segunda-feira, 20 de agosto de 2012

" Crescer no Conhecimento sem esquecer o Poder do alto.


Por Antonio Gilberto.


Antes crescei na graça e conhecimento de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém”, 2 Pe 3.18. O apóstolo Pedro teve suas dificuldades no início da sua fé em Cristo, e também ao longo dela, como registra o Novo Testamento. Jesus, antes do calvário, chegou a adverti-lo de que Satanás estava a tramar contra os Doze, inclusive ele, Pedro, para arruinar a sua fé. “Disse-lhe também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos”, Lc 22.31,32. O texto bíblico que abre este artigo mostra-nos que na vida espiritual, do crente mais simples ao líder cristão mais destacado, o elemento basilar é a fé em Cristo, priorizada, mantida, fortalecida, purificada, renovada e, ao mesmo tempo, seguida do conhecimento de Deus.

“Crescei na graça e conhecimento”, diz o texto sagrado. Essa ordem jamais deve ser invertida. Cuidar da nossa fé é cuidar do nosso crescente relacionamento e comunhão com Deus. Estamos falando da fé como elemento da natureza divina, como atributo de Deus (Atos 16: “...a fé que é por Ele...”; Gálatas 5.5: “...pelo Espírito da fé...”).

A fé em Deus, basilar e primacial como é na vida do cristão, deve ser seguida do conhecimento espiritual. “Criado com as palavras da fé e da boa doutrina”, 1 Tm 4.6. Veja também 2 Pedro 1.5, onde o conhecimento deve seguir-se à fé. Fé sem conhecimento, segundo as Escrituras, leva ao descontrole, ao exagero, ao misticismo, ao sectarismo e ao fanatismo final e fatal. Sobre isso adverte-nos o versículo 17, anterior ao que abre o presente artigo, que os leitores farão bem em lê-lo. É oportuno observarmos que o dito versículo remete-nos claramente ao versículo 18, que estamos destacando. “Antes” é um termo conclusivo; refere-se a uma conclusão à qual se chega.

“Antes crescei” – A vida cristã normal deve ser um crescer constante para a maturidade espiritual, como mostra 2 Coríntios 3.18: “Somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” Esse crescimento transformador deve ser homogêneo, uniforme, simétrico; caso contrário virão as anormalidades com suas consequências. Lembremo-nos do testemunho do apóstolo Paulo sobre si mesmo em 1 Coríntios 13.11, e o comparemos com o depoimento bíblico de Atos 9.19-30 e 11.25-30. Um crente sempre imaturo na graça e conhecimento de Deus é também um problema contínuo para ele mesmo, para outros à sua volta e para a sua congregação como um todo. E pior ainda é quando o cristão desavisado cuida apenas de seu conhecimento secular, terreno, humano, social, e também quando cuido do conhecimento bíblico e teológico sem antes e ao mesmo tempo renovar-se no poder do Alto, o poder do Espírito Santo, que nos vem pela imensurável graça de Deus em suas riquezas (Ef 2.7). Tudo mediante Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Crescimento do crente na graça de Deus – A graça de Deus é seu grandioso favor imerecido por todos nós pecadores. Essa maravilhosa graça divina é multiforme e abundante (1Pe 4.10; Ef 2.7). Nosso Deus é “o Deus de toda a graça” (1Pe 5.10). Menosprezar essa inefável graça divina é insultar o Espírito Santo, “o Espírito da graça” (Hb. 10.29). Só haverá crescimento na graça de Deus por parte do crente se este invocá-la, apoderar-se dela pela fé e cultivá-la em sua vida. “Minha graça te basta”, disse o Senhor a Paulo quando este orava por livramento (2 Co 12.8-10).

Crescimento do crente no conhecimento – Esse conhecimento do crente na esfera da salvação, de que nos fala a Escritura, nos vem pelo Espírito Santo (Ef. 1.17, 18; Cl 1.9; 1Co 12.8). Cristo é a fonte e manancial da graça de Deus (Jo. 1.16, 17) e também o alvo do nosso conhecimento (Fp. 1.8,10). O conhecimento de Deus nos vem também pela comunhão com Ele, é óbvio, sendo um meio de usufruirmos mais de Sua graça (2Pe 1.2). Quem está crescendo na graça e no conhecimento de Deus ainda tem muito a crescer. Afirma o texto de João 1.17 “...e graça por graça...”. Se alguém estacionar no desenvolvimento de seu andar com Deus, virá o colapso. É como alguém sabiamente disse: “A verdadeira vida cristã é como andar de bicicleta; se você parar de avançar, você cai!”.

