quarta-feira, 21 de abril de 2021

Lição 04 - 2º Trimestre 2021 - O Deus que provê - Juniores.

 

Lição 4 - O Deus que provê 

2º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Êxodo 16.1—17.16.

Caro(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos aprenderão um ensinamento que deverão levar por toda a vida: confiar que Deus provê o que precisamos. Não foram poucas as ocasiões em que o povo de Israel precisou contar unicamente com a mão do Senhor para não perecer no deserto. Em tempos difíceis de escassez o povo não encontrou outra saída a não ser aprender a confiar em Deus e depender da sua bondade e misericórdia. 

Um dos títulos dados a Deus por conta da manifestação do seu poder ocorreu no episódio em que Abraão foi provado. Quando Deus pediu que Abraão oferecesse em sacrifício seu único filho, Ele mesmo proveu para o seu servo o cordeiro para o holocausto. Por essa razão, Abraão chamou o nome daquele lugar “o Senhor proverá” (Gn 22.14). Na Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, pp. 64,65), encontramos a seguinte informação:

O Senhor proverá. Este nome é a tradução do hebraico Jeová-jiré — “o Senhor proverá”. Aprendemos da prova de Abraão que:

1. Deus às vezes prova a fé de seus filhos (1 Pe 1.6,7; Hb 11.35). Tal prova deve ser considerada uma honra no reino de Deus (1 Pe 4.12-14).

2. O crente deve confiar em Deus, que Ele estará presente, concederá sua graça e tudo quanto for necessário, em qualquer circunstância dentro da vontade divina (Sl 46.1-23; 2 Co 9.8; Ef 3.20).

3. Deus constantemente realiza seu propósito redentor, restaurador, através da morte de uma visão; isto é, Ele pode deixar acontecer em nossa vida, coisas que parecem destruir nossas esperanças e sonhos (cf. Êx 17.15-17; 22.1-12; 37.5-7,28; Mc 14.43-50; 15.25,37).

4. Depois de uma provação da fé, Deus confirmará, fortalecerá, estabelecerá e recompensará o crente (vv. 16-18; 1 Pe 5.10).

5. Para se achar a verdadeira vida em Deus é preciso sacrificar tudo quanto Ele requer (Mt 10.37-39; 16.24,25; Jo 12.25).

6. Depois de um teste de sofrimento e de fé, o resultado final da parte do Senhor para com o crente é que Ele é “muito misericordioso e piedoso” (Tg 5.11).     

Confiar na providência de Deus é um exercício de fé. Quando enfrentamos situações que aos nossos olhos parecem ser impossível resolver, temos a oportunidade de escolher confiar em Deus. Aproveite a aula de hoje para estimular seus alunos a confiar no Senhor, realize com eles a seguinte atividade:

Leve para a sala de aula uma sacola ou caixa. Coloque os objetos citados a seguir dentro da sacola. Em seguida, retire cada objeto da sacola e pergunte aos alunos qual a finalidade de cada um. Conforme os alunos forem expressando faça as suas observações. Objetos: Bíblia, borracha, clips, fósforo, bússola, caneta, lanterna, e outros que você poderá utilizar.

Ao final, explique que devemos nos preparar para enfrentar os momentos difíceis e de escassez. No entanto, há situações que, por mais bem preparados que estejamos, somente a provisão do Senhor pode trazer a solução. Nesse caso, resta confiar inteiramente no Senhor e crer que Ele providenciará tudo o que precisamos.

Tenha uma boa aula!

Lição 04 - 2º Trimestre 2021 - O Justo Juiz - Pré Adolescentes.

 

Lição 4 - O Justo Juiz 

2º Trimestre de 2021

A lição de hoje encontra-se em: Daniel 6.3-9, 15, 16, 20-23.

Olá professor(a),

Na aula desta semana seus alunos aprenderão que Deus é o “Justo Juiz”. Na Bíblia, aprendemos que o nosso Deus é Rei, Senhor, Salvador e Consolador. Mas não podemos esquecer que uma das qualidades inerentes ao nosso Deus é a justiça. De certo, o nosso Deus é Justo e recompensa a cada um conforme a sua justiça. A justiça de Deus nunca falha, apesar de muitos afirmarem que “a sua justiça tarda, mas não falha”. Na verdade, a sua justiça é executada no momento certo.

Deus reservou um Dia em que há de julgar todos os habitantes da terra. Mas enquanto esse Dia não chega, aprendemos que a justiça de Deus se manifesta no ato glorioso que nos trouxe a salvação: a morte de Jesus Cristo sobre a cruz do Calvário. No Dicionário Bíblico Wycliffe (2006, p. 1120), encontramos uma definição neotestamentária para a “justiça de Deus”: 

No Novo Testamento, a palavra grega mais frequente para justiça é dikaiosyne, que é a tradução regular da LXX para a palavra hebraica sedaqa. Da mesma maneira que no Antigo Testamento, a expressão “justiça de Deus” não se refere especificamente à inerente perfeição do caráter divino. Antes, ela fala sobre a sua justa provisão de salvação para os pecadores (Rm 1.17; 3.5,21,22,25,26; 10.3; 2 Co 5.21). No evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, foi revelada a justiça de Deus (Rm 1.16,17). Ela se torna efetiva entre os homens que, por causa de seu pecado, estão sujeitos à ira de Deus e muito longe dEle. Através da bondosa extensão da justiça de Deus, eles são conduzidos a um relacionamento salvador com Ele. A justiça de Deus depende, por um lado, do Senhor ser fiel à sua própria natureza – que é boa e santa – e, por outro, de tratar suas criaturas com justiça. Na justa provisão divina de uma forma de salvação, Ele não pode perdoar pecados sem satisfazer a sua justiça, e manter sua santidade.

A justiça de Deus, manifestada em seu justo plano para a salvação através da morte expiatória e substitutiva de Cristo, satisfaz a ambas. A aceitação dessa provisão, por parte do pecador, permite a Deus atribuir-lhe tudo que Cristo fez por ele, para alcançar a sua salvação.

Nessa aceitação de Cristo, como portador de pecados e Salvador pela fé, o homem recebe a “justiça que é pela fé”, uma expressão que significa que a justiça de Cristo é atribuída ao crente (Rm 4.5; 9.50; Fp 3.9).

Para complementar sua aula, sugerimos a seguinte atividade: 

Divida a classe em dois grupos e apresente aos alunos situações nas quais eles terão a responsabilidade de julgar de acordo com a Palavra de Deus se estão certas ou erradas. Eles tomarão conhecimento das situações e terão um tempo para se reunir e julgar.

1ª situação: Eu sempre respondo meus pais quando sou interrogado a respeito das minhas amizades que não são da igreja.

2ª situação: Sempre me preocupo com o colega da turma, entrando em contato com ele quando se ausenta da igreja ou não está frequentando a Escola Dominical.

3ª situação: Tenho sempre cuidado em relação ao egoísmo, procurando compartilhar os meus pertences com colegas que não têm o material.

4ª situação: Procuro me defender e ofender quem critica a minha forma de ver, pensar e agir. 

5ª situação: Às vezes sinto vergonha da minha família.

Ao final, cada grupo deverá apresentar suas impressões a respeito das situações. Em seguida, faça os apontamentos junto com os alunos.

Tenha uma boa aula!

Lição 04 - 2º Trimestre 2021 - No Espírito Santo, o nosso Consolador - Adolescentes.

 

Lição 4 - No Espírito Santo, o nosso Consolador 

2º Trimestre de 2021

Texto Bíblico: João 14.15-20

Destaque: Eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Auxiliador, o Espírito da verdade, para ficar com vocês para sempre. O mundo não pode receber esse Espírito porque não o pode ver, nem conhecer. Mas vocês o conhecem porque ele está com vocês e viverá em vocês. (Jo 14.16,17)

Objetivos
# Apresentar o Espírito Santo como nosso Consolador;
# Explicar a natureza do Espírito Santo;
# Conscientizá-los da operação do Espírito Santo.

Querido professor (a),

A faixa-etária dos adolescentes é marcada pela transição de muitas ideias, bem como a ocorrência de muitas dúvidas sobre assuntos diversos. Acerca do tema que estudaremos nesta semana, não será diferente. Compreendemos que com o auxílio dos subsídios que se encontram na revista do professor, mais o apoio prestado por intermédio do artigo do trimestre e das sugestões de dinâmicas da Revista Ensinador Cristão, há uma boa condição de ministrarmos uma bela aula dominical. 

Entretanto, sugeriria que ao longo da ministração da aula, o professor, ou a professora, não perdesse de vista o objetivo geral da presente lição: estimular os adolescentes a buscarem uma experiência com Deus por intermédio do Santo Espírito.

Naturalmente, você passará por todos os tópicos esboçados na presente lição. Por isso, é importante lembrar que a lição está baseada em João 14.15-20, cuja estrutura se concentra em três temas: a pessoa do Espírito Santo; a natureza do Espírito Santo; a operação do Espírito Santo. Mas o mais importante é chegar à aplicação da lição por intermédio de uma mensagem contextualizada. Mostrando para eles o valor de vivermos uma vida de renovação do Espírito Santo.

