quinta-feira, 14 de junho de 2018

Lição 12 - 2º Trimestre 2018 - Uma Casa de Fazer Discípulos - Juniores.

Lição 12 - Uma Casa de Fazer Discípulos

 2º Trimestre de 2018
Texto bíblico – Atos 11.25,26.

Prezado(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos aprenderão que a Casa de Deus é um lugar onde aprendermos a ser discípulos do maior Mestre que já existiu. Certa vez Jesus disse aos judeus que acreditavam nEle: “— Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (cf. Jo 8.31,32). Um critério definido por Jesus para que as pessoas, de fato, se tornem seus discípulos é permanecer na Palavra dEle.
A obediência aos ensinamentos de Cristo expressa que verdadeiramente entendemos a proposta do evangelho. O Senhor nos escolheu para sermos um povo exclusivamente seu, separados e dispostos a alcançar outros para fazerem parte também deste Reino de Amor. E os seus ensinamentos não são pesados ou difíceis de praticá-los se, de fato, estamos dispostos a colocá-los em prática. O Senhor não pede de nós nada além daquilo que não podemos entregar.
O exemplo utilizado na lição de hoje revela esta verdade. Barnabé é conhecido na Bíblia como um homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé (cf. At 11.24). Ele foi o instrumento usado por Deus para conduzir Paulo até Antioquia e ali permaneceram durante um ano ensinando muitas pessoas a respeito da salvação. Esse período que Paulo passou ao lado de Barnabé foi muito importante para o seu crescimento espiritual, um verdadeiro treinamento missionário. Deus estava preparando Paulo para as adversidades que ele havia de enfrentar por pregar o evangelho de Cristo.
O discipulado é uma importante etapa que não deve ser ignorada. É uma fase de aprendizado em que aprendemos os preceitos básicos da fé e que não devem ser esquecidos por toda a caminhada cristã. Um detalhe importante neste contexto é o fato de que Deus levanta pessoas que se tornam grandes amigos e que fazem toda a diferença na caminhada da fé. Eis uma lição importante que seus alunos devem aprender: quem são as pessoas que Deus tem levantado para ajudá-los a permanecerem na fé? As amizades que partilhamos estão nos ajudando a crescer e ser uma pessoa melhor? Se este não for o caso é importante estar alerta, pois há certas amizades que, ao invés de nos ajudar, podem nos prejudicar e impedir que alcemos as bênçãos que Deus tem reservado para cada um de nós.
Mostre o exemplo da amizade entre Paulo e Barnabé. Explique que um ajudava ao outro, pois eles tinham o mesmo objetivo: pregar a Palavra de Deus e ajudar os irmãos que estavam passando necessidades (cf. At 11.28-30). Aproveite e realize a seguinte atividade com seus discípulos: confeccione dois cartazes. Um cartaz deverá apresentar as características de amizades que nos ajudam a permanecer firmes nos ensinamentos do Senhor. No outro cartaz, apresente as características de amizades que são prejudiciais para a nossa vida espiritual e podem nos atrapalhar de modo que não permaneçamos bons discípulos de Cristo. Ajude seus alunos a identificarem que tipo de amizade tem influenciado o relacionamento deles com o Mestre.
Por Thiago Santos
Educação Cristã - Publicações CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Pré-Adolescentes. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 12 - 2º Trimestre 2018 - O Amadurecimento Cristão - Pré Adolescentes.

Lição 12 – O Amadurecimento Cristão

 2º Trimestre de 2018
A lição de hoje encontra-se em: 1 Coríntios 13.11; 14.20.

Prezado(a) professor(a),

Na aula de hoje seus alunos terão a oportunidade de aprender a respeito do amadurecimento cristão. Talvez eles possam pensar que falar de maturidade é coisa para pessoas que já viveram bastante tempo e podem aconselhar os mais novos. No entanto, a Palavra de Deus nos ensina que enquanto estamos vivendo neste mundo nunca saberemos todas as coisas, pois sempre haverá algo novo a aprender. Assim como no crescimento físico o alimento é necessário para nutrir o organismo, na vida espiritual, é preciso se alimentar da Palavra de Deus para que o espírito esteja fortalecido.
Vale ressaltar que conhecer as Escrituras Sagradas no que diz respeito aos aspectos histórico e teológico não é suficiente. É preciso haver um relacionamento próximo com o Senhor a fim de que as verdades bíblicas não estejam apenas no entendimento, mas no caráter de cada cristão. Quando as verdades bíblicas começam a fazer parte dos hábitos diários, o caráter de Cristo passa a ser moldado na pessoa. E quando esse processo ocorre na conduta do crente de forma natural, este se torna alguém maduro, experimentado na Palavra, capaz de discernir entre o certo e o errado (cf. Ef 4.13-15). Ao passo que esses processos ocorrem, significa que o crente está madurecendo na fé. Já não depende de que alguém lhe diga o que deve fazer, pois sabe que é o próprio Deus quem o direciona e o leva por um caminho mais excelente (cf. 1 Co 12.31).
O apóstolo Paulo declara uma comparação na Carta que escreveu aos irmãos da igreja de Corinto quando diz: “Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança” (cf. 1 Co 13.11). Isso não significa que seus alunos devam deixar de pensar ou agir como crianças, afinal de contas, tudo tem o seu tempo. Mas o que o apóstolo está explicando nesta ocasião trata-se do nível de compreensão que temos acerca de Deus e o que podemos conhecer e receber dEle enquanto estamos nesta esfera terrena.
Deus, certamente, espera que seus filhos cresçam no entendimento. O que você sabe a respeito de Deus? O que seus alunos sabem e o que aprendem na sua aula são suficientes para que desenvolvam um relacionamento sincero com Deus? Esta é uma pergunta que você deve fazer a si mesmo antes de entrar em sala de aula. Você e seus alunos têm crescido espiritualmente? O que mede o nosso crescimento espiritual não é o nível de conhecimento adquirido ao longo da caminhada cristã, e sim o nível de relacionamento com Deus e a obediência aos seus ensinamentos. Somente poderemos dizer que estamos crescendo espiritualmente quando “fazer a vontade de Deus” for algo tão natural em nossa conduta que não nos sintamos mais obrigados a cumpri-la. Reserve um momento da aula para perguntas quanto ao conteúdo das lições que estudaram até o presente momento.
Por Thiago Santos
Educação Cristã - Publicações CPAD
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Lição 12 - 2º Trimestre 2018 - Outros Tipos de Famílias - Adolescentes.

Lição 12 – Outros Tipos de Famílias

 2º Trimestre de 2018
TEXTO BÍBLICO: 2 Timóteo 1.3-7.

OBJETIVOS:
Explicar sobre os diversos tipos de família;
Mostrar a importância da família para a nossa fé;
Afirmar que Deus ama a família.

Olá caro(a) professor(a),

A lição desta semana tem com proposta ensinar seus alunos a lidarem com a nova realidade que tem sido a de muitos lares, até mesmo de lares evangélicos. Em geral, nós cristãos, entendemos que as famílias devem permanecer unidas independentemente das circunstâncias que surjam. Porém, os fatos revelam um quadro completamente diferente. Não são poucos os lares que possuem apenas a figura da mãe ou a do pai como provedor. Em outras ocasiões os pais são apenas provedores distantes da criação dos filhos. Muitos se contentam em apenas prover o alimento ou a vestimenta e não param para refletir que a presença e o apoio emocional são mais importantes do que qualquer bem material que alguém possa oferecer.
O assunto da lição aborda a nova configuração dos lares e apresenta como exemplo o jovem pastor Timóteo, alguém chamado por Deus para cuidar de pessoas (1 Tm 1.1-3; 2 Tm 2.1-3). Se o jovem Timóteo limitasse a sua vida apenas ao que observou na estrutura de seu lar não encontraria referência para seguir uma vida ministerial segura, pois ao que tudo indica o seu pai não era cristão. Entretanto, Timóteo encontrou preparo nas instruções de sua mãe Eunice e de sua avó Loide. Além delas, o jovem pastor teve como seu mentor ninguém menos do que o próprio apóstolo Paulo. Esses referenciais tiveram grande importância para a vida de Timóteo que se tornou um dos braços de Paulo na pregação do evangelho.
O exemplo de Timóteo nos mostra a importância de bons exemplos na formação espiritual do crente. Seus alunos precisam de boas referências para que possam crescer na fé e no conhecimento das Sagradas Escrituras. Infelizmente, muitos deles não encontram em casa o apoio que precisam para caminharem firmes na presença de Deus, frequentarem os cultos ou participarem das atividades na igreja. Pelo contrário, muitas vezes, encontram oposição e até mesmo retaliações por causa da fé em Jesus Cristo. É preciso pedir ao Senhor sabedoria para que saibam como lidar com essas diferenças.
Além das oposições seus alunos ainda precisam lidar com as mudanças que acontecem na configuração do lar. O número de pais separados cresceu assustadoramente e a convivência com o padrasto ou madrasta é um processo de readaptação que demora, resultando, em algumas ocasiões, no desgaste das relações. Esses e outros problemas de convívio familiar influenciam na formação do caráter do adolescente e devem ser tratados com muito cuidado.
O melhor a fazer é despertar seus alunos para o compromisso com os valores da vida espiritual, atraindo o adolescente para um ambiente de acolhimento e amizade cristã, e esse espaço chama-se igreja (cf. Fl 4.8,9; At 2.42-47). Nela seus alunos poderão aprender a conviver em comunhão e a praticar os ensinamentos da Palavra de Deus. Receberão o alimento espiritual que nutre a alma e fortalece a fé. Aproveite e pergunte aos seus alunos quais são as referências que eles têm. Que pessoas eles podem confiar compartilhar as suas dificuldades?
Thiago Santos
Editor do Setor de Educação Cristã da CPAD
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Lição 12 - 2º Trimestre 2018 - Bullyng - Juvenis.

Lição 12 - Bullying

2º Trimestre de 2018
Esboço da Lição
1. BULLYING, O QUE É ISSO?
2. BULLYING NA BÍBLIA?
3 SOFRO BULLYING, O QUE DEVO FAZER?

Objetivos
Entender que o Bullying é uma forma de violência;
Compreender que o crente não pode aceitar ou praticar o bullying.
Querido (a) professor (a), você recorda de quando tinha 15 anos de idade? Seus dilemas, fragilidades, medo de rejeição, complexos, etc.? É muito importante não menosprezar as dificuldades dos juvenis, nem invalidar seus sentimentos com relação a elas. Nesta faixa etária a identidade ainda está em formação e muito do que não nos incomoda mais na vida adulta, para eles pode ser causa de um enorme sofrimento. Principalmente quando se trata de algo tão grave, quanto ao que vamos tratar na aula do próximo domingo: Bullying.

Erroneamente, muitos adultos não levam este problema a sério, rotulam como meras “brincadeiras” os apelidos maldosos e tantas vezes humilhantes que podem trazer ou reforçar um estigma maligno, que prejudicará alguém por toda sua vida. Alguns chamam a vítima de dramática, frágil, aumentando ainda mais a sua dor e solidão perante a violência. Sim, porque é isto que é o bullying, atos de violência, quer sejam físicos ou psicológicos, portanto, devem ser tratados com a seriedade necessária.

