Lição 06
A VIÚVA DE SAREPTA
10 de fevereiro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Em verdade vos digo que muitas viúvas
existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e
seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; e a nenhuma delas
foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva” (Lucas
4.25-26)
VERDADE PRÁTICA
Para socorrer e sustentar os seus
filhos, Deus usa os meios mais inesperados.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
Nosso texto áureo é uma
citação feita pelo Senhor Jesus do episódio ocorrido em Israel conforme
relatado em 1 Reis 17.8-24, também no Novo Testamento há uma referência a esta
grande seca de três anos e meio (Tg 5.17-18).
O Senhor Jesus fez essa citação
na Sinagoga de Nazaré, local onde Ele passou sua infância. Após a leitura do
livro do profeta Isaías na sinagoga, Ele é expulso de Nazaré (Lucas 5.14-30; Mt
4.12-17; 13.53-58; Mc 1.14-15; 6.1-6).
O Senhor Jesus ao citar o
episódio ocorrido em Israel, ou seja, a ida do profeta Elias a Sarepta de
Sidom, a casa de uma viúva estrangeira, demonstra que os profetas não são
necessariamente chamados para realizar maravilhas ou proferir palavras apenas
entre seus patrícios, haja vista, o grande profeta Elias ministrara em lugares
estrangeiros, e não em sua terra natal.
No contexto do ensino
ministrado pelo Senhor Jesus, Ele está apontando a ideia que “nenhum profeta é aceito na sua terra” (Lc 4.24).
Muitas viúvas em Israel
passavam por privações, inanição ao ponto de morrer de fome devida a terrível
seca de três anos e meio, no entanto, o profeta Elias foi a uma viúva estrangeira,
em uma terra estrangeira.
Na época do Senhor Jesus, os
israelitas não deferiam daquela nação israelita faminta, que preferia continuar
na angústia, na inanição, na sua miserabilidade, ao invés de dar ouvidos ao
profeta Elias, essa era a condição de Nazaré, eles estavam numa grande inanição
espiritual, Nazaré passava fome espiritual, e mesmo assim os próprios
habitantes de Nazaré lideraram uma grande oposição ao Senhor Jesus a ponto de
expulsá-lo daquela localidade: “E todos, na
sinagoga, ouvindo essas coisas, se encheram de ira. E, levantando-se, o
expulsaram da cidade e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles
estava edificada, para dali o precipitarem, Ele, porém, passando pelo meio
deles, retirou-se” (Lc 4.28-30).
RESUMO DA LIÇÃO 06
A
VIÚVA DE SAREPTA
I. UM PROFETA EM TERRA
ESTRANGEIRA
1.
A fonte de Querite.
2.
Elias em Sarepta.
II. UMA ESTRANGEIRA NO PLANO DE
DEUS
1.
A soberania e a graça de Deus.
2.
A providência de Deus.
III. O PODER DA PALAVRA DE DEUS
1.
A escassez humana e a suficiência divina.
2.
Deus, a prioridade maior.
IV. O PODER DA ORAÇÃO
1.
A oração intercessória.
2.
A oração perseverante.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
Compreender a humanidade do profeta Elias.
Identificar as causas e sintomas da depressão
de Elias.
Detalhar o tratamento de Deus à depressão de
Elias.
COMENTÁRIO
PALAVRA
CHAVE
PROVISÃO:
Abastecimento, fornecimento, mantimentos.
INTERAÇÃO
Na nossa última aula estudamos sobre: Elias, um homem de Deus em depressão, hoje o assunto é: A Viúva de Sarepta. Como você pode observar esse acontecimento foi antes do profeta
Elias entrar em depressão. Nossas lições deste semestre não estão, portanto, seguindo uma
ordem cronológica. Hoje estudaremos a respeito do cuidado e da provisão divina para
com o profeta Elias.
No decorrer da lição, procure enfatizar o cuidado de Deus para
com aqueles que se dispõe a fazer sua vontade. O Senhor não mudou como um pai amoroso Ele continua a cuidar de
seus filhos. Elias foi fiel ao Todo-Poderoso ao cumprir sua missão —
confrontar a apostasia no reino do Norte. A sua devoção e zelo pela Palavra do Senhor, fez com que ele
precisasse de um lugar seguro para refugiar-se.
O próprio Deus escolheu e preparou este lugar, em Sarepta. Ali, uma pobre viúva
seria usada como parte do plano de provisão do Senhor. Aprendemos com este episodio que o Pai Celeste e o nosso
Provedor. Ele, como o Bom Pastor, supre as nossas necessidades. Confie!!
Introdução
A
visita do profeta Elias a terra de Sarepta, onde foi acolhido por uma viúva
pobre, e emblemática por algumas razoes.
Primeiramente, a história
revela o cuidado de Deus para com os que se dispõem a fazer sua vontade. Não
importa onde estejam Deus cuida de cada um de seus filhos. Elias
foi o agente de Deus para confrontar a apostasia no reino do Norte. Necessitava,
pois, de um lugar seguro para refugiar-se.