Em nossa caminhada cristã precisamos ser renovados sempre. Às vezes, pela rotina da vida, não percebemos as implicações espirituais de se ter um relacionamento diário com o Espírito Santo. Por isso, devemos nos conscientizar sobre a necessidade de uma renovação diária em nossas vidas espirituais. 

No entanto, devemos saber que:

1. A renovação é diária. O nosso corpo precisa diariamente de um renovo. Este exemplo denota a necessidade da vida espiritual ser conservada periodicamente. O cristão é responsável pela saúde espiritual, assim como o indivíduo é com a sua saúde física (2 Co 4.16).

2. A renovação é consciente e desejada. Precisamos, diariamente, fazer o seguinte questionamento: “Como a minha vida espiritual está?” (1 Co 11.28a). Esse tipo de indagação reflete uma vida cheia do Espírito Santo.

3. A renovação denota a ação do Espírito Santo. A renovação do Espírito Santo mantém o crente afastado das práticas que não glorificam a Deus. Traz aprofundamento na Palavra, renovando-o com poder e tornando-o sensível à direção do Santo Espírito (Is 30.21; At 16.6,7; 10.19).

Portanto, encoraje o seu aluno a não se contentar a aprender sobre o Espírito Santo somente por teoria, mas a experimentá-lo cotidianamente, pois a promessa de adentrarmos à plenitude do Espírito “diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39).

A Paz do Senhor Jesus!

Flavianne Vaz 
Editora Responsável pela Revista Adolescentes Vencedores da CPAD 

terça-feira, 20 de abril de 2021

Lição 04 - 2º Trimestre 2021 - Pecado Original? Juvenis.

 

Lição 4 - Pecado Original? 

2º Trimestre de 2021

ESBOÇO DA LIÇÃO
1. A ORIGEM DO PECADO
2. A REALIDADE DO PECADO
3. O PROBLEMA ESTÁ DO LADO DE DENTRO
4. “QUEM BRINCA COM FOGO ACABA SE QUEIMANDO”

OBJETIVOS
Compreender a realidade do pecado humano;
Entender a gravidade do pecado e suas consequências;
Descobrir o quanto é perigoso brincar com o pecado.

Querido (a) professor (a), na nossa próxima aula vamos abordar um tema muito importante, porém, pouco considerado por esta geração de juvenis: o pecado e suas consequências. Por isso, no decorrer desta semana reserve um tempo de consagração especial ao Senhor, avalie seus caminhos, conserte-se com o Altíssimo no que for preciso e interceda por seus alunos. Clame a Deus pela vida de seus juvenis, um a um, e que o Espírito Santo prepare desde já os seus corações para que esta próxima aula seja uma bênção, um marco em suas trajetórias.  

Para lhe dar suporte na Hamartiologia, doutrina acerca do pecado, segue esse artigo do nosso brilhante conferencista, teólogo, membro da Casa de Letras Emílio Conde, Pastor Elienai Cabral, que também é um dos comentaristas de Lições Bíblicas da CPAD e autor de vários títulos pela Casa.

A história da humanidade começa, conforme as Escrituras, com a história do pecado do homem e sua desobediência a Deus. Na literatura mundial, no campo da Filosofia e da Teologia, o problema do pecado é tratado de modo a tentar explicar a questão da existência do mal.

Ao longo da história da humanidade, esse problema tem sido estudado, especulado e pesquisado pelo homem na tentativa de explicar essa questão do mal. Essa preocupação humana com a realidade do mal tem motivado as mais sérias discussões com respostas as mais diversificadas. Visto que o poder do mal se impõe naturalmente na experiência humana, a preocupação com a sua origem desafia a inteligência e aguça o interesse em descobri-lo na sua essência. Entretanto, é impossível discutir a realidade universal do pecado no mundo sem relacionar a sua razão de ser com a vida do homem. Conforme o relato bíblico, foi o homem que, por seu livre-arbítrio, caiu na rede de engano do originador do pecado, o Diabo, e deixou-se induzir ao pecado de rebelião contra o Criador. 

O que é o pecado?

Teologicamente, a doutrina do pecado é identificada como Hamartiologia. Essa palavra deriva de dois termos da língua grega, língua do Novo Testamento: “hamartia” e “logos”, que significam juntas “estudo acerca do pecado”. O termo “hamartia” tem, na sua etimologia grega, o sentido de “errar o alvo”. Portanto, o estudo acerca do pecado, como ato, estado ou condição, sugere que o pecado é “um desvio do fim (ou modo) estabelecido por Deus”.

Na Teologia Cristã, a doutrina do pecado ganha espaço porque o cristianismo representa a possibilidade de redenção do estado pecaminoso do homem. Três grandiosas doutrinas bíblicas ganham espaço na vida do homem, as quais são: a Doutrina de Deus, a Doutrina do Pecado e a Doutrina da Redenção. Existe uma relação essencial entre essas três doutrinas de tal modo que é impossível tratar do pecado sem tratar da Redenção e, naturalmente, ao tratar sobre Redenção, inevitavelmente a relacionamos com a sua fonte, que é Deus.

A questão do mal é tratada na Bíblia a partir do relato do livro de Gênesis sobre a Queda do homem. Esse relato descreve o princípio da tentação do homem e a sua concessão ao pecado, trazendo maldição à sua vida pessoal e a toda a Terra.

Para entendermos a relação do pecado com o homem, devemos considerar a definição de pecado. Tanto, no Antigo quanto no Novo Testamentos, a palavra “pecado” é sinônima de muitas outras palavras que são usadas na Bíblia e indicam conceitos distintos sobre a mesma. São vários termos que amplificam o conceito de “pecado” nas suas várias manifestações. Entretanto, usaremos apenas um termo hebraico e outro grego, línguas originais da Bíblia, os quais apresentam definições relativas que podem ilustrar o significado da palavra “pecado”.

No Antigo Testamento, o vocábulo hebraico “chata’th” aparece cerca de 522 vezes. O seu termo correlato no Novo Testamento é “hamartia”, e ambos sugerem a idéia de “errar o alvo” ou “desviar-se do rumo”, como o arqueiro antigo que atira suas flechas e erra o alvo. Os termos sugerem e indicam também alguém que erra o alvo propositadamente, ou seja, que atinge outro alvo intencionalmente. Não se trata de uma idéia passiva de erro, mas implica numa ação propositada. Significa que cada ser humano foi criado com um alvo definido diante de si para alcançá-lo. Denota tanto a disposição de pecar como o ato resultante. Em síntese, o homem não foi criado para o pecado e, se pecou, foi por seu livre-arbítrio, sua livre escolha (Lv 16.21; Sl 1.1; 51.4; 103.10; Is 1.18; Dn 9.16; Os 12.8; Rm 5.12; Hb 3.13).

A palavra “hamartia”, no grego do Novo Testamento, já foi citada em correlação com “chata’a” do Antigo Testamento. Entretanto, ambas as palavras, cujo sentido é “errar o alvo”, “perder o rumo ou fracassar”, indicam que o primeiro homem, no princípio, perdeu o rumo de sua vida e fracassou em não atingir o padrão divino estabelecido para a sua vida. Na linguagem do Novo Testamento, a palavra “hamartia” tem ainda um sentido mais forte que a ideia de “fracasso” ou de “transgressão”. A palavra tem o sentido de “poder de engano do pecado”, como em Romanos 5.12 e Hebreus 3.13. Portanto, pecado é mais que um fracasso; é uma condição responsável que implica culpabilidade.

O pecado é um ato livre e voluntário do homem, porque ele é um ser moral, dotado da capacidade de perceber o certo e o errado. O homem é um agente moral livre para decidir o que fazer da sua vida (Ec 11.9).

O pecado é um tipo de mal, porque nem todo mal é pecado. Existem males físicos conseqüentes da entrada do pecado no mundo. Na esfera física, temos um tipo de mal que se manifesta nas doenças. Entretanto, na esfera ética, o mal tem um sentido moral. É nessa esfera moral que se manifesta o pecado. Os vários termos hebraicos e gregos das línguas originais da Bíblia, quando falam do pecado, apontam para o sentido ético, porque falam da prática do pecado, ou seja, dos atos pecaminosos. 

O pecado é, de fato, uma ativa oposição a Deus, uma transgressão das suas leis, que o homem, por escolha própria (livre), resolveu fazer (Gn 3.1-6; Is 48.8; Rm 1.18-22; 1Jo 3.4).

Outra verdade acerca do pecado é o fato de que o pecado tem caráter absoluto. Esse conceito é bíblico e correto. É difícil se fazer distinção ou graduação entre o bem e o mal, porque o caráter de uma pessoa tem um sentido qualitativo. Uma pessoa boa não se torna má porque tenha diminuído sua bondade, mas ela se torna má quando se deixa envolver pelo o pecado. Essa é uma questão de qualidade, e não de quantidade. O pecado não pode ser tratado como um grau menor de bondade, porque o pecado é algo sempre negativo e absoluto. Do ponto de vista bíblico, não há neutralidade quanto ao bem ou ao mal. O que é mal não é mais ou menos mal. Ou se está do lado justo e certo ou se está do lado injusto e errado.

