quinta-feira, 24 de julho de 2014

Lição 3 - 3º Trimestre 2014 - Jovens e Adultos.



Lição 03
A IMPORTÂNCIA DA
SABEDORIA HUMILDE

20 de julho de 2014
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO


 “Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a e ela te conservará” (Pv 4.6).


VERDADE PRÁTICA


A sabedoria que procede de Deus é humilde, por isso, equilibra o crente em todas as circunstâncias da vida.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a e ela te conservará” (Pv 4.6).

Nosso texto áureo está inserido no Antigo Testamento no livro de Provérbios capítulo 4, versículos 01 à 27, quando o rei Salomão exorta seus ouvintes a adquirir a sabedoria e a apartar-se do caminho dos ímpios. Sabemos que o tema principal do livro de Provérbios é a sabedoria, o propósito do livro é “dar sabedoria e entendimento” (Pv 1.2-7). O autor indica de onde vem a verdadeira sabedoria, onde está a fonte, ou seja, “no temor do Senhor” (Pv 1.7).
Interessante o comentário do teólogo Dr. Russell Norman Champlin sobre esse versículo:

Não a desampares, e ela te guardará. A figura simbólica aqui é a de uma esposa amada, porquanto a sabedoria fora personificada. O homem bom não se olvidará dela; antes, ele a manterá em sua companhia; ele a amará. Os vss. 6-9, que falam da busca pela sabedoria, referem-se a isso em termos de obter uma esposa. Ama-a. Um homem tem o dever de amar à sabedoria (Cf. Pro. 8.17). “Se ela não for abandonada, continuará sendo fiel; se for amada, continuará a ser uma protetora” (Adam Clarke, in loc.). Este versículo tem sido cristianizado para significar “o amor da sabedoria, a sua graça e o seu poder” (John Gill, in loc.), porquanto ela preserva, guarda e salva o homem que busca por ela. Essa figura é repetida no vs. 13 (CHAMPLIN, 1995, vol. 4, p. 2554).


Nosso texto áureo, portanto, aponta para jamais ignorarmos a sabedoria, mas tê-la como nosso precioso tesouro: “Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a e ela te conservará” (Pv 4.6).

RESUMO DA LIÇÃO 03


A IMPORTÂNCIA DA SABEDORIA HUMILDE
I. A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS (Tg 1.5)
1. A sabedoria que vem de DEUS.
2. DEUS é o doador da sabedoria.
a) O Senhor é que dá sabedoria.
b) O Senhor dá todas as coisas.
c) O Senhor dá a todos os homens.
d) O Senhor dá liberalmente.
e) O Senhor dá sem lançar em rosto.
3. Peça a DEUS sabedoria.

II. A DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA HUMILDE (Tg 3.13)
1. A sabedoria colocada em prática.
2. A humildade como prática cristã.
3. Obras em mansidão de sabedoria.

III. - O VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A
ARROGÂNCIA DO SABER CONTENCIOSO (Tg 3.14-18)
1. Administrando a sabedoria.
2. Sabedoria verdadeira e a arrogância do saber.   
3. Atitudes a serem evitadas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 1.5; 3.13-18
1.5 E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a DEUS, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada.
3.13 Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria.
14 Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
 15 Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.
16 Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa.
17 Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.
18 Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.
INTERAÇÃO
A sabedoria do alto gera amor, bondade, benignidade e humildade. Ela não estimula o crente a tornar-se soberbo ou arrogante em relação ao próximo, mas nos dá limites. Faz-nos saber até onde podemos ir.
Ainda que elevemos a nossa cultura, a língua e tantos outros conhecimentos, nós não temos o direito de nos mostrarmos altivos, os donos da verdade, pois de fato não o somos. A sabedoria do alto nos dá bom senso!
Quantos cheios de sabedoria não mais a demonstram no relacionamento com o outro? Teoricamente são sábios, mas relacionalmente imaturos.  A sabedoria do alto não gera coração soberbo, mas um coração humilde!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever a sabedoria que vem de DEUS.
Demonstrar na prática a sabedoria humilde.
Compreender a distinção entre a verdadeira sabedoria e a arrogante.

