sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


Lição 07

A VINHA DE NABOTE


17 de fevereiro de 2013 

TEXTO ÁUREO

"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará"  (Gl 6.7).

VERDADE PRÁTICA 


A trama orquestrada pela rainha Jezabel e o rei Acabe contra Nabote demonstra quão danoso é render-se aos desejos da cobiça e de uma satisfação pessoal. 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO

                                                                                            

"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará"  (Gl 6.7). 

Nosso texto áureo esta inserido nas últimas exortações e saudações do apóstolo Paulo aos Gálatas: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. (Gálatas 6.1-7).

Trata-se de uma citação em analogia a vida agrícola, Paulo já havia feito alusão a agricultura quando declara acerca dos dons espirituais: “Mas o fruto do Espírito  é...” (Gl 5.22).

Os irmãos da Galácia compreenderam a comparação do apóstolo Paulo, sobre o trabalho árduo no campo, para colher uma safra abundante. Eles conheciam as técnicas agrícolas do seu tempo, sabiam que para colher com abundância, precisavam dedicar-se no preparo da terra, na eliminação das ervas daninhas, na escolha da boa semente e na grande semeadura.

Esse versículo é conhecido como a lei natural da semeadura. Tudo o que nos venhamos plantar a seu tempo iremos colher.

O apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo faz essa declaração dentro do contexto de que devemos ajudar nossos irmãos mais frágeis espiritualmente. Vejamos os versículos anteriores:

“Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado”.

Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.

Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.

Mas prove cada um a sua própria obra, e terá glória só em si mesmo, e não noutro. Porque cada qual levará a sua própria carga.

“E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui”. (Gálatas 6.1-6).  

“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. (Gálatas 6.1-7) “Não erreis” ou “não vos enganeis” – os irmãos em Gálatas estavam enfrentando o assédio judaizante, a palavra grega para a expressão “não erreis” ou “não vos enganeis” é planao, que significa literalmente “levar alguém a desviar-se”.

            Os cristãos da Galácia estavam plantando práticas e crenças judaizantes que valorizam mais a carne, o ritual, as obras, do que a espiritualidade sadia ensinada pelo apóstolo Paulo, essas atitudes, eram provocadas por eles mesmos, ou por aqueles que eles acolhiam plantando ensinos distantes da graça de Deus.  

“Deus não se deixa escarnecer;...” – No grego0 é muktarizo, literalmente significa “torcer o nariz para”, ou ainda, “ridicularizar”. Neste texto parece que a palavra apropriada é “algum tipo de atitude que ignora a lei de Deus, com impunidade”, é como alguém querer ser mais “esperto” do que Deus, e evadir-se da punição que advém para quem planta coisas erradas.

            Na Bíblia Pentecostal há uma nota muito importante: “Aqueles que afirmam ser nascidos de novo e seguidores de Cristo e que têm o Espírito Santo (6.3), mas ao mesmo tempo deliberadamente semeiam na carne, i.e., satisfazendo seus desejos pecaminosos (5.19-21), são culpados de zombar de Deus e de desprezá-lo. Que ninguém se engane; tais pessoas não ceifarão “a vida terna”, mas a “corrupção” (v.8) e a morte eterna (Rm 6.20-23)”.  (Bíblia Pentecostal, p. 1804).     
 