Professor (a), talvez muitos de seus alunos que estejam vivenciando tal prática, como vítima ou mesmo como agressor, não quer se identificar como tal. A negação é um mecanismo de defesa da nossa psique, para não lidarmos com algo muito incômodo ou doloroso. Por isso, interceda para que o Espírito Santo convença os corações, tanto dos que estão sendo vitimizados, como os dos que estão vitimizando. Ambos necessitam, urgentemente de ajuda e cura. Esteja muito atento às declarações de seus alunos no decorrer de toda a aula, para ver se há casos que precisam ser tratados posteriormente, em particular.

Não permita que o tema seja banalizado ou ridicularizado em classe. Para tanto, enfatize que existem inúmeras notícias de crianças e adolescentes que morrem por causa de tal violência todos os dias. E que, por isso, em 2013, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou a proposta que inclui no Código Penal (Decreto-lei 2.848/40) o crime de intimidação vexatória (bullying).

Normalmente a prática é associada ao ambiente escolar, mas não nos enganemos, ela também pode está acontecendo em qualquer outro local, até mesmo em casa ou na igreja. E em algumas ocasiões por parte de pessoas adultas. Infelizmente isto não é incomum e neste caso, pode ser ainda mais difícil para um juvenil identificar a violência psicológica ou mesmo pedir ajuda para lidar com ela.

Note o quão delicado pode ser o cenário. Portanto, ore e prepare-se muito para esta aula, colocando-se sempre a disposição de seus alunos, caso precisem conversar. Também amplie o debate, mencionando todas essas possibilidades, citando exemplos até mesmo de pais, professores e outros adultos em posição de maior poder, que usam de sua autoridade para ridicularizar, estigmatizar, intimidar ou manipular.

Pergunte se eles já presenciaram alguns casos de bullying. Deixem que narrem e preste muita atenção, pois alguns que se sentem constrangidos de contar suas histórias poderão dizer que se trata da experiência de um “amigo” ou “conhecido”.

Explique que como cristãos não podemos nos omitir quando vemos qualquer tipo de injustiça, inclusive as de bullying. Para finalizar peça que leiam juntos os seguintes versículos:

"Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem, e não o faz nisso está pecando"  (Tg 4.17).

Abre a tua boca em favor dos que não podem se defender; sê o protetor dos direitos de todos os desamparados!” (Pv 31.8)

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula. 
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD
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Lição 12 - 2º Trimestre 2018 - Uma Vida Exemplar diante de Deus e dos Homens - Jovens.

Lição 12- Uma vida exemplar diante de Deus e dos homens 

 2º Trimestre de 2018
INTRODUÇÃO
I - EXISTE UM MODELO A SER LIMITADO
II - COMO SE PORTAR NUMA SOCIEDADE DESORDENADA
III - SOMOS CHAMADOS PARA VIVER DE QUE MANEIRA
CONCLUSÃO
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Apresentar os modelos bíblicos de comportamentos e espiritualidade para o cristão;
Refletir a respeito da necessidade de sermos modelos para esta sociedade;
Discutir o modelo de vida a ser adotado por cada cristão.
Palavra-chave: Exemplo.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo:

No final do capítulo 3 de sua segunda epístola aos tessalonicenses, Paulo dedica-se a fazer orientações práticas àquele grupo de irmãos, a fim de que as anomalias comportamentais e os abusos de autoridade fossem absolutamente superados. Foram introduzidas entre aqueles irmãos pessoas de mau caráter, verdadeiros charlatões, que, sob o pretexto de conduzirem os crentes de Tessalônica a uma suposta espiritualidade, estavam, na verdade, explorando aqueles já sofridos irmãos.

É escandaloso pensar nisto: existem pessoas que, conscientes da simplicidade e ingenuidade de alguns e, também, do desespero e ansiedade de outros, se aproveitam das fraquezas alheias para locupletarem-se. É por isso que movimentos religiosos que vendem sonhos, leiloam bênçãos ou mesmo alugam promessas têm um “mercado promissor” em nossa sociedade até hoje.

Pensemos nas orientações apostólicas, de modo a reconhecer quais medidas devemos tomar para evitarmos cair nas mãos de “predadores espirituais”.

Vivendo como Modelos em uma Sociedade Relativista
A vida cristã deve ser sempre exemplar e inspirativa em todos os âmbitos. Se alguém deseja ser líder cristão, por exemplo, Paulo deixa claro ao escrever para Timóteo que os frutos de uma vocação divina manifestam-se em uma vida pessoal e familiar equilibrada (1 Tm 3.1-13).

Há, muitas vezes, um discurso de vitimização dos líderes por meio do qual se invoca o caráter humano destes, e, por isso, falível, bem como de suas famílias. Esse tipo de argumento falacioso distorce várias verdades bíblicas:
a) Não se exige perfeição do líder, e sim integridade. Todos estamos suscetíveis a erros, falhas e pecados — na verdade, como assevera João, aquele que diz que é impecável vangloria-se pecaminosamente. Todavia, aqueles que lideram devem ser conscientes de que a repercussão de seus erros será bem maior, por exercerem um raio de influência bem maior que um não líder. Sendo o líder uma pessoa com suas dificuldades e angústias pessoais, cabe a esse indivíduo exigir dos outros aquilo que ele mesmo é capaz de realizar, sem hipocrisias ou farisaísmos. O que se testemunha em muitas comunidades, no entanto, é que a medida de exigência, em todos os níveis, para líderes, é muito menor do que para não líderes; ou seja, na hora de julgar e exigir dos outros, muitos líderes fazem isso com rigidez e contundência; todavia, quando o crivo dos julgamentos cai sobre eles mesmos, estes invocam a misericórdia e o perdão. Um líder precisa ser consciente de que ele também precisa incluir-se em seus julgamentos e exigências.
b) Como bem esclarecem as Escrituras, uma pessoa que não foi capaz, durante seu tempo de líder apenas de seu lar, de realizar a contento o serviço que lhe foi confiado, como poderá ser achado digno de orientar as demais famílias de uma comunidade? A verdade é que, se houvesse garantias de sigilo e manutenção da integridade física e emocional, muitas famílias não concordariam com o estabelecimento institucional do ministério de líderes de muitas pessoas. Infelizmente, os critérios para eleição de líderes muitas vezes fogem por completo dos critérios bíblicos e concentram-se muito mais nos políticos (apadrinhamento, nepotismo, tráfico de influências). Não é depois que alguém se tornou líder que sua família tem que se tornar vitrine; todavia, a questão é exatamente o contrário: é das famílias que são exemplares que se devem eleger os líderes de uma comunidade local.
c) Se alguém não deseja prestar contas a ninguém daquilo que realiza em sua vida particular, tal pessoa não se enquadra nem mesmo nos critérios para ser um cristão, muito menos um líder cristão. É evidente que nossa intimidade diz respeito apenas a nós e a nossa família; contudo, por vivermos em comunidade, nosso testemunho não pode apenas ser delimitado a nossa vida pública, mas também ao âmbito privado. De que adianta alguém ser um exímio pregador, mas um péssimo cumpridor de suas responsabilidades financeiras? Como creremos nas palavras proféticas de uma determinada pessoa se o vocabulário da mesma, em sua vida privada, escandaliza o mais profano dos homens? O critério jesuânico é claro: fomos chamados para ser sal da terra e luz do mundo; se nossa presença não fizer diferença no ambiente em que estamos, o próprio Jesus afirma que a suposta graça que está sobre nós não serve para nada, senão apenas para ser humilhantemente pisada pelos homens.
Os Tessalonicenses e o Testemunho quanto ao Trabalho
Concentrado em esclarecer aos tessalonicenses sobre essas especificidades da liderança, Paulo faz questão de tocar de novo no assunto da exigência da integridade social do cristão e, de maneira especial, do líder. Para o apóstolo, é um completo absurdo defender a tese de que um cristão pode abdicar de suas responsabilidades econômico-financeiras para com sua família sob o pretexto de estar envolvido na obra de Deus.

