quarta-feira, 12 de setembro de 2012

LIÇÃO 12 - 3º TRIM. - 2012 - AS DORES DO ABANDONO.


Lição 12
AS DORES DO ABANDONO
16 de setembro de 2012  

TEXTO ÁUREO  

Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca (Sl 68.6).
 

VERDADE PRÁTICA  

Ainda que sejamos abandonados por parentes,     
amigos ou irmãos, Deus jamais nos desamparará.
 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  

Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca (Sl 68.6)
O Salmo de número 68 é de autoria de Davi, seu contexto demonstra e fala sobre a vitória de Deus sobre os seus inimigos.
No entanto, especificamente sobre o versículo 6 objeto do nosso estudo, declara que o Senhor acaba com a solidão humana. No livro do Gênesis o Senhor ao criar o primeiro ser humano, Adão, observa que não é bom que o homem estivesse sozinho, o Senhor é contra a solidão (Gn 2.18), por isso fez um outra ser humano, uma mulher, Eva, para que juntos pudessem desfrutar de plena comunhão, objetivos comuns, sonhos etc. Falando sobre abandono e solidão, no Novo Testamento, encontramos um comentário de Bacon, bastante interessante sobre a experiência do apóstolo Paulo: “Na ocasião em que foi abandonado por todos, Paulo recorda como Deus foi fiel: ‘Ninguém me assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam. Que isto não seja imputado’ (2 Tm 4.16). [...] Paulo se recusou a ficar amargurado por esta experiência. Sua oração pelos que o abandonaram é quase idêntica à oração de Estêvão por seus assassinos: ‘Senhor, não lhes imputes este pecado’ (At 7.60).
Mas Deus permaneceu fiel: ‘Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão’ (2 Tm 4.17). O apóstolo está se referindo à preponderância que teve ao enfrentar ousadamente seus inimigos na audiência e ao testemunho fiel do evangelho de Cristo, de que recebeu capacitação para testificar na mesma ocasião. “Ficar livre da boca do leão foi um triunfo interior e espiritual em toda essa dificuldade que os lacaios de Satanás puderam lhe causar” (Comentário Bíblico Beacon. Vol.9., 1.ed., RJ: CPAD, 2005, p.535). 
 

RESUMO DA LIÇÃO 12  

 AS DORES DO ABANDONO  
I. O ABANDONO FAMILIAR
1. Na doença
2. No vício
3.- Na melhor idade  
II. O ABANDONO EM SITUAÇÕES DIFÍCIEIS
1. No desemprego
2. Da amizade
3.- Da igreja  
III. O DEUS QUE NÃO ABANDONA
1. Na angústia
2. O amigo
3.- A sua igreja. 

INTERAÇÃO  

Quem nunca se sentiu solitário ou abandonado ao atravessar um momento de dor e dificuldade? Os amigos e familiares podem até nos abandonar, mas temos um Deus que jamais nos desampara. Ele não nos deixa só (Is 49.15). As adversidades da vida muitas vezes embaçam os nossos olhos nos impedindo de ver o livramento do Senhor. Todavia Ele está conosco. Enfatize essa verdade durante o decorrer da lição, e mostre que como servos de Deus não podemos abandonar nossos irmãos, antes devemos consolá-los com o mesmo consolo que recebemos do Senhor.  

OBJETIVOS  

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Reconhecer a dor que um abandono familiar pode causar.
·   Discutir a respeito do abandono em momentos difíceis.
·   Conscientizar-se de que Deus jamais nos abandona.  

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA  

Inicie a lição fazendo a seguinte indagação:
 “O que fazer diante do abandono?”.
Esta é uma situação muito difícil e que causa muita dor emocional, mágoas e ressentimentos. Porém, podemos tomar duas atitudes: - a primeira é ter a consciência e a certeza de que Deus, como um Pai amoroso e bondoso, nunca nos deixa (Isaías 49.5).  - a segunda é perdoar os que nos abandonaram e desprezaram. Perdoar não é algo fácil.
Todavia, é preciso para que possamos seguir em frente e sermos vitoriosos. Conclua lendo o texto áureo da lição.  

