo sobre os demônios 

1º Trimestre de 2020
Introdução
I-A Atuação dos Demônios no Novo Testamento
II-O Endemoninhado Gadareno
III-Jesus Expulsa um Demônio de um Homem Mudo
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Refletir sobre a natureza e característica dos demônios;
Caracterizar o processo de demonização a partir do caso do gadareno;
Demonstrar a lógica de manifestação dos milagres gerados por Deus.
Palavras-chave: Jesus Cristo.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria de Telma Bueno:
INTRODUÇÃO
Jesus Cristo veio ao mundo com uma missão, um propósito específico que lhe foi conferido pelo Pai: “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10) e “desfazer as obras do diabo” (1 Jo 3.8).  Encontramos em toda a Palavra de Deus vários registros a respeito da atuação das forças do mal (At 5.16; 19.12).  Ninguém está livre das investidas satânicas, pois até mesmo o Filho de Deus foi levado ao deserto e ali foi tentado por Satanás (Mt 4.1-11). Ao tentar Jesus, o Diabo tinha como objetivo fazer com que o Filho de Deus desobedecesse à vontade do Pai. Satanás é um dos nossos inimigos e precisamos de discernimento e sabedoria para não sermos enganados e confundidos por sua atuação nesse mundo tenebroso. Jesus venceu as forças do mal enquanto estava no deserto utilizando a autoridade das Escrituras; o que mostra que precisamos conhecer e viver segundo a Palavra de Deus a fim de que vençamos o pecado, a carne, o mundo e o próprio Satanás. 
Esse capítulo tem como propósito nos conduzir a uma reflexão a respeito desses seres espirituais decadentes e a sua operação no mundo. Veremos também o destino que está reservado a eles. Nossa reflexão será pautada nas Escrituras Sagradas. A falta de conhecimento bíblico deixa os servos de Deus reféns das forças demoníacas. Precisamos de discernimento e conhecimento bíblico para que venhamos superar os mitos e misticismos quanto à atuação das forças demoníacas na atualidade. Segundo o pastor Thiago Brazil, “estudar acerca da autoridade de Jesus sobre os demônios pode revelar-nos preciosas verdades sobre o poder do Cristo.”
I – A ATUAÇÃO DOS DEMÔNIOS NO NOVO TESTAMENTO
Evidências bíblicas sobre a existência de demônios
Já vimos no capítulo 4 que Jesus veio ao mundo com uma missão específica, um propósito, e assim também acontece com o império das trevas. Satanás tem como missão: matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Nas Sagradas Escrituras encontramos várias evidências bíblicas da existência de demônios. A primeira referência está registrada no livro de Gênesis, no capítulo 3. Satanás aparece em forma de serpente e induz Adão e Eva a pecarem, pois acreditava que a obra-prima do Criador seria arruinada para sempre. Entretanto, Deus em seu infinito amor, já tinha, desde a fundação do mundo, um plano de Salvação para resgatar a humanidade do pecado. A Queda de Adão haveria de ser revertida por Jesus Cristo através de sua morte na cruz. 
Ainda no Éden, Deus rompeu a aliança entre o Diabo e a humanidade: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Mediante o relato de Jó 1.6 sabemos que Satanás, na Antiga Aliança, tinha acesso ao trono de Deus e o propósito do maligno era, e é, somente levar o homem a pecar e se rebelar contra o Criador. No livro dos Salmos, as práticas idólatras dos israelitas, como os sacrifícios, são atribuídas aos demônios (Sl 106.36,37). Já no livro de Daniel vemos uma batalha espiritual travada entre “o príncipe do reino da Pérsia” e Miguel, o príncipe de Israel (Dn 10.21), enviado de Deus com uma mensagem especial para o profeta (Dn 10.13). Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal o “príncipe da Pérsia não era um potentado humano, mas um anjo satânico.” Porém, nessa luta fica evidente a superioridade de Miguel e do Reino de Deus sobre o reino das trevas. Em Zacarias 3, o sumo sacerdote Josué, que representava a nação de Israel,  é  acusado por Satanás e justificado por Deus.  Então fica evidente a atuação de espíritos e forças malignas no Antigo Testamento. Entretanto, segundo os autores Carolyn Denise Baker e Frank D. Macchia, “a demonologia não desempenha nenhum papel de destaque no Antigo Testamento”1 porque os escritores bíblicos da antiga aliança não tinham como objetivo narrar ou explicar a respeito das forças demoníacas. O enfoque principal era a vinda do Filho de Deus ao mundo para remissão dos pecados da humanidade. Também precisamos ressaltar o fato de que os hebreus viviam cercados por povos politeístas. No Egito, o povo de Deus teve contato com vários deuses e certamente deve ter presenciado a atuação das forças do mal. Basta uma leitura de todo o Antigo Testamento para percebermos que o enfoque era ressaltar o fato de que só o Senhor é Deus e que Israel jamais deveria adorar ou invocar nenhum outro deus das nações vizinhas: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem alguma semelhança do que há encima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” (Êx 20.3,4). 