A exortação paulina é que TODOS trabalhemos. Refletindo sobre a natureza de alguns indivíduos desordenados que havia em Tessalônica, bem como a reação de Paulo ao comportamento destes, defende o Comentário da Bíblia de Aplicação Pessoal:
É possível que estas pessoas preguiçosas estivessem sendo preguiçosas por motivos “espirituais”. Alguns, na igreja de Tessalônica, podiam ter dito que as pessoas deveriam deixar de lado as suas responsabilidades, deixar de trabalhar, não fazer planos para o futuro, e simplesmente esperar pelo retorno do Senhor. Ou podiam ter pensado que o trabalho estivesse em um nível inferior ao deles e quisessem passar o seu tempo de maneira espiritual. Mas não ter nada para fazer somente os tornava bisbilhoteiros. A sua falta de atividade os estava conduzindo ao pecado. Eles tinham se tornado um peso para a igreja, que os estava sustentando; eles desperdiçavam um tempo que podia estar sendo usado para ajudar outras pessoas. Estes membros da igreja podem ter pensado que estavam sendo mais espirituais com a falta de trabalho, mas Paulo ordenou com firmeza que eles vivessem de um modo correto, trabalhando para se sustentar. Paulo não mediu palavras com estas pessoas. O fato de que Paulo tenha dado esta ordem em nome de nosso Senhor Jesus revela a compreensão que ele tinha de sua autoridade como apóstolo — como um representante pessoal do próprio Senhor. (2010, p. 471)
Naturalmente, se hoje em dia vivemos uma crise econômica em nosso país, na qual postos de trabalho estão sendo fechados, e oportunidades de emprego estão reduzidas, é esperável que tais problemas também atinjam aqueles que servem a Cristo. Não estamos imunes ao desemprego.
Todavia, não é sobre isso que Paulo está refletindo. Às críticas do missionário recaem sobre aqueles que, de maneira imoral, querem permanecer sem trabalhar, mesmo tendo oportunidade de fazê-lo. O apóstolo repudia completamente a hipótese de alguém exigir auxílio financeiro da igreja e dos irmãos se tal pessoa tem plena possibilidade de produzir seu sustento, mas não o fez por ter confiado na exploração da bondade e misericórdia alheias.
Para com esses, a exortação paulina é clara: devemos ficar distantes deles e deixá-los colher o que deliberadamente escolheram. Se não querem trabalhar, então não comam.
Talvez, seja necessário fazer um relevante destaque sobre essa orientação de Paulo acerca do trabalho. Não necessitamos ficar sujeitos ao modelo enlouquecedor da sociedade contemporânea, que busca o enriquecimento a todo e qualquer custo. A orientação paulina é que trabalhemos com sossego (2 Ts 3.12), tendo, como paga de nosso esforço, a honra de receber o sustento necessário para nós e para quem amamos.
Há pessoas que largaram a fé em Cristo para servirem exclusivamente a Mamom em seus trabalhos. A autoilusão a que se submetem tais pessoas chega ao disparate de elas proclamarem que são mais úteis ao Reino de Deus fora da igreja e trabalhando compulsivamente em busca de dinheiro do que “perdendo tempo” numa vida de comunhão.
Essas pessoas imaginam que podem comprar o perdão e o amor de Deus por meio de seus dízimos e ofertas. Não sabem elas que o Senhor, dono de todas as riquezas do universo, deseja muito mais o coração desprendido delas do que os cifrões de suas doações que são ofertadas para desencargo de consciência.
O Senhor tem prometido a cada um de nós o acesso ao nosso sustento pessoal e familiar com sossego e paz. O sucesso de nenhuma carreira compensará o fracasso da vida espiritual de uma pessoa.
Por fim, é necessário ratificarmos uma posição que foi assumida por Paulo, não apenas em Tessalônica, mas também em toda a sua trajetória ministerial. Não podemos apoiar injustiças ou abusos sob o pretexto de sermos submissos e obedientes às autoridades constituídas política ou eclesiasticamente.
O Cristão e a Naturalização da Corrupção
O cristão deve ser o indivíduo mais rigoroso com a corrupção banalizada que procura naturalizar-se em nossa sociedade. Diante de escândalos de repercussão nacional nos campos da política e da administração pública, existem aqueles em nossa sociedade que pretendem convencer-nos de que todos nós somos corruptos — no significado político da palavra — e que, por isso, não temos o direito de criticar ou denunciar quem quer que seja.
A versão religiosa desse processo de naturalização da corrupção no Brasil orienta-nos a sermos apenas expectadores passivos da história, onde, no máximo, devemos orar por tudo o que está acontecendo. Dizer a um cristão que ele deve orar é o mesmo que orientar um peixe a nadar quando ele estiver na água, ou seja, é tão evidente que não faz sentido algum.
Quando o pecado do homem em Corinto tornou-se público (1 Co 5), assim como seu caráter insubmisso e contumaz pervertido, Paulo não orientou orações por ele; diante do adultério público de Herodes, João não fez intercessões por ele; antes, denunciou seu pecado (Mc 6.18).
O que se deve fazer quando líderes religiosos possuem salários imorais definidos por eles próprios, ou quando, além dos mega-salários, ainda recebem um conjunto de penduricalhos financeiros, como, por exemplo, auxílio-paletó, auxílio-transporte, auxílio-moradia? Denunciá-los. Essa deve ser a postura prática da Igreja de Jesus.
Como seria aceitável — num mundo de tantas desigualdades e injustiças — a manutenção de privilégios para um determinado indivíduo que não trabalha de modo algum sob o pretexto de estar envolvido num ofício eclesiástico? O princípio paulino continua em vigor: quem não trabalha não come.
Sobre essa contundente afirmação de Paulo e sua correlação com a obra e comportamento de Jesus de Nazaré, assevera Boor:
De modo incompreensível para o entendimento grego — com os coríntios, entre os quais justamente se encontra, Paulo tem de discutir repetidamente a respeito dessa questão — o majestoso enviado do rei dos reis, do soberano celestial, é um humilde operário, que se nega decididamente a “comer pão de graça de alguém”, preferindo acrescentar à sua imensa atuação apostólica, que podia ocupar todo o tempo de uma pessoa, ainda o trabalho manual para o sustento da vida, “em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós” (v. 8), como repete literalmente sua narrativa de 1Ts 2.9. Desse modo ele, os três, se ofereceram “como exemplo, como tipo, para nos imitardes” (v. 9). Se os fundadores da igreja, os mensageiros do grande rei, vivem dessa forma, que irmão na igreja teria então o direito “de andar fora dos trilhos” e viver “desordenadamente”, ou seja, fora dessa límpida “ordem”? (BOOR, 2007, p.34)
Seguindo as orientações paulinas, devemos, enquanto Igreja, colocarmo-nos como modelo para a sociedade atual de tal forma que nos reconheça como uma coletividade que se desenvolve para além das categorias da ambição e do poder. Se somos Igreja de Jesus, então nosso comportamento é fundamentado no amor e moldado pela simplicidade.
A Necessidade de Apartar-se dos Desordenados
As pessoas que Paulo denuncia tinham um conjunto de práticas completamente reprováveis pela própria comunidade em Tessalônica. Além de ociosos quanto a suas responsabilidades individuais de trabalhar para produzir seu próprio sustento, também eram “pesados” aos mais simples, exigindo para si privilégios que nem mesmo aqueles que trabalhavam arduamente usufruíam.
O mau-caratismo desses indivíduos, como se pode perceber, beira o cinismo. Além de nada produzirem, ainda exigiam regalias e honras para si. Lembremo-nos: orar e pregar não são atividades profissionais; mas, se por uma radical vocação divina, alguns se dedicam exclusivamente aos seus chamados ministeriais, então que estes estejam cônscios de que devem viver o estilo de vida de Jesus, João Batista e Paulo, e não como Herodes, Pôncio Pilatos e César.
O apóstolo denuncia ainda que, para a execução de tarefas úteis, tais indivíduos não possuíam empenho ou disposição, mas eram mestres para coisas vãs (2 Ts 3.11). É escandalosa a quantidade de pessoas que se dedicam exclusivamente a inutilidades sob o pretexto de “viverem da obra”. A bem da verdade, tal grupo de indivíduos não é novo; eles estão presentes nas comunidades cristãs e judaicas desde o primeiro século, como bem denuncia Paulo (2 Tm 3.1-6) e o próprio Jesus de Nazaré (Mt 23.13-16). Esses indivíduos enganam e exploram almas incautas sob o pretexto de piedade.
Há, no entanto, na recomendação paulina, uma orientação cristã de qualidade elevadíssima. Depois de orientar o afastamento dos cristãos sérios do convívio com os indivíduos desordenados, o apóstolo pede que estes sejam acolhidos como irmãos, e nunca como inimigos, desde que haja humildade dos desocupados em procurar a reconciliação.
Sobre as orientações de Paulo aos tessalonicenses em comparação às que foram dadas à Igreja em Corinto com relação aos problemas similares que enfrentava, defende Glubish:
Esse afastamento não parece ser tão severo quanto à ordem que o apóstolo deu aos crentes de Corinto, em relação aos irmãos imorais: “seja entregue a Satanás para destruição” (1 Co 5.5). Podemos estar certos de que Paulo não está falando aos tessalonicenses sobre uma exclusão completa, sem esperança de retorno por meio do arrependimento. Não nos são dados os detalhes precisos de como tal tratamento deve ser aplicado. O rompimento é sinônimo de vergonha; os culpados devem ser envergonhados, perceber a seriedade da ofensa, e se adequar ao ensinamento apostólico. O coração pastoral de Paulo, sempre cheio de esperança de reconciliação, é surpreendentemente exposto quando defende a igreja e, pelo fato de não considerar seus ofensores como inimigos, mas como irmãos, diz: “admoestai-o como irmão” (v. 15). Marshall (228) esclarece que “um dos problemas de se exercitar a disciplina é a tentação de permitir que sentimentos pessoais afetem a aplicação da mesma”. Uma tendência deplorável ao lidar com os impenitentes é permitir que a hostilidade chegue a tal ponto que a ira intensa seja sentida e demonstrada, ou, de modo trágico, que o ofensor possa ser considerado como morto e não mais visto como parte da família. (GLUBISH, 2006, p. 1431)
Essa proposta de Paulo alinha-se completamente com os valores proclamados por Jesus. Não são os convertidos em Tessalônica que precisam fazer alguma coisa má para que a vida dos desordeiros seja prejudicada. Infelizmente, a falta de conversão daqueles somente os autoprejudicarão.
A exortação do missionário para a Igreja é que esta não se canse de fazer o bem (2 Ts 3.13). Se alguns indivíduos fazem o mal, cabe a cada cristão o esforço de sempre agir de maneira correta e de sempre estar alinhado com os valores do Reino. A igreja, enquanto comunidade, sempre deve estar de coração aberto para receber aqueles que, arrependidos, optam por regressar pelo caminho da salvação.
Evidentemente, as marcas e dores do passado tendem a dificultar as relações; contudo, nosso esforço sempre deve ser o de avaliar as pessoas e circunstâncias pela ótica do amor de Deus. Por isso, mesmo aqueles que nos aborreceram e prejudicaram devem ser acolhidos como irmãos se eles forem constrangidos por seus erros e convencidos da necessidade de recomeçar.
Conclusão
Sobre os ombros de cada cristão, por assim se autodenominar, pesa a responsabilidade de viver pia, justa e honestamente, assim como o Salvador viveu e desempenhou seu ministério terreno. Os homens sem Deus podem até lutar por honras e glórias, mas a nós cabe o desejo pela simplicidade da vida em Cristo.
*Este subsídio foi extraído de BRAZIL, Thiago. A Igreja do Arrebatamento: O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
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Lição 12 - 2º Trimestre 2018 - Ética Cristã e Política - Adultos.

Lição 12 - Ética Cristã e Política

 2º Trimestre de 2018
PONTO CENTRALA política faz parte da vida em sociedade.
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Uma perspectiva bíblica da política
II – A separação do estado da igreja: uma herança protestante
III – Como o cristão deve lidar com a política
Conclusão
OBJETIVO GERALMostrar que a política faz parte da vida em sociedade e que o crente deve ter consciência política.
Ética Cristã e Política
Pr. Douglas Baptista
As Escrituras registram a liderança política de grandes personagens bíblicos, entre eles, José como governador do Egito (At 7.10) e Ester como a rainha da Pérsia e da Média (Et 5.2). Contudo, apesar desses exemplos, por muitas décadas a política foi satanizada no meio evangélico. Como resultado, a Igreja permitiu com sua omissão, que o Poder Público fosse exercido por ateus, ímpios e imorais. Pela inexistência de consciência política, os evangélicos se resignavam em votar no candidato “menos pior”. Esse comportamento desastroso contribuiu com a eleição, por exemplo, de governos formados por “feministas radicais”, “defensores da imoralidade”, “articuladores pró-aborto”, “manipuladores de dados” e “opositores da liberdade religiosa”. Porém, diante do cerceamento de algumas liberdades, a Igreja passou a despertar para a realidade política.
As mudanças e as transformações sociais passam pelo processo político. Por que então não eleger candidatos que reproduzam a moral e a ética cristã? Por que não apoiar políticos que rejeitam as leis contrárias aos princípios cristãos? Para que isso seja possível, faz-se necessário que a Igreja amadureça e desfrute de “consciência política”. A Igreja deve ser educada e alertada sobre as questões debatidas em todas as esferas dos poderes constituídos. Essa conscientização tem florescido em muitas igrejas, e os evangélicos, antes marginalizados pelos políticos, começaram a experimentar o poder do voto nas urnas.
Mercê dessa realidade, um movimento cada vez maior acredita que é possível moralizar o poder público, substituindo os políticos corruptos por políticos cristãos e conservadores. Em contrapartida, para vencer suas batalhas, a Igreja não depende exclusivamente da força política, embora não deva subestimá-la ou negligenciá-la. É a presença da Igreja de Cristo na sociedade que detém a espada do juízo divino sobre os cidadãos da terra. As advertências bíblicas sobre o papel do povo de Deus na restauração da nação incluem clamor e consagração (2 Cr 7.14).
I. CONCEITO GERAL DE POLÍTICAA conotação do termo política é muito abrangente. Envolve as formas de governo e o Estado. A palavra é carregada de significados e também está relacionada ao cidadão. Indica não apenas os procedimentos de governar e organizar o Estado, mas também os direitos e deveres do cidadão em participar, concordar ou discordar do governo. Basicamente, são “gestos, decisões e movimentos dirigidos para o exercício do poder” (BOMENY, 2014, p. 55).

