terça-feira, 2 de setembro de 2014

Lições Bíblicas - 3º Trimestre 2014 - Jovens e Adultos.

LIÇÃO 10
PERIGO DA BUSCA PELA AUTO REALIZAÇÃO HUMANA

07 de setembro de 2014
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO

 “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tg 4.10)

VERDADE PRÁTICA


A realização humana, à parte de Deus, é impossível de acontecer pois a criatura não pode viver longe do Criador.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


   “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tg 4.10)

O contexto do nosso texto áureo fala sobre a necessidade de resistirmos às paixões, conforme nos exorta os versículos 1 a 12 de Tiago 4. Aqui podemos compreender a luta que travamos dentro de nós. Sabemos que não faz parte do ser humano buscar a humildade, mas o homem natural busca a “liberdade”, o poder, a auto-suficiência.
Humilhar perante o Senhor é uma atitude de quem está em Cristo, porque compreende que somente Ele é quem pode exaltar, no entanto, essa exaltação apresentada aqui por Tiago, nada tem haver com carnalidade.
Trata-se da preparação da alma, é uma humilhação que necessitamos passar para nos libertar das paixões do nosso corpo para que possamos receber a alegria e gozo espirituail. Portanto, jamais devemos permitir que sejamos levados pelo sistema “prazeroso” do mundo, pela maneira e forma de agir dos homens mundanos.
Tiago nos exorta: “humilhai-vos”, porque Deus dá graça aos humildes, para isso ele elenca uma série de atitudes ou estágios de “humilhação” tal como: sujeição a Deus, resistência ao diabo (v. 7), aproximação de Deus, purificação de atos e do homem interior (v. 8), aflição, lamentação, choro, tristeza de coração (v. 9). Todos esses elementos fazem parte necessária de nossa humilhação diante do Senhor.


RESUMO DA LIÇÃO 10

O PERIGO DA BUSCA PELA AUTOREALIZAÇÃO HUMANA
I – ORIGEM DOS CONFLITOS E DAS DISCÓRDIAS (Tg 4.1-3)
1. Que sentimentos são esses?
2. A origem dos males (Tg 4.2).
3. O porquê de não recebermos bênçãos (Tg 1.3).

II – A BUSCA EGOÍSTA (Tg 4.4,5)
1. Adúlteros e amigos do sistema mundano (Tg 4.4).
2. “Inimigos de Deus”.
3. O Espírito tem “ciúmes” (Tg 4.5).

Ill - A BUSCA DA AUTOREALIZAÇÃO (Tg 4.6-10)
1. Humilhando-se perante Deus (Tg 4.6,7).
2. Convertendo a soberba em humildade (Tg 4.8,9).
3. “Humilhai-vos perante o Senhor” (Tg 4.10).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 4.1-10
De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes? Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.
INTERAÇÃO
Todo ser humano almeja se realizar profissionalmente, no ministério, em família e nas diversas áreas da vida.
Esta busca é normal e legítima.
Ela faz om que venhamos a trabalhar, estudar, casar, ter filhos, sonhos e projetos.
Todavia, a realização pessoal se torna pecado quando ela é colocada acima de Deus.
A Palavra de Deus é bem clara quanto a isto: “Mas buscai o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
Deus deseja que venhamos ter uma vida abundante, de realizações, mas não podemos deixar de levar e apresentar a Ele todos os nossos projetos.
Se nossos alvos são alcançados, não é por merecimento próprio, mas porque Deus assim permitiu pela sua graça e bondade infinitas.
Não seja arrogante ou autossuficiente, mas se humilde perante o Senhor e Ele o exaltará.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar qual é a origem dos conflitos e discórdias na vida do crente e da igreja.
Mostrar que o crente não pode flertar com o sistema do mundo.
Compreender que a autorrealização não pode vir em primeiro lugar em nossas vidas.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Autorrealização : Ato ou efeito de realizar a si próprio.