COMENTÁRIO  

introdução  
Palavra Chave
Abandono: 
Deixar só, desamparar.  
Hoje, estudaremos dos efeitos que o abandono ocasiona na vida do servo de Deus. Não é novidade para ninguém, que é justamente nos momentos de angústia e aflição, que o ser humano sente-se esquecido por todos, inclusive pelos mais chegados. Todavia, consola-nos saber que o Senhor nunca abandona os seus filhos. Ele não os esquece. Aliás, o Pai Celeste conhece cada um de nós pelo nome. Quando o Senhor subiu ao céu, não nos deixou órfãos: enviou-nos o Espírito Santo, para consolar-nos e guiar-nos em todas as coisas (Jo 14.16).  
I. O ABANDONO FAMILIAR 
1. Na doença. Ninguém está imune às doenças, mesmo aqueles que professam servir a Deus (Gn 3.16-19). Por isso, quando enfermos, todos nós precisamos de ajuda e auxílio especializados. Infelizmente, há famílias que, nesses momentos, não suportando o estresse, acabam abandonando o doente à própria sorte, principalmente em se tratando de casos crônicos. Os que agem desta maneira demonstram não possuir ainda o genuíno amor cristão. A pessoa enferma necessita do apoio, do carinho e da dedicação dos seus familiares, para vencer e suportar a enfermidade. Não podemos nos esquecer, ainda, dos casais que se divorciam quando um dos cônjuges adoece. Deus não aprova tal atitude   (Mt 19.6).  
2. No vício. Geralmente é na fase da adolescência que se conhece e se começa a consumir o fumo e o álcool e até drogas ilícitas. Muitos entram no submundo das drogas por carência afetiva, curiosidade ou para ser aceito por um determinado grupo social.
A pessoa viciada perde a noção do certo e do errado e, para satisfazer o vício, é capaz de roubar e até matar. Alguns cometem suicídio porque se sentem sozinhos e abandonados por amigos e familiares. Lidar com viciados não é tarefa fácil. Mas é nessa hora que a família precisa fazer-se presente e estar unida para ajudá-los a livrarem-se das drogas     (1 Tm 5.8). 
3. Na melhor idade. A terceira idade, também chamada de melhor idade, é composta por aqueles que passaram dos sessenta anos. Em nossa sociedade, os idosos não são prezados, e algumas famílias chegam até a desampará-los. Muitos são colocados em casas de repouso, ou asilos, e lá permanecem sem assistência alguma. As Escrituras relatam que os mais velhos devem ser respeitados e ouvidos pelos mais novos (Js 23.1,2; Lm 5.12,14). O mandamento do Senhor de honrar o pai e a mãe continua válido para os dias atuais (Ef 6.1-3). 
SINOPSE DO TÓPICO (I) 
Os filhos jamais devem desamparar os pais, pois o mandamento do Senhor de honrar o pai e a mãe continua válido para os dias atuais.  
II. O ABANDONO EM SITUAÇÕES DIFÍCEIS 
 
1. No desemprego. No desemprego, a situação financeira complica-se e o padrão de vida sofre drástica queda. Nesse momento é que conhecemos, de fato, nossos verdadeiros amigos (Lc 15.11-32). Até os familiares desaparecem, pois temem emprestar-nos dinheiro e ouvir-nos as lamúrias. O Senhor Deus, porém, não deixa seus filhos ao desamparo. Ele envia-nos o recurso necessário (Sl 37.25).   
2. Da amizade.  Todos sonhamos ter uma amizade parecida com a de Davi e Jonatas e com a de Rute e Noemi (1 Sm 18.1; Rt 1.8-18). Uma amizade desinteressada e verdadeiramente cristã. No momento da dor, Noemi encontrou em Rute um forte esteio e Davi descobriu em Jonatas um verdadeiro e leal protetor. Infelizmente, muitas pessoas são abandonadas e traídas por aqueles que pareciam grandes amigos. Até mesmo o apóstolo Paulo sentiu a dor do abandono: “Ninguém me assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado” (2 Tm 4.16). O Senhor, porém, assistiu e fortaleceu o apóstolo. A Palavra de Deus adverte-nos a não abandonar o amigo (Pv 27.10). Sejamos, pois fiéis, leais e amorosos (Pv 17.17). 
3. Da igreja. A igreja é o local onde o abandonado e solitário deveria encontrar amigos e irmãos (Mc 10.29,30). Infelizmente, há igrejas que se esquecem de seus membros e congregados; não os visitam, não oram por eles e nem lhes tratam as feridas. O Senhor Jesus, porém, interessa-se por cada uma de suas ovelhas em particular. É chegada a hora de olharmos com mais carinho por aqueles que necessitam de nossos cuidados. Olhemos também pelos missionários que, muitas vezes abandonados, experimentam privações de toda sorte. Somos um só corpo e, como tal, devemos cuidar e zelar uns pelos outros, para que a Igreja de Cristo desfrute perfeita saúde (1 Co 12.12).  
SINOPSE DO TÓPICO (II) 
O Senhor nunca desampara seus filhos.  
III. O DEUS QUE NÃO ABANDONA            
1. Na angústia. Elias muito se angustiou, por causa das perseguições que lhe movia Jezabel (1 Rs 18.40; 19.1-3). Temendo por sua vida, o profeta fugiu para o deserto e, ali, desejou profundamente a morte (1 Rs 19.4). Após caminhar quarenta dias e quarentas noites até Horebe, escondeu-se numa caverna (1 Rs 19.8). Ele muito se entristeceu porque achava ser o único crente em todo o Israel. O Senhor, porém, animou-o, revelando-lhe que reservara sete mil servos fiéis, em todo aquele reino, semelhantes a ele (1 Rs 19.14,18). Quantas pessoas não se sentem exatamente assim? O Senhor nunca nos desampara. Nas horas de aflição, sempre faz-se presente (Sl 50.15). 
2. O amigo. Abraão foi chamado de amigo de Deus (Tg 2.23). Será que podemos ter o mesmo privilégio? Jesus chamou seus discípulos de amigos, quando o esperado era que os tratasse como servos (Jo 15.15). Ele é o amigo fiel; não nos abandona na hora difícil.
Na tempestade, livrou os discípulos do naufrágio iminente. Ele multiplicou pães e peixes e ressuscitou seu amigo, Lázaro (Mc 4.35-41; Jo 6.1-15; 11.11). Aleluia! Ao morrer em nosso lugar, Jesus ofereceu a maior prova de amor e lealdade que um amigo pode dar (Jo 15.13). Cristo, o amigo verdadeiro, morreu na cruz do Calvário para que hoje tivéssemos direito à vida eterna. Para você ter esse amigo fiel ao seu lado, basta aceitá-lo como seu salvador pessoal. 
3. A sua Igreja. Dias antes de sua morte, Jesus assegurou aos discípulos que não os deixaria sozinhos, pois haveria de enviar-lhes o Consolador (Jo 14.26). Ele não abandona a sua Igreja. A promessa foi cumprida no dia de Pentecostes, quando os discípulos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (At 2). É o Espírito Santo que convence o homem do pecado, guiando-nos em todas as coisas. O Senhor cumpriu a sua Palavra. Por isso, quando o sentimento de abandono e solidão nos sobrevier, busquemos a Deus em oração e, assim, sentiremos a doce e confortável presença do Espírito Santo. 
SINOPSE DO TÓPICO (III) 
Jesus não nos deixou sozinhos, Ele enviou-nos o Consolador.  
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Ainda que a família e os amigos venham a abandonar-nos, Deus sempre nos acolherá. Ele está ao nosso lado. O seu Espírito orienta-nos em todas as nossas provações. Portanto, recorramos a Ele em nossas necessidades. Por outro lado, não nos esqueçamos de socorrer os que se acham em lutas e tribulações. É o que nos recomenda a lei do amor que nos entregou o Senhor Jesus. O seu mandamento é claro: amai-vos uns aos outros.  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA  

