quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Lição 07 - 1º Trimestre 2020 - O Senhorio de Cristo sobre os demônios - Jovens.

Lição 7 - O Senhorio de Cristo sobre os demônios 

1º Trimestre de 2020
Introdução
I-A Atuação dos Demônios no Novo Testamento
II-O Endemoninhado Gadareno
III-Jesus Expulsa um Demônio de um Homem Mudo
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Refletir sobre a natureza e característica dos demônios;
Caracterizar o processo de demonização a partir do caso do gadareno;
Demonstrar a lógica de manifestação dos milagres gerados por Deus.
Palavras-chave: Jesus Cristo.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria de Telma Bueno:
INTRODUÇÃO
Jesus Cristo veio ao mundo com uma missão, um propósito específico que lhe foi conferido pelo Pai: “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10) e “desfazer as obras do diabo” (1 Jo 3.8).  Encontramos em toda a Palavra de Deus vários registros a respeito da atuação das forças do mal (At 5.16; 19.12).  Ninguém está livre das investidas satânicas, pois até mesmo o Filho de Deus foi levado ao deserto e ali foi tentado por Satanás (Mt 4.1-11). Ao tentar Jesus, o Diabo tinha como objetivo fazer com que o Filho de Deus desobedecesse à vontade do Pai. Satanás é um dos nossos inimigos e precisamos de discernimento e sabedoria para não sermos enganados e confundidos por sua atuação nesse mundo tenebroso. Jesus venceu as forças do mal enquanto estava no deserto utilizando a autoridade das Escrituras; o que mostra que precisamos conhecer e viver segundo a Palavra de Deus a fim de que vençamos o pecado, a carne, o mundo e o próprio Satanás. 
Esse capítulo tem como propósito nos conduzir a uma reflexão a respeito desses seres espirituais decadentes e a sua operação no mundo. Veremos também o destino que está reservado a eles. Nossa reflexão será pautada nas Escrituras Sagradas. A falta de conhecimento bíblico deixa os servos de Deus reféns das forças demoníacas. Precisamos de discernimento e conhecimento bíblico para que venhamos superar os mitos e misticismos quanto à atuação das forças demoníacas na atualidade. Segundo o pastor Thiago Brazil, “estudar acerca da autoridade de Jesus sobre os demônios pode revelar-nos preciosas verdades sobre o poder do Cristo.”
I – A ATUAÇÃO DOS DEMÔNIOS NO NOVO TESTAMENTO
Evidências bíblicas sobre a existência de demônios
Já vimos no capítulo 4 que Jesus veio ao mundo com uma missão específica, um propósito, e assim também acontece com o império das trevas. Satanás tem como missão: matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Nas Sagradas Escrituras encontramos várias evidências bíblicas da existência de demônios. A primeira referência está registrada no livro de Gênesis, no capítulo 3. Satanás aparece em forma de serpente e induz Adão e Eva a pecarem, pois acreditava que a obra-prima do Criador seria arruinada para sempre. Entretanto, Deus em seu infinito amor, já tinha, desde a fundação do mundo, um plano de Salvação para resgatar a humanidade do pecado. A Queda de Adão haveria de ser revertida por Jesus Cristo através de sua morte na cruz. 
Ainda no Éden, Deus rompeu a aliança entre o Diabo e a humanidade: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Mediante o relato de Jó 1.6 sabemos que Satanás, na Antiga Aliança, tinha acesso ao trono de Deus e o propósito do maligno era, e é, somente levar o homem a pecar e se rebelar contra o Criador. No livro dos Salmos, as práticas idólatras dos israelitas, como os sacrifícios, são atribuídas aos demônios (Sl 106.36,37). Já no livro de Daniel vemos uma batalha espiritual travada entre “o príncipe do reino da Pérsia” e Miguel, o príncipe de Israel (Dn 10.21), enviado de Deus com uma mensagem especial para o profeta (Dn 10.13). Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal o “príncipe da Pérsia não era um potentado humano, mas um anjo satânico.” Porém, nessa luta fica evidente a superioridade de Miguel e do Reino de Deus sobre o reino das trevas. Em Zacarias 3, o sumo sacerdote Josué, que representava a nação de Israel,  é  acusado por Satanás e justificado por Deus.  Então fica evidente a atuação de espíritos e forças malignas no Antigo Testamento. Entretanto, segundo os autores Carolyn Denise Baker e Frank D. Macchia, “a demonologia não desempenha nenhum papel de destaque no Antigo Testamento”1 porque os escritores bíblicos da antiga aliança não tinham como objetivo narrar ou explicar a respeito das forças demoníacas. O enfoque principal era a vinda do Filho de Deus ao mundo para remissão dos pecados da humanidade. Também precisamos ressaltar o fato de que os hebreus viviam cercados por povos politeístas. No Egito, o povo de Deus teve contato com vários deuses e certamente deve ter presenciado a atuação das forças do mal. Basta uma leitura de todo o Antigo Testamento para percebermos que o enfoque era ressaltar o fato de que só o Senhor é Deus e que Israel jamais deveria adorar ou invocar nenhum outro deus das nações vizinhas: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem alguma semelhança do que há encima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” (Êx 20.3,4). 