Realização profissional, pessoal e o desejo de uma melhor qualidade de via são anseios legítimos do ser humano.
Entretanto, o problema existe quando esse anseio torna-se uma obsessão, um desejo cego, colocando o Senhor nosso Deus à margem da vida para eleger um ídolo: o sonho pessoal.
Ao concluirmos o estudo dessa semana veremos que não se pode abrir mão de Deus para realizarmos os nossos sonhos, pois os dEle devem estar em primeiro lugar!

I. A ORIGEM DOS CONFLITOS E DAS DISCÓRDIAS (Tg 4.1-3).
1. Que sentimentos são esses?Tiago abre o capítulo 4 perguntando: “Donde vêm as guerras e pelejas entre vós?” Em seguida, responde retoricamente: “Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” (v.1).
Aqui, o líder da igreja de Jerusalém denuncia o tipo de sabedoria que estava predominando na igreja: a terrena, animal e diabólica. Por quê? Ora, entre aqueles crentes havia “guerras e pelejas”, enquanto os menos favorecidos estavam à margem dessas ambições. Estava nítido que eles não semeavam a paz.
2. A origem dos males (Tg 4.2). “Combateis e guerreais” (v.2), é a afirmação do meio-irmão do Senhor em relação àquelas igrejas. Tiago não mascara o que está no coração humano: a cobiça e a inveja.
Estas são as predisposições básicas da nossa natureza para desenvolver uma atitude combativa e de guerra contra as pessoas, até mesmo em nome de Deus (Jo 16.2). Quem procede assim ainda não entendeu o Evangelho e nem mesmo atina para a verdade que Deus não tem compromisso algum com os desejos egoístas, mas atenta à pureza e a verdadeira motivação do coração (1 Sm 16.7; Lc 18.9-14).
3. O porquê de não recebermos bênçãos (Tg 1.3). O texto sagrado mostra o porquê de as pessoas que agem assim não receberem as bênçãos de Deus, apesar de muitas vezes aparecerem “profetas” profetizando o contrário.
Em primeiro lugar, Deus não é um garçom que está diuturnamente ao nosso serviço. Segundo, como vimos, Ele não têm compromisso com os nossos interesses mundanos. E, finalmente, quando pedimos, o pedimos mal, pois não é a vontade divina que está em nosso coração, mas o desejo egoístico da natureza humana pedindo a Deus para chancelá-lo.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
As guerras e pelejas entre os crentes são frutos dos desejos egoístas e carnais que carregamos em nosso interior.
II. A BUSCA EGOÍSTA (Tg 4.4,5)
1. Adúlteros e amigos do sistema mundano (Tg 4.4). Tiago chama de “adúlteros e adúlteras” os crentes que flertaram com o sistema do mundo. Mas a qual sistema mundano o escritor da epístola se refere?
Olhando para o contexto anterior da passagem em apreço, veremos que Tiago se refere às más atitudes (a inveja, a cobiça, o deleite carnal, as pelejas e as guerras, isto é, o egoísmo do coração humano) que caracterizam o sistema presente deste mundo. Os que flertaram com tal sistema fizeram-se inimigos de Deus.
2. “Inimigos de Deus”. O líder da igreja de Jerusalém faz esta afirmação baseado nas duas imagens linguísticas usadas por ele para configurar a amizade dos crentes com o sistema mundano: “adúlteros e adúlteras”.
Quando Tiago usa essas duas imagens, ele quer mostrar que da mesma forma que Israel procurou estabelecer acordos não só com o Deus de Abraão, mas também com Baal, Asera e outras divindades de Canaã, os leitores de Tiago também procuraram estabelecer tanto a amizade com o mundo, quanto com Deus.
Todavia, Tiago mostra que a amizade com Deus e com o mundo, transformará as pessoas em “inimigas de Deus”.
3. O Espírito tem “ciúmes” (Tg 4.5).O Espírito Santo que em nós habita é zeloso. Ele é o selo que marca-nos como propriedade exclusiva de Deus (2Co 1.21,22; 1Pe 2.9). No versículo cinco do capítulo quatro, os leitores de Tiago aparecem como o objeto dos “ciúmes do Espírito”.
Por isso, o autor sagrado os confronta chamando-os de “adúlteros e adúlteras”. Tal advertência é a admoestação de Deus para o seu povo.
Aqui, também cabe lembrar-nos de uma promessa registrada na Primeira Epístola Universal de João: temos um advogado à destra de Deus (2.1,2).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Os crentes que estão divididos entre a igreja e o mundo são denominados por Tiago de “adúlteros e adúlteras”. O crente jamais deve flertar com o sistema do mundo.
III. A BUSCA DA AUTORREALIZAÇÃO (Tg 4.6-10)
1. Humilhando-se perante Deus (Tg 4.6-7). Uma vez admoestados pelo Espírito Santo, temos a promessa de que Ele nos dará “maior graça”.
Tal maior graça é o fato de que “Deus resiste aos soberbos”, mas “dá, porém, graça aos humildes”. Se acolhermos a advertência do Senhor, a tão almejada realização humana acontecerá de maneira completa em Deus.