1. Origem e Conceito de Política
A política nasceu na Grécia Antiga como a “ciência ou arte de governar”. O surgimento da pólis (cidade-estado) constituída por um aglomerado de cidadãos livres, que abrangia toda a vida pública e social, despertou a necessidade de como deveria ser governada a pólis. O filósofo grego Platão é considerado o pai da política. A obra intitulada República (380 a.C.), escrita por ele, foi a primeira a tratar de forma de governo, dos papéis e da conduta do Estado.
2. As Formas de Governo
O filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) dividiu a organização do Estado em três formas: monarquia — poder centrado em uma pessoa; aristocracia — poder centrado em um grupo; e democracia — poder centrado na maioria. Para Aristóteles, um bom governo deve visar ao bem comum e ao interesse da coletividade, e isso não depende do número de pessoas que exercem o poder ou se elas possuem ou não capacidade adequada. Não obstante, o filósofo advertiu que toda forma de governo pode ser corrompida: a monarquia pode degenerar em tirania (interesse próprio); a aristocracia pode degenerar em oligarquia (interesse de um grupo); e a democracia pode degenerar em demagogia (interesse de uma ideologia). Nicolau Maquiavel (1469-1527), italiano famoso da época do Renascimento, classificou as formas de governo em República e Monarquia. A República classifica-se em “presidencial”, em que o presidente ocupa a função de Chefe de Estado e Chefe de Governo, e a “parlamentar”, em que as funções são divididas, ficando o presidente com a função de Chefe de Estado e o Conselho de Ministros com a chefia de governo. O modelo brasileiro é República Presidencial.

O governo brasileiro
A colonização do Brasil ocorreu por meio das capitanias hereditárias, que consistia em doze porções de terra às margens do nosso litoral. Esse sistema de governança não prosperou, pois as medidas dos donatários eram independentes entre si e visavam apenas ao lucro próprio. Nesse período, o Brasil era colônia de Portugal. Com a vinda de D. João VI ao Brasil (1808), instalou-se no país o governo monárquico. Anos mais tarde, D. João VI retornou a Portugal e deixou seu filho, D. Pedro, como príncipe regente. Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro proclamou a independência, adotando o nome de “Imperio do Brazil”, dando continuidade à monarquia. Décadas depois, em 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca e seus apoiadores assumiram o poder, e a partir de então o Brasil tornou-se uma república. O novo governo adotou o sistema presidencialista. Embora esse seja o nosso sistema preponderante, houve um período de parlamentarismo (1961-1963). Ainda, em 1993 foi realizado um plebiscito para que a população escolhesse entre “presidencialismo” ou “parlamentarismo”. Com 55,4% dos votos válidos, os cidadãos brasileiros escolheram o presidencialismo. Nesse plebiscito também foi ratificada nossa posição a respeito da forma de governo, a República (SILVA, 2005, p. 102).

3. O Estado e a Política
O Estado tem como função garantir, por meio de políticas públicas, as condições necessárias para a vida digna de uma determinada sociedade. Nesse contexto, a obrigação do Estado depende da forma de governo e das leis que regulamentam os deveres e os direitos dos cidadãos e de seus governantes. Desse modo, o exercício do poder político legítimo é uma atividade própria do Estado.

O Estado brasileiro
No dia 5 de outubro de 1988 foi promulgada em nosso país a Constituição da República em vigor, a denominada “constituição cidadã”. Nesse documento político-jurídico estão asseguradas garantias aos cidadãos brasileiros. No artigo terceiro, o texto constitucional apresenta seus objetivos, que são:
(I) “construir uma sociedade livre, justa e solidária”,
(II) “garantir o desenvolvimento nacional”. Nossa teoria está perfeita, porém, na prática, o Brasil não observa a própria constituição. Por exemplo, o governo gastou mais de 25 bilhões de reais na organização da Copa do Mundo (BRANDÃO, dez. 2014), entretanto, o investimento com saneamento básico nesse mesmo período nem sequer chegou à metade desse capital (BARBOSA, jul. 2016);
(III) “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”. Ao contrário desse preceito, conforme dados do Banco Mundial, o número de pessoas vivendo na pobreza no Brasil deverá aumentar entre 2,5 milhões e 3,6 milhões até o fim de 2017 (WELLE, Fev. 2017). Em contrapartida, calcula-se que o Brasil perverta cerca de R$ 200 bilhões com corrupção anualmente (LEOPOLDO, Fev. 2017). Sem dúvida alguma, esse dinheiro ampararia as famílias carentes e pobres de nossa pátria;
(IV) “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Apesar da clareza do texto constitucional, as últimas legislaturas no âmbito federal, por razões ideológicas, incitaram em nosso país uma intolerância aos que pensam de modo diferente. O objetivo do Estado é promover “o bem de todos”; não obstante, os cristãos que se posicionam contrários à prática do aborto, à legalização da maconha e jogos de azar ou ao casamento homoafetivo são discriminados, por parcela de representantes do poder público, como sendo “homofóbicos”, “fascistas”, “intolerantes” e outros termos depreciativos. Essa conduta caracteriza o desvirtuamento da intenção constitucional. 
4. O Estado e a Bíblia
O Novo Testamento retrata o Estado como instrumento ordenado por Deus (Rm 13.1). Os que resistem ao Estado resistem a Deus (Rm 13.2). O Estado é servo do Altíssimo para aplicar a justiça (Rm 13.4). O Estado não é problema para os que fazem o bem, apenas para os que fazem o mal (Rm 13.4). É licito pagar tributos e impostos ao Estado (Rm 13.6,7). O Estado deve louvar aquele que faz o bem (1 Pe 2.14), e o cristão deve orar pelas autoridades que constituem o Estado (1 Tm 2.2).
Os deveres do cristão
É fato que o cristão também é um cidadão e, portanto, sujeito aos deveres e direitos inerentes à sua cidadania. Todavia, o Estado e a Igreja possuem papéis diferentes, e o cristão possui responsabilidade para com ambos, segundo as palavras de risto: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus” (Lc 20.25). O apóstolo Paulo enfatiza a submissão e a cooperação dos crentes às autoridades constituídas. As Escrituras declaram que toda autoridade humana é derivada da autoridade de Deus e que ninguém deve rebelar-se contra quem Deus constituiu (Rm 13.1,2). Porém, com respeito a essa afirmação paulina, para dirimir dúvidas, convém esclarecer que os deveres do cristão para com o Estado não implicam uma submissão absoluta, acrítica ou incondicional. Temos o dever de respeitar e cumprir as leis, pagar impostos e tributos, honrar, amar e interceder pelas autoridades. De outro lado, requer-se que o Estado não seja totalitário, antibíblico, anarquista, imoral ou antiético. Quando as vontades do Estado emanadas por suas leis e a vontade divina revelada nas Escrituras entram em conflito, “mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29). O cristão deve exercer sua cidadania com temor e tremor, ciente de seus direitos e deveres. Apesar disso, a verdade cristã não pode ser relativizada para acomodar-se aos ditames de um Estado ateu ou anticristão.

II. A SEPARAÇÃO DO ESTADO E A IGREJA: UMA HERANÇA PROTESTANTE
O conceito de Estado laico é compreendido como a separação entre o Estado e a Igreja. Significa que um não pode interferir nas atividades do outro e vice-versa. Foi a partir da Reforma Protestante, deflagrada por Lutero em 1517, que se quebrou o monopólio exercido pelo catolicismo na Europa Ocidental e se estabeleceram as bases para a “tolerância religiosa” e a separação da Igreja do Estado.

1. A União entre a Igreja e o Estado
No ano 313, Constantino e Licínio, imperadores no Ocidente e do Oriente respectivamente, promulgam o Édito de Milão. O decreto outorgou liberdade e tolerância religiosa aos cristãos no Império Romano. O imperador Teodósio, decretou, em 380 d.C. o Édito de Tessalônica, estabelecendo o cristianismo como religião oficial do império. O Édito prometia vingança divina e castigo do Estado aos que não aderissem à lei. A partir de então, a união entre a Igreja e o Estado passou a ser indiscutível.

O desvirtuamento do papel da Igreja
Em 324, Constantino torna-se o único imperador romano e deu início ao “Império Cristão” (COMBY, 2001, p. 71). O imperador adota o título de pontifex maximus — chefe da religião tradicional. A igreja cristã une-se ao Estado. O imperador presta favores ao clero e a igreja recorre ao imperador para resolver suas querelas. O concílio de Niceia (325 d.C.), por exemplo, foi convocado e presidido pelo imperador para tratar da controvérsia ariana. No final do IV século, o Império Romano foi dividido em duas partes. Durante o V século, o império no Ocidente desapareceu. O império no Oriente sobreviveu por dez séculos. Ao se desmoronar o Império Romano, que era a unidade política, persistiu o Império religioso através de toda a Idade Média. No período medieval, o poder político estatal estava subordinado ao poder da igreja. O papa delegava ao imperador o ofício de ser o “braço material da igreja”. No período de transição da Idade Média e Tempos Modernos, a religião católica permaneceu com grande influência na vida econômica, social e política do mundo civilizado. O Estado apoiava-se na igreja em busca de legitimação, e assim, a igreja superava o poder do Estado (ARRUDA, 1982, p. 32).

2. A Separação entre a Igreja e o Estado
Ao fim da Idade Média, os ideais humanistas valorizavam os direitos individuais do cidadão e isso despertou nos cristãos a necessidade de reformar a igreja, especialmente o clero. Os abusos de Roma e a venda das indulgências deflagraram a Reforma Protestante. O monge Martinho Lutero rompeu com o catolicismo e gradualmente os conceitos de liberdade, tolerância religiosa e separação entre igreja e Estado foram alçados ao status de direito fundamental (CHEHOUD, 2012, p. 33).

O papel da independência dos Estados Unidos
A influência da filosofia iluminista, somada a fatores culturais e a política de repressão adotada pela Inglaterra incitaram a Independência dos Estados Unidos. As “Leis Intoleráveis” provocaram a convocação do Primeiro e Segundo Congresso Continental de Filadélfia. George Washington foi nomeado comandante do Exército e Thomas Jefferson, em 4 de julho de 1776, redigiu a Declaração da Independência. Em 1787, a primeira Constituição dos Estados Unidos foi promulgada. Adotou-se o regime republicano presidencialista com a divisão e independência dos três poderes, conforme a teoria iluminista de Montesquieu e Rousseau. Na primeira das dez emendas da Constituição americana, há duas cláusulas sobre religião. A primeira garante o livre exercício da religião, e a segunda, o princípio da separação entre o Estado e as confissões religiosas. Pela primeira vez, a liberdade de religião e o conceito de laicidade aparecem numa Constituição. A Independência dos Estados Unidos deu início a um movimento revolucionário global.