PALAVRA-CHAVE
SABEDORIA HUMILDE:
 Nesta lição, um tipo de sabedoria que só pode vir de Deus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos os ensinamentos da Palavra de Deus acerca da importância da sabedoria divina para o nosso viver diário.
Tiago inicia a temática em tom de exortação, enfatizando a necessidade da sabedoria divina como condição básica de levar a igreja a viver a Palavra de Deus com alegria, coerência, segurança e responsabilidade.
E isso tudo sem precisar fugir das tribulações ou negar que o crente passa por problemas. A nossa expectativa é que você abrace o estilo de vida proposto pelo Santo Espírito nesta carta. Não fugindo da realidade da vida, mas enfrentando-a com sabedoria do alto e na força do Espírito Santo.
I - A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS (Tg 1.5)
1. A sabedoria que vem de Deus. Tiago fala da sabedoria que vem do alto para distingui-la da humana, de origem má (Tg 3.13-17).
Irrefutavelmente, a sabedoria que vem de Deus é o meio pelo qual o homem alcança o discernimento da boa, agradável e perfeita vontade divina (Pv 2.10-19; 3.1-8,13-15; 9.1-6; Rm 12.1,2).
Sem esta sabedoria, o ser humano vive à mercê de suas próprias iniciativas, dominado por suas emoções, sujeitando-se aos mais drásticos efeitos das suas reações. Enfim, a Palavra de Deus nos orienta a vivermos com prudência.
Todavia, quando nos achamos em meio às aflições é possível que nos falte sabedoria. Por isso, o texto de Tiago revela ainda a necessidade de o crente desenvolver-se, adquirindo maturidade espiritual.
2. Deus é o doador da sabedoria. O texto bíblico não detalha a maneira pela qual Deus concede sabedoria. Tiago apenas afirma que o Altíssimo a dá. Juntamente com a súplica pela sabedoria que fazemos ao Pai em oração, a epístola fornece riquíssimos ensinamentos (v.5):
a) O Senhor é que dá sabedoria. Jesus ensina que o Pai atende às orações daqueles que o pedirem (Mt 7.7,8).
b) O Senhor dá todas as coisas. Neste sentido, dizem as Sagradas Escrituras: "Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?" (Rm 8.32 cf. Jó 2.10).
c) O Senhor dá a todos os homens. Ele não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Tg 2.1,9).
d) O Senhor dá liberalmente. É de graça! Nosso Deus não vende bênçãos apesar de pessoas, em seu nome, "comercializá-las".
e) O Senhor dá sem lançar em rosto. A expressão é sinônima do adágio popular "jogar na cara". O Pai Celeste não age dessa forma.
3. Peça a Deus sabedoria. Ainda no versículo cinco, Tiago estimula-nos a fazermos as seguintes perguntas:
 - Falta-nos sabedoria espiritual?
- Sentimental?
- Emocional?
- Nos relacionamentos?
Caso ache em si falta de sabedoria em alguma área, não desanime! Peça-a a Deus, pois é Ele quem dá liberalmente. E mais: não lança em rosto! Ouça as Escrituras e ponha em prática este ensinamento. Fazendo assim, terás sabedoria do alto.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A sabedoria vem de DEUS. Nós temos a necessidade de pedirmos a Ele, pois o Altíssimo é o Doador.