Somente com a chegada de Jesus — a luz do mundo — as obras das trevas se tornaram visíveis aos homens (Jo 8.12). Por isso, no ministério de Jesus e na Igreja do primeiro século, veremos vários milagres referentes à libertação de pessoas oprimidas pelo Diabo e a atuação do mal tentando impedir o avanço do Reino de Deus. Somente  estudando de forma sistemática os Evangelhos, compreendemos melhor o poder e o senhorio de Jesus sobre o Maligno e as forças do mal.  Observe o que os estudiosos Carolyn Denise Baker e Frank D. Macchia nos falam a respeito da ênfase aos demônios no Antigo e no Novo Testamento:
Em contraste com a atenção relativamente pequena que o Antigo Testamento dedica à derrota das forças das trevas, os Evangelhos impressionam-nos com a ênfase que dedica à questão. Aliás, tal ênfase já fora dada na literatura intertestamentária, que levou a alguns a especular a respeito da possível influência do dualismo persa. Mas teologicamente falando, a implicação é que o aumento da atenção dada à derrota dos demônios nos Evangelhos deve-se à revelação prévia da graça e da verdade na vinda de Jesus Cristo (Jo 1.14).2  
Em seu ministério terreno, Jesus libertou várias pessoas que estavam dominadas, possessas por espíritos malignos. Os casos de possessão demoníacas relatados nos Evangelhos não eram uma questão de saúde mental. Na atualidade, existem vários recursos para tratar as desordens mentais, como por exemplo, os medicamentos e a terapia. Contudo, quando se trata de opressão maligna, Jesus continua sendo a única solução. Ele continua a libertar os cativos pelo Diabo. É importante ressaltar e deixar bem claro que possessão demoníaca e doenças mentais são duas coisas completamente distintas.   
Os demônios estão sob o controle de Satanás, e o único objetivo deles é frustrar os bons propósitos de Deus para o mundo, em particular, na vida das pessoas. Para Jesus, expulsar demônios era o indício-chave de que o Reino de Deus estava realmente chegando em seu ministério (Mt 12.28; Lc 11.20). A vinda do Reino de Deus dessa forma significava que Satanás estava derrotado (Lc 10.18) e já fora amarrado em antecipação de sua destruição derradeira (Mc 3.27).3  
Características dos demônios no Novo Testamento
No Antigo Testamento encontramos várias tentativas de Satanás contra a linhagem da qual nasceria o Messias, aquEle que feriria a cabeça da serpente (Gn 3.15). Mas graças a Deus, todas essas tentativas foram frustradas. O Filho de Deus veio ao mundo para redimir a humanidade e estabelecer o Reino de Deus. A vinda do Rei dos reis revelou a derrota do reino das trevas, por isso no Novo Testamento a atuação do maligno se torna mais evidente, contudo suas atividades e propósitos permanecem os mesmos: matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Observe o que Myer Pearlman nos diz a esse respeito:
Satanás perturba a obra de Deus (1 Ts 2.18); opõe-se ao Evangelho (Mt 13.19; 2 Co 4.4); domina, cega, engana e laça os ímpios. Ele aflige (Jó 1.12) e tenta (1 Ts 3.5) os santos de Deus. Ele é descrito como presunçoso (MT 4.4,5); orgulhoso (1 Tm 3.6); poderoso (Ef 2.2); maligno (Jó 2.4); astuto (Gn 3.1); enganador (Ef 6.11); feroz e cruel. Ele não limita as suas operações aos ímpios. Muitas vezes age nos círculos mais elevados como “um anjo de luz”.4   
Satanás tentou e continua tentando, de todas as formas, destruir a humanidade, pois não suporta ver em nós a imagem de Deus. Ele também não suportou o fato de Jesus assumir a forma humana, revelando assim a imagem e semelhança do Criador. Por isso, quando Jesus veio ao mundo, Herodes planejou matá-lo. Satanás estava por trás dos planos do perverso rei. Mas, os intentos do Inimigo fracassaram mais uma vez. Jesus veio ao mundo e cumpriu com a sua missão salvadora e “andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38).   