3. O Modelo de Estado Laico Brasileiro
A Constituição do Brasil outorga ao cidadão plena liberdade de crença e garante o livre exercício dos cultos e liturgias, além da proteção aos locais de adoração (Art. 5º). No artigo dezenove, está definida a separação entre o Estado e a igreja, mas ressalva na forma da lei, a colaboração de interesse público. Assim, a laicidade brasileira não é a de separação absoluta entre o Estado e a igreja, e sim a de uma separação relativa. Desse modo, o Estado brasileiro, embora laico, não é ateu.

O debate atual de laicidade
Muitos questionamentos têm surgido a partir da prática nacional das tradições herdadas pelo grupo majoritário do catolicismo cristão, tais como: a invocação do nome de Deus no preâmbulo da Constituição Federal, a expressão “Deus seja louvado” nas cédulas do Real, o calendário público e anual organizado com feriados e celebrações essencialmente católico-cristãs (Sexta-Feira da Paixão, Páscoa, Corpus Christi, Festas Juninas, Padroeira do Brasil, Natal e outras), o usos dos símbolos religiosos, tais como o crucifixo, que ocupam diversos espaços da esfera pública e as imagens de “santos” que emolduram o acesso principal de milhares de municípios brasileiros. Por causa dessas questões, diversos projetos de cunho ideológico tramitam no Congresso Nacional e provocam acaloradas discussões entre adeptos de valores laicos e preceitos religiosos. Dentre os debates estão à criminalização da homofobia, tributação das igrejas, descriminalização do aborto, ensino religioso, ideologia de gênero, entre outros. O debate tem gerado tensas relações entre valores religiosos, conceitos laicos, política e direitos humanos.
Fundamentalismo laicista
Mercê desses questionamentos, observa-se o surgimento do “fundamentalismo laicista”, que luta pela eliminação de toda crença e de todos os valores religiosos, e especialmente combate a influência do cristianismo na constituição do espaço público. Programas de ação são elaborados para fazer triunfar a propagação de ideologias puramente laicas e contrárias à cultura judaico-cristã. Este debate tem sido travado no âmbito dos poderes constituídos com relevante embate na esfera legislativa e judiciária.

Diante desse debate, não se pode ignorar a importância, a força e a vitalidade da religião em nossa nação. A crescente secularização da sociedade não pode negar a persistência e o avanço das concepções e necessidades religiosas. O Estado laico não pode impor sua linguagem e nem impedir a prática ou a manifestação dos valores do cidadão religioso. É fundamental o equilíbrio e a mediação entre fé e as questões laicas, teológicas e éticas. Não se pode simplesmente restringir a presença da religiosidade nos espaços públicos. Em contrapartida, na opinião de muitos educadores, juristas e legisladores, por sua natureza laica, afirmam que o Estado deve ignorar os assuntos de fé como forma de proteger a liberdade de consciência, de crença e de culto.
III. COMO O CRISTÃO DEVE LIDAR COM A POLÍTICA
A Igreja de Cristo precisa tomar cuidado com a “politicagem” e definir com cuidado e temor a Deus a sua atuação e mobilização política. Não poucos crentes são contrários ao envolvimento ou a posição da Igreja em relação à política. Acreditam que a Igreja não pode comprometer-se com o poder temporal sob o risco dos escândalos. No entanto, o argumento dos escândalos não se sustenta, pois infelizmente eles são inevitáveis (Mt 18.7). O que a Igreja precisa é de equilíbrio e sabedoria para tratar essas questões e não ficar alienada acerca daquilo que acontece na vida em sociedade na qual está inserida e faz parte.

1. O Perigo da Politicagem
Os dicionários em geral conceituam politicagem como “política reles e mesquinha de interesses pessoais”. O perigo dos atos politiqueiros envolvendo os cristãos é colocar em descrédito o evangelho e a igreja. Assim, os políticos contrários às convicções cristãs não podem receber o apoio e nem o voto da igreja. No cristianismo primitivo, a Igreja em Corinto foi advertida a observar este princípio: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14).

Um mal a ser combatido
Infelizmente, nesse quesito, alguns segmentos cristãos ludibriam e manipulam o rebanho do Senhor Jesus. Interessados em levar vantagem pessoal não hesitam em apoiar candidatos políticos corruptos e contrários à fé cristã. Vislumbram benefício econômico e “status” social. Sem nenhum pudor, estão interessados em manter ou adquirir privilégios para si ou para os seus e indispostos a sofrer retaliações por causa do evangelho. Não satisfeitos em apoiar candidatos de conduta repreensível, soma-se a esse erro o uso da mídia e do púlpito da igreja para angariar votos aos que praticam a iniquidade. Como cidadãos, temos o direito de votar e pedir voto para quem quisermos. Contudo, não podemos nos esquecer de que, como embaixadores de Cristo, representamos os interesse do Reino de Deus na terra. Portanto, não podemos permitir e nem promover apoio àqueles que afrontam o Reino de Deus.
2. Como Delimitar a Atuação da Igreja
Os princípios éticos devem ser estritamente observados. O púlpito da igreja não pode ser transformado em “palanque eleitoreiro”. A igreja precisa de conscientização política, contudo, não deve para tal propósito ocupar o espaço da Palavra ou da adoração em suas reuniões. A conscientização deve ser fundamentada em princípios cristãos. As propostas e as ideologias dos partidos políticos devem ser conhecidas e analisadas sob a ótica cristã. A postura, propostas e ideais do candidato precisam ser avaliados à luz das Escrituras Sagradas (Is 5.20).

A missão da Igreja
Não se pode confundir a cruz de Cristo com ideologias partidárias. A renovação política não pode ser substituída pela transformação espiritual. A degeneração da sociedade não será resolvida ou corrigida por uma série de leis que inibam a má conduta. Somente a propagação do evangelho de Jesus Cristo pode deter o declínio e a ruína moral de nossa sociedade. A igreja deve fazer oposição a qualquer lei que desrespeite a mensagem do evangelho. Precisa se mobilizar para erradicar os políticos corruptos nas esferas municipal, estadual, distrital e federal. Porém, a batalha nas urnas será constante. Se usarmos apenas a ferramenta política, com certeza venceremos umas batalhas e perderemos outras. Mas, se cumprirmos nosso papel de sal da terra e luz do mundo, o poder do evangelho pode desarraigar para sempre a iniquidade dos corações. Levantemos a bandeira da conscientização política e da mobilização evangélica, contudo, sem esquecermos que a nossa luta não é contra a carne e o sangue (Ef 6.12).

3. Ajustando o Foco da Igreja
O povo de Deus não pode limitar-se a fazer oposição e oferecer resistência à iniquidade no poder temporal. Não pode depositar sua confiança e esperança nas decisões políticas. As lideranças devem buscar e incentivar o avivamento espiritual. O avivamento liderado por John Wesley (1703-1791) trouxe mudanças sociais na Inglaterra. O mal a ser combatido é o pecado. Quando a mensagem de arrependimento for pregada ao mundo, então vidas serão transformadas. O Espírito Santo terá liberdade para convencer os ouvintes da verdade, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Nossa nação sofrerá transformações sociais e espirituais.

A ação do Espírito Santo
Essa ação do Espírito Santo acontece quando a igreja se recusa a ser um mero clube de encontros e transforma-se em lugar de adoração. Com a liberdade concedida ao Espírito, pecados são confessados e abandonados. A velha natureza é substituída e ocorre radical transformação, e o caráter passa ser revestido “do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24). Desse modo, quando a Igreja se deixar guiar total e plenamente pelo Espírito, então poderemos ser o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.13,14).

Quando certos líderes cristãos deixarem de se preocupar com o crescimento numérico desprovido de qualidade. Quando a disputa por audiência ou por poder for deixada de lado. Quando os embates para conquistar igreja maior ou mais rica forem abandonados. Quando o foco for ajustado ao cumprimento do Ide de Cristo (Mt 28.19). Quando o foco for ajustado para a unidade do corpo de Cristo (Jo 17.21). Quando os crentes começarem a viver para a glória de Deus (1 Co 10.31). Quando a ortodoxia cristã for defendida e proclamada (Jd 3). Quando tudo isso e muito mais acontecer por obra do Espírito, então será possível experimentar um avivamento espiritual. Nossa nação sofrerá transformações sociais e espirituais. E, acima de tudo, o nome do Senhor será glorificado “tendo o vosso viver honesto entre os gentios, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no Dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem” (1 Pe 2.12).
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão disponíveis toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não se trata de uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

sábado, 9 de junho de 2018

Lição 11 - 2º Trimestre 2018 - Firmes na Verdade e na Graça de Deus - Jovens.

Lição 11- Firmes na verdade e na graça de Deus 

 2º Trimestre de 2018
INTRODUÇÃO
I - A AÇÃO DA TRINDADE NA VIDA DO SALVO
II - A FIRMEZA DO CRISTÃO
III - O CONSOLO DE DEUS AOS SANTOS 
CONCLUSÃO
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Reconhecer o ensino da Trindade presente em 2 Tessalonicenses;
Mostrar as causas da firmeza espiritual de um cristão;
Refletir a respeito do consolo de Deus em nossas vidas.
Palavra-chave: Firmeza.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo:
Há todo um esforço divino em estabelecer o melhor dos futuros para todos aqueles que lhe são fiéis. Se por rebeldia contumaz ou vida pecaminosa assumida conscientemente, alguns indivíduos receberão na eternidade juízo condenatório, essa não é a vontade do Pai idealizada para a humanidade.
Como bem afirmou o próprio Paulo (1 Tm 2.4) e também Pedro (2 Pe 3.9), o anelo de Deus é a salvação de todos os homens, pois foi para a eternidade de paz e segurança eternas que a humanidade foi constituída pelo Criador. Como a Bíblia já atesta antecipadamente, infelizmente haverá indivíduos que, por sua própria escolha, não herdarão o Reino dos céus, mas, sim, o castigo e vergonha eternos.
No entanto, como Paulo assevera aos crentes em Tessalônica na parte final do segundo capítulo de 2 Tessalonicenses, o que Deus tem reservado para seus filhos na eternidade é um conjunto de paz, alegria e conforto eternos. Pensemos, então, mais pormenorizadamente sobre cada uma das orientações de Paulo para os crentes tessalonicenses, referentes à postura destes enquanto desenvolvem suas vidas rumo às promessas eternas de Deus.
A Ideia da Trindade como Promotora do Futuro Redentor dos Cristãos em Tessalônica
Em 2 Tessalonicenses, há uma efusiva referência à obra da salvação realizada por meio da operação simultânea da Trindade. Apesar de associarmos, de um modo geral, a salvação ao sacrifício de Jesus no Calvário — o que é algo absolutamente coerente —, necessitamos compreender que a obra da salvação é um ato de cooperação eterna do Pai, do Filho e do Espírito Santo, de tal modo que, sem qualquer um destes, aquela ação divina não seria possível.
Ao falar sobre o papel de Deus Pai na operação da salvação, Paulo ressalta que somos salvos a partir da eleição promovida pelo Pai mediante Jesus de Nazaré e seu sacrifício. Sobre essa categoria teológica central quanto ao processo salvífico, a eleição, defende Jacó Armínio (1560–1609) numa citação longa, porém imprescindível:
O senhor acrescenta, então, que “ele não morreu igualmente pelos reprovados” (o senhor deve usar essa palavra, e não a palavra “perdidos”), “e pelos eleitos”. O senhor considera essas coisas na ordem errada, pois a morte de Cristo, na ordem das causas, precede o decreto de eleição e reprovação, de que se origina a diferença entre os eleitos e os reprovados. A eleição se fez em Cristo, morto, ressuscitado e que, meritoriamente, obteve graça e glória. Portanto, Cristo também morreu por todos, sem nenhuma distinção entre eleitos e reprovados. Pois essa dupla relação de homens é posterior à morte de Cristo, pertencendo à aplicação da morte e da ressurreição de Cristo e das bênçãos obtidas por eles. A expressão “Cristo morreu pelos eleitos” não significa que alguns foram eleitos antes que Cristo recebesse de Deus a ordem para oferecer a sua vida como o preço de redenção pela vida do mundo, ou antes que Cristo fosse considerado como morto (pois como poderia ser isso, uma vez que Cristo é o cabeça de todos os eleitos, em quem a sua eleição está garantida?), mas a morte de Cristo só assegura a salvação para os eleitos, (ARMÍNIO, 2015, p. 531).
Sobre a eleição, como argumentado por Armínio no texto acima, algumas considerações precisam ser feitas:

1) Quanto à possibilidade de acesso à salvação, para usar as categorias definicionais de Armínio, não há diferenças entre eleitos e reprovados. Tentando ser mais claro ainda, a hipótese de uma eleição prévia para condenação eterna de pessoas, motivada única e exclusivamente por uma arbitrariedade condenatória de Deus que, segundo essa hipótese, elegeria uns e rejeitaria outros, como denuncia Armínio, não é condizente com a aceitação do Filho de Deus e da proposta de sacrifício na cruz do Calvário para a salvação ofertada a todos os homens.

2) Ainda que, segundo uma análise a partir do processo histórico, o decreto de eleição precede o sacrifício vicário de Cristo, ao voltarmos o perfil da análise, não para uma compreensão histórico-processual, mas eterno-causal, ficará evidente que a autodeterminação de Cristo por sacrificar-se por toda a humanidade como oferta necessária e suficiente precede o decreto eletivo que, uma vez antecedido pelo nexo causal do sacrifício, opera mediante este.
Tomando como referência o fato de que nós, enquanto seres perpassados pela temporalidade, realizamos nossa compreensão de mundo a partir da noção processual-linear de tempo — herança cristã à cultura mundial 1 —, precisamos despir-nos de tais preconcepções fundamentais ao nosso pensar, para tentarmos visualizar a história da salvação a partir de seus encadeamentos lógicos, os quais nem sempre são subordinados a elementos históricos.
Se primeiramente houvesse ocorrido o decreto eletivo, necessariamente precisaríamos defender teses como, por exemplo, expiação limitada, decreto de condenação previamente estabelecido, monergismo e um tipo contraditório de “liberdade-determinada”.

3) Toda a eleição é mediante Cristo. Descontrói-se, assim, qualquer suposta acusação de pelagianismo ou semipelagianismo que Armínio e aqueles que comungam de suas ideias sofrem. O sinergismo que há entre humanidade e divindade é todo mediado pelo sacrifício de Jesus na cruz. A fé que fundamenta salvação não é oriunda de interpretações carnais ou de leituras eclesiástico-políticas; ela emana exclusivamente do coração bondoso do pai para TODA a humanidade. Não há autoeleição, ou seja, tudo é obra da misericórdia divina que insiste em alcançar-nos.
Ratificando essa compreensão da eleição no pensamento de Paulo, a qual é diretamente associada a uma ação da Trindade, afirma-nos Paganotto:
... quando se afirma que Deus é nosso Pai, também se diz que Cristo é nosso Senhor; demonstrando a íntima união existente entre o Pai e o Filho, mesmo que não se cite diretamente que Deus é Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, desta elucidação pode-se afirmar que o apóstolo afirma tal aspecto indiretamente. Sobre a relação existente entre o Pai o Filho, Schnelle13 evidencia duas linhas teológicas: um traço subordinante na cristologia paulina, pois todas as ações salvíficas do Filho têm o seu início no Pai (cf. 1Ts 1,10; 4,14), e um traço equitativo inicial, onde tanto o Pai como o Filho são os destinatários, por exemplo, das orações feitas por Paulo (cf. 1Ts 1,2ss). (PAGANOTTO, 2014, p.202)
Já com relação à atuação do Filho neste processo, Paulo, escrevendo pela segunda vez aos tessalonicenses, afirma que fomos salvos para alcançarmos a glória do Senhor Jesus. Tal anúncio apostólico indica que há finalidade para a vida humana, de forma que não vivemos à toa, de modo aleatório.
O fim da humanidade deve ser glorificar a Deus, ou seja, viver para que a glória de Deus manifeste-se sobre a humanidade. A vida do cristão não acaba em si mesma; ela transcende a limitação particular da existência de cada um e aponta para a majestade de Cristo. Dessa forma, tudo aquilo que realizamos que não parte de um fundamento cristocêntrico e muito menos visa o enaltecimento da glória de Deus deve ser imediatamente abandonado.
Não foi para brigarmos por coisas efêmeras e passageiras — política eclesiástica, poder institucional — que o Senhor Deus vocacionou-nos. O motivo da nossa salvação foi retirar-nos de uma condição estruturalmente condenatória e miserável, para vivermos eternamente na glória e em glória.
Logo, as inclinações e desejos de cada um de nós devem espelhar o caráter de Jesus, presente em cada um daqueles que nasceram de novo. O brilho de Cristo deve alumiar todas as motivações de nosso ser. Os reinos humanos abalam-se e perecem, mas o governo do Pai permanece para sempre.
Ora, como afirma Paulo, a questão da manifestação da glória de Deus dá-se por meio do anúncio da Palavra de Deus. Com relação a essa conexão entre anúncio do Reino e a aparição da glória de Deus, afirma-nos Betim:
... o “esvaziou-se” de Jesus, tendo como sujeito ele mesmo, revela que ninguém o obrigou a esta ação: trata-se de uma expressão de liberdade, sendo a única motivação o querer dele mesmo, motivado pelo amor, além de não ser uma atitude imposta, não foi interesseira (não esperava “benefícios” em troca). Essa é a atitude tipicamente cristã, não se pode “comercializar” com o Pai (dar para receber, em troca, o dobro). A postura de Cristo revela a atitude correta do indivíduo como consequências para toda a comunidade: se o indivíduo se exalta, prejudica a comunidade (como o termo em si mesmo indica, só ocorre se houver “comunhão”); mas, se ele se rebaixa, fortalece a comunidade, pois com esse proceder ele ajuda o outro. (BETIM, 2016, p.56)
O objetivo primaz de tudo o que se estabelece em nossas vidas deve ser a glória eterna de Cristo. A glória sempiterna de Cristo, abandonada em sua kenosis, porém restabelecida em sua ressurreição triunfal, conduz-nos a uma vida nos padrões sonhados para cada um de nós.
De forma análoga, porém intimamente condicional, assim como Cristo foi novamente glorificado no céu depois de seu esvaziamento, sacrifício e ressurreição, assim também cada um de nós, depois da superação das angústias e dores deste mundo, receberá de Jesus a glória redentora que nos concederá direito à vida eterna junto ao majestoso trono de Deus.
Por último, mas não menos importante, Paulo louva a salvação promovida pela ação da Trindade por meio da santificação no Espírito Santo. Diante do trágico, porém real impedimento do retorno de Paulo àquela simples comunidade, coube ao Espírito Santo orientar lideranças locais para a continuação da obra divina em Tessalônica.
A santidade que emana da Trindade para a humanidade é-nos transmitida por meio da atuação do Espírito que, em comunhão com o nosso homem interior, testifica das grandezas tanto da salvação como do salvador. O Espírito conclama-nos à separação de tudo aquilo que é pecaminoso, orientando-nos a uma vida dedicada exclusivamente à glória de Deus.
A Firmeza dos Tessalonicenses naquilo que Foi Anunciado
Se a ação graciosa da Trindade manteve a comunidade em Tessalônica firme, havia uma recomendação paulina que dizia respeito ao procedimento daqueles irmãos, para manter aquela igreja firme em Cristo: a fidelidade ao ensino ministrado. O tempo para a ministração das doutrinas básicas foi pouco; entretanto, a permanência nos princípios que foram apresentados garantiria o bem-estar da comunidade.
Infelizmente, ao mesmo tempo ao anúncio da verdade, as heresias também se manifestam no seio da igreja. Esse era um diagnóstico já verificado por Paulo na jovem comunidade tessalonicense. Se levar a mensagem de Cristo àquela cidade foi algo desafiador e que pôs em risco a integridade física daqueles missionários, a propagação de heresias era algo muito mais fácil de ser feita e, segundo parece ser possível depreender-se do texto, sem tantas oposições externas.
Essa preocupação de Paulo para com os tessalonicenses espelha, de maneira emblemática, o desafio de manutenção da tradição que o cristianismo enfrentou em seu nascedouro. Diferentemente do judaísmo, que já possuía toda uma coletânea de textos sagrados, assim como um enorme universo de comentários a esses textos, ou mesmo das religiões helenísticas as quais estavam respaldadas e garantidas quanto à transmissão às outras gerações por meio do poder do Estado, a igreja cristã ainda estava construindo sua identidade coletiva.
Pressupondo que esta segunda carta aos tessalonicenses foi escrita antes de 55 d.C, temos em nossas mãos o testemunho de um tipo de cristianismo que iniciava sua transição da pura oralidade para o estabelecimento da tradição coletiva por meio de textos instrutivos, os quais, mais tarde, foram reconhecidos, com autoridade institucional, como espaços de conservação dos ideais da Igreja Primitiva.
Sobre esse esforço cristão para garantir a perpetuação de suas tradições na história, defendem Mendes e Cerqueira:
Os sociotransmissores, agentes difusores da mémoria, garantem a transmissão da tradição de geração a geração. Aqui a memória formativa da tradição cristã é garantida através desses sociotransmissores, ou seja, primeiramente através dos evangelistas e dos evangelhos, e, posteriormente, por meio da sucessão apostólica, através dos bispos e presbíteros que, em seus ensinamentos, transmitem à Igreja, em cada época. Ao final do século II as normas doutrinais, a Escritura e a tradição já não são independentes, não são mais fontes de revelação diferentes, mas se unem, completando-se e transmitindo o mesmo testemunho — a evocação memorial da figura de Jesus. Deste modo, a doutrina da tradição garantida pela sucessão apostólica e suas formas simbólicas permitem à Igreja edificar a sua teologia. (MENDES e CERQUEIRA, 2011, p. 74)
Para evitar o desvirtuamento da fé por meio de falsos pregadores e seus ensinos heréticos, era necessário firmeza nos pressupostos elementares da doutrina que foram repassados por Paulo e sua equipe, inicialmente por meio da transmissão oral e, agora, escrita. O ensinamento dos valores e tradições apostólicas é algo imprescindível para o estabelecimento da jovem fé cristã que se anuncia entre os tessalonicenses.
Contemporaneamente, vivemos uma crise de identidade muito próxima à enfrentada em Tessalônica. A existência de uma multiplicidade de fontes que reivindicam para si a autoridade veritativa é algo extremamente preocupante. Se tantos profetas, mestres e doutores assumem a qualidade de fonte confiável das doutrinas cristãs, como estes podem contradizer-se entre si?
Somente por meio de um esforço contínuo de reflexão e aprendizado da Palavra é que seremos capazes de superar esse contexto de erros doutrinários e heresias e voltar a viver a essência do evangelho anunciado por Jesus Cristo e repassado às gerações pelos apóstolos e pela Igreja Primitiva.
Um povo sem memória não é um povo, mas apenas um amontoado de pessoas limitado por barreiras político-geográficas. Lembremo-nos do povo judeu que, mesmo depois de milênios despatriados, persistiam na manutenção de suas tradições religiosas, sociais e culturais.
Se também somos peregrinos e forasteiros, devemos estar empenhados para a manutenção dos valores e princípios cristãos que foram repassados aos nossos pais na fé. Não se trata de um culto ao passado, mas, sim, do necessário reconhecimento dos fundamentos que nos conduziram até a condição atual de nossas vidas.
Conclusão
Ante as ferrenhas ações do inimigo e seus serviçais, é necessário confiarmos no amor do Pai para continuarmos firmes na vocação que nos concedeu Ele. Somente por meio da operação conjunta e poderosa da Trindade, seremos capazes de sobreviver aos constantes ataques do Maligno. Entretanto, uma vez apoiados e protegidos por Deus, devemos dar o máximo de nós para permanecer no conjunto de princípios e ensinamentos que nos foram repassados pelos santos apóstolos e pela Igreja Primitiva.
*Este subsídio foi extraído de BRAZIL, Thiago. A Igreja do Arrebatamento: O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias.  1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