Comentário Bíblico Beacon. Vol.9., 1.ed., RJ: CPAD, 2005.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

ACEITAR A VIDA EM SEUS TERMOS: LIGADOS A JESUS

 




Por

Don Schmierer e Lela Gilbert


 Infelizmente, uma atitude de gratidão é, em geral, a primeira a desaparecer quando as coisas ficam difíceis. E existem muitas coisas difíceis na vida para as quais não encontramos respostas fáceis.

Perguntamos sobre os motivos, e somos recompensados com o silêncio.

Já passei por alguns desses desafios. Depois de um dos meus acidentes, o doutor gentilmente informou sobre aquilo que provavelmente estaria à minha espera. Suas palavras ainda soam aos meus ouvidos:

“Don, suas costas estão tão ruins que se sofrer um escorregão nós teremos que empurrar você numa cadeira de rodas pelo resto da sua vida”. Para dizer o mínimo, eu não estava interessado em ouvir a notícia, nem no restante do que ele disse: “Se eu operar as suas costas, você vai ter 50% de chance de ficar pior do que está agora. Meu conselho é que você cerre os dentes e aprenda a suportar a dor”.

Depois dessas palavras, eu fiquei realmente deprimido. Queria me enfiar no buraco escuro da autopiedade. Não sei dizer como minha esposa enfrentou isso, mas de uma coisa estou certo, ela estava orando com fervor e confiando no Senhor para conseguir forças. Felizmente, algumas passagens das Escrituras vieram à minha mente, exatamente no momento oportuno, antes que minhas emoções atingissem o nível mais baixo. Uma delas foi Mateus 11.28: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Encontrei outras palavras de encorajamento em 1 Pedro 5.7: “Lançando sobre ele todo a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”.

O significado desses versos para mim era que Jesus se preocupava com o meu sofrimento e queria participar dele. Deus estava me dando uma grande oportunidade de me unir ao seu Filho Jesus. Quando entendi as suas palavras, resolvi agradecer-lhe em oração a cada manhã, pelo privilégio de dar o meu sofrimento a Jesus, e por participar do seu sofrimento. Afinal de contas, Ele passou pelo indescritível sofrimento de morrer na cruz e Ele fez isso por mim. Aquilo que antes eu havia entendido como sendo parte totalmente negativa da existência humana tinha se transformado em alguma coisa positiva – uma identidade especial com Jesus. A dor não foi embora; eu simplesmente passei a encará-la de forma diferente.

Esse é um importante princípio, afinal, se queremos realmente conhecer a Cristo e experimentar o seu poder em nossa vida devemos participar do sofrimento pelo qual Ele passou. Como Paulo escreveu: “Para o conhecer, e o poder da ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos...” (Fp 3.10 – ARA). Num sentido semelhante, quando sofremos, somos capazes de participar do sofrimento dos nossos irmãos e irmãs em Cristo em todo o mundo.

Podemos oferecer o nosso sofrimento a Cristo como um reconhecimento dos seus sofrimentos e dos sofrimentos dos seus filhos, nossos irmãos. Ou podemos sentir pena de nós mesmos. A escolha é nossa!

Mas quando descobrimos a graça de agradecer a Deus por nossas lutas, recebemos a paz em meio ao sofrimento. Acredito que existe uma grande parcela de verdade nas palavras de Vaclev Havel: “Podemos descrever melhor a cura como sendo a conquista da paz interior”. Quando fazemos as pazes com o nosso sofrimento, tornamo-nos muito mais capazes de receber a cura. Mas somente se torna possível experimentar a paz de Deus quando expressamos a Ele a nossa gratidão.