O pecado não é apenas a prática de um ato errado. Como dizia o teólogo Louis Berkhof, “o pecado não consiste apenas em atos manifestos”. O pecado não é apenas aquilo que se pratica erradamente, mas é algo entranhado na natureza pecaminosa adquirida da raça humana. É um estado pecaminoso que desenvolve hábitos pecaminosos os quais se manifestam na vida cotidiana. Todas aquelas tendências e propensões pecaminosas típicas da natureza corrompida de cada um de nós demonstram o estado pecaminoso do ser humano. A Bíblia denomina “carne” a este estado que pode ser controlado por uma vida regenerada (2Co 5.17).

Indiscutivelmente, o pecado trouxe graves consequências ao universo, especialmente à vida na terra. A Bíblia faz várias declarações a respeito da universalidade do pecado. Por exemplo, temos no Antigo Testamento alguns exemplos, tais como “não há homem que não peque” (1Rs 8.46) e “porque à tua vista não há justo nenhum vivente” (Sl 143.2). Paulo, na Carta aos Romanos, disse: “Não há um justo, nenhum sequer; não há quem faça o bem, nenhum sequer”, Rm 3.10-12; “Pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus”, Rm 3.10-12. O apóstolo João afirma: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1Jo 1.8).

Se morte física significa separação de corpo e alma e é parte da pena do pecado, entendemos que, de modo nenhum, a morte física significa a penalidade final. Nas Escrituras, a palavra “morte” é frequentemente usada com sentido moral e espiritual. Isso significa que a verdadeira vida da alma e do espírito é a relação com a presença de Deus. Portanto, a pena divina contra o pecado do homem no Éden foi a separação da comunhão com o Criador.

A morte espiritual tem dois sentidos especiais: um sentido é negativo e o outro é positivo. Em relação à vida cristã, todo crente está morto para o pecado, porque a pena do pecado foi cancelada e ele está fora do domínio do pecado. Trata-se da separação da vida de pecado depois que se aceita a Cristo e é expiado por Ele. Porém, em relação ao futuro, o crente terá a vida eterna, isto é, terá a redenção plena do corpo do pecado (Ap 21.27; 22.15).

O sentido negativo de morte espiritual refere-se à morte no pecado. O crente está morto para o pecado, mas o ímpio está morto espiritualmente no pecado. Significa que o pecador vive em um estado de vida separado de Deus e de sua comunhão. Significa estar “debaixo do pecado” e estar sob o seu domínio (Ef 2.1,5). O efeito desses dois sentidos é presente e temporal. O pecador sem Deus, no presente, está numa condição temporal de excomunhão com Deus, mas, pela graça de Deus, poderá sair desse estado e morrer para o pecado (Ef 4.18; Gn 2.17).

A punição final do pecado é a morte eterna, ou seja, o juízo contra o pecado (Hb 9.27). A morte eterna é a culminância e complementação da morte espiritual. Diz respeito à repugnância da santidade divina que requer justiça contra o pecado e contra o pecador impenitente. Significa a retribuição positiva de um Deus pessoal, tanto sobre o corpo como sobre a sua alma e espírito (Mt 10.28; 2 Ts 1.9; Hb 10.31; Ap 14.11).

Uma das grandes verdades acerca do castigo do pecado é que a justiça de Deus o exige a fim de que ninguém o acuse de injustiça. Ele é o Senhor que pratica a misericórdia, juízo e justiça na terra (Jr 9.24). A questão do pecado encontra resposta e solução quando encontramos na Bíblia a declaração de Paulo de que Deus propôs Jesus Cristo como a propiciação pelo seu sangue, para receber toda a carga da ira de Deus contra o pecado (Rm 3.25). Significa que a cruz foi a forma pela qual Deus castiga o pecado. O próprio Deus, perfeito em justiça, tornou possível a expiação dos pecados por Aquele que se fez nosso justificador completo – Jesus (Rm 3.26).

A Salvação está quando entregamos a nossa vida por inteiro ao Senhor Jesus, reconhecendo, arrependidos, os nossos pecados; e também reconhecendo o sacrifício de Cristo como suficiente para a nossa expiação, procurando agora vivermos sempre conforme a Sua vontade, expressa na Sua Palavra, a Bíblia Sagrada.

* Texto extraído do site CPADNEWS, disponível em: <http://www.cpadnews.com.br/blog/elienaicabral/fe-e-razao/1/a-doutrina-do-pecado.html> Acesso em 16 de Jan. de 2018.

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula! 

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Lição 03 - 2º Trimestre 2021 - Deus criou o papai - Berçário.

 

Lição 03 - Deus criou o papai 

2º Trimestre de 2021

Objetivo da lição: Levar a criança a compreender, através das atividades e exposições, que foi Deus quem criou todos os papais.

É hora do versículo: “[...] o Senhor formou o ser humano [...]” (Gn 2.7).

Nesta lição, as crianças serão levadas a compreender que Deus criou o papai. Não só o dela, mas todos os papais. Converse sempre com a criança, durante a aula, sobre a figura paterna, o amor ao papai e também ao nosso maior de todos os papais, o Papai do Céu.

Na seção É hora das sugestões especiais, sugerimos que você confeccione com os alunos um porta-treco para ser entregue aos papais, e aqui disponibilizamos os moldes em tamanho maior para auxiliá-la na confecção da lembrancinha. Você pode usar E.V.A. ou qualquer papel colorido que tiver. Durante essa semana, junte uma quantidade de garrafas pet suficiente para a quantidade de alunos, mas é sempre bom que sobre porque você não tem ideia dos visitantes daquele dia. Corte o corpinho, a cabeça e a roupa do papai e proceda conforme orientação da revista.   
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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário 

Lição 02 - 2º Trimestre 2021 - Deus criou a mamãe - Berçário.

 

Lição 02 - Deus criou a mamãe 

2º Trimestre de 2021

Objetivo da lição: Levar a criança a compreender, através das atividades e exposições, que foi Deus quem criou a mamãe.

É hora do versículo: “[...] o Senhor formou uma mulher [...]” (Gn 2.22).

Trabalhar com os bebês do Berçário é muito gratificante e é de fundamental importância que você saiba que está sendo responsável por conduzir os pequenos ao primeiro contato com a Palavra de Deus. Nesta lição, as crianças serão levadas a compreender que foi o Papai do Céu que criou a mamãe, assim como criou o bebê. Durante este período do Berçário, o relacionamento da criança com a mãe é muito forte, já que a mamãe é o seu primeiro grande amor. Por isso, sugerimos, como complemento para esta aula, que as crianças enfeitem um coração bem bonito para dar para a mamãe. Se a criança for bem pequenina, molhe o dedinho dela na tinta guache vermelha e direcione-o para colorir o coração. Se a criança já for um pouquinho maior, ela já pode, com a sua ajuda e supervisão, colar lantejoulas, laços ou outros enfeites que você tiver disponível.

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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário 

Lição 03 - 2º Trimestre 2021 - A história das águas amargas - Maternal.

 

Lição 03 - A história das águas amargas 

2º Trimestre de 2021

Objetivo da lição: Que em situação de sofrimento — físico ou emocional — as crianças contem com a ação de Deus para transformar as coisas ruins em boas.

Para guardar no coração: “[...] Deus deu leis aos israelitas e os pôs à prova.” (Êx 15.25)

Nesta lição, o aluno vai conhecer a história das águas amargas que Deus transformou em águas doces, boa para consumo. Conforme sugerido na sua revista do professor, leve para a sala uma jarra de água fresca e copos descartáveis. Durante a aula, ofereça a água aos pequenos e diga a importância da água para a vida. Estimule-os para que bebam a água. Reforce que no deserto não é possível encontrar, com facilidade, água boa para beber. Além da narrativa bíblica, os alunos precisam saber que elas também podem contar com o Papai do Céu para transformar as coisas ruins em boas.

Como complemento desta lição, caso haja tempo após a realização de toda atividade proposta na revista, sugerimos um exercício de pintura, recorte e cole. As crianças deverão colorir o deserto, desenhando uma fonte de água. Sugira que as crianças desenhem no deserto algumas plantas e outras coisas mais que encontramos em lugares áridos. As crianças também poderão recortar e colar no deserto aquilo que pode ser encontrado lá.

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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Lição 03 - 2º Trimestre 2021 - O Nascimento do Primo do meu Amigo - Jd. Infância.

 

Lição 3 - O Nascimento do Primo do meu Amigo 

 2º Trimestre de 2021

Objetivos: Os alunos deverão conhecer o ministério de João Batista, reconhecendo-o como mensageiro de Deus e compreender que também devemos ajudar outras pessoas a conhecer Jesus.