II - A DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA HUMILDE (Tg 3.13)
1- A sabedoria colocada em prática. Tiago conclama os servos de Deus, mais notadamente aqueles que exercem alguma liderança na igreja local, a demonstrarem sabedoria divina através de ações concretas (Dt 1.13,15; 4.6; Dn 5.12).
A sabedoria é a virtude que devemos buscar e cultivar em nossos relacionamentos neste mundo (Mt 5.13-16). O tempo do verbo "mostrar", utilizado por Tiago em 3.13, indica uma ação contínua em torno da  finalidade ou do resultado de uma obra. Desta maneira, a Bíblia está determinando uma atuação cristã que promova as boas obras no relacionamento humano.
2. A humildade como prática cristã. Instruída pela Palavra de Deus, a humildade cristã promove as boas obras na vida do crente (Tg 1.17-20; cf. Mt 11.29; 5.5). Quem é portador dessa humildade revela a verdadeira sabedoria, produzindo para si alegria e edificação (Mt 5.16).
A fim de redundar em honra e glória ao nome do Senhor Jesus, a humildade deve ser uma virtude contínua. Isso a torna igualmente uma porta fechada para o crente não retornar às velhas práticas.
O homem natural, dominado pelo pecado, não tem o temor de Deus nem o compromisso de viver para a honra e glória dEle. Porém, o que nasceu de novo e, portanto, "ressuscitou com Cristo", busca ajuda do alto para viver em plena comunhão e humildade com o seu semelhante (Cl 3.1-17).
3. Obras em mansidão e sabedoria. Vivemos em um tempo onde as pessoas se aborrecem por pouca coisa, onde tudo é motivo para desejar o mal ao outro. Vemos descontrole no trânsito, o destempero na fila, a pouca cordialidade com o colega de trabalho e coisas afins.
Parece que as pessoas não convivem espontaneamente com as outras. Apenas se toleram! Nesse contexto, o ensino de Tiago é de sobremodo relevante: "Mostre, pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria" (v.13). Amor, cordialidade e solidariedade são valores éticos absolutos reclamados no Evangelho. Ouçamos a sua voz!
SINOPSE DO TÓPICO (2)
A sabedoria deve ser colocada em prática como uma ação concreta através da humildade.
III – O VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A ARROGÂNCIA DO SABER CONTENCIOSO (Tg 3.14-18).
1- Administrando a sabedoria. A sabedoria mencionada por Tiago assinala a vontade de Deus para a vida do crente.
Uma vez dada por Deus, tal sabedoria constitui-se parte da natureza do crente. É resultado do novo caráter lapidado pelo Espírito Santo. É um novo pensar, um novo sentir, um novo agir.
Deus dá ao homem essa sabedoria para que ele administre as bênçãos, os dons e todas as esferas de relacionamentos da vida humana. Quando Jesus de Nazaré expressou "assim brilhe a vossa luz diante dos homens" (Mt 5.16), Ele estava refletindo sobre o propósito divino de o crente viver a inteireza do Reino de Deus diante dos homens.
2. Sabedoria verdadeira e a arrogância do saber. Há pessoas orgulhosas que, por se julgarem sábias, não admitem serem aconselhadas ou advertidas. Sobre tais pessoas as Escrituras são claras (Jr 9.23).
Entre os filhos de Deus não há uma pessoa que seja tão sábia que possa abrir mão da necessidade de aconselhar-se com alguém. O livro de Provérbios descreve que há sabedoria e segurança na multidão de conselheiros, pois do contrário: o povo perece (11.14).
O rei Salomão orou a Deus pedindo-lhe sabedoria para entrar e sair perante o povo judeu (2 Cr 1.10). Disto podemos concluir que lidar com o povo sem depender dos sábios conselhos de Deus é um pedantismo trágico para a saúde espiritual da igreja.
Portanto, leve em conta a sabedoria divina! É um bem indispensável para os filhos de Deus. Para quem sente falta de sabedoria, Tiago continua a aconselhar: "peça-a a Deus".  
3. Atitudes a serem evitadas. "Onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa" (v.16). Aqui o autor da epístola descreve o resultado de uma "sabedoria" soberba e terrena.
Classificando tal sabedoria, Tiago utiliza dois termos fortíssimos, afirmando que ela é "animal" e "diabólica". Animal, porque é acompanhada por emoções oriundas de um instinto natural, primitivo, irracional e carnal, sendo por isso destituída de qualquer preocupação espiritual.
Diabólica, porque o nosso adversário inspira pessoas a transbordarem desejos que em nada se assemelham aos que são oriundos do fruto do Espírito, antes, são sentimentos egoísticos, que se identificam com as obras da carne (2 Tm 4.1-3; Gl 5.19-21).
 Atitudes que trazem contenda, facções, divisão, gritarias e irritabilidade devem ser evitadas em nossa família, em nossa igreja ou em quaisquer lugares onde nos relacionarmos com o outro. O Senhor nos chamou para paz e não para confusão. Vivamos, pois uma vida cristã sábia e em paz com Deus!
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O valor da verdadeira sabedoria reflete a humildade; a arrogância, o orgulho, a soberba e a altivez à sabedoria terrena e diabólica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após estudarmos o tema "sabedoria humilde" é impossível ao crente admitir a possibilidade de vivermos a vida cristã em qualquer esfera humana sem depender da sabedoria do alto. A sabedoria divina não só garante a saúde espiritual entre os irmãos, mas da mesma maneira, a emocional e psíquica.
Ela estabelece parâmetros para o convívio social sadio ao mesmo tempo em que nos previne para que não caiamos nos escândalos e pecados que entristecem o Espírito Santo. Ouçamos o conselho de Deus. Que possamos viver de forma sóbria, justa e piamente (Tt 2.12)