RESUMO DA LIÇÃO 07  


A VINHA DE NABOTE 

I. O OBJETO DA COBIÇA

1. O direito à propriedade no Antigo Israel.

2. A herança de Nabote. 

II. AS CAUSAS DA COBIÇA

1. A casa de campo de Acabe.

2. A horta de Acabe. 

III. O FRUTO DA COBIÇA

1. Falso testemunho.

2. Assassinato e apropriação indevida. 

IV. AS CONSEQUENCIAS DA COBIÇA

1. Julgamento divino.

2. Arrependimento e morte. 

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Identificar o objetivo da cobiça de Acabe.
Citar as causas da cobiça.
Conscientizar-se dos frutos e consequências da cobiça.
INTERAÇÃO
Acabe não se contentou com o que tinha - e não era pouco, ele tinha "apenas" o governo da nação de Israel, o reino do Norte, à sua disposição. Ele poderia comprar ou possuir qualquer terra ou vinha em Israel. Mas por que justamente desejou a de Nabote? Uma vinha de valor não apenas financeiro, mas, principalmente, familiar.
Não satisfeito, e alimentado pela loucura de sua mulher, Jezabel, Acabe cometeu uma das maiores injustiças narradas nas Sagradas Escrituras. Ele permitiu a morte de Nabote e tomou para si a sua vinha. A cobiça é uma consequência da visão de mundo que o ser humano possui. O mundo onde vivemos é orientado por um estilo de vida materialista, hedonista e pragmatista.
O Evangelho porém demanda de cada um de nós um estilo rigorosamente contrário ao mundano. Eliminemos a cobiça do nosso coração, pois, podemos ser injustos e cruéis com pessoas inocentes. 
O ESPÍRITO DO MUNDO
Materialismo
É o ceticismo a respeito da existência daquilo que é transcendental. Um estilo de vida pautado somente nas coisas materiais. Após essa vida, dizem os materialistas, tudo acaba.
Hedonismo
Ética pautada na busca intensa pelo prazer inteiramente pessoal. O sexo, a paz interior e a prosperidade são os sonhos de vida do ser humano.
Pragmatismo
É o estilo de vida que objetiva o lucro pessoal. Os relacionamentos de ordem sentimental, espiritual e profissional são baseados numa perspectiva de barganha.  

COMENTÁRIO 


                                        PALAVRA CHAVE

     COBIÇA:

Desejo veemente de possuir bens materiais; avidez, cupidez.  