É hora do versículo: “[... Alguém está gritando no deserto: preparem o caminho para o Senhor passar [...]” (Mc 1.3)

Nesta lição, os alunos saberão, através da história de João Batista que vivia no deserto e fazia a vontade do Papai do Céu, que podemos ser mensageiros do Senhor, assim como João Batista que falava de Jesus. Muitas pessoas iam até João Batista para ser batizadas por ele no Rio Jordão. Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja algum tempo, sugerimos que você faça cópias da atividade complementar proposta abaixo e entregue para as crianças completarem o caminho levando as pessoas até João Batista a fim de serem batizadas por ele. 

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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 02 - 2º Trimestre 2021 - Maria Visita sua Prima -Jd. Infância.

 

Lição 2 - Maria Visita sua Prima 

2º Trimestre de 2021

Objetivos: Os alunos deverão conhecer a história do anúncio do nascimento de João batista e aprender o significado do cântico de Maria como forma de expressar sua alegria e a grandeza de Deus.

É hora do versículo: “A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador” (Lc 1.47).

Nesta lição, “Alegria” é a palavra mais importante! Maria e Isabel compartilharam de tamanha alegria ao ponto de Maria cantar! Cante muitos louvores de agradecimento e gratidão a Deus. Maria estava alegre pela bênção que sua prima recebeu, que era estar gerando um filho, e Isabel estava alegre por saber que Maria seria a mãe do Salvador! Nós também somos alegres e agradecidos por tudo o que o Papai do Céu faz por nós e pelas promessas que cumpre em nossas vidas.

Por este motivo, sugerimos, como atividade complementar, que você imprima a folha a seguir e entregue às crianças para que elas enfeitem bem bonito a palavra “alegria”. Podem usar glítter, fitas, laços, lantejoulas, lápis de cor, tinta guache, aparas de lápis, bolinhas de papel crepom, enfim, o que já estiver disponível em sua sala. Quem estiver mais alegre nesta aula, fará a palavra mais bonita!

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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 03 - 2º Trimestre 2021 - A Primeira Mulher - Primários.

 

Lição 3 - A Primeira Mulher 

2º Trimestre de 2021

Objetivo: Que o aluno compreenda que Deus criou a mulher e, diante dEle, homens e mulheres são igualmente importantes.

Ponto central: Deus ama homens e mulheres de forma igual. 

Memória em ação: “[...] Não é bom que o homem viva sozinho [...]” (Gn 2.18).

Querido (a) professor (a), como bem sabemos, a Bíblia é uma fonte inesgotável de sabedoria; de uma única passagem podemos tirar inúmeras lições. E é o Espírito Santo quem nos dá e quem expande o nosso entendimento, à medida que buscamos isso nEle. Por isso, a cada aula, ore com sinceridade, clame por sabedoria, o Senhor mesmo te convida: 

– “Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes” (Jeremias 33.3).

Como na época em que Cristo desceu de sua glória para cumprir sua missão salvadora, em nossos dias também existem muitos “doutores da Lei”, pessoas que realmente conhecem a Palavra de Deus, são líderes religiosas, mas tais quais os fariseus que crucificaram a Jesus, elas se apegaram apenas à Letra, deixando o Espírito que vivifica (Leia 2 Coríntios 3.6). Portanto, é essencial ao nos achegarmos para ler, entender e ensinar a Bíblia, termos humildade, nos esvaziar de nós mesmos, nos esvaziarmos da interpretação humana da Palavra, e pedirmos, clamarmos fervorosamente, pela voz e compreensão vindas do próprio Espírito de Deus.

Não importa quantos anos temos de crentes, quantas faculdades e cursos teológicos, ou o número de vezes que já lemos a Bíblia, precisamos sempre buscar o entendimento no Espírito Santo, a sabedoria que não é humana, mas a que vem do Alto: “pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia” (Leia Tiago 3.13-17).

Devido à vastidão e variedade de assuntos, aplicações e aprendizados que podem ser extraídos das Sagradas Escrituras, é que, enquanto mestres, ao darmos uma aula sobre ela, precisamos ter em mente o foco em um objetivo. Pedagógica e didaticamente esta metodologia de ensino é mais eficaz e proveitosa, variando na linguagem e conteúdo, de acordo com a faixa etária e nível de conhecimento de sua turma. 

Por esta razão sua revista de Primários sempre lhe destaca logo na apresentação da lição o “Objetivo” e “Ponto Central” que permeará toda sua aula. E o deste próximo domingo precisará ainda mais de sua atenção, por ser um tema que lamentavelmente muitas pessoas foram ensinadas erroneamente, acreditando que homens são superiores às mulheres. Alguns até mesmo distorcem a própria Bíblia para apregoar este engano, que ao longo da história já causou graves males. 

Você sabia, por exemplo, que até pouco tempo atrás era proibido às mulheres cursar faculdades?! Elas jamais poderiam ter determinadas profissões, trabalhos, lhes era proibido votar e até mesmo denunciar o marido ou pedir o divórcio, quando estes as traíam, espancavam e ameaçavam de morte. Assim, muitas de fato morreram, sem nenhuma ajuda ou proteção. 

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Em alguns países muitas leis ainda mantém a situação desta maneira nos dias atuais. Apesar de na nossa Constituição brasileira ser diferente, assegurando direitos iguais às mulheres, na prática, os reflexos de séculos desta desigualdade ainda são vistos todos os dias: nos noticiários; nos assédios em locais públicos; nos salários inferiores, mesmo no desempenho da mesma função que o homem; nas centenas de casos de feminicídios, etc.

A Igreja de Cristo não pode se omitir! “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tiago 4.17). Ensine à sua classe, tanto às meninas quanto aos meninos, que fazer alguma coisa em prol de qualquer pessoa ou grupo social oprimido e desamparado é um mandamento bíblico:

Abre a tua boca em favor dos que não podem se defender; sê o protetor dos direitos de todos os desamparados! 

Ergue a tua voz e julga com justiça, defende o pobre e o indigente” (Provérbios 31.8,9).

Há mais de dois mil anos, Jesus se posicionou contra muitas mazelas sociais vergonhosas de sua época e que infelizmente ainda existem na nossa: hipocrisia religiosa (Leia Mateus 23.13-33); fazer “justiça” com as próprias mãos (Leia Mateus 5.38-48); discriminar pessoas, por qualquer que seja o motivo: raça, gênero, posição social, condição financeira, etc. 

Jesus discipulou mulheres e as comissionou a pregarem as Boas Novas, quando judeus nem as dirigiam a palavra ou as permitiam ler a Torá em público/templo; Jesus comeu com publicanos e pecadores – o que era proibido e mau visto pelo povo de Deus; perdoou prostitutas, que pela lei judaica deveriam ser apedrejadas; conversou com samaritanos; tocou leprosos, curou pessoas no sábado... Com o seu exemplo e palavras, Ele nos ensinou a amar a todos, até mesmo os nossos inimigos (Cf. Mt 5.38-48; Jo 13.35).

Como professora você tem a maravilhosa missão e oportunidade de ajudar os pequeninos a se tornarem como Cristo. Essa é origem do termo “cristão”, sermos pequenos Cristos, isto é: agirmos como Ele agiu; combatermos as coisas erradas que Ele combateu; lutarmos em prol dos desfavorecidos e bem comum de nossa sociedade com as “armas” que Ele usou: a Palavra de Deus e o amor (Leia Mateus 22.34-40). 

O que é contrário a estas atitudes e ensinamentos de Jesus pode até ser visto na religião evangélica, nas denominações, templos e igrejas. Mas não tem nada a ver com Cristo.Por tudo isto, querido (a) professor (a), aproveite esta rico instrumento do Senhor que é a Escola Dominical para desde já, ensinar aos pequeninos que Deus criou homens e mulheres, os ama de forma igual e ambos são igualmente importantes.

O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!

Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Lição 03 - 2º Trimestre 2021 - O Único - Pré Adolescentes.

 

Lição 3 - O Único 

2º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Isaías 42.8; 1 Reis 18.20-26, 30,36-39.

Caro(a) Professor(a),

Na aula desta semana seus alunos aprenderão que Deus é o único que deve ser adorado. Quando o Senhor tirou o seu povo com mão forte e o libertou da casa da servidão no Egito, uma de suas ordenanças era que o seu povo o adorasse única e exclusivamente (cf. Êx 20.1-6). Deus aborrece a idolatria, seja qual for a época, visto que a adoração aos falsos deuses tem a intenção de profanar a verdadeira adoração ao verdadeiro e único Deus. 

A idolatria é uma forma de negar a existência do único Deus vivo e digno da mais sublime adoração. Mas estas não são as únicas formas de idolatria que existe. Há muitos ídolos que não têm forma ou cara, mas assumem atenção redobrada e prioridade na vida das pessoas. A lição desta semana é uma oportunidade de conscientizar seus alunos a respeito de situações em que o ídolo pode ser uma pessoa, um bem material, uma posição de respeito, um cargo, um emprego ou qualquer outra coisa que tente substituir a atenção devida a Deus. Mostre aos seus alunos que Deus espera receber de cada um de nós a atenção devida ao seu nome e que a adoração a ele seja sincera. 