O Senhor Jesus ensinou, dizendo: “Se permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, Jo. 8.31,32. Não é, portanto, o conhecimento em si que liberta; ele é um meio provido por Deus para chegarmos à verdade. Há muitos na igreja com vasto conhecimento secular, teológico e bíblico, contudo repletos de dúvidas, interrogações, suposições e enganos quanto a Deus, quanto à salvação, quanto às Sagradas Escrituras etc.

Como pode o crente crescer na graça e no conhecimento de Deus – Primeiro, orando sem cessar (1Ts 5.17; 2Co 12.8, 9; Jr 33.3). A oração é um precioso e eficaz meio de comunhão com Deus. Segundo, lendo e estudando a Bíblia continuamente (At 17.11; 1Pe 2.2; Sl 1.2, 3), e obedecendo a Deus, a partir da Sua Palavra (Sl 119.9. 11; Jo 14.21, 23). E também vivendo de modo agradável a Deus (e não somente em obediência a Deus) (Cl 1.10; 1Jo 3.22); testemunhando de Cristo e de Sua salvação (At 1.8; 5.42); permanecendo na doutrina do Senhor (At 2.42; Rm 6.17; 3Jo vv.3,4); frequentando a Casa de Deus (Hb 10.25; Lc 2.37; Sl 27.4); sendo ativo no serviço do Senhor (Mt 21.28); vivendo continuamente em santidade (Lc 1.75; 2Co 7.1); mantendo-se renovado espiritualmente (2Co 4.17; Ef 5.18) e experimentando a progressiva transformação espiritual pelo Espírito Santo, tendo Ele em nós plena liberdade para isso (2Co 3.18).

Sinais de “meninice” (não-crescimento) espiritual – Os cristãos da igreja de corinto tiveram este problema (1 Co 3.1, 2). Ver também Hebreus 5.12- 14. Crianças, no sentido físico, são fáceis de detectar; no sentido espiritual, também – havendo exceções, é evidente. A criança fala muito, mas não diz nada ou quase nada. A criança, por natureza, é egoísta. Tudo sou “eu” e o todo é “meu”. A criança brinca muito e também “briga” muito. A criança normal dorme muito – e dorme em qualquer lugar! A criança gosta muito de ruído, de barulho, e geralmente no momento e no lugar impróprios para os adultos. Quanto mais barulho, mais a criança gosta! A criança gosta muito de doces (Ler Provérbios 25.16,27 e Levítico 2.11). Doces engordam, mas engordar não é crescer, e nem sempre é sinal de saúde.

A criança é muito sentimentalista. Ela vive pelo que sente. Por coisa mínima, a criança chora, amua-se e some da cena. A criança é muito crédula. Ela não discute nem questiona as coisas da vida em geral. Ela crê em tudo, sem argumentar. Ela aceita praticamente tudo sem averiguar, sem filtrar, sem discutir.

A criança não gosta de disciplina. Ela não gosta de obedecer. Também a criança é fantasiosa. Ela exagera as coisas. Ela cria o seu próprio mundo de fantasia para si e vive esse seu mundo. A criança pequena não tem equilíbrio. Não tem firmeza. Com facilidade, ela tropeça, escorrega, cai e levanta-se. A criança é imitadora. Ela, se puder, imita tudo, inclusive o ato de trabalhar dos adultos, mas tudo imitação, e às vezes machuca-se por isso. A criança, em geral, é fraca; ela não tem a resistência dos adultos. Finalmente, a criança não entende coisas difíceis, coisas de gente grande.

Essas verdades e realidades devem ser aplicadas à nossa vida cristã para vermos se estamos crescendo para a maturidade ou se ainda permanecemos quais criancinhas incipientes e crédulas. O procedimento correto para o crente evitar um colapso na sua vida espiritual é “crescer na graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.

Artigo publicado no jornal Mensageiro da Paz - Número 1513 - Junho de 2011, CPAD

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

LIÇÃO 8 - 3º TRIM. 2012 - A REBELDIA DOS FILHOS.