Humilharmo-nos diante do Senhor é reconhecermos quem somos à luz da sua admoestação. É acolher com humildade o confronto do Senhor.  O arrogante, o soberbo e o ganancioso nunca terão esta atitude e, por isso, serão abatidos.
E ainda, à luz do ensino de Tiago, resistir ao Diabo significa não desejar as mesmas coisas que a falsa sabedoria nos oferece: egoísmo, orgulho, soberba etc. É não almejarmos a posição dos mestres orgulhosos e soberbos, mas contentarmo-nos com a vocação de servirmos ao Senhor, voluntária e espontaneamente, em espírito e em verdade (Jo 4.23).
2. Convertendo a soberba em humildade (Tg 4.8,9). Se o orgulhoso e o soberbo decidirem-se por se achegarem a Deus, o Senhor lhes será propício.
A mão de Deus “não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir” (Is 59.1). O que precisa acontecer é um verdadeiro arrependimento!
 A exortação bíblica de Tiago a essas pessoas é que o “riso” e a “aparente felicidade” delas, produzidos pela amizade do mundo, convertam-se em “choro”, “lamento” e “miséria” (v.9; cf. 2Co 7.10), assim que elas perceberem-se como “inimigas de Deus”. Esta é a atitude genuína de um verdadeiro arrependimento.
3. “Humilhai-vos perante o Senhor” (Tg 4.10). Ao abrir mão de nossa autorrealização sob as perspectivas mundanas do egoísmo, do individualismo, da soberba e da inveja, seremos pessoas satisfeitas e realizadas com o Dono da vida.
Como poderemos ser felizes sem a presença do Doador da vida (Jo 12.25)?
A exaltação do Senhor ser-nos-á dada mediante a sua graça e bondade infinitas.
Humilhemo-nos, portanto, debaixo da potente mão de Deus (1Pe 5.6)!  
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Como criatura, precisamos humilhar diante do nosso Criador, reconhecendo que sem Ele nada somos e nada podemos fazer.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos ensinamentos do Senhor Jesus, desfrutaremos da verdadeira felicidade em Deus. Que venhamos atentar para o ensinamento desta lição, humilhando-nos na presença de Deus através de Cristo Jesus.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O.  Comentário Histórico-Cultural do Novo Testmaento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
ARRINGTON, French L. STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. 4ª ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Guerras e Pelejas”
Essas ‘guerras e pelejas’ dentro do indivíduo, que levam à ‘guerras e pelejas’ dentro da comunidade, poderiam ser evitados se as pessoas simplesmente pedissem a Deus as coisas que necessitam, particularmente a ‘sabedoria’ ou a ‘palavra’, que conformaria seus desejos à vontade de Deus. Pois, mesmo quando realmente pedem, seus motivos divinos e pecaminosos (manifestado aqui pelo desejo de ‘gastar em vossos deleites’) representam a certeza de que não ‘receberão do Senhor alguma coisa’.
Existem entre os comentaristas uma acentuada tendência para interpretar a exortação de Tiago ‘combateis e guerreais’ (4.2), como uma simples figura de retórica. De acordo com estes estudiosos, Tiago está acompanhando a precedência de Jesus quando se referiu ao ódio como assassinato (veja Mt 5.21,22). “Porém, pode existir um aspecto pelo qual Tiago acredita que essa alegação seja apropriada dentro de um sentido mais literal” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. 4ª Edição. RJ, CPAD: 2009, p. 877).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliológico
 “A expressão que Tiago usa para chamar a audiência de ‘adúlteros e adúlteras’ (v.4), provavelmente se originou não só de uma anterior associação com os mandamentos que condenam o assassinato e o adultério (2.11), como também da associação usual de ‘deleites’ (4.3) com o desejo sexual. Isso lembra duas poderosas imagens do Antigo Testamento: uma delas é a descrição do ‘caminho da mulher adúltera’ que ‘come’ (um eufemismo para as relações sexuais) e depois diz, ‘não cometi maldade’ (Pv 30.20). Sua declaração está de acordo com aquela atitude de impunidade e de vulgaridade, à qual Tiago acusa de levar seus leitores a cometer pecados.
Outra imagem é a tradição profética que considerava Israel como a esposa infiel de Deus (Jr 3.20; Ez 16; Os 2.2-5; 3.1). Da mesma forma como Israel procurou estabelecer acordos não só com o Deus de Abraão, mas também com Baal, Asera e outras divindades de Canaã, os leitores de Tiago também procuraram estabelecer tanto a ‘amizade com o mundo’, quanto com Deus. Mas tão certo como o adultério destrói o relacionamento entre os casais, o desejo ambivalente pelo bem e pelo mal — amizade com Deus e com o mundo — ao final transformará as pessoas em ‘inimigos de Deus’” (ARRINGTON, French L; STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. 4ª Edição. RJ, CPAD: 2009, p.877).