Antes de refletirmos a respeito da verdadeira adoração que deve ser direcionada somente ao único e verdadeiro Deus é importante compreender a ordenança divina a respeito da idolatria. No contexto de Israel no Antigo Testamento a idolatria obteve lugar acentuado. Infelizmente, a história Israel é marcada pela idolatria, causa de vários problemas e muitas perdas para o povo hebreu. Deus havia prometido que o povo desfrutaria de riqueza e prosperidade ao tomarem posse da Terra Prometida. No entanto, a desobediência fez com que Israel desfrutasse pouco de todas as bênçãos que Deus havia prometido. Na Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (2003, pp. 112,113) encontramos o seguinte comentário a respeito desta ordenança divina:

Os israelitas tinham acabado de chegar do Egito, uma terra de muitos ídolos e deuses. Porque cada deus representava um aspecto diferente da vida, era comum adorar muitos deuses a fim de conseguir o número máximo de bênçãos. Quando Deus disse ao povo para adorá-lo e nEle crer, isto não foi algo tão difícil — Ele seria apenas mais um deus acrescentado à lista. Mas ao dizer-lhes que deveriam adorar somente a Ele, o povo teve dificuldade de aceitar. O fato é que se eles não aprendessem que o Deus que os tirara da terra do Egito era o único Deus verdadeiro, não poderiam ser o seu povo — não importa quão fielmente guardassem os outros nove mandamentos. Assim, Deus fixou este mandamento em primeiro lugar e o enfatizou mais que os outros. Hoje, podemos permitir que muitas coisas se tornem nossos ídolos (dinheiro, fama, trabalho ou prazer) quando nos concentramos excessivamente nelas em busca de identidade pessoal, significado da vida e segurança. Inicialmente, ninguém se posiciona com a intenção de adorar estas coisas, mas, após algum tempo de dedicação, elas transformam-se nos deuses que por fim controlarão nossos pensamentos e esforços. Dedicar a Deus o lugar central em nossa vida impede que essas coisas se tornem ídolos.

A sociedade onde estamos inseridos prega, cotidianamente, o consumismo e a busca pela satisfação pessoal. São sentimentos e pensamentos que predominam nas pessoas e as escravizam para longe da presença de Deus. O Senhor não proíbe os seus servos de conquistarem riquezas e prosperidade, mas é fundamental que estas não se tornem prioridade a ponto de deixarem a adoração sincera que deve ser dedicada somente a Ele. É preciso encontrar o equilíbrio em todas as áreas da vida, inclusive, no que diz respeito à adoração a Deus.

Nesse contexto, converse com seus alunos a respeito do relacionamento com Deus. Leve-os a refletir sobre as coisas que têm ocupado o lugar de Deus em suas vidas. Quanto tempo seus alunos gastam orando e lendo a Bíblia? São assíduos nos cultos, especialmente na Escola Dominical? Essas e outras perguntas poderão ser feitas com a finalidade de seus alunos repensarem de que forma estão administrando a vida espiritual. Não há outro razão pela qual observar os mandamentos do Senhor a não ser a adoração sincera ao Único e Verdadeiro Deus. Que Deus o direcione nesta caminhada e que a sua dedicação contribua de forma eficaz no desenvolvimento espiritual de seus alunos.

Tenha uma boa aula! 

Lição 03 - 2º Trimestre 2021 - Em Jesus Cristo, o nosso Salvador - Adolescentes.

 

Lição 3 - Em Jesus Cristo, o nosso Salvador 

2º Trimestre de 2021

Texto Bíblico: João 1.1-18

Destaque: João disse o seguinte a respeito de Jesus: — Este é aquele de quem eu disse: “Ele vem depois de mim, mas é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia.” (Jo 1.15)

Objetivos
#Conhecer
 Jesus de Nazaré;
#Estudar sobre como Jesus viveu e morreu;
#Crer na ressurreição de Jesus e na sua divindade.

Querido professor (a), Na aula desta semana há uma sugestão de conclusão de aula na seção “Quebrando a Rotina”. A proposta é que o professor fale sobre as duas naturezas e os títulos apresentados na pessoa de Jesus Cristo: Divindade, Humanidade e Ofícios. Para isso destacaremos trechos da obra Teologia Sistemática Pentecostal, a fim de equipar o (a) prezado (a) professor (a) de maiores informações de natureza teológica:

A HUMANIDADE DE JESUS

Cristo humanizou-se para aniquilar o que tinha o império da morte, o Diabo. O autor de Hebreus mostra isso de maneira sublime e sem igual: ‘E, visto que os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo’ (Hb 2.14).Esse triunfo de Cristo sobre o inimigo e seu império anulou a ‘cédula’ que era contra nós (Jo 5.24; Ap 2.11). Por isso, o apóstolo Paulo, inspirado por Deus, afirmou: ‘Havendo [Cristo] riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em sim mesmo’ (Cl 2.14,15).

A DIVINDADE DE JESUS

[...] Onipotência. Nas Escrituras é apresentado o supremo pode pessoal do Filho de Deus, evidenciando-se os seus atributos naturais e morais, próprios do Deus Pai [...] (Is 9.6).

Onipresença. [...] Como Filho do homem (sua humanidade), Ele estava limitado às dimensões geográficas: quando estava na Galileia, não se encontrava, é claro, na Judeia. No entanto, como Filho de Deus (sua divindade), sempre esteve presente em todo lugar (Mt 28.20).

Onisciência. ‘Se Jesus é onisciente, por que confessou, em certa ocasião, não saber o dia nem a hora de sua vinda?” Como coexistiam Deus e Homem numa mesma Pessoa, sabemos que ‘toda a plenitude’ da divindade encontrava-se em Jesus Cristo. Daí o profeta Isaías ter afirmado profeticamente que Ele seria possuidor da septiforme sabedoria divina [...] (Is 11.2). Quando Jesus disse: ‘Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai’ (Mc 13.32), fê-lo como Homem, não se valendo do seu atributo divino da onisciência. Ao dizer ‘nem o Filho’, expressou a sua humilhação e seu esvaziamento decorrentes da encarnação (Fp 2.6-8).

SACERDOTE, REI E PROFETA

[Sacerdote]. [...] A ordem sacerdotal à qual Jesus pertenceu não tinha origem nem numa família e nem numa tribo [...] (Hb 7.14). Portanto, Jesus pertence à ordem sacerdotal eterna e especial, como vemos em vários lugares da Epístola aos Hebreus (2.17; 3.1; 4.14,15; 5.6,10; 6.20; 7.11-28; 8.1; 9.11; 10.21). No que diz respeito à semelhança com Melquisedeque, as aplicações simbólicas parecem ser estas: Cristo é o Rei-Sacerdote, tal como aquele (Gn 14.18; Zc 6.12,13); Cristo é o Rei justo de Salém ou Jerusalém (Is 11.5); Cristo é o Rei eterno, não havendo registro do seu início no tempo (Jo 1.1; Hb 7.3). Nunca tendo sido nomeado por homem algum para o seu ministério (Sl 110.4; Rm 6.9; Hb 7.23-25) e como o mesmo também não terá fim, assim Ele não teve ‘... princípio de dias nem fim de vida’, conforme é dito acerca de Melquisedeque. Portanto, embora a obra de Cristo tenha seguido ao padrão do sacerdócio araônico, a alusão a Melquisedeque fala sobre sua autoridade real, sua eternidade e a natureza perene de sua obra.

Cristo como Rei dos reis. Observando-se as regras naturais da realeza, a criança nasce príncipe e depois se torna rei. Mas a realeza de Jesus é sem igual, especial. Ele já nasceu Rei: ‘Onde está aquele que é nascido rei dos judeus’ (Mt 2.2). O próprio Senhor, quando arguido por Pilatos sobre a sua origem Monárquica, respondeu-lhe: ‘Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci...’ (Jo 18.33,37).

Cristo como Profeta. A promessa de que Deus levantaria um Profeta ‘semelhante a Moisés’ teve cumprimento em Cristo (Dt 18.18). As Escrituras do Novo Testamento afirmam que Jesus ‘...foi varão profeta, poderoso em obras e palavras’ (Lc 24.19), assim como fora Moisés (At 7.22)” 

A Paz do Senhor Jesus!

Flavianne Vaz 
Editora Responsável pela Revista Adolescentes Vencedores da CPAD 

Fonte: SILVA, Severino Pedro da. Cristologia: a Doutrina de Cristo In. GILBERTO, Antonio; ANDRADE, Claudionor; ZIBORDI, Ciro. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.120-21,28-29,44-45.

Lição 03 - 2º Trimestre 2021 - Divisões na Igreja - Jovens.

 

Lição 3 - Divisões na Igreja 

2º Trimestre de 2021

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Natalino das Neves, comentarista do trimestre.