Infelizmente, existem ocasiões em que nos recusamos a agradecer a Deus pelas nossas lutas porque, em primeiro lugar, estamos magoados pelo fato de Ele ter permitido que elas acontecessem. Dr. James Dobson fala francamente sobre isso em seu livro When God Doesn’t Make Sense (Quando Deus não Faz Sentido):

Minha preocupação é que, aparentemente, muitos crentes pensem que Deus lhes deva proporcionar uma viagem tranquila, ou, pelo menos, uma explicação satisfatória (e talvez até algum pedido de desculpas) pelas dificuldades que enfrentam. Entretanto, jamais devemos nos esquecer de que, afinal de contas, Ele é Deus. Ele é o Soberano, Santo e Majestoso.

Não presta contas a ninguém. Não é um garoto de recados à procura das missões que distribuímos. Não é um gênio que sai da garrafa para satisfazer os nossos caprichos. Ele não é nosso servo – nós é que somos servos dEle. E a razão da nossa existência é glorificá-lo e honrá-lo.

Mesmo assim, Ele resolve explicar os seus atos na nossa vida. Às vezes, sua presença é tão real como se tivéssemos encontrado frente a frente.

Mas, outras vezes, quando nada faz sentido – quando aquilo pelo que estamos passando não é justo, quando nos sentimos totalmente sozinhos na sala de espera de Deus – Ele diz simplesmente: “Confie em mim”.

Texto extraído da obra “Curando as Feridas do Passado: Encontrando, enfim, a Paz Interior”, editada pela CPAD.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

LIÇÃO 11 - 3º TRIM. 2012 - INVEJA, UM GRAVE PECADO.


Lição 11

INVEJA, UM GRAVE PECADO

09 de setembro de 2012  

TEXTO ÁUREO 


O coração com saúde é a vida da carne,
mas a inveja é a podridão dos ossos
 (Pv 14.30) 

VERDADE PRÁTICA  


O cristão verdadeiro não se deixa levar pela inveja e não age com maldade.  

COMENTÁRIO

DO TEXTO ÁUREO  


O coração com saúde é a vida da carne,
mas a inveja é a podridão dos ossos (Pv 14.30) 