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O perigo da busca pela Autorrealização Humana
Por que existem conflitos, discórdias e males entre as pessoas cristãs? Tiago, o meio-irmão do Senhor, retoricamente, pergunta: “Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites que nos vossos membros guerreiam?” (v.1). Esta é a origem dos conflitos e das discórdias que o autor da epístola descreve na seção bíblica 3.1-3. Quão enganoso e destrutivo é o coração humano!
No terceiro capítulo, Tiago demonstra que a maioria das nossas desavenças e tramas perversas é fruto da ambição, ignomínia e sede de vermos o nosso desejo realizado. E qual o objetivo desta realização? O deleite! O líder da igreja de Jerusalém expõe a nudez da alma humana. Daí é que surgem muitas frustrações espirituais e da própria alma. O indivíduo tem uma relação com Deus não segundo a vontade divina, mas a sua própria, pois colocaram em sua cabeça que as bênçãos de Deus são para os seus deleites e prazeres. Neste ponto, Tiago é taxativo: “Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (4.2,3).
“Porque não pedis”, Tiago destaca esta expressão para compará-la, logo em seguida, com a outra posterior: “Pedis e não recebeis”. Porque alguém pede a Deus e não recebe, já que o nosso Senhor prometeu dar-nos tudo o que pedíssemos em seu nome? Esta é uma pergunta que só pode ser respondida à luz de um autoexame sincero, pois a Palavra responde com clareza: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”. Temos de ter o cuidado, para não confundirmos a vontade de Deus com a nossa própria. Não podemos usar o nome de Deus para realizar as vontades e os prazeres particulares. Deus não se usa!

Portanto, desafie a classe para um autoexame honesto, sincero e transparente à luz da Palavra de Deus. Nada é melhor que o homem desnudar-se na presença do Altíssimo. O nosso Pai sabe o que está em nosso coração e qual a nossa verdadeira motivação de vida diante dEle. Num tempo dominado pelas ambições e prazeres humanos, a palavra ensinada por Tiago chega a uma ótima hora e desafia-nos a olharmos para nós e perguntarmo-nos: o que há em meu coração? FONTE: www.professoralberto.com.br

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Lição 8 - 3º Trimestre 2014 - Jovens e Adultos.