DIVISÕES NA IGREJA

A confiança do apóstolo na fidelidade de Deus, vista no capítulo anterior, dava-lhe segurança para lidar com os problemas da comunidade cristã em Corinto de maneira mais otimista e realista. Deus esteve constantemente abençoando os coríntios, e agora eles precisavam urgentemente de orientação firme do apóstolo. A partir do versículo 10, o apóstolo inicia o assunto que mais o preocupava no momento da escrita: as divisões internas da comunidade. Por causa disso, ele descreve sobre os prejuízos que elas podem trazer para a comunidade cristã, como a formação de grupos rivais com base em preferências pessoais de liderança. Paulo traz sérias advertências do perigo de tentar substituir os méritos da cruz de Cristo pela busca da ostentação e orgulho pessoal.

Uma exortação com amor e humildade para não causar mais dissensões (1.10a) 

As cartas enviadas aos coríntios, juntamente com a carta enviada aos gálatas, expressam bem a disputa que o apóstolo Paulo conviveu ao longo de seu ministério com os grupos que contestavam seu chamado e sua mensagem pelos mais diversos motivos. Fisk (2018, p. 342) fornece um bom resumo, em três passos, para demonstrar a situação entre Paulo e a comunidade cristã em Corinto no momento da escrita deste texto:

Paulo, junto com Silvano e Timóteo (2 Co 1.19), passa um ano e meio pregando em Corinto (50-52 d.C.) e fundando a igreja coríntia (At 18.1-18). De acordo com Atos 18.12, essa visita coincidiu com o período de Gálio como governador provincial (de julho de 51 a junho de 52). Paulo, durante esse período, recebe alguma ajuda financeira externa (Fp 4.14-16) para completar a renda conseguida por ele mesmo (1 Co 9.3-18), mas não recebe nenhuma ajuda dos próprios coríntios (1 Co 9.12,15-18; 2 Co 11.7-9). 2. Paulo envia à igreja sua carta anterior (agora perdida) que, em parte, foi entendida de forma equivocada ou desconsiderada (1 Co 5.9-13). 3. Os membros da família de Cloe vieram até Paulo com as informações sobre os problemas em Corinto (1 Co 1.11,12; 5.1, 2; 11.18).

Paulo foi uma pessoa dedicada e comprometida com a pregação do evangelho com vistas à conversão da maior quantidade de pessoas possível, independentemente dos sacrifícios que ele tivesse de fazer. No resumo anterior, fica evidente que o apóstolo não conseguia manter-se com o próprio trabalho de fazer tendas junto com o casal Priscila e Áquila. Os coríntios não se comoveram com a sua situação, a ponto de ele receber ajuda da comunidade de Filipos enquanto estava pastoreando a comunidade cristã em Corinto. Para a cultura grega, o trabalho operacional era desprezível, destinado aos escravos e pessoas sem instrução. O fato de Paulo trabalhar para sustentar-se, na visão desses coríntios, desqualificava-o como líder. Todavia, esse desprezo e falta de apoio não desanimaram o apóstolo ou tirou a sua simpatia pela comunidade; pelo contrário, ele continuou amando-os como se fossem sua própria família. A partir desse momento na carta, ele dispõe-se a interagir de forma mais enérgica com alguns membros, depois de receber as notícias de partidarismo e divisões no meio da comunidade. Exortar pessoas e orientar sobre como algo deve ser feito não é uma tarefa agradável, e poucas pessoas propõem-se a fazê-la. Paulo era motivado pelo amor ao Evangelho de Cristo, que o havia transformado e mudado completamente sua vida. A exortação é uma característica típica do gênero literário “carta ou epístola”. Quando Paulo fazia uma exortação, geralmente era para iniciar o aprofundamento de um aconselhamento pastoral. Ele faz algumas exortações e orientações em forma de conselhos sobre o comportamento adequado aos cristãos dentro de sua comunidade. Como fundador daquela comunidade cristã, devia ser muito duro para ele exortar aquelas ovelhas, mas era necessário. As pessoas têm a tendência de preferir relacionar-se com as demais nos momentos descontraídos e que não precisam ficar controlando nada e nem ninguém. No entanto, as dissensões estavam trazendo prejuízos sérios à comunidade; algo precisava ser feito. Para exortá-los, primeiramente Paulo toma uma atitude humilde, não com imposição autoritária, por isso ele inicia com a frase “Rogo-vos”, chamando-os de irmãos, que sugere uma expressão de comunidade fraternal. Por fim, evoca a autoridade do nome de Jesus: “pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. 

As dissensões prejudicavam a unidade da igreja (1.10b)

Paulo havia ensinado aos coríntios o modelo de vida das primeiras comunidades cristãs, que tinham como principal característica a unidade no ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações (At 2.42-47; 4.32-35; 5.12-16; 9.31ss; 12.24ss). Entretanto, a comunidade era nova, e seus membros estavam acostumados com o modelo das sociedades romanas e gregas, organizadas a partir de cima (poderosos, cultos, pessoas de projeção). O apóstolo sempre lutou para manter a harmonia entre diferenças existentes dentro das primeiras comunidades cristãs. Ele certamente sofria com os diversos desentendimentos ao longo do seu pastoreio. Todavia, o apóstolo não podia esmorecer; tinha de tomar uma atitude e continuar conscientizando os membros das comunidades cristãs sobre o valor da unidade da igreja. Paulo estimula seus leitores a retomarem a harmonia, buscando a concordância entre eles de tal forma que tivessem uma só voz. Ele incentiva que haja uma harmonia recíproca tanto na mente como na vontade. O funcionamento da Igreja de Cristo deve ser semelhante ao do corpo humano, ainda que limitado, criado perfeitamente por Deus e que reflete a unidade e a harmonia entre seus membros (1 Co 12.12-27). Paulo utiliza a palavra grega katartizein para demonstrar que Deus quer restaurar a harmonia dos membros da comunidade que estavam distanciados e divididos, tornando possível um julgamento ou opinião em consenso, na busca de uma harmonia perfeita, visando o bem da coletividade e a renúncia às atitudes divisionistas que estavam ocorrendo na igreja. O que Paulo almejava para a comunidade era uma vida comunitária solidária, que eles continuassem a viver juntos e em paz, que pensassem sobre a importância da unidade de forma que esta seja a motivação de todas as ações coletivas e individuais. Trata-se de uma harmonia tanto na doutrina quanto nos esforços e disposição para a coletividade. Para que haja harmonia, é preciso predisposição para tal.

Paulo identifica o problema e a fonte de sua informação (1.11) 

Paulo expõe diretamente o problema “contendas entre vós” e não esconde a fonte: “me foi comunicado pelos da família de Cloe”. Geralmente, as pessoas gostam de expor os problemas de forma anônima, assim não precisam comprometer-se. Cloe aparece somente uma vez no Novo Testamento. Não há informações adicionais sobre ela e sua família. Tem quem defenda que ela poderia ser moradora de Éfeso, local de onde Paulo estava escrevendo a carta, sendo uma comerciante e que seus empregados (família, escravos e livres) transitavam entre Corinto e Éfeso. Todavia, o texto indica que ela e sua família eram conhecidas pela igreja. Cloe provavelmente era uma senhora respeitada, do mundo gentílico, comprometida com o Reino e, por estar sofrendo com a situação da igreja, comunica ao apóstolo. Certamente, ela fez isso pela confiança no chamado e autoridade outorgada por Deus a Paulo. 

Há uma grande diferença quando alguém comunica algum problema à liderança por inveja ou para prejudicar alguém enquanto há uma comunicação visando o bem comum. Quando o assunto é tratado diretamente, como Paulo o fez, e citando as fontes, comprova-se que o fato não é um boato, mas algo público e notório. A informação deu origem aos quatro primeiros capítulos da carta, que tratam das dissensões que estavam prejudicando a pregação da Palavra e o crescimento da igreja. Paulo novamente trata os seus leitores como “irmãos meus”, abordando o problema interno como uma família fraterna, com carinho e autoridade pastoral. Paulo tinha a intenção de resolver o problema de divisão que não se menciona o tempo que estava acontecendo ou se era algo permanente. Todavia, essa era uma atitude característica da própria sociedade, e a cultura de disputas e divisões estava sendo transferida também para a igreja. A cultura grega favorecia esse tipo de acontecimento, porém Paulo quer demonstrar que esse comportamento não é adequado para ser reproduzido dentro da igreja; ele favorece o relacionamento mais amigável e sob a coordenação dos líderes oficiais para tratar as diferenças de qualquer tipo que possa surgir na igreja. Paulo trata o assunto com a seriedade de que necessita, com o objetivo de contornar a situação com informação verídica e com o envolvimento de todas as pessoas que faziam parte da comunidade cristã de Corinto.