Em
segundo lugar, o episodio revela a soberania de Deus sobre as
nações. Mesmo
tratando-se de uma terra paga, Deus escolhe dentre os moradores de Sarepta, uma
mulher que servira como instrumento na construção de seu proposito.
I. UM PROFETA EM TERRA ESTRANGEIRA
1. A fonte de Querite. Logo
apos profetizar uma grande seca sobre o reinado de Acabe, Elias recebeu a
orientação divina: “Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e
esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que esta diante do Jordão” (1 Rs 1
7.3). Elias
havia se tornado uma persona non grata
no reinado de Acabe.
E,
devido a esse fato, precisava sair de cena por um tempo. Seguindo
a orientação divina, ele refugia-se primeiramente próximo a fonte de Querite. Era
um lugar de sombra e agua fresca, mas não representava o ponto final de sua
jornada. Ele
não poderia fixar-se naquele local porque ali não havia uma fonte permanente,
mas uma provisão em tempos de crise (1 Rs 1 7.7).
Quem
faz de “Querite” seu ponto final terá problemas porque certamente secara! Atualmente
existe um ribeiro chamado de Wadi Kelt ou Wadi Qelt (palavra árabe que indica
uma corrente de água que só é ativada em tempos chuvosos e quando a neve se
derrete), um riacho de águas revoltas que desagua no vale do Jordão. Wadi
Qelt, segundo a tradição, é o riacho de Querite, o local onde Elias foi
alimentado pelos corvos. Wadi
Qelt é um desfiladeiro resultado de um riacho profundo cujas águas correm no
coração do deserto da Judeia rumo ao rio Jordão.
2. Elias em Sarepta. Elias afasta-se de seu povo e de sua terra, indo refugiar-se em
território fenício (1 Rs 1 7.9). A geografia bíblica informa-nos que Sarepta era uma pequena
localidade situada a cerca de quinze quilômetros do sul de Sidom, na costa do
mar Mediterrâneo, terra da temida Jezabel (1 Rs 16.31).
Lugar que fazia parte das terras do pai de Jezabel esposa do rei
Acabe (I Rs 16.31). Cidade originalmente fenícia, a principio pertencia a Sidom;
mas, após 722 a.C., passou para território de Tiro, quando as duas cidades
entraram em conflito, e esta ultima se saiu vitoriosa. Isso pôs Elias em território estrangeiro, onde ele estaria em
segurança dos planos de Acabe e da sua horrenda esposa, Jezabel (I Rs 17. 10).
Às vezes o Senhor faz coisas que parece não ter logica alguma! No entanto, esse foi o único lugar no qual o rei Acabe jamais
pensaria em procurar o profeta (1 Rs 18.10). Em algumas traduções, esse nome também aparece grifado como
Zarepta. Sarepta significa: fornalha de fundição. O profeta Elias residiu nesta cidade durante a última grande
seca (I Rs 17.1,7).
São nas coisas menos prováveis que Deus realiza seus desígnios! Sarepta parecia ser uma terra de ninguém, mas estava no roteiro
de Deus para a efetivação do seu proposito. Esse lugar é comumente identificado como a aldeia moderna de
Sarafand (em árabe: al-Sarafand), cerca de 14,5 quilômetros ao sul de Sidom (Líbano).
Sarepta é mencionado pela primeira vez na viagem de um egípcio
no século 14 aC ( Chabas , Voyage d'un egyptien ., 1866, pp 20, 161, 163). Obadias diz que foi o limite norte de Canaã (Obadias 1.20). Sarepta (צרפת
ṣārĕfáṯ, tsarfát; Σάρεπτα, Sarepta) em hebraico tornou-se o
epônimo para qualquer fundição ou forja, ou metalurgia loja.
No primeiro século D.C. Sarepta, é mencionada por Josefo, em
Antiguidades Judaicas (Livro VIII, XIII; e por Plínio , em História Natural (Livro V,
17) . Sarepta no século 6 tornou-se numa pequena cidade cristã, nela
havia uma igreja dedicada ao profeta Elias. O episcopatuum Notitia , uma lista
de bispados feitas em Antioquia no século 6, fala de Sarepta como ligada a Tiro, nenhum de seus bispos são
conhecidos.
Após a islamização da área, em 1185, o monge grego Focas,
fazendo um dicionário geográfico da Terra Santa (De Sanctis locis , 7), comenta
sobre a cidade quase em sua antiga condição. Um século mais tarde, de acordo com Burchard de Monte Sião, que
estava em ruínas e continha apenas sete ou oito casas. Mesmo depois do fim do Reino Latino dos cruzados na Terra Santa,
a Igreja Católica Romana continuou a nomear bispos puramente titulares de
Sarepta até 1378.
Sarepta e mencionada em textos ugaríticos do século XIV a.C. e
em papiros egípcios do século XIII a.C junto com Biblos, Beirute, Sidom e Tiro
como uma das principais cidades da costa (ANET, p. 477). “Tanto Senaqueribe como Esar-Hadom reivindicam ter tomado
Sarepta de acordo com as inscrições assírias (ela foi chamada Zaribtu, ANET,
p.287)” (Dicionário Bíblico Wydiffe. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.