LIÇÃO 08
O CUIDADO COM A LÍNGUA

24 de agosto de 2014
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO

 "Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo"  (Tg 3.2).

VERDADE PRÁTICA


A nossa língua pode destruir vidas, portanto, sejamos cuidadosos com o que falamos.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


"Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo"  (Tg 3.2).

Nosso texto áureo está inserido no capítulo 3 versículos 1 a 17 sobre o tropeço na palavra. No Comentário Bíblico Beacon encontramos a seguinte consideração sobre Tiago 3.2:

O apóstolo nos lembra que todos tropeçamos em muitas coisas (v. 2). Uma tradução mais correta seria: “Todos nós cometemos erros” (RSV). Todos nós podemos tropeçar (cf. 1 Co 10.12); todos nós temos grandes chances de cometer equívocos e somos propensos a errar; por isso, corremos sérios riscos ao assumir voluntariamente o papel de guia. Wesley comenta: “Não coloque mais sobre as suas costas do que DEUS confiou a vocês, visto que é tão difícil não ofender ao falar muito”. Tiago usa o artifício da repetição de palavras para aumentar a ênfase. “Tropeçamos” em 2a é seguido de tropeça em 2b. Ele diz que se alguém não tropeça em palavra — se não cometemos erro no falar — podemos ser considerados homens perfeitos. Aquele que controla suas palavras pode refrear (guiar ou controlar) toda a sua conduta. Isso provavelmente não é um termo literal porque um homem poderia manter sua fala sob controle e mesmo assim pecar de outra forma. Tiago está usando um tipo de provérbio — uma generalização para enfatizar o lugar-chave da fala na vida cristã. Ela é comparável à afirmação de JESUS: “Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.37).O que Tiago quer dizer com varão [...] perfeito? O adjetivo perfeito (teleios) normalmente refere-se ao propósito ou função do substantivo modificado. Nesse contexto, poderia significar: “aqueles que alcançam plenamente o seu elevado chamado”. O cristão que é cristão no seu falar está agradando plenamente a DEUS. Ele é varão [...] perfeito, no sentido que JESUS ordenou aos seus discípulos a usar um falar franco e direto (Mt 5.37) e então acrescentou: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.48). A luz dessa verdade um cristão apenas pode se unir à oração do Salmista: “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, rocha minha e libertador meu!” (SI 19.14). (HARPER, 2009, p. 174)


Já no Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal encontramos a seguinte consideração sobre Tiago 3.2:

Todos tropeçamos em muitas coisas, ou nos enganamos quando estamos descuidados. Todos tropeçamos, mas os nossos erros mais frequentes acontecem quando estamos falando. Por termos a tendência de cometer erros ao falar, precisamos ter ainda mais cuidado e permitir que DEUS controle o que dizemos. Ele é capaz de orientar a nossa motivação, os nossos pensamentos, a nossa escolha de palavras, e até mesmo o impacto que as nossas palavras têm sobre os outros. Muitas pessoas podem pensar que é impossível controlar a língua, mas a maioria das pessoas nem sequer começou a tentar. A capacidade de controlar a língua é a marca da verdadeira maturidade para o cristão (veja I.I9, “ser tardio para falar”). Quando JESUS confrontou os líderes religiosos sobre as acusações que tinham contra Ele, Ele disse que a boca fala do que há em abundância no coração – mostrando que aquilo que há dentro de uma pessoa afeta o que ela faz com as suas palavras (Mt 12.33-37). O Senhor também disse que nós devemos prestar contas por qualquer palavra descuidada que proferirmos (Mt 12.36). As pessoas que conseguem controlar as suas línguas serão capazes de refrear todo o corpo. A sabedoria e o amor de DEUS e o autocontrole dado pelo ESPÍRITO SANTO nos ajudarão a exercer este controle (veja Pv 15.1-4). COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO APLICAÇÃO PESSOAL, Vol 2. pag. 678).