O Partidarismo na Igreja (1.12) 

Tratamento inadequado das diferenças de opinião A palavra grega “eris”, traduzida por contenda, utilizada no versículo 11, significa discussão e discórdia. A maioria dos membros da comunidade de Corinto havia perdido a percepção de que Cristo deve ser o centro de todas as coisas e faltava habilidade para lidar com opiniões diferentes, visando, ao mesmo tempo, a manutenção da harmonia dos envolvidos. A diversidade de opiniões pode ser benéfica, desde que não seja motivo de dissensões e ofensas às pessoas com ideias diferentes. O cristianismo era uma novidade em Corinto, cidade acostumada a receber pessoas de várias culturas. A nova ideia influenciava o contexto social, mas também era influenciada ao contextualizar-se. A igreja era heterogênea (classes sociais, pluralismo religioso, conflitos éticos e morais, entre outras diferenças), e, ao que parece, alguns viam na nova comunidade a possibilidade de ter mais influência sobre os outros (tendências imperialistas) por pura ambição. Todavia, as comunidades cristãs vieram com uma nova forma de organização e estilo de vida. O que prevalecia era a coletividade e a busca pela igualdade de oportunidades, pelo menos diminuir as diferenças. Paulo busca o resgate do modelo de gestão de Cristo. Contudo, não dá para atribuir esse comportamento somente para a comunidade cristã de Corinto. A contraposição de modelo de gestão na convivência era predominante em todo o território romano, e é evidente que, em algumas regiões, devido a características peculiares, eram mais ou menos que outras. Por isso, Corinto, conforme as informações já vistas na primeira lição, era um local onde esses comportamentos eram mais acentuados do que em outros locais. Nas primeiras comunidades cristãs, isso também fica evidente ao ler as cartas do Novo Testamento, embora não seja um problema exclusivo. Em sua segunda viagem missionária, em Corinto, Paulo depara-se pela primeira vez em seu ministério pastoral com um confronto interno acentuado, pessoas insubmissas ou mesmo judeus atraídos por Jesus, porém sem a mesma liberdade em Cristo como o apóstolo. Paulo sabia que teria de tratar o assunto, pois se fazia necessário uma cultura de tratamento adequado das diferenças de opinião sob a direção do Espírito Santo.

Formação de grupos rivais 

Como resultado das dissensões, a comunidade acaba por dividir-se em quatro facções (grupos de Paulo, Apolo, Pedro e Cristo). Cada uma delas seguiu o seu pregador e líder preferido. Paulo, Apolo e Cefas não queriam o poder pelo poder, mas lideravam visando a confirmação do Reino de Deus. Por exemplo, Apolo estava com Paulo em Éfeso na época da escrita da carta (16.12). Há líderes que buscam influência por ambição e até conquistam seguidores, mas não para Cristo. Por outro lado, existem líderes bem intencionados, mas alguns de seus seguidores podem buscar em sua liderança formas de obter controle sobre os liderados e até ocupar o lugar do seu líder. Parece que era isso que estava acontecendo: usavam o nome de Paulo, Apolo, Pedro e até de Cristo para formarem grupos rivais devido à ambição pelo poder e supremacia por suposto conhecimento privilegiado. Talvez estivessem influenciados pela cultura de veneração a heróis da mitologia grega e do culto a personalidades, que influenciam cristãos até os dias de hoje.  Paulo não se aliou nem mesmo àqueles que se diziam seus seguidores exclusivos. Outro líder em seu lugar poderia ter até desejado saber se existia algum grupo de pessoas defendendo o seu apostolado e sua liderança. No entanto, diferentemente de muitos líderes de sua época e da época atual, o apóstolo não se deixou levar pela possibilidade de controle e de dominação. A formação de grupos rivais não interessava a Paulo, assim como não deve interessar a nenhuma pessoa que esteja interessada no crescimento do Reino de Deus. É evidente que existem pessoas que extrapolam a questão do bom senso e acabam com as possibilidades de harmonia entre os liderados, mas essa não era a situação de Paulo. O apóstolo, em momento algum, nem em Corinto ou qualquer outra comunidade cristã fundada ou cuidada por ele, deu a entender ou trouxe qualquer ensinamento que priorizasse uma liderança em detrimento da outra, de um grupo em detrimento de outro. Paulo estava ciente de que esse comportamento de formação de grupos rivais estava prejudicando o bom andamento da igreja e dificultando a pregação do evangelho. Infelizmente, ao longo da história da igreja, esse comportamento foi reproduzido e continua até os dias atuais. Paulo não se esquivou de tratar o problema em nome do amor ao evangelho e ao Reino de Deus. Há problemas que são difíceis de tratar, mas não podem ser ignorados devido aos impactos que podem trazer para a igreja.

Os tipos de grupos rivais 

O apóstolo não comenta sobre as peculiaridades de cada grupo, mas que cada um identificava-se com um dos quatro dos principais líderes da comunidade. Pelo contexto, parece que se baseavam no líder que os havia batizado. O apóstolo não menciona se toda a comunidade estava envolvida em algum tipo de grupo rival, o que parece improvável. Possivelmente, a maioria estava envolvida, porém não podemos crer que todos os membros da comunidade estavam “cadastrados” em um dos grupos e tomavam-no como a sua bandeira. Uma coisa é certa: todos os membros estavam envolvidos no resultado desastroso que esse procedimento causava. Em um grupo social, é normal um pequeno grupo mais incisivo e dinâmico acabar influenciando os demais, a ponto de, às vezes, muitas pessoas participarem de certos grupos e nem saberem o motivo. Infelizmente, isso não é diferente na igreja. Diante disso, é importante o cristão saber sempre em quê e com quem está se envolvendo e qual o verdadeiro objetivo de tal movimento e atitude. Os partidários de cada um dos grupos guiavam-se pelo estilo de ministério e liderança do líder preferido ou escolhido. Com base nisso, é possível conjecturar as especificidades de cada grupo: a) grupo de Paulo – os primeiros cristãos, principalmente os gentios e os devotos do judaísmo convertidos ao cristianismo; b) grupo de Apolo – membros que se converteram e entusiasmaram-se com seu estilo eloquente; c) grupo de Pedro – judeus de origem legalista e farisaica; d) grupo de Cristo – aqueles que se achavam mais santos do que os outros, com base na justiça própria. A preferência ou identificação por alguém é natural. O perigo é quando essa relação torna-se motivo para achar-se superior e classificar as outras pessoas como inferiores, para a prática de exclusão e o afastamento daqueles que não têm a mesma preferência ou identificação. Quem não se familiariza ou se simpatiza mais com um líder do que com outro? Quem não gosta mais de ouvir um estilo de pregação do que outro? Todavia, isso não precisa virar um cabo de guerra. O cristão deve tratar e ouvir a todos com o mesmo respeito e de tudo tirar o que se tem de melhor. 

As Divisões e seus Perigos (1.13-17)

O perigo de tentar abafar os méritos da Cruz de Cristo (1.13) Paulo, após falar sobre a formação dos grupos rivais, aponta para a possível causa das discórdias entre eles. Parece que estavam “idolatrando” o fato de serem batizados por determinada pessoa, valorizavam mais o ser humano que os havia batizado do que o próprio sacrifício de Cristo (Rm 14.9; 1 Co 7.23). Paulo é categórico: “Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?”. O questionamento do apóstolo é direto: “Está Cristo dividido?”. Como se dissesse que, para atender à nova realidade da igreja em Corinto, Deus precisaria recortar o Corpo de Cristo em pedacinhos para justificar cada um dos grupos formados dentro da igreja. Isso, se Deus fosse sujeitar-se aos desejos pessoais, como se a pessoa fosse mais importante do que Ele, com poder para determinar como o próprio Criador deve gerir o Universo e o mundo espiritual. A abrangência do questionamento paulino não é percebido por alguns leitores da carta. Uma pessoa que tem o seu corpo dividido não sobrevive; na realidade, é um estado de quem está morto. Evidente que toda analogia e figura que se utiliza de forma comparativa têm suas limitações, principalmente quando se compara o mundo material com o imaterial, o humano com o espiritual. Todavia, seguindo a metáfora do corpo utilizado por Paulo, comparando o Corpo de Cristo com a igreja, ele está dizendo que, se os coríntios tratassem a igreja como um corpo dividido, ela não subsistiria diante dos desafios daquela sociedade. O sacrifício de Cristo é o único eficaz para a justificação da humanidade. É o único e perfeito sacrifício aceito por Deus para remissão dos pecados. Essa era a causa do batismo de todo cristão. Eles estavam sendo batizados em memória do sacrifício de Cristo, sua morte e ressurreição, simbolizando a morte de “velho homem” e a ressurreição como “nova criatura”. Paulo mais uma vez é direto e incisivo. É como se ele questionasse: “Vocês estão pensando que eu, Apolo e Cefas fomos crucificados e oferecemos um sacrifício perfeito como o de Cristo para a vossa justificação? Vocês foram batizados em nosso nome ou em nome de Cristo?”. Na realidade, eles estavam tentando abafar os méritos da morte de Cristo na cruz com a “adoração” de seu “líder preferido”, e Paulo revela esse absurdo! Nos dias atuais, esse fato que aconteceu em Corinto tem-se repetido, algumas vezes por presunção e por orgulho de alguns líderes; outras vezes são promovidos por seguidores fanáticos. Juntam-se a esses os seguidores, dentre eles pessoas em busca real e sincera de Deus, e outros em busca de satisfação própria. Esses líderes ou falsos seguidores de Cristo subestimam o sacrifício de Jesus, o único que morreu na cruz e tem o poder para restaurar o ser humano com Deus.