Somente com a chegada de Jesus — a luz do mundo — as obras das trevas se tornaram visíveis aos homens (Jo 8.12). Por isso, no ministério de Jesus e na Igreja do primeiro século, veremos vários milagres referentes à libertação de pessoas oprimidas pelo Diabo e a atuação do mal tentando impedir o avanço do Reino de Deus. Somente  estudando de forma sistemática os Evangelhos, compreendemos melhor o poder e o senhorio de Jesus sobre o Maligno e as forças do mal.  Observe o que os estudiosos Carolyn Denise Baker e Frank D. Macchia nos falam a respeito da ênfase aos demônios no Antigo e no Novo Testamento:
Em contraste com a atenção relativamente pequena que o Antigo Testamento dedica à derrota das forças das trevas, os Evangelhos impressionam-nos com a ênfase que dedica à questão. Aliás, tal ênfase já fora dada na literatura intertestamentária, que levou a alguns a especular a respeito da possível influência do dualismo persa. Mas teologicamente falando, a implicação é que o aumento da atenção dada à derrota dos demônios nos Evangelhos deve-se à revelação prévia da graça e da verdade na vinda de Jesus Cristo (Jo 1.14).2  
Em seu ministério terreno, Jesus libertou várias pessoas que estavam dominadas, possessas por espíritos malignos. Os casos de possessão demoníacas relatados nos Evangelhos não eram uma questão de saúde mental. Na atualidade, existem vários recursos para tratar as desordens mentais, como por exemplo, os medicamentos e a terapia. Contudo, quando se trata de opressão maligna, Jesus continua sendo a única solução. Ele continua a libertar os cativos pelo Diabo. É importante ressaltar e deixar bem claro que possessão demoníaca e doenças mentais são duas coisas completamente distintas.   
Os demônios estão sob o controle de Satanás, e o único objetivo deles é frustrar os bons propósitos de Deus para o mundo, em particular, na vida das pessoas. Para Jesus, expulsar demônios era o indício-chave de que o Reino de Deus estava realmente chegando em seu ministério (Mt 12.28; Lc 11.20). A vinda do Reino de Deus dessa forma significava que Satanás estava derrotado (Lc 10.18) e já fora amarrado em antecipação de sua destruição derradeira (Mc 3.27).3  
Características dos demônios no Novo Testamento
No Antigo Testamento encontramos várias tentativas de Satanás contra a linhagem da qual nasceria o Messias, aquEle que feriria a cabeça da serpente (Gn 3.15). Mas graças a Deus, todas essas tentativas foram frustradas. O Filho de Deus veio ao mundo para redimir a humanidade e estabelecer o Reino de Deus. A vinda do Rei dos reis revelou a derrota do reino das trevas, por isso no Novo Testamento a atuação do maligno se torna mais evidente, contudo suas atividades e propósitos permanecem os mesmos: matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Observe o que Myer Pearlman nos diz a esse respeito:
Satanás perturba a obra de Deus (1 Ts 2.18); opõe-se ao Evangelho (Mt 13.19; 2 Co 4.4); domina, cega, engana e laça os ímpios. Ele aflige (Jó 1.12) e tenta (1 Ts 3.5) os santos de Deus. Ele é descrito como presunçoso (MT 4.4,5); orgulhoso (1 Tm 3.6); poderoso (Ef 2.2); maligno (Jó 2.4); astuto (Gn 3.1); enganador (Ef 6.11); feroz e cruel. Ele não limita as suas operações aos ímpios. Muitas vezes age nos círculos mais elevados como “um anjo de luz”.4   
Satanás tentou e continua tentando, de todas as formas, destruir a humanidade, pois não suporta ver em nós a imagem de Deus. Ele também não suportou o fato de Jesus assumir a forma humana, revelando assim a imagem e semelhança do Criador. Por isso, quando Jesus veio ao mundo, Herodes planejou matá-lo. Satanás estava por trás dos planos do perverso rei. Mas, os intentos do Inimigo fracassaram mais uma vez. Jesus veio ao mundo e cumpriu com a sua missão salvadora e “andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38).   