Os demônios aparecem com frequência no Novo Testamento como “espírito imundo” (Mt 12.43; Mc 1.23,26; 3.30; 5.2,8; 7.25; 9.25; Lc 8.29; 9.42; Lc 11.24); “espírito mudo” (Mc 9.17); “espírito” (Mc 9.20); “um espírito” (Lc 9.39); “espírito de demônios” (Lc 4.33); “espírito de adivinhação” (At 16.16) e “espírito maligno” (At 19.15,16). Já nos Evangelhos e em Atos, os demônios aparecem em oposição a Jesus, com ênfase na superioridade de Cristo sobre eles. Nos escritos paulinos, são principados, dominações e potestades (1 Co 15.24,27; Cl 1.15-20; Ef 1.20-22). No Apocalipse os demônios com o Diabo estão presentes na luta final contra Jesus e a igreja. 
Apesar da sua presença nos relatos dos Evangelhos Sinóticos e em Atos dos Apóstolos, a origem deles é considerada obscura por alguns. A melhor compreensão de como esses espíritos surgiram depende também da origem de Satanás, pois ele é chamado de Belzebu, “o príncipe dos demônios” (Mt 12.24; Mc 3.22; Lc 11.25). Jesus fez menção do “diabo e seus anjos” (Mt 25.41). Quem são esses anjos e qual a origem deles e do seu chefe? O Novo Testamento faz menção de anjos rebeldes que foram expulsos do céu (2 Pe 2.4; Jd 6). Muitos consideram Isaías 14.12-15 e Ezequiel 28.12-15 como referência à origem e  à queda de Satanás.5 
A superioridade do Reino de Deus sobre o império das trevas
Muitos crentes sentem medo de pronunciar o nome de Satanás e acreditam na ideia mitológica do Diabo de chifre e tridente na mão. Porém, ele foi um anjo criado pelo Senhor. Deus o criou perfeito e bom, porém ele rebelou-se contra o Senhor (Ez 28.12-15). Na sua rebelião, que não sabemos se ocorreu antes ou depois da Criação, ele arrastou consigo um grande número de anjos. Juntamente com os anjos caídos, Satanás foi lançado para a Terra onde tem operado. Ele não tem atributos como onipresença, onipotência e onipresença, e segundo a Bíblia de Estudos Pentecostal, delega a maior parte de suas atividades aos inúmeros demônios (Mt 8.28; Ap 16.13). O Inimigo é astuto, não podemos subestimá-lo, contudo precisamos estar conscientes de que o poder de Jesus Cristo é superior ao poderio das trevas. Jesus não somente revelou seu poder libertando os oprimidos do Diabo, curando os enfermos e repreendendo as forças da natureza, mas Ele também outorgou aos seus discípulos poder e autoridade sobre o reino das trevas: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e todas as forças do Inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc 10.19).  
Falar sobre Satanás e seus demônios significa falar sobre o poder de Deus, os planos e propósitos divinos para os seres humanos. Satanás exerce poder como o “príncipe deste mundo” (Jo 12.31) e “o deus deste século” (2 Co 4.4). Todavia, Deus está no controle. Na cruz, Jesus já o derrotou (Jo 12.31) com seus demônios (Cl 2.15); o destino deles está determinado (Mt 25.41; Ap 20.10). Aqueles que servem a Deus nada têm a temer, porque maior é o que está conosco do que aquele que está no mundo (1 Jo 4.4). 