O perigo de ser um narcisista pós-moderno (1.14-16) 

Paulo faz um agradecimento que causa espanto e pode ser mal interpretado. Ele dá graças a Deus por ter batizado apenas algumas pessoas da comunidade: Crispo, ex-chefe de sinagoga (At 18.8), Gaio e a casa de Estéfanas. Ele descreve o motivo (v. 15) para que ninguém se vangloriasse por ter sido batizado por ele. Pode-se ter a impressão de que o apóstolo estava revoltado e ofendendo os seus leitores; todavia, na realidade, ele está mais uma vez sendo direto e claro. Diante do comportamento dos coríntios, de ficarem idolatrando os líderes que os batizaram, como se o batismo fosse diferente ou mudasse o status diante de Deus e das pessoas, dependendo de quem o realizasse, Paulo afirma que não gostaria de ter seu nome relacionado a tal comportamento. Se ele tivesse batizado várias pessoas, estas também poderiam estar usando o seu nome para vangloriar-se disso. A atitude de Paulo dá a entender que as pessoas batizadas por ele, que são mencionadas, entenderam o verdadeiro significado do batismo e glorificavam a Deus pelo resultado que era simbolizado pelo batismo, a justificação por meio do sacrifício de Cristo. O apóstolo não tinha a preocupação de manter o controle sobre as pessoas que se convertiam por intermédio dele para benefício próprio. A era atual, denominada como pós-moderna, tem como característica ter uma sociedade narcisista, que busca de forma desenfreada a satisfação dos próprios desejos e considera os outros meros objetos e meios de alcançar fins egoístas. Paulo seguia o modelo de Cristo, que amava as pessoas e usava os objetos. Ele não buscava ser “adorado” pelas pessoas, mas centralizava tudo em Cristo.

O perigo de pregar o evangelho por ostentação (v. 17) 

A sociedade de Corinto, influenciada pela cultura helenista (grega), valorizava em excesso o valor do conhecimento como forma de ostentação. Uma das principais preocupações do apóstolo nesta carta, como em outras do mesmo período dirigidas ao ambiente fortemente influenciado pela cultura helênica, era o entusiasmo pelo “sedutor fascínio da retórica sofista, com sua programação de autopromoção, sua promessa de reconhecimento público e seu talento para produzir as facções” (FISK, 2018, p. 345). Essa busca pelo conhecimento que provesse forma de ostentação não era somente uma característica dos oponentes do apóstolo, mas também uma cultura que prevalecia no ambiente grego. A carta de Paulo evidencia que esse sentimento ainda estava presente entre membros da igreja. Paulo não confiava na “sabedoria de palavras”, mas na pregação do evangelho que havia transformado sua vida e era a força transformadora que movia a comunidade cristã. Fisk (2018, p. 345) afirma que o grande desafio de Paulo era “se manter firme contra os oradores profissionais e debatedores de improviso sem trair as fraquezas da mensagem que ele fora chamado a proclamar, e sem ceder sob a pressão diária que ele sentia em relação a todas as igrejas (2 Co 11.28)”. Paulo era conhecedor das técnicas de oratória, mas tinha uma característica mais reservada, diferentemente de Apolo, como veremos em capítulos posteriores. Essa característica de Paulo era explorada pelos seus opositores, desprezando seu estilo por não ser empolgante diante dos critérios gregos. O objetivo do apóstolo Paulo era passar a mensagem de uma forma simples, em especial no ambiente interno da igreja, que era formada, na sua maioria, por pessoas simples. Ele não poderia falar para uma minoria de intelectuais da igreja e deixar os demais ouvindo sem entender o que se estava falando, como era o costume secular. Ele não tinha como ocupação principal buscar a aprovação de seu estilo e a busca de autopromoção. As cartas paulinas e os relatos do livro de Atos apresentam um Paulo com objetivo bem definido quanto à simplicidade da pregação do evangelho. Ao contrário, é comum no meio evangélico ouvir pregadores confiando em sua capacidade: “Eu preguei em tal lugar, e tantos foram convertidos, e tantos foram batizados no Espírito Santo, [...]”. Pregadores que mudam o tom de voz, diferente de seu natural, para imitar pregadores de projeção nacional e internacional. Utilizam de técnicas de oratória não apropriadas para um púlpito de igreja, sempre com vistas à sua projeção pessoal de autoperformance. Pregadores com esse comportamento, em sua maioria, não possuem um preparo teológico adequado, não respeitam o texto bíblico e tentam utilizá-lo de acordo com seus objetivos e metas pessoais. Se for para fazer assim, melhor é ficar sentado e ouvir quem realmente tem experiência com Cristo e compromisso com a Palavra de Deus. De outra forma, o prejuízo será para a própria pessoa, as pessoas à sua volta e seus ouvintes desatentos para a intenção do preletor. A pregação do evangelho não é para projetar pregadores e nem para benefício próprio, mas para aplicação da eficácia da cruz de Cristo. O beneficiado deve ser aquele que nEle crê, pois o evangelho “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16).

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Lição 03 - 2º Trimestre 2021 - Por que Deus nos Criou? - Juvenis.

 

Lição 3 - Por que Deus nos Criou? 

2º Trimestre de 2021

ESBOÇO DA LIÇÃO
1. A CRIAÇÃO DE DEUS
2. O SER HUMANO SEGUNDO A BÍBLIA
3. EVOLUÇÃO NÃO, CRIAÇÃO SIM
4. CUIDANDO DAQUILO QUE É DE DEUS

Querido (a) professor (a), na próxima aula vamos debater a questão “Por que Deus nos Criou?”. Essa é uma excelente oportunidade para identificar possíveis problemas de autoestima e em Deus cooperar para um processo de cura e restauração na vida de seus juvenis. 

Segundo psicólogos este é um período de grande sensibilidade e insegurança quanto a si mesmo. Não é para menos, seus alunos acabaram de atravessar uma série de mudanças físicas, hormonais, estéticas, etc. Enquanto ainda tentam lidar com elas, também se esforçam para se conhecerem, se entenderem, encontrarem sua identidade internamente, mas também serem aceitos externamente. Não é fácil. Tente recordar os conflitos internos, inseguranças, baixa autoestima, etc. da sua época, quando tinha a idade deles. Tenha empatia pelos seus alunos e não desdenhe de suas dores.

Além de todos esses fatores, muitos jovens nasceram em lares que não os planejaram, sentem-se de alguma forma rejeitados, excluídos ou não identificados com sua família. O inimigo se vale deste cenário somado à intensidade e sensações de deslocamento comuns à faixa etária. Que ele não encontre brecha no emocional de seus alunos. Converse com eles sobre essas questões. Esteja atento a possíveis distorções da própria imagem, distúrbios como bulimia, anorexia, se manifestam muito nessa idade. O Senhor Jesus livre a sua turma.

Que ao final da aula seus alunos compreendam que Deus os escolheu desde o ventre materno, que foram planejados e desejados por Ele. Alguns podem ter vindo de surpresa para os seus pais, uma linda surpresa, mas não para o Senhor. (Cf. Jr 1.5; Sl 139.13-16). É importante que eles entendam que mesmo que alguns adultos não os levem a sério, Jesus lhe dá muito valor. 

Aqui propomos uma dinâmica. Além da aplicação de todo conteúdo programático de sua revista, havendo tempo hábil, se valha deste recurso para reforçar a lição e autoestima de seus alunos. 

Separe uma folha em branco por aluno com o título em cima “Que bom que Deus criou você. Porque você é: ” Cada um deverá colar esse papel em suas costas e não poderão ver até o final da atividade. Coloque um hino cuja letra exalte a forma tão bela, única que Deus nos criou ou sobre o profundo amor dEle por nós, enquanto cada um deverá escolher uma característica marcante para preencher sobre o papel nas costas do colega, de preferência uma que ainda não tenha sido escrita. Mas não vale demorar, precisam escrever no maior número de pessoas possível. 

Quando parar a música eles poderão olhar e conversar sobre o que está escrito. Os que desejarem poderão complementar e fazer declarações aos amigos, por exemplo: “Escrevi que ‘Maria’ é boa conselheira porque um dia precisei e ela me ajudou com um conselho que deu certo”, etc.

Ao final expresse também o que você admira em cada um, e reforce como cada um foi criado de maneira única e especial por Deus e devem se aceitar, amar e valorizar, com todas as suas peculiaridades.

Ore com sua turma e peça que o Senhor lhes dê uma autoestima sarada, sempre enraizada no profundo amor com que o Todo-poderoso os criou.

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.