Os demônios aparecem com frequência no Novo Testamento como “espírito imundo” (Mt 12.43; Mc 1.23,26; 3.30; 5.2,8; 7.25; 9.25; Lc 8.29; 9.42; Lc 11.24); “espírito mudo” (Mc 9.17); “espírito” (Mc 9.20); “um espírito” (Lc 9.39); “espírito de demônios” (Lc 4.33); “espírito de adivinhação” (At 16.16) e “espírito maligno” (At 19.15,16). Já nos Evangelhos e em Atos, os demônios aparecem em oposição a Jesus, com ênfase na superioridade de Cristo sobre eles. Nos escritos paulinos, são principados, dominações e potestades (1 Co 15.24,27; Cl 1.15-20; Ef 1.20-22). No Apocalipse os demônios com o Diabo estão presentes na luta final contra Jesus e a igreja. 
Apesar da sua presença nos relatos dos Evangelhos Sinóticos e em Atos dos Apóstolos, a origem deles é considerada obscura por alguns. A melhor compreensão de como esses espíritos surgiram depende também da origem de Satanás, pois ele é chamado de Belzebu, “o príncipe dos demônios” (Mt 12.24; Mc 3.22; Lc 11.25). Jesus fez menção do “diabo e seus anjos” (Mt 25.41). Quem são esses anjos e qual a origem deles e do seu chefe? O Novo Testamento faz menção de anjos rebeldes que foram expulsos do céu (2 Pe 2.4; Jd 6). Muitos consideram Isaías 14.12-15 e Ezequiel 28.12-15 como referência à origem e  à queda de Satanás.5 
A superioridade do Reino de Deus sobre o império das trevas
Muitos crentes sentem medo de pronunciar o nome de Satanás e acreditam na ideia mitológica do Diabo de chifre e tridente na mão. Porém, ele foi um anjo criado pelo Senhor. Deus o criou perfeito e bom, porém ele rebelou-se contra o Senhor (Ez 28.12-15). Na sua rebelião, que não sabemos se ocorreu antes ou depois da Criação, ele arrastou consigo um grande número de anjos. Juntamente com os anjos caídos, Satanás foi lançado para a Terra onde tem operado. Ele não tem atributos como onipresença, onipotência e onipresença, e segundo a Bíblia de Estudos Pentecostal, delega a maior parte de suas atividades aos inúmeros demônios (Mt 8.28; Ap 16.13). O Inimigo é astuto, não podemos subestimá-lo, contudo precisamos estar conscientes de que o poder de Jesus Cristo é superior ao poderio das trevas. Jesus não somente revelou seu poder libertando os oprimidos do Diabo, curando os enfermos e repreendendo as forças da natureza, mas Ele também outorgou aos seus discípulos poder e autoridade sobre o reino das trevas: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e todas as forças do Inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc 10.19).  
Falar sobre Satanás e seus demônios significa falar sobre o poder de Deus, os planos e propósitos divinos para os seres humanos. Satanás exerce poder como o “príncipe deste mundo” (Jo 12.31) e “o deus deste século” (2 Co 4.4). Todavia, Deus está no controle. Na cruz, Jesus já o derrotou (Jo 12.31) com seus demônios (Cl 2.15); o destino deles está determinado (Mt 25.41; Ap 20.10). Aqueles que servem a Deus nada têm a temer, porque maior é o que está conosco do que aquele que está no mundo (1 Jo 4.4). 