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
SWINDOOL, Charles R. Vivendo Provérbios: Sabedoria divina para os desafios da vida moderna. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
Revista Ensinador Cristão - CPAD nº 59, p.37.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"Embora Paulo não tenha pregado de acordo com a sabedoria do mundo, todavia ele pregou a sabedoria oculta de DEUS que só pode ser discernida quando DEUS dá ao homem a direção e a ajuda do ESPÍRITO SANTO (1 Co 2.7-14). DEUS deseja que o homem tenha e conheça sua sabedoria (Tg 1.5). Ela é espiritual e consiste no conhecimento de sua vontade (Cl 1.9; Ef 1.8,9). Ela é 'do alto' e é contrastada com a sabedoria terrena e humana deste mundo, que pode até ser inspirada pelos demônios (Tg 3.13-17; cf. Cl 2.23; 1 Co 3.19,20; 2 Co 1.12). A sabedoria de DEUS deve ser revelada ou 'dada' aos homens (Rm 11.33,34; 2 Pe 3.15; Lc 21.15). Isto pode ser conferido pela Palavra de DEUS e pelo ensino humano dela (Cl 3.16; 1.28; Ap 13.18; 17.9). Como no caso da sabedoria (heb. hokma) do livro de Provérbios, ela permite que o crente saiba como agir em relação às outras pessoas, e aproveitar ao máximo as suas oportunidades espirituais (Cl 4.5) (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1712)
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO II
"As Ações Revelam as Origens da Sabedoria (3.13-18).
O retrato que Tiago nos oferece daquilo que é considerado como 'sabedoria' pela maioria das pessoas é bastante perturbador, mas precisamos ser cuidadosos para não entendermos erroneamente. Ele não está sugerindo que não exista qualquer coisa boa na humanidade (lembremos de seu aviso de que fomos 'feitos à semelhança de DEUS', 3.9). O problema com essa sabedoria 'terrena, animal e diabólica' é que tem sua origem na alma humana. Sendo assim, participa dos desejos divididos dos 'inconstantes'; é capaz de fazer o bem ('bendizer a DEUS e Pai', 3.9), mas também de muitas vezes levar a 'toda obra perversa'. Quando nossa 'sabedoria' é simbolizada pela 'mansidão' (v.13), que reconhece que sua principal origem está em DEUS (1.5,21) e não em nós mesmos (como resultado de nossa egoísta ambição', vv.14,16) então os bons desejos existentes dentro de nós, por termos sido criados à semelhança de DEUS, unem-se à Sua vontade em uma vida correta, e de bom trato (v.13).
Tiago se volta às qualidades que simbolizam o 'bom trato' nos versos 17 e 18. A lista de características e virtudes que Tiago nos oferece aqui é semelhante à descrição que Paulo faz do 'fruto do ESPÍRITO' (Gl 5.22,23; cf. Tg 3.17). Tanto Paulo como Tiago enfatizam que essas características devem ser a consequência natural de uma vida renovada por DEUS.
O que há de particular interesse nessa lista de Tiago é o número de termos que expressam diretamente ações ao invés de simples qualidades. Aqueles que têm em si mesmos a sabedoria que vem da Palavra que foi neles 'enxertada' (1.21), não são apenas 'amantes da paz', mas também 'pacificadores'. São atenciosos com os seus semelhantes e não procuram apenas satisfazer sua ambição egoísta. São submissos à vontade de DEUS ao invés de serem 'atraídos e engodados pela sua própria concupiscência' (veja 1.14). Seus atos são misericordiosos (cf. 2.12,13), são imparciais e sinceros e não como aqueles que demonstram favoritismo (2.1,9). “O resultado de viver de acordo com a 'sabedoria que vem do alto' é uma safra de virtudes (cf. 2.21-23)" (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1680).

Lição 2 - 3º Trimestre 2014 - Jovens e Adultos.



LIÇÃO 02
O PROPÓSITO DA TENTAÇÃO

13 de julho de 2014
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO


 “Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência”         (Tg 1.2,3).


VERDADE PRÁTICA


O triunfo sobre a tentação fortalece-nos espiritualmente e nos torna mais íntimos de Deus.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência” (Tg 1.2,3).

Nosso texto áureo está inserido no primeiro capítulo da Epístola Universal do Apóstolo Tiago, sendo que a partir do versículo 2 até ao versículo 18 temos um edificante mensagem sobre “as provas e tentações”.
Nosso texto áureo parece melhor traduzido do grego para o português da seguinte maneira: “Meus Irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por várias provações, sabendo que a aprovação da vossa fé produz a perseverança”. Assim, o apóstolo Tiago está nos ensinando que apesar de vivenciarmos no nosso cotidiano as muitas tentações, lutas e perseguições, apesar de passarmos por várias provações em todos os aspectos de nossa vida (não se limitando as tentações ao pecado, mas sem excluir as mesmas), todo cristão nascido de novo tem alegria, gozo em sua alma. O motivo de grande gozo ou alegria da nossa alma, em qualquer tentação ou provação que vivenciarmos no corpo, está associado ao fruto do Espírito (Gl 5.22) produzido pelo Espírito Santo nos crentes.
O teólogo Dr. Russell Norman Champlin, fez a seguinte analise sobre os benefícios das aflições, senão vejamos:

As aflições são beneficentes: 1. Elas promovem a glória de Deus (ver João 9:1-13 e 11:3.4; 21:18,19). 2. Elas exibem o poder e a fidelidade de Deus (ver Sal. 34:19,20; II Cor. 4:7-11). 3. Ensinam-nos a vontade de Deus (ver Deut. 4:3 0 ,3 1 ; Nee. 1:8,9; Sal. 78:34; Isa . 10:20,21: Osé. 2 :6 ,7 ). 4. Fazem-nos voltar p ara Deus para obter aiuda (ver Deut. 4:30,31). 5. Fazem-nos buscar a Deus em oração (ver Juí. 4:3: Jer. 31:18: Jon. 2:1). 6. Elas nos convencem do pecado (ver J6 36:8,9: Sal. 119:67 e Luc. 15:16-18). 7. Elas nos levam a confessar e a abandonar os nossos pecados (ver Núm. 21:7: Sal. 32:5; 51:3,6). 8. Elas nos ensinam a obcdiência (ver Gên. 22:1,2 com Hcb. 11:16; fixo. 15:23-25; I Ped. 1:7 e Λρο. 2:10)... Os crentes judeus sofriam a oposição da comunidade judaica ordinária, por quem eram tachados de traidores de Moisés e do estado judaico, e seguidores de uma heresia; também sofriam a oposição dos oficiais romanos, porquanto o cristianismo nunca foi aceito como «religião legal», e portanto, era reputado como uma religião de traidores: tal como todos os homens, passavam pelas dificuldades da vida diária, com suas derrotas e tragédias; tinham a oposição do reino das trevas, o que os fazia evitar os céus.*...o veterano que já experimentou bem a sua armadura, que aprendeu a enfrentar o perigo habitual como um dever, é mais digno de confiança que um recruta, por grandalhão que seja e por corajoso que seja; assim também sucede ao soldado cristão. Este precisa aprender a 'suportar as dificuldades’ (ver 11 Tim. 2:3), tolerando o mundo alegremente e todas as tribulações que haverão de fortalecê-lo para a guerra santa. A inocência é realmente uma graça; todavia, há um estágio superior dessa virtude, a saber, a pureza conquistada mediante longo e muitas vezes amargo conflito com as milhares de sugestões para o mal, vindos de fora, que despertam a impureza natural, no intimo. Tentação não é pecado. Conforme diz o piedoso germânico: «Não se pode impedir que os passarinhos voem por cima de nossas cabeças, mas pode-se impedir que façam ninhos cm nossos cabelos ״. (Punchard, in loc.). (Ver 1 Cor. 10:13 acerca de uma promessa de que nenhuma tentação nos será enviada, se não formos capazes de suportá-la) ((CHAMPLIN, 1995, vol. 6, p. 16).