Lição 08

A REBELDIA DOS FILHOS

19 de agosto de 2012



TEXTO ÁUREO 


Instrui o menino no caminho em que deve andar, e,
 até quando envelhecer, não se desviará dele (Pv 22.6).

VERDADE PRÁTICA


 
Os pais que negligenciam a educação dos filhos estão
 cometendo grave pecado diante de Deus. 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO

Instrui o menino no caminho em que deve andar, e,
 até quando envelhecer, não se desviará dele (Pv 22.6)
Nosso texto áureo por inferência nos aponta para a disciplina. Salomão o autor do livro de Provérbios, possuidor de uma sabedoria espetacular nos aponta para esse método pedagógico, o uso da disciplina. Claro que em sua época o que imperava era a lei mosaica, hoje temos a graça do Senhor Jesus Cristo, portanto, devemos educar nossas crianças no temor do Senhor, com amor, exemplo, virtudes e disciplina corretiva amorosa, não com abusos, violência gratuita ou qualquer outra forma de opressão que deforma o caráter ao invés de formá-lo. Vejamos alguns versículos do livro de Provérbios (algumas versões) o que nos ensina o Antigo Testamento sobre a correção dos filhos, com disciplina e punição física: 
“Aquele que poupa sua vara [de disciplina] odeia seu filho, mas aquele que o ama o disciplina com diligência e o castiga desde cedo”. (Provérbios 13.24 - Bíblia Ampliada);  “Castiga o teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo”. (Provérbios 19.18 RA)
“Corrija seus filhos antes que seja tarde demais; se você não castigá-los, você os está destruindo”. (Provérbios 19.18 CEV) “Discipline seus filhos enquanto você ainda tem a chance; ceder aos desejos deles os destrói”. (Provérbios 19.18 MSG) 
 “Educa a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6 ARA);
“É natural que as crianças façam tolices, mas a correção as ensinará a se comportarem.” (Provérbios 22.15-  NTLH)
“Todas as crianças são sem juízo, mas correção firme as fará mudar”. (Provérbios 22.15 - CEV)

“Não evite disciplinar a criança; se você a bater nela e castigá-la com a vara [fina], ela não morrerá. Você a surrará com a vara e livrará a alma dela do Sheol (Hades, o lugar dos mortos)”. (Provérbios 23.13-14 - Bíblia Ampliada)

“Não deixe de corrigir a criança. Umas palmadas não a matarão. Para dizer a verdade, poderão até livrá-la da morte”. (Provérbios 23.13-14 - NTLH)

“Não evite disciplinar a criança; se você a castigar com a vara, ela não morrerá. Castigue-a, você mesmo, com a vara, e assim a livrará da sepultura”. (Provérbios 23.13-14 NVI) 
“É bom corrigir e disciplinar a criança. Quando todas as suas vontades são feitas, ela acaba fazendo a sua mãe passar vergonha”. (Provérbios 29.15 - NTLH)
“Uma surra e um aviso produzem sabedoria, mas uma criança sem disciplina envergonha sua mãe”. (Provérbios 29.15 - GW)