Havia no período interbíblico muitas ideias e conceitos sobre as criaturas espirituais, anjos, demônios e Satanás. Mas a maioria era crendice inventada, tal como acontece hoje com os expoentes da suposta batalha espiritual.6 
II – O ENDEMONINHADO GADARENO 
Uma vida devastada pelo maligno
Marcos, no Evangelho que leva o seu nome (Mc 5.1-20), relata a libertação do endemoninhado gadareno com riquezas de detalhes. Segundo o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento 7, “esta descrição é incomum por causa de seus detalhes vividos. Este detalhe arma a cena para um contraste com o versículo 15 que mostra o endemoninhado ‘assentado, vestido e em perfeito juízo’”. Marcos deixa claro que o poder de Jesus Cristo e de suas palavras é superior ao poder dos demônios. É importante notar que os moradores da cidade se utilizaram de algumas medidas a fim de proteger as pessoas, como por exemplo, prender o gadareno com cadeias e grilhões (v. 4). Todavia, esses recursos se mostraram impotentes, pois a força dos demônios era grande, pois se tratava de uma legião. Nenhuma solução humana seria capaz de ajudar o oprimido e a população local, somente Jesus poderia livrá-lo de tão terrível situação. Ao sair do barco, ou seja, assim que chegou àquela região, não o gadareno, mas os espíritos malignos que se apossaram dele, reconheceram imediatamente a Jesus como alguém superior a eles: “Que tenho eu contigo, Jesus Filho do Deus Altíssimo?” (v. 7). Os demônios não adoraram a Jesus, mas o distinguiram dos demais homens e reconheceram sua autoridade e senhorio sobre o reino das trevas. O relato da libertação do gadareno comprova a luta dos demônios pela alma humana e o fato de que o Inimigo veio ao mundo com uma missão específica: matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Podemos observar tal missão se cumprindo na vida do homem endemoninhado. Seu corpo, sua alma e seu espírito estavam feridos. O Diabo havia lhe roubado a consciência, a paz, o convívio familiar e com as pessoas. Uma vida devastada pelas trevas. Marcos retrata um quadro repleto de detalhes a respeito da desgraça em que vivia o gadareno: Ele  tinha sua morada nos sepulcros e estes, em geral, eram localizados em cavernas; ninguém o podia prender ou deter; andava de dia e de noite, clamando pelos montes e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras (vv. 3-5). A Palavra de Deus não afirma, mas talvez o gadareno fosse considerado um problema para a família e para os moradores daquela localidade; porém Jesus o vê como um indivíduo, uma pessoa que precisava de ajuda. Jesus o acolhe, pois Ele jamais se recusou a ajudar os necessitados e aflitos. Os demônios pediram a Jesus que não os expulse, mas que desse permissão para que entrassem em uma manada de porcos que estava por perto. Segundo o Comentário Bíblico Beacon 8, o “opressor estava pedindo para escapar do tormento, da punição eterna, reconhecendo a autoridade de Jesus e a própria derrota.” 
Uma libertação extraordinária
O texto bíblico da lição revela o quanto os moradores da cidade ficaram espantados diante de todos os acontecimentos. Eles foram impactados perante o poderio de Jesus frente aos demônios e pelo impacto que a perda dos porcos traria para a economia da região. Então, os habitantes da cidade rogam para que Jesus fosse embora do território deles. Esse foi o agradecimento que o Filho de Deus recebeu. Em várias ocasiões no Novo Testamento vemos as pessoas agindo com ingratidão perante os feitos milagrosos de Jesus. 
“A perda dos porcos é catastrófica do ponto de vista deles, e sugere que o poder é, de alguma forma, malévolo. O fato de que eles são gentios que criam porcos, enquanto que Jesus é judeu, a quem os porcos são ofensivos, só lhes acentua a confusão e o medo”.9
O Filho de Deus fez e continua a fazer aquilo que os poderes humanos não conseguem realizar. Ele ainda continua a libertar a mente e os corações. O milagre da libertação do Gadareno aconteceu mediante o poder e a soberania de Jesus sobre os espíritos malignos. O Salvador não utilizou palavras mágicas e muito menos algum tipo de ritual, como infelizmente alguns querem propor para a libertação dos oprimidos pelo Inimigo. Não é preciso que façamos nenhum tipo de campanha ou venhamos entregar nenhuma oferta especial para que haja a libertação dos demônios. Basta ter comunhão com o Pai, mediante a fé em Jesus. Observamos em Atos 19.13-19 que Paulo estava realizando milagres e expulsando demônios. Vemos também a tentativa de alguns exorcistas judeus de libertar as pessoas dos espíritos malignos, invocando  o nome de Paulo e de Jesus: “Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega” (v. 13). Mas a tentativa deu errada. Sabe por quê? Porque eles acreditavam, erroneamente, que o nome de Jesus era utilizado por Paulo como parte de um encantamento. O nome de Jesus não pode ser usado como um amuleto. Seu nome somente é poderoso quando pronunciado por alguém que tenha fé nEle como Salvador e em sua autoridade. É preciso fé e um relacionamento com Jesus. 