INTRODUÇÃO

O episódio envolvendo o rei Acabe e a vinha de Nabote é um dos mais tristes do registro bíblico. Uma grande injustiça é cometida contra um homem inocente. Triste porque vemos até onde pode chegar um coração cobiçoso. Por outro lado, o fato é um dos que melhor revela a manifestação da justiça divina ante as injustiças dos homens. Acabe matou Nabote e apropriou-se de suas terras.
Todavia, não pôde usufruir do fruto de seu pecado, porque o Senhor, através do profeta Elias, o denunciou e o disciplinou. É triste saber que soberanos, governantes e reis injustos governam, mas é mais maravilhoso saber que um Rei justo governa todo o universo. 
I. O OBJETO DA COBIÇA
Acabe e Jezabel eram os reis do Reino do Norte ou Reino de Israel. 
1. O direito à propriedade no Antigo Israel. De acordo com o livro de Levítico, a terra pertencia ao Senhor (Lv 25.23). O israelita da Antiga Aliança estava consciente de que o Senhor lhe havia dado o direito de explorar a terra como uma concessão. Assim sendo, ele não poderia vender aquilo que lhe fora dado como herança divina.
O livro de Números destaca esse fato: "Assim, a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo; pois os filhos de Israel se chegarão cada um à herança da tribo de seus pais" (Nm 36.7). 
Com isso, o Senhor queria proteger seu povo da cobiça, além de garantir-lhe o direito de cultivar a terra para sua subsistência. Fica, pois, a lição de que não devemos cobiçar aquilo que é do próximo, nem tampouco jogar fora aquilo que o Senhor nos confiou como despenseiros. 
2. A herança de Nabote. Acabe queria a vinha de Nabote de qualquer jeito. Diante da insistência do rei, Nabote contra argumentou: não poderia desfazer-se de sua herança (1 Rs 21.3). Nabote era obediente ao Senhor e invocou o poder da lei para proteger-se.
Diante desse fato, o rei cobiçoso ficou triste, pois sabia que até mesmo um monarca hebreu precisava submeter-se à lei divina (1 Sm 10.25). Mas Jezabel, sua esposa, que viera de um reino pagão, ficou escandalizada com esse fato, pois entre os reinos gentios os governantes não eram apenas soberanos, eram também tiranos (1 Rs 21.5-7).
Dessa forma, ela arquitetou um plano para apossar-se da vinha de Nabote (1 Rs 21.8-14). Quantas pessoas têm consciência da ilegalidade de determinada coisa, mas como Acabe ficam à procura de justificativas que a tornem legal. Cuidado! Deus há de julgar os tiranos e malfeitores. 
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A cobiça transforma indivíduos comuns em criminosos
II. AS CAUSAS DA COBIÇA
1. A casa de campo de Acabe. O livro de 1 Reis destaca que Acabe possuía uma segunda residência em Jezreel (1 Rs 18.45,46). Era uma casa de verão. A vinha de Nabote estava, pois, localizada próxima à residência de Acabe (1 Rs 21.1). O rei Acabe possuía uma casa real, uma casa de campo, mas não estava satisfeito enquanto não possuísse a pequena vinha do seu súdito, Nabote.
 É uma verdade que muitas pessoas, mesmos sendo ricas, não se satisfazem com o que têm. Querem mais e mais, e assim mesmo não conseguem encontrar satisfação. Nenhum ser humano conseguirá satisfazer-se plenamente se o centro da sua satisfação não estiver em Deus. 
2. A horta de Acabe. Acabe estava dominado pelo desejo de "ter", de "possuir". Somente a casa de verão, que sem dúvida era majestosa, não lhe satisfazia, queria agora construir ao seu lado uma horta para que seus desejos pudessem ser realizados. Não se importava em quebrar o mandamento divino: "Não cobiçarás" (Êx 20.17).
Mais do que qualquer motivação externa, Acabe estava totalmente dominado pelos desejos cobiçosos de seu coração. Jamais devemos incorrer no erro de achar que os fins justificam os meios, e assim quebrar a Palavra do Senhor na busca de um desejo meramente egoísta.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Acabe desejou a propriedade de Nabote, pois queria, ali, construir uma horta. 
III. O FRUTO DA COBIÇA
1. Falso testemunho. As atitudes de Acabe foram acontecendo como reação em cadeia. É evidente que um desejo pecaminoso não pode dar frutos bons. O problema agora não era somente Acabe, mas também sua famigerada mulher, Jezabel (1 Rs 21.7). Foi ela que arquitetou um plano sórdido para apossar-se da propriedade de Nabote.
Diz o texto sagrado que ela envolveu várias pessoas nesse intento, incluindo os nobres do reino (1 Rs 21.8). Nobres sem nenhuma nobreza! Escreveu uma carta e selou com o anel de Acabe. Por conseguinte, com o pleno consentimento do marido, engendrou o plano, a fim de que Nabote, o Jezreelita, fosse acusado de ter blasfemado contra Deus e contra o rei (1 Rs 21.10). Um simples desejo que evoluiu para cobiça e falso testemunho. 
2. Assassinato e apropriação indebta. A trama precisava ser bem feita para não gerar desconfiança. E por isso um jejum deveria ser proclamado, como sinal de lamento por haver Nabote blasfemado contra o Deus de Israel (1 Rs 21.9). Uma prática religiosa foi usada para dar uma roupagem espiritual ao caso.