            Hoje vivemos uma época onde a graça do Senhor Jesus Cristo no aponta para a correção amorosa, sem nenhum tipo de excesso, sem surras violentas que colocam a vida da criança em risco. Hoje vivemos numa sociedade completamente diferente, devemos disciplinar as crianças com amor e diálogo.
A falta de disciplina pode representar derrota em muitas áreas para pais cristãos negligentes.
Os meios de comunicação freqüente e insistentemente destaquem os abusos de pais que utilizam a violência no lugar da disciplina, não há espaço igual para alertar o público sobre os perigos da falta de disciplina.
A ideologia do mundo, através dos meios de comunicação — escolheu o radicalismo no lugar do bom senso, preferindo apoiar esforços para proibir toda forma de disciplina em crianças, tornando a falta de disciplina a norma em toda a sociedade.
O ponto preocupante é que se a falta de disciplina em lares cristãos fortes pode provocar grandes prejuízos, o que poderia ocorrer então a uma sociedade inteira que se deixou seduzir pela propaganda enganadora de que toda disciplina equivale à violência?
“Disciplina: Além da Punição
Ao ouvir a palavra disciplinar, qual o primeiro significado que lhe vem à mente? Muitos pensam rapidamente em imagens de espancamento, castigo de ficar em pé olhando para a parede ou privação das atividades favoritas. Na verdade, a definição correta, segundo o Dicionário Aurélio, é ‘fazer, obedecer ou ceder; acomodar, sujeitar e corrigir’.
A palavra disciplinar vem do latim discipulus, de onde também provém a tão conhecida palavra discípulo. Que imagens a palavra discípulos traz à sua mente? Os 12 fiéis seguidores de Jesus, dedicados a seguir seu caminho e aprender com Ele? Perspectiva um tanto diferente da que pensamos para nossos filhos, não?
A definição para disciplinar é ‘treinamento que desenvolve o autocontrole, caráter, bom comportamento e eficiência’. Não é o que realmente desejamos para nossos filhos, mesmo através da correção? Precisamos observar a disciplina em duas categorias principais:
- Primeiro, a disciplina que conferimos aos nossos filhos, a qual inclui exemplo, ensino e também a correção. Sobre instrução declara o Senhor Jesus: "Aprendei de mim." (Mt 11.29);
- “Segundo, precisamos ajudar nossos filhos a desenvolver a autodisciplina”. "Sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste." (Mt 5.48).
Precisamos considerar seriamente a Pedagogia de Jesus, porque nós como Igreja temos uma vocação divina: lutar pelo estabelecimento do Reino de Deus e anunciar a mensagem de salvação para o homem, que é o próprio Cristo. Esta é a razão primária da existência da Igreja.

RESUMO DA LIÇÃO 08 


A REBELDIA DOS FILHOS

I. A DISCIPLINA EVITA A REBELDIA

1. O que é disciplina?

2. O proquê da disciplina?

3.- Os pais devem disciplinar? 

II. OS FILHOS REBELDES

1. Filhos que não ouviram seus pais

2. As consequências da rebeldia  

III. O QUE FAZER DIANTE DA REBELDIA DE UM FILHO

1. Não buscar culpados

2. Demonstrar um amor incondicional 

INTERAÇÃO  


Hoje enfocaremos a nobre missão que Deus concedeu aos pais de educar os filhos. Sabemos que muitos pais, devido o corre-corre da vida atual, estão delegando esta nobre missão a terceiros. Os resultados, os piores possíveis, podem ser visto em noticiários da tevê. “Por que os pais devem disciplinar seus filhos?” “Qual a importância da disciplina?” É importante que você compreenda o valor da disciplina na criação dos filhos, pois a disciplina conduz a criança ao caminho da obediência. Explique que os pais devem disciplinar seus filhos e educá-los de acordo com os princípios que Deus estabeleceu em sua Palavra. Não podemos jamais seguir os padrões deste mundo. 

OBJETIVOS 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Compreender que a disciplina evita a rebeldia.

·   Discutir a respeito de alguns exemplos bíblicos de filhos que foram rebeldes.

·   Conscientizar-se de que mesmo diante da rebeldia de um filho os pais devem demonstrar um amor incondicional.  

COMENTÁRIO 

 

introdução 
Palavra Chave

Rebeldia:
Na lição significa resistência e teimosia em obedecer aos pais. 
Os filhos são presentes de Deus e herança do Senhor. Todavia, nunca foi tão difícil educar uma criança. Por isso, precisamos buscar a orientação e a sabedoria divina para que nossos filhos sejam pessoas de bem, servos do Senhor, obedientes e cumpridores dos seus deveres. Veremos o que os pais podem fazer quando os filhos tornam-se rebeldes e fazem escolhas erradas.  

I. A DISCIPLINA EVITA A REBELDIA  

     1. O que é disciplina? Muitos pais ainda confundem disciplina com castigo. Disciplinar é dar limites e estabelecer parâmetros, não castigar. É preciso mostrar à criança que ela não pode fazer o que bem entende. O texto bíblico de Provérbios é um alerta para os pais: “Não retires a disciplina da criança” (Pv 23.13). Sim, a disciplina não pode ser retirada porque é imprescindível à formação moral de nossos filhos. Quando uma criança não recebe limites, certamente tornar-se-á um adulto inseguro, ansioso e com dificuldades para obedecer.
2. O porquê da disciplina. Não são poucos os pais que têm medo de disciplinar, pois acreditam que os filhos ficarão ressentidos, chegando até mesmo a odiá-los. Porém, a disciplina, quando administrada com sabedoria, faz com que a criança se sinta segura, aceita e amada. Não disciplinar é o mesmo que deixar de instruir, educar. Por isso, não tenha medo de estabelecer parâmetros, pois eles são uma segurança para o desenvolvimento dos seus filhos (Pv 29.15; Hb 12.8). 
3. Os pais devem disciplinar. Muitos pais estão “terceirizando” a educação de seus filhos, ou seja, passando uma responsabilidade, que é sua, para terceiros. Eles esperam, com isso, que os avôs, as babás, ou os professores da Escola Dominical, disciplinem seus filhos e os eduquem. Esta responsabilidade é sua! Os avôs, por terem mais experiência, podem até ajudar com os seus conselhos, mas a responsabilidade final de educar é dos pais. Não seja negligente quanto à educação de seus filhos (Ef 6.4). 