1768).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Num
momento de crise Elias se afastou do seu povo e de sua terra e refugiou-se em
território fenício.
II. UMA ESTRANGEIRA NO PLANO DE DEUS
1. A soberania e graça de Deus. Quando o Senhor ordenou ao profeta que se deslocasse até
Sarepta, revelou-lhe também qual era o seu propósito: “Ordenei
ali a uma mulher viúva que te sustente” (1 Rs 1 7.9). Elias precisava sair da região controlada por Acabe e isso, como
vim os, aconteceu quando ele se dirigiu a Sidom, na Fenícia.
O texto é bem claro em referir-se à viúva como sendo um
instrumento que o Senhor usaria para auxiliar a Elias: “Ordenei
ali a uma mulher viúva”. Quem era essa viúva ninguém sabe. Todavia, foi a única escolhida pelo Senhor, dentre milhares de
outras viúvas, para fazer cumprir seu projeto soberano (Lc 4 .2 5 ,2 6 ). Era uma gentia que, graças ao desígnio divino, contribuiu para a
construção e desenvolvimento do plano divino.
2. A providência de Deus. A providencia divina para com Elias revelou-se naquilo que
Paulo, muito tempo depois, lembrou (1 Co 1.27). Um gigante espiritual ajudado por uma frágil mulher! Sim, uma
mulher viúva e pobre. Muito pobre! Ficamos a pensar o que teria passado pela cabeça do
profeta quando o Senhor lhe disse que havia ordenado a uma viúva que o
sustentasse.
Era de se imaginar que a mulher possuísse algum recurso. Como em toda a historia de Elias, a provisão de Deus logo fica
em evidencia. A providencia divina já havia se manifestado nos alimentos
trazidos pelos corvos (1 Rs 17.4-6). Agora revelar-se-ia através de uma viúva pobre.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Pela sua soberania e graça, Deus incluiu uma estrangeira em seu
plano.
III. O PODER DA PALAVRA DE DEUS
1. A escassez humana e a suficiência divina. A mulher que Deus havia levantado para alimentar Elias durante o
período da seca disse não possuir nada ou quase nada: “nem
um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de
azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei dois cavacos e vou prepara-lo para mim
e para o meu filho, para que o comamos e morramos.” (1 Rs 17.12).
De fato o que essa mulher possuía como provisão era algo
humanamente insignificante! A proposito, o termo hebraico usado para punhado, da a ideia de
algo muito pouco! Era pouco, mas ela possuía! Deus queria operar o milagre a partir do que a viúva tinha. A suficiência divina se revela na escassez humana. O pouco com
Deus torna-se muito!
2. Deus, a prioridade maior. O profeta entrega à viúva de Sarepta a chave do milagre quando
lhe diz: “porem faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para
fora; depois, faras para ti e para teu filho” (1 Rs 17.13). O profeta era um agente de Deus, e atende-lo primeiro
significava colocar a Deus em primeiro lugar. O texto sagrado afirma que
“foi ela e fez segundo a palavra de Elias” (1 Rs 1 7.1 5). Tivesse ela dado ouvidos a sua razão, e não obedecido as
diretrizes do profeta, certamente teria perdido a benção. O segredo, pois, e colocar a Deus sempre em primeiro lugar (Mt
6.33).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Na escassez humana vemos a suficiência divina através do poder da
Palavra de Deus
IV. O PODER DA ORAÇÃO
1. A oração intercessória. O texto de 1 Reis 17.1 traz a profecia de Elias sobre a seca em
Israel. E, de fato, a seca aconteceu. Tiago, porem, destaca que a predição de Elias foi acompanhada de
oração: “Elias era homem sujeito as mesmas , paixões que nos e, orando,
pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a
terra" (Tg 5.17). Novamente o profeta
encontra-se diante de um novo desafio e somente a oração provara a sua
eficácia. O filho da viúva morreu e Elias toma as dores da pobre mulher,
pondo-se em seu lugar e clama ao Senhor (1 Rs 1 7.19,20). Deus ouviu e respondeu ao
seu servo.
2. A oração perseverante. Elias orou com insistência (1 Rs17.21). Ele estendeu-se sobre o menino três vezes! Isso demonstra a
natureza perseverante de sua oração. Muitos projetos não se concretizam, ficam pelo caminho porque
não são acompanhados de oração perseverante. O Senhor Jesus destacou a necessidade de sermos perseverantes na
oração ao narrara parábola do juiz iniquo (Lc 18.1). E com tal perseverança que conseguiremos alcançar nossos
objetivos.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O clamor intercessorio e perseverante confirmam o poder da oração.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A soberania de Deus sobre a história e sobre os povos e o seu
cuidado para com aquele que o teme se revelam de forma maravilhosa no episodio
envolvendo o profeta Elias e a sua visita a Sarepta. Não ha limites quando Deus quer revelar a sua graça e tampouco
há circunstancia demasiadamente difícil que possa impedi-lo de mostrar o seu
poder provedor.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Nenhum comentário:
Postar um comentário