Nosso texto áureo é um provérbio que aponto para o mal que é a inveja. Em Provérbios 14.30, encontramos a palavra hebraica “qinah”, que embora essa palavra no hebraico possa significar “zelo”, “ciúmes” e “inveja”, aqui em Provérbios 14.30 significa especificamente “inveja”.  Na língua grega é “phthónos”, “inveja”. Na língua portuguesa  “inveja” vem do latim, “invidere”, significa “em (contra)” e “olhar para”, ou seja, “olhar para alguém com maus olhos”.
Trata-se de um sentimento sempre negativo, é um dos sentimentos mais mesquinhos e perversos do ser humano. Os invejosos chegam a fazer campanhas difamatórias e perseguições incansáveis contra suas vítimas, a ironia desse abominável sentimento, é que na maioria das vezes as vítimas despertam esse sentimento no invejoso sem ter a menor culpa ou consciência dessa situação.
Via de regra, os mal-sucedidos, sentem-se inveja dos bem-sucedidos. Trata-se de uma tentativa distorcida para compensar pelo fracasso, glorificando ao próprio “eu” e procurando destruir a pessoa invejada.
A inveja está baseada e fundamentada na mais pura carnalidade. “Carne” é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal. Aqueles que praticam as obras da carne não herdarão o reino de Deus (Gl 5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14).
A inveja sempre envolve um certo ressentimento. A inveja significa antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e queremos. Pessoas invejosas são pessoas que não nasceram de novo, não estão crucificadas com Cristo, vivem carnalmente, basta verificar sua fala, seu comportamento, suas atitudes, normalmente não são capazes de elogiar, falar palavras edificantes, mas apenas criticar a todos, fala o que vem na cabeça, são “barraqueiros (as)”, péssimos cônjuges, péssimos cidadãos, desobedientes e demonstram grande falta de temor de Deus e amor altruísta.
No Antigo Testamento encontramos casos de inveja como: Caim em relação a Abel, os irmãos de José em relação a José, esses são exemplos antes da lei mosaica. Com a Lei de Deus, a condenação da “inveja”, aparece nos 1o mandamentos: “Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do seu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertence ao teu próximo” (Ex 20.17).
No livro de Ester encontramos o relato traumático sobre inveja, que é o sentimento de Hamã em relação a Mardoqueu. A inveja tem sido motivo para muitas histórias pervertidas, gerando inúmeros dramas humanos.
No Novo Testamento, o apóstolo Paulo combate esse mau, com todo empenho e autoridade: “E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas  inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores” (Rm 1.28-29).
Na Epístola aos Gálatas, o apóstolo Paul0 classifica a “inveja” na lista das obras da carne, contrastando diretamente com a lista do fruto do Espírito (Gl 5.19-22).
Paulo exorta a Timóteo para não se envolver em disputas mórbidas e controvérsias que levam a inveja: “é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro” (1 Tm 6.4-5). Tito também foi advertido quanto à inveja (Tt 3.3).
O caso mais traumático do Novo Testamento e de toda a Bíblia é a inveja dos judeus em relação aos Messias: “Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo? Porque sabia que, por inveja, o tinha entregado” (Mt 27.17-18).  
Assim nosso texto áureoO coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos (Pv 14.30), mostra esse contraste da vida e da morte (podridão), da saúde e da inveja. A inveja leva o indivíduo a morte, ao sofrimento da alma e do corpo. Uma pessoa invejosa perturba-se com o sucesso dos outros. Não se alegra com o que tem, mas se entristece pelo que o outro tem.
Lamentavelmente o invejoso nunca é feliz, porque sempre está buscando aquilo que não lhe pertence. O invejoso nunca é grato, jamais terá o nobre sentimento de gratidão, pois está sempre querendo o que é do outro. O invejoso nunca tem paz porque sua mesquinhez é como um câncer que lhe corrói os ossos: ...a inveja é a podridão dos ossos” (Pv 14.30).  
Há uma fábula sobre a inveja que diz:
Conta a lenda que certa vez uma serpente começou a perseguir um vagalume. Este fugia rápido, com medo da feroz predadora, mas a serpente nem pensava em desistir.  Fugiu um dia, e ela não desistia;  fugiu dois dias, e nada.   No terceiro dia, já sem forças, o vagalume parou e disse à cobra:
 - Um momento. Posso lhe fazer três perguntas?
- Não costumo abrir esse precedente para ninguém,  disse a cobra, mas já que vou  devorá-lo mesmo, esteja à vontade, pode perguntar.
 - Pertenço à sua cadeia alimentar ?,  perguntou o vagalume.
 - Não.  Respondeu o ofídio.
 - Eu lhe fiz algum mal?  redarguiu o inseto.
 - Não.  Respondeu novamente a cobra.
 - Então, por que você quer acabar comigo?  Perguntou novamente o ofídio 
- hhmm. Não sei... É uma coisa assim, tipo...  O negócio é que não suporto ver você brilhar...  disse finalmente a cobra.
MORAL DA HISTÓRIA:
“Se a sua estrela não brilha, não ofusque a dos outros”.  
O invejoso se queixa de tudo e de todos, acredita que não conquistará o que o outro possui, não reconhece as suas habilidades e talentos, pois está e vive focado no outro; portanto, torna-se um eterno insatisfeito.
Há três formas de inveja, a primeira é a inveja autodestrutiva - é quando existe o sentimento de inferioridade diante da aparência ou conquista de outras pessoas; quando existe o sentimento de incapacidade e pobreza, como por exemplo, aquele indivíduo que viaja de ônibus enquanto o seu vizinho vai de automóvel.
A segunda forma é a mais grave, é a inveja patológica, aquela que faz o indivíduo querer destruir aquele pelo qual nutre a inveja. A primeira manifestação de inveja patológica está documentada na Bíblia, quando a perfeita comunhão de Abel com Deus leva Caim ao desespero e ao assassínio do próprio irmão.
A terceira forma é a inveja criativa que a pessoa sente e usa para conquistar o que deseja. Em vez de odiar o outro pelo que ele tem, tenta encará-lo como um exemplo a ser seguido. Por exemplo: um aluno conseguiu as melhores notas na disciplina; este tipo de inveja pode ajudar a melhorar as notas para superar o outro; estimula a se aprofundar nos estudos para conquistas de melhores empregos. Só que este tipo de inveja pode incorrer numa medida de insatisfação sem fim, numa busca infindável por bens; quanto mais tem mais quer; a medida da suficiência numa chega ao fim; é um eterno insatisfeito.
Portanto, qualquer que seja o tipo ou a forma de inveja ela é prejudicial a saúde espiritual do cristão, pois ela tem origem maligna. Todo aquele que alimenta a inveja, jamais terá paz na vida, pois: O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos (Pv 14.30)

RESUMO DA LIÇÃO 11 

 

INVEJA, UM GRAVE PECADO  

I.      A INVEJA NO PRINCÍPIO DO MUNDO
1.- Inveja, um sentimento maléfico
2.- Maldade, uma ação maligna
3.- A inveja leva a maldade  
II.  A INVEJA E SUA CONSEQUÊNCIA
1.- Na vida de Caim
2.- Na vida dos irmãos de José
3.- Na vida do crente  
III. A DESTRUIÇÃO ADVINDA DA MALDADE
1.- No âmbito familiar
2.- NO trabalho
3.- Na igreja  



INTERAÇÃO  

A Palavra de Deus recomenda-nos que sejamos cheios do Espírito Santo, pois assim não daremos lugar às obras da carne (Gl 5.16).  Sabemos que a inveja procede da nossa natureza pecaminosa, da nossa carne. Precisamos nos encher constantemente do Espírito Santo para que possamos ter uma vida santa e justa, livre do pecado. Deus nos chamou para uma vida de santidade e pureza, por isso, na lição de hoje estudaremos dois graves pecados que não deveriam jamais encontrar lugar no coração dos crentes: a inveja e a maldade. A Bíblia declara que os que cometem tais coisas, se não se arrependerem, “não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21). “O que é inveja?”;    
“Como o crente pode livrar-se deste sentimento pecaminoso?”.  A carne e o espírito são opostos. Somente teremos vitória sobre as obras da carne, o pecado, se andarmos em Espírito (Gl 5.16).  

OBJETIVOS  

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Saber que a inveja está presente no coração do homem desde a queda.
·   Discutir a respeito das consequências da inveja na vida do crente.
·   Conscientizar-se dos males advindos da maldade.  