SINOPSE DO TÓPICO (I)  

A disciplina é imprescindível à formação moral dos filhos.  

II. FILHOS REBELDES 

1. Filhos que não ouviram seus pais. Na Palavra de Deus, encontramos alguns casos de filhos que desrespeitaram seus pais. Tais exemplos, ainda que negativos, foram registrados para que venhamos a aprender com eles. Vejamos alguns casos de filhos que não ouviram os conselhos de seus pais: 
a) Caim. Caim e Abel receberam o mesmo tipo de educação. Caim, porém, era tolo e mau; seu coração estava cheio de inveja, ciúme e ira (Gn 4.5). Deus o inquiriu dizendo: “Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti?” (Gn 4.7). Aprendemos com a triste história de Caim, que a rebeldia de um filho não significa que ele não tenha sido bem disciplinado ou corrigido. Às vezes os pais ensinam e corrigem seus filhos, estes, todavia, optam por tomar atitudes erradas. 
b) Hofni e Fineias. Eli fora sacerdote e juiz. Ele julgou Israel durante quarenta anos e, ainda, preparou seu sucessor, Samuel. Contudo, não se saiu muito bem como pai; negligenciou a disciplina de seus filhos (1 Sm 2.27-30). A Bíblia declara que Hofni e Fineias eram filhos de Belial, ou seja, “filhos inúteis” (1 Sm 2.12). Eli sabia que os seus filhos não agiam corretamente, mas nada fez para corrigi-los de forma rigorosa (1 Sm 3.13). Infelizmente, muitos pais também agem como Eli ao saberem dos erros dos seus filhos. Fingem que nada está acontecendo e preferem esconder suas falhas. As consequências foram trágicas para Eli, sua família e para toda a nação. Israel perdeu a batalha, e a arca da aliança, símbolo da presença de Deus, foi tomada pelos filisteus. Além disso, os dois filhos de Eli morreram no mesmo dia (1 Sm 4.11). Um filho rebelde envergonha seus pais, traz prejuízos para a família e até mesmo para a nação. 

c) Absalão. Jovem bonito e forte, veio a matar o seu irmão, Amnom, por haver este estuprado sua irmã, Tamar (2 Sm 13.1-29). Não obstante, ele não era alguém que amava e clamava por justiça. Não respeitava ao seu pai e, durante quatro anos, conspirou contra ele, pois queria o reino a qualquer preço (2 Sm 15.6). Davi foi obrigado a fugir para não ter que matar o próprio filho (2 Sm 15.14). Quantos pais também não são obrigados a deixarem sua casa e seus pertences por amor aos seus filhos? 
2. As consequências da rebeldia. A rebeldia de Absalão trouxe resultados terríveis para o reino, para sua família e para ele próprio. Rebeldia é pecado. Por isso, Deus determina que os filhos honrem aos seus pais: “Honra a teu pai e a tua mãe, como o Senhor, teu Deus, te ordenou, para que se prolonguem os teus dias e para que te vá bem à terra que te dá o Senhor, teu Deus” (Dt 5.16). Honrar é obedecer, respeitar. Absalão desonrou seu pai e o inevitável aconteceu. Morreu, ainda jovem, de maneira trágica (2 Sm 18.9-14).  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 
Rebeldia é pecado, por isso Deus determina, em sua Palavra, que os filhos devem honrar os pais. 