Portanto o apóstolo Tiago coloca a questão da língua num aspecto extremamente relevante, que é questão do tropeço. Nós tropeçamos em muitas coisas, aquele que não tropeça no falar é perfeito varão, é capaz de manter o controle de todo seu corpo (3.2). Obviamente todos nós já falhamos, já tropeçamos em nossa própria língua. Quantas vezes já ficamos envergonhados de falar aquilo que não deveríamos ter falado, na hora em que não deveríamos ter falado, com a pessoa que não deveríamos ter falado, com a intensidade e o volume da voz que não deveríamos ter usado. Uma palavra falada é como uma seta lançada, não tem jeito de retorná-la. E como um saco de penas soltas do alto de uma montanha não pode mais recolhê-las. Que o Senhor nos ajude e nos dê o domínio próprio, gere em nós o fruto do Espírito (Gl 5.22).

RESUMO DA LIÇÃO 08


O CUIDADO COM A LÍNGUA
I. A SERIEDADE DOS MESTRES (Tg 3.1,2)
1. O rigor com os mestres.
2. A seriedade com os mestres na igreja (v.1).
3. Perfeição que domina o corpo (v.2).
II. A CAPACIDADE DA LÍNGUA (Tg 3.3-9)
1. As pequenas coisas no governo do todo (vv.3-5).
2. "A língua também é um fogo" (vv.6,7). 
3. Para dominar a língua.
III. NÃO PODEMOS AGIR DE DUPLA MANEIRA (Tg 3.10-12)
1. Bênção e maldição (v.10).
2. Exemplos da natureza (vv.11,12).
3. Uma única fonte.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 3.1-12
1 Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. 
2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo. 
3 Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo.  
4 Vede também as naus que, sendo tão grandes e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. 
5 Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. 
6 A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. 
7 Porque toda a natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; 
8 mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. 
9 Com ela bendizemos a DEUS e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de DEUS: 
10 de uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. 
11 Porventura, deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? 
12 Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Assim, tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.
INTERAÇÃO
Prezado professor, dando prosseguimento ao estudo da Epístola de Tiago, hoje aprenderemos um tema atual e bem relevante - o cuidado que devemos ter com a nossa língua.
Tiago faz dos primeiros versículos do capítulo três um verdadeiro tratado a respeito da disciplina da língua. Porém, este assunto é destaque em toda a epístola. Observe os seguintes textos da epístola: 1.19, 26; 4.11,12; 5.12.
Sabemos que a língua é um pequeno membro do nosso corpo, todavia seu poder é sempre ambíguo. Sim, a língua tem poder para construir e para destruir, por isso, ela precisa ser controlada pelo Espírito Santo.
Sozinhos não conseguiremos refrear nossa língua e somente utilizá-la para glória de Deus. Precisamos da ajuda do Criador.
Segundo Tiago, o homem que domina esse pequeno órgão é um homem perfeito, com a capacidade de também refrear as demais partes do seu corpo.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar a responsabilidade dos mestres na igreja.
Conscientizar-se a respeito da capacidade da nossa língua.
Rejeitar a possibilidade de alguém utilizar a língua de modo ambíguo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
LÍNGUA:
Órgão muscular, situado na boca e na faringe, responsável pelo paladar e auxiliar na mastigação, na deglutição e na produção de sons.
Nessa lição veremos o quanto o crente deve ser cuidadoso na maneira de falar com os outros. Tema do terceiro capítulo da epístola, o meio-irmão do Senhor escreve sobre um pequeno membro do nosso corpo: a língua.
Este acanhado, mas poderoso órgão humano, pode destruir ou edificar a vida das pessoas. Por isso, a nossa língua deve ser controlada pelo Espírito Santo a fim de sermos canais de bênçãos para aqueles que nos ouve.  