Sobre nossa imagem restaurada em Cristo
Quando lemos Marcos 5.1-9, em nossas mentes, fazemos a seguinte indagação: “O que levou o gadareno a ficar possesso por uma legião de demônios?” Várias ideias podem nos ocorrer, mas a verdade é que nós não temos uma resposta, pois as Escrituras Sagradas não revelam a causa.  Embora não conheçamos a razão pela qual aconteceu a possessão demoníaca, podemos afirmar que os espíritos malignos prejudicam a pessoa, matando os sonhos, roubando as esperanças e afastando-a de um relacionamento com Deus e com o próximo. Muitas vezes a possessão demoníaca leva as pessoas a um quadro de insanidade (Mt 4.24; 17.15) ou à perda de sua capacidade de falar, ouvir e até mesmo de ver (Mt 9.32). Sabemos que Jesus é poderoso, no entanto não podemos nos esquecer de que os demônios são destruidores. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “embora seja importante reconhecer a atividade maligna, devemos evitar qualquer curiosidade a seu respeito e envolvimento com forças demoníacas ou ocultas (Dt 18.10-12). Basta resistirmos ao Diabo e à sua influência, e ele fugirá de nós (Tg 4.7)”.10 
III – JESUS EXPULSA UM DEMÔNIO DE UM HOMEM MUDO
Uma doença que oprimia
Encontramos nos quatro Evangelhos vários registros de curas, milagres e libertações efetuadas por Jesus. À medida que os milagres iam ocorrendo, Ele se tornava conhecido e atraía multidões de doentes e oprimidos para perto de si. Onde quer que o Mestre fosse havia pessoas acometidas de várias enfermidades físicas e mentais, além dos endemoninhados (Mt 4.24). Mesmo com sua fama sendo divulgada por todos os lugares (Lc 4.37), Jesus Cristo nunca se utilizou dos milagres que fazia para ganhar algum tipo de recompensa, reconhecimento ou pelo simples desejo egoísta de se tornar uma figura conhecida. O objetivo de Jesus não era se tornar famoso, mas trazer alívio para as pessoas carentes e sofredoras e fazer com que o nome do Pai fosse glorificado, mostrando que um novo tempo, o Reino de Deus, havia chegado. Durante anos, o povo aguardou com ansiedade a chegada do Reino de Deus, embora os judeus estivessem na verdade ansiosos por um messias-político que os libertasse do jugo romano.  Eles não compreenderam o caráter messiânico e espiritual do Reino, por isso Jesus os ensinava e realizava muitos sinais e milagres. Podemos afirmar que o tema central do ministério de Jesus não eram os milagres, mas sim o anúncio da chegada do Reino de Deus. Observe o que César Moisés nos informa e esse respeito: 
[...] O assunto dos milagres de Jesus precisa ser analisado levando-se em conta a mensagem do Reino de Deus e o ministério de ensino desenvolvido pelo Senhor, pois havia perfeita consonância entre as ações do Mestre e suas palavras (Lc 24.19). Como já foi dito, Marcos, tido tradicionalmente como o mais antigo dos Evangelhos, registra que, “depois que João [Batista] foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.14,15). Para qualquer judeu, a vinda do Reino de Deus era esperada com muita ansiedade; porém, para que eles pudessem crer no “evangelho”, isto é, o anúncio de que este tempo realmente havia chegado, era preciso ver os sinais que o caracterizam e que evidenciam que o referido período estava, de fato, em curso. Seguindo seu intento de evidenciar tal realidade, Marcos diz que Jesus foi a uma sinagoga num sábado e que Ele ali ensinava. Entre os presentes, havia um homem atormentado por um espírito imundo, e este se manifestou no momento em que Jesus ministrava. O Senhor repreendeu o espírito imundo, expulsando-o do homem. Na sequência, o texto diz que “todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!” (Mc 1.27). Tal acontecimento denota que o ensino de Jesus não era mera teorização, mas demonstração concreta da chegada do Reino de Deus, pois aliava conhecimento com poder (Mt 22.29; cf. 1 Co 2.4,5). Tim Dowley informa com propriedade que os milagres de Jesus “eram ‘sinais’ do Reino de Deus, mostrando que o reinado do Messias tinha começado, como predisseram as Escrituras”.11   
A manifestação de um milagre e a blasfêmia pelo bem realizado