III. O QUE FAZER DIANTE DA REBELDIA DE UM FILHO  

1. Não buscar culpados. Davi chorou muitíssimo a morte de seu filho (2 Sm 18.33). A dor da perda de um filho é algo terrível! Somente Deus, por intermédio do Espírito Santo, pode consolar o coração enlutado de um pai e de uma mãe. Se não bastasse, a dor de Davi era agravada pelo fato de saber que seu filho havia morrido em sua rebelião. Contudo, a despeito de sua dor, o rei não buscou um culpado. Ele não culpou a mãe do jovem, os amigos ou a sociedade. Às vezes, os pais esmeram-se por dar uma boa educação aos seus filhos; são piedosos e tementes ao Senhor, mas os filhos acabam seguindo o caminho da rebeldia, colhendo trágicas consequências.
2. Demonstrar um amor incondicional. Pais são para toda a vida, mesmo quando as coisas não dão certo e os filhos tomam decisões equivocadas. Mesmo que seu filho tenha trazido dor e decepção ao seu coração, só lhe resta uma saída: o perdão e o amor incondicional. Ore e busque a reconciliação; procure a ajuda de seu pastor. Quem sabe se, assim, você não terá o seu filho de volta? Não o trate como inimigo, antes reafirme o seu amor por ele (Lc 15.11-32). Mesmo que ele tenha se desviado por um tempo, certamente voltará. É difícil, mas procure ver a bondade e a fidelidade de Deus mesmo em meio à provação e à tristeza. Confie no Senhor! 

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Pais são para toda a vida, mesmo quando as coisas não dão certo e os filhos tomam decisões equivocadas. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Deus concedeu aos pais a nobre missão de educar os filhos. Educar é disciplinar, pois a disciplina conduz a criança ao caminho da obediência. Discipline seus filhos e eduque-os de acordo com os princípios que Deus estabeleceu em sua Palavra. Dessa forma, você verá as bênçãos divinas sobre a sua família e sobre os seus filhos e netos e, como Josué, poderá dizer: “Eu minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


HUDSON, K. Criando os Filhos no Caminho de Deus: Um guia bíblico para pais cristãos. 1.ed., RJ: CPAD, 1997.

GANGEL, K. O.; GANGEL, J. S. Aprenda a ser Pai com o Pai: Tornando-se o pai que Deus quer que você seja. 1.ed., RJ: CPAD, 2004.

Palavra Pastoral - Agosto 2012,


 – Mas eu nasci assim...
 
Texto bíblico: Gênesis  25.19-34; Gálatas 5.16-26
     Personalidade é conjunto de atributos e qualidades físicas, intelectuais e morais que caracterizam o indivíduo. Os principais elementos formadores da personalidade são a hereditariedade e o meio ambiente. Hereditariedade são os fatores herdados, isto é, a natureza humana transmitida pelos pais. Esses fatores hereditários nascem com o indivíduo e afetam e agem no mesmo  através: 
·         Do sistema nervoso
·         Do sistema endócrino (as glândulas de secreção interna);
·         Dos demais órgãos internos.
Esses fatores influem no psiquismo da pessoa, determinando o seu biótipo, isto é, sua constituição física, seu temperamento e influindo no, seu caráter. Eles passam de geração a geração e afetam o aprendizado de várias maneiras.
A.   Componentes da Personalidade 
1.     Biótipo ou constituição. É o aspecto físico-morfológico do indivíduo. 
2.     Temperamento. É o aspecto fisiológico-endócrino do indivíduo. Noutras palavras, é a característica dinâmica da personalidade. Fazem parte dele os impulsos ou instintos, que sãos as força motrizes da personalidade. Os instintos são congênitos; implantados na criatura para capacitá-la a fazer instintivamente o que for necessário, independente de reflexão e para manter e preservar a vida natural. “Se no início de sua vida, o bebê não tivesse certos instintos, não poderia sobreviver, mesmo com o melhor cuidado paterno médico”. Dr. Leander Keyser.  Esses instintos saíram perfeitos das mãos do Criador, mas o pecado que veio pela queda os perverteu e os transtornou. Os afetos agem sobre o temperamento. É do temperamento que depende a maneira de reagirmos face aos fatos e circunstâncias da vida e ambientes. 
3.Caráter. É o aspecto subjetivo da personalidade. O caráter é a característica responsável pela ação, reação e expressão da personalidade. É a maneira própria de cada pessoa agir e expressar-se. Tem a ver com a vontade própria e conduta. É a “marca” da pessoa subjetivamente. 
4. O “eu”. É a pessoa consciente de si mesma. É o aspecto espiritual da personalidade. É ele o centro de gravitação, estrutura e equilíbrio de toda a vida psicológica. Dos mais importantes aspectos ou componentes da personalidade são o caráter  e o temperamento, os quais passamos a destacar: 

Caráter  
·         É um componente da personalidade.