Havia no período interbíblico muitas ideias e conceitos sobre as criaturas espirituais, anjos, demônios e Satanás. Mas a maioria era crendice inventada, tal como acontece hoje com os expoentes da suposta batalha espiritual.6 
II – O ENDEMONINHADO GADARENO 
Uma vida devastada pelo maligno
Marcos, no Evangelho que leva o seu nome (Mc 5.1-20), relata a libertação do endemoninhado gadareno com riquezas de detalhes. Segundo o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento 7, “esta descrição é incomum por causa de seus detalhes vividos. Este detalhe arma a cena para um contraste com o versículo 15 que mostra o endemoninhado ‘assentado, vestido e em perfeito juízo’”. Marcos deixa claro que o poder de Jesus Cristo e de suas palavras é superior ao poder dos demônios. É importante notar que os moradores da cidade se utilizaram de algumas medidas a fim de proteger as pessoas, como por exemplo, prender o gadareno com cadeias e grilhões (v. 4). Todavia, esses recursos se mostraram impotentes, pois a força dos demônios era grande, pois se tratava de uma legião. Nenhuma solução humana seria capaz de ajudar o oprimido e a população local, somente Jesus poderia livrá-lo de tão terrível situação. Ao sair do barco, ou seja, assim que chegou àquela região, não o gadareno, mas os espíritos malignos que se apossaram dele, reconheceram imediatamente a Jesus como alguém superior a eles: “Que tenho eu contigo, Jesus Filho do Deus Altíssimo?” (v. 7). Os demônios não adoraram a Jesus, mas o distinguiram dos demais homens e reconheceram sua autoridade e senhorio sobre o reino das trevas. O relato da libertação do gadareno comprova a luta dos demônios pela alma humana e o fato de que o Inimigo veio ao mundo com uma missão específica: matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Podemos observar tal missão se cumprindo na vida do homem endemoninhado. Seu corpo, sua alma e seu espírito estavam feridos. O Diabo havia lhe roubado a consciência, a paz, o convívio familiar e com as pessoas. Uma vida devastada pelas trevas. Marcos retrata um quadro repleto de detalhes a respeito da desgraça em que vivia o gadareno: Ele  tinha sua morada nos sepulcros e estes, em geral, eram localizados em cavernas; ninguém o podia prender ou deter; andava de dia e de noite, clamando pelos montes e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras (vv. 3-5). A Palavra de Deus não afirma, mas talvez o gadareno fosse considerado um problema para a família e para os moradores daquela localidade; porém Jesus o vê como um indivíduo, uma pessoa que precisava de ajuda. Jesus o acolhe, pois Ele jamais se recusou a ajudar os necessitados e aflitos. Os demônios pediram a Jesus que não os expulse, mas que desse permissão para que entrassem em uma manada de porcos que estava por perto. Segundo o Comentário Bíblico Beacon 8, o “opressor estava pedindo para escapar do tormento, da punição eterna, reconhecendo a autoridade de Jesus e a própria derrota.” 
Uma libertação extraordinária
O texto bíblico da lição revela o quanto os moradores da cidade ficaram espantados diante de todos os acontecimentos. Eles foram impactados perante o poderio de Jesus frente aos demônios e pelo impacto que a perda dos porcos traria para a economia da região. Então, os habitantes da cidade rogam para que Jesus fosse embora do território deles. Esse foi o agradecimento que o Filho de Deus recebeu. Em várias ocasiões no Novo Testamento vemos as pessoas agindo com ingratidão perante os feitos milagrosos de Jesus. 
“A perda dos porcos é catastrófica do ponto de vista deles, e sugere que o poder é, de alguma forma, malévolo. O fato de que eles são gentios que criam porcos, enquanto que Jesus é judeu, a quem os porcos são ofensivos, só lhes acentua a confusão e o medo”.9
O Filho de Deus fez e continua a fazer aquilo que os poderes humanos não conseguem realizar. Ele ainda continua a libertar a mente e os corações. O milagre da libertação do Gadareno aconteceu mediante o poder e a soberania de Jesus sobre os espíritos malignos. O Salvador não utilizou palavras mágicas e muito menos algum tipo de ritual, como infelizmente alguns querem propor para a libertação dos oprimidos pelo Inimigo. Não é preciso que façamos nenhum tipo de campanha ou venhamos entregar nenhuma oferta especial para que haja a libertação dos demônios. Basta ter comunhão com o Pai, mediante a fé em Jesus. Observamos em Atos 19.13-19 que Paulo estava realizando milagres e expulsando demônios. Vemos também a tentativa de alguns exorcistas judeus de libertar as pessoas dos espíritos malignos, invocando  o nome de Paulo e de Jesus: “Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega” (v. 13). Mas a tentativa deu errada. Sabe por quê? Porque eles acreditavam, erroneamente, que o nome de Jesus era utilizado por Paulo como parte de um encantamento. O nome de Jesus não pode ser usado como um amuleto. Seu nome somente é poderoso quando pronunciado por alguém que tenha fé nEle como Salvador e em sua autoridade. É preciso fé e um relacionamento com Jesus. 