Vamos ver mais um milagre envolvendo a cura de um endemoninhado realizada por Jesus. Desta vez o texto bíblico se encontra em Mateus 9.32-34. Trata-se da libertação de um homem cuja possessão demoníaca causava incapacidade de comunicação. Expulsos os demônios, o homem volta a falar novamente. Mais uma vez todos ficam atônitos diante do poder e autoridade do Mestre e declaram: “Nunca tal se viu em Israel” (v. 33).  Mas os fariseus dão uma versão diferente e errada do que tinha acontecido; eles atribuem o poder de Jesus ao “príncipe dos demônios”, Belzebu.  Tal atitude mostra que eles não conheciam nada a respeito do Pai e do seu Reino e que estavam correndo o perigo de cometer uma blasfêmia contra o Espírito Santo e para tal pecado, segundo Jesus Cristo não há perdão.  Observe o que o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento tem a nos informar a respeito de tão grave pecado:  
Jesus explica a seriedade das acusações dos seus inimigos com terrível advertência. Blasfêmia ou acusações difamadores contra o Filho do Homem são perdoáveis, mas  falar contra a obra do Espírito Santo não é particularmente perigoso. Em Mateus e Marcos a blasfêmia contra o Espírito Santo é dizer que as boas obras de Jesus são más. Lucas, preservando outra tradução, identifica a blasfêmia contra o Espírito Santo como o ato de não dar testemunho inspirado diante de autoridades e governantes e, ainda por cima, denunciar Jesus (Lc 12.8-12).12    
Os fariseus pertenciam a um grupo político-religioso importante em Israel.  Eles estavam sempre duvidando da pessoa de Jesus, dos seus ensinos e milagres. Estes não somente eram incrédulos, mas hipócritas e perversos, pois tentavam, de todas as formas, desmoralizar o Senhor Jesus Cristo. Tal fato nos mostra que toda religiosidade, sem espiritualidade é maléfica; capaz de oprimir, matar e destruir as pessoas.
Por isso, se faz necessário dizer que Jesus não veio ao mundo para estabelecer um novo movimento religioso, Ele veio para implantar o Reino de Deus. Certa vez, o Mestre disse aos seus discípulos: “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20). Jesus veio trazer libertação da alma, do ser, do falar e do agir de cada um dos filhos de Deus. Aprendemos com o episódio do gadareno e com o caso do endemoninhado de Mateus 9.30-33 que as forças demoníacas vão sempre tentar nos impedir de compreender a majestade e a beleza do Reino Deus, por isso estejamos atentos. 
  
CONCLUSÃO
Encontramos a atuação dos demônios tanto no Antigo Testamento como no Novo. Satanás é real, tem atuado na sociedade atual e deseja destruir o ser humano. Mas Jesus Cristo veio ao mundo para desfazer as obras do Diabo. Seu poder é infinitamente maior do que o poder do Inimigo. O dia da sua derrocada final está próximo. Durante o Milênio, suas ações serão impedidas por um período de mil anos, pois estará aprisionado no abismo. Depois desse período ele vai para o seu destino final, o lago de fogo (Ap 20.10). Sua derrota final já nos está garantida. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.  
CARVALHO, César Moisés. Milagres de Jesus: A fé realizando o impossível. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. 
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 19.imp. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. 4.ed. Rio de Janeiro: Emprevan Editora, 1973. 
SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.                                                                                
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Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 19.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 204.  
2 HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 19.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 206. 
3 Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 82.  
4 PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro: Emprevan Editora, 1973, p. 89. 
 SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 54. 
6 SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal. Rio de Janeiro: CPAD, pp.51,52.  
7 Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 214. 
8 Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 253. 
9 Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 215. 
10 Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007,  p. 1299.
11 CARVALHO, César Moisés. Milagres de Jesus: A fé realizando o impossível. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 33. 
12 Comentário Bíblico PentecostalNovo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 85.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.