1 É importante destacar que as culturas orientais, não-judaico-cristãs, e as ocidentais pré-cristãs não conheciam a concepção linear de tempo, a qual lhes foi apresentada a partir da lógica Criação-Queda-Redenção-Consumação própria do cristianismo; ou seja, a ideia de um começo, meio e fim da história, sem versões indefinidas ou retornos cíclicos é parte do background cultural cristão repassado às gerações.

Lição 11 - 2º Trimestre 2018 - Ética Cristã, Vícios e Jogos - Adultos.

Lição 11- Ética Cristã, Vícios e Jogos

 2º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
Todo vício escraviza, por isso, a Palavra de Deus nos adverte a evitá-los.
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Vícios: a degradação da vida humana
II – Jogos de azar: uma armadilha para a família
III – Vivamos uma vida sóbria, honesta e fiel a Deus
Conclusão
OBJETIVO GERAL
Explicar que Deus não criou o ser humano para ser escravo dos vícios nem dos jogos.

Ética Cristã, Vícios e Jogos
Pr. Douglas Baptista

A Bíblia Sagrada enaltece a vida moderada, o trabalho honesto e a boa administração da família (1 Co 10.23; Ec 3.10; 1 Tm 5.8). Desse modo, as Escrituras eliminam qualquer possibilidade de o cristão envolver-se na prática dos vícios ou jogos de azar. No entanto, as estatísticas indicam dados alarmantes dos prejuízos que são provocados por esse mal em nossa sociedade.
VÍCIOS: A DEGRADAÇÃO DA VIDA HUMANA
Tudo aquilo que escraviza o homem e o faz perder seus valores é qualificado como vícios que resultam na degradação da essência humana. Uma definição genérica para vício é “um hábito, ou prática, imoral ou mau; conduta imoral; comportamento depravado e degradante” (HENRY, 2007, p. 596). Portanto, vício é o contrário da virtude, assim como o errado diverge do certo e as trevas fazem oposição à luz. Durante a Idade Média, os teólogos relacionaram os “vícios” aos denominados sete “pecados capitais”. Os vícios eram identificados em um ou mais dos seguintes pecados mortais: orgulho, avareza, lascívia, inveja, glutonaria, ira e preguiça. Quanto a esses e aos demais pecados, somos exortados a rejeitar as obras das trevas e nos vestir das armas da luz (Rm 13.12). O apóstolo dos gentios enfatiza o comportamento ético do cristão como aquele que age na luz: “não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja” (Rm 13.13). As vidas viciadas no álcool, cigarros e demais drogas evidenciam ausência de paz de espírito, andam nas trevas e necessitam de urgente libertação (Gl 5.16; 1 Jo 2.8).