COMENTÁRIO  

introdução 
Palavra Chave  
INVEJA: 
Desejo violento de possuir o bem alheio; desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem.  
A lição deste domingo trata de dois graves pecados, que jamais deveriam ser encontrados na vida do crente: a inveja e a maldade. A inveja leva à maldade e esta afasta o homem do seu Criador. Todo aquele que pratica a iniquidade será julgado e condenado por Deus. Infelizmente, muitos dos que afirmam servir ao Senhor praticam a maldade e, depois, hipocritamente, escondem-se atrás das máscaras da mansuetude e da humildade. Mas o Todo-Poderoso não se deixa enganar pelas aparências. No devido tempo, conforme a parábola do joio e do trigo, arrancá-los-á e os lançará no lago de fogo.  
I. A INVEJA NO PRINCÍPIO DO MUNDO  
1. Inveja, um sentimento maléfico. Inveja é o mesmo que cobiça; um sentimento de desgosto ocasionado pela felicidade do outro. Invejar é cobiçar e desejar o que a outra pessoa tem. Tal sentimento nasceu da frustrada tentativa de Satanás em apoderar-se dos atributos divinos (Is 14.12-20). Lúcifer invejou o Senhor; queria ser maior que o Todo-Poderoso. No Jardim do Éden, a serpente despertou algo parecido em Eva, levando-a ao desejo de ser como Deus (Gn 3.1-5). Esse sentimento ainda motivou o primeiro homicídio da história (Gn 4.5). Por isso, a manifestação da inveja entre os servos de Deus é condenável por sua Palavra (Gl 5.26). 
2. Maldade, uma ação maligna. A pessoa que pratica a maldade é naturalmente perversa e está sempre pronta a prejudicar e a ofender ao próximo. O Senhor abomina os iníquos de coração e os que tem prazer em praticar o mal (Pv 11.20). Os filhos do profeta Eli faziam o que era mau diante de Deus, e tiveram por sentença a morte (1 Sm 2.34; 4.11). Todo aquele que busca ferir ao seu semelhante, física ou moralmente, age de forma dissimulada, hipócrita e ímpia (Pv 6.16-19). O tal não ficará impune. 
3. A inveja leva à maldade. Quem se deixa contaminar pela inveja, vive angustiado e planejando o mal de seu próximo. Aliás, a maldade é precedida pela inveja. As Sagradas Escrituras dão exemplos reais desse duplo pecado. Em Gênesis, encontramos a história de Caim que, consumido pela inveja, assassinou o seu irmão, Abel. Tempos depois, os irmãos de José, movidos pela inveja, vendem-no como escravo para o Egito. Nos Evangelhos, deparamo-nos com os sacerdotes que, por inveja do Senhor Jesus, tramaram a sua prisão e morte (Mt 27.18).  
SINOPSE DO TÓPICO (I)  
A inveja teve origem na frustrada tentativa de Satanás em apoderar-se dos atributos de Deus.  
II. A INVEJA E SUA CONSEQUÊNCIA  
1. Na vida de Caim. O homicídio cometido por Caim nasceu da inveja que ele nutria por seu irmão, Abel. Ele apresentou uma oferta ao Senhor que, por causa da má disposição de seu coração, foi rejeitada por Deus. Ao passo que a de Abel foi aceita, porque este amava a Deus (Gn 4.1-16). O problema não estava na oferta em si, porque Deus era adorado, no Antigo Testamento, tanto por sacrifícios vegetais quanto animais (Lv 2.1-16). O real problema está na qualidade espiritual e moral do ofertante. Vendo que o semblante de Caim decaíra por causa da inveja e do ódio que ele nutria contra o seu irmão, Deus advertiu-o quanto ao pecado que jazia à porta. Mas Caim permitiu que a inveja se transformasse em ódio que, mais adiante, leva-o a planejar e a executar o assassinato de seu irmão. Em consequência de seu crime, Caim é banido da presença do Senhor (Gn 4.16). O crente deve aprender a controlar as suas emoções, pois os nossos atos geram consequências que, às vezes, acompanham-nos durante toda a vida. 
2. Na vida dos irmãos de José. José era o filho amado de Jacó. Por isso, recebeu de seu pai um presente que o distinguia de todos os seus irmãos (Gn 37.3). Além disso, teve certa vez dois sonhos que, interpretados, mostravam toda a sua família curvando-se diante dele. Tais fatos suscitaram a inveja e a maldade de seus irmãos, pois era-lhes inadmissível que o seu irmão caçula viesse, um dia, a dominá-los (Gn 37.4-11). Tomados pela inveja, venderam-no como escravo para o Egito. Mas, passados treze anos, o Senhor exaltou a José. O escravo hebreu tornou-se governador do Egito. E, nessa condição, pôde salvar a sua família, inclusive os que intentaram-lhe o mal (Gn 41-48). Mais tarde, eles vieram a se arrepender de seus pecados e a reconhecer que Deus, de fato, estava operando uma grande salvação por intermédio de José.  
3. Na vida do crente. O crente fiel não pode ser dominado pela inveja, pois tal sentimento é pecado. A Bíblia ensina que devemos nos alegrar com os que se alegram (Rm 12.15). Mas o invejoso não consegue alegrar-se com o sucesso e o êxito dos outros, pois não tem escrúpulos e tudo fará para se apossar daquilo que não lhe pertence. Infelizmente, há muitos crentes que invejam cargos e posições, esquecendo-se de que é o Senhor Deus quem chama e capacita os seus servos para obras específicas. O invejoso, porém, não entende isso. Por isso, vive amargurado de alma. Quem nutre tal sentimento precisa mais do que depressa correr aos pés de Cristo e buscar o perdão e a misericórdia. Se assim não proceder, não herdará a vida eterna. 
 