O 'dia de jejum' que Jezabel proclamou sugere que ela havia convocado os anciãos em assembleia para identificar a causa de algum recente desastre ou dificuldade (cf. Jl 1.14-18). Alguns sugerem que a acusação feita pelos dois 'vilões' era que Nabote abandonara a promessa feita em nome de Deus para vender sua terra ao rei. O fracasso em manter um juramento feito em nome de Deus seria blasfêmia. Como foi planejado, Nabote e sua família foram apedrejados e mortos injustamente! (1 Rs 21.13). 
Nesse caso, após a execução de Nabote, o rei podia legalmente tomar posse da propriedade em disputa. 2 Reis 9.26 acrescenta que os filhos de Nabote foram assassinados ao mesmo tempo. “Com nenhum herdeiro vivo, aparentemente não havia ficado ninguém para disputar a reclamação de Acabe pela terra" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 238).
Os anciãos de Jezreel enviaram despreocupadamente a notícia a Jezabel, como se fosse uma notícia agradável: Nabote foi apedrejado e morreu (v.14). Aqui observamos que: tão obsequiosos estavam os anciãos de Jezreel para obedecer as ordens de Jezabel, que ela enviara de Samaria para assassinar Nabote, quanto estavam obsequiosos os anciãos de Samaria para obedecer as ordens de Jéu para assassinar os setenta filhos de Acabe, embora nada fosse feito segundo a lei (2 Rs 10.6,7).
Aqueles tiranos, que com suas ordens perversas corrompem as consciências dos seus magistrados inferiores, no fim podem talvez receber o troco caindo sobre eles, e aqueles que se dispõe a fazer uma coisa cruel por eles estarão prontos a fazer outra coisa cruel contra eles" (HENRY, Mattew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento: Josué a Ester. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.534).
Quantas vezes a Bíblia é usada para justificar práticas pecaminosas! Resolvido o problema, agora o rei apoderar-se-ia da vinha de Nabote (1 Rs 21.16). Um abismo chama outro abismo. O pecado havia evoluído da cobiça para o assassinato! 
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
A cobiça origina o falso testemunho, assassinato e apropriação indevida dos bens do outro. 
IV. AS CONSEQUÊNCIAS DA COBIÇA
1. Julgamento divino. Tanto Acabe como a sua esposa, Jezabel, estavam convencidos de que ninguém mais sabia dos seus intentos. De fato, ninguém dentre o povo soube dos bastidores desse estratagema diabólico, exceto Elias, o Tisbita.
Tão logo Acabe apossou-se da vinha de Nabote, ordena Deus ao profeta Elias que se apresente ao rei e lhe proclame o juízo divino: "Falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o Senhor: Porventura, não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim diz o Senhor: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, os cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo" (1 Rs 21.19,20).
Alguém pode enganar aos homens, mas nunca ao Senhor. Diante dEle todas as coisas estão patentes (Hb 4.13). 
2. Arrependimento e morte. Duas atitudes podem ser tomadas diante de uma sentença divina de julgamento:
- arrepender-se, -  ou rejeitar a correção.
No caso de Acabe, o texto sagrado destaca que logo após receber a profecia sentenciando a sua morte, ele "rasgou as suas vestes, e cobriu a sua carne de pano de saco, e jejuou; e dormia em cima de sacos e andava mansamente. Então, veio a palavra do Senhor a Elias, o tisbita, dizendo: "Não viste que Acabe se humilha perante mim? “Porquanto, pois, se humilha perante mim, não trarei este mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho trarei este mal sobre a sua casa" (1 Rs 21.27-29).
Acabe arrependeu-se, mas mesmo assim não teve como se livrar das consequências de suas ações (1 Rs 22.29-40; 2 Rs 1.1-17). O pecado sempre tem seu alto custo! 
SINÓPSE DO TÓPICO (4)
Na cobiça que dominou Acabe, vemos o julgamento divino, e também arrependimento e morte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Lendo a história de Acabe, constatamos logo que o pecado não compensa. Todas as nossas ações terão consequências, e algumas delas extremamente amargosas. Deveríamos medir nossas intenções primeiramente pela Palavra de Deus e somente assim evitaríamos dar vazão aos nossos instintos. Nossas ações glorificariam a Deus em vez de satisfazer nossos egos.
Acabe fracassou porque se esqueceu da Palavra de Deus, preferindo ouvir e seguir a orientação de uma pagã que nada sabia sobre a Lei do Senhor. Quando alguém quebra a Palavra de Deus, na verdade é ele quem está se quebrando! 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. HENRY, Mattew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento: Josué a Ester. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 1º Trimestre de 2013
Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja
  • Lição 7 - A vinha de Nabote