Ao comentar sobre “tentações” aqui em Tiago 1.2, a Bíblia de Estudo Pentecostal aponta para a seguinte consideração:

A palavra “tentações”... refere-se, aqui, às perseguições e aflições que o crente sofre nesta vida da parte do mundo ou de Satanás. (1) O crente deve enfrentar essas provações com alegria..., porque isso desenvolverá nele uma fé perseverante, uma personalidade experiente e uma esperança madura... Nossa fé somente pode chegar à plena maturidade quando confrontada com dificuldades e oposição (vv. 3,4). (2) Tiago chama tais provações de “a prova da vossa fé” (v.3). Às vezes as provações vêm sobre o crente a fim de que Deus possa testar a sinceridade da sua fé. Não há nada nas Escrituras Sagradas dizendo que as aflições da vida são sempre uma evidência de que Deus está insatisfeito conosco. Podem ser um sinal de que Ele reconhece nossa firme dedicação a Ele... (Bíblia de Estudo Pentecostal, 2010, p. 1926).


RESUMO DA LIÇÃO 02


O PROPÓSITO DA TENTAÇÃO

I. O FORTALECIMENTO PRODUZIDO PELAS TENTAÇÕES (Tg 1.2,12)
1. O que é tentação.
2. Fortalecimento após a tentação (v.2).
3.- Felicidade pela tentação (v.12).

II. A ORIGEM DAS TENTAÇÕES (Tg 1.13-15)
1. A tentação é humana.
2. Atração pela própria concupiscência.
3.- Deus nos fortalece na tentação.

III. O PROPÓSITO DAS TENTAÇÕES (Tg 1.3,4,12)
1.      Para provar a nossa fé (v.3).
2.     Produzir a paciência (vv.3,4).
3.     Chegar à perfeição.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 1.2-4,12-15.
2 - Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações,
3 - sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência.
4 - Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.
12 - Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
13 - Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
14 - Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
15 - Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
INTERAÇÃO
“Pare de sofrer!“, “É tempo de vitória!”, “Você vai conquistar!”.
Estas são frases de efeito bem conhecidas no meio evangélico.
Nelas, está presente a ideia do não sofrimento.
A lição desta semana é um resgate do ensino bíblico quanto ao valor do sofrimento por Cristo e da sua importância para o nosso crescimento espiritual.
A epístola de Tiago nos mostra que devemos nos alegrar na tentação, pois a partir desta reconhecemos a nossa inteira dependência de Deus.
O sofrimento é uma realidade e não podemos fugir dele.
Em Cristo, temos o privilégio de sofrermos para a honra do seu nome.
A cruz de Cristo é a glória do Evangelho!

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conceituar a tentação.
Pontuar a origem da tentação.
Compreender o propósito da tentação.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
“Pela tentação de Jesus Cristo, a tentação de Adão chegou ao fim. Tal como na tentação de Adão caiu toda a carne, assim toda a carne foi libertada do poder de Satanás na tentação de Jesus Cristo, pois Jesus Cristo carregou nossa carne, ele sofreu nossa tentação e obteve triunfo” (Dietrich Bonhoeffer).
Prezado professor, reproduza este fragmento textual conforme as suas possibilidades e distribua-o aos alunos. Conclua a lição refletindo, juntamente com a classe, sobre o texto do teólogo alemão.
Afirme que há um Sumo Sacerdote que em tudo foi tentado, mas sem pecado: Jesus Cristo. Este é a mediação entre Deus e o homem e, por isso, podemos ir ao Pai com confiança (Hb 4.15,16).


COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Tentação:
Impulso para a prática de alguma coisa censurável ou não recomendável.
 Definitivamente, o homem moderno não está preparado para sofrer. Os membros de muitas igrejas evangélicas, através da Teologia da Prosperidade, têm se iludido com a filosofia enganosa do “não sofrimento”. O resultado é que quando o iludido sofre o infortúnio, perde a fé em “Deus”.
Mas, que se entenda bem, num “deus” que nada tem com as Escrituras! A lição dessa semana tem o objetivo de resgatar esse ensinamento evangélico (Tg 1.2). Aprenderemos acerca da tentação, do sofrimento e da provação, não como consequência de uma vida de pecado ou de falta de fé,
 mas como o caminho delineado por Deus para o nosso aperfeiçoamento. Ninguém melhor do que Jesus Cristo, com seu exemplo de vida, para nos ensinar tal lição (Hb 5.8). O convite do Mestre é um chamado ao sofrimento por amor do seu nome (Jo 16.33; Mt 5.10-12).
I. O FORTALECIMENTO PRODUZIDO PELAS TENTAÇÕES (Tg 1.2,12).
1. O que é tentação. O termo empregado na Bíblia tanto no hebraico, massah, quanto no grego, peirasmos, para tentação, significa “prova”, “provação” ou “teste”.
A expressão pode estar relacionada também ao conflito moral, isto é, a uma incitação ao pecado. De fato, como mostram as Escrituras, a tentação é uma provação, uma espécie de teste. O pecado, por sua vez, já se trata de um ato imoral consumado.
Por isso, a tentação não é, em si mesma, pecado, pois ninguém peca quando passa pelo processo “probatório”. A própria vida terrena do Senhor Jesus demonstra, com clareza, a distinção entre tentação e pecado. A Epístola aos Hebreus afirma que Jesus, o nosso Senhor, em tudo  foi tentado.
Ele foi provado e testado em todas as coisas. Todavia, o Mestre não pecou (Hb 4.14-16). Portanto, confiantes de que Jesus Cristo é o nosso Sumo Sacerdote perfeito, devemos nos aproximar, com fé, do trono da graça sabendo que Ele conhece as nossas tentações e pode nos dar a força necessária para resistirmos (1Co 10.13).
2. Fortalecimento após a tentação (v.2). Do mesmo modo que o ouro precisa do fogo para ser refinado ou purificado, o cristão passa pelas tentações para se aperfeiçoar no Reino de Deus (1 Pe 1.7).
Quando tentado, o crente é posto à prova para mostrar-se aprovado tal como Cristo, que foi conduzido ao deserto para ser tentado por Satanás e embora debilitado e provado espiritualmente, saiu do deserto vitorioso e fortalecido, tendo em seguida iniciado seu ministério terreno de pregação a respeito do Reino de Deus (Lc 4.1-13).
À luz do exemplo de Cristo, compreendemos bem o que Tiago quer dizer quando exorta-nos a termos “grande gozo quando [cairmos] em várias tentações”. Tal conselho aponta para a certeza de que ao passar pela tentação, além de paciente e maduro, o crente se sentirá ainda mais fortalecido pela graça de Deus.
3. Felicidade pela tentação (v.12). Quando o cristão é submetido às tentações há uma tendência de ele entregar-se à tristeza e à angústia. Mas atentemos para esta expressão: “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação”.
Em outras palavras, como é feliz, realizado ou atingiu a felicidade aquele crente que é provado, não em uma, mas em várias tentações (v.2). Ser participantes dos sofrimentos de Cristo e ao mesmo tempo felizes parece paradoxal.
A Bíblia, porém, orienta-nos a que nos alegremos em Deus porque a tribulação produz a paciência, e esta, a experiência que, finalmente, culmina na esperança (Rm 5.3-5). Isto mesmo! Vivemos sob a esperança de receber diretamente de Jesus a coroa da vida.
Uma recompensa preparada de antemão pelo nosso Senhor para os que o amam. Você ama ao Senhor? É discípulo dEle? Então, não tema passar pela tentação. Há uma promessa: Você “receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam”.
Alegre-se e regozije-se em ser participante das aflições de Cristo, pois é justamente nessa condição — de felicidade verdadeira —, que Ele nos deixará por toda a eternidade quando da revelação da sua glória (1Pe 4.12,13)!
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A tentação é uma espécie de prova ou teste, que uma vez vencido, fortalece a vida do crente.
II. A ORIGEM DAS TENTAÇÕES (Tg 1.13-15).
1. A tentação é humana. Embora a tentação objetive provar o crente, as Escrituras afirmam que ela não vem da parte de Deus, mas da fragilidade humana (Tg 1.13).
O ser humano é atraído por aquilo que deseja. A história de Adão e Eva nos mostra o primeiro casal sendo tentado por aquilo que lhe atraía (Gn 3.2-6). Mesmo sabendo que não poderiam tocar na árvore no centro do Jardim do Éden, depois de atraídos pelo desejo, Adão e Eva entregaram-se ao pecado (Gn 3.6-9).
A Epístola de Tiago aplica o termo “gerar”, utilizado no versículo 15, à ideia de que ninguém peca sem desejar o pecado. Assim, antes de ser efetivamente consumada, a transgressão passa por um processo de gestação interior no ser humano. Portanto, a origem da tentação está nos desejos humanos e jamais no Altíssimo, “porque Deus [...] a ninguém tenta”.