Sobre nossa imagem restaurada em Cristo
Quando lemos Marcos 5.1-9, em nossas mentes, fazemos a seguinte indagação: “O que levou o gadareno a ficar possesso por uma legião de demônios?” Várias ideias podem nos ocorrer, mas a verdade é que nós não temos uma resposta, pois as Escrituras Sagradas não revelam a causa.  Embora não conheçamos a razão pela qual aconteceu a possessão demoníaca, podemos afirmar que os espíritos malignos prejudicam a pessoa, matando os sonhos, roubando as esperanças e afastando-a de um relacionamento com Deus e com o próximo. Muitas vezes a possessão demoníaca leva as pessoas a um quadro de insanidade (Mt 4.24; 17.15) ou à perda de sua capacidade de falar, ouvir e até mesmo de ver (Mt 9.32). Sabemos que Jesus é poderoso, no entanto não podemos nos esquecer de que os demônios são destruidores. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “embora seja importante reconhecer a atividade maligna, devemos evitar qualquer curiosidade a seu respeito e envolvimento com forças demoníacas ou ocultas (Dt 18.10-12). Basta resistirmos ao Diabo e à sua influência, e ele fugirá de nós (Tg 4.7)”.10 
III – JESUS EXPULSA UM DEMÔNIO DE UM HOMEM MUDO
Uma doença que oprimia
Encontramos nos quatro Evangelhos vários registros de curas, milagres e libertações efetuadas por Jesus. À medida que os milagres iam ocorrendo, Ele se tornava conhecido e atraía multidões de doentes e oprimidos para perto de si. Onde quer que o Mestre fosse havia pessoas acometidas de várias enfermidades físicas e mentais, além dos endemoninhados (Mt 4.24). Mesmo com sua fama sendo divulgada por todos os lugares (Lc 4.37), Jesus Cristo nunca se utilizou dos milagres que fazia para ganhar algum tipo de recompensa, reconhecimento ou pelo simples desejo egoísta de se tornar uma figura conhecida. O objetivo de Jesus não era se tornar famoso, mas trazer alívio para as pessoas carentes e sofredoras e fazer com que o nome do Pai fosse glorificado, mostrando que um novo tempo, o Reino de Deus, havia chegado. Durante anos, o povo aguardou com ansiedade a chegada do Reino de Deus, embora os judeus estivessem na verdade ansiosos por um messias-político que os libertasse do jugo romano.  Eles não compreenderam o caráter messiânico e espiritual do Reino, por isso Jesus os ensinava e realizava muitos sinais e milagres. Podemos afirmar que o tema central do ministério de Jesus não eram os milagres, mas sim o anúncio da chegada do Reino de Deus. Observe o que César Moisés nos informa e esse respeito: 
[...] O assunto dos milagres de Jesus precisa ser analisado levando-se em conta a mensagem do Reino de Deus e o ministério de ensino desenvolvido pelo Senhor, pois havia perfeita consonância entre as ações do Mestre e suas palavras (Lc 24.19). Como já foi dito, Marcos, tido tradicionalmente como o mais antigo dos Evangelhos, registra que, “depois que João [Batista] foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.14,15). Para qualquer judeu, a vinda do Reino de Deus era esperada com muita ansiedade; porém, para que eles pudessem crer no “evangelho”, isto é, o anúncio de que este tempo realmente havia chegado, era preciso ver os sinais que o caracterizam e que evidenciam que o referido período estava, de fato, em curso. Seguindo seu intento de evidenciar tal realidade, Marcos diz que Jesus foi a uma sinagoga num sábado e que Ele ali ensinava. Entre os presentes, havia um homem atormentado por um espírito imundo, e este se manifestou no momento em que Jesus ministrava. O Senhor repreendeu o espírito imundo, expulsando-o do homem. Na sequência, o texto diz que “todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!” (Mc 1.27). Tal acontecimento denota que o ensino de Jesus não era mera teorização, mas demonstração concreta da chegada do Reino de Deus, pois aliava conhecimento com poder (Mt 22.29; cf. 1 Co 2.4,5). Tim Dowley informa com propriedade que os milagres de Jesus “eram ‘sinais’ do Reino de Deus, mostrando que o reinado do Messias tinha começado, como predisseram as Escrituras”.11   
A manifestação de um milagre e a blasfêmia pelo bem realizado