·         É adquirido, não herdado.

·         Resulta da adaptação progressiva do temperamento às condições do meio ambiente: o lar, a escola, a igreja, a comunidade, e o estado sócio-econômico.

·         Pode ser mudado, mas... Não é fácil!

·         Jesus pode mudar milagrosamente o caráter (2 Co 5.17) e continuar mudando-o, à medida que nos rendemos a Ele ( Rm 12.2; Fp 1.6). Jesus pode salvar (Hb 7.25), e esta salvação abrange espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23).

Temperamento 
·     É um estado orgânico neuropsíquico.
·     É inato, e capaz de desenvolver-se.
·     É influenciado pelo sistema nervoso, glândulas de secreção interna, hereditariedade, constituição física.
·     Pode ser controlado. O Espírito Santo pode e quer controlar o temperamento do crente (Rm 8.6,13; Gl 5.22).
·     Não pode ser mudado.
(Texto extraído do livro Manual da Escola Dominical, pp. 222-224. CPAD).

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mensagem para a Família - Agosto 2012.


Lição 08 – Pais Separados em Quem Confio?

Texto bíblico: Gênesis 2.24; Mateus 19.1-12



PAIS ADOTIVOS E CRIANÇAS ADOTADAS


As crianças podem viver longe de seus pais biológicos por várias razões e por um longo tempo quando eles ficam impossibilitados de cuidar dos filhos. É quando entram os pais adotivos.

Independentemente das circunstâncias da adoção, a criança manterá ligação com os pais biológicos. A criança que é forçada a escolher se quer os pais adotivos ou os pais biológicos escolherá seus pais biológicos. As crianças sentem-se apoiadas quando entendem que seus pais biológicos podem amá-las, ainda que não possam suprir o cuidado por elas dia a dia.

Se os pais biológicos não demonstrarem amor ou interesse pela criança, o que pode ser dito é que ela é uma criança amável e que não há nada nela que tenha causado esse tipo de incapacidade de cuidar delas. As crianças podem achar que são rejeitadas por causa de algumas qualidades que tornam impossível que os pais cuidem delas.

A vida com os pais de criação geralmente é diferente da vida com os pais biológicos. As crianças precisam de tempo para aprender novas expectativas e rotinas. Muitas vezes elas acham que só serão aceitas quando demonstrarem bom comportamento. Muitas crianças inicialmente ficarão em “lua-de-mel” até que se sintam seguras o suficiente para mostrar seus verdadeiros sentimentos.

As crianças precisam de ajuda sobre como responder aos estranhos as questões acerca do porquê de estarem vivendo sob o cuidado de outras pessoas. Podem ser ensinadas de que não devem ter obrigação de explicar a ninguém que pergunte. A criança pode dizer: “Eu estou vivendo com essa família porque minha mãe e meu pai não podem tomar conta de mim neste momento”.

TEXTO EXTRAÍDO DA OBRA: Criança Pergunta Cada Coisa... Rio de Janeiro, CPAD, p. 223,24.

Palavra Pastoral - Agosto 2012.


ESTILOS DE DISCIPLINA ENTRE OS PAIS
Por  Ed Young
Os Pais Autocráticos
Há vários estilos disciplinares por parte dos pais. Os pais autocráticos são ditadores no lar. “É do meu jeito ou rua”, afirmam certos pais, em termos bem claros. Repetidas vezes, os filhos ouvem de pais e mães autocráticos: “Você vai fazer isso do meu jeito, senão...”, ou “Não pergunte por quê! Porque eu disse e está acabado!” Os pais autocráticos são fortes na disciplina de castigo e ameaça, mas fracos em relacionamentos. Eles têm um nível elevado de exigências, e um nível baixo de sensibilidade.

George Brackman, um conselheiro familiar, diz que os pais autocráticos emitem ultimatos aos seus filhos, tais como: “Faça isso, senão...!” “Não há discussão ou respeito pela posição ou pedido do filho... não há espaço para acordo”, escreve o Dr. Brackman. Os pais autocráticos “dão ordens e esperam obediência imediata – sem perguntas a fazer”.