I. A SERIEDADE DOS MESTRES (Tg 3.1,2)
1. O rigor com os mestres. A palavra hebraica para mestre é rabbi, cujo significado é "meu mestre". Os mestres eram honrados em toda a comunidade judaica, gozando de grande respeito e prestígio.
Na realidade, o ofício rabínico era uma das posições mais almejadas pelos judeus, pois era notória a influência dos mestres sobre as pessoas (Mt 23.1-7). Daí o porquê de muitos ambicionarem tal posição.
E é exatamente alarmado por isso que Tiago inicia então o capítulo três, referindo-se aos que acalentavam essa aspiração, visando obter prestígio, privilégio e fama, a que tivessem cuidado (v.1).
Antes de almejarmos o ministério da Palavra devemos estar cônscios de nossa responsabilidade e de que um dia o Altíssimo nos pedirá conta dos atos e dos talentos a nós dispensados.
2. A seriedade com os mestres na igreja (v.1). Em Mateus 5.19 lemos sobre a advertência de Jesus quanto à seriedade e a fidelidade dos discípulos no ensino do Evangelho.
Devido a sua importância, Jesus estabeleceu o ensino como um meio de propagar o Evangelho a toda criatura e, assim, ordenou a sua Igreja que fizesse seguidores do Caminho pelo mundo (Mt 28.19,20).
É interessante notarmos o paralelo que Tiago faz em relação à advertência proferida por Jesus em tempo anterior: Quem foi vocacionado para ser mestre não pode ter o "espírito" dos fariseus, mas o de Cristo (Mc 12.38-40).
3. Perfeição que domina o corpo (v.2). Quem domina ou controla a sua língua, sem cometer delitos (excessos, descontroles, julgamentos precipitados, difamações, etc.), sem dúvida, é "perfeito".
O controle da língua significa que a pessoa tem a capacidade de controlar as demais áreas da vida, pois a língua é poderosa "para também refrear todo o corpo".
Quem tem domínio sobre a língua, tem igualmente o coração preservado, pois a boca fala do que o coração está cheio. Discipline-se! Faça um propósito com Deus e consigo mesmo: não empreste os seus lábios para fazer o mal.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A língua é um pequeno órgão do nosso corpo, porém seu poder é comparado a um fogo destruidor.
II. A CAPACIDADE DA LÍNGUA (Tg 3.3-9).
 1. As pequenas coisas no governo do todo (vv.3-5). Tiago faz uma analogia acerca da nossa capacidade de usarmos a língua. Ele remete-nos ao exemplo do leme dos navios e do freio dos cavalos.
Apesar de tais objetos serem pequenos, porém, são fundamentais para controlar e dirigir transportes grandes e pesados. Assim, o apóstolo nos mostra que, apesar de pequena, a língua é capaz de realizar grandes empreendimentos - edificantes ou destrutivos. Como um pequeno membro é capaz de "acender um bosque inteiro"?
2. "A língua também é um fogo" (vv.6,7). Quantas pessoas não frequentam mais as nossas reuniões porque foram feridas com palavras? Você já se fez essa pergunta? É preciso usar nossa língua sabiamente, pois "a morte e a vida estão no poder da língua [...]" (Pv 18.21).
Grande parte dos incêndios nas florestas inicia através de uma pequena fagulha. Todavia, essa faísca alastra-se podendo destruir grandes áreas de vegetação. Da mesma forma, são as palavras por nós pronunciadas. Se não forem proclamadas com bom senso, muitas tragédias podem acontecer. 
3. Para dominar a língua. Ainda no versículo sete, Tiago faz outra ilustração em relação ao tema do uso da língua. Ele mostra que a natureza humana conseguiu domar e adestrar as bestas-feras, as aves, os répteis e os animais do mar.
Mas a língua do ser humano até hoje não houve quem fosse capaz de dominar. Por esforço próprio o homem não terá forças para domar o seu desejo e as suas vontades.
Mas quando Deus passa a nos governar, a língua do crente deixa de ser um órgão de destruição e passa a ser um instrumento poderoso e abençoador, usado para o louvor da glória do Eterno.
A fim de dominar a nossa língua, devemos entregar o nosso coração inteiramente ao Senhor, "Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca"         (Mt 12.34).