    INTRODUÇÃO
    I – O OBJETO DA COBIÇA
    II – AS CAUSAS DA COBIÇA
    III – O FRUTO DA COBIÇA
    IV – AS CONSEQUÊNCIAS DA COBIÇA

    CONCLUSÃO
    NABOTE

    Cidadão do Reino do Norte de Israel que possuía um vinhedo em Jezreel, nas proximidades do palácio de campo de Acabe e Jezabel (1Rs 21.1; 2Rs 9.21,25). Foi convocado por Acabe para ir a Samaria, pois este desejava comprar sua terra. Nabote recusou porque ela fazia da parte da herança da família, portanto o título não podia ser transferido a alguém que não fizesse parte de sua tribo (Lv 25.23; Nm 36.7; cf. Ez 46.18).

    Quando Jezabel soube o quanto o petulante Acabe desejava anexar o vinhedo, sem hesitar escreveu uma carta aos encarregados da cidade de Jezreel e cruelmente mandou apedrejar Nabote e seus filhos até a morte sob uma falsa acusação de blasfêmia (1 Rs 21.8-14).

    Elias condenou Acabe e Jezabel por este crime (1Rs 21.17-24), e profetizou que os cães iriam lamber o sangue do rei e comer a carne de Jezabel, da mesma forma que haviam lambido o sangue de Nabote depois dele ter sido apedrejado. Essa profecia teve um duplo cumprimento com cães lambendo o sangue de Acabe quando sua biga foi lavada no tanque de Samaria (1Rs 22.38), e cães comendo o corpo estraçalhado de Jezabel fora das portas de Jezreel                    (2 Rs 9.30-37).

    De acordo com Francis I. Andersen, o propósito de Jezabel pode ter sido reivindicar que Nabote havia realmente prometido vender o vinhedo a Acabe, e que depois se arrependeu. Ela enviou um título espúrio de venda, selou-o com o selo do rei, e o enviou entre suas “cartas” aos anciões de Jezreel. No julgamento, duas falsas testemunhas juraram que Nabote havia invocado o nome de Jeová em uma promessa que teria formalizado a suposta transação [...].

    Texto extraído da obra “Dicionário Bíblico Wycliffe”, editada pela CPAD.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013


Lição 06

A VIÚVA DE SAREPTA

10 de fevereiro de 2013

TEXTO ÁUREO

“Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva” (Lucas 4.25-26)


VERDADE PRÁTICA


Para socorrer e sustentar os seus filhos, Deus usa os meios mais inesperados.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


Nosso texto áureo é uma citação feita pelo Senhor Jesus do episódio ocorrido em Israel conforme relatado em 1 Reis 17.8-24, também no Novo Testamento há uma referência a esta grande seca de três anos e meio (Tg 5.17-18).

O Senhor Jesus fez essa citação na Sinagoga de Nazaré, local onde Ele passou sua infância. Após a leitura do livro do profeta Isaías na sinagoga, Ele é expulso de Nazaré (Lucas 5.14-30; Mt 4.12-17; 13.53-58; Mc 1.14-15; 6.1-6).

O Senhor Jesus ao citar o episódio ocorrido em Israel, ou seja, a ida do profeta Elias a Sarepta de Sidom, a casa de uma viúva estrangeira, demonstra que os profetas não são necessariamente chamados para realizar maravilhas ou proferir palavras apenas entre seus patrícios, haja vista, o grande profeta Elias ministrara em lugares estrangeiros, e não em sua terra natal.

No contexto do ensino ministrado pelo Senhor Jesus, Ele está apontando a ideia que “nenhum profeta é aceito na sua terra” (Lc 4.24).

Muitas viúvas em Israel passavam por privações, inanição ao ponto de morrer de fome devida a terrível seca de três anos e meio, no entanto, o profeta Elias foi a uma viúva estrangeira, em uma terra estrangeira.

Na época do Senhor Jesus, os israelitas não deferiam daquela nação israelita faminta, que preferia continuar na angústia, na inanição, na sua miserabilidade, ao invés de dar ouvidos ao profeta Elias, essa era a condição de Nazaré, eles estavam numa grande inanição espiritual, Nazaré passava fome espiritual, e mesmo assim os próprios habitantes de Nazaré lideraram uma grande oposição ao Senhor Jesus a ponto de expulsá-lo daquela localidade: “E todos, na sinagoga, ouvindo essas coisas, se encheram de ira. E, levantando-se, o expulsaram da cidade e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem, Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se” (Lc 4.28-30).  

RESUMO DA LIÇÃO 06 


A VIÚVA DE SAREPTA  

I. UM PROFETA EM TERRA ESTRANGEIRA

1. A fonte de Querite.

2. Elias em Sarepta. 

II. UMA ESTRANGEIRA NO PLANO DE DEUS

1. A soberania e a graça de Deus.

2. A providência de Deus.  

III. O PODER DA PALAVRA DE DEUS

1. A escassez humana e a suficiência divina.

2. Deus, a prioridade maior.  

IV. O PODER DA ORAÇÃO

1. A oração intercessória.

2. A oração perseverante.  

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender a humanidade do profeta Elias.
Identificar as causas e sintomas da depressão de Elias.
Detalhar o tratamento de Deus à depressão de Elias.  

COMENTÁRIO 


                                        PALAVRA CHAVE

     PROVISÃO:

Abastecimento, fornecimento, mantimentos. 