2. Atração pela própria concupiscência. O texto bíblico é claro ao dizer que “cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (v.14). A tentação exterioriza o vício, os desejos, a malignidade da natureza humana, isto é, a concupiscência.
Ser tentado é sentir-se aliciado pela própria malícia ou os sentimentos mais reclusos de nossa natureza má. Você tem ouvido o ressoar das suas malícias? Elas te atraem? Ouça a Epístola de Tiago! Não dê vazão às pulsões interiores, antes procure imitar Jesus afastando-se do pecado. Assim, não darás luz ao pecado e viverás.
3. Deus nos fortalece na tentação. Embora a tentação seja fruto da fragilidade humana, quando ouvimos o Espírito Santo, Deus nos dá o escape em tempo oportuno: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1Co 10.13).
O Santo Espírito nos fará lembrar a Palavra de Deus para não pecarmos contra o nosso Senhor Altíssimo (Is 30.21; Jo 14.26). Todavia, para que isso seja uma realidade em nossa vida, precisamos cultivara Palavra de Deus em nossos corações (Sl 119.11).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A origem das tentações é a fragilidade humana, a atração pela própria concupiscência. Todavia, Deus é a fonte do nosso fortalecimento na tentação.
III. O PROPÓSITO DAS TENTAÇÕES                  (Tg 1.3,4,12).
1. Para provar a nossa fé (v.3). Na época de Tiago, os cristãos estavam desanimados por passarem duras provas de perseguição.
No versículo três, o meio-irmão do Senhor utiliza então o termo “sabendo”, o qual se deriva do verbo grego ginosko e significa saber, reconhecer ou compreender, para encorajá-los a compreenderem o propósito das lutas enfrentadas na lida cristã: Deus prova a nossa fé (Tg 1.12).
À semelhança do aluno que estuda e pesquisa para submeter-se a uma prova e, em seguida, ser aprovado e diplomado, os filhos de Deus são testados para amadurecer a fé uma vez dada aos santos (Jo 16.33; Jd 3).
O capítulo 11 da epístola aos Hebreus lista inúmeras pessoas que tiveram sua fé provada, porém, terminaram vitoriosas e aprovadas. Por isso o referido texto bíblico é conhecido como a “galeria dos heróis da fé”.
2. Produzir a paciência (vv.3,4). No grego, “paciência” deriva de hupomone e denota a capacidade de perseverar, ser constante, ser firme, suportar as circunstâncias difíceis. A palavra aparece em o Novo Testamento ao lado de “tribulações” (Rm 5.3), aflições (2Co 6.4) e perseguições (2Ts 1.4).
Mas também está ligada à esperança (Rm 5.3-5; 15.4,5; 1Ts 1.3), à alegria (Cl 1.11) e, frequentemente, à vida eterna (Lc 21.19; Rm 2.7; Hb 10.36).
O termo ilustra a capacidade de uma pessoa permanecer firme em meio à alguma pressão, pois quem é portador da paciência bíblica não desiste facilmente, mesmo sob as circunstâncias das provas extremas (Jó 1.13-22; 2.10).
Tiago encoraja-nos então a alegrarmo-nos diante do enfrentamento das várias tentações (v.1), pois a paciência é resultado da prova da nossa fé.
3. Chegar à perfeição. A habilidade de perseverar ou desenvolver a paciência não acontece da noite para o dia. Envolve tempo, experiência e maturidade.
O meio-irmão do Senhor destaca na epístola a paciência para que o leitor seja estimulado a chegar à perfeição e, consequentemente, à completude da vida cristã, que se dará na eternidade.
A expressão “obra perfeita” traz a ideia de algo gradual, em desenvolvimento constante, com vistas à maturidade espiritual.
O motivo pelo qual o cristão é provado não é outro senão para que persevere na vida cristã e atinja o modelo de perfeição segundo Cristo Jesus (Sl 119.67; Hb 5.8; Ef 4.13).  
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O propósito das tentações é amadurecer o crente, para que este desenvolva a paciência e chegue à perfeição.  
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabemos que todo cristão passa por aflições e tentações ao longo da vida. Talvez você esteja vivendo tal situação. Lembre-se de que o nosso Senhor Jesus passou por inúmeras tribulações e tentações, mas venceu todas, tornando-se o maior exemplo de vida para os seus seguidores.
Cada tentação vencida pelo crente significa um avanço rumo ao amadurecimento espiritual. Um dia ele atingirá a estatura de varão perfeito à medida da estatura de Cristo (Ef 4.13). Este é o nosso objetivo na jornada cristã! Deus nos recompensará!
Estejamos firmes no Senhor Jesus, pois Ele já venceu por nós e por isso somos mais que vencedores.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009. RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“A Tragédia do Desejo Consumado (1.15)