SINOPSE DO TÓPICO (2)
Aprendemos com o meio-irmão do Senhor que embora a língua seja um pequeno órgão do nosso corpo, ela tem poder para edificar e destruir pessoas e instituições. Precisamos submeter este pequeno órgão ao Criador.
III. NÃO PODEMOS AGIR DE DUPLA MANEIRA     (Tg 3.10-12).
1. Bênção e maldição (v.10). Tiago até reconhece a possibilidade de alguém usar a língua de modo ambíguo. Entretanto, deve a mesma língua que expressa o amor a Deus, deixar-se usar para destruir pessoas?
Apesar de o meio-irmão do Senhor dizer que tudo que existe obedece sua própria natureza, se experimentamos o novo nascimento, tornamo-nos uma nova criação, isto é, adquirimos outra natureza.
Esta tem de ser manifesta em nosso falar e agir. Portanto, se você foi transformado pela graça de Deus mediante a fé de Cristo, a sua língua não pode ser um instrumento maligno. A fofoca, a mentira, a calúnia e a difamação são obras carnais e não podem ter lugar em nossa vida.
2. Exemplos da natureza (vv.11,12). O líder da igreja de Jerusalém usa dois exemplos da natureza para apontar a incoerência de agirmos duplamente. Tiago questiona a possibilidade de a fonte que jorra água doce jorrar igualmente água salgada.
Para provar a impossibilidade natural deste fenômeno, o meio-irmão do Senhor pergunta, de maneira retórica, se uma figueira poderia produzir azeitonas, e a videira, figos.
Naturalmente, a resposta é um sonoro não! Portanto, a pessoa que bendiz ao Senhor não maldiz o próximo. Se Deus é amor, como podemos odiar alguém?
3. Uma única fonte.  Aquele que bebe da água da vida não pode fazer jorrar água para morte. Quem bebe da água limpa do Cristo de Deus não pode transbordar água suja. Portanto, a palavra proferida por um discípulo de Cristo deve edificar os irmãos, dar graça aos que ouvem e sarar quem se encontra ferido.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Como servos de Deus, não podemos utilizar nossa língua para expressar palavras de adoração ao Senhor e em seguida utilizá-la para destruir o nosso próximo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma vez Salomão disse que a boca do justo é manancial de vida (Pv 10.11), e que as palavras da boca do homem são águas profundas (Pv 18.4).
Tomemos o devido cuidado com a maneira como usamos a nossa língua. Não esqueçamos que, no dia do Juízo, daremos conta a Deus de toda palavra ociosa proferida pela nossa boca (Mt 12.36).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"Tiago emprega duas metáforas para descrever a habilidade da língua em 'refrear todo o corpo' - o freio nas bocas dos cavalos e o leme no navio. Nos dois exemplos, qualquer uma das menores partes é capaz de controlar a direção e as ações de todo conjunto. No entanto, a relação entre a língua e o resto do corpo é diferente daquela de um freio com o cavalo ou de um leme com o navio; ela não controla diretamente as ações de uma pessoa. Devido à imperfeita adaptação dessa analogia, alguns comentaristas sugeriram que Tiago está estendendo sua discussão ao papel dos professores da Igreja. É a 'língua' do mestre que controla todo o 'corpo' da Igreja. Porém, a principal preocupação de Tiago nessa seção da carta está dirigida às atitudes individuais dos crentes, e não à vida coletiva da Igreja (uma questão que ele analisa em 5.13-20). Assim sendo, [...] pode ainda estar fazendo uma ilustração da ideia dos ensinamentos de Jesus quando diz que 'do que há em abundância no coração, disso fala a boca' (Mt 12.34; Tg 3.10), onde o desejo do indeciso coração humano profere tanto a bênção quanto a maldição)" (ARRINGTON, French L; STRONSTD, Roger. (Eds.).  Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. 4. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009, pp. 873-74).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ARRINGTON, French L; STRONSTD (Eds.).  Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. 4.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009. FONTE: www.professoralberto.com.br