INTERAÇÃO 

Na nossa última aula estudamos sobre: Elias, um homem de Deus em depressão, hoje o assunto é: A Viúva de Sarepta. Como você pode observar esse acontecimento foi antes do profeta Elias entrar em depressão. Nossas lições deste semestre não estão, portanto, seguindo uma ordem cronológica. Hoje estudaremos a respeito do cuidado e da provisão divina para com o profeta Elias.
No decorrer da lição, procure enfatizar o cuidado de Deus para com aqueles que se dispõe a fazer sua vontade. O Senhor não mudou como um pai amoroso Ele continua a cuidar de seus filhos. Elias foi fiel ao Todo-Poderoso ao cumprir sua missão — confrontar a apostasia no reino do Norte. A sua devoção e zelo pela Palavra do Senhor, fez com que ele precisasse de um lugar seguro para refugiar-se.
O próprio Deus escolheu e preparou este lugar, em Sarepta.  Ali, uma pobre viúva seria usada como parte do plano de provisão do Senhor. Aprendemos com este episodio que o Pai Celeste e o nosso Provedor. Ele, como o Bom Pastor, supre as nossas necessidades. Confie!!
Introdução 
A visita do profeta Elias a terra de Sarepta, onde foi acolhido por uma viúva pobre, e emblemática por algumas razoes.
Primeiramente, a história revela o cuidado de Deus para com os que se dispõem a fazer sua vontade. Não importa onde estejam Deus cuida de cada um de seus filhos. Elias foi o agente de Deus para confrontar a apostasia no reino do Norte. Necessitava, pois, de um lugar seguro para refugiar-se.
Em segundo lugar, o episodio revela a soberania de Deus sobre as nações. Mesmo tratando-se de uma terra paga, Deus escolhe dentre os moradores de Sarepta, uma mulher que servira como instrumento na construção de seu proposito.
I. UM PROFETA EM TERRA ESTRANGEIRA
1. A fonte de Querite. Logo apos profetizar uma grande seca sobre o reinado de Acabe, Elias recebeu a orientação divina: “Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que esta diante do Jordão” (1 Rs 1 7.3). Elias havia se tornado uma persona non grata no reinado de Acabe.
E, devido a esse fato, precisava sair de cena por um tempo. Seguindo a orientação divina, ele refugia-se primeiramente próximo a fonte de Querite. Era um lugar de sombra e agua fresca, mas não representava o ponto final de sua jornada. Ele não poderia fixar-se naquele local porque ali não havia uma fonte permanente, mas uma provisão em tempos de crise (1 Rs 1 7.7).
Quem faz de “Querite” seu ponto final terá problemas porque certamente secara! Atualmente existe um ribeiro chamado de Wadi Kelt ou Wadi Qelt (palavra árabe que indica uma corrente de água que só é ativada em tempos chuvosos e quando a neve se derrete), um riacho de águas revoltas que desagua no vale do Jordão. Wadi Qelt, segundo a tradição, é o riacho de Querite, o local onde Elias foi alimentado pelos corvos. Wadi Qelt é um desfiladeiro resultado de um riacho profundo cujas águas correm no coração do deserto da Judeia rumo ao rio Jordão.
2. Elias em Sarepta. Elias afasta-se de seu povo e de sua terra, indo refugiar-se em território fenício (1 Rs 1 7.9). A geografia bíblica informa-nos que Sarepta era uma pequena localidade situada a cerca de quinze quilômetros do sul de Sidom, na costa do mar Mediterrâneo, terra da temida Jezabel (1 Rs 16.31).
Lugar que fazia parte das terras do pai de Jezabel esposa do rei Acabe (I Rs 16.31). Cidade originalmente fenícia, a principio pertencia a Sidom; mas, após 722 a.C., passou para território de Tiro, quando as duas cidades entraram em conflito, e esta ultima se saiu vitoriosa. Isso pôs Elias em território estrangeiro, onde ele estaria em segurança dos planos de Acabe e da sua horrenda esposa,  Jezabel (I Rs 17. 10).
Às vezes o Senhor faz coisas que parece não ter logica alguma! No entanto, esse foi o único lugar no qual o rei Acabe jamais pensaria em procurar o profeta (1 Rs 18.10). Em algumas traduções, esse nome também aparece grifado como Zarepta. Sarepta significa: fornalha de fundição. O profeta Elias residiu nesta cidade durante a última grande seca (I Rs 17.1,7).