No versículo 14, concupiscência provavelmente refere-se a qualquer atração para o mal. A linguagem, no entanto, é mais comumente associada à indução ao pecado sexual. Tiago usa essa figura no versículo 15 para traçar o curso do mal, iniciando com um pensamento errado, que resulta em um ato pecaminoso e termina com o julgamento de Deus. Um pensamento errado dá à luz quando lhe damos o consentimento da vontade. Segue-se então o ato em si. Sendo consumado não se refere tanto ao ato completado do pecado, mas sim ao acúmulo de atos maus que constitui uma vida pecaminosa. Philips associa este versículo ao versículo 16 e o interpreta da seguinte forma: ‘E o pecado com o tempo significa morte — não se enganem, meus irmãos!‘” (TAYLOR, S. Richard. Comentário Bíblico Bacon: Hebreus a Apocalipse. Volume 2, 1 ed., RJ: CPAD, 2006, p.160).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“A Tentação Vem de Dentro (1.14)
Tiago conhecia os poderes sobrenaturais do mal que agiam no mundo (cf. 3.6), mas aqui ele procura ressaltar o envolvimento e a responsabilidade pessoal do homem ao cometer pecados. O engodo do mal está em nossa própria natureza. Ele está de alguma forma entrelaçado com a nossa liberdade. A questão é: ‘Será que eu preferiria ser livre, tentado e ter a possibilidade de vitória ou ser um bom robô?’. O robô está livre de tentação, mas ele também não conhece a dignidade da liberdade ou o desafio do conflito e não conhece nada acerca da imensa alegria quando vencemos uma batalha.
Tiago diz que cada um é atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Essa palavra epithumia (‘desejo’, RSV) pode ter um significado neutro, nem bom nem mal. Assim, H. Orton Wiley escreve: ‘Todo apetite nunca se controla, mas está sujeito ao controle. Por isso o apóstolo Paulo diz: ‘Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado’ (1Co 9.27)’. Este talvez seja o sentido que Tiago emprega aqui.
No entanto, na maioria dos casos no Novo Testamento, epithumia tem implicações maléficas. Se for o caso aqui, quando um homem é seduzido para longe do caminho reto, isso ocorre por causa de um desejo errado. Tasker escreve: ‘Este versículo, na verdade, confirma a doutrina do pecado original. Tiago certamente teria concordado com a declaração de que ‘a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice’ (Gn 8.21). Desejos concupiscentes, como nosso Senhor ensinou de maneira tão clara (Mt 5.28), são pecaminosos mesmo quando ainda não se concretizaram em ações lascivas’. Se essa interpretação for verdadeira, há aqui mais uma dimensão na origem da tentação. Desejos errados podem ser errados não somente porque são incontrolados, mas porque, à parte da presença santificadora do Espírito, eles são carnais” (TAYLOR , S. Richard. Comentário Bíblico Beacon: Hebreus a Apocalipse. Volume 2, 1 ed., RJ: CPAD, 2006, pp.159-60).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O Propósito da Tentação
“Não nos deixes cair em tentação”. Foi a oração de Jesus ensinada aos discípulos. No tempo da provação, angústia, tristeza e sofrimento são realidades presentes na vida do discípulo de Cristo. Infelizmente, e em nome de uma teologia, muitos desejam descartar da vida esta realidade humana e não dá ao seguidor do caminho o direito de sofrer. Não é isto que a Palavra de Deus nos ensina! Pelo contrário, o sofrimento por Cristo nos dá a oportunidade de mostrarmos a nossa fé e amor por Ele, como os mártires que não retrocederam na convicção do Evangelho.
A lição desta semana tem um penoso objetivo: o de resgatar a doutrina bíblica do sofrimento por Cristo. Esta, por vezes, tem sido esquecida pela Igreja Evangélica. Quando falamos de sofrimento, algumas pessoas nos perguntam: “Mas por que o crente deveria sofrer?”; “Devemos ensinar a teologia da miséria?” etc. Tais perguntas são descabidas, pois não escolhemos sofrer por Jesus, é Este quem nos escolhe. Por consequência, ao vivermos para Cristo precisamos estar dispostos a também sofrermos por Ele. Note as palavras do Meigo Nazareno: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida a salvará. Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.23-25).
As expressões “negue-se a si mesmo”, “tome cada dia a sua cruz” e “siga-me” significam o convite para peregrinarmos o caminho da execução do nosso eu. Este é o caminho da Cruz de Cristo! Há, porventura, coisa mais difícil do que negar a nós mesmos? Esmagar a nossa vontade para fazer a do outro? A expressão “cada dia” revela-nos que o caminho da cruz deve ser feito por nós, diariamente, crucificando assim o “eu”. O teólogo French L. Arrington amplia este conceito: “Tomar a cruz significa uma resolução diária em negar a si mesmo por causa do Evangelho. [...] Não é questão momentânea, mas um modo de vida. Os cristãos nunca devem deixar de carregar a cruz” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, CPAD, p.374).
O Evangelho não deixa outra escolha: o nosso caminho é o do sofrimento por Cristo. O ensino de Tiago sobre o sofrimento está em pleno acordo com o Evangelho de Cristo.