SINOPSE DO TÓPICO (II)  
A inveja é pecado e o crente não pode ser dominado por tal sentimento.  
III. A DESTRUIÇÃO ADVINDA DA MALDADE 
1. No âmbito familiar. O homem e a mulher que sinceramente servem a Deus não agem com malícia ou com astúcia. Cristo convida-nos a aprender com Ele a sermos mansos e humildes (Mt 11.29). A família cristã deve ser diferente e firmar-se como exemplo a ser seguido. Em nosso lar, por conseguinte, não pode faltar o amor, a paz e a mansidão. Se, por acaso, você estiver sofrendo com algum familiar, suporte a provação e vença o mal com o bem (1 Pe 3.8-12). 
2. No trabalho. A empresa é o lugar onde passamos a maior parte do nosso tempo e onde também encontramos pessoas invejosas, incompetentes e malignas. Nesse ambiente, o servo de Deus deve aprender a compartilhar a sua fé (sem prejudicar o seu trabalho) e demonstrar, através de atitudes, que é diferente. Não faltam relatos de pessoas que sofrem abuso moral e que têm a sua fé confrontada a todo instante. O desejo de galgar cargos e posições não é condenável desde que isso ocorra de forma ética e como fruto do esforço e dos méritos pessoais. É inadmissível, porém, a um servo de Deus agir de forma desleal e antiética. Devemos ser sal e luz, para influenciar positivamente o nosso ambiente de trabalho, a fim de que o nome de Cristo seja glorificado (Mt 5.13-16,20). Ainda que você seja prejudicado, aja de maneira cristã. O Senhor, no devido tempo, o honrará (Gl 6.9). 
3. Na Igreja. Falar sobre maldades dentro da igreja pode parecer desnecessário, mas infelizmente não o é. Em nossos rebanhos, não faltam lobos em pele de ovelha e joio em meio ao trigo. Há muitos que, em nome de Deus, planejam o mal, ensinam heresias e profetizam mentiras, trazendo dissensões, rebeliões e escândalos entre os santos (Mt 7.21-23; 2 Pe 2.1). A maldade tem minado a fé de muitos. Quantas pessoas, alvos de calúnias e deslealdades, não se acham desviadas do caminho do Senhor? A Palavra de Deus diz que de seis coisas odiadas pelo Senhor, a sétima Ele abomina: semear contendas entre os irmãos (Pv 6.16-19). Mesmo que você esteja padecendo perseguições por parte dos falsos irmãos, prossiga fielmente, pois o Senhor reservou-lhe uma grande recompensa (2 Tm 3.12; Gl 2.4; 6.9; 1 Pe 5.4; Ap 2.10). Converse com o seu pastor; ele saberá como ajudá-lo.  
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A maldade traz consequências maléficas e acaba minando a fé do crente. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Quem serve a Deus verdadeiramente não deve sentir inveja do seu próximo nem praticar o mal. O Senhor chamou-nos para ser luz em meio às trevas. Assim, se você está sendo alvo de inveja e ou de maldades, procure olhar para o alto, para aquele que lhe dá a salvação e o livramento. Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem (Rm 12.9,21). Jamais esqueça que os olhos do Senhor estão atentos. Ele é justo e o seu rosto está voltado para os retos (Sl 11.4-7).  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 

GEISLER, N. Teologia Sistemática. Volumes 1 e 2, 1.ed., RJ: CPAD, 2010.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

"INVEJA, UM GRAVE PECADO." ( Suplemento)


INVEJA MORTAL

Por

Richard W. Dortch


Do auge do poder os homens não levantam mais os olhos para o alto, mas começam a olhar ao seu redor.

James Russell Lowell
Em 1977, Robert J. Alcançou a lista de best-sellers com seu livro Looking Out for Number One (“Cuidando do Número Um”). Este filósofo do povo, na década de 1970, guiou seus leitores “na jornada mais excitante e compensadora de suas vidas” através de pensamentos como este: “O primeiro dever moral do homem está na busca do prazer, desde que ele não interfira com os direitos alheios”.

Segundo Ringer, as pessoas sempre agem de acordo com os seus interesses. Portanto, a melhor e mais respeitável solução está em confrontar esse desejo e fazer uso dele. A filosofia de auto-interesse de Ringer não é certamente a única. Atividades egoístas e hedonistas, entremeadas de megadoses de cobiça e inveja e revestidas de frases positivas orientadas na direção do sucesso, se tornaram tendências “saudáveis” da moda em anos recentes.

É de admirar que os livros mais populares contenham slogans narcisistas, que produzem inveja, tais como:

Cuidando do número um.

Vencendo pela intimidação.

O poder não é tudo, é a única coisa.

Você pode ter tudo.

Se você tiver dinheiro e poder, pode realizar todos os seus sonhos.

As canções populares também refletem essa tendência “da moda”. O cantor country, Tom T. Hall, ao cantar sua filosofia de vida, condensa-a em seis palavras profundas: cavalos rápidos, mulheres jovens, mais dinheiro.