São nas coisas menos prováveis que Deus realiza seus desígnios! Sarepta parecia ser uma terra de ninguém, mas estava no roteiro de Deus para a efetivação do seu proposito. Esse lugar é comumente identificado como a aldeia moderna de Sarafand (em árabe: al-Sarafand), cerca de 14,5 quilômetros  ao sul de Sidom (Líbano).
Sarepta é mencionado pela primeira vez na viagem de um egípcio no século 14 aC ( Chabas , Voyage d'un egyptien ., 1866, pp 20, 161, 163). Obadias diz que foi o limite norte de Canaã (Obadias 1.20). Sarepta (צרפת ārĕfá, tsarfát; Σάρεπτα, Sarepta) em hebraico tornou-se o epônimo para qualquer fundição ou forja, ou metalurgia loja.
No primeiro século D.C. Sarepta, é mencionada por Josefo, em Antiguidades Judaicas (Livro VIII, XIII;  e por Plínio , em História Natural (Livro V, 17) . Sarepta no século 6 tornou-se numa pequena cidade cristã, nela havia uma igreja dedicada ao profeta Elias. O episcopatuum Notitia , uma lista de bispados feitas em Antioquia no século 6, fala de Sarepta como  ligada a Tiro, nenhum de seus bispos são conhecidos.
Após a islamização da área, em 1185, o monge grego Focas, fazendo um dicionário geográfico da Terra Santa (De Sanctis locis , 7), comenta sobre a cidade quase em sua antiga condição. Um século mais tarde, de acordo com Burchard de Monte Sião, que estava em ruínas e continha apenas sete ou oito casas. Mesmo depois do fim do Reino Latino dos cruzados na Terra Santa, a Igreja Católica Romana continuou a nomear bispos puramente titulares de Sarepta até 1378.
Sarepta e mencionada em textos ugaríticos do século XIV a.C. e em papiros egípcios do século XIII a.C junto com Biblos, Beirute, Sidom e Tiro como uma das principais cidades da costa (ANET, p. 477). “Tanto Senaqueribe como Esar-Hadom reivindicam ter tomado Sarepta de acordo com as inscrições assírias (ela foi chamada Zaribtu, ANET, p.287)” (Dicionário Bíblico Wydiffe. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1768). 
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Num momento de crise Elias se afastou do seu povo e de sua terra e refugiou-se em território fenício.
II. UMA ESTRANGEIRA NO PLANO DE DEUS
1. A soberania e graça de Deus. Quando o Senhor ordenou ao profeta que se deslocasse até Sarepta, revelou-lhe também qual era o seu propósito: “Ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente” (1 Rs 1 7.9). Elias precisava sair da região controlada por Acabe e isso, como vim os, aconteceu quando ele se dirigiu a Sidom, na Fenícia.
O texto é bem claro em referir-se à viúva como sendo um instrumento que o Senhor usaria para auxiliar a Elias: “Ordenei ali a uma mulher viúva”. Quem era essa viúva ninguém sabe. Todavia, foi a única escolhida pelo Senhor, dentre milhares de outras viúvas, para fazer cumprir seu projeto soberano (Lc 4 .2 5 ,2 6 ). Era uma gentia que, graças ao desígnio divino, contribuiu para a construção e desenvolvimento do plano divino.
2. A providência de Deus. A providencia divina para com Elias revelou-se naquilo que Paulo, muito tempo depois, lembrou (1 Co 1.27). Um gigante espiritual ajudado por uma frágil mulher! Sim, uma mulher viúva e pobre. Muito pobre! Ficamos a pensar o que teria passado pela cabeça do profeta quando o Senhor lhe disse que havia ordenado a uma viúva que o sustentasse.
 Era de se imaginar que a mulher possuísse algum recurso. Como em toda a historia de Elias, a provisão de Deus logo fica em evidencia. A providencia divina já havia se manifestado nos alimentos trazidos pelos corvos (1 Rs 17.4-6). Agora revelar-se-ia através de uma viúva pobre.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Pela sua soberania e graça, Deus incluiu uma estrangeira em seu plano.
III. O PODER DA PALAVRA DE DEUS
1. A escassez humana e a suficiência divina. A mulher que Deus havia levantado para alimentar Elias durante o período da seca disse não possuir nada ou quase nada: “nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei dois cavacos e vou prepara-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos e morramos.” (1 Rs 17.12).
 De fato o que essa mulher possuía como provisão era algo humanamente insignificante! A proposito, o termo hebraico usado para punhado, da a ideia de algo muito pouco! Era pouco, mas ela possuía! Deus queria operar o milagre a partir do que a viúva tinha. A suficiência divina se revela na escassez humana. O pouco com Deus torna-se muito!