Vamos ver mais um milagre envolvendo a cura de um endemoninhado realizada por Jesus. Desta vez o texto bíblico se encontra em Mateus 9.32-34. Trata-se da libertação de um homem cuja possessão demoníaca causava incapacidade de comunicação. Expulsos os demônios, o homem volta a falar novamente. Mais uma vez todos ficam atônitos diante do poder e autoridade do Mestre e declaram: “Nunca tal se viu em Israel” (v. 33).  Mas os fariseus dão uma versão diferente e errada do que tinha acontecido; eles atribuem o poder de Jesus ao “príncipe dos demônios”, Belzebu.  Tal atitude mostra que eles não conheciam nada a respeito do Pai e do seu Reino e que estavam correndo o perigo de cometer uma blasfêmia contra o Espírito Santo e para tal pecado, segundo Jesus Cristo não há perdão.  Observe o que o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento tem a nos informar a respeito de tão grave pecado:  
Jesus explica a seriedade das acusações dos seus inimigos com terrível advertência. Blasfêmia ou acusações difamadores contra o Filho do Homem são perdoáveis, mas  falar contra a obra do Espírito Santo não é particularmente perigoso. Em Mateus e Marcos a blasfêmia contra o Espírito Santo é dizer que as boas obras de Jesus são más. Lucas, preservando outra tradução, identifica a blasfêmia contra o Espírito Santo como o ato de não dar testemunho inspirado diante de autoridades e governantes e, ainda por cima, denunciar Jesus (Lc 12.8-12).12    
Os fariseus pertenciam a um grupo político-religioso importante em Israel.  Eles estavam sempre duvidando da pessoa de Jesus, dos seus ensinos e milagres. Estes não somente eram incrédulos, mas hipócritas e perversos, pois tentavam, de todas as formas, desmoralizar o Senhor Jesus Cristo. Tal fato nos mostra que toda religiosidade, sem espiritualidade é maléfica; capaz de oprimir, matar e destruir as pessoas.
Por isso, se faz necessário dizer que Jesus não veio ao mundo para estabelecer um novo movimento religioso, Ele veio para implantar o Reino de Deus. Certa vez, o Mestre disse aos seus discípulos: “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20). Jesus veio trazer libertação da alma, do ser, do falar e do agir de cada um dos filhos de Deus. Aprendemos com o episódio do gadareno e com o caso do endemoninhado de Mateus 9.30-33 que as forças demoníacas vão sempre tentar nos impedir de compreender a majestade e a beleza do Reino Deus, por isso estejamos atentos. 
  
CONCLUSÃO
Encontramos a atuação dos demônios tanto no Antigo Testamento como no Novo. Satanás é real, tem atuado na sociedade atual e deseja destruir o ser humano. Mas Jesus Cristo veio ao mundo para desfazer as obras do Diabo. Seu poder é infinitamente maior do que o poder do Inimigo. O dia da sua derrocada final está próximo. Durante o Milênio, suas ações serão impedidas por um período de mil anos, pois estará aprisionado no abismo. Depois desse período ele vai para o seu destino final, o lago de fogo (Ap 20.10). Sua derrota final já nos está garantida. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.  
CARVALHO, César Moisés. Milagres de Jesus: A fé realizando o impossível. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. 
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 19.imp. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. 4.ed. Rio de Janeiro: Emprevan Editora, 1973. 
SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.                                                                                
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Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 19.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 204.  
2 HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 19.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 206. 
3 Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 82.  
4 PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro: Emprevan Editora, 1973, p. 89. 
 SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 54. 
6 SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal. Rio de Janeiro: CPAD, pp.51,52.  
7 Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 214. 
8 Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 253. 
9 Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 215. 
10 Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007,  p. 1299.
11 CARVALHO, César Moisés. Milagres de Jesus: A fé realizando o impossível. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 33. 
12 Comentário Bíblico PentecostalNovo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 85.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

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