Os pais autocráticos tendem a desenvolver filhos que se ressentem da autoridade e são limitados na auto-expressão. Os adolescentes que convivem com pais autocráticos frequentemente se tornam rebeldes. A frustração se desenvolve quando a criança se torna mais velha e o estilo autocrático não funciona mais. Porém, pelo fato de as linhas de comunicação não terem sido estabelecidas entre o pai autocrático e seu filho, há somente o silêncio – frequentemente repleto de mágoa e ira.  
Os Pais Permissivos
Os pais permissivos se orgulham de construir relacionamentos, mas são fracos em prover a disciplina que guia, estabelece os limites necessários e desenvolve a segurança na criança. Uma mãe permissiva poderia dizer: “Amo tanto os meus filhos que não consigo castigá-los”. Ela cometeu dois erros. Primeiro, está confundindo castigo e disciplina, e, segundo, acredita que castigo e amor são opostos.
Além de serem não-punitivos, os pais permissivos apresentam várias outras características. Eles realmente não querem estar no controle, e prefeririam que os filhos regulassem seu próprio comportamento. A razão prevalecerá sobre o poder na atitude de um pai permissivo. Os filhos não terão mais – se alguma – responsabilidades domésticas casos os pais sejam permissivos. Eles se desenvolverão como pessoas impulsivas, e, mais tarde, ficarão chocados ao descobrirem que seus “chefes” nem sempre os consultarão sobre toda decisão política.
Os Pais Indiferentes
O amor é o oposto do terceiro estilo de criação de filhos, os pais indiferentes. Esses pais são fracos tanto na construção da disciplina quanto do relacionamento. O que o filho ouve desses pais é: “Eu não me importo”. Os pais indiferentes vão desde não estar envolvidos com seus filhos até a total negligência. Eles minimizam a interação com seus filhos, que por sua vez crescem e se tornam execessivamente exigentes. Eles carecem de domínio próprio e se recusam a agir até mesmo de acordo com os padrões e regras razoáveis. Também se mostram agressivos.
Os Pais Relacionais
Pais relacionais cuidam o suficiente para disciplinar os filhos. Esses pais entendem a verdade disciplinar vital de que as regras sem o relacionamento produzem rebelião. O amor verbalmente expresso sem dar tempo leva à raiva. Muitos filhos são rebeldes e raivosos porque são criados por pais que não são relacionais.

Anteriormente, consideramos pais que são autocráticos. Os pais relacionais têm autoridade sem ser autocráticos. Eles têm o equilíbrio de ser exigentes e sensíveis. A pesquisadora da Universidade da Califórnia Diane Baumrind descobriu que esses pais utilizam métodos disciplinares que em primeiro lugar dão apoio, em vez de meramente punir. Os pais relacionais que têm autoridade exercem o controle sobre seus filhos, mas pelo fato de os entenderem, eles crescem em flexibilidade. Eles colocam limites, mas promovem a independência. Os limites definem o “campo de jogo”, a “arena de atividade”, em vez de serem cercas que aprisionam. Os pais relacionais fazem exigências aos filhos, mas explicam os motivos por que as exigências estão sendo feitas. Esses pais levam em conta o diálogo, para que o filho seja capaz de expressar a sua opinião.

A pessoa desenvolvida por pais assim sabe como fazer parte de um time. O filho desenvolve a confiança em si mesmo e cresce em responsabilidade. Em vez de ser agitado e de desenvolver quando adulto sempre uma busca por “pastos verdejantes”, seja no casamento ou no trabalho, as pessoas criadas por pais relacionais com autoridade tendem a ser pessoas satisfeitas.

Há uma grande quantidade de pesquisas e bibliotecas de livros do tipo “como dizer” sobre criar filhos. Mas se quisermos nos tornar pais que se relacionam bem com os nossos filhos corretamente, exercer a autoridade, mas sem tirania, e disciplinar de maneira eficiente, então precisaremos de sabedoria, inspiração e amor sobrenaturais. O nosso relacionamento com Deus determinará a qualidade do nosso relacionamento com nossos filhos.
Texto extraído da obra “Os 10 mandamentos da Criação dos Filhos: O que Fazer e o que não Fazer para Criar Ótimos Filhos”, editada pela CPAD.