2. Deus, a prioridade maior. O profeta entrega à viúva de Sarepta a chave do milagre quando lhe diz: “porem faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora; depois, faras para ti e para teu filho” (1 Rs 17.13). O profeta era um agente de Deus, e atende-lo primeiro significava colocar a Deus em primeiro lugar. O texto sagrado afirma que “foi ela e fez segundo a palavra de Elias” (1 Rs 1 7.1 5). Tivesse ela dado ouvidos a sua razão, e não obedecido as diretrizes do profeta, certamente teria perdido a benção. O segredo, pois, e colocar a Deus sempre em primeiro lugar (Mt 6.33).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Na escassez humana vemos a suficiência divina através do poder da Palavra de Deus 
IV. O PODER DA ORAÇÃO
1. A oração intercessória. O texto de 1 Reis 17.1 traz a profecia de Elias sobre a seca em Israel. E, de fato, a seca aconteceu. Tiago, porem, destaca que a predição de Elias foi acompanhada de oração: “Elias era homem sujeito as mesmas , paixões que nos e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra" (Tg 5.17). Novamente o  profeta encontra-se diante de um novo desafio e somente a oração provara a sua eficácia. O filho da viúva morreu e Elias toma as dores da pobre mulher, pondo-se em seu lugar e clama ao Senhor (1 Rs 1 7.19,20).  Deus ouviu e respondeu ao seu servo.
2. A oração perseverante. Elias orou com insistência (1 Rs17.21). Ele estendeu-se sobre o menino três vezes! Isso demonstra a natureza perseverante de sua oração. Muitos projetos não se concretizam, ficam pelo caminho porque não são acompanhados de oração perseverante. O Senhor Jesus destacou a necessidade de sermos perseverantes na oração ao narrara parábola do juiz iniquo (Lc 18.1). E com tal perseverança que conseguiremos alcançar nossos objetivos.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O clamor intercessorio e perseverante confirmam o poder da oração. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A soberania de Deus sobre a história e sobre os povos e o seu cuidado para com aquele que o teme se revelam de forma maravilhosa no episodio envolvendo o profeta Elias e a sua visita a Sarepta. Não ha limites quando Deus quer revelar a sua graça e tampouco há circunstancia demasiadamente difícil que possa impedi-lo de mostrar o seu poder provedor.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Dicionário Bíblico Wycliffe. I .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 1º Trimestre de 2013
Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja
Lição 6 - A Viúva de Sarepta
  • INTRODUÇÃO
    I – UM PROFETA EM TERRA ESTRANGEIRA
    II – UMA ESTRANGEIRA NO PLANO DE DEUS
    III – O PODER DA PALAVRA DE DEUS
    IV – O PODER DA ORAÇÃO
    CONCLUSÃO
    VIÚVA
    A Bíblia apresenta a viúva como uma pessoa necessitada em termos de proteção e sustento, e que deve ser honrada e respeitada. Desse modo, a cidade de Jerusalém, destruída, é apresentada como uma viúva. “Como se acha solitária aquela cidade... Tornou-se como viúva...” (Lm 1.1).
    Sob a lei mosaica, o cuidado para com a viúva era considerado uma responsabilidade dos parentes, e era um dos deveres atribuídos ao filho mais velho, que recebia a primogenitura. Com relação a viúva casar-se outra vez, se não tivesse filhos, esperava-se que ela se casasse com o irmão ou com um parente próximo do seu falecido marido (Dt 25.5). Se alguém prejudicasse uma viúva ou um órfão, e esta pessoa, aflita, clamasse ao Senhor, Ele enviaria uma vingança rápida (Êx 22.22-24; Sl 146.9).
    Na igreja cristã primitiva, o cuidado pelas viúvas recebeu uma pronta atenção quando “houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano” (At 6.1).

    Sete diáconos foram escolhidos para cuidar desse importante assunto.

    Depois disso, uma atenção especial foi demonstrada no cuidado das viúvas: ‘Se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel’(1 Tm 5.8).
    Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.2021.