O Pecado do Alcoolismo
O consumo do álcool é tanto um vício como um pecado (Lc 21.34; Ef 5.18; 1 Co 6.10). A embriaguez altera o raciocínio e o bom senso (Pv 31.4,5). O álcool retira a inibição e a pessoa perde “a motivação para fazer o que é certo” (Os 4.11). O alcoolismo leva à pobreza e a graves problemas de saúde (Pv 23.21,31,32). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o alcoolismo como a terceira causa de morte no mundo. A igreja deve posicionar-se e trabalhar na prevenção ao vício. O problema é de ordem espiritual, médica e psicológica. Muitas pessoas fazem uso da bebida alcoólica como um meio de fuga para seus problemas. Por conseguinte, precisamos sair da clausura dos templos e anunciar que Cristo produz vida (Jo 10.10) e concede paz para a alma (Jo 14.27).
A maldição na família de Noé
A embriaguez do patriarca Noé resultou em graves consequências para si e para sua família. Após o período do dilúvio, Noé tornou-se lavrador da terra e plantou uma vinha (Gn 9.20). Na primeira colheita da uva, ao fermentar um vinho, o patriarca embriagado ficou desnudo dentro de sua tenda. Desinibido pelo efeito do álcool, tornou-se incapaz de perceber a insensatez de sua atitude (Gn 9.21). O mesmo efeito de destempero acontece com aqueles que agem sob o efeito do álcool. Por isso, as Escrituras advertem: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio” (Pv 20.1). Por essa razão, também Paulo recomendou a abstinência de bebidas alcoólicas (1 Tm 3.3). A nudez de Noé foi flagrada pelo seu filho Cam, que em lugar de resguardar seu pai decidiu depreciar sua honra contando aos irmãos (Gn 9.22).
Os outros filhos de Noé, Sem e Jafé, de maneira respeitosa, com o rosto virado em direção contrária, cobriram a nudez do pai (Gn 9.23). Passado o entorpecimento, ao despertar de sua bebedeira e se conscientizar dos fatos, o patriarca lançou sobre o filho de Cam um severo juízo: “Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos” (Gn 9.25). Por conseguinte, por causa da postura difamatória de Cam, toda a descendência de Canaã ficou sob maldição. Apreende-se com tal episódio que o uso do álcool resulta em situações danosas e constrangedoras para a família. Assim, para o cristão, prevalece a admoestação bíblica: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
A Escravidão das Drogas
As drogas são substâncias químicas que provocam alterações no organismo. As drogas causam dependência e o consumo excessivo provoca morte por overdose. As drogas afetam também o funcionamento do coração, fígado, pulmões e até mesmo o cérebro. As drogas ilícitas mais comuns são a maconha, a cocaína, o crack e o ecstasy. As chamadas drogas lícitas, como o álcool e o cigarro, são igualmente prejudiciais à saúde. As pessoas usam drogas principalmente para alterar o estado de espírito em busca de paz. Entretanto, as drogas agridem o corpo que é templo do Espírito Santo (1 Co 6.19,20) e invalidam o sacrifício de Cristo na cruz (1 Co 1.18). O cristão não deve usar e nem participar de movimentos que visam legalizar as drogas.
Descriminalização do uso e venda de drogas
A legislação brasileira verbera contra o uso e contra a venda de entorpecentes (Lei nº 11.343/2006). Embora a referida norma abrandasse as penalidades para os usuários, em comparação com as legislações anteriores, a norma em vigor ainda considera crime “adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo [entorpecentes]” (Art. 28). Todavia, tramitam no Congresso Nacional Projetos de Leis (PL) que visam à descriminalização das drogas, isto é, que o uso de drogas e sua venda não seja mais considerado crime.
O PL n° 7270/2014 autoriza a produção e o comércio da maconha em todo o território nacional. Outro projeto de lei é o de n° 7187/2014, que dispõe sobre o controle, a plantação, o cultivo e a comercialização da maconha. Por fim, há ainda um Recurso Extraordinário (RE) n° 635659 que tramita no Supremo Tribunal Federal que tem o intuito de descriminar o uso da maconha. Contudo, é importante frisar que mesmo com essas tentativas de descriminalização, o uso e a venda de drogas até então é crime.
Assim como relatado neste capítulo, o uso de entorpecentes é imoral, antiético, bem como prejudicial à saúde do usuário e das pessoas do seu convívio social. Porém, alguns grupos nocivos à sociedade anseiam a descriminalização das drogas. O condão de defesa apresentado por esses apoiadores é que a criminalização das drogas cria cartéis do narcotráfico, e que, “liberando” as drogas, essas quadrilhas seriam desmobilizadas. Outra arguição é que o uso de drogas não pode ser considerado crime, e, sim, problema de saúde pública. Com esses pretextos, como explicar que mesmo regulamentado os medicamentos de “tarja preta” ou de antibióticos são vendidos clandestinamente? Se o uso de entorpecentes é considerado crime e mesmo assim milhares de pessoas utilizam, será que “liberando” o uso de drogas diminuirá os usuários, e, assim, desafogará o sistema de saúde?
O exercício do domínio próprio
Aquele que vive na carne é escravizado pelo pecado (Jo 8.34). A maior característica de quem vive no Espírito é a manifestação do fruto do Espírito Santo. Segundo o teólogo David Lim, “o fruto tem a ver com o crescimento e o caráter; o modo da vida é o teste fundamental da autenticidade” (HORTON, 1996, p. 488). O fruto do Espírito consiste em nove graças listadas em Gálatas 5.22,23, as quais são amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e temperança. O fruto no singular refere-se à unidade que o Espírito Santo cria na vida daqueles que se sujeitam a Ele (GOMES, 2016, p. 14). A virtude que parece ser o somatório de todas as outras é tradução da palavra grega egkrateia, que significa “temperança” ou “domínio próprio”. É autocontrole, autodisciplina e moderação. É a qualidade que Cristo nos dá para andarmos no mundo conservando a nossa santidade. Trata-se de um ato de repelir ou reprimir os desejos da carne por meio do controle do Espírito Santo: 
Ironicamente os nossos desejos pecaminosos, que prometem autorrealização e poder, inevitavelmente nos levam à escravidão. Quando nos rendemos ao Espírito Santo, inicialmente sentimos como se tivéssemos perdido o controle, mas Ele nos leva a exercer o autocontrole que seria impossível somente com as nossas próprias forças. (RIBAS, 2009, p. 298)
Desse modo, o cristão controlado pelo Espírito Santo não pode ceder às paixões carnais e nem tão pouco ser escravizado pelo uso de quaisquer drogas ou entorpecentes. O vício — quer ele seja lícito, quer seja ilícito — não tem lugar na vida de uma pessoa que procura ser controlada pelo Espírito de Deus. Embora nem a idade nem a experiência sirvam de garantia para o exercício do autocontrole, o fruto do Espírito o produz na vida do crente. O texto paulino exorta o cristão a não ser dominado por nada: “[...] todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co 6.12b).
JOGOS DE AZAR: A ARMADILHA PARA A FAMÍLIA
Tudo aquilo que abarca investimento sem retorno garantido, descomprometido com a ética e a moral resulta em sérios prejuízos na família. A expressão “jogos de azar”, para os efeitos penais, é definida como sendo o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte. Consideram-se jogos de azar: a) o jogo dependente de sorte; b) apostas em qualquer outra competição. O décimo mandamento do Decálogo condena a cobiça, que é a raiz de todos os jogos de azar (Êx 20.17). 
A Ilusão do Ganho Fácil
A sedução dos jogos de azar ocorre pela esperança de se obter lucro instantâneo. As pessoas são atraídas pela ilusão de ganhar dinheiro rápido e fácil sem o esforço do trabalho. Jogam na expectativa de tirar a sorte grande e assim resolver problemas financeiros. Ciente dessa realidade, o Estado brasileiro é extremamente ambicioso na exploração da jogatina. Somente de loterias legalizadas são nove modalidades: mega-sena, loto mania, dupla sena, loto fácil, quina, instantânea, loteria federal, loteca e lotogol. E ainda existem as casas de bingo, os jogos eletrônicos e também os jogos ilegais como os caça-níqueis e o jogo do bicho, entre outros. O governo e os contraventores lucram e lucram muito. Mas os jogadores tornam-se compulsivos, endividam-se, arruínam a família e a própria vida. Depositar a esperança na sorte é pecado e implica não confiar na providência divina (Jr 17.5-7).
O erro de confiar nas riquezas
No capítulo 6 do Evangelho de Mateus, no Sermão do Monte, Cristo tratou, entre outros assuntos, acerca da oração e da ansiedade. Discorreu sobre a tendência humana de acumular tesouros na terra (Mt 6.19,20). Cristo alertou que as riquezas não são permanentes e podem rapidamente desaparecer. As possessões terrenas podem ser destruídas por três maneiras: a traça, a ferrugem e os ladrões. Portanto, aqueles que depositam sua fé e esperança nos bens materiais estão sujeitos a sofrer decepções e dores profundas, pois “o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males” (1 Tm 6.10). Para livrar o cristão do sofrimento de tais males, o Senhor nos orienta a ajuntar tesouros nos céus, com a seguinte observação: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21).
O Senhor não condenou o acúmulo de dinheiro quando usado para fins de sobrevivência e conforto necessários ao homem e sua família. A reprimenda de Jesus se refere à confiança irrestrita nas riquezas que arrebata os pensamentos, os esforços e as energias na busca dos bens terrenos. Sob esse aspecto, o cristão deve depositar sua esperança na providência divina, e não na busca desenfreada e irresponsável de dinheiro fácil por meio dos jogos de azar. Atitude diferente dessa implica não confiar na provisão divina, que nos alerta a não andar inquietos quanto ao que comeremos, beberemos ou com que nos vestiremos porque “decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas” (Mt 6.31,32).
Os Males dos Jogos na Família
Os jogos de azar causam destruições irreparáveis no ambiente familiar. O jogo vicia e escraviza a ponto de migrar todos os recursos de uma família para o pagamento de dívidas contraídas pelo jogador. Nos jogos de azar, o benefício de um depende completamente do prejuízo do outro e normalmente são as pessoas de baixa renda que sustentam a jogatina. Esses jogos fomentam a preguiça, a corrupção, a marginalidade, a agiotagem, a violência e a criminalidade. Os jogadores compulsivos descem ao nível mais baixo para continuar alimentando o vício da jogatina. Em muitos casos tais jogadores perdem seus empregos, o respeito de seus amigos e até o amor de suas famílias. As Escrituras nos advertem a zelar pela família (1 Tm 3.4,5) e não cair em armadilhas, pois “um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7). 
Jogos de Azar: uma contravenção penal
O ordenamento jurídico brasileiro classifica os delitos em duas naturezas: crimes ou contravenções penais. A primeira é tida como um delito de maior potencial (delitos contra a vida, a liberdade, etc.); já as contravenções penais são aquelas tidas como de menor potencial (delitos contra a paz pública, a incolumidade pública e outros). Os jogos de azar são classificados como contravenções penais (Art. 50, Decreto-Lei n° 3.688/1941), ou seja, quem joga, presencialmente ou online, ou ainda administra tal serviço está sujeito às penalidades legais.
Existem dois projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional que visam à legalização desses jogos: o projeto de lei n° 442/1991 (Câmara dos Deputados), que reúne 14 propostas sobre legalização de cassinos, bingos, caça-níqueis, jogo do bicho e jogos online; e o projeto de lei n° 186/2016 (Senado Federal), que deseja legalizar o funcionamento de cassinos, bingos, jogo do bicho e jogos em vídeo. O perigo dessa prática desmedida é diverso, como apresentado nos tópicos anteriores, assim como seria impossível o Estado fiscalizar esses estabelecimentos e, sem dúvida alguma, seria o local “adequado” para o crime organizado lavar seu dinheiro.
Doença comportamental
Todo e qualquer tipo de vício escraviza o ser humano, e com o viciado em jogos não é diferente. Um incontável número de jogadores perdeu tudo o que tinha em apostas variadas; eles não perderam apenas dinheiro, perderam a dignidade, a confiança, o respeito e até a moral. O viciado imagina que pode recuperar o dinheiro perdido e nesse afã aposta valores cada vez mais altos até ficar completamente falido. O viciado é capaz de inventar todo tipo de histórias para conseguir dinheiro e continuar alimentando o seu vício — inclusive cometer crimes. Embora o vício em jogos seja considerado uma doença patológica, a compulsão para jogar não é ocasionada por alguma dependência química; trata-se de uma doença comportamental. A família não pode ficar omissa diante de um quadro de vício patológico. Admitir o problema e procurar a orientação de profissionais especializados é indispensável para o tratamento do vício. Ignorar ou dirimir os fatos só trará constrangimentos, vergonha e muito sofrimento.
VIVAMOS UMA VIDA SÓBRIA, HONESTA E FIEL A DEUS
A vitória do cristão contra os vícios e os jogos de azar engloba a sobriedade, honestidade e fidelidade ao Autor da vida. A ética cristã requer dos súditos do Rei um comportamento digno e uma vida de moderação. Não é condizente com os salvos em Cristo a extravagância, o destempero, o desequilíbrio ou qualquer outra atitude que possa manchar o evangelho ou denegrir o bom nome de Cristo. 
A Bênção da Sobriedade
A expressão grega nephálios refere-se à sobriedade em relação ao consumo de bebidas alcoólicas. O dicionário indica aquele que ao contrário de embriagado, está desperto, consciente e com capacidade de discernir. O termo também é utilizado para identificar vida equilibrada. Trata-se da virtude daquele que controla as paixões da carne (Gl 5.24). Desse modo, a sobriedade abrange o comportamento moderado, a mente sã, o bom juízo e a prudência (Rm 12.3; 1 Tm 1.5; 2 Tm 1.7). A orientação bíblica é de abstinência de toda a imundícia, inclusive a dos vícios e dos jogos de azar (Tt 2.12).
Abstinência é a melhor solução
No que diz respeito à abstinência total de álcool, vez ou outra se levanta uma discussão acerca do uso do vinho no Novo Testamento. O vinho servido nas bodas em Caná da Galileia (Jo 2.9), o vinho usado por Cristo na instituição da Ceia do Senhor (Lc 22.20) e o vinho recomendado por Paulo a Timóteo (1 Tm 5.23). O debate refere-se às seguintes questões: Trata-se apenas do suco natural da vide ou de suco fermentado? Não vou entrar no mérito da discussão etimológica dos termos gregos e nem nas probabilidades de interpretação por considerar essa demanda estúrdia e secundária (Tt 3.9). Somente, transcrevo abaixo a posição do Comentário Bíblico Pentecostal:
A completa abstinência é recomendável. Uma pessoa que abstém completamente do álcool não se embriaga nem se tornará alcoólatra. Também não faria com que um ex-alcoólatra recaísse no pecado. É melhor prevenir do que remediar! (ARRINGTON, 2003, p. 1478)
Aquele que se abstém não comete excessos. Esse procedimento mantém o cristão afastado das críticas, das ruins suspeitas e da escravidão do vício. Não é possível conceber um cristão embriagado, expondo-se ao escárnio e zombaria dominado pelo efeito do álcool; ou seja, a abstinência total e absoluta é o ideal para o exercício da fé genuinamente cristã.
Honestidade e Fidelidade
Uma pessoa honesta não explora o seu próximo, mas conduz seus negócios com transparência (Sl 112.1-5). Não retira seu sustento da jogatina à custa de quem perde dinheiro nos jogos de azar (1 Ts 4.6). O verdadeiro cristão não busca amparo na sorte, mas provê a si e sua família por meio do trabalho honesto (Gn 3.19). A fidelidade do cristão é com a palavra de Deus. Mesmo que alguns vícios e jogos de azar sejam lícitos pelas leis do Estado, o salvo em Jesus não se permite contaminar. Os ensinos e os princípios bíblicos devem pautar a vida daqueles que são fiéis ao Senhor (Sl 119.105).
O viver moderado do cristão
A vida sóbria é sinônimo de moderação. A honestidade denota sinceridade. A fidelidade é o compromisso do crente salvo com Deus e sua Palavra. Os vícios e os jogos de azar, legais ou ilegais, são práticas reprováveis e prejudiciais à sociedade. Os vícios escravizam e destroem as vidas e as famílias. De igual modo o fazem os jogos de azar. Portanto, o cristão deve abster-se da prática de todo e qualquer vício e dedicar-se ao trabalho honesto para o sustento de sua casa. Cabe ao salvo resistir ao pecado e não se deixar dominar por coisa alguma (1 Co 6.12). O viver moderado denota equilíbrio e vida santificada. Vida santa significa cuidar e honrar, e não macular o próprio corpo conforme nos asseveram as Escrituras: “que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (1 Ts 4.4).

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão disponíveis toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não se trata de uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.