Os artistas e autores não estão sozinhos em suas doutrinas sedentas de poder. Os governos de hoje acham-se igualmente cheios de inveja e cobiça. Milhares continuam morrendo em guerras que surgem a partir de controvérsias provocadas por este tipo de maldade. A extravagância compulsiva e os ciúmes relacionados a ela alcançaram proporções epidêmicas.

Segundo Richard J. Foster, “a cobiça contemporânea por mais, mais e mais é claramente psicótica. Ela perdeu completamente o contato com a realidade. O abismo entre a pobreza do Terceiro Mundo e a riqueza do Primeiro está se acelerando a uma velocidade alarmante”.

Foster também apontou a cobiça por “mais” em todos os segmentos da sociedade. A idolatria de hoje é a do poder. “Livros às centenas apelam a nossas paixões maquiavélicas”.

Há líderes políticos que gastam mais energia fazendo manobras a fim de conseguir posição do que servindo ao bem público. E alguns executivos se interessam mais em ficar no alto da lista que em criar um produto útil. Alguns professores universitários procuram mais a sofisticação que a verdade e há líderes religiosos que cuidam mais da própria imagem que do Evangelho.

Onde Tudo Começou

Vamos enfrentar os fatos – a ideia de ser o número um, de ter poder, sucesso, dinheiro e prestígio, é muito sedutora.

Essa ideia tem sido o “coração” do mal desde que Lúcifer comparou o que possuía com o que Deus tinha. Ele sentiu-se roubado na parte que recebeu.

Alguma coisa mudou realmente desde que Eva olhou para o fruto e acreditou nas palavras da serpente. De fato, suas palavras foram estas: “Você tem de cuidar do número um, menina. Deus está querendo enganá-la. Tem de pegar sua parte. Você na verdade pode ter tudo”.

A inveja também obscureceu a mente de Caim, afastando-o da verdade. Como resultado, o sangue de seu irmão Abel correu sobre a terra amaldiçoada e a história se alterou tragicamente. Os temas ciúme, inveja e cobiça, percorrem os séculos.

Os irmãos de José tiveram inveja do favor de seu pai Jacó, e cobiçavam o papel de filho favorito. Certo ou errado, Jacó escolheu José para um lugar especial na família. Deus, por sua presciência, deu sonhos a José, que estava sendo preparado, sem saber, para sofrimentos e triunfos futuros.

A inveja é geralmente baseada no temor - medo de perder algo. A inveja é sempre uma emoção egoísta.

Deus deu sonhos a José, e então seus irmãos perderam o prestígio. Quando Jacó presenteou José com uma túnica multicolorida, o orgulho e a auto-estima dos irmãos foram feridos, produzindo a necessidade de retaliação. José, caminhando para Siquém, foi um alvo fácil para o ódio invejoso deles.

A inveja tem como elementos inerentes as três coisas que tornam o sistema mundial perverso e rebelde contra Deus: “... a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1 Jo 2.16).

A concupiscência da carne produz cobiça, feitiçaria, idolatria, ódio e rivalidades invejosas.

A concupiscência dos olhos encontra expressão na luxúria, cobiça, adoração de ídolos e práticas malignas.

A soberba da vida exibe sua arrogância na justiça própria e no desejo de posição, poder, riquezas e força, gloriando-se em atividade hedonistas.

Teríamos nós, cristãos do século...
[XXI], o direito de apontar o dedo para Lúcifer ou mesmo para os irmãos de José? Enfrentemos a verdade: todos possuímos uma chama secreta, queimando pelo desejo de “ter tudo”. E, se não podemos ter tudo o que desejamos, satisfazemo-nos com simples destronar dos que parecem ser símbolos de saúde, riqueza e sucesso.


Texto extraído da obra “Orgulho Fatal: Um ousado desafio a este mundo faminto de poder”, editada pela CPAD.

sábado, 1 de setembro de 2012

" A HERANÇA DOS PAIS AOS FILHOS".

Texto bíblico: Mateus 6.19-21; Lucas 12.13-21.
A HERANÇA DOS PAIS AOS FILHOS
A vida espiritual deve ser compartilhada especialmente com os membros da família. Quando o carcereiro de Filipos se converteu, diz a Bíblia que: “Então, levando-os a sua casa, lhes pôs a mesa; e, na sua crença em Deus, alegrou-se com toda a sua casa” (At 16.34).

Não é regra, mas é justo esperar que os pais tenham experiência espiritual, conhecimento da Palavra e convicção das verdades eternas.

Somente assim serão capazes de ajudar seus filhos, despertando-lhes interesse pela doutrina. Porém, antes de perseverarem na doutrina, é necessário que aprendam e conheçam a importância desse conhecimento para salvação. Duas coisas podem auxiliá-los: ensinar os filhos em casa e conduzi-los aos cultos, “à igreja”. Ir com eles é mais proveitoso e animador. Observe a recomendação bíblica: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6). Não nos diz: Instrui apenas, mas “instrui o menino no caminho”, o mandamento é ensinar a criança o caminho, andando com ela. Tal procedimento é mais fácil e proveitoso.

TEXTO EXTRAÍDO DA OBRA: ...E fez Deus a Família, O Padrão Divino Para Um Lar Feliz. Rio de Janeiro, CPAD.